Como Motivar Seus Jogadores: Backstory – Aprendiz de Mestre

A campanha foi idealizada. Seus jogadores escolheram suas funções. Mas, acima de tudo, existe algo tão importante quanto as obrigações de cada personagem: a sua história. Não falamos somente sobre backstory, mas também sobre o presente e o que os personagens esperam que está os aguardando no futuro, com base em tudo o que lhe aconteceu.

Um dos fatos mais importantes que devemos pensar quando se fala sobre criar uma história na forma de RPG é que você, mestre, não é o único criador dessa obra. Seus jogadores também fazem parte disso. Sem seus protagonistas, não há como se criar uma história, não nesse formato. Então, para que isso possa acontecer, é necessário trazê-los para esse mesmo campo que você está e não pensar neles como algo diferente. Você está realizando uma campanha, não narrando um livro.N

Isso vale até mesmo para campanhas pré-prontas, afinal de contas você sempre precisará saber contornar o que seus protagonistas farão. Você não pode fazê-los agir da maneira que você quer, mas pode fazê-los se investirem o suficiente para ir atrás do que você preparou.

 

  • Faça perguntas sobre os personagens

É o básico? Sim, nós sabemos. 

Mas as perguntas vão muito além de “o que seu personagem faz? Como ele vivia?” Estimule seus jogadores com perguntas que fazem eles terem seu interesse desperto e saiba também utilizar a lábia. Seu jogador pode se sentir mais motivado a acrescentar sobre a história e o motivará durante a interpretação se ele entender bem como, por exemplo, seu personagem sentia durante os acontecimentos passados. Não tenha medo de perguntar sobre seus segredos, seus piores pesadelos, o que ele sente quando lembra de algo.

 

  • Invista em dinâmicas

Seja com memes, ideias de interações passadas,  formas de identificação entre os personagens ou até o “músicas de x album como os personagens de Y”, tudo é válido para motivar seus jogadores a estarem mais envolvidos. 

Dinâmicas como essas desenvolvem não somente uma apresentação de backstory e lore, mas também ajudam com as interpretações dos personagens e na forma a entender seus sentimentos. Além disso, essas interações fazem com que os jogadores fiquem motivados e animados para falar sobre seus personagens — ou até a fazer aquele pequeno suspense para dar um gostinho de quero mais.

 

  • Saiba deixar easter eggs

Tem um ladrão perigoso na party que é procurado em algumas cidades? Durante o caminho no novo local, coloque cartazes de procura do personagem e arranque um sorriso do seu jogador.

São pequenas ações como essa que motivam os jogadores a não só ficarem mais investidos em suas mesas como também fazem com que eles sintam que seu tempo dedicado a pensar em uma lore tenha valido a pena.

 

  • Motive eles a estarem juntos

Não há como continuar uma história sem que os jogadores e os personagens tenham vontade de continuar o que eles desejam fazer. Isso não significa que eles precisam estar unidos ou serem amigos, muito pelo contrário! Existem muitos grupos que não necessariamente se amam, mas ainda sim trabalham juntos. Porque eles possuem objetivos em comum, eles sentem que precisam fazer algo sobre isso para alcançar o que desejam. Dinheiro, vingança, poder. 

Saiba manejar o ouro — as histórias — oferecidas, que estão na palma da sua mão, e então você conseguirá realizar seu trabalho com maestria.

  • Sempre esteja a par dos feedbacks dos seus jogadores

Faça da sua mesa um lugar seguro. Motive seus jogadores a deixar feedbacks e os ouça sempre. A comunicação é uma ferramenta chave para que a sua campanha ande e que seus jogadores continuem motivados a jogar com o mesmo entusiasmo do início. Pergunte sobre o que acharam, o que pode mudar, o que eles gostariam que as pessoas pudessem saber aos poucos. Toda comunicação é fundamentalmente necessária.


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Stardew Valley — Quimera de Aventuras

O que você faria se pudesse se livrar da vida na cidade grande? Você se isolaria em uma cabana em meio às florestas? Compraria uma casa na praia e viveria da sua arte? Ou viveria em uma pequena fazenda no interior?

