REINO DOS MORTOS [23]

O grupo estava diante de sor Dhazil, a aberração do necromante. Todos preparados para o combate final. Galdor deu um passo à frente e girou sua mão, fazendo um ventania em direção ao anão, para jogá-lo pela beirada da torre.

Dhazil se ajoelhou e enfiou os dedos na pedra, se segurando. O vento foi violento, mas não o tirou do lugar. Ao ver que seu plano não funcionaria, o mago girou a outra mão e arremessou uma bola de fogo.

A aberração continuou de joelhos, tomado pelas chamas. Ele não se moveu. Todos ficaram assistindo até o fogo se apagar. A criatura que se levantou dali não era mais Dhazil. A armadura derreteu e se fundiu com a carne, transformando-o em um ser totalmente novo, mais blindado ainda.

– Acho que isso não é bom – Kvarn comentou.

– Agora é minha vez – Dhazil disse, e em uma velocidade sobrenatural, cruzou o espaço entre o grupo e enfiou sua mão na barriga de Raíza, atravessando-a até sair pelas costas. – Seu irmão manda lembranças.

O grupo ficou em choque, incrédulo. Raíza cuspiu seu sangue esverdeado, olhou para os outros, e caiu de joelhos. Quando Dhazil puxou sua mão de volta, ensanguentada, a dríade tombou sem vida no chão.

Jim usou seu último dardo naquela hora. Ele era o melhor naquilo, e sabia que não poderia errar. O dardo entrou na lateral do olho do anão, atravessando o outro e saindo do outro lado.

Enquanto Dhazil gritava de fúria, Jim colocou o dedo sobre os lábios, pedindo para os outros fazerem silêncio. Galdor e Kvarn obedeceram, sem se mover.

Dhazil se controlou e se virou, inclinando os ouvidos para tentar encontrar o resto do grupo. Ainda imóveis, os três começaram a se comunicar com sinais. Galdor fez menção de usar sua ventania novamente para empurrar o anão. Então pediu para Jim jogar sua besta perto da beirada, para causar distração.

O jovem obedeceu e jogou sua arma do outro lado, fazendo-a acertar o chão de pedra com um barulho metálico. O anão caiu no truque e correu até o local, dando socos no ar, esperando acertar alguém.

– Agora! – Kvarn gritou e começou a correr.

Galdor girou o braço, fazendo a ventania acertar Dhazil novamente. Ao sentir a força do vento, o anão se inclinou num último instante e se segurou na beirada da torre, com as pernas esvoaçando para fora.  Kvarn sabia o que devia ser feito, e por isso correra sem avisar ninguém. Ele pulou na frente da ventania, erguendo seu machado, e se deixou levar pelo poder do mago. Assim que sobrevoou o anão, seu machado desceu com tudo, acertando os dedos que se seguravam na beirada.

Os dois voaram para longe, sumindo na cortina de fumaça.

– Não! – Jim gritou, caindo de joelhos.

– O filho da mãe pulou – Galdor sussurrou, incrédulo. – Ele pulou na frente da minha ventania e se matou.

Debaixo de seus pés, o chão começou a tremer. A torre estava sacudindo. Ela ia desabar a qualquer momento.

– Precisamos sair daqui – Jim avisou, e o mago concordou, relutante.

Os dois correram até a escadaria e desceram os degraus, sentindo tudo ao redor sacudir, pedrinhas caírem sobre suas cabeças e poeira ser expelida das paredes.

– Não vamos conseguir sair a tempo! – Jim gritou.

Em suas costas, o teto começou a desabar, soterrando a escada, violentamente. Os dois pularam pelo arco do térreo no último instante, enquanto tudo caía. Eles ainda estavam no salão de entrada da torre, e faltavam alguns metros até fugirem dali.

– Galdor, rápido! – Jim ajudou o mago a se levantar e os dois voltaram a correr, debaixo de uma chuva de pedras e vigas. Tudo estava vindo à baixo.

A porta não estava muito longe, mas o topo da torre já estava caindo sobre eles.

Em uma lufada de poeira, a torre desabou no centro do jardim, e em uma grande área, tudo ficou coberto, sem visibilidade.

O necromante assentiu, satisfeito. Certamente sua aberração havia morrido também, mas ele poderia fazer outra. O importante é que aqueles aventureiros nunca mais iriam incomodá-lo, e nem iriam contar para o mundo externo sobre seu exército poderoso.

Quando o necromante saísse de Negressus, ninguém estaria esperando. Ele iria marchar com seu exército de mortos e dominaria o mundo da noite para o dia. Nenhum reino estaria preparado para aquilo.

Algo chamou sua atenção diante dos portões da muralha. Uma lufada de vento apagou um grande rastro de fogo e limpou o campo de visão. Dois homens surgiram, correndo pela estrada de paralelepípedos. Eram Galdor e Jim.

– Como isso é possível? – Nagond fechou os punhos, furioso. – Como eles sobreviveram?

Jim parou e segurou o braço de Galdor. Os dois se abaixaram e pegaram algo no chão. O necromante não entendeu o que era a princípio, mas após franzir o cenho, notou que era um colar.

– A Chama de Amon!

Logo em seguida, ele viu a aberração, sor Dhazil, se arrastando em direção à dupla. O velho colocou o colar no pescoço do anão, tornando-o mortal novamente. O mais jovem pegou uma pedra e a acertou na nuca de Dhazil, até virar uma massa no chão.

Depois, um zumbi cambaleou em direção à dupla, era Kvarn.

 

Galdor tirou a Chama de Amon do pescoço de Dhazil, foi até o zumbi de Kvarn, e enfiou o colar em seu pescoço. No mesmo momento, Kvarn piscou, confuso. Ele gritou de dor e caiu no chão. O mago se ajoelhou na frente do amigo e usou sua magia de cura nele. Os três se abraçaram, dando risadas de alegria. Depois eles olharam em direção ao necromante, putos da vida.

 

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Banu Haqim – Clãs de Vampiro: A Máscara

Quando eu comprei o livro básico da terceira edição de Vampiro lá em 2001, este clã foi o primeiro a me chamar atenção. A ideia de assassinos errantes que caçam outros vampiros, praticamente ronins urbanos, era muito atraente para a minha mente de 15 anos.

Mas minha mente de 15 anos se contentava com a superfície da coisa. Um sobretudo e uma katana já faziam um personagem ser legal pra mim, admito. Mas os Banu Haqim tem muito mais potencial do que isso. Muito mais. Hoje vamos juntos revisitar alguns conceitos interessantes por trás deste clã.

Religião

É muito comum associar os Banu Haqim ao Islã e à cultura do Oriente Médio, afinal, por muito tempo eles foram retratados assim nos livros e suplementos de Vampiro e isso está intrinsecamente ligado à história do clã. Mas as versões mais recentes de Vampiro (V20 e a 5E) estão procurando reduzir o tom étnico de alguns clãs para evitar estereótipos.

Uma dessas mudanças foi no nome. Os Homens da Lei sempre se chamaram de “Filhos de Haqim” em honra ao fundador do clã, mas nos livros o clã aparecia como Assamitas, um termo pejorativo derivado de Ḥashashiyan, nome de uma seita religiosa real que existiu entre o século XI e o século XIII e que também dá origem à palavra “Assassino”.

