Stellarium – Resenha

Olá aventureiras e aventureiros! Hoje trazemos um lindíssimo jogo de descoberta de constelações! Isso mesmo! Em Stellarium você será um astrônomo e descobrirá incríveis constelações no céu.

Ficha técnica

Número de jogadores: 1-4 jogadores
Tempo: 20 – 30 minutos
Mecânicas: Reconhecimento de Padrão, Estratégia, Ação cronometrada
Editora: Precisamente Jogos
Componentes: 

  • 56 Peças de céu
  • 45 cartas de Constelações
  • 9 marcadores

A editora Precisamente Jogos atua trazendo jogos estrangeiros e produzindo jogos nacionais também, com foco em qualidade e desenvolvimento dos artistas nacionais. Stellarium é produção nacional, dos autores Sabrina do Valle e Jorge Rocha, que foi financiada via Catarse.

Como funciona

Em Stellarium você montará um tabuleiro 5×5 com peças de céu. Cada jogador, na sua vez, terá 2 cartas de constelações (de níveis diferentes) e precisará identificar esses padrões no tabuleiro. Para isso ele terá 30 segundos. Ao identificar padrões, ele pode coletar peças do céu para si (conforme indicação na carta de constelação). Caso não descubra constelações, o jogador poderá pegar uma peça de céu para si. Logo depois a ação passa imediatamente para o próximo jogador que terá também 30 segundos.

Quando acabarem as cartas de céu, o jogo se encerra e contamos os pontos! Você pontua por cada estrela em suas peças de céus e por constelações descobertas.

O jogo tem regras simples e muito divertidas. O jogo é bastante rápido, já que temos apenas 30 segundos para nossas ações. O fato de recolhermos peças de céu, fazem com que, a todo momento, o tabuleiro esteja mudando. Também podemos usar peças que já estão conosco para completar constelações. Essa possibilidade, junto com as opções de constelações que podemos fazer, dão uma boa dose de estratégia para as jogadas.

Análise do jogo

Em primeiro lugar que se destaca em Stellarium é a qualidade do jogo! As peças são lindíssimas, assim como a caixa. Muito bem produzido em cima de uma temática que, por si só, já é muito atraente e linda. Quem nunca olhou para o céu e ficou procurando estrelas?

Além da beleza, o jogo em si é muito bom! É dinâmico, com uma certa dose de estratégia. Jogar ele com 30 segundos de ação é bastante intenso, adrenalina total. Também podemos jogar ele com mais tempo e/ou em modo solo. O que permite aqueles que preferem descobrir com calma, outras formas de apreciar Stellarium.

É um daqueles jogos para jogar com qualquer grupo, não exige um grande conhecimento de boardgames e diferentes idades podem se divertir jogando juntos. Além disso, é uma excelente forma de aprendermos mais sobre as constelações. Ótimo para gerar curiosidade em adultos e crianças. E para os rpgistas de plantão: que tal criar suas próprias constelações? Dá até para servir de puzzle dentro do seu jogo!

Gostou, então já sabe!

Em primeiro lugar acompanhe o projeto Na Mesa do Movimento RPG, onde ainda teremos muito conteúdo sobre Stellarium em nossas redes.

Você pode ler mais resenhas e regras da casa de boardgame aqui no site. Ou acompanhar nossos conteúdos nas nossas redes sociais.

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Guia de Construção de Personagem – Dragon Age RPG

Talvez o ponto mais importante de qualquer RPG de mesa sejam os personagens jogáveis que partilharão daquela aventura, e, hoje, vou exemplificar como criar um personagem de Dragon Age RPG, mostrando passo a passo cada aspecto desse sistema.

Criando o personagem

Para simplificarmos um pouco as coisas, eu irei criar um personagem da classe GUERREIRO, a qual eu, particularmente, considero a mais simples. Eventualmente criaremos personagens também nas classes de LADINO, e MAGO, mas, por hoje, vamos aprender o básico.

Para nossa sorte, o próprio Guia Básico do jogo nos dá uma listinha pronta de como criar o nosso personagem, então vamos usá-la!

Construindo a ficha

1 – Antes de mais nada, crie um conceito básico. Esta seria a sua ideia geral do personagem. Quer jogar com um mago de sangue apóstata que odeia a Chantria? Uma arqueira Dalishiana que busca sempre ajudar os elfos da cidade? Um mercenário que só se interessa por dinheiro? Essa é a hora de decidir. Por enquanto vamos deixar esta parte como “um guerreiro elfo dalishiano chamado Athrasl o qual deixou seu clã para entender mais do mundo”.

2 – Depois disso, vamos determinar as habilidades, que seriam os atributos básicos do seu personagem. No total, existem 8, incluindo ASTÚCIA, COMUNICAÇÃO, CONSTITUIÇÃO, DESTREZA, FORÇA, MAGIA, PERCEPÇÃO, e VONTADE. Para determinar os valores de cada, você deve rolar três dados de seis lados, soma-los, e então olhar na lista ao lado qual o valor de cada atributo. Depois disso, você ainda poderá escolher dois destes valores e trocá-los de lugar. 

Distribuição de pontos

Eu rolei 10, 8, 13, 11, 5, 16, 14, e 6, deixando os valores da seguinte forma:

ASTÚCIA: 1

COMUNICAÇÃO: 0

CONSTITUIÇÃO: 2

DESTREZA: 1

FORÇA: -1

MAGIA: 3

PERCEPÇÃO: 2

VONTADE: 0

Por sorte, podemos trocar dois valores de lugar, assim colocando nosso 3 em FORÇA e nosso -1 em MAGIA, o que será bem mais útil para nosso personagem. Agora, vamos seguir adiante.

Raça e Classe

3 – Seguindo em frente, escolha o seu histórico, o qual representa sua cultura e o passado de seu personagem, além de sua raça (humano, elfo, anão, ou Qunari). Existem diversas opções nesta parte, desde Anão da superfície, Andarilho Antivano, Avvar, Elfo Dalishiano, Mago do Círculo, Mercador Rivani, Nobre Orlesiano, Tal-Vashoth, além de várias outras. Nós escolheremos o Elfo Dalishiano.

