Exus – Kiths de Changeling: O Sonhar

Olá galera, Victor aqui novamente, vou falar agora sobre o segundo Kith pela ordem do livro. Com vocês, os Exus [e-XUS]. Não esquentem com o nome, nada tem relação com as religiões de matriz Africana cultuadas no Brasil. São a representação de grandes viajantes, espíritos aventureiros. Como o próprio livro coloca.: “Descendentes, originalmente, dos sonhos das antigas tribos da África, da Índia e de sua terra natal na Caldéia, os exus de hoje podem ser encontrados em qualquer parte do mundo.” Dito isso, lhes apresentarei os Exus. São consumidos por essa vontade de percorrer o mundo, e são vistos como viajantes do mundo, pois ao saírem de sua terra, caminham por onde os seus sonhos ditam.

Exus

São grandes valorizadores de características que garantem sobrevivência em qualquer situação, mas principalmente na estrada. Altamente charmosos, são sagazes no raciocínio e muito engenhosos. Sempre se adaptam às culturas onde chegam, e chegam até a adotá-las. Assim sendo, podem ser vistos como os bardos dos jogos de fantasia medieval, pois fazem canções e narrativas de gabarito. Também podem ser vistos como vigaristas, mas nem sempre levam lado à baila, mas é o tipo de coisa vista por eles como uma via de mão dupla, tipo um toma lá dá cá. Mas como são sagazes ao extremo, dar um golpe em exu não é para qualquer um. Os Exus acabam aprendo novos golpes assim.

São também de extrema curiosidade e muito vaidosos. Por esse motivo, todas as encrencas estão no rol do que um Exu pode meter. Isso acaba deixando-os ressabiados em confiar nas pessoas de cara, o que faz as cerimônias sagradas e opiniões serem guardadas quase a sete chaves, celebrando-as sempre longe dos outros Kithain, sendo muito difícil se receber um convite para uma festa de Exu. Caso receba um, trate como uma grande horaria.

Povo inquieto

Um povo inquieto esses exus, é verdade, mas por esse motivo são dotados de grande sabedoria e acabam se tornando grandes artistas. Amam a Arte e o espírito do momento. Por isso, trate um exu como amigo. Conte-lhes histórias, bebam juntos, cantem, dancem… até histórias de amor são como um balsamo para os exus. Com essas alegrias, eles seguem em frente, buscando aventuras cada vez maiores, mas não se importando com o que os outros Kithain pensam. Seguem orgulhosos e altivos no seu caminho, mas acham importante impressionar os outros. Afinal, dignidade é tudo para os exus.

Sempre usam joias e trajes de grande valor que, para quem vê, podem ser exóticos ou até mesmo bregas. Mas costumam experimentar as coisas locais e aprendem logo a agir como os locais. Nunca ficam o suficiente para serem parte do local, mas o conhecimento agora pertence a eles. Não importa a riqueza, eles prezam mais a sabedoria acumulada nas viagens. Não importa a um exu quem é chamado de rei, duque, conde ou o que seja, os exus são os príncipes das estradas. De todas elas.

Aparência

Mesmo sendo de todas as partes do planeta e etnias, os Exus, em sua maioria, têm pele escura, cabelos e olhos negros ou de um profundo azul. Em geral, são musculosos, esguios e altos, de feições delgadas e braços e pernas longas. Seguem quase sempre a moda ou fazem a própria. São garbosos e encantadores, gostam de seda com um quê de Oriente, África e Índia e dizem que a aurora do próprio tempo pode ser vista nos olhos de um exu.

Estilo de vida

Sem passado, sempre de passagem. Esse é quase seu lema. Sempre acabam optando por profissões que permitam viajar. Jornalismo, comissários de bordo, esportistas são profissões perfeitas para os exus.

Os Infantes não costumam serem lideres, e sim seguidores. Muito educados e prestando bastante atenção em tudo, sempre com indagações sendo feitas. São solidários de forma natural, mas nunca seguem um mesmo adulto por muito tempo, acabam vivendo como passageiros clandestinos ou fugitivos.

Os Estouvados acham que a próxima aventura sempre será mais empolgante que a última, afinal qualquer lenda de um grande feito ou heroísmo é um banquete a ser superado por um exu estouvado. Muito se assemelham fisicamente a uma divindade Africana. São grandes viajantes.

Os Rezingões preferem voltar a lugares já visitados e aprendem a se estabelecer em tais locais, fazendo grandes festas bárdicas, algumas lendárias até. Gostam de trocar histórias sobre o passado glorioso

Afinidade: Cena

Direitos Inatos

Sendas Espirituais: Refinado senso de direção e oportunidade. Sempre chegam ao seu destino nos momentos mais oportunos, tomando sempre as rotsa mais interessantes, permeadas por perigos e desafios. Os Seelie são sempre honrados ao vencerem os infortúnios, já os Unseelie sempre tendem a manter um rastro de rancor e desventura. Mas as histórias sempre valem a pena para um exu. “Não importa o que encontre no caminho, o exu sempre chegará a seu destino… um dia.”

Historiagem: Sempre que encarar uma aventura de verdade, um exu ganha sabedoria e seu repertório de histórias cresce. Os personagens ganham um ponto de experiência a mais em todas as sessões de jogo que aprenderem uma história fantástica nova ou realizarem uma façanha incrível (Enganar um dragão quimérico ou passar a perna num nobre arrogante são dois exemplos)

Exus não sofrem nunca falhas críticas em testes de Performance ou Empatia.

Fraquezas

Imprudência: a confiança e a curiosidade são características inatas. Nunca resistem a desafios, apostas ou qualquer demanda, mas somente se puderem sair com vida, afinal não são estúpidos. Porém, acreditam que sua sorte pode tira-los de qualquer enrascada.

Mote: “Parece ter sido uma aventura e tanto, mas tenho uma história melhor! Passe-me um pouco daquele vinho aromatizado e eu lhe contar…”

Um pouco da visão dos exus em relação aos outros Kiths.

Assim encerro mais esse texto, No próximo, falarei sobre os Nokers [NÓ-kers], os lendários artesãos. E não esqueçam de conferir os outros posts da Liga das Trevas.

Aventurem-se!

Nuwisha – Feras de Lobisomem O Apocalipse

Nuwisha, os metamorfos coiote do Mundo das Trevas, considerados os professores de todas as Feras. Qual papel desempenham no Apocalipse que se aproxima? Qual sua relação com os Garous e demais raças metamórficas? Que mistérios e segredos essa raça guarda e protege?

Considerados por muitos como traiçoeiros e ardilosos, e também os ditos responsáveis por guiar e ensinar seus irmãos Feras, os Nuwisha quase foram levados à extinção, mas nem isso os impediu de continuar seu trabalho.

Nuwisha

Os Nuwisha ocupam o papel de “Professores de Gaia”, responsáveis por guiar e transmitir os conhecimentos e a sabedoria de Gaia a todos as Feras.