Por isso, vamos esquecer por um momento esse aspecto e analisar outras características do clã. Para um banu haqim, assim como para membros de qualquer outro clã, ser um muçulmano de origem semita é uma opção dentre muitas, não uma obrigação.

Uma inspiração que acho legal para esse conceito do “Assassino furtivo fortemente devoto a uma religião” é a Cammy de Street FIghter II V.

Lei

Os Banu Haqim são os defensores das leis e tradições. Não só as leis e tradições vampíricas, mas algo ainda mais visceral. A própria existência de um membro do clã está fundamentada na compreensão e execução das leis. Os Banu Haqim são pensadores, juízes e executores.

As leis religiosas do Islã são apenas um exemplo dessa relação, mas que rendeu fama ao clã por muitos e muitos anos. Ainda assim, existe um terreno vasto a ser desbravado aí, desde outras religiões (sim, assamitas também podem ser cristãos, por exemplo), ordens monásticas, leis humanas (há relatos de banu haqim que guiam sua moral pela Constituição de seu país, por exemplo) e até cultos e leis vampíricas.

E vale lembrar que em qualquer código de leis, moderno ou antigo está sujeito à interpretação. Por isso, além de juízes executores, os Homens da Lei também são estudiosos acerca dos códigos que defendem e vivenciam.

“Vamos acabar rápido com isso por que ainda tenho que terminar um trabalho de Direito Civil III.”

Vício

O defeito de clã dos Banu Haqim muda de acordo com a edição, mas todos giram em torno do vício no sangue vampírico. Assamitas carregam a marca da diablerie e são mais propensos a cometer este pecado do que qualquer outro clã. Isso parece contraditório para você, querido leitor?

Sim, os vampiros que clamam para si o dever sagrado de julgar e aplicar a lei a todos os membros são também os mais próximos ao que é considerado o maior pecado que um vampiro pode cometer.

É muito fácil um Homem da Lei sentir-se tentado a apontar os próprios códigos de conduta para os outros e tornar-se um vigilante violento, usando a diablerie como forma de punição e criando exceções e justificativas para entregar-se ao amaranto. Estereótipos bem contemporâneos podem refletir um pouco esta índole, como o terrorista que utiliza uma visão tosca e distorcida do Islã para justificar sua violência e seu projeto de poder, ou o “cidadão de bem” que busca na Bíblia passagens que justifiquem seu racismo e xenofobia, ou até mesmo o juíz que se vê acima dos demais cidadãos e abusa da sua autoridade com qualquer um que olhe torto.

Vou parar as analogias por aqui para não politizar demais este texto (tenho certeza que vocês sabem exatamente sobre o que eu estou falando), mas é por isso que assamitas precisam ser cuidadosos ao presentear um mortal com o abraço, mesmo que a intenção seja criar um poderoso guerreiro mercenário. Aquele soldado implacável pode estar a um frenesi de distância de se tornar um fanático.

“Quer conversar um pouco sobre Nacionalismo, bróder? Chega aqui um instantinho…”

Samurais urbanos furtivos vivendo como mercenários em meio a membros ou estudiosos legalistas vivendo sob códigos rígidos, existe muito roleplay sob a superfície dos Banu Haqim. E não se esqueça de ler o texto da Isabel Comarella sobre como continuar jogando RPG durante a quarentena.

Bom jogo a todos!

REINO DOS MORTOS [22]

O grupo estava amontoado nos primeiros degraus da escadaria, esperando os mortos invadirem a torre. Ali ia ser a sua última resistência. Galdor, o mago, teve uma ideia, e disse para os outros que voltaria logo. Ele subiu a escada e sumiu de vista.

– Será que o velho vai nos abandonar? – Kvarn perguntou, desconfiado.

– Ele é o nosso líder – Jim o lembrou. – E é um homem bom. Eu confio nele.

– Nós precisamos dele aqui – Raíza gemeu, assustada. – Nós três não conseguiremos segurar o ataque sozinhos. Em alguns instantes, milhares de zumbis irão cair sobre nós.

– Tenha fé em Galdor – Jim aconselhou, mirando sobre seu último dardo. – Não temos outra opção.

– Só estou dizendo que ele tem a magia do fogo e do vento. Sem ele, iremos morrer em instantes.

O primeiro corpo caiu do lado de dentro da torre, passando pela brecha da porta. Em seguida, a porta inteira tombou, arremessando poeira para as laterais. Uma enxurrada de esqueletos invadiu a torre, correndo em todas as direções. O primeiro grupo que apareceu pela arcada da escadaria, foi esmagado pelo trio de aventureiros e pelos outros mortos que vinham logo atrás.

– SEGUREM! – Kvarn gritou, flexionando os joelhos para erguer o escudo.

Ao ver a onda de mortos, Jim guardou sua besta e sacou a espada. Ele ficou ao lado de Kvarn, fatiando zumbis, freneticamente. Raíza ergueu os braços, e raízes brotaram do chão, criando uma espécie de tranças grossas entre eles. Ela ergueu uma barreira, isolando-os dos inimigos. O trio se afastou, recuperando o fôlego.

– Se não fosse pelas suas raízes, teríamos morrido – Jim olhou para Raíza, assustado.

– Não sei quanto tempo elas irão durar.

– E onde está aquele velho? – Kvarn gritou, furioso. – Eu sabia que ele iria nos abandonar!

– Cuidado com as palavras, criatura de pouca fé – Galdor respondeu, surgindo pela curva da escadaria. – Eu estava ganhando tempo para Toiva trazer o Martelo de Gerion.

– O que você fez? – Kvarn perguntou, desconfiado.

– Eu subi até o topo da torre e comecei a lançar bolas de fogo em todo o jardim da muralha interna. Daqui a pouco, ele se tornará um anel de fogo entre nós e os mortos.

– Meu jardim? – Raíza gritou, furiosa. – Você irá destruir minhas raízes!

– Galdor – Jim estava apavorado. – Essa torre está no centro do jardim. Se ele virá um anel de fogo, nós estaremos dentro de uma panela de pressão. Todos nós iremos morrer.

– É melhor adiar a morte sempre que pudermos, não acha? – Galdor colocou a mão em seu ombro. – Ou você prefere morrer pelos nossos amiguinhos ali fora?

– Ei, escutem isso – Kvarn se inclinou, colocando o ouvido na barreira de raízes. – As criaturas pararam de grunhir e arranhar.

Todos se inclinaram e também notaram o silêncio. Mas um som duro e seco fez as raízes tremerem. Depois outro. Era som de um machado cortando tronco. Uma grossa raiz caiu no chão, abrindo um buraco pequeno entre eles.

Olhos vermelhos surgiram pelo buraco, cercados por um elmo de bronze e uma barba cor de ferrugem. Era sor Dhazil, a nova aberração do necromante.

– Que o deus Spólios tenha misericórdia de suas almas – a voz gutural e monstruosa de Dhazil ecoou pela escadaria.

– Você ainda não entendeu que Spólios não é um deus? – Kvarn gritou e enfiou o cabo do machado pelo buraco, acertando os olhos de Dhazil com tudo. – Subam!