Como Elfo Dalishiano, nós adicionamos 1 ao nosso valor de Vontade, podemos escolher entre os focos de Destreza (Arcos) ou Vontade (Coragem), ganhamos acesso a linguagem élfica, e podemos escolher entre as classes GUERREIRO e LADINO. Pegaremos o talento de Arcos e, como já disse, a classe GUERREIRO. Finalmente, vamos também rolar duas vezes dois dados de seis lados, e então ganharemos bônus adicionais baseados na tabela de Elfos Dalishianos. Eu rolei 7 e 10, ganhando assim +1 em DESTREZA, e o foco de Destreza (Cavalgar).

4 – Escolhendo a classe de GUERREIRO, ganhamos algumas coisas já no primeiro nível. Primeiro, nossa vida será um valor de 30 + Constituição + 1d6, o que, uma vez que rolei um 4, nos deixa com 36 de vida. Além disso, teremos as habilidades de CONSTITUIÇÃO, DESTREZA, e FORÇA como nossas habilidades primárias. Marque isso, porque é importante. Além disso, ganhamos acesso também aos grupos de armas de briga e três entre as seguintes opções: arcos, armas de contusão, armas de haste, lâminas leves, lâminas pesadas, lanças, lanças de cavalaria, e machados. Por último, você se torna novato no talento de Treinamento de Armadura, e pode escolher também dois dos seguintes talentos: Estilo de Arquearia, Estilo de Arma Dupla, Estilo de Arma Única, Estilo de Arremesso, Estilo de Arma de Duas Mãos ou Estilo de Arma e Escudo. Você se torna novato nestes talentos.

Equipamento

5 – Depois disso, vamos escolher nosso equipamento. Você começa com uma mochila, roupas de viajante, um odre, e, por ser guerreiro, armadura de couro pesada e três armas quaisquer. Obviamente, escolha armas que correspondem aos talentos que pegou no ponto anterior. Como eu escolhi Estilo de Arma e Escudo e o Estilo de Arquearia, eu escolho as armas Espada Longa, Arco Longo, Adaga, e um Escudo Médio.

Finalmente, você ganha também 50 + 3d6 peças de prata para comprar equipamentos adicionais, mas, por enquanto, eu não vou mexer com isso.

Defesa e Velocidade

6 – Agora, vamos começar com a parte preferida de qualquer jogador: Matemática. Hora de calcular nossa Defesa e nossa Velocidade. Para Defesa, usaremos a fórmula 10 + Destreza + Bônus do Escudo (se aplicável). Isso nos deixaria com uma defesa de 14. Quanto a Velocidade, isso depende da sua raça, da sua destreza, e de quaisquer penalidades de sua Armadura. Para um elfo como Athrasl, sua velocidade seria de 14.

7 – Agora estamos terminando! Hora de escolher um nome. Obviamente, eu já escolhi, mas, caso fique sem ideias, o livro traz uma lista com vários exemplos para todas as raças e culturas do mundo.

8 – E, por último, precisamos escolher também nossos objetivos e ligações. Segundo o livro, devemos criar um misto de objetivos de curto e longo prazo, então deixemos dois objetivos de curto prazo e um de longo prazo. Para curto prazo deixaremos encontrar um antigo membro de seu clã, o qual também partiu para uma vida de aventuras, e ajudar o máximo de elfos que puder, enquanto, de longo prazo, deixaremos um objetivo de fundar uma nova nação para o povo élfico. Um objetivo extremamente difícil, mas, lembrem-se: tudo é possível em um RPG de mesa.

A ficha finalizada

Por isto, para ajuda-los a visualizar como a ficha desse personagem ficaria ao final deste processo, segue então uma imagem mostrando exatamente isso.


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Texto: Guardião Cinzento

Revisão e Notas: Edu Filhote

Arte da Capa: Juaum Artwork

A quinta série que habita em nós – Resenha

Olá aventureiras e aventureiros! Hoje a gente vem aqui com muita alegria falar sobre o card game “A quinta série que habita em nós”. Esse lançamento da Bucaneiros, nosso parceiro que nos mandou o jogo para testar! Bora conhecer melhor?

Ficha técnica

A quinta série que habita em nós

Número de jogadores: 3-10 jogadores (mas dá para jogar até mais se for só para dar umas risadas)
Tempo: 20 – 120 minutos (dá para limitar por tempo)
Mecânicas: Perguntas e respostas
Editora: Bucaneiros
Indicação de idade: 18 (temática adulta)
Componentes: 

  • 69 cartas de situação (sim, 69)
  • 321 cartas de ação

A Bucaneiros é uma loja especializada em jogos e acessórios. São uma referência quando pensamos em kits, caixas e inserts para boardgame. E agora estão estreiando como produtores e editores de jogos de tabuleiro.

Temática

Encontramos com o pessoal da Bucaneiros no Diversão Offline e eles nos contaram que fizeram esse jogo pensando em como eles eram em grupos e nas famosas piadas de 5ª série. Eles fizeram um super lançamento, colocando os jogos nas mesas e deu para ver o quanto o jogo foi sucesso. É a estreia da Bucaneiros como editora de jogo e já deu para ver que eles vem com tudo para esse universo.

Então, como o próprio nome já diz, a temática do jogo são as brincadeiras, os trocadilhos, piadas desnecessariamente sexuais… Tudo para trazermos o mais puro suco da 5ª série que sempre habitará nos nossos corações.

Como funciona

O jogo tem uma dinâmica simples: um jogador abrirá uma carta de situação, que deve ser completada com uma carta da mão dos outros jogadores. Os outros players vão escolher uma das cartas em sua mão, com a intenção de serem os mais criativos e gerarem mais risadas. Quem abriu a carta de situação deverá escolher, sem saber de quem é, a resposta que mais gostou (o jogo não determina os critérios).

Simples né? Pois é. Simples e muito divertido. Você pode jogar até que algum jogador faça 7 pontos ou por tempo. Ou mesmo não marcar pontos e simplesmente jogar para rir com seus amigos.