Eles estão cientes de que os outros filhos de Gaia, particularmente os Garou, são aprendizes teimosos e, portanto, normalmente enganam as pessoas para que aprendam coisas, em vez de apenas lhes dizer informações diretamente. Muitas lições podem ser aprendidas com estudo e paciência, mas outras lições devem ser ensinadas a duras penas, e são nessas que os Nuwisha são especialistas.

Eles foram quase extintos na Guerra da Fúria, e hoje estão em números reduzidos. Mas nem isso os distanciou de sua missão de “Professores de Gaia”, e mesmo por baixo dos panos, continuam guiando as outras raças.

Sociedade Nuwisha

Ao contrário da maioria das outras Raças, que alcançam Renome e Postos através da Honra e do favor de seu povo, os Nuwisha ganham renome através do ensino. Em vez de Honra, eles têm Humor – e quanto mais bem-humorados eles se provam para sua divindade (uma espécie de Coiote encarnado), mais renome eles obtêm.

Os Nuwisha se orgulham não apenas de ensinar aos outros, mas também de aprender muitas coisas. Para esse fim, eles estão cientes e interagem com a maioria, se não todas as outras raças em mudança. Viajando disfarçados, eles aprenderam muitas coisas sobre os vários Fera do mundo, ganhando notoriedade e inimizade da maioria deles.

Essa inimizade só ocorre bem depois que os Nuwisha deixam a área, deixando aqueles enganados por eles confusos ou enfurecidos porque um Nuwisha conseguiu os melhores segredos e escapou impune

Eles estão em boas relações com o Gurahl e os Corax. Os Garou (com exceção dos Uktena e Wendigo) acreditam que os Nuwisha estão extintos.

As Formas Nuwisha

Existem apenas duas raças conhecidas: Hominídeo e Latrani (coiote). Métis (Impuros) não existem, seja por razões espirituais ou pelo fato de que dois Nuwisha tendem a não ficar juntos tempo suficiente para ter um filho.

Eles possuem várias formas diferentes, assim como as outras raças metamórficas:

Hominídeo – A forma humana base, assim como os Garous.

Tsitsu – A forma semi-humana, equivalente à Glabro dos Garous.

Manabozho –  A forma de combate, equivalente à forma Crinos.

Sendeh  – A forma de um semi-coiote, equivalente à Hispo.

Latrani – A forma de um coiote base.

Usando Nuwisha em Jogo

Imagine uma raça inteira de seres que parecem nascidos sob o Augúrio Ragabash! Os Nuwisha pode ser excelentes antagonistas, ótimos professores/guias/instrutores ou mesmo excelentes orelhas de aprendizado.

Seu papel natural de “Professores de Gaia” tendem a colocar os Nuwisha nunca intervindo diretamente em grandes assuntos, mas sempre preparando o terreno, e os peões, das grandes tramas que se montam.

Sua sede de aprendizado e conhecimento pode colocá-los facilmente de encontro a Garous, outros Feras, e ate mesmo com outras criaturas sobrenaturais do Mundo das Trevas, para o bem ou para o mal!

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Anciões – Jogando com Vampiros Antigos no V5

Uma das mudanças mais radicais do V5 (pelo menos do ponto de vista de alguns jogadores antigos) foi o limite imposto ao poder dos anciões. Nas versões antigas, vampiros antigos podiam chegar até o nível 10 das disciplinas, entre outras coisas. Vamos oferecer aqui algumas regras opcionais para quem quer trazer pro V5 um pouco do poder que os anciões tinham nas edições antigas, assim como fizemos com o Sabá.

Com quantos Neófitos se faz um Matusalém?

Antes de sair enfiando novos níveis nas disciplinas, vamos ver o que temos até aqui. Podemos criar personagens até a 10ª Geração, nascidos entre o final do século XVIII e a década de 1940. Ganhamos mais pontos de Vantagens e Defeitos, bem como 35 pontos de experiência. As tabelas de Geração e Potência de Sangue ajudam a determinar o poder inicial do personagem.

Esse texto foi inspirado numa matéria da Dragão Brasil da época da revista impressa, a DB 40. Esta imagem era a capa da matéria, e é algo que ficou na minha mente até hoje.

Com base nisso, vamos usar as regras do Mar do Tempo (pg. 137) para criar uma nova categoria um pouco diferente.

Ancião: Abraçada entre 1280 e 1780

  • 9ª, 8ª, 7ª ou 6ª Geração: Potência do Sangue Igual à inicial para geração + bônus de idade.
  • Cada jogador adiciona 2 pontos de Vantagens
  • Cada jogador adiciona 2 pontos de Defeitos
  • Cada jogador subtrai 1 de Humanidade
  • Cada jogador gasta uma quantidade de pontos de experiência igual ao bônus de idade..

Idade

A maior parte do poder do ancião vem com o conhecimento e experiências acumulados durante seus anos de atividade. Para cada 100 anos de atividade, um ancião recebe um bônus inicial de 35 pontos de experiência. Para cada 200 anos de atividade, recebe também um ponto adicional na sua Potência de Sangue e subtrai um ponto de sua Humanidade.

Perceba que atividade e existência são duas coisas separadas. Um vampiro que passe muitos anos em torpor não recebe esses benefícios.

Além disso, para cada 100 anos de atividade, o personagem passa por um Acontecimento. Um acontecimento é um pequeno resumo de algo importante que aconteceu na história do personagem em determinado período.

Para cada acontecimento, o personagem recebe um ponto de Vantagem e um ponto de Defeito, representando as conquistas alcançadas durante o período em questão, bem como eventuais inimigos feitos durante o caminho. Também pode adicionar um ponto em qualquer Habilidade e mais uma Especialização.

“Parabéns pra você. Nessa data querida…”
“Ah, que saco, todo século isso…”

Disciplinas

Confesse, você começou a ler este texto pensando nisso, não é?

Vampiros que atingem patamares de poder muito altos desenvolvem poderes únicos para suas disciplinas. Quando um vampiro atinge Potência de Sangue 6 ou mais, ele desenvolve usos especiais para o poder de seu sangue chamados de Poderes Avançados. A partir deste ponto, o personagem ganha um novo Poder Avançado cada vez que sua Potência de Sangue aumenta. Novos poderes também podem ser comprados por 30 pontos de experiência.

Perceba que Poderes Avançados podem combinar mais de uma disciplina. São realmente usos únicos para as disciplinas desenvolvidas por cada vampiro. Para criar seus poderes únicos, você pode utilizar os seguintes métodos:

Método 1: Alterar poderes já existentes

O primeiro método é partir de poderes já existentes e ampliá-los, alterando parâmetros como Duração, Alcance e Número de Alvos seguindo a tabela abaixo. O Narrador pode permitir que, para poderes de níveis mais baixos, mais de um parâmetro possa ser alterado dessa maneira,a razão de uma Ampliação para cada ponto de diferença (uma ampliação para poderes de nível 5, dois para poderes de nível 4, assim por diante).

Duração: Um turno -> Uma cena -> Uma noite -> Uma semana -> Um mês -> Um ano

Alcance: Um metro -> Dois metros -> Cinco metros -> Dez metros -> Trinta metros. Para poderes com alcances diferentes, como Um com a Terra, dobre o alcance para cada ampliação.

