Cultos Inomináveis – Resenha

O trabalho de H.P. Lovecraft foi fundamental para estabelecer o gênero que hoje chamamos de “Horror Cósmico”. Nos RPGs derivados nessa vertente do terror, geralmente os personagens são humanos normais, investigadores ou acadêmicos enfrentando horrores cósmicos além da compreensão humana.

Mas e se fizermos o contrário? E se os jogadores interpretarem cultistas?

Essa é a premissa de Cultos Inomináveis.

Cultistas!?

Cultos Inomináveis é um jogo espanhol escrito por Manuel J. Sueiro, Ricardo Dorda, Luis Barbero e Jokin García e publicado no Brasil pela Buró. Ele traz diferenças fundamentais da maioria dos jogos baseados no mythos. A principal dela é que, ao invés de fugir apavorado dos horrores sobrenaturais que o cercam, você decidiu tatear o lado obscuro da realidade. Seja por poder, conhecimento, vingança ou qualquer outro objetivo, o que importa é que você precisa trilhar um caminho perigoso, pois a mente humana não está preparada para o conhecimento sobrenatural.

Personagens de Cultos Inomináveis

Muitas coisas clássicas de jogos baseados no horror lovecraftiano estão aqui, como os famosos pontos de sanidade, a magia que corrompe os usuários aos poucos e descrições dos Grandes Antigos e outras criaturas do mythos. A diferença é que a sanidade é um sacrifício que precisa ser feito, magias são poder e os grandes antigos podem ser objeto de adoração do seu culto.

Outra diferença notável é que, ao invés de usar o início do século XX como cenário, como fazem muitos jogos inspirados na literatura do mythos, Cultos Inomináveis se passa em um mundo contemporâneo, com todas as suas facilidades e desafios. Então, se você curte a ideia de ser um cultista de Dagon pegando um busão enquanto consulta seu grimório de rituais bizarros no celular, esse é seu jogo!

“Vai pegando as velas, tô terminando de ver o tutorial aqui.”

Sistema

O sistema de Cultos é bem peculiar. Os personagens têm atributos e perícias que vão de 1 a 10, e geralmente são somados a uma rolagem que precisa superar um número-alvo. As rolagens são feitas com 3d10 e geralmente descartamos o menor e o maior resultado, ficando com o resultado médio. Isso favorece resultados bem concentrados no “meio”, variando tipicamente entre 3 e 7. Porém, confesso que não faço a menor ideia de como calcular a curva probabilística dessa rolagem. Deixo para os estatísticos que estiverem lendo.

Por exemplo, um personagem está tentando escapar de um Rastejador. O mestre estipula 20 como dificuldade. O jogador rola os dados e consegue 3, 6 e 8. Ele descarta o 3 e o 8, e soma o 6 ao seu valor de Reflexos (4) e sua Habilidade Fugir (5), conseguindo um 15 no total. Parece que nosso personagem está com problemas…

A maioria das ações é resumida em uma única rolagem, e os números descartados na hora de determinar sucesso ou falha podem ser usados para calcular outros efeitos. Por exemplo: um cultista tentando usar o Dom Vermelho para agredir um inimigo com níveis sobrenaturais de força rola 4, 7 e 9. O 7 é utilizado para determinar o sucesso ou falha da ação, enquanto o 4 e o 9 podem ser utilizados para determinar o dano.

O sistema de magias é bem aberto, e muitas decisões sobre o funcionamento mecânico de certos poderes ficam a cargo do mestre e dos jogadores. Isso pode agradar pessoas como eu, que gostam de sistemas mais simples e narrativos, mas pode ser ruim para jogadores que gostam de um jogo mais tático.

Você também pode ser um adorador de Cthulhu!

Por Fim

Cultos Inomináveis é um jogo singular e oferece uma abordagem única dentro do gênero dos jogos de horror cósmico. Está disponível no Brasil pela Buró, que também trouxe alguns suplementos e aventuras prontas.

E não se esqueça de conferir também nossos podcasts.

Bom jogo a todos!

 

O Caminho – Resenha

Neste post você confere a resenha do jogo O Caminho RPG!

O Caminho é um jogo de RPG com foco em interpretação, com uma criação de personagens muito rápida e bem dinâmica. Ele tem como foco fantasia medieval, mas pode ser facilmente adaptado para qualquer tipo de cenário!

Sobre O Caminho RPG

O Caminho RPG é, com certeza, diferente de tudo que você já viu.

Foi desenvolvido por Fernando Fenero e Silvio Haddad exclusivamente para a New Order Editora.

Quando você pensa em um sistema de RPG, logo vem a imagem de um livro, com 300 e muitas páginas, vários capítulos, uma ficha e um processo de criação de personagens, com características, distribuição de pontos etc.

Assim, esse processo de criação de personagem pode ser algo relativamente simples ou bastante complexo.

Esquece tudo isso, O Caminho RPG é diferente de tudo isso? Como?

Ele traz um sistema completo, um processo simples de criação de personagem e uma aventura com um mapa, tudo isso em um marca páginas!

Em síntese, é isso, é um marca páginas que nas suas duas faces tem um sistema genérico de RPG.

Eu explico.

O Sistema

Agora vamos as regras.

O Caminho do Aço

Todo o sistema é muito simples, você joga com dados de 6 lados, dois deles na verdade.

Primeiramente você deve escolher o nome do seu personagem.

Em seguida deve escolher em entre dois caminhos, o caminho do aço e o caminho da magia.

Escolha o caminho do aço e em todos os testes físicos e de combate você tem vantagem, você joga 2d6.

Do mesmo modo, se escolher o caminho da magia, você terá vantagens em testes de conhecimento e magia, jogando 2d6 nesses casos.

Mas lembre-se, você só pode escolher um caminho para o seu personagem.

Para todos os outros testes você joga 1d6.

O Caminho da Magia

Por exemplo, um personagem que escolheu o caminho do aço está tentando derrubar uma porta, ele joga 2d6, já que tem vantagem em testes físicos.

Caso ele tente entender algumas runas antigas, joga 1d6, visto que não tem vantagem para isso.

Regra mestre

A regra mestre do jogo é simples, toda vez que você se deparar com uma situação que precise de um teste, algo que seja desafiador de alguma maneira, você rola os dados.

Caso seja algo relacionado ao seu caminho, você joga 2d6 e escolhe o melhor resultado, caso contrário, só rola 1d6.

Os resultados 1, 2 e 3 são falhas, enquanto 4, 5 e 6 são sucessos.

Caso você tire 1 nos dois dados, é considerado uma falha crítica, alguma consequência terrível acontecerá. Porém dois sucessos, ou dois 6’s nos dados não quer dizer que algo incrível vá acontecer, isso fica a cargo do narrador.

O Oráculo

Outra possibilidade ao jogador é poder perguntar ao Oráculo, ou narrador, qualquer dúvida. Ele rola um d6, resultados pares são um SIM, você terá uma resposta. Resultados ímpares são um NÂO, você não terá nenhuma resposta ou ela não será o que você espera.

Sopro da Vida

Esse é o motivo, na minha opinião, de ser um sistema tão simples e rápido para se criar um personagem.

Todo personagem começa com 3 pontos de vida. Sim, só isso.

Cada vez que você falhar em um teste que envolva dano ou combate você perde 1 ponto de vida.

Dessa forma, em um combate, de acordo com esse sistema de falhas, os inimigos não rolam dados. Os ataques e danos causados pelos inimigos são relacionados a suas falhas.

Por exemplo, um mago está cruzando um rio, passando pela ponte que liga suas margens, quando é emboscado por dois bandidos.