O grupo subiu a escadaria correndo, ouvindo o grito de raiva do anão crescendo em suas costas. Em seguida, ele voltou a cortar as raízes, movido pelo ódio.

O grupo chegou até o topo da torre, cujas paredes e telhado eram apenas ruínas, com acesso ao céu aberto. Eles foram até a borda e viram que o jardim inteiro pegava fogo, e os mortos cambaleavam em chamas, desnorteados. Uma fumaça negra começava a se erguer ao redor da torre, criando uma cortina escura entre eles e o mundo lá fora.

– É aqui pessoal – Kvarn reconheceu. – Não há outro lugar para fugir. Estamos encurralados. Esse é o lugar onde iremos morrer. Hoje mesmo terei uma morte honrada e irei para Heimvel.

– Eu só tenho um último dardo – Jim disse, segurando sua besta.

– Eu não tenho mais minhas raízes – Raíza murmurou, olhando para o seu jardim destruído.

– Eu também estou fraco – Galdor revelou.

Não demorou muito para passos surgirem pela abertura da escada. Sor Dhazil os alcançara, vestido em uma armadura completa, com espinhos saltando para fora.

O grupo se preparou para o combate final, e cinzas começaram a nevar sobre eles.

Nagond, o necromante, assistia a muralha ser coberta pela fumaça densa. Ele aguardava em segurança no topo de uma laje, olhando através de sua máscara de caveira. Logo, logo tudo estaria terminado.

 

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RPG e as Competências Profissionais

Sou Analista de RH e, frequentemente, faço seleção de pessoas. Se me pedem para listar quais coisas eu geralmente busco em um candidato, com certeza eu responderia competências comportamentais como: empatia, capacidade de trabalhar em grupo, boa comunicação, criatividade, resiliência e proatividade.

Claro que nem todo trabalho exige todas estas competências, mas posso afirmar que o profissional que as têm se destaca em qualquer área e será estratégico para organização.

Sabe onde podemos desenvolver todas elas? No RPG! 

Por isso, hoje eu vou falar um pouco desse tema: RPG e competências profissionais. 

 

Competências do futuro

Em primeiro lugar acho importante destacar como será o futuro das profissões e porque as competências comportamentais (também chamadas de soft skills) serão cada vez mais importantes. No futuro importará pouco o que ou onde você estudou de maneira formal, e muito mais quem você é e o que de fato sabe fazer. 

Na área de tecnologia, HOJE, já não importa se o profissional é formado, mas sim sua experiência e até mesmo se fez cursos atualizados de menor duração. Esta tendência será regra para a maior parte das áreas rapidamente.

Para descrever como as coisas são, existe uma sigla muito utilizada pelos administradores: o mundo VUCA. Esta sigla é acrônimo, em inglês, para Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade. E, em gestão de pessoas, temos estudado muito sobre como podemos preparar nossos colaboradores para este universo que, com certeza, só sabemos que não será igual a nada que veio antes. Sobre esse tema, vou deixar um artigo que fala mais nas referências!

Se não sabemos como será, não adianta nos apoiarmos nas competências técnicas. precisamos estar preparados para reagir com nossas competências comportamentais. 

 

E o que tem o RPG a ver com isso?

O RPG é provavelmente o jogo que mais desenvolve competências que já vi na vida! Um universo ilimitado de possibilidades, onde podemos experimentar vivências através de um personagem que é ao mesmo tempo nós mesmos e outras pessoas. 

(Sim, eu amo RPG!)

Vou fazer uma lista de competências que o RPG desenvolve (fortemente) e que são muito procuradas pelas organizações:

-Criatividade

-Capacidade de resolver problemas

-Adaptabilidade

-Proatividade

-Resiliência

-Liderança

-Comunicação

-Empatia

-Trabalho em grupo

E aqui vou destacar fortemente a criatividade. Considero a criatividade poderosa para desenvolver outras habilidades. Se eu consigo imaginar como é ser outra pessoa, eu desenvolvo empatia. Também desenvolvo melhor a comunicação, porque consigo perceber e ajustar minha estratégia de comunicação para diferentes pessoas.

Resolver problemas e inovar também nasce da criatividade, de conseguir olhar para que já temos e pensar em caminhos novos. É uma ferramenta poderosa DEMAIS. 

E o RPG é a coisa mais incrivelmente criativa e imaginativa que eu já conheci. Estamos o tempo inteiro, literalmente, criando um mundo e uma história a partir do nada. Ou seja, criar e imaginar é o centro do jogo.

E se, em algum momento, você já escutou que a fantasia é algo perigoso, ou distante da razão, vou citar Tolkien:

“A Fantasia é uma atividade humana natural. Certamente ela não destrói a Razão, muito menos insulta; e não abranda o apetite pela verdade científica nem obscurece a percepção dela. Ao contrário. Quanto mais arguta e clara a razão, melhor fantasia produzirá. Se os homens estivessem num estado em que não quisessem conhecer ou não pudessem perceber a verdade (fatos ou evidência), então a Fantasia definharia até que eles se curassem.”

Complemento este argumento falando que, não apenas é necessário uma grande capacidade analítica e racional para ser criativo, como também uma competência desenvolve a outra.

Ou seja, você precisa jogar rpg! É uma questão de se preparar para o seu futuro profissional.

 

Referências: 

Mundo VUCA – https://redeindigo.com.br/mundo-vuca-preparar/

Competências do futuro – https://www.ludospro.com.br/blog/competencias-do-futuro

Citação do Tolkien: Árvore e Folha, 2014, p. 53.

Como Continuar Jogando na Quarentena

Olá Heróis, estamos vivendo em novos tempos. A chegada da quarentena mudou drasticamente a forma que nos relacionamos, e fazemos algumas coisas e o que para muitos é apenas uma questão de adaptação, para outros é um verdadeiro desafio, principalmente quando falamos do nosso querido hobby.

Como continuar jogando RPG durante a quarentena? Como podemos manter nossas atividades heroicas ou vilanescas – sim, é legal ser do grupo do vilão – em tempos de distanciamento social? Se algumas partidas já ficavam comprometidas com nossos compromissos do cotidiano, agora com o distanciamento, as coisas ficam ainda mais complicadas, será que podemos resolver isso?

Sim amigos, sim é possível, estamos salvos, XP EM DOBRO PARA TODOS!

Vamos precisa de um computador ou celular, estar conectado à internet e nossos grupos de aventura. Separamos algumas ferramentas que podem ajudar a voltar para as jogatinas do RPGs de mesa.

Como será a narração?

Precisamos definir como a aventura será narrada. Com áudio apenas, com vídeo incluso? Tem inúmeras ferramentas gratuitas para resolver essas questões e entre as mais tradicionais estão Skype, Google Hangouts e Discord, mas até uma videochamada em grupo no WhatsApp ou Facetime pode resolver.

Jogar apenas com vídeo pode resolver a questão para a maioria dos grupos, especialmente para os que usam apenas a imaginação para descrever a cena, sem mapas e miniaturas.