Número de Alvos: Um alvo -> Dois alvos -> Seis alvos -> Vinte alvos -> Todos os alvos em uma área.

Naturalmente, o narrador pode permitir que outros parâmetros sejam alterados também.

Exemplo: Rick, um Brujah ancião, decide criar uma versão ampliada do poder de Potência Força Direto da Fonte. Por ser um poder de nível 4, o narrador permite que Rick utilize duas ampliações. Rick decide que seu novo poder vai afetar não um, mas dois alvos e que ao invés de uma noite, eles estarão sob efeito desse poder durante uma semana. Rick decide chamar seu novo poder de Fúria do Sangue.

Alternativamente, Rick poderia pedir para ampliar outro parâmetro da disciplina, como o nível de Potência concedido pelo poder de depois (metade do nível da disciplina arredondado para baixo) para três.

Método 2: Adaptar poderes de edições antigas

Este é o método mais simples. Apenas pegue uma regra antiga e atualize alguns parâmetros para a nova edição, sempre levando em consideração que:

1: Os testes em V5 para a ativação de disciplinas são sempre feitos com Atributo + Disciplina (ao invés de Atributo + Habilidade).

2: Não existe mais a resistência passiva (usar uma característica como dificuldade de um teste, por exemplo).

Exemplo: Rick quer adaptar o poder de Presença nível 6 Paralyzing Glance. O teste para ativar a disciplina passa a ser Manipulação + Presença contra Autocontrole + Presença. Um sucesso deixa o alvo paralisado por um número de turnos igual seu nível em Presença, enquanto um sucesso crítico deixa o alvo paralisado até o fim da cena.

Método 3: Criar novos poderes

Bom, por que não? Pense no que você quer fazer e trabalhe nisso com seu narrador. Tente analisar quais são os parâmetros dos outros poderes e use-os como base para desenvolver suas próprias ideias.

Exemplo: Rick acredita que seu domínio em Celeridade é suficiente para permiti-lo quebrar algumas regras do espaço-tempo, permitindo olhar alguns instantes no passado e no futuro. O jogador e o narrador conversam e decidem pelo seguinte: Com um teste de Raciocínio + Rapidez, Rick pode ver um número de turnos no passado igual seu nível de Rapidez, ou distinguir os rumos mais prováveis para os acontecimentos do presente, ganhando automaticamente a iniciativa um número de turnos igual seu nível de Rapidez.

Agora… deixar os jogadores criarem seus próprios poderes de disciplinas ou não, é por sua conta e risco.

Por fim

Essas são apenas algumas regras opcionais simples que colocam um pouco do poder dos anciões nas mãos dos jogadores. Porém, jogar com anciões vai além disso. Estender seus domínios durante séculos, acumular influência na sociedade, bem como inimigos poderosos, é um combustível incrível para histórias. Espero que gostem dessas regras e usem-as em suas crônicas.

E não esqueça de conferir nosso post sobre o Monty Python’s Cocurricular Mediaeval Reenactment Programme.

Bom jogo a todos!

Boggans – Kiths de Changeling: O Sonhar

Bom meu povo. Victor que vos fala outra vez, continuando os textos sobre Changeling: O Sonhar, vou falar hoje sobre os Boggans, o primeiro Kith que o livro traz, e seguirei nessa sequência. Se alguém quiser conferir, coloquei a lista no post anterior.

Pois bem, falarei agora sobre os Boggans [BÔ-gãs].

Boggans

O livro diz “o maior prazer do boggans é o trabalho”. Isso, por si só, já diz muito sobre eles. Gostam de rotina, empregos seguros e corriqueiros. Nada que os tire da rotina é bem visto. Gostam de serem reconhecidos pelo seu trabalho e honestidade. São hospitaleiros e adoram ajudar os outros, muito prestativos mesmo. Os viajantes são sempre bem-vindos em suas casas, e acabam adorando encontrar um boggan pelo caminho.

Porem, há os que também se aventurem pelas estradas para prestar ajuda ao que encontram. Esses, em geral, são os Estouvados. Os boggans Seelie são abnegados e altruístas, com uma enorme compaixão em seus corações. Já os Unseelie são movidos por oportunismo. Contudo, a Corte não importa, e sim o trabalho. O auxilio às pessoas traz a graça e a glória. Mas não se enganem, eles não são submissos: gostam de ajudar, mas reconhecem o próprio valor e têm orgulho disso.

Aparência

Costumam ser baixos e gostar de boa comida, por isso, acabam obesos em sua maioria. Têm olhos brilhantes e grandes narizes e sobrancelhas grossas. Os calos são uma marca registrada em suas mãos com dedos ágeis. É isso que nos diz o livro, mas podemos dar nosso próprio estilo sem fazê-los perder a identidade.

O estilo de vida depende muito mais da idade do boggan. Em geral, os Infantes são brincalhões e farristas, sempre fazendo uma zorra onde há outros trabalhando. Os Estouvados são impelidos a aventura,  e assim que se apegam ao grupo, passam a cuidar dos outros. Cuidam da comida e aprovisionamentos. Já os Rezingões adotam residências que tendem a ser eternas se lá tiverem afazeres.

Direitos Inatos

Artesanato: São exímios artesãos e fazem seu trabalho com tanto esmero que nenhum boggan sofre falha crítica em testes de Ofícios. Conseguem fazer o trabalho bem mais acelerado se não estiverem sendo observados.

Dinâmica Social: São ótimos em relacionamentos porque conhecem a fundo a dinâmica de um lar, e nesse ponto, acho que o livro se supera no aspecto de ludicidade. Diz exatamente assim: “os Seelies captam pequenos indícios, como olhares discretos de futuros amantes; os Unseelies tendem a perceber conspirações e rivalidades.” Eles revelam a dinâmica social de um grupo com um teste de Percepção + Empatia (ou Lábia). Dificuldade 5 a 10, a cargo do narrador e da questão em si. Os Direitos Inatos funcionam tanto com Changelings como também com mortais e desencantados.

Fraquezas

O Chamado dos Necessitados: É tão inata a vontade de ajudar que um boggan, quando se depara com um necessitado, precisa passar por um teste de Força de Vontade (dificuldade 8) para não precisar ajudar.

Mote: Segundo o livro: “Ora, o que aconteceu com você meu amigo? Aqui, sente-se peto do fogo que eu vou te trazer algo quente para você beber. Por favor, conte-me tudo…”

Um pouco da visão dos boggans em relação aos outros Kiths.

Assim, encerro o texto sobre Boggans, na próxima falarei sobre Exus [e-XUS], os grandes viajantes.
Desejo a todos boas rolagens.

Aventurem-se!

Ananasi – Feras de Lobisomem O Apocalipse

Ananasi, os metamorfos aracnídeos do Mundo das Trevas, herdeiros e crias da Grande Rainha Ananasa. Qual papel desempenham no Apocalipse que se aproxima? Qual sua relação com os Garous e demais raças metamórficas? Que mistérios e segredos essa raça guarda e protege?