Em Stardew Valley, você se encontra nessa realidade. Exausto da vida na cidade moderna, nosso protagonista se muda para uma pequena vila localizada no Vale do Orvalho, onde está a antiga fazenda do seu avô, que lhe foi oferecida ao falecimento dele. Com o tempo, o futuro fazendeiro percebe que o que lhe poderia lhe trazer conforto e calmaria irá trazer muito mais surpresas do que ele imaginava.

Stardew Valley é um RPG indie 2d idealizado pelo ConcernedApe e está disponível para compra na Steam.

 

Quimera de Aventura

Para a Quimera, idealizamos algumas formas de transformar a obra para as campanhas:

  • Cenário e Ambientação

Para uma ideia de campanha envolvida nesse universo, é importante que tudo pareça comum inicialmente! É indispensável que a sensação principal para a chegada seja de calmaria e conforto após a agitação do local de origem dos jogadores.

  • Elementos Importantes

Mercado Joja: Um dos principais embates. O Mercado Joja pertence a uma megacorporação que leva o mesmo nome e é um dos elementos que trazem ao protagonista lembranças do seu passado. Afinal de contas, a visão moderna, porém insípida, e a exaustão de seus trabalhadores são fatores em comuns com a vida antiga do protagonista. Não somente isso, mas a megacorporação pretende acabar com o centro comunitário da Vila Pelicanos em seu prol.

Centro Comunitário: É um bom lugar para missões principais, com um toque místico. Ela possui uma história importante para a cidade e pequenas criaturas estarão ao lado dos protagonistas, aguardando-o para que ele possa formar os conjuntos necessários exigidos para a reconstrução do Centro Comunitário, que, ao ser reconstruído, será um ponto importante para a população que vive na vila.

O Feiticeiro: É um dos personagens importantes da vila. Ele irá ajudar os protagonistas com as questões envolvendo magias, línguas indecifráveis e encontros… peculiares. Além disso, ele pode se tornar um bom NPC para a história, fazendo com que os jogadores fiquem intrigados não só pelo seu conhecimento mas também pelo seu envolvimento com os outros moradores da vila.

Os relacionamentos interpessoais: essa é a chave principal para Stardew Valley e também será para a campanha. Moldar bons relacionamentos fará com que você não somente conheça melhor a cidade e quem está morando ali, como também estará criando rotas importantes para o seu destino. Afinal de contas, suas ações terão consequências

  • Conclusão (contém spoilers) e ideias para campanha

Falar sobre conclusões com relação a Stardew Valley é algo peculiar. Afinal de contas, a proposta inicial é ser um jogo sem final, mesmo que tenha pontos chaves para a história, como o desbloqueio de uma das ilhas do arquipélago das Ilhas Samambaias; ou do Deserto. Assim, as quantidades de missões a se cumprir, informações a serem adquiridas e relações a fixar tornam Stardew Valley um jogo recheado e completo, cumprindo o que ele se propõe. Isso também significa uma infinidade de ideias para adaptações para campanhas, que não necessariamente envolverão cuidar de vacas e galinhas, e criar geleias e vinhos!

Uma ideia de campanha completa poderá envolver o arco do Centro Comunitário, onde os jogadores precisam explorar locais para encontrar os itens necessários para recuperarem um local muito importante para a civilização. Contudo, essa missão não será fácil e eles terão de tomar bastante cuidado, afinal os perigos podem ser muitos.

Ademais, pode-se falar também sobre o desenvolvimento de oneshots — ou até mesmo spinoffs — relacionados aos eventos que ocorrem durante o ano, como o Mercado Noturno, a Véspera dos Espíritos e a Dança das Medusas-da-Lua, nas quais os jogadores podem conhecer não só as festividades da região como também como alguns segredos que são guardados.

Vale lembrar que são somente algumas ideias e que o mestre tem total liberdade criativa! E, pela dica do “quimeireiro” de hoje, Stardew Valley tem muito a ser explorado, então vale a pena ser jogado.


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As Memórias do Protetor – Resenha

“Esse mundo é feito de memórias, feito para memórias. Memórias que a gente cria, memórias que a gente herda; mas algumas memórias você precisa procurar.”

