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J.V. Teixeira – Torres de Wynlla – Entrevista

Escritor e professor carioca, J.V. Teixeira é o autor do romance Torres de Wynlla, um dos mais recentes contos no Universo de Tormenta, que fala sobre um grupo de personagens enfrentando a alta sociedade arcana de Wynlla, o reino da Magia, e vivendo altas aventuras por lá. O autor nos concedeu uma entrevista no finalzinho de 2024 e você pode conferir ela por aqui.

Cara, primeiramente tudo bem, como você tá?

Cara, tirando o calor, tudo certo!

Disclaimer

A entrevista abaixo contêm SPOILERS do livro As Torres de Wynlla, leia por sua conta em risco!

As Torres de Wynlla

Para poder começar a entrevista legal, mesmo que eu já tenha lido o livro e estou com coisas dele na cabeça para perguntar. Eu queria que você apresentasse o livro, a sinopse, como você descreveria, fica a vontade!

O Torres de Wynlla é um ótimo ponto de partida tanto para quem já conhece Tormenta, pelo menos para enxergar o cenário, pelo menos aquele reino ali de um modo diferente. Assim como para quem não conhece Tormenta poder entrar nesse mundo diferenciado.

Até porque, por mais que Tormenta seja um reino medieval, tem espaço para muita coisa. Eu acho interessante o Torres porque quem for introduzido no cenário por ele vai conhecer um lado um pouco diferente da fantasia medieval mais “clássica”, digamos assim e, de repente quem sabe, pode se interessar para a fantasia mais tradicional.

Uma historia de aventura igual a um desenho animado

Quando a gente conversou na Taverna do Anão Tagarela, eu sempre achei engraçado como os autores são convocados. Você escrevia tanto livro sobre a sua historia como professor e assim, como outras histórias de terror, e você escreveu um livro infanto-juvenil. Mas a minha impressão é que o Torres tá no meio termo de maturidade entre o Dado Selvagem e a Cidade da Raposa.

Considerando esses três como essa nova pegada de novos autores de Tormenta, Dado Selvagem é o mais para criança, Cidade da Raposa é um pouco mais maduro, que fala sobre drogas, sobre vida adulta e etc… Mas enquanto eu lia o Torres eu imaginava muito um desenho do fim dos anos 2000, inicio dos anos 2010, como Ben 10 ou Liga da Justiça Sem Limites. Voltado para adolescentes saindo da puberdade e entrando na vida adulta, que tem suas partes bobinhas, mas também tem uns assuntos mais sérios.

E eu queria saber se isso foi proposital seu, se você gosta de colocar isso nos seus livros. Se a sua inspiração foi outra, e essa impressão foi errada, etc…

Foi totalmente proposital mesmo. Eu quis fazer um livro que tivesse camadas de compreensão, eu não consigo nem afirmar se eu fui feliz nisso ou não, com relação ao seguinte: eu não sei se é um livro que a pessoa tem reconhecimento dos subtextos dentro dele.

Eu, como escritor, tenho total conhecimento dos subtextos que eu quis colocar ali. Por exemplo, se você pegar a vilã Alcyanda, tanto ela quanto o Vergil. Eu quis tornar os dois odiosos, só que aí eu fico um pouco na dúvida se um adolescente consegue sentir tanto ódio deles ou não. Porque tem coisas que talvez um adulto consegue captar um pouco mais.

Isso acontece muito em animação, tem toda uma leva de animações que segue esse caminho que tem camadas. A criança assiste de boa, e quando você é um pouco mais velho, você vê aquela aventura divertida como algo mais profundo. Foi algo bem proposital realmente de colocar isso na história como narrativa.

Os desenhos do meio dos anos 2000. Inicio dos anos 2010 são muitos bons em retratar essas aventuras para adolescentes com lições de maturidade.

Fico feliz de ouvir isso porque foi o sentimento que eu tive quando estava lendo por causa da situação do Cid. Eu estava lendo o livro, aí em um momento ele perde o braço, aí eu tomei um susto, porque não é algo que a gente espera em uma aventura para crianças e normalmente representa um momento de virada do personagem. Você vai ver um Hora de Aventura e algo do tipo acontece e é um choque.

Os Vilões do Torres

Você falou dos vilões, e é uma coisa que eu fiquei curioso pela escolha dos vilões. Porque quando eu li a sinopse, eu acreditei que seria um livro contra a Magocracia, de pessoas querendo derrubar essa “democracia” de magos ao redor. Também é, mas eles não são vistos, são mais pessoas querendo levantar uma monarquia de novo (o que é mais real do que a gente gostaria). E também como essas pessoas não tem escrúpulos para chegar aos seus objetivos, então eles se unem aos minotauros escravagistas, aos puristas. E porque eu estou puxando tudo isso. Você disse que queria muito que a vilã fosse odiosa, “A gente vai olhar e vai odiar essa mina”. Mas tem muitos momentos em que a gente tá na cabeça dela.

Quando você escolheu essa parte da gente ver as coisas ao redor dela, e os vilões ao redor dela, qual foi o seu objetivo com isso?