Para evitar as desconfianças sobre aquele amigo ou amiga que tirou 8 vezes o 20 no dado em uma única partida por videochamada, podemos fazer de duas maneiras: mostrando a rolagem no vídeo ou usando aplicativos específicos para isso. A procura por esses aplicativos é bem simples, tem versões para iOS e Android, e o mais fácil de ser usado na nossa opinião é o rolador de dados do Google. Basta pesquisar por Dice Roller” é muito intuitivo o modo de usar.
As fichas, também são simples de resolver: pegue um arquivo de ficha em branco do sistema que você vai jogar e preencha no computador, existem vários aplicativos onde você pode organizar as fichas como jogador, e também para quem mestra e se preferir, imprima, preencha tudo, tire uma foto e compartilhe com o mestre.

Ferramentas com mais opções

Para aventurar-se em uma campanha com todos os recursos possíveis: mapas, miniaturas, fichas completas, rolagem de dados, descrição das magias, dos monstros e muito mais, também existem opções.

O mais popular é acessível é o Roll20, permite a criação de fichas online, inclusão de mapas, músicas e tem até opções de chamada por vídeo ou voz. Por ele ter muitas funções, e se vocês são como eu e se assustam com tantas opções, é possível achar tutoriais de como aproveitar melhor os recursos do site. E existem outras opções, como o Fantasy Grounds e o D20Pro, mas são versões pagas e um pouco mais complicadas de usar.

Outro meio de jogar sem sair de casa, e essa é uma excelente opção, pois pode ser jogada a qualquer momento, é o mRPG, um aplicativo que está disponível para iOS e Android e permite jogar apenas por texto, apenas quando você tiver tempo e ou vontade. Você descreve a sua ação e espera a dos outros jogadores, que podem responder no momento ou até horas depois.

E caso não queira jogar é possível acompanhar campanhas alheias por vídeos e podcasts, que também é muito divertido.

Desejamos a todos que encontrem a melhor opção para manterem a diversão na quarentena, ou mesmo depois que tudo passar.

REINO DOS MORTOS [21]

A harpia oscilava no ar, batendo suas asas com dificuldade. De sua ferida no peito ainda escorria sangue fresco. Toiva acariciou seu pescoço, dizendo palavras de motivação. Elas precisavam chegar até o esconderijo onde ficava o Martelo de Gerion, uma arma feita com os ossos do pai do necromante Nagond e da dríade Raíza. A única arma capaz de matar o necromante.

O local eram ruínas colossais, de pedras vermelhas e colunas caídas, no topo de uma colina, no centro de Negressus. A harpia pousou numa clareira, erguendo uma onda de poeira.

– Descanse para a nossa viagem de volta – Toiva saltou, segurando sua espada gigantesca com as duas mãos.

A Bárbara avançou entre as ruínas, cautelosamente. Um buraco no chão revelava uma escada subterrânea. Um frescor úmido vinha lá de baixo. Não hesitou, pois não tinha tempo pra isso. Rapidamente desceu os degraus e encontrou uma caverna cheia de cristais coloridos saltando das superfícies rochosas. No centro, um riacho surgia e desaparecia entre dois túneis apertados. Em cima de cada túnel, havia uma plataforma de madeira, segurando pedras grandes, como se fossem rolhas.

Do outro lado do riacho, havia uma espécie de parede esculpida com formas e inscrições. Nessa mesma parede, um objeto comprido estava pendurado sobre dois ganchos. Ele era completamente branco, como o leite. Era um martelo, cujas extremidades do topo eram formadas por um crânio de um lado, e dois punhos de ossos do outro.

– O Martelo de Gerion! – Toiva ficou otimista, mas isso durou pouco tempo.

Cabeças começaram a se projetar do riacho, e criaturas surgiram lado a lado, entre Toiva e o item mágico. Eles eram humanoides esverdeados, com guelras e barbatanas. Tinham cabeças de peixe e corpos viscosos e arqueados.

– Por Ishkar – ela resmungou, enojada.

Duas criaturas foram até um dos túneis e removeram os suportes de madeira, fazendo a rolha de pedra cair, e bloquear a passagem. O fluxo da água começou a se espalhar ao redor, rapidamente. Toiva recuou, assustada. Ela não sabia nadar, então precisava fazer algo imediatamente.

– Por Ishkar! – gritou, arremessando sua espada, fazendo-a girar pela caverna, acertando três criaturas de uma vez. Em seguida, ela disparou como um dardo.

Seus pés tocaram a água gelada e começou a atravessar o riacho, percebendo que ele ficava mais fundo a cada passo. Ela passou pelas criaturas que havia ferido com a espada e seguiu em frente, saindo na outra margem.

Chegou até a parede, tirou o Martelo de Gerion dos ganchos e se virou a tempo de ver que estava cercada. Cerca de vinte homens com cara de peixe se aproximavam, com seus dedos cheios de membranas e olhos negros. A água enchia a caverna rapidamente, e o chão ficara completamente submerso.

– Ishkar… – sua voz tremia. Estava cercada, nos fundos de uma caverna prestes a ficar submersa. Seus dedos apertaram o martelo com firmeza. – Clay, não posso me encontrar com você ainda. Os outros dependem de mim. Por favor, me ajude de onde quer que esteja.

Ela fechou rapidamente os olhos, respirou fundo, os abriu novamente e avançou, com água nos joelhos. Girou os braços, fazendo o martelo explodir a cabeça de uma criatura, enquanto jogava o ombro sobre o peito de outra. Seu pé afundou, e ela caiu junto com o inimigo. De repente, estava debaixo da água, abraçada por braços fortes e gélidos. Toiva se debateu, tentando se soltar, mas a criatura não cedia. Na escuridão, a bárbara mordeu a primeira coisa que conseguiu, e arrancou um naco de carne do pescoço do inimigo.

Em seguida ela saltou pra fora da água, com um líquido negro escorrendo de sua boca. Seu martelo girou mais uma vez e derrubou a criatura mais próxima. Ela aproveitou para se afastar, mas a água batia em sua barriga, e não conseguiu ir muito longe até sentir dedos segurarem o seu pé.

Caiu de frente, desaparecendo na escuridão novamente. Outras mãos a alcançaram. Ela tentou se levantar, mas seus pés foram puxados, e ela perdeu o apoio. Conseguiu enxergar por cima da água uma última vez, vendo a luz vindo da escadaria. Em alguns instantes a caverna estaria completamente submersa.

Mergulhou pela última vez, sentindo pernas e braços presos pelas criaturas aquáticas. Não havia o que fazer. Não havia movimentos restantes. Se debater não adiantava. Parou de forçar. Precisava controlar o desespero. Mas não havia muito o que fazer.

Sua sorte virou quando algo veio de cima, mergulhando sobre elas, bicando e rasgando as criaturas. Era a harpia Helena. Toiva ergueu a cabeça e respirou novamente. Elas estavam coladas na parede, próximas ao túnel bloqueado. Pelo ritmo da enchente, nunca chegariam a tempo até a escadaria. Toiva não sabia nadar, e com certeza ela morreria no meio do caminho. Helena, encharcada, também não poderia mais erguer voo.

– Calma – a bárbara disse. – Eu vou tirar a gente daqui.

