Kitsune – Feras de Lobisomem O Apocalipse

Kitsunes, os metamorfos raposas do Mundo das Trevas, considerada a mais jovem de todas as Feras, e habitando praticamente apenas o continente asiático.

Mais jovens que a Guerra da Fúria, e não afetados pela Guerra da Vergonha, os Kitsunes tem um papel bem diferente de todas as outras Feras, mas nem por isso menos importante ou letal.

Kitsune

Únicos entre os Fera, os Kitsune são encontrados apenas no Reino do Meio, vivendo principalmente na China e no Japão. Sua forma animal é uma raposa, e eles desempenham um papel na Corte Esmeralda da Mãe Verde semelhante ao dos Ragabash na Sociedade Garou. Como eles raramente (se é que alguma vez) se aventuraram fora da Ásia, os Kitsune nunca foram um alvo na Guerra da Fúria e, aparentemente, não existiram durante a Guerra da Vergonha.

Kitsune frequentemente tentam ensinar lições por meio de seus truques. Visto que foram criados com a última força da Mãe Esmeralda, eles não podem curar como os outros metamorfos podem. Eles também não causam Delírio em humanos, pois nunca fizeram parte do Impergium. Eles são afetados pela prata assim como qualquer outra raça com Fúria; no entanto, incapazes de assumir qualquer Frenesi, exceto o Frenesi Raposa.

Sociedade Kitsune

Formados nos últimos dias da Quarta Era, os Kitsune remontam à Bai Mianxi, trago pela própria Luna diante de Gaia, para receber um dever dela depois que a espirituosa raposa criou estragos na terra com suas piadas. Bai Mianxi, no entanto, tentou escapar de sua obrigação, citando que os outros filhos de Gaia eram todos adequados em seus deveres e ela não era necessária. A ira de Gaia com a imprudência de Bai Mianxi foi enorme, mas depois das palavras tranquilizadoras de Luna, ela deu ao primeiro metamorfo raposa três promessas: 1 – em troca de seu serviço, o povo raposa se tornaria o melhor em alguma coisa algum dia; 2 – ela protegeria os Kitsune durante a Sexta Era e 3 – libertaria de sua servidão na Décima Segunda Era, quando a Roda das Eras fecharia o círculo.

Com a bênção de Luna, os Kitsune agiram como assassinos, como magos da corte e ladrões para proteger o Mandato Celestial. Sem nenhuma contraparte ocidental para se identificar, a maioria dos Kitsune se veem como parte dos Hengeyokai – os metamorfos do Oriente – primeiro e membros de sua Raça em segundo lugar, embora muitos evitem ingressar diretamente nas Cortes das Bestas.

Os Kitsune têm três raças. Quando um Kitsune nasce, um ou ambos os pais morrem durante ou logo após seu nascimento, tornando o shinju muito raro e precioso. O pai não Kitsune tem apenas uma chance em dez de sobreviver à experiência. Há também uma chance em dez de que o pai Kitsune morra, em vez de, ou junto com sua companheira.

Roko são os nascidos como raposa, equivalente ao Lupino. Nenhum Kitsune foi relatado em países não asiáticos com uma população de raposas.

Kojin são os nascidos humanos, equivalente ao Hominídeo.

Shinju são os nascidos de ambos os pais Kitsune, equivalente ao Impuro.

As Formas Kitsune

Os Kitsune têm cinco formas diferentes, como as formas dos Garou. Todas as formas, exceto Hitogata, mostram naturalmente uma cauda e todos os Kitsune ganham outra enquanto avançam em sua classificação, com o máximo de 9 (apenas Bai Mianxi já manifestou nove caudas).

Em qualquer uma de suas formas, um Kitsune pode manifestar qualquer número de caudas adicionais (até o máximo que ele possui) fazendo um teste de Gnose como se fosse atravessar a Umbra local. Uma vez manifestado, ele pode ocultá-los da mesma maneira. Estas formas são:

Hitogata – humano normal, equivalente à Hominídeo.

Sambuhenge – quase humano, equivalente à Glabro.

Koto – a forma-guerreira intermediária, equivalente à Crinos.

Juko – raposa do tamanho de um lobo, equivalente à Hispo.

Kyubi – raposa normal, equivalente à Lupino.

Usando Kitsune em Jogo

Os Kitsune, embora presentes desde a primeira edição do jogo, são melhor apresentados e explorados em seu cenário irmão: Hengeyokai – Os Metamorfos do Oriente.  Mais recentemente foram também explorados no até então inédito no Brasil Changing Breeds.

Na lore da 3º Edição do jogo, a mais recente publicada no Brasil, a Tribo dos Portadores da Luz Interior (Stargazers) se desligou da Sociedade Garou para se unir aos Hengeyokai, e isso pode abrir ótimos ganchos para interações com os Kitsune.

Talvez haja a necessidade de alguns Kitsune virem investigar os motivos dessa debandada dos metamorfos do ocidente, ou mesmo venham estreitar laços diplomáticos necessários. Vale lembrar também toda a história da imigração japonesa e chinesa no Brasil, e por aí temos ótimos ganchos para a chegada de Kitsune que se mantiveram, até então, ocultos no ocidente, mas que agora decidiram se manifestar.

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Hierarquia do Sabá – Dicas de Vampiro: A Máscara

A hirearquia do Sabá é mais simples e direta do que a da Camarilla. Por serem um secto fundamentalmente religioso, existe pouca sobreposição dos títulos em termos de status relativo. Mesmo assim, é um assunto interessante que vamos tentar aprofundar um pouquinho hoje.

Exército Religioso

Como falei em um texto anterior, o Sabá – também conhecido como Espada de Caim – é um secto religioso fundamentalista. Suas crenças destrutivas acabam se assemelhando a grupos como o KKK e o DAESH, enquanto sua estrutura funciona como uma espécie de reflexo distorcido da Igreja Católica, incluindo nos títulos utilizados.

Porém, é natural que dentro dessa estrutura existam várias facções diferentes, com visões e interpretações diferentes a respeito da mitologia cainita, bem como também uma profusão de Trilhas da Sabedoria.

As facções dentro do Sabá abrangem um espectro que vai dos Ultra-conservadores, que acreditam que a Gehenna está logo ali e é dever de todos os membros do Sabá unir-se à guerra santa, até os Lealistas, que acreditam na liberdade dos vampiros em oposição às rígidas regras da Camarilla, quase uma facção Anarquista, bem como várias outras facções que ficam em algum lugar entre essas duas. Ainda assim, há certa coesão a respeito dos rituais praticados entre todas elas.

A célula fundamental da estrutura do Sabá em determinado território é o Bando. Um bando geralmente tem algo entre 3 e 8 membros ou mais, e são administrados por um Ductus e um Sacerdote. Os membros dentro de um bando são ligados por um Vinculum desenvolvido num ritual chamado Vaulderie.

Ao lado de cada título vou colocar um valor de Status. Essa é a minha interpretação de como funciona o Sabá na prática, mas sinta-se à vontade para discordar nos comentários.

“Eu discordo! Todos os vampiros devem ser livres! Abaixo a hierarquia cainita!”
“Já pensou em se filiar aos Anarch, amiga?”

Arcebispo (Status 5)

O Arcebispo é a principal figura de autoridade do Sabá. Em termos de Status, seria o mais perto de equivaler ao Príncipe da Camarilla. Porém, a função de ambos é bem diferente. A principal função do Arcebispo é orientar os membros de menor status, tanto em questões relativas à religião e à filosofia do Sabá quanto assuntos mais práticos. Um Arcebispo, contudo, tem autoridade para promover ou rebaixar qualquer vampiro cujo status seja inferior ao dele.

O Sabá, assim como a Camarilla, possui uma superestrutura regional que vai além dos bandos que ocupa a cidade (falaremos dessas superestruturas em textos futuros). Cabe ao Arcebispo também aconselhar seus superiores diretos, os Cardeais.

Cidades menores podem não contar com um Arcebispo próprio. Se for o caso, serão administradas por um Bispo, enquanto o Arcebispo controla uma região. É sempre importante notar que nem todas as fronteiras geográficas cainitas correspondem àquelas delimitadas pelos mortais, especialmente no caso do Sabá. Um bando do Sabá pode ocupar várias cidades menores, ou dividir uma cidade grande com outros bandos.

Bispo (Status 4-5)

Um Bispo está logo abaixo do Arcebispo. Em domínios grandes, um Concílio de Bispos vai aconselhar e auxiliar o Arcebispo, às vezes assumindo papéis específicos (um Bispo específico para cuidar do domínio, um para administrar a caça aos diabolistas e demais heresias, um para cuidar de assuntos espirituais, etc). Perceba que isso é fundamentalmente diferente da Primigênie da Camarilla, pois não é fundamentada nos clãs individuais, já que o Sabá rejeita essa noção. Porém, na prática, pode se tornar um pouco parecido.