As Memórias do Protetor é um RPG solo desenvolvido por Enzo Salviato, ume desenvolvedore independente que propõe uma experiência simples mas imersiva durante a sua jogatina.

Nela, você, como protagonista, descobrirá e criará memórias, que serão reveladas conforme a jornada do jogador pelo mundo, registrando suas experiências em um diário. Esse registro deve ser feito não somente na sua interpretação como personagem, mas também na sua jornada como jogador.

 

  • A História

Você – o protagonista – será um Protetor, que se trata de uma espécie de um único indivíduo. Sendo o que é, seu objetivo se torna proteger o mundo e a sua história,  ajudando seja quem for. Entretanto, após seu nascimento, o Protetor descobre que não possui registro dos acontecimentos do Protetor anterior. No entanto, possui uma mensagem que deixa bem claro que terá um grande trabalho pela frente agora. Para isso, você terá de sair em uma jornada pelo mundo para não somente proteger quem precisa de você, mas também conhecer esse enorme mundo e o que ele lhe espera.

 

“O primeiro termo que usei era guardião, mas eu acho que tem uma coisa meio feroz e combativa nessa palavra. Depois de um tempo escrevendo virou Protetor, porque representa bem mais a energia que eu imagino pra esse mundo: o combate talvez nem sempre será evitável mas nunca é uma opção.” conversa com ê desenvolvedore Enzo no Discord

 

As Memórias do Protetor possui uma aparência gentil e segura, mesmo com as possibilidades de batalha. Diferente das narrativas épicas das fantasias que estamos acostumados, esse RPG propõe uma ideia de que a violência nunca será a única solução. Nunca, mesmo que seja a aparente única opção. E talvez seja isso que faça esse RPG se tornar tão interessante.

 

  • A Mecânica

As Memórias do Protetor exige o uso de, pelo menos, um dado de 6 lados para a sua experiência e cartas de baralho, com exceção dos curingas. Os outros itens necessários serão um diário para suas anotações e sua ficha e um mapa hexadecimal, ambos disponibilizados pela plataforma junto do livro.

Além disso, a distribuição dos seus pontos de atributos é realizada de uma forma diferente e interessante, proporcionando imersividade para a sua história: você escolherá um item e isso definirá o arquétipo do seu Protetor e o valor máximo dos seus atributos.

Estes são: Alma, que definirá a quantidade da sua vida; Coragem, que definirá sua habilidade para fazer o que quer nesse mundo; e Vigor, que, segundo o livro, “define sua capacidade de seguir em frente”.

 

  • A experiência

As Memórias do Protetor agrada todos os públicos. Mesmo sendo um jogo focado em interpretação, experiências e no descobrimento, Enzo – ê desenvolvedore do RPG – consegue agradar até os viciados em mecânicas e rolagens.

Conhecer os biomas se torna uma tarefa muito interessante, utilizando uma mecânica de rolagem de dados para que você descubra onde está indo. Além disso, os encontros com outras criaturas trazem não somente mais material para a sua história, mas também benefícios mecânicos, equilibrando e motivando os jogadores.

Vale lembrar que As Memórias do Protetor ainda está em desenvolvimento e é um RPG indie, desenvolvido por uma pessoa só. Dessa maneira, é incerto avaliá-lo de forma definitiva, afinal de contas ele também passa por atualizações e ê criadore procura pedir pelo feedbacks de seus jogadores. No entanto, é inegável como a experiência proporcionada pela obra é agradável, confortável.

 

Apoiar os RPG’s indies e nacionais é muito importante. Conhecendo As Memórias do Protetor, você estará não somente vivenciando uma boa e reconfortante experiência como uma criatura exploradora, mas também estará apoiando desenvolvedores pequenos. Nos deixe seu feedback sobre a sua jornada!


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Dicas para Narração e Oratória – Aprendiz de Mestre

Desde os princípios da Roma, foi desejado pelos romanos as melhores formas de expressar em meio ao seu público, conquistando os ouvintes. Assim, esse desejo fez com que se desenvolvessem técnicas para a oratória, algo que, segundo Zélia Cardoso, uma importante docente do meio dos estudos latinos, transformou o ato da eloquência em uma arte.