Análise do jogo

A quinta série que habita em nós é um formato de jogo que existem diversas versões. Algumas internacionais, algumas temáticas… É sempre diversão garantida. Aqui não é diferente… Ou melhor, é diferente! O jogo leva bastante a sério sua temática e lembra demais as coisas que a gente faz de piadas e que alguém vai responder “ah… a quinta série”.

Jogamos no Doff 2023 com um grupo bem diverso e todos se divertiram demais. Recomendamos como um party game para qualquer tamanho de grupo! Pela quantidade de cartas há uma boa rejogabilidade. Vale muito a pena.

Este post é uma parceria do Movimento RPG com a Bucaneiros que nos forneceu o jogo “A quinta série que habita em nós” para nossa análise.

Gostou, então já sabe!

Em primeiro lugar acompanhe o projeto Na Mesa do Movimento RPG, onde ainda teremos muito conteúdo sobre “A quinta série que habita em nós” em nossas redes. Vamos ter gameplay e também vamos te mostrar mais de como ele funciona nas nossas redes sociais.

Você pode ler mais resenhas e regras da casa de boardgame aqui no site. Ou acompanhar nossos conteúdos nas nossas redes sociais.

Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PadrimPicPayPIX ou também no Catarse!

Assim, seja um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos como participar de mesas especiais em One Shots, de grupos ultrassecretos e da Vila de MRPG.

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Symbaroum – Resenha

Symbaroum é o nome do novo jogo de RPG que chegará em versão brasileira pela Tria Editora. Originalmente lançado na Suécia, ganhando depois uma versão americana e agora enfim chegando ao Brasil, Symbaroum traz um sistema que é ao mesmo tempo familiar e novo, assim como um cenário que parece familiar em vários pontos, e totalmente inédito em vários outros.

Symbaroum – O Jogo

Criado originalmente por Mattias Johnsson Haake e Mattias Lilja e lançado na Suíça em 2016 pela Free League Publishing, o jogo traz um mundo de fantasia medieval sombria, com nuances mais realistas que os típicos cenários aventureiros.

Com relativo sucesso na Europa, ganhou uma tradução para os Estados Unidos, o que fez o sucesso do jogo ser ainda maior, e o colocando em papel de destaque no mundo dos RPGs.

A Versão Brasileira

Com tradução de Bruno Mares e Calvin Semião, diagramação de Renê Ricardo e revisão de Carlos Vloet, a Tria Editora traz uma novíssima edição toda retrabalhada e com altíssima qualidade gráfica. Embora o jogo tenha recebido um financiamento coletivo anterior pela Pensamento Coletivo, o trabalho feito pela Tria Editora aqui começou do 0 e não tem relação nenhuma com esse projeto anterior.

O Módulo Básico do jogo tem a previsão de lançamento para Agosto de 2023. Sua pré-venda está aberta no site da Tria Editora, disponível tanto em versão física quanto em versão digital PDF, e também com um mapa em tecido Oxford com 60 x 75cm. Adquira o seu clicando AQUI.

Symbaroum – Resenha

Bom, mas então, o que podemos encontrar nesse livro? Symbaroum  é dividido em 4 grandes núcleos, que por sua vez se dividem em capítulos menores. Para não ficar extenso demais, vamos nos ater à resenha das divisões maiores e o seu conteúdo.

Livro 1: O Mundo de Symbaroum

Todo jogo de RPG tem seu cenário, com suas tramas cheias de profundidade, disputas políticas, divindades, grandes inimigos que ameaçam o mundo e tudo mais. Brilhantemente, o livro já começa te inserindo nesse mundo, e explicando detalhadamente do que se trata o jogo.

Ao longo de seus seis capítulos, somos apresentados ao mundo fantástico que serve de palco para Symbaroum (e aqui eu pretendo não dar muitos spoilers sobre isso, pois é um material muito legal), suas regiões principais, os pontos mais importantes da história até o momento do jogo, as raças e divisões políticas e muito mais.

Um livro inteiro dedicado à lore, geografias, mapas e descrições que não deixará nem o mais detalhista dos jogadores decepcionado, com certeza!

Livro 2: Guia do Jogador

O segundo livro é o material de regras para jogadores propriamente dito. Ao longo de seus dez capítulos, todo o material necessário para a criação de personagens está disponível! Da escolha do nome ais menores detalhes e peculiaridades possíveis para as personagens, tudo está muito bem descrito e, acima de tudo, ilustrado!

Explicação sobre os atributos e habilidades, além das listas e tabelas de magias e equipamentos, tudo que os jogadores precisam para se aventurar em Symbaroum está aqui!

Livro 3: Guia do Mestre de Jogo

E se os jogadores tem um livro só seu, claro que não seria diferente para aqueles que desejam se aventurar mestrando ou narrando Symbaroum, e é nesse capítulo que está todo esse material.

Com um total de seis capítulos, o livro traz o grosso das regras e mecânicas do jogo, suas propostas de resolução de conflitos, além de material sobre como criar e conduzir histórias em Symbaroum.

Esse livro também conta com um capítulo bestiário que traz algumas ameaças já prontas para uso. Um trabalho completo que vai deixar confortável para narrar até aquela pessoa que nunca teve contato com RPG na vida antes!

Aventura: A Terra Prometida

A cereja do bolo desse jogo, certamente, é o adendo de uma aventura totalmente pronta e desenhadinha pra você imergir e entender muito mais como funcionam o mundo e as mecânicas de Symbaroum, e é um material perfeito para quem nunca jogou RPG ou deseja se aventurar em um novo sistema/cenário.

Essa aventura te pega pela mão e te conduz pelos meandros do livro, finalizando de forma a deixar tudo muito bem explicado e a mesa toda preparada para aventuras ainda mais elaboradas e de alto nível.

Minha Opinião Pessoal

Agora vem aquele momento de falar o que eu, particularmente, achei do material e de tudo mais.

Bom, confesso que a primeira reação foi aquela velha e boa torcida de nariz e o pensamento preconceituoso de “ah, lá vem mais um clone genérico de D20 com fantasia medieval” (e sim, me julguem, mas eu já peguei ranço de D&D e semelhantes kkkkkkkkk). Reação essa que foi posta bem de lado já dando uma boa olhada em todo o material (apenas olhar, sem ler).