Talvez os metamorfos mais distantes de Luna, com sangue frio e atitudes calculistas, sua devoção à grande Rainha Ananasa e sua visão particular de mundo os colocam no meio dos principais conflitos do Mundo das Trevas.

Ananasi

Luna abençoou quase todas as raças metamórficas do Mundo das Trevas. Quase.

Ao contrário das outras raças, os Ananasi ganharam sua forma, função, habilidades e poderes da Grande Rainha Ananasa, um espírito aranha ancião criado pela própria Weaver. Sua missão é salvar sua rainha, aprisionada pela Weaver, e restaurar o equilíbrio da Tríade.
Enquanto as outras raças metamórficas lutam por Gaia, para os Ananasi salvar Gaia é apenas uma consequência de sua grande missão. Os fins justificam os meios, e alianças podem ser feitas em prol de um grande objetivo maior em comum.
Sociedade AnanasiOs Ananasi reconhecem a si mesmos como Damhán. Os Damhán não são dotados de Fúria de Luna, e por isso não sentem o Frenesi. Na verdade, seu comportamento difere em muito das outras raças metamórficas por esse detalhe. Como sociedade, tendem a ser mais soturnos, frios, calculistas, introspectivos e analíticos.

Sua regeneração de danos e ferimentos seguem o padrão humano, entretanto, Damháns podem se valer de poderes do sangue para vários efeitos, e entre eles a regeneração. Além disso também podem exalar conscientemente feromônios que atraem sexualmente e instilar veneno por suas glândulas (e esse veneno varia de acordo com a aranha base).

Damháns também não se dividem em augúrios ou tribos, e sim em Aspectos e Facções, totalizando 9 combinações diferentes. Cada uma dessas combinações é chamada de Cabala.

As Formas Ananasi

Os Damhán possuem várias formas diferentes, assim como as outras raças metamórficas:

Hominídeo – A forma humana em sua aparência, mas longe de uma forma humana comum em sua biologia. Mesmo nessa forma, as características aracnídeas como posição e quantidades de órgãos são preservadas.

Lilian– A forma de combate, equivalente ao Crinos dos Garous. Essa forma varia pra cada Damhán, que podem ter vários braços e corpo humanóide, ou apenas o torso aracnídeo como uma espécie de centauro.

Pithus–  A forma aracnídea. É maior, mais pesada e mais robusta que sua equivalente natural do mundo normal.

Crawlerling (Rastejadora)– Uma forma exclusiva dos Damhán, utilizada para entrar na Umbra. O Damhán torna-se uma espécie de enxame de aranhas que formam um grande corpo maior.

Araneid – A forma semelhante à Glabro dos Garous, porém só pode ser aprendida em postos mais elevados e atravéns de rituais.

As Facções Ananasi

Myrmidon – a facção dos guerreiros. Aprendem combates armados e artes marciais, assim como táticas de guerrilha quando necessários, e agem com energia em prol da Grande Rainha.

Viskr – a facção dos juízes e místicos. Aprendem rituais, magias, segredos ocultos e são os ponderadores de conflitos. Estão entre os que mais interagem com outras raças metamórficas, nem que seja para aprender seus segredos.

Wyrsta – a facção dos questionadores. São aqueles que questionam, filosofam, buscam aprender os segredos e desejos da Grande Rainha, além de testarem os Damhán.

Aspectos Ananasi

Como raça e sociedade, os Damhán se prestam a servir e proteger a Grande Rainha Ananasa acima de tudo, e restaurar o equilíbrio da tríade na sequência.

Em busca desse equilíbrio, os Damhán podem se perder em qual das três faces da tríade se voltam mais, e isso os divide em três Aspectos diferentes, cada um deles ligado à uma das faces da Tríade.

Tenere -os dedicados à Weaver. São os que melhor controlam suas emoções e sentimentos, além de desejarem restaurar a glória da Weaver antes de toda essa loucura.

Hatar -os servos da Wyrm. Assim como os Tenere, veneram a face original a Wyrm, sua face destruidora e controladora dos excessos, e não a atual força corruptiva e insana.

Kumati – os nascidos da Wyld. São criativos, dinâmicos, mais extrovertidos que o comum pra sua raça, e parecem gostar de mudanças e novos desafios.

Usando Ananasi em Jogo

Não é nada difícil ou impossível colocar Ananasi no Brasil pra jogar, dado o grande número de espécies de aracnideas que temos nas nossas terras. Mais precisamente são cerca de 3.203 espécies divididas em 72 famílias.

A Tarântula-Golias-Comedora-De-Pássaros (Theraphosa blondi) é a maior das aranhas viventes na Terra e habita a região da Amazônia. Sua interação com as raças metamórficas das Américas é muito presente e influente, e pode ou não conflitar diretamente com os Garous.

Os próprios suplementos Changing Breeds e Rage Across Amazon já dão algumas dicas de como colocar Ananasi em jogo, mas nada que seja tão complexo. Nós bem sabemos o quão comum é encontrar aranhas aqui pelo Brasil, mesmo nas áreas mais urbanas. E vale ressaltar que os Ananasi preferem as áreas de maior influência da Weaver!

Não vou me ater a explicar demais os Ananasi agora pois, assim como os Bastet, eles tem sua complexidade e merecem uma abordagem melhore mais caprichada (além de serem minha raça favorita do Mundo das Trevas)! Então, quem sabe logo em breve, né?

Carniçais – Dicas de Vampiro: A Máscara

Os mortais que servem aos vampiros são muitas vezes deixados de lado por jogadores e narradores. Porém, são seres com um potencial imenso para sua crônica. Vamos falar um pouco mais sobre eles hoje.

O que são Carniçais

Carniçais são mortais que, ao consumir sangue vampírico, desenvolvem poderes menores. Alguns chegam a possuir um ou outro poder das disciplinas cainitas, mas todos têm em comum uma resistência sobrenatural (ainda que menor que a dos vampiros) e a interrupção do envelhecimento.

Os poderes dos carniçais só funcionam enquanto ele tiver algum resquício de sangue vampírico em seu organismo. Por isso, a grande maioria dos carniçais está diretamente ligada a um vampiro específico, geralmente conhecido como domitor. Isso quer dizer que quase todo carniçal será submisso ao laço de sangue com alguém (existem exceções, falaremos delas).

Existem inúmeros tipos de carniçais, talvez mais até do que de vampiros (que costumam gravitar em torno dos estereótipos de clã). Vamos dividi-los em três grandes tipos básicos.

Tenho certeza que vários narradores que estão lendo já fizeram crônicas inteiras em que todos os carniçais eram seguranças ou motoristas. Não se preocupe, vamos dar um jeito nisso!

Candidatos ao abraço

Às vezes os membros gostam de “testar” candidatos ao abraço por um tempo antes de, de fato, criar um novo vampiro. Isso tende a ser mais comum em cidades onde a restrição ao abraço é enfatizada, mas também pode variar de clã para clã e de indivíduo para indivíduo.