E você, Aprendiz de Mestre, pode estar se perguntando o motivo pelo qual estamos falando sobre isso. Eu posso te responder: a prática da oratória está muito presente na sua vida. Desde apresentações de trabalhos até mesmo quando você procura convencer alguém, ou o que mais nos interessa agora: na mestragem do RPG.

Mestrar RPG requer que você tenha um bom condicionamento da sua oratória e, para isso, trazemos algumas dicas para você realizar bem as seguintes estruturas do discurso pelos olhos da prática da oratória:

 

Invenção: conteúdo que será expresso.

Disposição: ordenação, o que vem antes ou depois no discurso.

Elocução: linguagem e estilo da fala.

Memória: ter em sua mente o que será falado.

Pronunciação: recursos de voz e gestual para reforçar os efeitos da sua narração.

 

I. Saiba bem o que você está narrando

Primeiramente, compreenda as cenas que você irá narrar, desde as questões visuais – como o quão grande pode ser o local, quantas pessoas estão, as iluminações, etc. – até questões contextuais. Lembre-se: ninguém irá ser festivo numa delegacia, nem sério numa boate. 

Saber o que você irá narrar não se trata somente de entender o que pode ou não pode acontecer. Como um mestre, você precisa não só trazer o conhecimento necessário do cenário, mas também precisa trazer a ambientação, o clima, para fazer com que tudo fique ainda mais imersivo.

“O que isso tem a ver com a oratória?”

Simples.

Você precisa convencer os seus players a confiarem nas suas palavras, a sentirem firmeza com o que você fala. Você tem o panorama maior dos cenários em comparação a eles, então é necessário que você tenha conhecimento do local e das possibilidades para que eles possam explorar e avançar a história.

Como dito antes, isso não é resumido à questões de estética, memória e objetividade, mas também de subjetividade, das sensações, da ambientação. É preciso saber como manejar as palavras e a sua entonação para criar uma ambientação ainda mais imersiva para as cenas, de forma que os jogadores se sintam na pele dos seus personagens. 

Saber equilibrar esses pilares do objetivo x subjetivo na eloquência ajuda a tornar sua oratória não robótica e muito mais interessante.

 

II. Consuma conteúdos

Leia livros, assista filmes, acompanhe outras campanhas. Tudo é necessário para que você aumente seu vocabulário. Uma boa oratória também é guiada não somente pela confiança, mas também pela facilidade com as palavras. E é claro que você não precisa se tornar um dicionário erudito, mas é importante que você saiba manejar suas narrações com tudo o que tem disponível ao seu redor. Isso ajuda também na criação da ambientação da sua narração.

 

III. Saiba utilizar as coisas ao seu favor

Você não é o único a contar essa história, seus jogadores também fazem parte dessa trama. Isso significa que você precisa aprender a não deixar os players sem liberdade, porque eles são também a parte principal de toda a obra. Mesmo que o que eles estão fazendo foge dos seus planos, aproveite disso para incrementar a história. Aprenda que nem tudo vai ir conforme seus planos, mas que isso não significa que tudo acabou.

 

IV. E o mais importante de tudo:

Evite comparações. É importante o consumo de outros narradores para fins de experiência e análise, mas nunca se compare a outro narrador. Você não é como nenhum outro mestre e não se force a ser igual a eles. A narração é uma prática da sua própria fala, uma maneira de que você consiga discursar para outras pessoas de forma clara, breve e verossímil. Dessa forma, você não precisa imitar narradores, você somente precisa ver como os narradores veteranos evoluíram e aprenderam a manejar sua oratória. Então lembre-se: você não precisa ser igual a nenhum outro mestre.


