DCC RPG passa para a Sagen Editora no Brasil

A Goodman Games, detentora dos direitos do jogo Dungeon Crawl Classics RPG, ou DCC, título mais popular do movimento Old School Renaissance, que emula os jogos lançados na origem do hobbie nos anos 70, anunciou o fim da parceria com a editora New Order. O jogo passará a ser distribuído pela editora Sagen a partir de 2 de dezembro.

Abaixo, você pode conferir a carta aberta da Goodman Games aos fãs brasileiros comentando a decisão, publicada já em português no site oficial:

UMA CARTA ABERTA AOS FÃS BRASILEIROS DO DCC RPG

Esta carta é direcionada aos fãs do DCC na grande nação do Brasil. A Goodman Games e o sistema DCC RPG sempre tiveram uma forte base de fãs no Brasil e sou grato por isso. Ao longo dos anos vocês apoiaram o jogo de várias maneiras, e foi ótimo assistir a base de fãs evoluir.

Há vários anos, assinei um acordo com um parceiro local de tradução para trazer uma edição em português do DCC RPG para o mercado brasileiro. Esse tipo de contrato de tradução é comum na indústria de RPG, e o parceiro que selecionei parecia ter todas as qualificações necessárias. Muitos fãs brasileiros – e até alguns americanos – apoiaram o financiamento coletivo.

Infelizmente, o financiamento coletivo não foi entregue como eu esperava, o que muitos de vocês já devem saber. Eu não preciso entrar em detalhes, mas eu gostaria que os fãs soubessem que eu também estou decepcionado com o resultado. Eu sei que muitos de vocês não têm todos os produtos que pensavam que receberiam. Acredite ou não, nunca recebi amostras de todos os produtos desta editora, também!

Em meu nome e da Goodman Games, gostaria de me desculpar pelos desafios que vocês tiveram na campanha do financiamento coletivo para a edição em português do DCC RPG. É meu objetivo garantir que todos os apoiadores recebam os produtos dos quais têm direito. Tão importante quanto isso, é também meu objetivo garantir que os fãs do DCC RPG no Brasil recebam uma edição do livro que esteja à altura da edição original dos EUA e mantenha nossos altos valores de produção.

Esta carta também é para notificar os fãs de que o acordo entre Goodman Games e a New Order Editora será encerrado a partir de 1º de dezembro. Após essa data, a New Order Editora não terá mais o direito de publicar ou vender materiais do DCC RPG no Brasil. De acordo com a recente postagem da New Order Editora no Catarse, eles se comprometeram a atender todos os apoiadores antes que sua licença termine. Se você é um apoiador que não recebeu os itens que apoiou, entre em contato com eles para garantir que seu apoio seja atendido.

Existe ainda um assunto pendente sobre os materiais do DCC Lankhmar, que foram oferecidos pela New Order Editora, e incapaz de serem entregues. Embora eu não goste de divulgar detalhes de acordos comerciais publicamente, devo esclarecer algo aqui. O acordo entre Goodman Games e a New Order Editora nunca incluiu os direitos de tradução do DCC Lankhmar para o português. É lamentável que compromissos públicos tenham sido assumidos sem o devido acordo.

Na postagem no Catarse, a New Order Editora afirma que, “Como uma forma de compensação, negociamos com o sr. Goodman a liberação de seis módulos, para substituir os de Lankhmar, as aventuras foram escolhidas dentre as mais vendidas e procuradas nos EUA, e selecionadas pelo próprio Joseph Goodman!” Esta parte é verdadeira: eu garantirei que os apoiadores brasileiros receberão substituições equivalentes para os módulos Lankhmar prometidos. No entanto, isso não será realizado pela New Order Editora. Em breve, outra editora assumirá a licença e fornecerá detalhes sobre esse aspecto da situação.

Aprecio o fato de a New Order Editora ter trazido o sistema de jogos DCC RPG para os fãs do Brasil. Sem eles, muitos fãs brasileiros nunca teriam sido introduzidos no sistema, então eu sou grato por seus esforços.

Para clientes em outros mercados, saibam que este anúncio é específico para o mercado brasileiro. Isso não deve ser considerado um comentário sobre nossa confiança com parceiros na Alemanha, Espanha e outros mercados ainda não anunciados.