Vamos por partes. Você citou que tem um momento em que você entra na cabeça dela e tem um vislumbre do que passa na cabeça dela e um pouco do Vergil também. E isso eu acho importante porque tem algo que está caindo em desuso que é o vilão pelo vilão. Tá cada vez mais “errado” isso do o cara é mau porque ele é mau. E nessa eu achei que havia necessidade disso, porque eu não queria colocar apenas que são duas pessoas que estão em uma posição elevada e por isso são maus, eu quis colocar um porquê. Tanto é, que talvez outras pessoas na situação deles talvez se tornassem heróis ao invés de vilões, principalmente o Vergil.

Isso também é muito de literatura e filmes de guerra que eu tenho, principalmente os filmes de guerra revisionista que coloca os soldados como heróis de guerra. Nessas historias, o herói de guerra quando volta não é ninguém, e da pessoa que vai fazer um bem, mas na verdade quer algo em troca. Essa foi o início dele.

Já a Alcyranda, apesar de tudo, ela também tem um pouco de influência daquele meio. Ela é obrigada a repassar estereótipos que ela foi incluída para sobreviver naquele mundo, e chega a um ponto de odiar algo que ela é. Isso é bizarro demais, e eu quis passar esse paradoxo dela ter um ódio mortal de alguma coisa que ela é. Ela não escolheu isso, mas ódio não tem explicação.

Esses dois foram pensados desde o começo para serem vilões. Na verdade quando eu comecei haveriam dois vilões, mas eu não havia definido que seriam necessariamente eles, mas um deles viria do Conselho e o outro viria da Guerra Artoniana. Essa base estava definida mais a quem estavam ligados não era algo certo.

Eu comecei a ter isso quando me enviaram o capítulo do Atlas relacionado a Wynlla, então comecei a preencher com informações que haviam no Atlas. Respondendo a sua pergunta quanto aos puristas e os minotauros: eu queria colocar uma escalação de perigo, então aos poucos os perigos vão ficando cada vez pior, e conforme eu fui lendo o Atlas, tinham alguns espacinhos que eu poderia pegar.

O Tavikus é um personagem que tá no Vectorai – Cidade nas Nuvens. Então eu peguei ele, o histórico recente de Tapista e aí surgiu essa espécie de levante de Minotauros. Também pensando naquela questão de quem perdeu algo que era bom ficou revoltado, eles estavam em uma situação favorável e não vão aceitar isso. “Antigamente que era bom”, algo do tipo.

Os puristas, se você vai escalonar, tirando a Tormenta eles são o ponto máximo. Aquele radicalismo é um dos pontos máximos. Eu não usaria a Tormenta, não havia um porquê, então eu coloquei os puristas para um escalamento natural.

Tem muita coisa que surge no meio da história conforme eu vou escrevendo. Dois exemplos são: o retorno do Alvar. O Alvar só apareceria naquele começo. Quando você lê o livro no final ele parece uma peça fundamental, mas conforme eu fui escrevendo me veio a ideia de trazer ele de volta. Eu criei ele conceitualmente, mas ele ganhou uma vida que me encantou. Ele não tinha histórico de passado, aquele histórico surgiu quando eu escrevi o capítulo, só surgiu ali.

Outro ponto que surgiu, o Lamond, ser irmão da fantasma que os protagonistas encontram. Mas conforme eu fui escrevendo essa ligação foi surgindo e vai acrescentando e enriquecendo muito a história.

Vergil é um dos principais antagonistas do Torres, mas ele já havia aparecido nos livros como a representação da Distinção Mago de Combate.

Eu realmente não havia pensado nisso, mas esses dois realmente pareciam que foram pensados desde o início.

Valkaria vs Wynna

Voltando um pouco, a gente conversou na CCXP sobre a subtrama que está acontecendo e que me fisgou e ao meu amigo Antônio, que terminou o livro antes de mim. Que foi o prólogo, que tem meio uma guerra acontecendo entre Valkaria e Wynna, que me deixou muito curioso.

Wynna tem um nicho dentro dos alinhamentos, e ela sempre foi muito Neutra. Ela não tem um lado, mas ela é boa, distribui magia para todo mundo, e Valkaria ela normalmente é colocada como heroína, mas muitas vezes ela age como uma vilã. E a maneira que você colocou o embate delas, a Wynna parece muito a vilã da história.

Não sei se você colocou alguma delas como vilões ou heróis, com vilã eu quero dizer a antagonista da história, porque Wynna não quer que o Cid encontre as coisas que ele tá procurando. E ela fica “irritada” por tudo dar certo.

E todo esse jogo de tabuleiro ao redor me lembrou muito as discussões entre Khalmyr, Nimb e os demais deuses no romance da Trilogia da Tormenta e em Holy Avenger: Paladina. Qual foi a ideia para ter o embate dessas duas deusas? São duas deusas que a gente nunca imaginou muito interagindo, Valkaria naturalmente tem um impacto em todo o panteão, mas Wynna nunca pareceu ter algo contra ninguém, e no livro tem uma interação muito legal com ela de irmandade. E ela também parece um pouco mudada até por parecer a antagonista da historia.

Enfim, o que você tem para falar sobre o relacionamento dessas duas deusas e dessas partes?