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Beetlejuice: O Musical – Quimera de Aventuras

São os últimos dias para que os cariocas possam assistir Beetlejuice: O Musical! O grande sucesso da Broadway inspirado na obra de Tim Burton teve adaptação para o cenário brasileiro. O musical gira em torno da vida de um casal recém falecido, Barbara (Helga Nemetik) e Adam Maitland (Marcelo Laham), que permanecem em sua casa mesmo após a morte. Além disso, com a chegada de Lydia Deetz (Ana Luiza Ferreira), seu pai Charles Deetz (Joaquim Lopez) e a coach Delia (Flávia Santana), o casal percebe que precisará de ajuda para fazer com que os novos inquilinos saiam de sua casa. Então, eles aceitam a ajuda Beetlejuice (Eduardo Sterblitch, muito conhecido por seus antigos trabalhos no Pânico), um fantasma um tanto quanto… Instigante, que propõe ajudá-los com uma condição: de que façam uma pessoa viva dizer o seu nome três vezes.

A temporada no Rio de Janeiro será finalizada nas primeiras semanas de dezembro e uma nova temporada de apresentações será iniciada em fevereiro em São Paulo!

Opiniões

Foi um prazer presenciar a estreia dessa obra em uma adaptação para o nosso idioma! Eu (um grande fã do musical) tive uma experiência muito divertida! Além disso, fiquei vidrado com esses personagens e artistas que exalam talento no que faz, e com a trama. Jamais esperaria que Jadson Beetlejuice seria um personagem que me chamaria ainda mais atenção que o nosso tão conhecido Lawrence Beetlejuice do palco da Broadway. Eu nem preciso falar sobre as referências, né?! O musical foi incrível do início ao fim e acredito que quem puder deve dar uma chance para se divertir ainda mais com os fantasmas que buscam pelo Outro Lado!

Quimera de Aventura

Para a Quimera, idealizamos algumas formas de transformar a obra para as campanhas, todavia, alertamos desde já sobre a existência de spoilers:

I. Cenário e Ambientação

Para uma ideia de campanha envolvida nesse universo, o cenário pode ser majoritariamente contemporâneo — mas não se exclui a possibilidade de transformá-lo em fantasia! Sua pegada pode ter suspense com uma pitada de comédia, e não pode faltar investigação: é o fator principal.

II. Elementos Importantes

Mansão assombrada: É o local principal da obra, principalmente por ser onde será feita a passagem para o Outro Lado. É um local grande que pode ser dito como um local sombrio — por ser uma casa antiga, inicialmente — ou um local que parece comum mas que, aos poucos, vai se tornando estranho.

Netherworld (Outro Lado): É o local de interesse para chegar, é onde estão os mortos. Como uma espécie de purgatório, esse é o local para que os recém-falecidos devem passar antes de descansarem em paz. O Outro Lado é um local interessante para o mestre explorar não só as motivações dos NPC’s mas também os backstories dos jogadores — com muito cuidado, claro!

Beetlejuice: O protagonista dessa obra tem uma função indispensável, afinal de contas é ele quem introduz todo o sobrenatural para a obra. O mestre pode estar livre para desenvolvê-lo da sua melhor forma, como na forma original onde ele é um fantasma que é visto unicamente pela protagonista, Lydia, por conta de um dom ou uma característica específica, e que ela será quem fará Beetlejuice ser visto no mundo dos vivos; dependendo de como for sua trama, ele já pode ser visto pelos jogadores e eles terão de investigar como isso aconteceu.

III. Conclusão (contém spoilers)

No musical, Lydia decide ir atrás da mãe, falecida, por conta própria, indo para o Outro Lado. Seu pai acaba indo atrás por não querer deixar a filha sozinha e os dois acabam entrando nessa outra realidade, onde Juno e os recém-mortos que estão naquele local começarão a procurar por eles, pois os vivos não devem estar no vale dos mortos. Enquanto, no filme, Juno é uma assistente social dos mortos, contatada pelos Maitlands para ajudarem a tirar os Deetz. Ela também os alertou a não contarem com Beetlejuice, aconselhando-os a fazerem esse trabalho sozinhos.

E a parte mais importante é: Exorcismo algum fará com que Beetlejuice “se aquiete”, muito pelo contrário! O casal Maitland e a família Deetz notam que a única forma de fazê-lo parar é levando-o de volta para o Outro Lado, onde ele deveria estar. Então, após trabalharem em conjunto contra o “bio exorcista freelancer”, eles decidem conviver amigavelmente.