Em cidades pequenas, contudo, o Bispo pode assumir um papel mais generalista, administrando todos os aspectos do território de sua responsabilidade. Um domínio também pode ser dividido em bandos com funções específicas, cada um controlado por um Bispo (enquanto o Arcebispo administra o domínio de maneira mais geral).

Assim como o Arcebispo, o Bispo também pode promover ou rebaixar membros de status inferior.

“Prazer, sou o bispo responsável pelo frigorífico do Sabá na região.”

Templário (Status 3-4)

Os Templários funcionam como o braço armado do Sabá, castigando com violência os inimigos da seita. São sempre escolhidos por um Bispo ou Arcebispo e, embora tenham alto status, não precisam ser tão ativos nos assuntos políticos ou religiosos.

Um Templário pode trabalhar em conjunto com um Bispo em determinado assunto, ou vários templários podem formar um grupo próprio dentro de uma região, atuando como uma verdadeira guarda de elite. Um templário também pode acabar se tornando um Paladino, espécie de guarda de honra para membros da superestrutura do Sabá, como os Cardeais.

Templários também podem ser acionados pela Inquisição do Sabá para missões especiais. A Inquisição é mais uma das organizações dentro da superestrutura da seita, focada em investigar, julgar e punir hereges dentro (e fora) da Espada de Caim.

Ductus (Status 1-3)

O Ductus (plural: ducti) é responsável direto por um bando. Cada Ductus funciona, na prática, quase como um líder de gangue, dando coesão aos membros que estão próximos a ele, conduzindo os assuntos práticos do bando durante as reuniões (geralmente semanais), enquanto o Sacerdote fica responsável pelos rituais e pela parte espiritual.

O prestígio e responsabilidade dos ducti podem variar de território para território. Em certos domínios, os Bispos e Arcebispos supervisionam tudo, cabendo aos ducti simplesmente repercutir as decisões dos superiores. Em outros, cada bando age de forma independente, apenas reportando seus movimentos aos bispos locais de quando em quando.

“Respeite seu ductus, verme!”
“Vem cá, tu não fez uma ponta em outro RPG não?”

Sacerdote (Status 1-3)

Em uma estrutura religiosa como o Sabá, o Sacerdote acaba sendo o coração do bando, pois é ele o responsável pela vida espiritual dos membros da seita. Imagine-o como uma espécie de padre da igreja católica. É com ele que a maioria dos cainitas vai ter contato direto.

O Sacerdote inicia, guia e encerra os ritos, tendo autoridade para, inclusive, criar rituais mais específicos para seu próprio bando.

Os encontros de cada bando são periódicos, sendo que os semanais são mais comuns entre os bandos. Durante esses encontros, o Ductus repassa eventuais ordens dos superiores, decisões estratégicas e outros assuntos, enquanto o sacerdote realiza os rituais religiosos, em especial a Vaulderie.

Sacerdotes também ficam responsáveis por conduzir os deveres de Ductus quando este não está presente. Se um Ductus é morto, ele fica responsável pelo bando até que outro ductus seja apontado pelo Bispo ou escolhido pelos membros do bando, de acordo com as tradições do domínio. Bandos especialmente grandes podem contar com mais de um sacerdote.

Sabá Verdadeiro (Status 0-1)

O Sabá é conhecido por, às vezes, recorrer a abraços em massa e outras práticas violentas de recrutamento forçado. Um dos mais comuns consiste em abraçar uma pessoa, agredi-la com uma pá e enterrá-la em uma vala comum ou cova rasa, para que esta volte em frenesi e tenha um contato direto com a Besta já no momento de sua criação.

Membros que sobrevivem tempo suficiente para provar seu valor à seita vão eventualmente passar por um rito de criação e tornar-se membros “verdadeiros” do Sabá. Até que isso aconteça, um membro “falso” do Sabá é considerado, na melhor das hipóteses, massa de manobra. Na pior, bucha de canhão.

Um bando pode contar com membros verdadeiros e falsos do Sabá, sendo os verdadeiros, juntamente com o Sacerdote e o Ductus, responsáveis por orientar e supervisionar os falsos até que se mostrem confiáveis o suficiente para serem iniciados de fato na seita.

“E essa cicatriz na testa aí, fera?”

Por Fim

Espero que este texto tente elucidar um pouco como funciona a hierarquia dentro do Sabá. É normal projetarmos um espelho da nossa sociedade nas sociedades fictícias dos diversos cenários de RPG, mas às vezes distorcer e alterar levemente alguns conceitos pode ajudar a criar um ar mais misterioso, exótico e envolvente na sua crônica.

E não esqueça de conferir os outros textos da Liga das Trevas!

Bom jogo a todos!

“Resumaster” de Mago A Ascensão Revisado

Sei bem que estamos atualmente na edição de 20 anos do Mago: A Ascensão, o famoso M20, mas eu montei um resumo das regras do Mago: A Ascensão 3ª Edição (ou simplesmente Mago Revisado), a última edição lançada no Brasil, e decidi publicá-lo aqui no MRPG, pois as mecânicas além de continuarem muito parecidas, estão mais enxutas; sem falar que, em alguns pontos, eu ainda prefiro o Mago Revisado do que o M20 (comentarei sobre as diferenças entre as edições e no que elas são melhores em outra oportunidade).

A terceira edição de Mago trouxe regras para magia atualizadas, mas que continuam complexas em vários pontos. Para completar, muitas delas estão espalhadas entre as páginas do livro e os resumos das páginas 207 a 209 não são totalmente práticos e confiáveis, já que ignoram alguns fatores anteriormente mencionados. No entanto, o texto abaixo oferece todas as informações mais relevantes do sistema, agilizando o jogo. Recomendamos que você tenha este resumo impresso na sua mesa, seja como material do Narrador ou alocado ao grimório de rotinas favoritas de seu personagem.

DIFICULDADE DA MAGIA

(Mod. de dificuldade de -3 a +3. Dificuldade de 3 a 9. Se passar de 9, vira limiar, exigindo sucessos adicionais).

Gastar FdV: 1 sucesso automático. Use antes de testar Arete
Magia Coincidente: Esfera mais alta +3
Vulgar sem testemunha: Esfera mais alta +4
Vulgar com testemunha: Esfera mais alta +5

Aparato primári:o (foco especializado) -1
Ressonância: (do mago ou sorvo) -1 harmônica ou +1 dissonante
Item em ressonância com alvo: (magia simpática) -1 a -3
Quintessência: -1 a -3 dependendo do gasto. Use antes de testar Arete
Nodo próximo: -1 a -3
Dentro de um Santuário/Laboratório de paradigma favorável: -1 para cada nível de Antecedente acima do primeiro.
Pesquisar informações sobre o assunto antes de executar o efeito: -1 a -3
Turnos extras num teste: (ritual ou não) -1
Habilidade ajudando magia: -0 a -3. Use um turno completo e teste Habilidade + Atributo contra dificuldade da magia, contando Limiares. Cada sucesso que passar o Limiar diminui o Limiar e a dificuldade da magia subsequente em -1 (máximo -3). Use antes de testar Arete.

Rotina desconhecida: (Execução rápida) +1
Alvo distante ou escondido: +1
Mago distraído: +1 a +3
Mago em conflito com Avatar: +1 a +3
A cada 2 efeitos já ativos: (efeitos simultâneos) +1
A cada 2 magias coincidentes na cena: (efeito dominó) +1
Efeito grandioso ou monumental: +1 a +3

Tabelas para Película, Linhas Temporais e Alcance para Correspondência, ver pág. 209 ou imagens abaixo.

   

Sucessos necessários para magia

Gastar FdV: 1 sucesso automático. Use antes de testar Arete.
1 = acender vela com um toque, aumentar seus sentidos, defender-se de ataques mentais.
2 = criar pequenas chamas à distância, sentir pessoas com Mente ou Vida, curar-se.
3 = inflamar objeto à distância, ler ou afetar emoções com Mente, metamorfose.
4 = fazer pessoa explodir em chamas, forçar alguém a lhe obedecer, alterar alvo de modo reduzido.
5 a 10 = demolir um muro, alterar a psique alheia, conjurar uma criatura viva fantástica.
10 a 20 = partir um carro ao meio, transformar uma multidão em autômatos, prender um espírito poderoso.
20 ou mais = demolir um prédio, colocar uma cidade inteira para dormir, remodelar permanentemente seu Padrão.

Ritual estendido

Acumule sucessos dos testes: (max = Arete x FdV), lance o efeito quando quiser.
Falha: (zero sucesso no teste): próximos testes sobem dificuldade +1 (máximo +3). Se quiser pode desistir e tentar novamente, mas se Efeito era vulgar, desistência gera Paradoxo como se tivesse sido bem sucedido.
Falha crítica: (zero sucesso e pelo menos um resultado 1): magia falha e gera 1 ponto de Paradoxo por turno extra que foi usado no ritual.
Evitar falha crítica: gaste 1 de FdV, 1 turno, e próximos testes sobem dificuldade +1. Só pode ser evitado uma vez.
Ritual interrompido: for força externa: teste FdV (dificuldade 8 ), ou há falha crítica.