Olha só, primeiro de tudo. Porque eu coloquei as deusas ali? Tem dois motivos: quando eu li Inimigo do Mundo eu surtei. Porque, por mais que Tormenta tenha essa abertura, até Inimigo do Mundo, eu imaginava os 20 deuses do mesmo modo que as pessoas veem Deus no mundo real. Algo divino, realmente, e acima de todos. Eu não enxergava como algo falho, com desejos e tudo mais.

Quando eu li Inimigo do Mundo, eu comecei a enxergar eles mais como deuses gregos e romanos. Quando eu escrevi, a minha ideia inicial era apresentar eles só no final. Qual seria o plot twitst: que Valkaria manipulou essa aposta no meio do caminho. Eu queria causar esse twist, e eu demonstraria isso como os deuses aparecem naqueles filmes clássicos de mitologia grega dos anos 60 e 70, que estão tomando um vinhozinho no meio de um laguinho vendo os heróis ali do lado, eu queria fazer isso.

Mas aí em uma conversa com o meu editor, o Cassaro, ele sabiamente falou para mim que como a gente está apresentando um livro para novos leitores, é interessante a gente apresentar os deuses antes para o pessoal não chega lá depois e “mas que diacho é esse de deuses conversando?”.

Quem já conhece Tormenta ia entender de boa, mas quem tá entrando não ia entender. Então foi particionado. São quatro momentos: a introdução, o interlúdio, o epílogo e o fechamento do livro.

Essas quatro partes seriam todas juntas no final, a minha ideia seria a Valkaria comemorando e as duas iriam comentando o que aconteceu no livro pelo ponto de vista delas. Aí ela descobriria que o guerreiro da floresta seria um Aspecto de Valkaria e etc…

Aí eu mudei, e beleza. Ficaram ali em quatro partes. Sobre a mudança em relação a Wynna, foi proposital. O que eu tentei passar é que ela teme demais até aonde os mortais conseguem ir sem a magia. Esse é o medo dela, por isso ela fica revoltada, por isso ela baniu o Lawson do mundo. Ele começou a ter avanços tecnológicos que não precisariam mais dela. Por exemplo, é o caso do Ferrugem, que é um golem teoricamente mágico, mas de certa forma ele funciona sem magia. Mesmo que tenha um negocinho lá…

Então assim, a minha ideia era colocar que não é, necessariamente, que Wynna mudou. Mas que ela fica revoltada com isso, daí Valkaria chega no reino dela, e ela sabe que alguma coisa tá errada. E Valkaria consegue manipular ela para aceitar a aposta. E tudo é baseado no Lawson e nas descobertas dele, que Wynna afundou todos os templos dele.

A minha ideia seria trazer acréscimos ao cenário de RPG, porque com o fim do livro os templos voltaram, e se alguma jogar sentir a vontade de trazer alguma coisa com os templos, eles estão ali como um algo a mais.

O que os templos significam? Eu posso dar duas respostas: que as pessoas tem que comprar o livro, ler e fazer muito comentário para continuações (hehehe) para descobrir o que significam os templos terem voltado. E a outra, que é a verdadeira, é que eu não faço a mínima ideia. Mas tá lá!

Essa é uma visão que eu não tive. Eu havia entendido que ela estava incomodada com a tecnologia vindo para substituir a magia, mas não havia entendido que Wynna se sentia ameaçada com a tecnologia. E ai entra de novo naquelas questões que a gente não sabe se é proposital ou não, que as Engenhocas no Tormenta20 simulam magias, então “substituem” as magias. Tem dois inventores nos últimos dois livros que fazem coisas incríveis, mas que não são magias.

Até no momento que ele tá para baixo, que ele se acha incapaz, a Dacila diz que ele consegue fazer coisas que nem ela conseguia apenas com a Inteligência.

Sim! E ele simula um monte de magia. Então pensando mecanicamente, usar “magia sem magia” deixaria Wynna pistola.

Eu não vi a questão mecânica em si, mas eu pensei dessa forma.

Até a questão do avô do Cid querer trazer luz para a parte de baixo de Wynlla e não conseguir porque as engenhocas de Arton são muito voláteis.

Desde sempre o embate era entre Khalmyr e Nimb. É interessante ver outros deuses com essa dinâmica!

Representatividade em Tormenta

O Cid é o personagem principal, muita coisa gira ao redor dele e por causa dele. A gente até conversou sobre na CCXP, mas ele é um dos poucos protagonistas negros de Tormenta.

São tão poucos protagonistas negros em Tormenta, e isso é um fato, não uma reclamação. Mas as coisas estão mudando, porque hoje em dia tem preocupações que não tinham antigamente, pelas mudanças que estão acontecendo agora. Vendo essa necessidade não apenas Tormenta, mas a cultura pop em um geral está vendo isso, e muita gente tá incomodada com isso (o que mostra que estamos indo pelo caminho certo).

E são tão poucos, que tinha muita gente que quando começamos a soltar imagens do Cid, muita gente achou que era um livro do jovem Nargom. Mas eu acho que a tendência é mudar. No próprio Torres você vê o Cid, o Vergil, que são homens negros. A Nasus, que não necessariamente é negra, mas tem um tom de pele diferenciado. Que era uma personagem que não existia também até chegar na parte que ela aparece.