O mago conjura um relâmpago, ele rola os dados, 2d6, e consegue um sucesso. O relâmpago acerta um dos bandidos e acaba com sua vida.

Após, ele diz conjurar um novo relâmpago, porém falha. O narrador então diz que o bandido atira uma faca no mago, o que o impede de lançar o feitiço e causa 1 de dano.

Além disso, você recupera um ponto de vida por dia de descanso.

Uma regra opcional

Essa é uma regra opcional que adotei narrando O Caminho no MRPG, para que o narrador também possa rolar dados em um combate.

Como no sistema O Caminho RPG não há regras para os inimigos, criei a seguinte regra.

Os inimigos tem pontos de vida definidos pelo narrador, de acordo com a dificuldade  do encontro. Além disso, todos os inimigos, em combate, rolam 2d6. Eles seguem as mesmas regras do sistema, 1, 2 e 3 são falhas, 4, 5 e 6 são sucessos, bem como dois 1s são falhas críticas.

Em substituição ao sistema de falhas no combate do Caminho RPG, um teste em combate, relacionado a dano, claro, causa 1 ponto de dano. As falhas são somente falhas, porém falhas críticas ficam a cargo do narrador.

Por exemplo, em um combate, o guerreiro rola 2d6 para acertar com seu machado um golem de pedra, ele falha, não toma dano por isso. O golem de pedra então ataca o guerreiro, ele tem sucesso, causa 1 de dano no guerreiro.

O guerreiro então ataca novamente, ele tira dois 1’s, uma falha crítica. Algo interessante irá acontecer!

Por fim

Mas e aí?

Ficou interessado no O Caminho RPG?

Posso dizer que gostei muito da simplicidade do sistema, o processo de criação de personagem é muito rápido, você pensa no nome, escolhe o caminho e pronto.

Claro, tem a história do seu personagem, mas daí vai de cada um.

Além disso, você pode utilizar esse sistema para qualquer cenário que vier a sua cabeça. Desde a idade das cavernas até um cenário futurista, como Star Trek.

Isso é possível só substituindo os nomes dos caminhos, por exemplo, para uma aventura na idade das cavernas, coloque Caminho da pedra, que é a vantagem física e o Caminho da cabeça, que é o conhecimento e, quem sabe, a magia.

É futurista sua campanha? Então use, por exemplo, o Caminho da força e da tecnologia.

Os limites são os da sua imaginação!


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Revista Aetherica

Action Movie World: Programado Para Matar – Resenha

Esqueça tudo o que você já viu sobre RPGs de ação até agora, e prepare-se para algo totalmente novo, mas baseado em algo incrivelmente clássico! Sim, essa é a proposta de Action Movie World: Programado Para Matar, o novo lançamento da Tria Editora! E você pode adquirir através deste link!

Action Movie World: Programado Para Matar

Com uma proposta inovadora e diferente, Action Movie World: Programado Para Matar é um game escrito por Ian Williams e inspirado nas regras de Apocalipse World, desenvolvidas por Vicent Baker. Originalmente publicado pela Flatland Games, recebeu a versão brasileira pela Tria Editora, sob os cuidados de Bruno Mares.

A proposta do jogo é se basear em filmes de ação dos anos 70, 80 e 90. Inspirado por grandes clássicos como O Grande Dragão Branco, Duro de Matar, Comando Delta, O Príncipe Guerreiro e vários outros, o objetivo aqui não é apenas criar um personagem, viver uma grande aventura ou experienciar eventos traumatizantes e dramáticos: o negócio é ser Brucutu, audaz, temerário, gambiarrista, e acima de tudo, protagonista de seu próprio longa metragem de ação!

Action Movie World: Programado Para Matar usa de muita linguagem cinematográfica para explorar seus elementos mecânicos de jogo, como Roteiro, Direção, Atuação, Atores e por aí vai. A estética do livro também segue esse caminho, com claquetes e esboços de roteiros permeando as informações e sendo parte da arte do livro.

Mas, afinal de contas, o que há nesse livro? Qual seu conteúdo? Bom, bora lá esmiuçar!

Introdução Erudita

Essa parte foi escrita pelo Dr. Will Dodson, da University of North Carolina. É uma ode de admiração e amor a um gênero que tomou conta dos cinemas e da imaginação popular dos anos 80/90: os filmes de ação com brucutus.

Dodson, a meu ver e na minha opinião pessoal, se perde entre admirar e expor o tema em si, se perdendo em devaneios ao tempo que tenta delinear a importância ou impacto do gênero na cultura da época. Alheio a isso, alguns pontos interessantes e até mesmo ideias de histórias e aventuras a se criar.

Prefácio do Autor

Trecho escrito pelo autor original do jogo, Ian Williams. Ele faz seu tradicional agradecimento às principais pessoas e influencias para que seu trabalho fosse concluído, além de explicar melhor sua proposta e a proposta base do jogo em sí.

Não chega a ser um capítulo fundamental, mas é uma parte muito interessante para entender o conceito inusitado do jogo e o brilhantismo de sua proposta.

O Básico

O capítulo efetivo de introdução ao game, e com a explanação de todos os conceitos básicos sobre o jogo. Aqui estão resumidas as mecânicas base do jogo (mas suas regras mesmo estão um pouco mais a frente), os papeis de jogadores e narradores na mesa (aqui chamados de Protagonistas, Coadjuvantes e Diretores) e como se dão as mecânicas de resolução de conflitos e testes dentro do jogo.

É um capítulo grande e bem detalhado, que dá a base perfeita para começar a jogar Action Movie World: Programado Para Matar em sua plenitude e com toda a potência brucutu possível!

Glossário

Um dos capítulos mais importantes, para entender as nomenclaturas diferenciadas e as referencias que o jogo usa. Muito bem-vindo esse glossário estar logo após a introdução, pois ajuda demais a entender melhor o conteúdo que vem a seguir!

Os Atores

Capítulo dedicado a quem vai jogar Action Movie World: Programado Para Matar. Aqui estão descritas as regras para criar um personagem, como realizar testes, os objetivos e metas que os personagens podem ter e como escolher e desempenhar seu papel nos grandes filmes!

Esse capítulo é essencial para quem vai jogar e para quem vai narrar!

Ferimentos

Um capítulo bem curto na verdade, mas que trata de uma parte importante em filmes de ação: os ferimentos e como eles influenciam os personagens!

E sim, é possível façanhas com cauterizar um buraco de bala com pólvora, ou como continuar andando com os pés esfolados de cacos de vidro.

Equipamentos

O que seria de um brucutu de filmes de ação sem seu devido equipamento, não é verdade? Seja uma icônica arma .38, uma espada lendária ou até mesmo um exoesqueleto capaz de peitar Aliens, os equipamentos são primordiais em um filme de ação, e aqui não é diferente!

Regras de como definir área, alcance, tamanho, peso e muito mais estão aqui, e é um capítulo também essencial para quem vai jogar e quem vai narrar!

Experiência + Poder de Estrela

E claro que não poderia deixar de ter um capítulo para a evolução de personagens, né? Um grande destaque é o Poder de Estrela, que é a media de quanto o personagem ajuda um filme a vender e se tornar icônico.

Ter experiência pode resultar em um bom ator ou boa atriz, mas não necessariamente uma pessoa boa no que faz vende bem, né? O Poder de Estrela, nesse caso, é mais importante, pois mesmo uma pessoa péssima de atuação pode resultar em grandes vendas se cativar o público!

O Diretor

Um capítulo todinho dedicado à quem vai se aventurar narrando Action Movie World: Programado Para Matar, que aqui recebe a alcunha de Diretor.