IV. Ideias para campanha

Charles Deetz pode se tornar um magnata ou permanecer como um corretor de imóveis, porém ele ainda é a pessoa que vai contatar a equipe dos jogadores para investigar o desaparecimento de sua filha única após acontecimentos estranhos em sua mansão. Os jogadores teriam liberdade para andar pelo local e encontrar documentos importantes, como:

  • Comprovação de compra da mansão, contendo datas importantes.
  • O diário de sua filha, onde ela relata os seus sentimentos perante a mudança e o falecimento de sua mãe, e também as aparições paranormais!
  • Manual para os Recém Falecidos; e muitas outras provas que o mestre desejar.

Eles podem encontrar Beetlejuice como uma pessoa que finge estar tomando conta da mansão — ou até como um fantasma — muito bom de lábia e até os próprios Maitlands, que poderão dar dicas muito sutis para os jogadores, mas que não poderão falar com eles por muito tempo.

Vale lembrar que são somente algumas ideias e que o mestre tem total liberdade criativa! 

E então, estarão preparados para conhecer o sucesso que é o show da morte?!


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The RPG Engine – Resenha

Acompanhado pelo Vinícius “Bosteta” Peron, viemos realizar uma resenha de uma ferramenta que pode ser interessante para adotar em suas mesas onlines, que é o The RPG Engine, um programa que promete ser um tabuleiro virtual imersivo, com propriedades interessantes de construção de mapas e com a possibilidade de host para jogadores.

Desenvolvido pela PolyDemons, o programa se encontra disponível gratuitamente para jogar na plataforma Steam.

Configurações

Antes de qualquer coisa, precisamos checar as configurações necessárias para o funcionamento do The RPG Engine, algo que foi fácil de achar na Steam:

Dessa forma, decidimos realizar o teste em equipamentos que cumprissem os requisitos e os que também não cumprissem, para que pudéssemos observar também como o programa se comportaria.

EQUIPAMENTO #01:

Processador – 4th Gen Intel Core i5

RAM – 8GB

Placa de vídeo: GTX 960 – 4Gb

SSD – 240Gb

EQUIPAMENTO #02:

Processador – 11th Gen Intel(R) Core(TM) i5

RAM – 8 GB

Placa de Vídeo – Intel Iris Xe Graphics

SSD – 240GB

EQUIPAMENTO #03:

Processador – AMD Ryzen 7 5700G 

RAM – 16 GB 

Placa de Vídeo – NVIDIA GeForce RTX 3050 

SSD – 960 GB

Em todos os equipamentos utilizados, o programa não teve problemas para abrir. Entretanto, nos equipamentos #01 e #03, o programa apresentou melhor desempenho, sem aparecimento de lentidão alguma durante os primeiros minutos, provavelmente devido ao uso da placa de vídeo dedicada; já no equipamento #02 vimos alguns lags e lentidão nas animações ao fundo.

 

Criação

… de Personagens

A criação de personagens conta com uma boa quantidade de opções para a elaboração do seu personagem quanto a aparência física, além de possuir um seletor de cores sem tons pré-selecionados. Assim, você possui a liberdade para escolher exatamente as cores que você quiser nos campos que você quiser.

É interessante ver que o The RPG Engine apresenta o uso de fundos durante a criação de personagens, podendo alterar a ambientação onde você está criando seu personagem e — talvez — inspirá-lo. E também é possível salvar a sua criação e postar seu personagem para que a comunidade online tenha acesso, ficando na aba de “oficina”, que oferece inúmeros outros modelos postados por outros usuários também.

 

… de Mapas

É definitivamente a parte MAIS divertida de todo o programa. A criação de mapas, localizada na sessão Gamemaster, é muito interessante e rica, lhe possibilitando construir cenários de todos os tipos que puder imaginar. Você pode controlar o clima, iluminação, colocar seu terreno no espaço, além de poder utilizar diversos itens para o seu mapa (e são diversos MESMO — então, se você quiser colocar o seu Guerreiro ao lado de uma cadeira gamer que solta raios, você pode). Mesmo com a existência da DLC “The RPG Engine – Builders Edition”, as possibilidades podem ser ainda mais infinitas, sendo possível sobreviver sem ela.