O livro em si foi muita surpresa pra mim, porque tem muita coisa ali que não tava no meu planejamento. O Cid não perderia o braço, eu decidi ali na hora que aconteceu. E por tirar o braço, ele teria que ganhar um novo braço, e aí veio a tia dele que tinha que dar um novo braço.

E aí enquanto a gente escreve, as coisas vão acontecendo. O grupo de aventureiros que eu coloquei no início era pra ser um grupo aleatório só, mas quando eu cheguei na parte da tia do Cidney e tem um capítulo que conta a história do grupo, que não existia antes, eu encaixei eles na introdução. Eu liguei aquele grupo com o grupo do avô do Cidney, que eu acho que enriqueceu ainda mais para mostrar como muitas vezes Valkaria é, muitas vezes, perversa. Ela tá mexendo todos os pauzinhos para Wynna aceitar o que ela quer, com ela pensando que foi por acaso. A Wynna tá lá “pô, minha irmãzinha, perdi”, e Valkaria tá com a face plena com o fantasminha atrás conspirando tudo.

Ferrugem e Data, sempre tentando entender a lógica dos feitos de carne.

Família Tradicional Artoniana

Com você falando que ela foi pensada no meio do livro me de deixou surpreso, porque não é necessariamente “a família tradicional artoniana”. É um humano, com um avô goblin, a tia centaura e um golem deformado, que não é o usual. Entrando sobre o Ferrugem…

Você falou para mim no podcast que seria um personagem que o pessoal iria gostar bastante, e isso se provou verdade. Ele tá ali para resolver muitos problemas, ele salva muita gente da morte certa, e ele tem um dilema muito legal de alguns personagens como o Data do Star Trek e de outros personagens, que ele leva tudo no literal, ele tá montando o senso crítico dele, etc…

Qual foi a sua maior inspiração para ele?

Ele é a junção do Data com o Obelisk. Ele é a teimosia do Obelisk, com a questão do Data de querer conhecer o mundo. O Ferrugem não quer necessariamente conhecer o mundo, ele é só indignado com as coisas mesmo, ele parece não ver sentido no que está acontecendo.

Quando a Dacila fala que “parece que vou gostar de você”. Ele responde que “se você se esforçar um pouco, eu posso gostar de você também”. E tem o temperinho que surgiu no meio da escrita, que a minha noiva me ajudou a colocar, que ela me perguntou se teria piada. E não teria, mas por causa dela agora teria.

A Dacila foi baseada na sua esposa então? Porque ela é a única pessoa que presta atenção nas piadas do Ferrugem e ri delas.

Não, pior que não foi não hahaha. Isso foi uma tática de escrita que eu aprendi com o Mark Wolfman, um escritor de quadrinhos das antigas, que criou os Novos Titãs. Eu lendo uma revista a muito tempo atrás eu fiquei muito fascinado em como ele criou a equipe.

Os Novos Titãs, escritos por Mark Wolfman

Ela tinha o Robin, o Kid Flash, a Estelar, Cyborg, vários personagens. Daí ele fazia uma escala de proximidade entre eles. Então, por exemplo: o Cidney, a Gnal e a Dacila. O Cidney não vai achar nada engraçado, a Gnal mais ou menos e a Dacila de tudo. Daí a relação fica mais fácil, porque se você coloca uma comédia, você já sabe como eles vão interagir.

E se você coloca um combate. O Cidney tem arma, então ele ataca de longe. A Dacila tem arma e magia, então ela bate no meio termo. O Ferrugem só de perto e a Gnal nunca ataca. Aí com isso eu posso criar boas cenas de ação, interagindo com as questões de profundidade, e muitas vezes você pode usar isso para subverter as coisas, colocar o Ferrugem contra alguém que bate de longe. Ele precisa pensar em algo para atacar a pessoa de longe, isso dá um destaque maior em cenas de ação.

Subvertendo a expectativa no combate

Isso até ajuda a subverter as coisas, porque o Ferrugem contra os Slarks ele resolve na conversa, o Cid quando ganha o braço dá uma porrada. Aproveitando o gancho, como você escreve bem cena de luta!

Muito obrigado hahaha, tem gente que não gosta porque dá um trabalho danado. Mas acho que é a parte que eu mais gosto.

Você tem uma ótima visão espacial, e tem umas ótimas saídas criativas para o combate. Mesmo nessas subversões que você falou, quando o Ferrugem começa a apanhar, é porque tem alguma coisa errada.

Inclusive, o capítulo que você tá citando, que é a batalha contra a sargento purista. Eu me desafiei para fazer ela como se fosse um plano sequência de um filme, então você pode ver que conforme você vai lendo, eu costumo colocar muita quebra nos capítulos.

Se você tem uma luta, eu vou colocar um foco no Cid, ai ponho um quebra, vou pro Ferrugem, coloco uma quebra, coloco o foco no Cid e por assim vai.

E isso é o normal da minha escrita que eu sou um leitor de ônibus, e leitor de ônibus sabe que é uma merda você estar no meio do capítulo e ter que parar o capítulo no meio.