Esse é um capítulo que, talvez, seja indicado pra qualquer que um dia tenha interesse de narrar qualquer jogo de RPG que seja. Aqui há noções muito interessantes sobre criação de climas, condução de cenas, motivação de personagens e tudo mais.

Há também muitas dicas e pontuações interessantes sobre resoluções de conflitos in-game e como conduzir a história e jogadores de forma divertida e que todos possam ter seus momentos de protagonismo e importância.

Sinceramente, só esse capítulo já vale a compra do livro!

Como Um Filme Deve Parecer

Uma parte bem elucidante sobre como montar toda uma história, passo a passo, com todos os elementos necessários. Dicas de improvisação, composição de atos, duração de cenas e tudo mais.

Novamente, um capítulo válido para todas as pessoas que querem se aventurar um dia narrando qualquer jogo de ROG que seja!

Manuais de Ator

Essa parte traz um total de sete arquétipos de personagem prontos para uso em mesas de Action Movie World: Programado Para Matar. Todos os arquétipos estão prontos para uso, e servem como inspiração para a criação de novos personagens, ou mesmo para uso como NPCs rápidos de uma trama.

  • O Escandaloso, inspirado em Reb Brown, que tem como atributo primário + Músculos.
  • O Espertão, inspirado em Lucy Lawless, Kurt Russell e Bruce Willis, que tem como atributo primário + Presunção.
  • O Lutatirador, inspirado em Michelle Yeoh e Chow Yun-Fat, que tem como atributo primário + Agilidade.
  • O Musculoso, inspirado em Brigitte Nielsen e Arnold Schwarzenegger, que tem como atributo primário + Músculos.
  • O Operador Suave, inspirado em Sean Connery, Daniel Craig e Geena Davis, que tem como atributo primário + Magnetismo.
  • O Pugilista, inspirado em Jet Li, Chuck Norris, Cynthia Rothrock, Maggie Q e Jean-Claude Van Damme, que tem como atributo primário + Agilidade.
  • O Tespiano, inspirado em Mel Gibson, Linda Hamilton e Sylvester Stallone, que tem como atributo primário + Drama.

Com esses arquétipos em mãos, é possível criar uma infinidade de personagens! E como se isso não fosse o suficiente, ainda tem bem mais Manuais de Ator no site da Tria Editora em formato próprio para impressão!

Roteiros

Uma parte dedicada a como esboçar e ter de antemão alguns recursos para o bom desembolar da trama e da história. Chega a ser levemente redundante se considerar que existem dois capítulos inteiros dedicados à essa temática especificamente.

Movimentos Customizados

São como “ações especiais” que atores e diretores podem fazer durante as cenas dos filmes. É uma espécie de adendo ao capítulo de regras, com algumas customizações para movimentos específicos e alterações de regras base.

Manuais de Roteiro

Um longo capítulo com seis ideias de aventuras prontas para uso em Action Movie World: Programado Para Matar. Cada aventura tem todo o seu resumo, ideias de arquétipos, movimentos, cenas e estruturação.

Esse é um capítulo ideal para iniciantes em RPG ou em Action Movie World: Programado Para Matar, pois traz um material todo completo que, aliando aos Manuais de Atores, trazem um game completo para uso e experimentação imediatos!

As ideias aqui são para Filme de Bárbaro, Filme de Ficção Científica, Filme de Guerra, Filme de Ninja, Filme de Policial e Filme de Torneio de Lutas.

Fichas de Referência Rápida

O capítulo final do livro traz todos os Manuais de Roteiro e os Manuais de Atores, bem como alguns guias de consulta de forma resumida e próprio para impressão rápida de consulta como fichas.

Minha Opinião Pessoal

Bom, o que eu achei então de Action Movie World: Programado Para Matar?

Confesso que, quando comecei a ler o livro, a primeira impressão não foi bem das melhores… afinal de contas é uma ideia que me pareceu muito alienígena e até um tanto bizarra. Mas essa impressão caiu por terra à medida que fui lendo o livro.

Embora de fato muito inusitada, a ideia por traz de Action Movie World: Programado Para Matar é sim a de um RPG até que tradicional e convencional, mas com uma roupagem e uma estética muito interessantes e até convidativas para a imersão.

O fator nostalgia também é outro ponto forte que pega pesado e traz um Q de charme e elegância ao jogo. Ele nos faz relembrar de tempos mais mágicos do cinema, onde as façanhas mais heroicas e inimagináveis eram possíveis pelo simples motivo de “porque sim”, e nos divertíamos com isso! O jogo traz de volta os ninjas que pulam de prédios e caem de forma graciosa no chão, atiradores que são precisos mesmo no meio de um terremoto, estóicos que superam os maiores desafios para seguir na jornada.

Não me entendam mal. É bem legal jogar com Vampiros, Magos, Clérigos, Lobisomens… mas às vezes tudo o que queremos é um pouco daquela magia de cinema pastelão feito para ser surreal que abrilhantou a infância, e o jogo entrega justamente isso!

Não fosse isso, o jogo valeria a compra por seus capítulos sobre narrativa, construção de cenas, desenvolvimento de roteiros e dicas valiosas para quem quer se aventurar como Narrador ou Mestre de RPG!

Não preciso continuar para dizer que sim, gostei demais do jogo e que sim, vale demais a compra dele! Então clica AQUI e garanta o seu, porque esse é um dos RPGs mais inusitados porém divertidos que você vai ter a chance de jogar!

Blue Rose – Resenha

Se você foi surpreendido pela euforia após o anuncio de Blue Rose e não entendeu do que se trata, acalme seu coração. Teremos o compromisso de, nesse texto, mostrar porque o RPG é definitivamente tão apaixonante. A vinda de Blue Rose para o Brasil significa, inclusive, que a editora Jambô não acerta apenas ao lançar Ordem Paranormal, mas continuará lançando clássicos.

Primeiramente, importante dizer que Blue Rose é um jogo de fantasia romântica (explicarei adiante). Em segundo, ao jogar Blue Rose, você será um herói, e lutará em um mundo fantástico! Terceiro, há diversos motivos para Blue Rose funcionar bem no sistem AGE, o que também será explicado. Ademais, parecem promessas sobre explanações, e elas, amigos e amigas, começarão agora, acompanhem.

Blue Rose RPG

Fantasia romântica de Blue Rose

Começando pelo início, fantasia romântica é um gênero literário que se baseia em profundidade, primeiramente. Envolve, para além de espadas e feitiços, personagens intensos que pode ter, ou não, encontros românticos, intrigas políticas, questões sociais relevantes. O objetivo é, enlaçar os jogadores para uma interpretação fantasiosa, e no entanto, emocionante.

O gênero se aplica em Blue Rose de diversas formas, seja na construção de relacionamentos amorosos, mas também nas intrigas políticas. É comum que a arte, canto e dança possam ser importantes dentro do jogo. Ainda assim, é importante ressaltar que o objetivo é voltar a questão romântica do gênero para o coração de cada herói.

Fantasia Romântica de Blue Rose

Herói e heroína em Blue Rose

Se você está acostumado e habituado as histórias decadentes, sombrias ou de horror pessoal, Blue Rose é uma surpresa intrigante. Digo isso com total crença de que jogar um outro tipo de RPG heróico irá desafiar suas convicções, afinal, Blue Rose é sobre O Herói e A Heroína. O jogo passará a desafiar seus personagens a serem grandiosos, dentro de suas ações.