Alvos

Pessoal: 1 sucesso no mínimo (parcial e fraco), 3 sucessos (completo).
Afetar outro Padrão: requer 1 sucesso adicional, ou seja, 2 sucessos no mínimo. Alvo pode esquivar ou resistir (aumentando sucessos necessários).
Afetar Padrões adicionais: 1 sucesso por alvo adicional; ou Limiar 1 por alvo adicional, se quiser resultado diferente em cada alvo.
Áreas extensas: narrador define.
Esquivar ou resistir: teste Destreza + Esquiva ou FdV, dificuldade 6 em ambos casos. Cada sucesso subtrai um sucesso do agressor. O agressor subtrai o sucesso do teste de Arete, Percepção + Ocultismo, ou Destreza + Armas de Fogo (1º momento teste Arete, 2º momento teste foco-ataque). Se for ataque surpresa, vítima pode testar Percepção + Consciência para perceber ataque mágico (dificuldade 8 ) [sucessos adicionais de destreza viram dados de dano].
Dano inevitável: Você pode fazer Padrão se romper, causando dano direto, não esquivável, sem rolada de ataque, mas Vulgar. Esfera 1 = dois níveis de dano letal. Exemplo: Vida 3 pode causar 2 pontos de dano não absorvível por sucesso (Rasgar Corpo Humano). Ataques de Mente também não podem ser absorvidos, embora certas proteções mentais concedam resistência.

Dano ou duração

Gaste sucessos adicionais em dano, duração ou alvos.
Dano: 1 sucesso = dois níveis de dano letal. Mente é dano de contusão. Carregado com Quintessência é agravado e vulgar. Forças causa um nível de dano extra. Entropia não pode causar dano direto antes do 4º nível.
Duração: 0 = turno, 1 = cena, 2 = dia, 3 = história, 4 = semestre, 5 = narrador
Gastar sucessos com duração e dano faz o dano potencial ser distribuído pelo tempo, como veneno ou efeito atrasado, sem aumentar o dano total.

Paradoxo

Coincidente: sem Paradoxo.
Coincidente falha crítica: Paradoxo = maior Esfera.
Vulgar (bem-sucedida ou falha): Paradoxo = maior Esfera (mais Um se houver testemunhas).
Vulgar falha crítica: Paradoxo = maior Esfera +1 (duplique Paradoxo se houver testemunhas).
Choque de Retorno: jogue os dados (dif 6), mínimo um de choque de retorno
FdV pode ser usado para represar choques de retorno até o fim da cena.
Rituais Prolongados: Quanto maior o Efeito, pior o Choque de Retorno potencial. Cada teste depois do primeiro acrescenta mais um ponto de Paradoxo para o total acumulado, além de qualquer um adquirido através de falha crítica. Esse Paradoxo extra não é aplicado caso o ritual seja bem-sucedido ou não falhe criticamente.
7 dias mundanos sem tomar Paradoxo E com até 10 pontos remanescentes = 1 Paradoxo some.

CONTRAMÁGICA

Supondo que se esteja ciente do Efeito alvo e que se tenha pelo menos um ponto em cada Esfera empregada no mesmo, teste Arete contra dificuldade 8. Cada sucesso reduz um sucesso do Mago que originou o Efeito até que ele seja anulado. A partir de Primórdio 1 você pode redirecionar o Efeito contra o operador original caso o tenha anulado no mesmo turno. Cada sucesso excedente ao total representa um sucesso redirecionado.
Desfazer Efeitos duráveis pode ser feito com calma, mas exige sentir o Primórdio além das Esferas.
Também é possível anular um Efeito com outro antagônico ao mesmo (Ex: “extintor de incêndio” contra magia de fogo).

ANTIMÁGICA

Tendo Primórdio é possível aumentar a dificuldade das magias do alvo. Faça um teste de Contramágica, cada sucesso permite gastar um ponto de Quintessência (dentro do limite do Avatar) para aumentar em um para cada ponto gasto a dificuldade de criação dos Efeitos mágicos do oponente, ignorando o limite normal de +3.

Usos de Habilidades

Percepção + Meditação: recupera Quintessência após uma hora de meditação em um Nodo, um ponto por sucesso (dif 7), limitado pelo Avatar do mago e pelo estoque de energia do Nodo.
Percepção + Consciência: para perceber ataque mágico (dif 8 ), para detectar magia ao redor intuitivamente (dif 6) [MA153].

Atuando em conjunto

Quando um grupo de magos une seus esforços para lançar um Efeito.

  • Cada mago envolvido tem que ter pelo menos 1 ponto nas Esferas do Efeito.
  • Paradigmas dos participantes devem ser compatíveis.
  • Deve haver uma forma de comunicação entre os participantes, nem que seja telepática.
  • Cada mago envolvido, que possua os níveis de Esferas necessários para executar o Efeito, participa com todo seu poder; o jogador lança toda sua Parada de Dados e adiciona os sucessos ao total acumulado.
  • Se magos menos capacitados estiverem auxiliando um mais poderoso (ou grupo de magos), cada ajudante adiciona um sucesso aos esforços do operador principal.
  • Acólitos não Despertos também podem ajudar seus companheiros. O grupo de execução principal adquire um sucesso para cada cinco participantes no ritual. Coordenar congregações tão amplas pode exigir horas por teste. Os Acólitos não são considerados testemunhas para mágicas vulgares. Se mais de 100 pessoas estiverem envolvidas, pode ser que alguns Efeitos vulgares sejam tratados como coincidentes, a menos que haja outras testemunhas para contradizê-los.
  • Se o todo o grupo de execução sofrer uma falha crítica (ninguém conseguir um único sucesso nos testes), o Efeito gera o Paradoxo normal para cada um dos magos participantes. (Não considere os sucessos automáticos dos magos menos capacitados ou dos acólitos para determinar falha crítica.) Os Adormecidos e acólitos que participam do ritual não acumulam Paradox, mas podem sofrer traumas psíquicos e místicos devido à tentativa fracassada. Em casos particularmente torpes, o Paradoxo pode resultar em um Choque de Retorno que afete todos os presentes indiscriminadamente.

 


Créditos

Texto original: Igor Couto

Revisão, edição e complementos: Mauricio Canavarro

Para ler mais posts de Mundo das Trevas clique aqui, e para ler mais posts de Mauricio Canavarro acesse o blog Torre Tecnocrata.

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Pookas – Kiths de Changeling: O Sonhar

Olá RPGistas de plantão, Victor mais uma vez aqui para continuar a saga dos “trocados”. É daí que vem a base do jogo, as crianças do mundo são trocadas pelos changelings, e assim se tornam um ser duplo, meio-humano, meio-fada. Mas agora chegamos nos Pooka.

Pookas

Figurando entre os Kithain mais encantadores do jogo, mas também com suas malandragens, são vistos com salafrários e imprestáveis por serem mentirosos natos, excêntricos e traquinas (alguém lembra dessa palavra além do biscoito? E sim, sou carioca).

Lembram dos Imprudentes Exus? Os Pookas não são imprudentes, são loucos, na total acepção da palavra. Sempre envolvidos em travessuras, mentiras e grandes proezas. Brincalhões e totalmente alheios ao trabalho, contrário dos Boogans. Eles são, na cultura feérica, descendentes dos sonhos inocentes de um passado bem remoto, de quando as crianças observavam as brincadeiras dos animais e sonhavam com “essa tal liberdade”.

Acham impossível levar a vida comum a sério e faram de tudo para desencorajar a tristeza e tudo o que ela acompanha. Caso algum deles traga a essa tristeza no fundo da alma, ninguém nunca saberá. Afinal, a vida dos Pookas é sempre um borrão de caos e felicidade no meio de tudo que é triste e simplório. Expulsam a depressão com uma vontade que beira o desespero. Acham que não há grosseria que não seja perdoada desde que arranque uma gargalhada.

A verdade pode ser até anátema para eles, mas nem tudo que falam é uma mentira, só gostam de deixar as coisas mais interessantes, afinal, a vida comum é meio maçante. Essa é a visão dos Pookas, porque depois de espalhar as desinformações, eles procuram um lugar seguro para ficar observando as reações e, assim, com o circo pegando fogo, eles se divertem.

Personalidade

O que mais assombra um Pooka é a mediocridade. Eles se apavoram com uma leve sombra de banalidade. Tendo o mundo mortal como um mistério, acabam se deixando levar pelo primitivismo, se baseando em afinidades com animais que imitam. São excelentes metamorfos, trazem um alter-ego bestial e podem assumir a forma de qualquer animal, multiplicando as possibilidades de travessuras.

Estilo de Vida

Os infantes são verdadeiros anjinhos, principalmente quando acham que vão ser pegos. Os infantes Seelie são como filhotes brincalhões, sempre causando problemas e esforçando-se ao máximo para evitar o castigo. Os infantes Unseelie são monstrinhos destrutivos, mas logo aprendem a bela arte de fazer os Seelie levarem a culpa.