Só que essa cena em específico, que talvez seja a luta mais épica do livro inteiro, se você reparar ela não tem quebra nenhuma. Só no final quando acontece o que acontece lá, mas só.

E porque não tem quebra? Porque eu coloco a “câmera imaginária” do livro passando de um lado para o outro. Então por exemplo: você tem duas pessoas lutando, aí de repente alguém atira, e eu passo a falar dessa pessoa que atirou. Aí no meio do embate dela, ela esbarra em outra pessoa, e eu troco o protagonista para outra pessoa, então a câmera vai passando de um para o outro. Que é uma cena que começa com a Dacila indo ao chão e termina com a “morte” do Ferrugem.

Que é algo que me deixou muito apreensivo, que quando o Ferrugem, que era o ponto de segurança do grupo, cai. Você fica doido de apreensão do que pode acontecer.

Esse combate em si eu acho que ele é o mais épico, e é muito importante que ele aconteça perto do fim. Luta em si chama mais atenção do leitor, mas o fim não poderia ser um fim de pancadaria. E no final, o foco não poderia sair do Cid vencendo mais na fala do que na força, por isso que eu deixei antes do final.

A magocracia de Wynlla é bem burocrática, mas não deixa de ter pessoas sábias.

Tem uma senhora nessa cena final, inclusive, que eu acho que nunca foi citada. Mas que dá moral para o Cid e deixa ele falar de tudo que ele fez para chegar lá, e eu achei muito legal porque para o plano do Cid dar certo ele teria que ser ouvido.

Tanto que essa senhora chama ele de inocente achando que ele não poderia ser parado de diversas formas diferentes, mas eu peguei ela do Atlas, então ela existe sim. De personagens criados são os quatro principais: a Nasus, o avô do Cid, os dois vilões, e eu acho que só.

O Vergil apareceu antes na Dragão Brasil como a ilustração do Mago de Combate, inclusive, que eu fui perceber lendo que era o Vergil na ilustração. Assim como o Cid que apareceu pela primeira vez no Ameaças de Arton na página de Golens despertos.

Sim! E o pior que assim, quando a imagem saiu eu não sabia se podia falar ou não hehehe.

Continuando sobre o plano do Cid, muitas vezes as pessoas que querem ascender, tem que darem oportunidade para quem nunca teve para ser ouvidos e aí, a partir daí, ele vai!

E isso também. Nesse começo, eu acho ele bem legal porque mostra que o Cid é muito zika. Ele venceu o torneio, e a fala preconceituosa é tão forte que ele não consegue ver que ele venceu um torneio muito disputado.

Esse começo do livro fica melhor ainda quando percebemos que um insciente falando para outro insciente de algo que ele tá certo. “Você tá lutando com um Golem que não é mágico” mas ele é! Tanto que quando a Dacila usa Visão Mística, ela vê que ele é mágico. E ninguém em Wynlla teve esse cuidado.

É o puro preconceito. Viu aquele “troço” ali diferente e começa a rir na hora, e a preocupação surge conforme ele vai subindo. Até então é puramente preconceito com ele. E aí tem também um pequeno detalhe para evitar o furo. Quando a Alcyanda desce e o Cid pede para o Ferrugem descansar, ele tira a esfera do Ferrugem, que é o componente mágico dele.

Então se alguém tentou usar o Visão Místico depois disso, não vão ver que ele é mágico quando estudaram ele, porque ali ele é um ser mecânico e mais nada.

O avô do Cid tava dentro da esfera o tempo inteiro? Ou foi adicionado no meio do livro também?

Não, não, ele tava dentro dele o tempo inteiro.

Hoje em dia, ninguém duvida que Anões podem lançar magia!

Anões e Magia

O preconceito mais “fácil” de colocar no livro é o do Cid porque ele é insciente e a gente liga muito a nossa realidade, comparando com a racista da cor de pele, que não existe no livro, mas que a gente se liga a essa questão de insciente.

Mas um que me pegou de surpresa foi a questão da Dacila. Ela tem uma questão que eu não esperava, de ter preconceito quanto a magia e os anões. Tem toda a questão da Escola de Semi-Humanos terem sido destruídos pela Alcynda, essa questão da Dacila ser uma maga com apenas duas magias, etc… De onde vem isso?

A escola vem do antigo Reinado D20, de muito tempo atrás. Daí quando eu li o Reinado D20 e li o Atlas, eu vi que tinha coisa em um que não tem no outro. Quando indaguei o Cassaro: “Tem algum motivo para a escola não estar mais aqui?”, ele falou que saiu porque não tinha mais espaço para colocar tudo e porque no antigo Tormenta existia esse preconceito dos magos com anões, achando que eles não podiam lançar magia. Mas isso caiu, e não existe mais hoje em dia. Daí eu perguntei se eu poderia colocar que esse problema ainda existe no pessoal mais velho, foi aí que eu trouxe a escola de anões de volta e porque ela não tá mais no Atlas (já que foi destruída), e porque a Dacila sofre esse preconceito.

Por mais que tenham anões que lancem magia, as pessoas mais velhas ainda tem esse preconceito.