Virtude é admirável em Blue Rose

Certamente ao pensar em heróis hoje, pensamos em estereótipos fortes, com fantasia, capas e belos discursos. Não que um herói de Blue Rose não possa ter épicos discursos, mas ele precisa ter um coração verdadeiramente puro, e para ostentar um manto, ele precisa de honra para suportar a responsabilidade de tê-lo. O jogo retoma o conceito heróico em seu sentido mais verdadeiro, tendo o jogador de encarnar uma personalidade virtuosa que possa resistir às sombras.

 

E qual é o sistema?

O sistema AGE (Adventure Game Engine) se comporta de forma congruente em Blue Rose. O sistema de rolagem de dados são os d6, que temos certeza que você tem na sua casa. Você fará, costumeiramente, os testes com 3d6.  Veremos o mesmo sistema em outros jogos da editora Green Ronin, como Modern Age e Dragon Age.

Blue Rose tem as mais belas artes!

A dinâmica das rolagens de dados é simples e, na maioria das vezes se resume a jogar 3d6 + habilidade (acrescente ou retire pontos de acordo com modificadores situacionais) para igualar ou superar a dificuldade alvo. Um mecância que funciona de forma divertida no jogo é que, ao rolar os d6 e tirar números iguais (Dois 3, ou dois 4, por exemplo), você recebe um ponto de façanha. Você usará os pontos de façanha para realizar manobras específicas que podem virar o jogo a favor do seu herói.

Conflitos importantes e o Cenário

O personagem pode estar enfrentando conflitos morais e éticos, discriminação e preconceito. Pode haver desafios como encontrar o equilíbrio entre desejo e dever e se manter distante da corrupção e escuridão. Dilemas são formas interessantes de encarar o cenário, pois por meio deles o seu personagem será testado para manter, ou não, o coração puro.

Reino de Aldis, Blue Rose

O Reino principal é o Reino de Aldis (famigerado Reino da Rosa Azul), onde apesar da noção heróica, conflitos, crimes e insurgências malginas aguardam. Mas também é um reino de bravura e determinação. Para além de um jogo puramente político e romântico, existem outros diversos reinos onde seu jogo pode se passar. Existe o reino da Teocriacia de Jarzon, onde residem intolerantes religiosos, as Terras Sombrias e Kern, onde o mal permanece e se fortalece, o Reino da Floresta de Wyss, um local selvagem e mágico, bem como Matriarquia de Lar’tya, onde conflitos diversos aguardam.

Conclusão

Os motivos para gostar do jogo são diversos e certamente não seria possível dizê-los em uma resenha. Por esse motivo resolvi resumir os diferenciais em pontos breves. Nesse momento, o livro já está disponível para compra no site da Jambô editora, onde você poderá adquirir o seu exemplar e se aventurar românticamente, bem como promover intrigas políticas e até guerras colossais.

É isso aí, caro amigo e amiga Nerd, sou o Kastas, da Tríade Nerd, e hoje – com muito entusiasmo – trago a resenha de Blue Rose RPG. Te convido para falar sobre suas experiências ou expectativas com o sistema aqui nos comentários. Se gostou do meu trabalho, considere ver mais nos links da Tríade, bem como dos outros textos que fiz aqui no Movimento RPG. Fico por aqui, um abraço e até a próxima.

CDR – Resenha

Poucos jogos tem a habilidade de te arrebatar desde o começo. Devido a sua intenção, CDR será um deles, certamente. De antemão, importante ressaltar que o Complexo de Detenção e Ressocialização é uma obra, já financiada, de Naomi Maratea, que busca nos levar ao contexto do que acontece dentro dos superlotados sistemas penitenciários. Por isso apresenta o CDR, problematizando a todo momento a realidade do país.

Sobretudo, não é possível falar sobre o CDR sem apontar o défict brasileiro em lidar com o tema. Ainda, não creio que seja minimamente a intenção do jogo deixar de lado a deplorável realidade das penitenciárias. Portanto, CDR é um jogo sobre conscientização, problematização, mas ainda assim um jogo de RPG, para sua criatividade formular o que for necessário para uma aventura frutífera com seu grupo.

Por que o jogo existe?

CDR

Me permito copiar não só essa parte do título nesta resenha, mas também parafrasear trechos que precisam ser mantidos o mais fiel possível a intenção do jogo. Sendo assim, CDR existe para a problematização sobre as péssimas condições do sistema carcerário brasileiro. É certo dizer que presídios são instituições que não evitam a violência, mas lá a promovem. Por isso, mais certo do que isso é afirmar que essa é a intenção do presídio, cujo objetivo é ressocializar apenas no papel.

O jogo existe, também, para alertar sobre os desejos da burguesia, que deseja enclausurar sem reparação, aqueles que cometem crimes. Certamente, você pouco vê a elite participando dessa proposta de ressocialização. Dado o apresentado, CDR é uma crítica social, mesmo sendo um jogo.

Os personagens em CDR

Seu personagem será um detento, e você está cumprindo a sua pena. O que acontecerá na prisão depende de quem você é, claro, e da contadora de causos (mestre do jogo). Sua pena determina quando tempo você ainda passará na tranca. E o moral que seu personagem tem, representa o quanto ele é respeitado. As possibilidades de personagens são:

  • Cadeado é um cara que não conta os segredos dos irmão, não importa o que aconteça.
  • Camarão é um novato que acabou de chegar na cadeia e ainda não aprendeu como agir nesse local.
  • Johnson é um cara 13 das ideia; alguém que não apresenta um comportamento comum, mas, mesmo assim, foi jogado em uma cadeia comum.
  • Lagarto é um cara que faz tudo que os outros mandam, seja por medo ou com segundas intenções.
  • Laranja é alguém que assume a culpa por coisas que os outros fizeram, seja por medo ou com segundas intenções.
  • Mula é uma pessoa responsável por levar itens proibidos para dentro da penitenciária ou os transportar pela cidade.
  • Noia é alguém cujo comportamento é afetado pelo vício em drogas. É muito fácil cair no vício quando se vive em um inferno, e, dentro da prisão, esse vício pode ser mortal.
  • Torre é um chefão, geralmente ligado a uma facção criminosa. Dá ordens e orientações para outros presos e até para pessoas fora do presídio.
  • Velhote é um preso que já está encarcerado faz muitos anos e já manja de como as coisas funcionam.
  • X9 é o oposto do cadeado. Cagueta que troca informação secreta por vantagens.
  • Outra opção, que você pode definir!

O sistema de CDR

O sistema carcerário é violento

Primeiramente, o jogo apresenta apenas 4 atributos, sendo eles: Corpo, Dureza, Cabeça e Firmeza. Nesse sentido, corpo e dureza são atributos físicos, ativo e passivo, respectivamente, enquanto Cabeça e Firmeza são atribuos mentais e sociais, ativo e passivo, igualmente. Logo, de fácil assimilação e utilização dentro do próprio jogo. Por último, o sistema utiliza 2d6 como sua base nas rolagens de dado.

Em segundo, é relevante dizer que os testes são feitos, em sua maioria, contra um número alvo determinado. Em contrapartida, combates de um jogador contra o outro (e eles podem ocorrer), usam rolagens resistidas (os dois jogadores jogam). Além disso, o jogo flui de forma diferente, quando os bônus da ficha do personagem diminuem o número alvo, e os 2d6 devem atingir ou passar o resultado para terem sucesso.

Ademais, o que existe?

À primeira vista pode parecer deveras simples, mas o CDR apresenta um sistema mais bem elaborado de privilégios e posses. Em se tratando de privilégios, são habilidades, características ou benefícios que são dados ao seu personagem. No que tange as posses, são os itens que ele possui. Dessa forma, pense em como é interessante não ter nenhum item em sua posse e arrumar uma forma de conseguir uma faca, por exemplo, tendo de construir uma.