Os estouvados têm um senso de humor sabidamente grosseiro. Imagine o palhaço da classe que seduz a cara-metade de seu melhor amigo e, ao mesmo tempo, esconde uma bomba de fedor no sistema de ventilação da escola. Quando as travessuras vão bem, seus olhos chegam a brilhar. Tome cuidado quando um pooka estouvado começa a afiar as garras.

Os rezingões envelhecem graciosamente. Muitos acabam em empregos nos quais os bufões podem ganhar a vida com facilidade. Apesar de nunca desaparecer, seu senso de humor se toma mais sutil. Os pooka anciãos tendem a preferir travessuras elaboradas que podem exigir semanas de planejamento.

Afinidade: Natureza.

Direitos Intatos

Metamorfose: Cada pooka tem uma afinidade com um animal à sua escolha. Se totalmente sozinho, ele pode se transformar nesse animal e voltar à forma normal num turno único. Custa um ponto de Glamour para a transformação, mas o retorno a forma normal é gratuito. O pooka detém todas as habilidades que são naturais ao animal (salto, garras, presas, velocidade, visão no escuro, tudo mesmo), mas só é possível se tornar animais comuns, como leões, abelhas, elefantes e crocodilos por exemplo. Uma quimera não é um animal comum.

Os Changelings não percebem de cara como é a forma animal do pooka quando ele ou ela está em sua forma natural, mas em geral, os pookas trazem traços na sua forma de agir. Por exemplo, um felino ficaria em horas ociosas lambendo os dedos ou partes do próprio corpo, ou ronronando vez ou outra. O aspecto feérico pode ter orelhas pontudas e uma cauda inquieta.

Cofidente: O encanto inato de um pooka rompe as mais duras barreiras até as das pessoas mais frias. Junta-se a isso a curiosidade das fadas e você terá um confidente extremamente confiável.

Uma única vez durante a conversação, o pooka testa Percepção + Empatia (ou Lábia) para fazer um Changeling ou mortal revelar seus segredos. A Dificuldade é a Força de Vontade do alvo. Cada sucesso representa uma verdade na resposta a uma pergunta pessoal, mas não é um efeito instantâneo. Para receber a informação precisa haver tempo, esforço e Interpretação.

Os pookas nunca recebem falhas críticas em testes de Empatia ou Lábia.

Fraquezas

Mentiras: As pessoas podem confiar num pooka, mas ninguém em juízo perfeito acredita no que falam. Com suas famosas mentiras elaboradas, fica difícil acreditar, afinal, não importa a relevância do assunto, o pooka sempre acrescenta uma mentira. O pooka precisa passar num teste de Força de Vontade com dificuldade 8 para falar a verdade completa.

Mote: “Naturalmente, foi aí que percebi que teria que salvá-los todos. É incrível o que a supercola é capaz de fazer com a bainha de uma espada.”

O que os pookas pensam sobre outros changelings.

Chegamos ao fim de mais um kith, no próximo falarei sobre os Redcaps [ᴚRÉD-képs]. Sem mais, desejo a todos boas rolagens e grandes aventuras. E não esqueçam de conferir os outros posts da Liga das Trevas.

Aventurem-se e boas rolagens.

Gurahl – Feras de Lobisomem O Apocalipse

Gurahl, os metamorfos usro do Mundo das Trevas, uma das últimas raças de Feras restantes no mundo após o Impergium. Tidos como os protetores originais de Gaia, conhecidos por sua longevidade e vasto conhecimento, enfretam a extinção quase completa.

Seja como um NPC enigmático e muito sábio, um vilão amargurado em busca de vingança e reparação, ou mesmo apenas mais um sobrevivente do vindouro Apocalipse, os Gurahl podem trazer muita variedade para sua mesa!

Gurahl

De acordo com sua tradição, os Gurahl são os protetores originais de Gaia, criados para afastar o poder destrutivo da Wyrm. Quando se tornou muito poderosa para eles, eles pediram ajuda a Gaia, e ela criou os Garou.

Lentos para se enfurecerem, os Gurahl tendem a ser curandeiros e protetores ao invés de guerreiros. Raros desde a Guerra da Fúria, eles foram alvos por se recusarem a ensinar aos Garou o segredo de ressuscitar os mortos.

Gurahl são abençoados por Gaia com vontade forte e muitas características de seus primos ursos. Seu olfato é muito superior ao dos humanos, embora quando em formas não humanas, sua visão seja pior. Eles têm um nível de controle consciente sobre seus biorritmos, permitindo-lhes alterar a velocidade de seus metabolismos, mas são suscetíveis aos impulsos sazonais dos ursos, tornando-se lentos e preguiçosos no inverno.

Sociedade Gurahl

Existem quatro tribos Gurahl principais, cada uma representando uma espécie particular de urso e região geográfica (embora exceções ocorram dentro de cada tribo):

Forest Walkers – ursos negros do leste da América do Norte, cujos parentes são em sua maioria nativos americanos;

Ice Stalkers – ursos polares das regiões árticas, principalmente Ursine com poucos hominídeos;

Mountain Guardians – principalmente ursos pardos, baseados no oeste da América do Norte e que também reivindicam parentes nativos americanos;

River Keepers – ursos marrons cuja população foi dizimada durante a Guerra da Fúria; eles agora são encontrados principalmente no norte da América do Norte e na Rússia.

Okuma – esta quinta tribo foi destruída durante a Guerra da Vergonha; eles eram ursos nativos da Ásia, incluindo ursos da lua, ursos do sol e até pandas gigantes.

Os presentes e ritos dos Gurahl estão principalmente relacionados com a cura e a purificação da terra, e incluem poucos poderes marciais completos. Todos os Gurahl podem aprender o dom de cura chamado Língua de Cura (equivalente ao dom dos Filhos de Gaia, o Toque da Avó), e a maioria o faz.

O segredo mais extraordinário e bem guardado dos Gurahl é a capacidade de devolver os espíritos dos mortos aos seus corpos. Isso só pode ser alcançado logo após a morte, e com grande custo pessoal e espiritual, usando o dom Sopro de Gaia. Em casos de extrema necessidade, os Gurahl podem realizar o Rito de Combate ao Urso da Morte, no qual devem desafiar Mangi, o aspecto do Urso sintonizado com a morte. Este rito é usado apenas para reviver Metamorfos caídos e, mesmo assim, quase nunca em não-Gurahl.

Os Gurahl reconhecem três tipos de renome: Honra, por devoção e respeito; Socorrer, para atos de cura, purificação ou auxílio a outrem; e Sabedoria, para restaurar, preservar ou revelar conhecimento ou obter uma compreensão mais profunda de si mesmo.

As Formas Gurahl

As formas dos Gurahl são equivalentes às dos Garou:

Homídeo – forma humana.

Arthren – forma quase humana. Consideravelmente mais forte e resistente do que a forma glabro dos lobisomens, acredita-se que Gurahl na forma de Arthren tenha inspirado lendas do Sasquatch e criaturas semelhantes.

Crinos – a forma de guerra. Extraordinariamente forte e resistente, para não dizer enorme: algo entre 3,0 e 4,8 metros de altura e pesando até 1200 kg.

Bjornen – forma quase de urso. Assemelhando-se a um antigo urso das cavernas, com garras e presas mais longas, a forma de Bjornen é quase tão grande e poderosa quanto Crinos, com mordidas e garras ainda mais cruéis.

Ursus – forma de urso. Os hominídeos Gurahl assumem a forma de ursos combinando com sua tribo.

Usando Gurahl em Jogo

Os Gurahl vivem vidas solitárias, frequentemente em áreas remotas e selvagens, e raramente encontram outras Feras. Eles têm uma familiaridade limitada com os Ananasi ou Rokea, e quase nenhuma com os Ajaba, Nagah ou Kitsune.

Embora estejam felizes por os Ratkin permanecerem em suas cidades, eles mantêm relações amistosas com os Bastet, Corax, Mokolé e Nuwisha, sentindo falta especialmente da companhia destes últimos.

Embora ainda sintam grande raiva da Guerra da Fúria, eles estão dispostos a olhar para o passado e trabalhar com os Garou, que eles conheceram como seus irmãos mais novos, para evitar o Apocalipse.

Sua longevidade, e sua história milenar, os colocam entre aqueles que mais possuem conhecimentos ou antepassados ligados à grandes eventos. Isso possibilita uma série de oportunidades de uso dos Gurahl, como aliados ou antagonistas dos Garous.

Continuar lendo Gurahl – Feras de Lobisomem O Apocalipse

Hierarquia da Camarilla – Dicas de Vampiro: A Máscara

A Hierarquia da Camarilla é citada brevemente em praticamente todas as edições de Vampiro: A Máscara. Porém, muitos jogadores (e narradores) têm dúvidas sobre como funcionam realmente os títulos e cargos na Torre de Marfim. Hoje, vamos tentar explicar um pouco melhor o que cada um deles faz.