A Dacila foi um presente, tem muita amiga minha que ficou feliz de ver a Dacila na capa. E ela é tão interessante que as vezes ela rouba o protagonismo do Cid. Não sei se tem plano de trazer ela em uma conto a parte, não sei…

Se me encomendarem e me pagarem, eu estou disponível pra bastante coisa ai… Hehehe. Tanto que na Dragão Brasil 211 vai ter um conto do cara que tomou a porrada do Ferrugem no inicio do livro.

Isso me lembra muito um nicho muito especifico que são fan games de personagens aleatórios de jogos clássicos, como Abobo’s Big Adventure e Green Biker Dude, que são jogos baseados em personagens secundários dos jogos.

Alcynda voltará?

Vamos falar sobre o gancho que você colocou na história. Porque a Alcynda ela tá engatilhada para a qualquer momento voltar. a gente comentou que Valkaria, ela tanto traz a solução como também o problema. E ela tá presa na masmorra de Valkaria e uma hora ela vai sair.

Ela foi mais uma daquelas questões que eu queria acrescentar ao cenário, então tem até a chance dela voltar de repente. Mas pra mim foi mais interessante colocar a possibilidade do jogador trazer ela de volta, se ele quiser, do que pensando em outro livro. Ela tá lá, se alguém quiser fazer uma aventura que ela volta.

E ela vai voltar chutando bunda pra caramba, muito nervosa e muito forte.

Tem uma coisa que muitos autores de fantasia voltados para RPG fazem, e você fez muito bem, que é dar gancho de aventura no meio do livro.

E isso foi totalmente planejado. Tormenta, essencialmente, é RPG. Eu queria muito acrescentar não só para o lore, mas também para o jogo.

Então, nesse livro, jogadores podem usar o Conclave Vermelho, o final da Alcyndra, o Lawson, os escravagistas do submundo de Vectora.

O Submundo de Vectora

Sobre isso, eu não sei se essa questão de Vectora receber escravagistas é dos livros, é? Pode falar sobre isso?

Cara, tem uma questão aí. Foi um detalhe que uma pessoa me apontou e disse que não sabia se eu havia cometido essa gafe, porque pra mim é meio complicado se referir a alguém como escravo e não escravizado.

Os negros no Brasil não foram escravos, foram escravizados, que é uma condição que impuseram a eles. É um erro simples mas eu acho fundamental na hora da escrita você ter essa diferenciação, digamos que um senhor de engenho chamaria seu “produto” de escravo, mas um escravo não se referiria a outro como escravo.

Quando eu escrevo, eu coloquei que haviam pessoas a venda na parte de baixo. E isso muda um pouco o sentido, porque, eu coloquei tinham pessoas a venda, porque eram pessoas compradas não apenas para o serviço de escravidão, mas também prostituição, mercenários, etc…

Mas eu acho que da maneira que está não danificou a narrativa.

É que esta questão de pessoas ou escravos a venda coloca em pauta um dos personagens mais amados do cenário, que é o Vectorius. E isso é muito bom! Eu não gostaria que o Vectorius fosse um “Elon Musk” de Arton que o pessoal vê como alguém muito bonzinho.

É que no caso, trocar tráfico de pessoas, ao invés de escravos, diminui a escrotidão do Vectorius. Porque no caso dele, não é só escravos que ele permite ser vendido, mas também pessoas para morrer e etc… E que ele é muito mais permissivo do que a gente entende.

Uma passagem que eu me orgulho muito é quando eles estão vendo a encenação da criação de Vectora e o que é mostrado é muito pomposo e a Gnal pensa que a encenação não coloca os acordos que ele fez e etc…

Eu gostei bastante dessa cena. O que eu ouvi algumas pessoas comentando é que “Pô, Vectorius um dos heróis que enfrentou a Tormenta faz vista grossa a venda de escravos?” Sim! Tem muitos amigos meus que gostam do Vectorius por ele ser esse cara que veio do nada, que construiu Vectora da magia e suor do trabalho dele.

Outro detalhe importante. Essa ideia já estava lá a mó tempão, eu só trouxe a tona para fazer ligação a Deusa do Labirinto.

Por isso eu fiquei em dúvida. Eu não sabia se era algo já presente no cenário ou se foi algo seu. Se fosse algo seu, eu já acharia muito legal, mas mesmo sendo algo que já era presente, é algo que pouca gente fala.

Nesse livro, o antigo Reinado, não sei porque ele caiu em desuso. Mas ele é muito rico! Na época que eu jogava 3D&T mais fervorosamente, eu usava muito ele, dai passou um tempo e eu comecei a usar Tormenta de forma um pouco mais genérica. Cada cidade meio que tem o seu destaque, Wynlla é o reino da magia e cada canto tem algo do tipo. Então a gente usava esse destaque e jogava lá.

Com o Atlas eu acho que esses destaques acabaram ficando mais ricos, eu mesmo só me aprofundei para estudar para o livro. Que eu lembrei que o Reinado também era muito rico em informação, e ele tem muitos anos, e eu devo ter lido na época que saiu o 3D&T. Daí eu abandonei Arton por uns tempos por achar que era algo mais infantil e eu queria uma fantasia mais “séria”, até ler Inimigo do Mundo e ver que tinha espaço para algo mais maduro.