Esse tipo de carniçal tende a absorver muito do estereótipo do clã, e às vezes até frequentar a sociedade vampírica ao lado de seu domitor. Não é raro ver casos onde um membro sente algo por um mortal, seja paixão, afinidade ou mera curiosidade, e acaba trazendo-o para seu séquito de carniçais, aliados e servos.

Exemplos clássicos desse tipo de aproximação são: o carniçal artista que um toreador mecenas usa para impressionar seus pares. Um jovem empresário e político que está na lista do suborno de uma importante ventrue, mas que mostra-se cada vez mais ousado e confiável. Um lutador de boxe clandestino que trabalha para seu contratante Brujah. O enfermeiro do sanatório que secretamente trabalha para a médica malkaviana. A moradora de rua que conta tudo para o xerife nosferatu. A médica que desvia material de laboratório (e até algumas coisas menos ortodoxas) para a Tzimisce poder fazer seus experimentos tranquilamente. E a lista segue.

Servos

Nem todos os carniçais são recrutados por afinidade. Alguns são apenas peças no tabuleiro de uma disputa muito maior. São o chão de fábrica que faz, na prática, a sociedade cainita funcionar.

Esse tipo de carniçal se distancia bastante dos estereótipos de clã, e também não gozam dos “privilégios” do tipo anterior. Em geral, não possuem uma relação de intimidade com seus domitores, e a confiança só vai até os limites do laço de sangue que os mantém unidos.

Geralmente toda a equipe de apoio de um membro entra nessa categoria: seguranças, motoristas, funcionários e até políticos, policiais, jornalistas, criminosos, bonecos-de-sangue e outras coisas assim. Porém, perceba que os carniçais dessa categoria cruzam as fronteiras do que seria esperado de determinado clã. Um toreador pode muito bem manter como carniçais uma mafiosa brutamontes para protegê-lo, um militar linha-dura com cargo na câmara de vereadores local e um ativista que mantém uma ONG próximo ao domínio da primigênie nosferatu, se isso for importante para os planos dele.

O fato é que criar esse tipo de carniçal dá margem para personagens e NPCs muito diferentes do esperado. Um mortal influente em qualquer esfera da sociedade pode acabar enredado na disputa entre clãs completamente antagônicos. É a chance de criar um mortal bacana e cheio de personalidade, e depois dar a ele aquele “temperinho” sobrenatural.

“Ou móveis. Meu amigo Tzimisce disse que carniçais dão ótimos móveis.”

Independentes

Este é o tipo mais raro de carniçal, e também o que mais luta para manter sua existência como tal. Este carniçal provavelmente começou em uma das duas categorias anteriores, mas encontrou sua liberdade de alguma forma. Ou negociando com seu domitor, ou traindo-o, ou qualquer outra possibilidade.

Carniçais independentes são considerados perigosos pela sociedade cainita, principalmente pela Camarilla (embora alguns Anarch respeitem tais seres). São mortais com conhecimento sobre sociedade cainita com a possibilidade de agirem durante o dia livremente. Praticamente quebras de máscara ambulantes.

Aliás, vale dizer que, pela fria letra da lei, TODO carniçal é uma quebra de máscara, uma vez que eles ainda são mortais. Porém, a verdade é que isso é simplesmente ignorado pela sociedade vampírica em favor da comodidade de construir alianças dentro da sociedade humana.

Carniçais independentes ainda precisam continuar consumindo sangue vampírico, então precisam se relacionar com a sociedade vampírica de uma forma ou outra. Existe o clássico tropo do carniçal independente que caça vampiros, usado na nossa crônica Temos Medo e Estamos Sozinhos. Mas claro que há outras possibilidades. Carniçais que atuam como mercenários, vendendo seus serviços a qualquer vampiro que possa pagar com um pouco de dinheiro e sangue, podem render personagens especialistas muito interessantes, verdadeiros soldados de elite para povoar sua crônica. Em uma crônica que se passa na antiguidade, por exemplo, já criei uma sacerdotisa independente que servia a comunidade cainita local, selecionando e treinando mortais para se tornarem carniçais de outros vampiros.

Carniçais independentes também não estão subordinados à Camarilla, ao Sabá ou aos Anarch, permitindo-os transitar livremente entre todas as camadas da sociedade vampírica (limitados apenas pela sua própria moral). Percebe por que esse tipo de carniçal é considerado perigoso?

“Vai demorar muito ainda? Tenho um outro freela às dez…”

Por fim

É fácil, ao jogar Vampiro, focar demais na sociedade cainita e esquecer como os mortais são afetados pelos jogos de poder que acontecem nas sombras. Por outro lado, há uma camada inteira de potenciais personagens extremamente ricos e complexos transitando logo abaixo dos olhos e presas imortais que costumam ser os protagonistas da noite. Pensar neles um pouco mais pode enriquecer muito sua crônica.

E não se esqueça de curtir nosso novo podcast, o Quimera de Aventuras.

Bom jogo a todos!

Aspectos – Conceitos de Changeling: O Sonhar

Beleza gente, Victor novamente aqui! Vou falar um pouco mais do Sonhar.

Como em todo jogo da White Wolf, as fichas são formadas com o preenchimento de bolinhas. Mas antes de pensar nas fichas, devemos pensar na personagem que queremos fazer. Em Lobisomem: O Apocalipse, escolhemos Tribo e Augúrio. Em Vampiro: A Máscara, escolhemos Clã e Seita, em Changeling: O Sonhar, não é diferente. Devemos escolher o Kith e corte: Seelie ou Unseelie. Vale lembrar que Kith é, de certa forma, a identidade Feérica dos changelings, como vemos no trecho retirado do livro.

“O que determina quem somos? Apesar de tentarmos controlar nossas identidades, inúmeros fatores influenciam aquilo que nos tornaremos. Nossa idade, nossa educação, nosso padrão de vida: todos esses fatores afetam quem nós somos. Isso é duplamente verdadeiro para os changelings. A idade traz consigo certas expectativas. O histórico de um changeling como mortal afeta a máscara que ele apresenta ao mundo. A herança de seu kith influencia sua identidade feérica. A identidade não é tão simples quanto parece; ela é construída aos poucos, com o passar do tempo, camada por camada.”

Changeling: O Sonhar, página 85

Aspectos

Mas antes do Kith, precisamos escolher seu Aspecto, que se refere à idade em que o changeling passa pela Crisálida*. Isso vai influenciar bastante em como o changeling será visto. São definidos em três categorias, que, coletivamente, são chamados de Aspectos, e são:

Infantes

Fisicamente estão entre três e treze anos de idade, mas isso não representa a maturidade da personagem em questão. O deslumbramento e a inocência da infância trazem O Sonhar para mais próximos dos infantes. Entre todos os changelings, são os menos afetados pela Banalidade*. Também são os com mais Glamour* entre todos.

Estouvados:

Estão entre treze e 25 anos de idade. Arrogantes, presunçosos e sempre na disputa pela liderança das Cortes Seelie e Unseelie. Já perderam a inocência dos infantes e, em geral, são de longe os mais numerosos. Também são os mais rebeldes e hedonistas.