Necrofeudalismo

A Camarilla emula uma sociedade feudal, onde favores, intrigas e domínios valem mais do que dinheiro. Então, muitos títulos estão associados a melhores domínios e prestígio na hora de cobrar favores. Porém, isso também implica em obrigações especiais que ajudarão a manter o bom funcionamento da sociedade vampírica.

Também é importante dizer que o poder relativo de cada título varia um pouco de domínio para domínio. Você pode ter cidades onde o príncipe é forte e reina absoluto, ou domínios onde a primigênie tem mais prestígio, mantendo o príncipe quase como um testa-de-ferro. Ou mesmo lugares onde o senescal é a eminência parda por trás de todo o aparato da sociedade imortal.

Portanto, ao lado de cada título vou colocar um valor de Status. Essa é a minha interpretação de como funciona a Camarilla na prática, mas sinta-se à vontade para discordar nos comentários.

“Ou melhor: é imperativo, por ordem do Príncipe, que você comente nesse post.”

Príncipe (Status 4-5)

O Príncipe é a peça-chave da hierarquia da Camarilla. É o responsável pelos assuntos da cidade como um todo: dividir domínios, assegurar o respeito às seis tradições e, principalmente, atuar como um juiz e mediador.

Ao contrário do que parece à primeira vista, o termo “príncipe” não tem relação com o título de nobreza destinado ao sucessor de um rei. Na verdade, o termo se origina no princeps senatus, o político que presidia o Senado Romano.

Um tropo recorrente em Vampiro é reunir o grupo com uma missão do Príncipe. Mas já parou pra pensar como o príncipe pode fazer isso? O que ele vai fazer se você recusar, exatamente?

O Príncipe controla o acesso de cada membro às áreas da cidade onde é permitido se alimentar (já que toda cidade é seu domínio). Em troca, espera que cada membro seja leal e cumpra com determinadas obrigações quando solicitado. Assim, se recusar pode trazer sanções sobre quais áreas é possível ou não se alimentar. Esse é só um exemplo do poder que o príncipe pode exercer.

O príncipe também pode, como um juíz, julgar os crimes dos vampiros da cidade e decidir sua punição, geralmente em conjunto com a primigênie (às vezes sozinho, dependendo de seu prestígio). Claro que ninguém teria uma Caçada de Sangue decretada contra si por pura desobediência, mas a reincidência pode deixar o príncipe menos propenso a relevar outros crimes, como uma quebra de máscara aqui, uma falta de hospitalidade ali…

Senescal (Status 3-5)

O Senescal é análogo à Mão do Rei de Guerra dos Tronos. Sua função é auxiliar os Príncipe em assuntos administrativos, bem como agir como uma espécie de “vice-príncipe” quando este não pode cumprir com suas obrigações.

A relação entre Príncipe e Senescal pode ser conturbada, já que muitos Príncipes vêem o Senescal como um rival e traidor em potencial. Por outro lado, um Senescal de confiança pode acabar facilitando bastante a não-vida de um príncipe. Na verdade, a lealdade entre Senescal e Príncipe pode acabar sendo ou uma pedra fundamental para a sociedade local ou uma imensa vulnerabilidade a ser explorada.

Em cidades pequenas, pode acontecer do título de Senescal ser amalgamado com algum outro, como Xerife, Harpia, ou mesmo o membro mais antigo da Primigênie.

Aliás, Príncipe e Senescal podem ter uma gama muito ampla de relações possíveis…

Primigênie (Status 3-5)

O Conselho da Primigênie é formado pelos vampiros mais antigos de cada clã. Eles servem como uma espécie de parlamento ou senado da sociedade vampírica local. Também atuam como júri quando necessário, julgando a inocência ou culpa dos demais membros em conjunto com o príncipe. Nesses casos, a Primigênie atua como júri e o Príncipe como juiz.

A função dos membros da Primigênie é representar seus clãs e cuidar para que todas as decisões do príncipe sejam tomadas com equilíbrio, sem favorecer mais um clã do que outro, às vezes como conselheiros, às vezes com poder de veto real às decisões do príncipe.

Claro que, como tudo na sociedade imortal, nada é tão simples assim. É possível que, em algumas cidades, nem todos os clãs tenham representação na Primigênie, deixando-os desfavorecidos perante o resto da sociedade. Além disso, trocas de favores entre clãs e membros podem puxar o peso das decisões para lados inesperados.

Xerife (Status 3-4)

Toda a estrutura da Camarilla seria muito frágil se não houvesse músculos para protegê-la. O Xerife é o encarregado de assegurar que tudo ocorra em ordem, de investigar possíveis infratores e punir aqueles que foram condenados.

A Camarilla não conta com nada parecido com um aparato policial nem com um exército “profissional”, então o Xerife estará sozinho na maioria dos trabalhos investigativos. Contudo, solicitar auxílio de outros membros para investigar ou punir é um clichê excelente que provavelmente existe desde que a primeira mesa de Vampiro foi jogada.

Essa solicitação pode partir do próprio Xerife ou do Príncipe, dependendo do prestígio que o soberano desfruta na cidade. Cidades com príncipes fracos e xerifes fortes podem significar que este último atravessa a burocracia tradicional e solicita as missões diretamente aos personagens jogadores outros membros.

Naturalmente, cidades pequenas podem unir o título de Xerife a outro, como membro da Primigênie ou Senescal.

Investigador e porradeiro? É quase como se os nosferatu tivessem nascido pra ser Xerifes!

Harpia (Status 2-4)

Harpias são arautos responsáveis por comunicar as decisões do Príncipe ao resto da sociedade vampírica. Geralmente são os membros mais conectados socialmente, o que naturalmente acaba trazendo prestígio para o portador desse título.

Pense em um Harpia como uma espécie de social media da Camarilla. Agora, imagine que, ao invés de analisar tabelas do Google e postar em redes sociais, ele se reúne com cada um deles pessoalmente (ou marca reuniões, organiza eventos, etc.) para comunicar o que quer que o Príncipe e/ou a Primigênie necessitem.

Geralmente, também é de responsabilidade do harpia registrar formalmente as trocas de favores dos membros que possam ser cobradas depois. A forma de registro pode variar, seja em um grande livro com capa de couro, post-its em um escritório, retratos à óleo ou mesmo a pura memória. Neste caso, uma jogada arriscada que pode atrair inimigos que desejam realizar uma queima de arquivo, mas também pode ser utilizada como barganha para pedir ao Príncipe por proteção especial.

Naturalmente, cidades pequenas podem unir o título de Harpia a outro, como membro da Primigênie ou Senescal.

Guardião do Elísio (Status 2-3)

Se o Harpia é o social media dos vampiros, o Guardião do Elísio é uma espécie de promoter. Cabe a ele o papel de assegurar que o Elísio esteja sempre pronto para receber os membros da Camarilla que tenham funções a desempenhar, segredos a negociar e ofensas a trocar.

O Guardião também precisa garantir que as regras sejam respeitadas e que o Elísio seja seguro para todos, o que pode envolver algum nível de intimidação e capacidade de agir com violência. Ou, no mínimo, tenha aliados suficientes para impedir um estrago muito grande.

Cidades muito grandes podem contar com vários Elísios, e nesse caso, cada Elísio terá seu próprio Guardião.

“Irmão, quebra um galho pra mim? Tem uma galera ali naquela festa que eu preciso botar pra fora. Isso, agora! Agradeço.”

Por Fim

Espero que este texto tente elucidar um pouco como funciona a hierarquia dentro da Camarilla. É normal projetarmos um espelho da nossa sociedade nas sociedades fictícias dos diversos cenários de RPG, mas às vezes distorcer e alterar levemente alguns conceitos pode ajudar a criar um ar mais misterioso, exótico e envolvente na sua crônica.

E não esqueça de conferir os outros textos da Liga das Trevas, agora com material de Mago: A Ascensão também!

Bom jogo a todos!

Jogando com Tecnocratas – Guias de Mago: A Ascensão

Alguns jogadores de Mago: A Ascensão não gostam de jogar com a Tecnocracia, mas este não é o meu caso e nem o da maioria dos jogadores que compõem as minhas mesas. Na verdade, a União tem um público bem fiel. Jogadores que não só jogam com Tecnocratas como preferem muito mais esses aos magos das Tradições. No fim é tudo uma questão de gosto, mas eu pretendo abordar aqui algumas coisas que atraem e explicam a fascinação pela Tecnocracia.

Antes de começar é preciso dizer que muitas das características atraentes de um jogo com protagonistas Tecnocratas podem ser simuladas com magos Tecnomantes e outros membros das Tradições, contudo logo percebemos que elas funcionam melhor com nossos agentes da União Tecnocrática simplesmente porque eles tiveram sua profundidade montada em cima disso.