Ela se virou para a pedra que tapava o túnel e enfiou o martelo em sua base. De todo o seu grupo, Toiva era a mais forte. A haste do martelo seria uma ótima alavanca para desobstruir o caminho. Se o osso de Gerion não resistisse à força de Toiva, ela destruiria a única arma capaz de matar o necromante.

– Ishkar, Clay, Helena, me ajudem! – ela gritou, e começou a empurrar.

Mãos começaram a agarrar seus ombros e braços, puxando-a. As criaturas a alcançaram, e num último movimento, aos berros, os músculos de Toiva se encheram de veias, e a pedra rolou para o lado.

De repente, toda aquela água da caverna começou a escorrer pelo túnel, como uma grande descarga, levando todos que estavam ali para a escuridão.

 

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Tagmar RPG – Resenha

Pense em viver uma aventura regada à magia e na era medieval, em um mundo de fantasia… Se pensou em RPG’s como D&D ou Pathfinder você errou, estamos falando de Tagmar!

Sobre o livro

Tagmar – A Fronteira, Tagmar – O Arado de Ouro, Tagmar – Livro Básico, Tagmar – Livro dos Mostros, Tagmar – O Império

Tagmar, é um RPG de fantasia medieval totalmente feito no Brasil, 100% brazuca, lançado pela finada editora GSA, na década de 90.

É uma criação de Marcelo Rodrigues, Ygor Morai, Julio Augusto e Leonardo Nahom, no início da década de 90, foram lançados alguns complementos posteriores antes do fechamento da GSA em 97.

Capa da edição de 1991.

 

O diferencial da época para o aclamado AD&D 2º Ed. era que todo o necessário para se jogar estava em um só livro, que continha regras para jogadores, mestres, monstros e cenário, além de uma aventura pronta.

Contudo temos o complexo de achar que tudo que é gringo é melhor, associado a um sistema de criação de personagens e regras que não é igual tão prático quanto o sistema desenvolvido por Gygax, o que culminou em Tagmar não fazer tanto sucesso quanto esperado.

Os criadores foram fortemente influenciados pelo tema magno da época, os contos de J.R.R. Tolkien, ambientados em um medieval tendendo ao real, com sistemas de classes sociais como ex-escravos, pessoas livres, indo até nobres.

Mas vamos ao que interessa, o jogo

Tagmar é um RPG para quem tem afinidade com GURPS, pois, acima de tudo, possui cálculos, tabelas e detalhamento para combate. Além disso possui uma tabela que exemplifica o que ocorre com cada tipo de ataque.

São utilizados somente dois tipos de dados, d10 e d20, que servem para as rolagens dos atributos, sorteio das classes sociais, alturas e pesos, rolagens de ataques e acertos etc.

Portanto ele tem uma forte fundamentação em tabelas, há muita coisa em tabelas e sorteios, o que obriga a fugir um pouco do arquétipo do conforto.

Criando um personagem

Por exemplo, um jogador pode criar um mago, humano, alto e magro, que veio de uma família rica. Contudo, em Tagmar você até pode escolher ser um mago humano, mas se tirar um número x nos dados, pode ser um baixinho gordinho e ex-escravo.

Sem dinheiro para comprar o mínimo que precisa, sofrendo as consequências desta classe social, tendo que baixar a cabeça para nobres e burguesia e enfrentar este estigma social.

Além disso influenciar na criação de personagens, também influencia no Roleplaying e no background, porque um ex-escravo estaria andando com um nobre e um elfo burguês (outros PC’s do grupo)?

Porque ele resolveu seguir se aventurando? 

Como se livrou da escravidão?

Quem era seu mestre e que influência isso teve em sua vida?

A aleatoriedade do sorteio te faz fugir da previsibilidade.

Em termos de regras, os personagens tem acesso a algumas raças que estavam em alta na época, tais como:

Humanos, Pequeninos (Halfling), Anões, Meio-Elfos, Elfos Florestais [Os pobres] e Dourados [Os ricos].
Mapa do continente.

Cada raça possui suas vantagens e desvantagens, bem como profissões que tem acesso ou não. Estas profissões seriam o que conhecemos em D&D como classes de personagens:

Guerreiros, Ladrões, Sacerdotes, Magos, Rastreadores e Bardos.

Quanto às classes sociais, que influenciam no desenrolar da história e criação do personagem, são elas:

Ex-escravos, Ex-servos, Pessoas livres, Pequenos Comerciantes, Artífices, Grandes Comerciantes, Baixos Nobres e Altos Nobres. 

Cada classe social, além de implicar na dramatização do personagem, tem sua própria quantia de recursos iniciais, o que o torna interessantemente diferente do D&D normal, que cada classe de personagem tem uma quantidade de recursos base (ou rolavel, mas com mesmo pool de dados).

Em Tagmar, o grupo inteiro pode ter a mesma profissão (classe), ser da mesma raça, porém ainda pode ter recursos monetários totalmente diferente, em virtude da diferença de posição na sociedade.

Exemplos de personagens.

Isso torna o jogo muito mais realista, sem estragar com a fantasia do cenário.

Algumas das regras

Tagmar também introduziu o conceito de Energia Heroica (EH), e Energia Física (EF), a EH é, digamos o dano que você leva sem que seja em regiões vitais, já a EF seria a vida propriamente dita do personagem.

O sistema de combate é feito através deeeeee (tcham tcham tcham tcham) uma tabela ( 😀 ), que sofre alterações de acordo com o atributo Agilidade.

Para verificar se seu ataque foi bem sucedido ou não, rola-se um d20 e verifica o resultado. Para cada ataque, há uma chance do dano ser crítico que possui umas descrições bem interessantes e características, como por exemplo.

Um ataque crítico de uma espada (corte) será dado com um dano adicional de 75%, mais uma condição, com por exemplo, corte na cabeça põe o adversário em coma por um dia se o mesmo não estiver usando elmo. 

Legal, neh?

Isso também influencia na escolha de uma arma, o crítico que pode se ter com ela.

Um crítico (20 no d20) seguido de outro 20 na confirmação do crítico mata o adversário na hora, mesmo que fosse um dragão (a critério do mestre).

Tabela de Resoluções de Ações e Críticos.

Também há a falha crítica, que pode ir desde um golpe ruim que erra o adversário, até você ter que fazer um ataque em um companheiro próximo.

Basicamente essa tabela do Tagmar pode servir de incremento para qualquer jogo, basta ter um d20 e adaptar as regras. (Eu adoro essa parte desse sistema :D)

O sistema de magias é dado por níveis de especialização, seguindo um critério bem simples, segue um exemplo.

Boooooooollllaaaaaa deeeee FOOOOOOOGGGGOOOOOOOOO!

Por fim

Tagmar possui, para sua época, incrementos incríveis. Contudo não tinha grande apelo para a parte interpretativa, já que fazia parte do universo da época, exploração de masmorras, combates épicos e reinos que necessitavam urgentemente de heróis. Em resumo, poucas palavras e mais ação.

O AD&D seguia a mesma linha, mas era gringo, então só isso já o fazia parecer ótimo.

Atualmente o Tagmar segue de forma independente, feito pelo Projeto Tagmar e está em sua 3ª edição, como vocês podem conferir no post do Vinícius, link abaixo!