Cada personagem apresenta um vulgo e uma gana. É sabido que vulgo é a forma como te conhecem, na quebrada e na tranca, já a gana apresenta um objetivo, que pode ser tratado a curto, médio ou longo prazo. Ainda, existe a opção de jogarem fora do CDR, no seu bairro onde pode, ou não, ter uma biqueira. Dessa forma,  o jogo apresenta uma crítica social ao crime e a forma como ele é visto pela sociedade.

É isso aí, caro amigo NERD, GEEK, RPGISTA, se curtiu esse texto, considere acompanhar os outros que fiz aqui no movimento RPG. Importante também dar uma olhada neste que é um portal riquíssimo de diversos outros títulos. Aproveita para me apoiar nas outras redes sociais clicando aqui. Muito obrigado e até a próxima!

Fastplay – Nessus RPG – Resenha

Hoje falaremos do jogo Nessus RPG, o qual está em financiamento coletivo pelo Catarse.me, publicado pela editora Craftando Jogos. Como o jogo ainda não lançou, analisarei o fastplay disponibilizado do cenário/sistema de Nessus RPG.

Nessus RPG

Primeiramente a temática é incrível! Afinal, são robôs num faroeste pós-apocalíptico. Essa mistura de elementos torna o jogo único, ou usando um termo do próprio jogo: Singular. O arquivo do fastplay tem 55 páginas, iniciando com uma explicação sobre o sistema. Salientando que os espaços existentes nele são propositais e oportunizam aos jogadores alguns elementos mecânicos além dos elementos do cenário. Logo em seguida há um relato sobre a história do enredo do cenário e, de forma resumida, explica como passamos da Terra atual para a Terra de Nessus RPG. Dessa forma, em poucas páginas já estamos completamente imersos no cenário.

O Sistema

Após isso, há as explicações sobre as rolagens e níveis de desafio para testes. O sistema busca ser bem acessível neste aspecto e utiliza o dado comum de seis faces. Há uma breve explicação sobre os atributos e o que eles fazem. Pessoalmente gostei de incluírem o Atributo Singularidade, visto tal nome ser utilizado para o ponto teórico de despertar das inteligências artificiais.

Em seguida o sistema explica as regras de combate. Bem como regras de recuperação/conserto, de morte e de Duelos. Importa lembrar que o sistema é voltado para narração ao estilo teatro da mente e não é voltado para o uso de grids de combate.

Montagem do Personagem

Passamos à próxima parte do fastplay no qual montamos nosso personagem. Iniciamos com qual conceito desejamos, o que concede um bônus mecânico que reduz o gasto de energia ao se usar habilidades especiais. Os conceitos mostrados são:

  • aberração,
  • armeiro,
  • camaleão,
  • diplomata,
  • executor,
  • fortão,
  • investigador,
  • mecânico,
  • mentiroso,
  • peregrino,
  • pistoleiro,
  • velocista.

Seguindo, temos alguns exemplos de Habilidades. São características que você pode usar dentro ou fora de combate e seguem a mesma ideia de outros sistemas. Portanto, utilizam a compra de poderes e não de uma evolução fixa como a grande maioria dos sistemas D20.

Neste ponto, o sistema realmente demonstra sua personalidade e todos os poderes são ligados ao fato de seu personagem ser um robô senciente. Mesmo apresentando poucos poderes mas todos são bacanas e ajudam a visualizar o tipo de personagem que você terá.

Já as Melhorias se diferem um pouco das Habilidades por estarem ligadas ao atributo Singularidade. Em regra são características permanentes de seu personagem e que não precisam ser ativadas como as Habilidades, que usam pontos de Energia para isso.

Por fim temos os Equipamentos e as Armas, que são divididas em leves, médias e pesadas. Apesar de cada arma ter suas características e alcance, seus danos são fixos; sendo que as leves causam 2 de dano, as médias 4 e as pesadas 6.

Outra coisa interessante do cenário é que o dinheiro usado no cenário: as placas. Nada mais são que as placas cerebrais (ou placas-mães) de robôs que foram destruídos. O que pode levantar excelentes debates morais e éticos.

Essa forma de construção de personagem é simples e intuitiva. Pode demorar um pouco no início, mas já no terceiro personagem será provável que você esteja criando um personagem em pouco menos de 10 minutos.

O Cenário

No próximo “capítulo” você vai conhecer algumas ameaças do cenário. Robôs ladrões, a natureza e os mutantes (que são todos os seres orgânicos do cenário) formam os desafios que os personagens deverão enfrentar.

Apesar de poucos exemplos neste fastplay, cada ameaça escolhida demonstra bem uma característica do cenário, e como ele é desafiador.

Quase no fim do fastplay há uma pequena aventura introdutória que é bem completa e exemplifica o tom do cenário. E ao final do arquivo, há uma ficha em branco e outras cinco com personagens iniciais prontos.

Se você quiser conhecer mais sobre o jogo pode ouvir a conversa que tivemos com alguns dos autores na Taverna do Anão Tagarela e numa One Shot ou tambem pelo Youtube com o sistema. Acompanhe-os para ficar por dentro das novidades de Nessus RPG.


Nessus RPG – Resenha

Revisão e Montagem da Capa: Isabel Comarella

Novato ao Lendário – Savage Worlds #4

FALA RPGISTA, NERD, GEEK! Estamos de volta em “Novato ao Lendário – Savage Worlds, e, como prometido, hoje falaremos sobre Perícias e Habilidades. Não é novidade que Savage Worlds é um RPG genérico e, de fato, é um RPG muito simples. Por isso, já debatemos aqui, em outros textos, conceitos anteriores do mesmo jogo, deixarei o link no final do texto para que possam acessar.

Primeiramente, vou apresentar algumas regras que vocês devem seguir, levando em consideração um personagem que está sendo criado agora. Para isso, explicarei quais são os tipos de perícias e atributos de Savage Worlds, que são nomes familiares em relação a outros jogos, e, no entanto, funcionam de forma ligeiramente diferente dos sistemas convencionais. Afinal, Savage Worlds facilita a vida do mestre e do jogador com essas regras muito fáceis de assimilar.

Regras importantes de Savage Worlds

Antecipadamente, as perícias seguem grupos dentro de Savage Worlds, nesse passo, como em qualquer outro RPG. Mas, para além das perícias que seguem os atributos (Vigor, Espírito, etc) do personagem, existem as perícias “inatas”, ou seja, que qualquer personagem pode possuir, independente de sua raça. Isso é, a menos que uma Vantagem ou Complicação diga que não, seu personagem pode começar o jogo com d4 nas opções: Atletismo, Conhecimento Geral, Perceber, Persuadir e Furtividade.

Furtividade em SW

Se bem percebeu, de fato que as perícias seguem a mesma linha de raciocínio apresentada nos atributos. Para cada ponto que investir em um atributo, você poderá subir um dado a ser lançado na perícia, começando no d4, até o d12. No mais, a regra é clara; você não pode ter um número maior na perícia do que tem no atributo. Dessa forma, iremos ao exemplo, se você tem Agilidade d6, não poderá ter, a menos que pague custo alto pra isso, d8, d10 ou d12 em Atletismo.

Quais são as Perícias de Savage Worlds?

Perícias em Savage Worlds funcionam de forma extremamente abrangente, por isso, quando o conceito de uma perícia abraça uma ideia, ela serve para a rolagem. Sendo assim, teremos as opções: Atirar, Atletismo, Cavalgar, Ciência, Ciência Estranha, Conhecimento Acadêmico, Conhecimento Batalha, Conhecimento Geral, Conjurar, Consertar, Curar, Dirigir, Eletrônica, Fé, Foco, Furtividade, Hackear, Idiomas, Intimidar, Jogar, Ladinagem, Lutar, Navegar, Ocultismo, Perceber, Performance, Persuadir, Pesquisar, Pilotar, Provocar, Psiônico e Sobrevivência.