1. Diversidade sem perder a Uniformidade dos personagens

Uma característica interessante dos outros jogos do Mundo das Trevas é que eles oferecem grupos (Clãs, Tribos, etc…) que diversificam o jogo, mas que mantém certa uniformidade. Um Setita pode facilmente se passar por um Ventrue e o que parece ser um Lasombra pode ser na verdade um Toreador. Lobisomens no geral usam armas e táticas parecidas; garras, dons, forma Crinos e klaives. No entanto isso é uma coisa que parece ter sido negligenciada em mago (possivelmente de propósito), pois dificilmente confundiríamos um ciborgue Éteriano com um cartomante Hermético e dificilmente os focos de um Irmão de Akasha se parecem com os de um Cultista do Êxtase. Mago é um carnaval. Um faz magia sangrando, o outro programando em um computador e o outro fumando maconha. Um verdadeiro “circo de horrores”!
É claro que você pode nivelar o jogo, criando personagens com maior uniformidade, mas isso limita os jogadores e é a exceção e não a regra.

As cinco Convenções da Tecnocracia por outro lado oferecem uma tremenda diversidade de opções (principalmente através da escolha de Metodologias) sem comprometer a uniformidade. Todos aqui estão movidos por um paradigma comum, a crença na ciência, embora cada um tenha suas particularidades.

2. Paradigma especial

A visão da Esfera Mente pela N.O.M. é considerada por muitos bem mais interessante do que a da Irmandade de Akasha e os Ajustes do Sindicato usando a magia invisível do dinheiro e o controle do “valor” dão todo um toque especial. A versão de Espírito da Tecnocracia, a Ciência Dimensional, tem uma visão única da Umbra e seus habitantes. Os focos dos Tecnocratas nem sempre envolvem equipamentos de hipertecnologia. Muitas vezes são simples técnicas de superciência como a psicodinâmica e a hipereconomia. Esse tipo de magia oferece todo um sabor para o jogo, trazendo a tona temas muito interessantes para serem observados de perto. Podemos imaginar infinitos exemplos aqui. Eu particularmente acho mais legal você ter um andróide ou um alienígena como Familiar do que um gato falante ou um Homúnculo.

3. Temas próprios

Em um jogo da Tecnocracia, podemos abordar todos os principais temas de Mago; até mesmo a religiosidade e o misticismo. O interessante aqui é que alguns adquirem uma roupagem especial, como é o caso do Avatar, do Despertar (a Capacitação), do Paradoxo e da maioria dos Antecedentes. Mas isso não é tudo. Um jogo focado na União oferece toda uma gama de temas próprios que dificilmente poderiam ser abordados em uma crônica focada nas Tradições sem o mesmo aprofundamento. O Condicionamento Social, a lavagem cerebral, os Agentes Psíquicos, a presença do Controle, os protocolos de missão, os Preceitos do Damian, a fusão do homem com a máquina, a clonagem, os dilemas morais únicos dos Agentes e o clima de terror constante nos Constructos são apenas alguns desses temas. Mas talvez o tema mais interessante seja a Tecnocracia contra si mesma.

4. Política

Os Transgressores de plantão podem falar o que for, mas por mais que possa existir politicagem em uma Capela da Ordem de Hermes, dificilmente ela irá se comparar ao clima político da União; tanto interno quanto externo. A União está vencendo e ela tem o controle das massas. São os Tecnocratas que realmente governam o mundo. A adoção de regimes políticos e econômicos para as nações do mundo são realidades nos salões de poder dos agentes. A hierarquia interna tanto da Tecnocracia quanto das Convenções é complexa. Afinal: você é um Armadura, um VPO ou um Homem de Branco?

Esse tipo de crônica oferece espaço para um jogo mais político como acontece no Vampiro: A Máscara.

5. Visual Cyberpunk

É inegável que Mago sofreu influências do Cyberpunk, mas nem todo mundo gosta de misturar isso com muito misticismo. Um jogo centrado na Tecnocracia oferece um visual mais Cyberpunk e sombrio que por sua vez é mais compatível com o background punk-gótico do Mundo das Trevas.

6. Referências

As referências para Tecnocracia podem ser muito mais atraentes para muita gente. O próprio Guia da Tecnocracia é um dos melhores livros que já li da White Wolf. Você já jogou a série Deus Ex? Assistiu séries e filmes no estilo La Femme Nikita e 24 horas? Leu “1984” e “Admirável Mundo Novo”? Praticamente qualquer história de ficção científica, ficção social ou policial pode servir de inspiração.

7. Luta contra todo o sobrenatural

Ao contrário dos magos da Tradição, os Tecnocratas têm como antagonistas todo o sobrenatural. Você pode inclusive montar uma crônica inteira em que não apareça nenhum mago das Tradições, Vazios ou Ofícios. Qualquer outro jogo do Mundo das Trevas pode ser uma fonte de inspiração ou você pode também usar Umbróides.

8. Paródia da Sociedade atual

Vemos muito da Tecnocracia no mundo moderno. A magia dos tablets, smartphones e rede sociais. Da mídia e do governo que nos manipulam. O funcionamento do Sistema socioeconômico. Essas coisas podem ser abordadas em um jogo de Tradicionalistas, mas um de Tecnocratas oferecerá toda uma ótica especial.

Outro aspecto dessa paródia é que praticamente qualquer profissional pode ter uma versão Iluminada que seria um mago Tecnocrata.


Existem outras sugestões e pontos levantados nos livros mas que não convém eu repetir aqui. Para ler mais posts de Mundo das Trevas clique aqui, e para ler mais posts de Mauricio Canavarro acesse o blog Torre Tecnocrata.

Esqueci algum item? Curtidas, dúvidas, sugestões, informações? Comente aí.

Nockers – Kiths de Changeling: O Sonhar

Olá novamente, Victor outra vez na área. Hoje vamos conhecer os Nockers [NÓ-kers], os grandes inventores do mundo de Changeling – O Sonhar. Cínicos e rancorosos, sempre usando do sarcasmo para o trato com seus pares e superiores, são perfeccionistas por excelência. Em geral, se cercam de tesouros mecânicos prodigiosos e engenhosos. Isso por um simples motivo: as coisas são muito mais confiáveis que as pessoas, sem contar que o reparo é mais fácil. Além disso, são os natos criadores de quimeras.

Nockers

Têm padrões muito elevados. Inclusive, o termo kith é proveniente dos hábitos dos nockers de bater nas coisas nas coisas a fim de inspecionar a qualidade. Fazem o mesmo com as pessoas, o que os torna até inconvenientes. Ficam “implicando” com os outros, despejando insultos e testando as reações com o intuito de descobrir seus defeitos. Apesar desses testes serem efetivos com máquinas, não funcionam tão bem com outras pessoas. Os próprios nockers encaram o escárnio como um tipo de arte, e isso acaba detonando a sua popularidade.

Eles também são muito individualistas. Após terem seu gosto artístico e profissional estabelecido, eles passam a ser fiscais atentos e críticos do trabalho dos outros, sempre estabelecendo padrões elevados, coisa que identifica a sua obra. Criações alheias nunca chegarão aos pés das dos nockers. Além disso, eles mantém a premissa de que se sua obra não presta, você não presta também.

Uma fraqueza desse kith, que nunca será admitida, é que eles sempre tentam sair de suas vidas imperfeitas, atraídos pela música, tesouros e até mesmo um amor cortês. Mas os românticos dizem que o cinismo aparente deles se deve ao fato desses kithain nunca alcançarem o que realmente desejam. No caso, a perfeição. Mas, se conseguissem, não seriam tão atraentes. São conhecidos por se enfiarem no trabalho. Por isso, os relacionamentos são envoltos de todo desculpa para se perder, até na magia e em problemas insignificantes.

Aparência

Grotescos a sua maneira, apresentam um contraste com o estereótipo deformando da lenda. Em geral, têm pele grossa e avermelhada, orelhas pontudas e dedos nodosos, com o rosto lembrando máscaras de teatro exageradas. A tez pálida contrata com as bochechas e nariz vermelhos. Translúcidos cabelos brancos emolduram as sobrancelhas proeminentes, que coroam olhos e sorrisos raros com dentes afiados. Usam trajes que, em geral, são impecavelmente elegantes, perdendo somente para os sidhe. Caracóis e espirais são seus padrões prediletos.

Estilo de Vida

Lidam muito melhor com máquinas que com pessoas. Sempre em busca de trabalho, com programação, engenharia e mecânica sendo consideradas as ocupações ideais.

Os infantes têm algo de perversos. Têm o costume de destruir as máquinas desmontando tudo que veem pela frente. Afinal, que outra forma eles poderiam usar para descobrir como as coisas funcionam?

Os estouvados divertem-se com o mundo moderno: carros, computadores e dispositivos inteligentes são seu bálsamo, sempre achando falhas e pontos para melhorar. Os Unseelie adotam mais a tecnologia para resolver problemas. Os Seelie reduzem os aparelhos modernos a seus componentes clássicos.

Os rezingões acabam perdendo um pouco a eficiência e descontam em quem aparecer pela frente. São autoridades, e usam isso para enlouquecer os kithain mais jovens, criticando tudo e todos.

Afinidade: Acessório.