O livro é ricamente ilustrado, e praticamente todas as páginas do livro tem algum tipo de ilustração. Seja uma textura estilizada, um fundo de cor diferente ou uma imagem de página completa, o trabalho artístico desse livro é praticamente surreal de tão bem-feito e bonito!

Começando a ler, fiquei realmente satisfeito de começar pela explanação completa do cenário, sua história, seus mapas e suas figuras importantes. Isso me fez entender melhor a proposta do jogo, e quando cheguei na parte das regras, o preconceito já tinha vindo todo por terra e eu estava realmente curioso pra saber como eles fariam essa mecânica funcionar de fato!

O fato o jogo usar o tradicional conjunto de dados do D20 System com base (os tradicionais d4, d6, d8, d10, d12 e d20), a mecânica de jogo vai bem além disso, e uma uma metodologia bem única pra resolução de conflitos. O fato de você ter de tirar um número MENOR que o valor de desafio, por sí só, já quebra quase toda a dinâmica estabelecida pelos sistemas que se baseiam no D20 (o que eu, particularmente, achei sensacional).

Não bastasse tudo isso, o visual medieval gótico do jogo lembra um pouco o teor de obras que misturam a fantasia em um mundo que se baseia mais no realismo, como Game of Thrones: os elementos fantásticos estão lá, mas os eventos mundanos ainda são os mais importantes.

A estética diferenciada, a mecânica inovadora e o trabalho de tradução impecável da Tria Editora tornaram esse jogo, pra mim, um must buy absoluto.

 

Mas não deixe de continuar acompanhando aqui o MRPG! Afinal de contas eu não parei aqui, e tem muita coisa bacana ainda esse ano por vir! Teremos Mar de Mortos em sua terceira temporada, juntamente com Sombras do Passado, nossa mesa de Império de Jade com Marcela Alban e Bernardo Stamato! Tem os textos da Liga das Trevas, os materiais da Teikoku Toshokan, os perigos da Área de Tormenta e muito mais!

 

Aburei RPG – Resenha

Em Maio de 2023, foi iniciado o projeto de Financiamento Coletivo para Aburei RPG, um RPG indie criado por Lucas Nascimento. O cenário é ambientado em um mundo sobrevivente após 3 apocalipses e que depois de tantos cataclismas, a linha entre o espiritual e o físico ficou mais tênue e transformando os espíritos em coisas terríveis, corrompidas.

Aburei RPG

Aburei RPG é um sistema próprio, mas que bebe muito da fonte de outros sistemas de RPGs como Storyteller Dungeons and Dragons. Seu sistema funciona primariamente com três dados 1d10, mas com o sistema de crítico não sendo com o maior número tirado, mas com a repetição do mesmo resultado nos três dados, o que é bastante curioso e diferente.

O sistema tem cinco atributos; Oru, Agilidade, Físico,  Mente Sentidos. Todos esses atributos tem maneiras de você perder, mas também há outras habilidades que aumentam seus valores nesses atributos. O valor dele depende da Espécie do personagem e recebem mais bônus conforme ele progride em nível e recebe mais profissões.

Porém, em vez de mana ou um limite por dia, algumas habilidades tem custo de Mente para serem utilizadas, levando os personagens a pouparem ou conseguirem recuperar estes pontos para executarem mais ações.

Os Elementos

Em Aburei, há Elementos Naturais Elementos Superiores. Os Elementos Naturais são as forças da natureza, presentes no ambiente, como água, fogo e vento. Elementos Superiores, forças mais etéreas e que são produzidas pelos corpos e espíritos, como espírito, luz e sonho.

Os Elementos são importantes para o aprendizado de feitiços. Já que boa parte das Espécies de Aburei está ligada com um ou mais elementos e podem aprender habilidades destes elementos com mais facilidade.

As Espécies

Aburei tem 25 espécies próprias e bastante diferenciadas para serem escolhidas. Cada uma delas tem variação de altura e peso e raças dentro delas, que se diferenciam em habilidades. Cada espécie progride de maneira diferente, recebendo diferentes habilidades e bônus.

Portanto, dentre elas, algumas que me chamaram atenção são os Corotic, Entes Ciborgues que são autômatos que utilizam de matéria biológica como bateria. Heya são seres baseados em sons e os Veloxin, aracnídeos arcanos.

As espécies em Aburei são muito diversas e diferentes entre sí!

As Classes

No jogo, temos 9 classes que não são as principais responsáveis pelo progresso do personagem. Diferente de outros RPGs, esse progresso vem com a espécie.

As classes em Aburei são mais profissões do que um arquétipo de personagem em si. Cada classe dá acesso a uma habilidade passiva e algumas habilidades próprias.

Combate

O Combate em Aburei funciona como boa parte dos RPG de mesa, você tem um valor fixo de Iniciativa e, em cada Ato (Que seria um turno). Você pode executar uma ação comum e uma ação especial e se deslocar no seu valor de deslocamento.

Entre as ações, temos as Ações comuns que são atacar, carregar ou preparar e ações especiais são normalmente utilizadas para lançar habilidades ou feitiços.

Portanto, algo curioso é que há três meios diferentes de se defender de um ataque. É possível Aparar o ataque, fazendo um ataque oposto ao do seu inimigo, mas só pode ser usado uma vez por ato.

Além disso, também pode Bloquear, em que você faz uma jogada com metade do seu valor de físico contra o ataque inimigo, mas que não é possível caso algum efeito ultrapasse coisas físicas.

Por fim, a Esquiva aonde você faz um teste de Agilidade contra o ataque, porém quando usado contra ataques em área depende do tamanho da criatura e quão distante da área de efeito ela está.

Sentimentos

Sentimentos muito fortes influenciam não apenas na mente mas também no corpo da criatura. Afeto, Alegria e Amor trazem benefícios enquanto outros como Culpa, Decepção e Insegurança trazem efeitos negativos. Essa interação me lembra muito a perca de sanidade do jogo de computador Darkest Dungeons, em que a pressão da masmorra leva os personagens a terem penalidade ou bônus por enfrentarem essas condições.