Tagmar 3.0

Ele é totalmente gratuito para baixar, livros básicos e suplementos, e segue a mesma linha do Tagmar de 1991, mas com vários upgrades.

O Livro Tagmar Terceira Edição podem ser baixados clicando aqui!

 

 

 

Conhece o Tagmar?!

 

Ficou curioso?!

 

Deixa um comentário aqui ohhh! 😀

Tzimisce – Clãs de Vampiro: A Máscara

Provavelmente os Tzimisce são o clã mais emblemático do Sabá. Os mais inumanos entre todos os vampiros, praticamente alienígenas para os mortais, estes monstros alteram seus corpos e suas mentes buscando novos limites para a experiência da não-vida. Vamos mergulhar neste clã de nome impronunciável.

ZImi… Schimish… Timisco… Chimichurri?

Sério, não se preocupe. Nem os autores da White Wolf conseguem pronunciar, mas as variações mais comuns giram em torno de “zi-MÍ-che” ou “zi-MÍ-chi” (a minha pronúncia, particularmente, se aproxima da do Jason Carl, “tzi-MÍS-se”). Na Wiki da Whilte Wolf a pronúncia está grafada como “tzuh-MEE-see” ou “zhi-MEE-shee, mas sem uma transcrição fonética, nunca saberemos.

Transformações Transcendentais

Eu disse na introdução que os Tzimisce são os mais inumanos entre os clãs. Isso se reflete bastante na aparência dos demônios que trilham o caminho da Vicissitude e alteram seus próprios corpos, ora para esculturas grotescas, ora para formas sobrenaturais de tão belas. Mas isso é só o começo.

Assim como os Lasombra buscam a perfeição do clã, os Tzimisce buscam transcender a experiência vampírica, e isso vai além de transformar seus corpos com a Vicissitude. Isso se reflete na maneira como um demônio pensa sua própria existência no mundo.

A humanidade deixou de importar para os Tzimisce há muito tempo. Talvez como alimento, no máximo. Ainda que muitos assumam um semblante de nobreza, que inevitavelmente remete a símbolos humanos, como famílias tradicionais, castelos, religião, etc. Isso se dá por razões puramente práticas, afinal, um demônio ainda precisa se alimentar, certo?

Mas será mesmo?

“Como assim? Eu adoro meus humaninhos de estimação. Alguns tem até nome.”

A Humanidade em cada Demônio

Existem duas âncoras muito fortes que prendem o clã a símbolos humanos: a terra (representada explicitamente pelo defeito do clã) e a linhagem.

Voltando um pouco no tempo, os Tzimisce são fortemente inspirados no Drácula de Bram Stoker (seu defeito de clã é, inclusive, um dos plots do livro, onde Drácula precisa levar caixas de terra da Transilvânia até Londres).

A ligação com a terra é facilmente explicável: terras sempre foram sinônimo de nobreza e poder. Drácula é um nobre que vive enclausurado em um castelo, completamente desconectado dos camponeses ao seu redor. Pessoas comuns o temem e espalham rumores ao seu respeito. O Conde tenta superar sua conexão com seu passado (representado pelas posses, castelo, família, símbolos nobiliárquicos, etc.) indo para Londres, mas seu corpo físico definha quando não está em contato com o solo. Isso resume muito da essência do clã.

Os Tzimisce são nobres, altivos, desconectados e poderosos e bestiais, mas abandonar tudo isso em busca de algo novo, único e transcendental é um desafio grandioso, mesmo para o mais aplicado demônio. Drácula entendia suas necessidades e fraquezas, por isso tentou comprar para si uma vida confortável em Londres, e sequestrar símbolos humanos era, de certa forma, uma espécie de proteção à sua existência.

“Nós aprendemos com o fracasso, não com o sucesso.” Drácula já era coach antes de ser popular.

Vicissitudes da Vida

A palavra vicissitude quer dizer “mudança”, e a disciplina com o mesmo nome representa o poder dos Tzimisce de alterar sua carne e seus ossos. Isso é uma visão um tanto literal deste desejo de superar a experiência vampírica que norteia os membros do clã.

Mesmo assim, alterar o corpo seria apenas o “primeiro passo” desta experiência, tanto é que algumas linhagens do clã nem praticam a Vicissitude. Claro que ter uma aparência aterradora e antinatural pode ajudar o neófito Tzimisce a superar a mentalidade ainda humana que habita seu interior, mas há outras disciplinas interessantes para os demônio neófito.

Animalismo é uma disciplina muitas vezes negligenciada, mas ela lida diretamente com o controle da besta interior, algo de extrema importância para alguém que busca o aprimoramento do seu corpo vampírico. Auspícius lida com a elevação dos sentidos, algo diretamente ligado ao tema da transcendência. Mesmo demônios que ainda trilham o caminho da Dominação podem encontrar lá o desprendimento necessário para abandonar sua moralidade mortal.

Neófito Tzi?

Os Tzimisce são o único clã que ainda não foi apresentado na nova edição de Vampiro (junto com os Ravnos, aparentemente destruídos na Semana dos Pesadelos, oh boy), mas existem alguns rumores a respeito deles. Aliás, vale a pena checar o maravilhoso tópico da Livia Von Sucro no grupo aberto de Vampiro no Facebook sobre o tema. Vários clãs já mudaram de nome na nova edição. Será que finalmente teremos algo pronunciável?

Vicissitude provavelmente vai incorporada à Metamorfose, como tem sido tendência na nova edição (e que faz sentido, Drácula tinha vários poderes de Metamorfose). O mesmo acontece com a Feitiçaria Koldúnica e a Magia do Sangue.

Como o Sabá ainda não deu as caras no V5, é bem possível que os Tzimisce acabem parte da Camarilla ou, mais provavelmente, dos Anarquistas, trazendo talvez um pouco mais de flexibilidade para os jogadores que gostam do clã.

E, por fim, pelo nível de poder mais modesto, teremos mais tzimisces de 12ª e 13ª geração. Sério, por que quem joga de tzimisce adora botar vários pontos em Geração?

“Eu queria virar um monstrão, mas com Vicissitude 1 só deu pra botar uns piercings mesmo.”

Um clã de nobres depravados buscando a forma vampírica perfeita, mas paradoxalmente ainda presos à terra e às tradições, perfeito para quem busca uma experiência profunda e ousada no seu roleplay. E não se esqueça de conferir a coluna do Edu Filhote sobre as raças de Lobisomem: O Apocalipse.

Bom jogo a todos!

REINO DOS MORTOS [20]

Enquanto o jardim era tomado pelo exército dos mortos, algo chamou a atenção de Raíza. Ela estreitou os olhos, e viu uma criatura alada erguer voo de uma casa, não muito longe dali. Um sorriso se abriu, e Raíza percebeu quem era.

– Helena! – gritou para sua harpia.

A criatura voava, oscilando no céu. Ela ainda tinha a flecha de Jim presa em seu peito. Raíza pensava que se a flecha não a tivesse matado, o tombo faria isso, mas estava enganada. A harpia pousou na beirada da torre, muito ferida. Raíza a abraçou com força e a acariciou, emocionada. Com cuidado, removeu a flecha de seu peito. A harpia encostou o nariz adunco no colar da dríade.