Direitos Intatos

Forjar Quimeras: São capazes de criar quimeras simples e inanimadas. Caso conheça o funcionamento básico de um aparelho, o artesão certamente conseguirá conceber um aperfeiçoamento ou uma nova versão. Geralmente, essas criações não evolvem eletricidade, magnetismo ou reações químicas, mas os Narradores têm liberdade para negar ou permitir que os jogadores incrementem esses aspectos, permitindo ou não o uso do poder nesse tipo de situação.

É necessário matéria prima quimérica e uma forja ou oficina para criar uma quimera. O processo criativo se dá por testes prologados de Inteligência + Ofícios. A dificuldade depende da complexidade do intento. Com cinco sucessos e dificuldade 5, é possível criar um objeto simples, como portas, janelas e tacos de basebol. Mas para coisas mais complexas, até cerca de dez sucessos com dificuldade 9 podem ser necessários. Testes assim podem produzir objetos de grande complexidade, como máquinas de guerra, arremessadores semiautomáticos de facas, etc.

Um pouco de privacidade acaba sendo necessário. Outros kithan podem estar presentes, mas não humanos.

Conserta-se: Os nockers conseguem consertar qualquer dispositivo mecânico somente com algumas palavras, duras ou amenas, mas oportunas, para intimidar ou convencer uma máquina defeituosa a funcionar. Para isso, são necessários testes de Inteligência + Ofício ou Intimidação. A dificuldade pode variar de 5 para problemas simples e familiares a 10 para máquinas complexas. É necessário um certo tempo e muita hostilidade, mas isso nockers têm sobrando.

Fraquezas

Imperfeições: Cínicos por natureza e em busca sempre da perfeição, eles enxergam uma maneira de melhorar o funcionamento de tudo, mas nunca conseguem o ideal almejado. Alguns acreditam ser uma maldição do Primeiro Artesão, mas outros afirmam ser carma do azedume deles também. De qualquer forma, tudo que os nockers criam tem uma certa imperfeição, insignificante, é verdade, porém irreparável. Isso é o motivo para o artesão responsável ter uma frustração constante. Não importa a quantidade de sucessos, mesmo um sucesso total e absoluto, sempre haverá um defeito.

Mote:Sei o que você acha. Você não acha @#%&*? Nenhuma! Não aceito conselhos de gente fedida que nem você. Agora você para de empestear o lugar e tome um banho na minha máquina de lixivivação!”

“O trabalho é o único alivio para uma vida aprisionada num mundo tão imperfeito. O sonho é tudo; a realidade é uma decepção.”

Um pouco da visão dos nockers em relação aos outros Kiths.

Vou encerrando por aqui. No próximo texto, falarei sobre os Pooka [PU-ka]. E não esqueçam de conferir os outros posts da Liga das Trevas.

Aventurem-se e boas rolagens.

Nagah- Feras de Lobisomem O Apocalipse

Nagah, os metamorfos serpente do Mundo das Trevas, uma das últimas raças de Feras restantes no mundo após o Impergium. A maioria das outras Feras acreditam que os Nagah estão extintos, o que pra eles é ótimo, já que asism podem agir conforme sua natureza sorrateira.

Agindo como policiais, juízes e executores, andam pelas sombras e na surdina. Quando menos se esperar, já estará dentro da armadilha meticulosamente calculada e planejada.

Nagah

 A maioria dos Fera considera os Nagah extintos, exterminados na Guerra da Fúria; isso está de acordo com seus planos, pois eles agem como a “polícia secreta” de Gaia: assassinos e juízes que visam e eliminam aqueles entre os Fera que caem na corrupção.

Os Nagah compartilham a fraqueza dos Garou contra a prata e suas características de Fúria e Gnose. Têm uma forte afiliação à água, o que é mostrado em suas formas de cobras anfíbias e em suas Ananatas aquáticas. Muitos espíritos que estão em aliança com eles também têm vínculos com esse elemento.

Como outras Raças Metamórficas, são herdeiros de uma linguagem instintiva peculiar, conhecida apenas à sua espécie. No entanto, o discurso do Nagah (chamado simplesmente de “Língua”) é muito menos dependente de vocalização e mais dependente de liberações de feromônios, linguagem corporal, mudança de bobina e similares. Assim,  são capazes de se comunicar uns com os outros, mesmo que os surdos Vasuki se formem. No entanto, não podem se comunicar com serpentes comuns além do básico de exibição de ameaças e conceitos semelhantes; cobras simplesmente não têm a capacidade de conversar.

A visão de um Nagah é razoavelmente precisa em todas as formas, e a maioria tem boa visão de cores mesmo na forma Vasuki. À medida que se movem ao longo da escala de Balaram a Vasuki, seus sentidos de olfato e paladar se tornam cada vez mais aguçados. Infelizmente, também sofrem dos problemas auditivos comuns aos seus Parentes serpentes. Embora um Nagah em Azhi Dahaka possa ouvir falar tão bem quanto um humano comum, em Kali Dahaka, a forma tem uma audição ruim. Na forma Vasuki, um Nagah é surdo a qualquer som no ar e se torna dependente de sua capacidade de sentir vibrações e sons transportados por objetos sólidos.

Os Nagah têm acesso a um veneno rápido e altamente perigoso que afeta até mesmo as sanguessugas. Em alguns casos, os Nagah podem cuspir seu veneno no rosto de seus oponentes para cegá-los. Na forma de Vasuki ou Kali Dahaka, apenas Nagah de cobra cuspideira podem tentar isso, mas as presas versáteis do Azhi Dahaka tornam o veneno cuspido uma possibilidade para todos os homens-serpente. O veneno não pode afetar espíritos, mesmo espíritos materializados. Nagah são imunes ao venenos uns dos outros.

Sociedade Nagah

Embora Nagah apareçam aqui e ali em contos e lendas ao redor do mundo, (particularmente na Índia) para o resto das Feras, eles nada mais são do que uma nota de rodapé histórica. Como contam as Lendas, os homens-serpente foram caçados até a extinção durante a Guerra da Fúria, e poucos metamorfos sentem falta deles. Os poucos contos dos Nagah que sobrevivem os pintam como criaturas frias e distantes que não tinham nenhum propósito discernível no plano de Gaia – talvez a vítima mais dispensável entre as raças de metamorfos.

Alguns dos Garou também alegarão que os Nagah eram criaturas da Wyrm, devido a sua afinidade com as cobras, e sua destruição era justificada. Mas muito do que é dito sobre eles está errado. Os Nagah compartilham alguns ancestrais comuns, os Reis Dragões, com os outros metamorfos reptilianos, os Mokolé.

Quando o mundo era jovem e a Era dos Reis dos metamorfos reptilianos estava no auge, os Nagah receberam a tarefa de observar as outras Raças Metamórficas, para ter certeza de que seus primos realizavam seus trabalhos de forma justa e bem. Eles não precisavam recompensar os fiéis a Gaia e seus deveres – aqueles que se saíram bem encontraram recompensa suficiente. Mas aqueles que traíram seus deveres, que abusaram da confiança que lhes foi dada – esses metamorfos eram os verdadeiros alvos dos Nagah. Pois os Nagah receberam veneno – e seu trabalho era punir.

Durante este tempo e na era seguinte, os Nagah trabalharam abertamente com seus irmãos. Infelizmente, mesmo os Nagah não estavam imunes à corrupção, e um deles caiu em tentação talvez no pior momento possível. Como resultado, os Nagah foram incapazes de cumprir seu dever o suficiente para evitar a Guerra da Fúria – e durante a Guerra da Fúria, tantos Nagah morreram que quando o resto se escondeu, as outras Raças Metamórficas estavam muito dispostas a acreditar no Naga extinto.

No entanto, os Nagah se recusaram a permitir que tal revés atrapalhasse o desempenho de seu dever. Eles continuaram a monitorar silenciosamente seus primos metamorfos, marcando aqueles que traíram seus deveres. Muitos desses criminosos acabaram tendo um destino bem merecido nas garras de sua própria espécie – mas para aqueles que pareciam escapar da justiça, os Nagah estavam lá.

Os Nagah não são perfeitos. Mesmo quando estavam no auge de sua força, eles não podiam punir todos os infratores da lei ou traidores. Muitos metamorfos traíram seus ideais ao longo dos milênios e conseguiram viver para rir disso. Mas os Nagah se recusam a desistir de seu dever; embora possa parecer sem esperança, eles continuarão a vingar os pecados mais terríveis até que o Apocalipse venha.

As Formas Nagah

Existem três raças conhecidas: Balaram, os nascidos humanos; Ahi, os nascidos Nagah, como os Impuros Garou; Vasuki, os nascidos na forma de serpente. Ao contrário dos Garou, os Nagah tratam os Ahi como seus iguais, sem nenhum demérito ou preconceito.

Eles possuem várias formas diferentes, assim como as outras raças metamórficas:

Balaram – indistinguível dos humanos normais, embora muito poucos tenham muita gordura corporal.