As Várias Faces do Fascismo

E é algo que nós tivemos um problema na comunidade de pessoas querendo jogar de Puristas e fazendo falsa dicotomia da época que dava pra jogar de Minotauro e tals. E os três últimos livros falam sobre assuntos que me surpreenderam muito de terem sido abordados. Dado Selvagem entra na questão do preconceito com imigrante, você aborda várias facetas diferentes do fascismo e de estruturas de poder opressoras, de uma maneira que eu não esperava.

Quando tu trás essa outra face do Vectorius, e coloca que ele tem que se dobrar às burocracias “calado”, eu achei muito interessante.

A galera, às vezes, tem uma visão muito distorcida da realidade… Eu sou meio descrente em algumas coisas. A pessoa, para atingir certas coisas, ou ela teve que se sujar em algum momento ou alguém teve que se sujar.

E o Vectorius tinha que se sujar em algum momento também para criar Vectora, isso mesmo é citado no Atlas, na parte de Vectora. Muita gente não entende o peso disso até ler em um romance ou algo do tipo.

A relação dos dois foi muito abalada pelos eventos recentes…

O Talude de férias

Aproveitando, você respondeu outra pergunta no livro, que é onde raios tava o Talude! Enquanto o Vectorius tá de cabelo branco com saudade do namorado, você mostrou que ele tava de boa em Magicka hehehe.

Eu tinha que preencher o espaço ali, e decidi colocar o Talude lá relaxando com a deusa dele hehehe.

O Arquimago dentro da Máquina

Mudando de assunto, tem algo que eu queria falar com você. Para mim, o Karias Theurulf aparecendo da estátua, para mim, foi um deus ex machina. Eu pude imaginar o Cristo Redentor levantando e falando; “Mílicias do Rio! Você estão errados!

Eu não acho que foi ruim, mas quando eu li a parte dele saindo da estátua e resolvendo o problema do Cid, eu entendi como um deus ex machina. Meio como Hermes entregando a Molly para Odisseu. Mas eu queria entender o porque usar esse artifício dessa maneira, qual foi o pensamento?

Tem alguns pontos ai. Ele foi usado assim porque no Atlas, na parte de Wynlla, fala que isso é algo que o Karias faz com certa frequência (para fins de consulta, veja Atlas de Arton pág. 111). O segundo ponto é um detalhe que não é perceptível na primeira leitura, mas no capítulo 3 é citado que o Karias poderia aparecer.

Lá, a estátua do cara já tava lá. A distância entre as citações pode causar esse estranhamento. Então, se você sentiu isso, pode ser algo para eu me preocupar no futuro para não causar esse estranhamento, mas eu tive essa preocupação para não parecer um Deus Ex Machina. Quando a informação é colocada no capítulo 3, a informação meio que se perde. Valkaria até cita que “Se você não quisesse que isso acontecesse, não teria colocado o espírito do Karias dentro da estátua”, que é uma prova que Valkaria já tava ligada no jogo.

Aspectos dos Deuses

Algo curioso, falando dos deuses, e que já comentamos aqui, nos últimos lançamentos de Tormenta, inclusive o Deuses de Arton, tivemos um uso mais regular dos Aspectos dos Deuses. E principalmente da diferença entre eles e os Avatares. Mas no livro você usa dois Aspectos de Valkaria e de uma maneira mais clara de como esses Aspectos são usados.

Os Aspectos, quando você escolheu colocar eles na história, tu já sabia dessa cosmovisão dos Aspectos, ou foi algo apontado para ser colocado?

Então, Aspecto e Avatar são coisas diferentes. Mas pra mim, eu não tinha a mínima ideia que eram coisas diferentes, eu só fui saber estudando coisa para o livro. Aí eu notei que tem diferença, porque isso é até bom que dá para enriquecer o livro.

Mas de qualquer forma, teria essa presença divina de forma física. Eu só fiz essa diferenciação quando eu li o Atlas ou o Ameaças, não vou lembrar. Ou de repente, até em conversas com o Cassaro.

Algo que eu acho interessante é que todos os Aspectos que aparecem morrem fora de cena, e tu percebe que era ela quando você nota o anagrama no nome dos Aspectos.

Essa questão anagrama é coincidência! No caso de Valkaria não conseguir deixar uma pista de que é um Aspecto dela.

Na verdade, eu tinha muita liberdade. A única “imposição” era que se passasse em Wynlla.

Isso me deixa feliz, eu tinha muito receio que vocês três (Lucas Borne, Kali e o J.V) tivessem pouca liberdade, mas pelo menos dois de vocês me falaram que tinham muita liberdade.

Valkaria é simplesmente incapaz de não dar pistas de seu envolvimento.

O Futuro de Torres

Um ponto que eu queria falar. Dos três últimos livros que saíram, acho que o seu é o que mais mexe com o cenário em si, mesmo que seja naquele microcosmo de Wynlla. Eu queria saber, se Guilherme Dei Svaldi chegasse pra você: “J.V, esgotou todos os nossos estoques de Torres de Wynlla, o livro foi um sucesso, a gente precisa de um segundo livro, começa a escrever, pode pensar na história, brinca a vontade, só precisa ter os mesmos personagens“.