Rezingões:

São os “adultos” na sociedade dos changelings. Muitos se tornam amargos e irascíveis por sentirem falta do Glamour que a juventude tinha. Eles são os mais afetados pela Banalidade, pois a idade vai aos poucos destruindo seu idealismo. Mas não quer dizer que sejam tão descrentes quanto a maioria humanos normais. São vistos como teimosos e sossegados pelos outros aspectos.

Esse é o primeiro ponto a ser escolhido. No próximo texto, trarei as outras características. Mas adianto aqui a lista de Kithain com suas respectivas pronúncias entre colchetes.

Boggans [ BO-gas]
Exus [e-XUS]
Nockers [NÓ-kers]
Pooka [PU-ka]
Redcaps [ᴚRÉD-képs]
Sátiros [SA-ti.-ros]
Sidhe [CHI]
Sluagh [SLU-a]
Trolls [TRÓUS]

*Conceitos que explicaremos em textos futuros.

Bastet – Feras de Lobisomem O Apocalipse

Bastet, os metamorfos felinos do Mundo das Trevas, outrora divididos em nove grandes tribos raciais, amargam a extinção completa de uma raça inteira de seus irmãos. Antigos reis, sacerdotes e conselheiros de grandes impérios e reinados, hoje uma mera sombra de todo seu poderio.

Qual papel desempenham no Apocalipse que se aproxima? Qual sua relação com os Garous e demais raças metamórficas? Que mistérios e segredos essa raça guarda e protege?

Talvez a mais ferrenha protetora raça metamórfica da América do Sul, as possibilidades de uso e histórias com Bastets são inúmeras e muito interessantes!

Bastet

Os Bastet são a mais complexa das raças metamórficas após os Garou. Pela inúmera variação d eraças de felinos, a variação de “raças” de Bastet também é muito grande.

Leões, felinos domésticos, panteras, tigres… cada tipo de felino é representado por uma tribo diferente de Bastets, totalizando 9. Uma delas, no entanto, acredita-se estar extinta.

Assim como os Garous, os Bastets também se expalharam ao redor do mundo, fazendo parte de sua expansão populacional e ocupacional desde os primórdios da humanidade. Inclusive, muitos Bastet estiveram presentes diretamente na cultura e nas religiões humanas.

Sociedade Bastet

Divididos em nove grandes tribos, os Bastet variam a sua sociedade de acordo com suas tribos, e cada uma delas quase pode ser considerada como uma raça metamórfica à parte.

Cada região do mundo tem a prevalência racial de um tipo de felino diferente, consequentemente de uma tribo Bastet diferente também.

Cada tribo tem seus ajustes raciais, acesso a dons e tudo mais, e destrincharei isso melhor em um outro artigo pra não ficar extenso demais! Por hora, basta saber quem eles são, como se dividem e ideias de como utilizá-los em jogo!

As Formas Bastet

Os Bastet, em todas as suas tribos, assim como os Garous, possuem 5 formas:

Hominídeo – A forma humana comum, seguindo todas as regras comuns a humanos. Suas feições e características variam de acordo com a tribo de nascimento.

Sokto – A forma quase humana, semelhante à forma Glabro.

Crinos –  A forma guerreira de combate, uma mistura de Felino com Homem.

Chatro – A fora quase animal, semelhante ao animal da tribo de origem, porém maior e mais selvagem.

Felino – A forma base do felino da tribo de nascimento.

As Nove Tribos Bastet

Simba – a tribo dos Leões, predominantes na África.
Sokto
 – Força +2 / Destreza +1 / Vigor +1 / Man -1 / Ap -1
Crinos – Força +3 / Destreza +2 / Vigor +3 / Man -2 / Ap 0 (Incita Delírio reduzido)
Chatro – Força +4 / Destreza +2 / Vigor +2 / Man -2 (Incita Delírio) Mordida: Força +2
Felino – Força +2 / Destreza +2 / Vigor +2 / Man -1
Fúria Inicial: 5
Força de Vontade Inicial: 2

Khan – a tribo dos Tigres, predominantes na Ásia.
Sokto
 – Força +2 / Destreza +1 / Vigor +1 / Man -1 / Ap -1
Crinos – Força +3 / Destreza +2 / Vigor +3 / Man -3 / Ap 0 (Incita Delírio reduzido)
Chatro – Força +4 / Destreza +2 / Vigor +3 / Man -3 (Incita Delírio) Mordida: Força +2
Felino – Força +3 / Destreza +2 / Vigor +2 / Man -3
Fúria Inicial: 5
Força de Vontade Inicial: 2

Balam – a tribo dos Jaguares, predominantes na América Central.
Sokto – Força +1 / Destreza +1 / Vigor +2 / Man -1 / Ap -1
Crinos – Força +3 / Destreza +2 / Vigor +3 / Man -3 / Ap 0 (Incita Delírio reduzido)
Chatro – Força +3 / Destreza +2 / Vigor +3 / Man -3 (Incita Delírio) Mordida: Força +2
Felino – Força +2 / Destreza +2 / Vigor +2 / Man -3
Fúria Inicial: 4
Força de Vontade Inicial: 3

Bagheera – a tribo dos Panteras, e a mais numerosa de todas. Predominante na África, Oriente Médio e Sul da Ásia.
Sokto – Força +1 / Destreza +2 / Vigor +1 / Man -1 / Ap -1
Crinos – Força +3 / Destreza +2 / Vigor +3 / Man -3 / Ap 0 (Incita Delírio reduzido)
Chatro – Força +3 / Destreza +3 / Vigor +2 / Man -3 (Incita Delírio) Mordida: Força +2
Felino – Força +2 / Destreza +3 / Vigor +2 / Man -3
Fúria Inicial: 2
Força de Vontade Inicial: 4

Pumonca – a tribo dos Pumas, predominantes na América do Norte.
Sokto – Força +1 / Destreza +2 / Vigor +1 / Man -1 / Ap -1
Crinos – Força +2 / Destreza +3 / Vigor +3 / Man -3 / Ap 0 (Incita Delírio reduzido)
Chatro – Força +3 / Destreza +3 / Vigor +2 / Man -3 (Incita Delírio) Mordida: Força +2
Felino – Força +2 / Destreza +2 / Vigor +2 / Man -3
Fúria Inicial: 4
Força de Vontade Inicial: 4

Swara – a tribo dos Guepardos (Chitas), numerosos na África.
Sokto – Força +1 / Destreza +2 / Vigor +1 / Man -1 / Ap -1
Crinos – Força +2 / Destreza +3 / Vigor +2 / Man -3 / Ap 0 (Incita Delírio reduzido)
Chatro – Força +2 / Destreza +4 / Vigor +2 / Man -3 (Incita Delírio) Mordida: Força +2
Felino – Força +1 / Destreza +4 / Vigor +1 / Man -3
Fúria Inicial: 2
Força de Vontade Inicial: 4