Silkaram – quase humano na aparência, mas o cabelo e a pele são substituídos por pequenas escamas, o rosto achata e os olhos se tornam mais parecidos com cobras, e os dentes se fundem, exceto por duas presas que se retraem como uma cobra. Nesta forma, eles ganham um veneno perigoso para os mortais e até mesmo para os mortos-vivos, embora um vampiro possa gastar sangue para resistir a cada nível de saúde.

Azi Dahaka – a forma de combate difere de Nagah para Nagah, mas todos têm um capuz maciço como uma cobra, são capazes de soltar suas mandíbulas e têm guelras (são totalmente anfíbios neste forma). A massa do Nagah aumenta, mas é devido a uma cauda de 10 a 15 metros para a metade inferior do corpo. Seus braços se tornam cobras à medida que crescem vértebras em vez de ossos normais em seus braços, permitindo que eles se agarrem mais facilmente.

Nas mãos do homem-serpente brotam garras tão terríveis quanto as de qualquer Garou, e suas escamas e escudos adquirem uma resiliência sobrenatural. Qualquer escarificação que o Nagah receber se destaca significativamente nesta forma, muitas vezes como padrões nas escamas do Azhi Dahaka. O Nagah causa o efeito Delirium completo nesta forma; poucos humanos conseguem olhar para tal encarnação de seu medo primitivo de cobras.

Kali Dahaka – se assemelha a uma cobra gigante com duas diferenças; eles são muito maiores do que qualquer cobra normal e têm grandes presas venenosas. Com um teste de Instinto Primitivo (dificuldade 7), eles podem desenvolver um par de braços finos. Esta forma também tem brânquias e pode respirar debaixo d’água.

Vasuki – indistinguível de uma cobra normal.

Usando Nagah em Jogo

Os Nagah são desconhecidos para uma grande parte das outras Raças Metamórficas – que eles chamam de Kurah. Este é o plano deles, após a Guerra da Fúria (onde eles foram alvejados não apenas por causa de sua posição como juízes, mas também porque sua aparência de cobra foi confundida com uma conexão com a Wyrm).

Agora eles atuam como a “polícia secreta” entre os outros metamorfos, vigiando e descartando aqueles que saíram do controle.

Dessa forma, os Nagah podem ser tanto aliados poderosos contra um inimigo em comum, como podem ser eles mesmos os maiores desafios dos Garous. Minha recomendação é usar os Nagah apenas como NPC’s misteriosos e enigmáticos, e com um bom potencial para ameaça combativa.

Não raras vezes, é possível fazer alguma associação ou ligação entre os Nagah e os vampiros Setitas.

Continuar lendo Nagah- Feras de Lobisomem O Apocalipse

Antediluvianos – Dicas de Vampiro: A Máscara

Os seres mais poderosos do universo de Vampiro: A Máscara. Criaturas lendárias que foram responsáveis pela criação de cada clã e que das sombras controlam as disputas de poder da sociedade vampírica. Hoje, vamos falar um pouco mais sobre os Antediluvianos.

Mitologia I: O Dilúvio

A origem dos vampiros de Vampiro: a Máscara é bem baseada na mitologia judaico-cristã, e utilizar esse tipo de coisa sempre implica em pensar no quanto você precisa que ela seja verdade para sua história. O criador de todos os vampiros, por exemplo, é Caim, filho de Adão e Eva. Inclusive, o nome Antediluviano faz referência ao Dilúvio bíblico. Os antediluvianos, no caso, são os vampiros que foram abraçados antes do grande dilúvio.

Por outro lado, é legal lembrar que o Dilúvio descrito no Gênese não é o único na história da humanidade. Várias culturas ao redor do mundo criaram mitos parecidos, e muitas explicações giram em volta do desenvolvimento da agricultura. Por outro lado, se você gosta dessa abordagem mais “científica”, digamos assim, você vai ter que tratar toda essa história de Caim e dos antediluvianos como isso mesmo: mitologia.

Falar do Dilúvio é uma boa desculpa pra botar aqui essa gravura maravilhosa do Gustave Doré.

O que nos leva a um problema…

Semana dos Pesadelos

Antediluvianos existem no cânone oficial de Vampiro. A Semana dos Pesadelos, evento onde o Zapathasura, antediluviano Ravnos despertou em frenesi e tocou o terror na Ásia Meridional, aconteceu de fato e faz parte do cânone.

Isso destruiu um dos aspectos que eu mais gostava na mitologia de Vampiro: A Máscara. Justamente essa ambiguidade das histórias contadas. Mas já que essas criaturas mitológicas existem, vamos lidar com isso, certo?

Mitologia II: Vampiros como deuses

Vamos considerar que os progenitores dos clãs são apenas vampiros, muito, muito antigos. Membros da 1ª, 2ª ou 3ª geração que, na prática, são como deuses. Aliás, muitos deles são, de fato, deuses de civilizações da antiguidade, como Arikel, progenitora dos Toreador, que foi adorada como deusa e recebeu nomes como Ishtar, Astarte, Afrodite, entre outros. Ou Set, que empresta seu nome de divindade egípcia ao clã.

Em termos de regras, um antediluviano pode fazer qualquer coisa. Um suplemento lançado em 2004, Gehenna, fazia questão de explicar isso, através de uma habilidade chamada Plot Device. Eles também podem armazenar sangue indefinidamente e gastá-lo livremente. Isso só reforça essa ideia de que os antediluvianos são como deuses.

Mas como isso começa? Bom, a história oficial nos conta que Caim abraçou três outras pessoas: Enoque, o Sábio; Irade, o Forte e Zila, a Bela (repararam a representação da divisão de atributos do Storyteller: mental, físico e social?).

A partir daí, a história de quem abraçou quem fica um pouco confusa. Eu já tentei traçar uma árvore genealógica comparando as disciplinas que mais se repetem e comparando isso com as informações oficiais dos livros de vampiro, mas nunca fecha. Inclusive, os três vampiros cujo progenitor é desconhecido deram origem a clãs que possuem Animalismo como disciplina. Fica o mistério.

Auspícios é muito comum entre os clãs descendentes de Enoque, enquanto Zila gerou vários antediluvianos especialistas em Ofuscação. Contudo, Animalismo é comum entre os três clãs de senhor desconhecido. O próprio metaplot de Vampiro nos dá pistas para duvidar da veracidade dele.

O que eu faço com isso tudo?

Bem… não existe resposta certa. Se dividirmos em dois extremos, em um lado teremos a hipótese de que toda a mitologia é verdadeira: Caim existiu e gerou todos os vampiros. Do outro, nada disso é verdade e vampiros possuem uma origem completamente diferente do que os mitos cainitas contam. Porém, há um espectro muito amplo entre os dois extremos para ser explorado.

Particularmente, gosto da ideia de que nem todos os antediluvianos surgiram no Oriente Médio e nos arredores do Mediterrâneo. Já narrei uma crônica em que havia um vampiro desconhecido de segunda geração na América do Sul. Esse tipo de coisa é bacana para pegar os jogadores desprevenidos.

De qualquer forma, incluir um antediluviano na crônica é algo que deve ser muito bem planejado, pois a partir do momento que há uma criatura com o poder de um deus andando pelas ruas, a crônica passa a ser sobre isso automaticamente.

Por outro lado, há várias maneiras indiretas de colocar antediluvianos na sua crônica seguem exemplos:

Cultistas: Um culto aparece na cidade. A seita acredita que o despertar de um antediluviano específico está próximo, e faz de tudo para “preparar o terreno” para a sua chegada.

Artefatos: Malkav deu a Saulot seu olho. Um grupo de estudiosos acredita ter informações sobre o paradeiro do Olho de Malkav/Saulot, e planeja encontrá-lo

Lendas: Novos pergaminhos com informações sobre a Gehenna foram descobertos no Oriente Médio. Eles contém informações sobre uma linhagem de antediluvianos completamente distinta dos cainitas, e essas informações podem  mudar totalmente o panorama das religiões cainitas.

Nem tudo o que está no Livro de Nod é verdade, mas ele tem a seu favor essa versão de luxo lindíssima lançada pela Renegade. Se você quiser fazer um pergaminho novo e desconhecido, considere desenhar suas próprias iluminuras.

Por fim

Como já discutimos neste podcast, o cânone de qualquer jogo deve ser um ponto de partida para o narrador e os jogadores exercitarem sua criatividade, não amarras imutáveis. Experimente histórias alternativas e origens diferentes para os vampiros de sua crônica. Forneça informações desencontradas – nem todos os mitos estão corretos, afinal. E se os jogadores conseguirem encontrar o paradeiro de um antediluviano e quiserem destruí-lo, ofereça maneiras narrativas interessantes para que isso possa ser feito, mas sempre com um desafio a altura. RPG serve para criarmos histórias em conjunto, não para ficarmos presos à narrativa dos livros.

E, se algum de vocês fizer algo assim, me conte como foi!

Não se esqueça de conferir nossos textos sobre Changeling: o Sonhar.

Bom jogo a todos!

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