O Mundo

Aburei é um mundo sobrevivente de vários cataclismas. O primeiro deles ocorrendo após uma grande infusão de Orua energia espiritual, no mundo via algum tipo de armamento. Após esse cataclisma, criaturas mutantes derivadas do Oru começaram a surgir, se tornando espécies comuns.

Após isto, o segundo cataclisma ocorreu após uma guerra entre espécies, os Khali, que estavam experimentando com o Oru em mutantes de maneira proposital e sendo rechaçadas pela demais espécies. A guerra moldou o mundo em algo diferente do que era, sendo considerado o segundo apocalipse.

O terceiro apocalipse ocorre no pós-guerra do segundo apocalipse, mutantes gerados para o conflito ameaçavam a população após terem perdido o seu propósito e diminuindo a possibilidade de sobrevivência, levando populações a se mudarem para o subterrâneo, dependendo de aventureiros para sobreviverem e buscarem recursos e suprimentos. Apesar dos perigos, a vida no subterrâneo estava florescendo, até o aparecimento da Cidadela, que trouxe o terceiro apocalipse.

Depois dos cataclismas, o mundo em Aburei não foi mais o mesmo.

A Cidadela

Criada pela espécie dos Khali novamente, a cidadela era a capital deste espécie e centro de registro de feitiços. Ela se ergueu acima dos céus para preservar o conhecimento da espécie após a guerra que ocasionou o segundo cataclisma.

Visando limpar a corrupção de Oru ocasionada após diversos tempos de Guerra, a Cidadela visou explodir diversas cidades, dando inicio a terceira guerra, chamada de Chuva de Meteoros. E que foi o ultimo cataclisma que se tem noticia.

Conclusão

Aburei, para mim, é uma prova do quão talentoso e criativo é a comunidade de RPG brasileira. São notáveis as referências que o artista bebe em seu mundo, mas elas não estão ali apenas para ser legal, mas são parte do mundo em si.

Particularmente, amo cenários com criaturas humanoides e um ou outro monstro para se derrotar, com elfos, anões e outras raças normais. Mas em Aburei, mesmo que tenha os humanos comuns e outras raças que se assemelham com o que já temos em mundos de fantasia, a linha entre “monstro” e criatura “comum” é tão tênue que é pouco visível no cenário. Quando vi a arte pela primeira vez fiquei muito curioso e queria conhecer mais sobre esse sistema e cenário, e não me arrependi de entrar e conhecer! Algo assim, mais excêntrico e diferente me deixa muito feliz de ver e gostaria muito de ver como o cenário evoluirá no futuro.

Aburei está em suas ultimas semanas no Catarse, considere apoiar no link da campanha do Financiamento Coletivo https://www.catarse.me/aburei_rpg com acesso a um fastplay para você poder jogar e testar.


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Texto: Gustavo “AutoPeel” Estrela

Revisão: Edu Filhote

Arte da Capa: Juaum Artwork

Sirvam o Rei – Resenha do board game

Olá aventureiros! Hoje eu vim te apresentar o pocket party game “Sirvam o Rei”. Um jogo super divertido, fácil, de estratégia e sorte, que você ainda pode atrapalhar seus amigos! Um daqueles jogos poderosos dentro de uma pequena caixinha!

Ficha técnica

Número de jogadores: 3-6
Tempo: 20 – 30 minutos
Mecânicas: Memória, gestão de mão, aposta, blefe, treta
Editora: TGM
Componentes: 

  • 52 cartas de receitas
  • 18 cartas de ajudantes
  • 5 cartas de reis
  • 3 cartas de regras

A editora  TGM é uma editora brasileira, especializada em Family e Party Game. Eles tem como foco produzir jogos originais. O autor desse jogo é do brasileiro Joshua Kritz.

Temática

O rei está faminto! Essa é a temática de “Sirvam o Rei”. Aqui nós, jogadores, assumimos o papel dos cozinheiros e corremos para preparar o melhor banquete para nosso rei. Precisamos nos apressar e preparar as receitas o mais rápido possível até que alguém branda “Sirvam o rei”! Ai é hora de mostrar nossos pratos e ver quem atendeu os desejos de sua majestade.

Como funciona

Sirvam o Rei você precisará decorar suas cartas e realizar ações para melhorar suas receitas. Você também pode atrapalhar seus colegas! O jogo é rápido e com componentes de sorte e estratégia, porque você precisa abrir cartas novas e decidir através delas o que fazer. Vamos entender melhor a mecânica?

O jogo tem modo introdutório e modo normal. Sugerimos começar com o jogo introdutório. Aqui você explora a principal dinâmica do jogo: montar as receitas. O rei deste modo exige que você faça apenas as receitas mais refinadas. Ganha quem tiver a menor somatória de cartas.

Você recebe 4 cartas e deve posicionar em um quadrado 2×2 na sua frente. Veja apenas suas duas cartas de baixo. Você deve memoriza-las. No seu turno você deve comprar uma carta e escolher se vai trocar a carta que comprou por uma do seu quadrado (que você tenha visto ou não) ou se deseja descartá-la. Ao descartar você pode realizar a ação descrita na carta. Essas ações podem ser para usar em seu jogo ou dos colegas.

Ao longo do jogo você deve memorizar o que está colocando. Até porque se algum jogador descatar uma receita que você tem, você pode descartar a sua junto, ficando com menos cartas.

Quando achar que sua somatória está boa, antes de comprar uma nova carta, grite “Sirvam o rei!”. Ai os demais jogadores podem jogar novamente e o jogo termina. Revelam-se as receitas e aquele com menor soma ganha.

Outros modos de jogo

Além dessa mecânica básica, o modo principal inclui mais reis (que possuem regras diferentes de pontuação) e ainda uma mecânica de aposta. Funciona da seguinte forma: cada jogador recebe cartas de ajudantes (que tem 0, 1 ou 2 ajudantes). Quando o jogo está em sua finalização (logo antes de revelar as receitas), todos os jogadores devem colocar uma carta de ajudante, viradas para baixo. Ai essas cartas são embaralhas.

O jogador que vencer a partida escolhe qual carta de ajudante ele deseja ganhar. Depois os demais jogadores vão escolher as suas. Aqui ganha o jogo quem tiver mais ajudantes ao final.