– Eu consegui – Raíza beijou o colar. – Eles me deram a Chama de Amon. Estamos livres para partir, doce Helena! – ela olhou para baixo, e viu os aventureiros enfrentando os mortos, concentrados. – Vamos fugir enquanto podemos! Que eles se virem sozinhos! Consegue me levar?

Helena inclinou o pescoço, e Raíza montou em seu torso. Nesse momento, ela se desconectou das raízes do jardim, e se concentrou em sua fuga.

Lá embaixo, os aventureiros foram surpreendidos quando as raízes deixaram de chicotear e esmagar os zumbis. De repente, a única barreira que impedia a invasão completa dos mortos, cessara.

– Galdor! – Kvarn gritou, com o escudo em uma mão e o machado na outra.

Jim atirava com sua besta e recarregava com os dardos em uma velocidade absurda. Toiva estava completamente cercada, mas a sua espada era tão grande, que ela conseguia acertar vários inimigos com um só golpe.

Galdor olhou para cima, tentando descobrir o que acontecera, e então viu a harpia erguendo voo com a dríade em seu torso. O mago ergueu as mãos e fez uma ventania acertá-las de cima para baixo. Ele amorteceu a queda, mas a harpia acertou o gramado com um baque. Raíza rolou até os pés de Galdor.

– Me dê isso – o mago arrancou o colar à força. – Essa é a última vez que você nos trai – ele jogou a Chama de Amon para cima e fez um vento leva-lo para longe, sumindo no meio dos zumbis.

– Não! – Raíza gritou, erguendo um braço, incrédula. – Agora eu vou morrer com vocês!

– Ou você morrerá sozinha! – ele ripostou, jogando uma bola de fogo nos zumbis que se aproximavam. – Rápido, faça suas raízes voltarem a lutar! Nós podemos fugir com a harpia e deixa-la aqui.

– Helena nunca faria isso – Raíza respondeu, exasperada, e as raízes se ergueram do chão, esmagando e rasgando zumbis. – E ela está ferida. Talvez conseguisse levar um ou dois de vocês até uma zona segura, mas em seguida o jardim seria completamente tomado pelos mortos, e o resto de vocês morreria.

– Eu sei disso – Galdor respondeu. – E é por isso que devemos matar o necromante.

– Matar o necromante? Mas o orbe se quebrou!

– Exatamente! – Galdor respondeu. – Ele servia apenas para ativar as armadilhas do esconderijo do Martelo de Gerion, a única arma capaz de matar o necromante. Se o orbe está quebrado, não tem como o seu irmão descobrir que alguém está invadindo o esconderijo, e nem poderá ativar as armadilhas. O caminho está livre.

– Mas como…

– Com a sua bendita harpia!

– Nem tudo que protege o Martelo de Gerion são armadilhas – ela retrucou. – Há outras criaturas guardando a arma, e haverá combate. Vocês estão sem comer e sem dormir direito há dias. Como irão enfrenta-los?

– Uma de nós está bem descansada e alimentada. Você garantiu que ela passasse os últimos dias dormindo – Galdor olhou para trás, e viu a bárbara não muito longe dali. Então ele gritou. – Toiva! Você precisa montar na harpia e ir atrás do Martelo de Gerion! Precisamos matar o necromante!

A bárbara abriu caminho e correu até ele. Galdor lhe explicou o plano, e Raíza ensinou o caminho até o esconderijo do Martelo de Gerion. Toiva aceitou sua missão e montou na harpia. A criatura permitiu ser cavalgada, e ergueu voo com dificuldade, dando uma volta pela torre e desaparecendo das vistas do mago.

– Rápido! – Galdor gritou para os outros. – Voltem para dentro da torre!

Sem Toiva para completar o círculo de defesa, eles estavam mais vulneráveis. O mago ordenou que entrassem na torre, pois o jardim havia sido completamente tomado pelos zumbis.

Assim que todos entraram na torre cilíndrica, feita de pedra sobre pedra, Kvarn e Jim fecharam a porta, passando uma viga de ferro entre as duas maçanetas. A vegetação tomara o interior do salão, e no canto ainda estavam as jaulas da dríade. No chão, os ladrilhos coloridos estavam quebrados, e borboletas e passarinhos voavam ao redor do grupo.

– Assim ganharemos mais um tempo – Jim disse, se afastando da porta. Os quatro se uniram no centro do salão. – Enquanto a porta resistir…

Antes que ele terminasse de falar, a porta começou a sacudir com os golpes que vinham de fora. As rachaduras vieram logo em seguida, e as lascas caíam aos montes. Uma fenda se abriu no centro, e um morto colocou o rosto na abertura. Ele ainda possuía sua pele sobre a caveira, e seus olhos eram brancos e opacos, mas eles focavam direto no grupo.

– Toiva nunca chegará a tempo – a dríade caiu em si. – Nós iremos morrer agora.

– Aquele portal ali é para a escadaria? – Kvarn apontou para uma passagem no interior do salão, e ao ver que a dríade não iria responder, ele ordenou: Corram para lá! Iremos fazer nossa defesa na escadaria.

O grupo obedeceu, e assim que entraram na passagem estreita e escura, eles fizeram uma fila, parados nos degraus que levavam para cima, e se viraram para o portal. Kvarn estava na frente de todos, esperando a chegada dos inimigos. Ele colocou o escudo diante do corpo, e ergueu o machado acima da cabeça. Sobre seu ombro, Jim apontava seu último dardo. Galdor erguia uma mão para a magia do vento, já que não daria para soltar uma bola de fogo naquele lugar apertado. A dríade fechou os punhos frágeis e torceu para ter uma morte rápida.

 

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Raças – Conceitos de Lobisomem: O Apocalipse

Já se perguntou como Garous nascem? Alguns são nascidos em forma humana, outros são nascidos em forma de lobos, e sim, existem aqueles nascidos em forma Crinos.

Enquanto os Augúrios são a benção de Luna para a sociedade Garou e determinam grande parte da natureza e comportamento Garous, as raças são o grande divisor de águas da sociedade metamorfa.

A raça natural de nascimento de um Garou determina muito sobre seu papel na sociedade, na matilha, e na forma de conceber o mundo que os cerca.

A cada uma dessas três formas de nascimento, os Garou atribuem uma raça diferente.

 

O QUE SERIA UMA RAÇA?

Como biologia não é a minha praia, e biologia Garou é muito além do que se pode aprender nas aulas de Biologia do Ensino Médio, busquei uma fonte confiável de informações, então deixo com vocês a explicação do rpgista e também biólogo Gustavo Ladeira, do Canal Sapiência: “Existe o conceito biológico, que é bem amplamente utilizado como explicação ‘genérica’ de espécie. Nele a espécie é definida como grupos de populações naturais que possuem o potencial de se reproduzir entre si e gerar descendentes férteis.

Um dos fatores mais importantes na reprodução é o número de cromossomos. Espécies próximas com um número semelhante de cromossomos podem até gerar híbridos, embora a maioria seja infértil. (No caso de cavalos e jegues, eles possuem 64 e 62 cromossomos, respectivamente. Essa discrepância é o que impede os descendentes de se reproduzirem, já que eles ficam com um número ímpar de cromossomos (63), o que “buga” o processo da meiose que gera gametas).