Atentemo-nos ao fato de que, em relação a edição anterior, a edição aventura trouxe novidades quanto às perícias. Carisma saiu de jogo, Escalar se tornou Atletismo, Conhecimento Geral é uma perícia, Investigar agora é Pesquisar, e diversas outras mudanças. Foco é a nova perícia para o Antecedente Arcano Dom, Conhecimento está subdividido, Arrombar faz parte de Ladinagem, Manha se tornou Vantagem, Nadar e Arremessar também são Atletismo e Rastrear é parte de Sobrevivência.

Savage Worlds

Habilidades e Poderes

Seu personagem pode ter uma vasta gama de Habilidades Raciais. Dentro do sistema de Savage Worlds, habilidades são questões raciais. Ele pode, também, ter acesso a Poderes, que são uma forma geral de chamar qualquer “poder mágico ou habilidade prodigiosa”. Portanto, suas manifestações mágicas podem ser facilmente encontradas como Poderes, no lugar de uma lista imensa de magias (comum a outros sistemas). Afinal, a função de Savage Worlds é ser simples e enxuto, rápido, selvagem e furioso!

É isso aí, caro amigo NERD, GEEK, RPGISTA, você me conhece, sou o Kastas! Se você curtiu deixa seu comentário e bora para o próximo texto, onde vou falar sobre Aparar, Resistência e outros conceitos importantes. Finalmente, se quiser acompanhar os outros trabalhos, considere clicar para me ver nas outras redes sociais. Não se esqueça de também observar o primeiro texto clicando nesse link, o segundo aqui, e o terceiro aqui. É isso, obrigado e até a próxima.

A Experiência de Narrar Coração de Rubi – T20

Coração de Rubi foi a primeira aventura produzida pela Jambô Editora para o sistema Tormenta20. Ela é ambientada na cidade de Yuvalin, importante cidade dedicada à mineração no reino de Zakharov. Os aventureiros iniciam na cidade com o objetivo comum de ingressarem na Guilda dos Mineradores, uma organização tradicional que monopoliza a atividade de aventureiros em Yuvalin. A aventura é dividida em seis partes que têm como objetivo levar os jogadores do nível 1 ao 20.

No ano passado iniciei mestrando uma mesa dessa aventura e atualmente os jogadores estão finalizando a primeira parte. Nesse texto, quero compartilhar com vocês minha experiência nesse início e principalmente as adaptações que fiz no decorrer da campanha, para dar uma personalizada e atender aos imprevistos comuns de uma campanha de RPG. Esse texto é destinado àqueles que desejam mestrar essa campanha ou mesmo conhecê-la, se você deseja jogá-la pode encontrar aqui bastante spoiler. Com esses avisos, vamos à minha experiência com a campanha. 

Jogando Coração de Rubi

 Para quem não conhece Coração de Rubi, a história da primeira aventura gira ao redor de uma conspiração na Guilda dos Mineradores que envolve o presidente Rodford Vahrim e o bando de ex-puristas de seu aliado Zelin Alexevich. No entanto, no texto da aventura, essa conspiração só fica evidente para os jogadores na terceira parte (Grandes Poderes, Grandes Problemas), a segunda parte (Trabalho Duro) é composta de pequenas missões que terão relevância mais a frente na história, mas que naquele momento nada revelam sobre a trama da história. Uma das críticas que tinha visto de outros que jogaram ou mestraram é que essa trama da conspiração é revelada de forma abrupta, então, uma das adaptações que eu fiz para minha mesa foi acrescentar pequenas pistas para os jogadores para promover uma conexão melhor da história. 

Na missão “Reforço nas Muralhas”, que envolve os aventureiros ajudarem a guarda da cidade a combater um grupo de bandidos na região ao redor das muralhas da cidade, eu incluí para eles acharem um bilhete que mencionava o Zelin. Foi a primeira vez que os jogadores encontraram esse nome. A ideia que eu quis acrescentar é que Zelin estaria por detrás dos ataques de bandidos que são bem comuns nas missões da segunda parte da primeira aventura. O livro da campanha não deixa de forma explícita essa trama de que Zelin coordenava os ataques dos bandidos, mas eu acredito que serviu de um gancho muito bom para o desenvolvimento da história e principalmente como meus jogadores reagiram a essa informação. 

Os jogadores da minha mesa se mostraram bastante curiosos e interessados com a trama e eu sentia às vezes uma frustração com os mistérios não resolvidos, mas o cuidado que se deve ter é dosar o suspense para que essa frustração seja canalizada em interesse em continuar a busca por respostas. Com o bilhete mencionando Zelin em mãos, um dos jogadores resolveu entregá-lo para uma funcionária da Guilda dos Mineradores, o que me deu a oportunidade de mencionar o Rodford. Eu fiz a funcionária dizer que levaria o bilhete e as informações a Rodford, o que faz sentido porque ele é o presidente da Guilda. Nesse ponto eu pensei em consequências para essa ação dos jogadores, porque eles tinham uma ideia dessa conspiração na Guilda e agora Rodford sabia que eles tinham informações sensíveis sobre os planos dele.  

Algumas sessões depois, eu planejei uma emboscada para os jogadores orquestrada pela Milla Hofforva, que é uma maga integrante do bando de Zelin, e isso teve uma consequência excelente. Os aventureiros evidentemente não estavam prontos para esse encontro e o objetivo não era que eles conseguissem derrotar a maga, mas o combate os deixou interessados em persegui-la e saber mais sobre ela e já criou um antagonismo entre eles e o bando de Zelin. Tudo isso foi crucial para que quando o Ezequias propôs para eles ajudarem ele enfrentar o bando de Zelin e o Rodford, na terceira parte da primeira aventura, eles já tinham o interesse construído para facilmente aceitarem a missão. 

Minha Experiência

A minha experiência mestrando Coração de Rubi e que vale para outras aventuras pré-prontas é que não tem problema adaptá-la para a sua mesa, até porque RPG é livre para os jogadores e os mestres criarem a própria história. O livro da aventura é um guia. O que eu tomei cuidado foi manter os mistérios na medida certa para manter os jogadores interessados na trama e, ao mesmo tempo, não antecipar demais a evolução da história. Essas adaptações mantiveram o interesse dos jogadores em uma parte da campanha que eu considerei bastante longa e repetitiva, que é a segunda parte da primeira aventura. 

Espero que esse texto ajude vocês a construírem uma campanha de Coração de Rubi e lembrem-se sempre, que a melhor aventura é aquela que se adéqua ao seu estilo e dos seus jogadores, mesmo que uma campanha pré-pronta. O objetivo é se divertir! 


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Texto: Igor Altíssimo

Revisão: Edu Filhote

Arte da Capa: Edu Filhote

O Mundo de Dragon Age RPG

Resumir um mundo tão extenso como o de Dragon Age é um desafio e tanto. Como muitos outros universos de fantasia, Thedas (o continente no qual este cenário se passa) conta com cavaleiros medievais, criaturas terríveis, e maravilhas mágicas. A questão é que, através da construção histórica do mundo, o qual não para de crescer com cada subsequente jogo ou mídia secundária (HQs, livros, animações, etc), novas informações vão surgindo e, desta forma, tal expansão se torna contínua.

Mesmo assim, hoje, vamos introduzir este universo maravilhoso, o qual mistura de forma incrível intrigas políticas com grandes segredos mágicos e diversos aspectos de fantasia sombria!