O mais interessante é que você também pode optar por incluir apenas uma dessas mecânicas. Uma ideia bem interessante é apenas acrescentar os reis, sem a mecânica de apostas, caso você ache mais divertido assim!

Análise do jogo

Sirvam o Rei é muito divertido e leve. Uma excelente opção para jogar com qualquer grupo (dos mais aos menos acostumados com board/card games). Ele é altamente rejogável: possui mais de um modo de jogo, tem uma base de sorte que torna o jogo diferente a cada partida.

Além disso o jogo é lindo, com ilustrações engraçadas e lindas, muito bem acabado. As mecânicas tornam o jogo único, bem pensado para ser fácil de explicar e introduzir mais pessoas a mesa.

Recomendamos demais o jogo. Como ponto extra: ótimo custo benefício, por ser um pocket game.

Este post é uma parceria do Movimento RPG com a editora TGM que nos forneceu o jogo Sirvam o Rei! para nossa análise.

Gostou, então já sabe!

Em primeiro lugar acompanhe o projeto Na Mesa do Movimento RPG, onde ainda teremos muito conteúdo sobre “Sirvam o Rei” em nossas redes.

Você pode ler mais resenhas e regras da casa de boardgame aqui no site. Ou acompanhar nossos conteúdos nas nossas redes sociais.

Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PadrimPicPayPIX ou também no Catarse!

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Esther Starling e o enigma da morte – Resenha

Hoje trazemos para resenha o livro-jogo “Esther Starling e o enigma da morte”. Recebemos ele do nosso parceiro Sebo do RPG, um sebo especializado na temática de RPG com diversos produtos de todas as épocas. Vale demais dar uma espiada no site! 

Neste livro nós interpretamos a Esther, uma jovem bruxa, que vai investigar uma mansão. Durante a narrativa vamos fazendo escolhas e definindo o desfecho da aventura. Fica aqui comigo nessa resenha que vou te tudo que você precisa sobre essa obra!

Ficha técnica

Esther Starling e o enigma da morte foi escrito por Luiz Claudio Gonçalves, principal autor da editora Universo Simulado. A editora lança conteúdos de RPG, livros-jogo e literatura. Suas obras saem, em geral, em financiamento coletivo via catarse e ficam disponíveis para venda no site da editora.

Luiz Claudio também escreveu “Thordezilhas Sabres & Caravelas”, “Thordezilhas Rum & Sangue”, “Thordezilhas: Oceano Desconhecido”, “Thordezilhas Crônicas da República do Café”, “Obscura”, “UD6”, “UD1”, “Sinistros & Monstros” e “Jardim da Besta”.

O livro-jogo de horror e investigação tem 183 páginas, com diversas possibilidades de como seguir e terminar a história. A edição é de boa qualidade, com uma capa bem “filme de terror” que já te coloca no clima. 

Como funciona a dinâmica do jogo

Este livro-jogo funciona dentro dos padrões normais desse tipo de games: você inicia a narrativa e o livro te apresenta decisões que vão para diferentes parágrafos. A partir daí você vai construindo a história com a Esther. 

Neste livro você define já no início alguns atributos e magias para a Esther possuir. Isso por si já modifica os caminhos que você poderá, ou não, tomar. O livro possui uma ficha, onde você registra todas essas informações.

Outra dinâmica interessante é que, em vários caminhos, você morre. Simples assim. E aí o jogo te dá algumas opções de “save” para não precisar retornar até o início. 

Análise sobre o livro

Em primeiro lugar, e mais importante, a história por si só é bastante envolvente e não consegui parar até o final. O clima de mistério e a necessidade de investigar e deduzir o que está acontecendo é bastante envolvente. Não apenas o livro-jogo é excelente enquanto literatura, mas também enquanto jogo, já que não é fácil achar uma saída. 

É difícil explicar sem dar spoiler, mas tem elementos muito reais na narrativa e esses detalhes geram uma camada a mais de apelo para o livro ser daqueles que te grudam!

Em segundo lugar a protagonista é um destaque, já que é uma mulher negra, bem brasileira e com uma personalidade bastante original e autêntica. Além disso, ela é autora e bruxa. Isso também ajuda a narrativa a ficar bem interessante.

Recomendo DEMAIS a leitura deste livro porque me diverti muito. Passei algumas horas fazendo e refazendo o jogo para fechar. 

Bônus!

Por coincidência (ou não), terminei a leitura a caminho de São Paulo para o Doff 2023! Lá eu conheci o Luiz Claudio e pude autografar a minha cópia. Além disso ele me deu de presente o livro “Jardim da Besta”. Este livro é o grande sucesso da Esther Starling e foi lançado recentemente pela Universo Simulado. Logo logo trago uma resenha dele também!

Esther Starling e o enigma da morte

Cthulhu Pulp – Resenha

Neste post você confere a resenha do livro Cthulhu Pulp!

Cthulhu Pulp é um suplemento para o jogo de RPG Chamado de Cthulhu, mantem o foco em suspense e terror pessoal, contudo com mais ação, inclusive combates, a maior referência é a Pulp Fiction ou histórias Pulp.

O RPG Chamado de Cthulhu é baseado nas obras de H.P. Lovecraft em que horrores antigos, em seu “torpor”, ou acordados, interferem na realidade e existência.

O livro Cthulhu Pulp tem 276 páginas, totalmente colorido, ele conta com detalhes da cultura pulp, um processo de criação de personagens dentro desse contexto, além de detalhes sobre organizações, sobre a narrativa na temática pulp e a história dos anos 30.

Você encontra também quatro cenários, aventuras, ambientadas em Cthulhu Pulp!

Cthulhu e a Cultura Pulp

A cultura pulp, ou melhor, pulp fiction, é o termo dado as publicações baratas e de baixa qualidade de material. Elas foram muito populares nos Estados Unidos desde 1896 até o final da década de 1950.

O termo Pulp derivou do papel em que as revistas eram impressas, faz referência a um formato de encadernação barata e popular.

Elas eram revistas especializadas em narrativas e histórias em quadrinhos de diferentes gêneros da literatura de ficção.