Qualmi – a tribo dos Linces, predominantes também na América do Norte.
Sokto – Força +0 / Destreza +2 / Vigor +1 / Man -2 / Ap -1
Crinos – Força +1 / Destreza +2 / Vigor +2 / Man -2 / Ap 0 (Incita Delírio reduzido)
Chatro – Força +2 / Destreza +3 / Vigor +2 / Man -2 (Incita Delírio) Mordida: Força +2
Felino – Destreza +2
Fúria Inicial: 2
Força de Vontade Inicial: 5

Bubasti – a tribo dos “Shadowcats” predominantes do Egito.
Sokto – Força +0 / Destreza +2 / Vigor +0 / Man -1 / Ap -1
Crinos – Força +1 / Destreza +3 / Vigor +1 / Man -3 / Ap 0 (Incita Delírio reduzido)
Chatro – Força +2 / Destreza +3 / Vigor +1 / Man -3 (Incita Delírio) Mordida: Força +2
Felino – Força +1 / Destreza +4 / Vigor +1 / Man -3
Fúria Inicial: 1
Força de Vontade Inicial: 5

Ajaba – a tribo das Hienas, numerosas na África, e mal vista pelas outras tribos.
Sokto: Força + 1 / Destreza + 1 / Vigor +2 / Manipulação -1 / Aparência – 3
Crinos: Força + 3 / Destreza + 1 / Vigor + 3 / Manipulação -2 / Aparência 0
Chatro: Força + 2 / Destreza + 2 / Vigor + 3 / Manipulação – 2 / Aparência 0
Felino: Força + 2 / Destreza + 2 / Vigor + 2 / Manipulação – 2 / Aparência 0  ( Dano de Mordida +3 )

Ceilican – a extinta tribo dos Gatos Fada.
Sokto – Força +0 / Destreza +2 / Vigor +1 / Man -0 / Ap +1
Crinos – Força +1 / Destreza +3 / Vigor +1 / Man +0/ Ap -2 (Incita Delírio reduzido)
Chatro – Força +0 / Destreza +4 / Vigor +1 / Man -2 / Ap 0 (Incita Delírio) Mordida: Força +2
Felino – Força -1 / Destreza +4 / Vigor +0 / Man -2 / Ap 0
Fúria Inicial: 3
Força de Vontade Inicial: 3

Usando Bastets em Jogo

Não é nada difícil ou impossível colocar Bastes no Brasil pra jogar, dado o grande número de espécies de felinos que temos nas nossas terras.

Os próprios suplementos Changing Breeds e Rage Across Amazon já dão algumas dicas de como colocar Bastets em jogo.

Outras referências de como usá-los estão na nossa crônica Mar de Mortos, e no nosso personagem especial T’tchalla Boseman, postado aqui recentemente!

Não vou me ate a explicar demais os Bastet agora pois, assim como as Tribos Garous, cada tribo Bastet tem sua complexidade e merece uma abordagem melhor! Então, quem sabe logo em breve, né?

Domínios e Territórios – Dicas de Vampiro: A Máscara

Domínios. Uma palavra muito usada ao longo de todas as edições de Vampiro: A Máscara, mas nunca explicada em detalhes. Hoje vamos tentar entender um pouco melhor como os vampiros se relacionam com seus territórios e como as diferentes seitas lidam com esse conceito.

O que são domínios?

Domínios são, basicamente, territórios de caça. Como animais predadores, vampiros precisam se alimentar, e precisam de uma grande disponibilidade de mortais para isso, o suficiente para consumirem o equivalente a um ponto de fome/sangue por dia sem levantar suspeitas na sociedade humana.

Domínios pequenos ou com pouca disponibilidade de caça podem trazer problemas para os membros. Vampiros se alimentando constantemente em uma população pequena podem fazer relatos de suas atividades saírem do controle, provocando desconfiança e medo na população. Na melhor das hipóteses, teríamos uma população doente e anêmica. Na pior das hipóteses, frenesis poderiam resultar em uma onda de violência descontrolada. Nenhuma dessas coisas seria boa para a sociedade cainita.

Por outro lado, territórios grandes e de caça abundante tendem a atrair mais e mais membros, resultando em um domínio de difícil proteção. Por isso, muitos vampiros compartilham territórios de caça, seja na forma de coteries, seja nas estruturas hierárquicas mais complexas das seitas.

Às vezes, tomar conta do domínio requer atitudes mais… diretas.

Camarilla: Feudos modernos

A Camarilla é a estrutura mais rígida dentro da sociedade vampírica. Há uma hierarquia centralizada na figura do príncipe, que pode dividir seu poder com anciões da assim chamada primigênie. Os domínios da Camarilla são uma parte importante do que compõe a unidade da seita.

Os domínios na Camarilla são reconhecidos pelo príncipe, que pode distribuí-los como recompensa por serviços prestados, reconhecimento de Status, reparação em alguma disputa ou outro motivo. Naturalmente, anciões terão os melhores territórios, geralmente em bairros com uma vida noturna pujante, enquanto neófitos ficam com territórios mais modestos.

Também existem territórios de caça outorgados a clãs inteiros, onde qualquer membro de determinado clã pode se alimentar, bem como territórios de caça ‘livres’, que não podem ser reivindicados por nenhum vampiro. Por último, coteries compostas por vampiros jovens podem ter seus próprios domínios.

Em troca do reconhecimento de um domínio, o Príncipe espera lealdade. Se ele precisar lidar com algum rebelde esquentadinho ou outra ameaça (ou mesmo uma disputa pessoal com outro ancião). talvez acabe solicitando os serviços de determinado membro ou coterie para lidar com a ameaça. Desafiar o príncipe é desafiar o poder da Camarilla, e o contestador pode ele mesmo se tornar alvo do príncipe.

Por outro lado, um domínio da Camarilla é relativamente estável. Um vampiro que se alimente no domínio de outro ilegalmente (isto é, sem pedir permissão) pode receber sanções do Príncipe. Isso acontece porque, muitas vezes, esta atitude pode ser vista como um desrespeito à própria autoridade do regente.

“Tem que fazer um servicinho sujo pro Príncipe volta e meia, mas tamo aí.”

Sabá: Irmãos em Caim

O Sabá não é só uma estrutura política como a Camarilla. É um séquito religioso. Domínios do Sabá são, vulgarmente, domínios coletivos. Quando o Sabá domina uma cidade ou parte dela, geralmente todos os membros da seita podem se alimentar livremente em qualquer parte do território. Se houver alguma restrição de alimentação, ela será de cunho religioso, não político (não se alimentar próximo aos locais ritualísticos, por exemplo).

Isso não quer dizer que membros experientes do Sabá não reivindicam territórios individuais ocasionalmente. Apenas que um vampiro que faça isso pode ser visto com desconfiança, ou mesmo como um traidor dentro da seita.

Por outro lado, cidades em que o Sabá mantém uma disputa constante com outros sectos, podem ter territórios divididos entre os bandos para facilitar estratégias de patrulha e defesa. Naturalmente, esses domínios acabam evoluindo para algo semelhante a territórios de caça, com o diferencial de não serem exclusivos.