As Raças de Thedas

Como disse, o mundo em si no qual a série se passa é chamado de Thedas, e, apesar de este nome se referir a apenas um de vários continentes, ele é o único sobre o qual realmente sabemos informações concretas. Portanto, eu vou focar nele, e nas quatro raças que o permeiam.

Humanos

Começando com os humanos, a famosa raça “genérica”, a qual praticamente todos os mundos de fantasia tem (por razões óbvias). Em Dragon Age, os humanos são agora a raça mais numerosa do mundo, contando com diversas nações, tribos, e facções pelo continente. Dentre os reinos humanos, encontram-se o Império de Tevinter e o Império de Orlais, assim como os reinos de Ferelden, Nevarra, Antiva, Anderfels, e Rivânia. Além disso, existem também as tribos Avvar e Chasind, ambas as quais vivem em áreas próximas a Ferelden.

Por causa deste grande número de culturas, fica especialmente difícil resumir os humanos de Dragon Age, uma vez que cada grupo tem seus próprios costumes, história, e práticas específicas. Ainda assim, há um ponto que une praticamente todas as nacionalidades que acabei de mencionar: A Chantria de Andraste.

Com exceção das tribos Avvar e Chasind, que contém suas próprias religiões, os humanos no geral seguem a religião do Criador, chamada também de A Chantria. Baseada fortemente na Igreja Católica do mundo real, a Chantria venera uma divindade única chamada de O Criador, assim como sua esposa, uma mulher chamada Andraste a qual viveu como uma mortal há mais de mil anos atrás, e a qual popularizou a religião.

Até mesmo o Império de Tevinter, que perseguiu Andraste e chegou a queima-la na fogueira, eventualmente se converteu para a religião, formando assim a Chantria Imperial, mesmo que com algumas diferenças da Chantria existente em Orlais.

Elfos

Apesar de serem os humanos a espécie dominante durante o período atual do mundo, isso nem sempre foi assim. Há milhares de anos atrás, antes mesmo dos humanos aparecerem em Thedas, eram os elfos quem dominavam tudo.

O Império de Elvhenan se expandiu talvez até mais que o de Tevinter, em uma era tão diferente, que, naquela época, os elfos eram imortais. Seres eternos tão versados na magia que criaram maravilhas as quais os humanos sequer são capazes de imaginar.

Mesmo assim, os humanos acabaram por causar a queda de Elvhenan. Segundo os elfos, a chegada dos humanos os infectou, roubando deles sua imortalidade e fazendo-os começar a envelhecer. Como se não fosse o suficiente, os humanos de Tevinter ainda invadiram terras élficas, destruindo a capital flutuante de Arlathan e escravizando os elfos.

Foi apenas quando Andraste veio, que os elfos finalmente conseguiram sua liberdade. Para recompensá-los, Andraste lhes concedeu os Vales, para que servisse como uma nova grande nação élfica. E, por um tempo, foi exatamente isso. Os Vales eram uma casa para os elfos, onde podiam finalmente voltar a venerar os Evanuris, o panteão de deuses que conta com Elgar’Nan, Mythal, Dirthamen, Falon’Din, June, Sylaise, Andruil, Ghilan’nain, e Fen’Harel.

Para o azar dos elfos, porém, os Vales não ficariam muito tempo desta forma. Centenas de anos após a morte de Andraste, seus seguidores começaram a enviar sacerdotes para converter os elfos, os quais não aceitaram. Quando as tensões já não podiam aumentar mais, a Chantria enviou uma Marcha Exaltada contra os elfos, chamando todos os fiéis para acabar com os hereges de orelha pontuda. Com sua derrota, os elfos se dividiram em dois grupos:

Os Elfos da Cidade, que aceitaram o domínio humano e vivem como cidadãos de segunda classe em cidades humanas; e os Elfos Dalishianos (Valeanos), os quais se recusam a aceitar as crenças humanas, e vagam pela terra, nômades, buscando preservar o pouco que ainda sabem de sua antiga cultura.

Anões

A terceira grande raça do mundo de Dragon Age são os anões. Guerreiros honrados, historiadores precisos, e, por mais estranho que pareça, contrabandistas sagazes. Assim como os elfos, os anões uma vez tiveram um império poderosíssimo, o qual se alastrava pelo subterrâneo de todo o mundo. Com as grandes Estradas Profundas, era possível alcançar qualquer ponto de Thedas, e talvez até mais além.

Agora, por outro lado, restam apenas duas grandes cidades anãs. Kal’hirol, a qual sabemos muito pouco sobre, e Orzammar, a nova grande capital.

Os anões de Orzammar vivem em uma sociedade dividida por castas, o que quer dizer que a vida de um anão é decidida para sempre durante seu nascimento, dependendo da casta do pai ou da mãe da criança. Caso seja um garoto, a casta segue aquela de seu pai, enquanto se for uma garota, a casta segue a da mãe. Existem, no total, sete castas:

  • Nobre, contando com os descendentes das maiores casas dos anões;
  • Guerreira, que defende Orzammar contra todos os perigos;
  • Ferreira, uma das profissões mais respeitadas pelos anões de Thedas;
  • Artesã, a qual engloba praticamente todas as outras formas de produção, fora a Ferraria;
  • Mineradora, responsável, principalmente, pelo comércio de Lyrium, o mineral mágico encontrado abaixo da terra;
  • Mercadora, a qual, pelo espaço limitado de Orzammar, é extremamente competitiva;
  • Servil, que contém todos aqueles que trabalham para membros das outras castas;

E, finalmente, existem os Sem-Castas, anões considerados como o pior dos piores, marcados para sempre como hereges contra a Rocha, a religião central dos anões. Aos olhos dos mais conservadores, aqueles Sem-Casta nem mesmo são considerados pessoas, fazendo com que sofram diversos desrespeitos e violências, uma vez que não tem direitos perante a lei Anã.

Uma última coisa a se mencionar sobre os anões, é que, caso um membro desta raça deixe Orzammar e vá para a superfície, este anão automaticamente se torna um sem-casta, uma vez que decidiram abandonar a Rocha.

Qunari

Humanos, elfos e anões são todas raças bem famosas para qualquer fã de fantasia. Eles existem em praticamente todos os universos, mesmo tendo suas particularidades que os diferenciam entre si. Agora, em Dragon Age, existe uma raça que é única para este cenário: os gigantes chifrudos conhecidos como os Qunari.

O próprio nome Qunari não se refere, tecnicamente, a raça em si, mas sim para qualquer seguidor da filosofia Qun. Acreditando que tudo e todos tem um lugar específico no mundo, e que ninguém nunca poderá mudar a natureza do lugar ao qual pertence. Por conta disso, seguidores do Qun não tem nome, mas sim uma definição de sua ocupação. Por exemplo, em Dragon Age Origins, temos o companheiro Sten, mas este não é o seu nome, e sim uma denominação de soldado membro da vanguarda do exército. Tanto que, em Dragon Age 2, conhecemos e enfrentamos dezenas de outros Stens.

O mais interessante sobre os Qunaris, porém, está no avanço tecnológico que eles trazem para o mundo. Seus navios, conhecidos como Couraçados, são muito maiores que o normal, e contém canhões de Gaatlok, uma substância especial similar ao que conhecemos como pólvora. O conhecimento Qunari com tal substância é tão avançado, que em algumas das HQs mais recentes, podemos, inclusive, vê-los usando, literalmente, lançadores de mísseis.

A Magia de Dragon Age

Saindo um pouco das quatro raças, é importante também falarmos sobre a magia do mundo de Dragon Age. Como qualquer cenário de fantasia que se prese, existem indivíduos especiais que conseguem conjurar grandes efeitos sobrenaturais, os quais podem ser usados para combate, cura, ou até mesmo imbuídos em itens especiais.