As revistas pulp abrangiam uma diversidade de temas e gêneros literários. Podíamos encontrar histórias policiais, horror, ficção científica, westerns, eróticas.

Cthulhu Pulp é um suplemento de regras para que você crie histórias ambientadas nos mythos. Porém em uma visão pulp, com combates dramáticos, explosões e muito horror.

Tudo isso ambientado na década de 30, regado a depressão americana, polícia corrupta, máfia, casos inexplicáveis de assassinatos e muitas teorias da conspiração.

Criando seu investigador pulp

Essa é uma sessão muito importante do livro do livro base e neste suplemento não poderia ser diferente.

Nela você cria o seu investigador, o seu personagem jogador, que tentará descobrir os mistérios do universo, sem cair na insanidade.

Os passos para criação do seu personagem são simples, porém exigem um pouquinho do uso de matemática, mas fica tranquilo, são só as operações básicas mesmos.

A parte de criação de personagens em Cthulhu Pulp segue o mesmo princípio do livro base, porém traz a visão pulp, com novos antecedentes, novas magias e poderes, a ciência estranha etc.

Nesta resenha de Cthulhu Pulp não abordarei com maiores detalhes esse tema, visto que você encontra um passo a passo bem completo de como criar o seu investigador no nosso guia, só clicar no link abaixo!

Guia de Criação de Personagem para Chamado de Cthulhu

Ciência Estranha

O acesso a invenções, engenhoca e outras tecnologias maravilhosas geralmente é um conceito importante em histórias pulp.

O livro Cthulhu Pulp permitem que o Guardião determine o quão louca é a ciência em seus jogos, além de apresentar uma série de engenhocas utilizáveis nas suas histórias.

O Guardião nivela o nível da tecnologia estranha de acordo com o nível de Pulp de sua campanha ou cenário.

Em cenários com baixo nível de cultura pulp, engenhocas e ciência estranha devem ser coisas raras, talvez aparecendo apenas nas mãos ou garras de grandes vilões e monstros.

A abrangência da ciência estranha é determinada pelo Guardião, que deve decidir se os heróis têm acesso a engenhocas de ciência estranha e se conseguem construí-las.

Investigando os mistérios dos Mythos nos anos 30

Nos capítulos “Narrando jogos Pulp” e “Os Anos 30” são abordadas todas as regras necessárias para que jogadores e narrador tirem o melhor do livro.

Dessa forma, é interessante que ambos leiam estas regras, mas indispensável que o narrador as conheça muito bem.

O Guardião encontra várias dicas, por exemplo, como abordar as tramas e temas pulp dentro da sua narrativa, além de algumas ideais de temas e sobre o que descrever.

Além disso, no capítulo sobre os anos 30, há vários tópicos sobre os eventos que marcaram essa década. Por exemplo, a grande depressão, New Deal, várias gírias utilizadas na época etc.

Logo após o capítulo sobre os anos 30, Cthulhu Pulp traz uma série de exemplos de vilões para serem usados nos seus cenários!

Divirta-se.

Por fim

Ao fim do livro você encontra alguns cenários, histórias prontas, para poder jogar com seu grupo, elas podem ser utilizadas diretamente ou como fonte de inspiração.

Mas e aí?

Ficou interessado em Cthulhu Pulp?

Posso dizer que gosto muito da mecânica do jogo, do processo de criação de personagem e de como o guardião conduz a narrativa do livro básico.

O suplemento de regras traz uma mecânica mais ousada a narrativa e a participação dos jogadores, que, ao invés de sairem correndo, agora podem encarar e lutar contra os horrores.

Se isso é uma coisa boa para os personagens? Bom, você precisa descobrir, mas posso dizer que enfrentar seres milenares de poderes incomensuráveis vai ser difícil, não importa a época que você esteja jogando.

Você encontra esse livro e muitos outros da linha Chamado de Cthulhu no site da Editora New Order, é só clicar no nosso cupom de desconto!


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Revista Aetherica

Bestiário do Folclore Brasileiro – Resenha

O Folclore Brasileiro é extremamente diverso e rico, mas muitas vezes é pouco aproveitado pelos jogadores em suas mesas. Vemos alguns mestres ou até mesmo jogadores se inspirarem em figuras como o Curupira ou o Saci para fazer NPC e até mesmo PJ. Mas muitos mitos e lendas do folclore brasileiro não são tão bem explorados ou imaginados no universo do RPG.

Bestiário do Folclore Brasileiro é um suplemento lançado pela Tria Editora que se propoe não apenas a adaptar algumas dessas lendas para alguns dos mais jogados sistemas de RPG brasileiros (Tormenta20, Dungeons and Dragons 5e Pathfinder 2ed) mas também explicar a origem e historia dessas lendas.

O Folclore Brasileiro Imaginado para o RPG

O Bestiário do Folclore Brasileiro é um livro de 122 páginas que foi financiado coletivamente pelo Catarse em 2021. O livro foi feito com design de regras para 5e pelo Daniel Bartolomei, de Pathfinder 2ed por Brício Mares, Bruno Mares e Calvin Semião e de Tormenta20 por Pedro Coimbra e Thiago Rosa.

O livro apresenta diversas criaturas conhecidas e outras obscuras do Folclore Brasileira com fichas completamente adaptadas e com suas historias em textos bem descritos. Mesmo como algumas lendas mexendo com assuntos sensíveis, o livro tem um aviso de contéudo que em tempos como os nossos, é muito mais que necessário.

Nessa resenha, estamos levando em consideração a versão para Tormenta20, por mais que as demais versões estejam disponíveis em outros sistemas, boa parte desta resenha está baseada no texto das lendas em si.

Do Abati ao Zaori

Durante o livro, somos apresentados a diversas criaturas com diversas mecânicas muito bem estabelecidas e com um Nível de Desafio bastante bem definido. Temos criaturas muito bem conhecidas como a Cuca, o Saci e o Curupira mas também lendas mais regionais ou obscuras, como o Boi-Vaquim e o Bradador.