Como você seguiria a história?

Antes de responder, só comentar uma coisa. Eu enxergo os três livros para faixa etárias bem diferentes. Eu não acompanho tanto redes sociais e eu não sei se foi divulgado dessa forma. Mas eu não acho que o livro da Kali e o meu são voltados para a mesma faixa etária.

Eu acho que o meu é para um público mais adolescente e o da Kali é mais feliz em abranger um público maior, não que ele seja infantil! Mas eu vejo o meu mais para adolescente.

Como eu comentei, o seu eu acredito ser mais parecido com um desenho dos anos 2010, o da Kali me tem algo que parece mais um desenho mais jovem, e o do Lucas parece uma historia mais madura.

Batendo papo com ela, eu comentei isso com ela, que eu acho que ela foi mais feliz de pegar um público mais abrangente.

Assim como eu acho que Joia da Alma é ótimo livro de entrada para o público de Tormenta por abranger mais esse público.

Sobre a pergunta do convite: tudo depende do modo que vai ser feito hehe. Colocando em um cenário como o primeiro, me dando liberdade para escrever o que eu quisesse, a única certeza que eu tenho é que o Cidney e o Ferrugem iriam continuar, porque eu enxergo eles como Asterix e Obelix, essa dupla que passa por diversas aventuras. E os amigos podem voltar ou não em outras aventuras.

A outra certeza é que um segundo livro não teria um foco tão grande em preconceito como o primeiro. Porque tem que ir para outro caminho para não virar algo repetitivo. Ao final da jornada dele do livro, o Cidney tá bem resolvido com isso, pode ser que depois de muitos anos o Cidney tenha que lidar com isso de novo. Como se ele tivesse um filho e tivesse que se preocupar com o filho dele passando por isso, relações da figura paterna, etc.

Eu acho importante que um segundo livro, se existir, lidar com outros assuntos, até para evitar comparação com o primeiro, que tem esse aspecto da surpresa.

O segundo, a galera já vai esperar algo, então eu tenho que ir por outro caminho.

Agora, aonde se passaria o livro. Não tem como eu falar, porque eu gosto de pensar na trama lendo o Atlas e o Reinado para saber no que a região que eu estou escrevendo tem para oferecer. Wynlla ainda tem muito para oferecer, quanto também ir para outros cantos, porque não falta região de Arton com coisas para explorar.

Tem a área das Sanguinárias ou do Império de Jade que tem os Kaiju. Imagina Ferrugem lutando com um Kaiju como um robô gigante?

Conclusão

Cara, para finalizar, eu queria que você usasse o espaço para falar do teu trabalho, fazer teu marketing. Fica à vontade!

É sempre bom receber feedback da galera, porque na nossa cabeça tudo é muito claro no livro. A gente tenta ao máximo deixar tudo bem claro, mas uma coisa ou outra pode não ter funcionado tem bem quanto a gente gostaria. Em um bate-papo, a gente anota os feedbacks e não cai na armadilha de antes.

Eu fico muito feliz de poder participar de podcasts, entrevistas, etc… Até para deixar mais informações sobre o livro na internet. Já aconteceu várias vezes de eu ter lido um livro e não achar nada sobre o livro na internet.

Lembrando que lá no Instagram estou sempre disponível para conversar, para quem quiser.

Sobre projetos, pra Jambô eu escrevi o conto para a Dragão Brasil 211, que se passa em Wynlla de um personagem “quartiário” que ninguém nem sabia que era um personagem de verdade do Torres.

Outros projetos mais pessoais, na Amazon tem muito conto e livro meu, quem quiser ler no Kindle. Tem fantasia medieval, fantasia sobrenatural, ficção cientifica. Quem gostou das cenas de ação, leiam Satélite 616 e Planeta Odarus que são livros de ficção cientifica de mercenários espaciais que usam armadura estilo Halo da vida e caem na porradaria franca.

Para o pessoal da fantasia medieval, tem o Desgarrados: A Caçada Prateada. Que começa no velório de uma princesa, cai um raio aonde a princesa está morta. E a princesa acorda prateada, mergulha e vai nadando em direção ao continente, e o imperador manda um Samurai atrás dela para matá-la. Então você conseguir explicar que a princesa ta tacando o terror no outro reino, na verdade é alguém tomada por um Yokai, dá um problema. Ai pelo caminho o Samurai encontra dois companheiros que o auxiliam nessa jornada. Esse trio do barulho vai arrumar altas confusões atrás dessa Yokai.

Em breve terá dois novos contos na Amazon. Um é uma compilação de contos de ficção cientifica e um livro novo meu que se passa no Rio de Janeiro, com adolescentes que despertam poderes.

Muito obrigado pelo papo, J.V!

Muito obrigado, eu que agradeço, obrigado pelo feedback e é isso, vamos no movimento para o pessoal fazer a avaliação do livro nas redes e nas redes, hehehe.


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Entrevistador e Transcrição: Gustavo “AutoPeel” Estrela
Revisão: Raquel Naiane.

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