 

Indo mais a fundo na aba de GameMaster

A aba de GameMaster gratuita (esclareceremos no próximo tópico) conta com a disposição de diversas músicas que você pode utilizar para a ambientação do seu game. Além disso, é disponibilizado também uma aba para visualização de pdf’s e para a organização das iniciativas dos jogadores, o que ajuda bastante.

E uma ferramenta curiosa e interessante é a parte do chat geral dos jogadores, essa que traz uma mecânica bastante divertida de rolagem de dados que gera os resultados no próprio tabuleiro, trazendo uma animação para o mapa dos dados sendo rolados.

 

Mas…

Nem tudo são flores e isso nós percebemos ao não conseguirmos testar como o programa funcionaria em uma sessão de RPG ou no modo multiplayer. O programa gratuito não cobre essa mecânica e, se quiséssemos usar, deveríamos pagar o valor não só da DLC para mestres como também a DLC para construtores de mapas. De alguma maneira, a GameMasters Edition exige que o usuário também adquira o Builders Edition para que ela funcione. Assim, o que sairia de graça, pelo o que é prometido, acaba saindo numa bagatela de R$142,78.

preço que constava no dia 30/10/2023

Em meio aos comentários, é possível ver alguém afirmar que existia uma forma de realizar o uso do tabletop configurando o arquivo pela própria plataforma Steam, porém, mesmo realizando passo a passo o que é instruído, esse esquema não funciona.

 

Considerações finais

Embora a otimização do programa não seja das melhores e ele seja um tanto quanto pesado, é definitivamente útil para a criação de cenários para o RPG, o que acaba salvando muitos mestres que não conseguem adquirir cenários da exata maneira que pensam. Ele também salva bastante no design de personagens já que, mesmo tendo uma modelagem simples, ainda é bem completo. Mas o The RPG Engine peca diante da promessa de ser um tabletop virtual gratuito. Então, para os mestres de plantão que gostam de construir mapas, conferir o The RPG Engine é interessante e poderá ajudá-los quando possível.


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Kids on Bikes – Resenha

Criado pelos game designers Jonathan Gilmour (Dead of Winter, Atari: Centipede/Missil Command/Asteroids) e Doug Levandowski (Gothic Doctor, Seven Minutes in Hell), Kids on Bikes é um sistema de RPG narrativo colaborativo. Onde “você assumirá papéis de pessoas comuns lidando com forças estranhas, amedrontadas e excepcionalmente poderosas que você sequer pode derrotar, controlar ou entender. A única maneira de encará-las será trabalhando em conjunto. Usando suas forças e sabendo quando você só terá de correr o mais rápido possível.” tradução própria

Inspirado em Super 8 e The Goonies, Kids on Bikes traz toda a nostalgia da infância com um toque sobrenatural. Onde tudo e qualquer coisa pode acontecer, até mesmo numa pequena cidadezinha.

O Universo

O universo de Kids on Bikes é contemporâneo e, ao mesmo tempo, retrô. Explorando uma passagem do tempo onde adolescentes estavam ocupados demais em suas bicicletas. A procura de aventuras no lugar de estarem vidrados em telas de celulares. Ou poderem pesquisar por motivos racionais e científicos para entender o que pode estar acontecendo com a gravidade. Não somente isso, ele proporciona uma experiência “pé no chão”. Mesmo com os encontros com as entidades paranormais, visto que as motivações e acontecimentos podem ser os mais rotineiros possíveis. Como procurar pelo cachorro do seu melhor amigo que desapareceu ou o motivo pelo qual o seu fliperama favorito veio a fechar. Afinal de contas, o universo das tramas é protagonizado por pessoas normais, com vidas normais, que estavam tentando viver suas rotinas em cidades pequenas até se depararem com essas criaturas.

Ademais, o sistema conta com a estratégia de um worldbuilding coletivo. Onde todos os envolvidos — players e mestres — podem se ajudar a elaborar todo o cenário fictício em que contarão essa história, tornando o universo ainda mais imersivo.

O Sistema

Kids on Bikes possui um sistema simplificado, sendo menos de 80 páginas em seu livro de regras comum. Seus atributos serão representados por um dado em específico. Que varia de 1d4 a 1d20, baseado em competência: quanto maior for o dado representando o atributo, mais capaz será o jogador.