As ilustrações, feitas pelo artista Giancarlo R. Siervo trazem uma ótima reimaginação dos personagens e os textos de descrição não poupam espaço para situar leitores nas condições de cada lenda e até dando ideias de como adicionar elas em sua mesa.

O Bestiário não está preso em nenhum cénario especifico, podendo ser adicionados a cenários próprios ou até cenários prontos, como Forgotten Realms ou Arton.

Uma das coisas mais legais é que o Bestiário não se limita apenas ao comum folclore, mas também as lendas que fizeram parte da cultura popular brasileira, como o E.T de Varginha que vem como a ameaça Var-Zin.

Inspiração e Bibliografia

Além de um livro de RPG ótimo para se utilizar em mesas, o Bestiário também é um otimo livro para se entender as lendas do Folclore. Além dos textos de descrição de cada criatura, o livro fornece uma Bibliografia no final do livro que passa quais foram as referências para cada criatura, com obras que vem desde Luís Gonzaga até Ruth Guimarães. Para quem gosta conhecer lendas ou quer inspiração a mais, esse amontoado de referências ajuda – e muito – na compreensão do que está sendo falado e usado pelo bestiário.

Conclusão

Bestiário do Folclore Brasileiro é um livro que como livro de RPG é muito bom e como livro de criaturas brasileiras é fenomenal. Isso que diferencia ele de um bestiário como Tome of Beasts, o Bestiário traz uma nuance nova sobre um folclore que, ironicamente, é pouco usado entre brasileiros em mesas de RPG.

Pessoalmente, eu mesmo coloquei uma das criaturas dentro da minha mesa depois de ler o livro como um Encontro Aleátorio, de tanta inspiração que o livro te dá é bem difícil não ter vontade de tacar um Saci ou um Curupira (Ou até mesmo uma tropa de Abatis) contra os seus jogadores.

O Bestiário traz as lendas do Brasil como algo palpável e menos intangível como aparenta, muitas vezes.


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Se liga na Área de Tormenta, o espaço especial dedicado apenas à Tormenta20 e o que remete a ele! E acompanhe também as outras sessões, por favor!

Texto: Gustavo “AutoPeel” Estrela

Revisão: Edu Filhote

Arte da Capa: Juaum Artwork

Cultos Inomináveis – Resenha

O trabalho de H.P. Lovecraft foi fundamental para estabelecer o gênero que hoje chamamos de “Horror Cósmico”. Nos RPGs derivados nessa vertente do terror, geralmente os personagens são humanos normais, investigadores ou acadêmicos enfrentando horrores cósmicos além da compreensão humana.

Mas e se fizermos o contrário? E se os jogadores interpretarem cultistas?

Essa é a premissa de Cultos Inomináveis.

Cultistas!?

Cultos Inomináveis é um jogo espanhol escrito por Manuel J. Sueiro, Ricardo Dorda, Luis Barbero e Jokin García e publicado no Brasil pela Buró. Ele traz diferenças fundamentais da maioria dos jogos baseados no mythos. A principal dela é que, ao invés de fugir apavorado dos horrores sobrenaturais que o cercam, você decidiu tatear o lado obscuro da realidade. Seja por poder, conhecimento, vingança ou qualquer outro objetivo, o que importa é que você precisa trilhar um caminho perigoso, pois a mente humana não está preparada para o conhecimento sobrenatural.

Personagens de Cultos Inomináveis

Muitas coisas clássicas de jogos baseados no horror lovecraftiano estão aqui, como os famosos pontos de sanidade, a magia que corrompe os usuários aos poucos e descrições dos Grandes Antigos e outras criaturas do mythos. A diferença é que a sanidade é um sacrifício que precisa ser feito, magias são poder e os grandes antigos podem ser objeto de adoração do seu culto.

Outra diferença notável é que, ao invés de usar o início do século XX como cenário, como fazem muitos jogos inspirados na literatura do mythos, Cultos Inomináveis se passa em um mundo contemporâneo, com todas as suas facilidades e desafios. Então, se você curte a ideia de ser um cultista de Dagon pegando um busão enquanto consulta seu grimório de rituais bizarros no celular, esse é seu jogo!

“Vai pegando as velas, tô terminando de ver o tutorial aqui.”

Sistema

O sistema de Cultos é bem peculiar. Os personagens têm atributos e perícias que vão de 1 a 10, e geralmente são somados a uma rolagem que precisa superar um número-alvo. As rolagens são feitas com 3d10 e geralmente descartamos o menor e o maior resultado, ficando com o resultado médio. Isso favorece resultados bem concentrados no “meio”, variando tipicamente entre 3 e 7. Porém, confesso que não faço a menor ideia de como calcular a curva probabilística dessa rolagem. Deixo para os estatísticos que estiverem lendo.

Por exemplo, um personagem está tentando escapar de um Rastejador. O mestre estipula 20 como dificuldade. O jogador rola os dados e consegue 3, 6 e 8. Ele descarta o 3 e o 8, e soma o 6 ao seu valor de Reflexos (4) e sua Habilidade Fugir (5), conseguindo um 15 no total. Parece que nosso personagem está com problemas…

A maioria das ações é resumida em uma única rolagem, e os números descartados na hora de determinar sucesso ou falha podem ser usados para calcular outros efeitos. Por exemplo: um cultista tentando usar o Dom Vermelho para agredir um inimigo com níveis sobrenaturais de força rola 4, 7 e 9. O 7 é utilizado para determinar o sucesso ou falha da ação, enquanto o 4 e o 9 podem ser utilizados para determinar o dano.

O sistema de magias é bem aberto, e muitas decisões sobre o funcionamento mecânico de certos poderes ficam a cargo do mestre e dos jogadores. Isso pode agradar pessoas como eu, que gostam de sistemas mais simples e narrativos, mas pode ser ruim para jogadores que gostam de um jogo mais tático.

Você também pode ser um adorador de Cthulhu!

Por Fim

Cultos Inomináveis é um jogo singular e oferece uma abordagem única dentro do gênero dos jogos de horror cósmico. Está disponível no Brasil pela Buró, que também trouxe alguns suplementos e aventuras prontas.

E não se esqueça de conferir também nossos podcasts.

Bom jogo a todos!

 

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