Em Thedas, os magos são pessoas capazes de controlar as energias do Imaterial (o reino dos espíritos e dos sonhos), para assim conjurarem magias. Tais pessoas nascem com tal habilidade, mas ainda precisam estudar e aprender como controlar seus poderes, uma vez que magos estão constantemente sob a ameaça de possessão demoníaca.

Por causa disso, magos são levados para torres chamados de Círculos de Magi, onde são ensinados e vigiados pelos Templários, guerreiros sagrados que conseguem dissipar efeitos mágicos.
Enquanto isso pode até ajudar os magos, o mundo de Dragon Age foca muito no sofrimento destes conjuradores, que ficam a mercê de Templários, os quais, muitas vezes, abusam de seu poder para se aproveitarem daqueles que deveriam proteger.

Proles das Trevas e Guardiões Cinzentos

Vamos ser sinceros. Não dá pra falar de Dragon Age sem ao menos mencionar os Guardiões Cinzentos, a companhia de especialistas focados em vigiar e enfrentar as terríveis Proles das Trevas, versões corrompidas das raças mortais de Thedas.

Desde milhares de anos atrás, as Proles vagam pelas Estradas Profundas, procurando pelos Deuses Antigos para então os corromper com sua doença da Praga e assim os transformarem em Arquidemônios. Quando isso acontece, começam as Podridões, eventos cataclísmicos nos quais as Proles sobem para a superfície e tentam destruir tudo e todos. Apenas os Guardiões Cinzentos são capazes de enfrenta-los, mas, como tais eventos ocorrem apenas uma vez a cada centenas de anos, é comum que seus esforços sejam esquecidos, e seus avisos ignorados.

Mas e os Dragões?

Mas, no fim das contas, e os dragões? O jogo se chama, literalmente, Era do Dragão, mas, pra ser sincero, eles não estão realmente muito presentes no cenário. Até poucas décadas antes dos jogos da série, as criaturas se encontravam extintas no mundo, até que ressurgiram misteriosamente. Foi este retorno repentino dos Dragões, aliás, que inspirou a nona era deste mundo, dando assim nome não apenas aos próximos cem anos, mas também, aos jogos em si.

Considerações e Despedidas

Existem muitas informações que eu não mencionei aqui, até porque, se for para entrar em detalhes, esse texto se tornará uma verdadeira dissertação. No futuro, eu ainda escreverei de forma mais focada sobre cada um destes temas, além de vários outros. Por enquanto, porém, ficaremos por aqui.

Aqui quem vos falou foi o Guardião Cinzento, e lembrem-se:
Na Paz, Vigilância
Na Guerra, Vitória
Na Morte, Sacrifício
E
Na Mesa, RPG


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Além disso, o MRPG tem uma revista! Conheça e apoie pelo link: Revista Aetherica.

Se liga na Área de Tormenta, o espaço especial dedicado apenas à Tormenta20 e o que remete a ele! E acompanhe também as outras sessões, por favor!

Texto: Guardião Cinzento

Revisão e Notas: Edu Filhote

Arte da Capa: Juaum Artwork

Sprawlrunners – Resenha

FALA, NERD, GEEK, RPGISTA, beeeleeza? Aos amantes do cenário cyberpunk, trarei Sprawlrunners, esse que será um dos próximos cenários a ser lançado pela Retropunk Publicações. Dessa forma, como você já sabe, Sprawlrunners é facilmente associado ao Sprawl, das obras de Neuromancer. Não apenas isso, mostrarei os elementos do Sprawl que ressoaram na sua mesa cyberpunk.

Megacorporações, hipercapitalismo, desigualdade e a vida humana como descartável são elementos fundamentais em um jogo cyberpunk. Por isso, Sprawlrunners se apresenta sem decepcionar; esse jogo é focado no roleplay envolvendo esses necessários elementos. Bem como já apresentado no início do jogo, seu personagem será um cyberpunk, um rebelde, um mercenário que sempre vão buscar alguma coisa: seja vingança, incendiar corporações, ser deixados em paz, ou fazer uma comunidade de pobres bastardos descartados terem um lugar.

Hmenagem a Trilogia Sprawl em Sprawlrunners?

Qual é o sistema de Sprawlrunners?

Sem grandes demoras, Sprawlrunners chega à Retropunk Publicações como jogo no sistema de Savage Worlds. Mas como isso vai funcionar? Nesse sentido todos os elementos que você viu em Savage Worlds serão adaptados a esse cenário. Afinal, como já dito nos textos escritos por mim sobre Savage Worlds, esse é um cenário genérico.

E como será esse jogo?

Diferente do padrão visto em Neuromancer e por sua consequência na trilogia do Sprawl, Sprawlrunners contará com magia. Semelhante ao universo Shadowrun, a magia poderá ter 4 opções para ser apresentadas:

  • O Jeito Fácil: a magia sempre existiu e, por alguma razão estranha, a história se desenrolou como você pode ler em qualquer livro de história. A magia pode ter mudado a maneira como as guerras eram travadas, mas o resultado permaneceu o mesmo.
  • O Retorno: um evento ocorreu. Anunciado há muito tempo, mas ignorado por todos como superstição — até o momento em que seu vizinho começou a lançar bolas de fogo. Os possíveis eventos são o cumprimento de uma antiga profecia, o reinício de um antigo calendário ou a redescoberta de fórmulas antigas que se provam realmente funcionais; as possibilidades são infinitas.
  • Cibermagia: talvez a magia em seu cenário seja apenas uma tecnologia tão avançada que parece feitiçaria para os ignorantes. Um exemplo poderia ser enxames de nanites — controlados por frágeis implantes que não interagem bem com outros cibernéticos —, que concedem a capacidade de manipular ondas eletromagnéticas, dispositivos
    tecnológicos e até mesmo outros seres.
  • Mundano: se você não se importa com o aspecto mágico, não há problema! Você pode facilmente remover conjuradores e Adeptos do Chi deste livro e conduzir um jogo cyberpunk puramente mundano.

Você decide o que é mais aprazível para o seu grupo! Por fim, para além disso, você pode optar por colocar ou não outras espécies dentro do seu jogo, seguindo uma lógica semelhante de narração; Jeito fácil, Retorno, Cibermagia e Mundo!

Diferenças do Sistema

Viaje em aventuras no Sprawl

Novas vantagens e complicações serão apresentadas em Sprawlrunners, de forma que você se sinta confortável e com livre personalização. Da mesma forma, equipamentos, itens, objetos e tecnologia inovadora será apresentado aqui. Evidente que nada impedirá seu grupo de complementar esse sistema com outros apresentados em outros suplementos de Savage Worlds, como o Compêndio de Ficção Científica.

Para além disso, novas ocupações serão apresentadas, principalmente para aqueles já familizarizados com outros sistemas cyberpunk. Jóqueis como controladores de veículos, hackers e novas possibilidades para personagens arcanos. Àqueles familiarizados com Shadowrun, contaremos com Xamãs e um Espaço Astral, além do virtual.

É isso aí, caro amigo Nerd, Geek, RPGISTA! Eu sou o Kastas e se você gostou desse texto, considere também visitar os outros sobre Savage Worlds. Além disso, possuo aqui no Movimento RPG diversas outras sagas da grande Retropunk Editora. Finalmente, se quiser apoiar meu trabalho, considere me seguir nas outras redes sociais! Comenta aqui abaixo se você ficou na expectativa desse título que vai sair em breve em Financiamento Coletivo. Por hoje é só, um abrçao e, até a próxima!

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