Talvez a metamorfose também altere as células a nível molecular (o que faz sentido, já que o personagem literalmente muda de espécie no processo). A metamorfose mudaria o genoma e os cromossomos para a espécie transformada, permitindo a reprodução. Nesse caso, humanos e lobos, com 46 e 78 pares de cromossomos, respectivamente, poderiam se reproduzir desde que o(s) garou(s) esteja(m) na forma da espécie adequada.”

Ao todo existem três raças possíveis para o nascimento de Garous: Hominídea, Lupina e Impura. Cada uma delas tem seus pontos fortes, fracos e características únicas.

 

HOMINÍDEOS -Os nascidos em forma humana

Os nascidos em forma humana são chamados de Hominídeos.

Podem ser filhos diretos de Garous, Parentes, ou apenas descendentes diretos. De modo geral, hominídeos crescem como seres humanos comuns e normais em quase todos os aspectos, até atingirem a adolescência e sofrerem a Primeira Mudança.

Por terem esse desenvolvimento humano, tudo o que seja relacionado à sociedade humana como um todo lhes é acessível, compreensível e até de certa forma íntima. Conseguem fazer uso de tecnologias, compreender os jogos sociais, se mesclar à sociedade mortal e muito mais.

Entretanto, o fato de estarem ligados demais à sociedade humana faz com que tenham uma sensibilidade e espiritualidade bem mais baixas. Valem-se mais de suas habilidades cognitivas do que de seus instintos e sentidos físicos.

Dada a sua baixa espiritualidade e familiaridade com a cultura humana em geral, em sua forma nativa os Hominídeos podem manipular prata sem qualquer penalidade de Gnose ou desconforto.

É a raça mais numerosa atualmente dentro da sociedade Garou, o que gera um certo desconforto nos Lupinos, que se sentem ameaçados pela supremacia dos “duas pernas”.

Em questão de regras, Hominídeos são a “raça básica” do jogo e não sofrem nenhuma penalidade ou proibição, ao mesmo tempo que também não tem nenhum tipo de bônus.

O símbolo dos Hominídeos

LUPINOS – Os nascidos em forma de lobo

Os nascidos em forma de lobo são chamados de Lupinos.

Podem ser filhos diretos de Garous, Parentes, ou apenas descendentes diretos. De modo geral, Lupinos crescem como lobos comuns e normais em quase todos os aspectos, até atingirem a adolescência e sofrerem a Primeira Mudança.

Por terem um desenvolvimento de lobo, essas características são as mais gritantes da raça, e destoam completamente dos “duas pernas” (nome pelo qual costumam chamar os Hominídeos).

Embora Lupinos tenham extrema dificuldade em se adaptar e compreender os pormenores da sociedade humana e dos Hominídeos, sua ligação com Gaia e o mundo espiritual é muito atenuada.

Possuem um alto grau de sensibilidade e seus instintos são muito aguçados.

Vale lembrar que, apesar de metamorfos, a criação de um Lupino, desde seu nascimento, é com sua alcatéia e de forma animal. Isso deve pesar nas horas de interpretar as nuances da raça.

Lupinos sofrem uma limitação na criação do personagem quanto a algumas habilidades e conhecimentos tipicamente humanos. Pontos de bônus e experiência podem ser usados para comprar essas habilidades.

Um Lupino fala de forma mais simplista, minimista e sem rodeios. De forma geral, é incompreensível pra eles o jogo social dos humanos, os floreios e artifícios de linguagem, além de todas as questões “intelectuais” ou “racionais” que eles utilizam.

O pensamento Lupino é direto, simples, objetivo. O Alfa manda, o resto obedece. Cada lobo tem sem papel na alcatéia e nas matilhas. Essa dicotomia pode gerar um leque divertido e imprevisível de interpretações e situações in-game que tornam a dinâmica entre os jogadores algo bem inusitado e divertido.

O símbolo dos Lupinos

IMPUROS – os nascidos em forma Crinos

Os nascidos em forma Crinos são chamados de Impuros.

Impuros são a “escória” da sociedade Garou.

A Litania proíbe a união de dois Garous, e os Impuros, apesar de aceitos na sociedade, são geralmente mal vistos e sempre criticados.

Impuros costumam nascer em forma Crinos, e essa é sua forma natural. Com a chegada da Primeira Mudança, costumam adotar a forma Hominídea ou Lupina para se mesclarem ao Caern.

Impuros unem as melhores características de Lupinos e Hominídeos (embora nenhum deles de fato vá admitir isso). São sensitivos, intuitivos, e se adaptam rapidamente e facilmente à cultura humana e lupina.

Sua ligação com Gaia e o Mundo espiritual é forte, mas tantas qualidades trazem conseqüências graves.

Todo Impuro, sem exceção, possui alguma espécie de deformidade, seja ela física, espiritual ou psicológica. Alguns Impuros podem tentar esconder isso, mas de forma geral isso os tornaria ainda mais párias do que já são.

Impuros podem ser criados por Garous dentro da Tribo, Matilha ou Caern, mas também pode sem criados por Parentes até atingirem a idade para se inteirar dos assuntos dos Garous.

Ao contrário de Hominídeos e Lupinos que podem não saber de sua herança metamórfica até que ela se manifeste, os Impuros já sabem, desde o nascimento, o que são. Isso os deixa mais preparados para os duros desafios que enfrentarão em nome de Gaia.

O símbolo dos Impuros

 

UM POUCO MAIS SOBRE AS RAÇAS

A escolha da Raça para se jogar Lobisomem é muito importante, principalmente nas questões de interpretações.

Enquanto os augúrios vão determinar traços de personalidade e “funções” dentro da matilha, do Caern ou da Tribo, a Raça determina como o personagem verá o mundo a sua volta.

Para nós, humanos comuns, é mais simples a visão de Hominídeo. Mas como seria interpretar um lobo? Como raciocinar as situações pelo ponto de vista mais instintivo? Como seriam as coisas para os nascidos em forma Lupina ou Crinos?

Um Impuro então, abre mais ainda o leque de opções. São párias, são “aberrações”, mas também são vidas valiosas. Há quem proteja, há quem julgue, há quem condene, e tudo isso pode ser destacado nas narrativas.

São 3 visões muito diferentes de todo o universo do jogo, e mesmo entre elas ainda podem haver inúmeras diferenças.

Personagens criados por Garous ou Parentes já podem conhecer sua herança metamórfica de antemão, ao tempo que personagens criados distantes podem ter mais dificuldades em se adaptar a isso.

Unindo Augúrios e Raças, a variação de combinações para histórias é imensa, e ainda existem as Tribos, para temperar um pouco mais a narrativa!

Não tenham medo de ousar, explorar as diferenças, os atritos, a união, a força individual de cada um e como essas forças juntas se completam! Lobisomem é um jogo sobre diferenças, mas acima de tudo, de como essas diferenças unidas formam um todo coeso e completo!

Hominídeo, Impuro e Lupino em suas formas naturais. Imagem retirada do livro Lobisomem o Apocalipse 3° Edição

 

 

 

 

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