Problemas e disputas relacionadas à atividade de caça podem ser resolvidas consultando o Arcebispo ou outra disputa ritualística, como a Monomaquia. Contudo, é importante frisar que dependendo da natureza da disputa, isso pode ser visto como um desvio da filosofia primordial do Sabá, ou mesmo como falta de lealdade.

Ou seja: Você, membro do Sabá, que pegou o Defeito Bairrismo só pra ganhar uns pontinhos, saiba que você está a um passo de se tornar um traidor.

Anarch: Sua casa é seu castelo

Os domínios entre os Anarquistas lembram um pouco os domínios da Camarilla, com a diferença que eles não são outorgados por alguma autoridade, como o príncipe, e sim conquistados.

Muitos Anarch seguem as Tradições do mesmo jeito que a Camarilla, mas de uma maneira um pouco diferente. Entre os Anarch, não existe Príncipe. Um Barão poderoso pode lembrar de longe um Príncipe da Camarilla que não tenha muito prestígio. Pode fazer alianças, laços de sangue, juramentos e pactos com os outros vampiros da região. Porém, um Barão não necessariamente vai vir em seu socorro se algo der errado.

Essa é a principal diferença entre os Anarch e a Camarilla. Se outro vampiro desafia sua autoridade, você precisa de poder para se defender, ou pelo menos de uma rede de aliados de confiança que te deem cobertura. Uma disputa de territórios entre os Anarch não é uma ameaça ao Barão local, nem a nenhum tipo de estrutura social. É algo natural que molda as fronteiras entre territórios com certa naturalidade.

Os Anarch são, de fato, mais livres que os membros do Sabá ou da Camarilla, pois não estão presos em estruturas sociais rígidas. Porém, também precisam lidar com seus próprios conflitos, pois não tem uma organização formal que os proteja.

“Porr@, irmão, tem uma mina sugando sangue do outro ali no canto! Vais deixar isso?”
“Relaxa, é bróder.”

Por fim

Os domínios e territórios são uma parte muitas vezes negligenciada do jogo, mas que trazem possibilidades muito legais para a história. Vale a pena pensar neles da próxima vez que estiver planejando sua crônica.

E não se esqueça de ouvir nosso podcast sobre Crossovers!

Bom jogo a todos!

Changeling: O Sonhar – Introdução

Beleza gente? Bom dia boa tarde e boa noite, não importa quando vocês lerem, estarão representados.
Me chamo Victor Alonso, jogo RPG desde meus 12 anos. Passei a levar a sério só aos 14, mas isso é coisa de adolescentes. A vontade de narrar veio há pouco tempo e estou ensaiando ainda. Mas vamos ao que interessa.

Changeling: O Sonhar

O jogo que vou falar é bem pertinente no momento, já que Sandman na Netflix está dando o que falar. Muito se ouve que Changeling é um jogo de crianças, porque lida diretamente com o lúdico. Fato que o lúdico é importante, mas se engana quem acha que é um jogo infantil. Ele faz parte do Mundo das Trevas, da White Wolf, onde vemos Vampiros, Lobisomens, Múmias, Demônios, Fantasmas e Magos. Changeling é um livro que, por si só, chama a atenção. Colorido desde que me lembro, lindo, com acabamento refinado. Foi mal visto porque os jogadores jogam com “fadas”, o que não é totalmente uma mentira.

Sim, os jogadores são humanos que, de certa forma, dividem o corpo com um Changeling, e em determinados momentos, interpretamos o lado humano, em outro,s o Changeling, mas na sua maior part,e uma mescla dos dois. Isso, por si só, já é bem complexo para alguns. Mas vamos seguindo. Os jogadores são os remanescentes de Arcádia, o mundo das Fadas. Os portões foram fechados, e quem estava dentro ficou, quem estava fora não entrou, não pôde voltar para casa, foi literalmente abandonado numa realidade diferente. Consegue imaginar a complexidade de sentimentos que permeiam a cabeça dos Changelings? Pois é, vendo dessa ótica, percebemos que o jogo para crianças ficou lá atrás. Todos têm esse tipo de pegada, os dramas enraizados, porque justamente o Sonhar não seria? Pois então, ele também é.

Sandman

Aviso de Spoilers – Se não assistiram Sandman ainda (e desejam assistir), parem a leitura.

Em Sandman, percebemos em vários momentos que o sonhar não tem limites. É um lugar onde tudo é possível, e é justamente onde a dificuldade primordial de um narrador de Changeling reside. Porque ele também depende da imaginação dos jogadores. Se um narrador propõe um desafio e o jogador não capta direito o que o narrador imaginou, pode ser um problema do narrador não ter conseguido ilustrar direito, mas também pode ser que o jogador não conseguiu entender. Uma vez, eu, como jogador, passei por uma situação em que os outros jogadores não pegaram a ideia. Estávamos em busca de um item roubado e, do nada, uma tropa de soldadinhos de chumbo apareceu. Eu percebi que os jogadores ao meu lado ficaram perdidos. A mesa era composta por mim, meu filho, minha ex-esposa e mais dois amigos, um desses amigos era o narrador. O clima era de:

“Fud…, é um exército!” “Vamos morrer!” “Ficha nova galera…”

Foram coisas que eu ouvi. Mas eu era um agente do FBI, condecorado, e peguei a ideia do narrador. Tomei a frente na história e conversei com comandante. Me apesentei, ele perguntou se eu era o líder e eu disse que, naquele momento, sim. Convenci o comandante que estávamos no mesmo lado e direcionamos a tropa para causar a distração que precisávamos. No fim, a ex-esposa falou um monte, que eu tirei o foco deles e tal, mas foi uma questão de dar andamento a partida. Vi uma brecha e entrei. É assim que funcionam os jogos de White Wolf. Se não pegamos a ideia do narrador, o jogo trava. Em todos os cenários, não só em Changeling.

Agora sim o Spoiler, uma coisa semelhante aconteceu em Sandman, não me recordo em qual episódio, mas o momento da batalha entre ele e Lucifer. Quando o Corvo fala com ele, já praticamente derrotado pela Anti-vida que Lucifer se tornou, Sandman, quase jogando a toalha… um elemento entrou no cenário: a confiança do seu súdito. Literalmente a esperança de sair dali, e que ele, Sandman, era essa esperança. Então, foi necessário ele ser lembrado que precisava vencer para tirar do Inferno o servo, ele próprio e o sonho de milhares de pessoas. Daí partimos para uma questão mais filosófica. Seria o sonho a fonte das nossas esperanças? Se sim, temos um campo enorme para falar. E se você curtiu Sandman, tem em Changeling: o Sonhar o jogo certo para ingressar ou quem sabe avançar no RPG.

Por Fim

Nas próximas eu vou falar sobre os Cenário propriamente dito e seguremos com os Kithan e após as particularidades de cada Kith. E não esqueça de checar os outros posts da Liga das Trevas.

Desejo a todos boas rolagens.

Aventurem-se…

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