Além disso, até os resultados baixos têm chances de sucesso, onde qualquer resultado máximo trará uma possibilidade de re-rolagem de dados. Na forma mais simples de ver, podemos idealizar que, em uma fuga, caso a dificuldade estabelecida seja 14 e um personagem possui um dado d8 para o atributo de agilidade, em um caso de resultado inicial 8, esse mesmo terá de rolar novamente, adicionando esse novo valor ao seu resultado. Ainda no exemplo, após essa rolagem crítica, caso o personagem role novamente e acabe tirando um 4, seu resultado será uma falha. No entanto, caso ele tire um valor que, somado ao seu valor de crítico, torne-se maior que 14, ele será bem sucedido.

É possível também a criação de um personagem com superpoderes. Assim como a Eleven de Stranger Things, que será controlado em conjunto por todos os jogadores, podendo decidir entre si o que ele fará e que poderes esse personagem pode utilizar!

 

Criação de Personagem

Em Kids on Bikes, o que mais importa não é somente o que você pode fazer, mas o que você é. Assim, é necessário que você escolha se você é uma criança — menor de 13 anos —, um adolescente ou um adulto e um “tropo” para seguir (como A Garota Popular, o Nerd do Clube de RPG, o Encrenqueiro, etc). Não somente isso, mas a criação de personagens também conta com perguntas cruciais não só para a compreensão do seu personagem, mas também para o universo e as relações entre personagens, o que fará a trama se tornar ainda mais interessante e imersiva.

Atributos

Todos os personagens terão seis atributos:

BRAINS: Conhecimento, inteligência. Determina o quão bom o personagem pode ser nos estudos e o quão rápido e bem ele pode resolver problemas que exigem intelecto.

BRAWN: Força bruta. É sobre o quão bom um personagem pode ser em habilidades que existem a força — não envolve lutar ou algo do tipo, há outro atributo para isso —, mas como ele consegue carregar ou quebrar as coisas e o quanto de dano ele pode aguentar. Também determina o quão intimidador aquele personagem pode ser.

FIGHT: Luta. É referente ao quão bom de briga um personagem pode ser com que armas ele sabe usar ou com que habilidades de luta ele conhece. É bom salientar que, mesmo que um personagem tenha um atributo de luta alto, ele só será bom realmente se ele já tiver experiências com aquela arma ou habilidade antes; caso seja o contrário, ele só será bom se tiver um treinamento apropriado.

FLIGHT: Agilidade. Determina o quão rápido um personagem pode ser, além do quão habilidoso ele pode ser em fugir dos próprios problemas, tornando-se mais difícil de capturá-lo.

CHARM: Carisma. Define o quão bom é o personagem nas questões de relações sociais, sendo bom de lábia e sabendo também como lidar ou ler as pessoas.

GRIT: Esse atributo determina o quão difícil é para “quebrar o personagem” de forma física ou emocionalmente, avaliando o quão bem ele pode lidar com situações que o pressionem e sua capacidade de se manter nos eixos, também determinando o quão inteligente — numa forma mais sábia — o personagem pode ser.

Estabelecendo Limites

Kids on Bikes possui um cuidado especial para assuntos delicados e promove que o jogador e o mestre sempre estejam em contato, incitando maneiras de consentimento para assuntos tratados na mesa e promovendo discussões sobre o que eles gostariam de ver na mesa, além de deixar claro o respeito que deve se manter não somente entre jogadores e mestres mas também ao público ouvinte, caso este for o caso.

Considerações Finais

Se você é o público que ficou vidrado em Stranger Things, Paper Girls, It – A Coisa e/ou consome muito do gênero Coming-of-Age, esse é o sistema perfeito para você.Pois é um sistema simples, com inúmeras possibilidades de criação e que lhe fará se sentir nostálgico e animado enquanto descobre os segredos de um lugar que você — o seu personagem — jurava ter conhecido antigamente.

Se estiver mais interessado em conhecer sobre o sistema, considere conferir a página inicial do projeto, clicando aqui para ser redirecionado ao site da desenvolvedora Hunters Entertainment.


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