Obrigado pelo seu apoio até agora. Anunciaremos mais novidades sobre esse assunto após 1º de dezembro.

– Joseph Goodman, September 2019

 

Vampiro: A Máscara 5ª Edição será lançado pela Galápagos Jogos no Brasil

O site oficial da Modiphius Entertainment, administradora do World of Darkness após polêmicas que rodearam o jogo em 2018, anunciou as próximas traduções de Vampiro: A Máscara 5ª Edição. As parcerias preveem lançamentos na França, Alemanha, Espanha, Rússia, Itália e Brasil, aqui pela Galápagos Jogos.

Aguardamos o anúncio pela editora brasileira.

Questfinder: entrevista com Douglas Quadros

A dificuldade para encontrar mesas de RPG, boardgame ou cardgame é algo comum a qualquer jogador. Seja por não conhecer quem também se interesse pelo hobby, seja porque a vida desfez as mesas, ou qualquer outro motivo. Nosso big boss Douglas Quadros é um dos desenvolvedores do app Questfinder, um muito necessário Tinder nerd onde ao invés de encontrar amor e pegação, você encontra dados, fichas de papel e refrigerante.

Movimento RPG: Antes de mais nada, o que é o QuestFinder?
Douglas Quadros: O Questfinder é um aplicativo que, através de geolocalização, permite encontrar pessoas e locais para jogar RPG, card games e boardgames em sua região.

MRPG: Como você teve essa ideia?
DQ: Eu mudo muito de cidade, e daí é sempre aquela correria atrás de grupo no facebook pra achar uma mesa (muitas eu tive que criar), então conversando com meu sócio Raul Galli, tivemos a ideia de um aplicativo para encontrar mesas de RPG. Segundos depois ele falou “Questfinder”! E então a ideia foi evoluindo.

MRPG: O aplicativo está em que versão? Quando foi o lançamento?
DQ: Foi lançado dia 20/08/2019 mas já esta em desenvolvimento desde 15/08/2017. Está na sua versão 1.0.1 na data desta entrevista. Mas tem muita coisa para melhorar, eu acredito existe muito potencial de crescimento e pode se tornar algo bem grande, mas que tem muito a evoluir ainda.

MRPG: O usuário vai precisar pagar? Se não, vai ter modo pago?
DQ: Ele é gratuito. A única limitação atual é a quantidade de mesas ativas: um usuário comum pode ter apenas 2. Já o usuário Premium tem acesso a quantas mesas quiser. Este diferencial nem é tão grande (futuramente outras funcionalidades virão para o premium), mas é mais uma aposta dos usuários no potencial do projeto. O Valor é R$15,00.

MRPG: Como vai funcionar? Vai permitir, por exemplo, definir as buscas por sistema ou universo?
DQ: Inicialmente não temos o sistema de busca ativo. Você procura mesas próximas de você e pede para entrar, então o mestre daquela mesa avalia seu perfil e aceita ou não você como usuário. Mas em breve vai ter buscas e filtros sim.

MRPG: Quem participa da iniciativa?
DQ: Atualmente estamos em 4 pessoas, Eu sou o designer de experiência do usuário e gerente de projeto, Raul Galli é o designer gráfico e publicitário, Andrews Duarte é o desenvolvedor e o Thiago Nascimento é o outro desenvolvedor. Anteriormente também tivemos ajuda do Jaykon Willian, que era desenvolvedor.

MRPG: Que funções mais vai apresentar?
DQ: Futuramente vai exibir no mapa locais específicos com material Rpgistico/Boardgamistico/Cardgamistico (huehue*) para os interessados em comprar. Além disso, vai exibir pontos públicos e privados (com permissão) onde a galera pode se reunir para jogar. Outra feature interessante é a ficha digital, que o mestre vai ter acesso para evitar aqueles jogadores que sempre a perdem… Huehue*.

MRPG: Vai funcionar só nos grandes centros? Só no Brasil?
DQ: Inicialmente vai ser só no Brasil, mas futuramente não terá limites. Quanto à localização, só depende dos jogadores criarem as salas  na região onde moram. Já tem algumas até mesmo no interior do Rio Grande do Sul e no Acre.

MRPG: Humano, elfo, anão, halfling, goblin, orc ou barata gigante resistente à radioatividade?
DQ: Barata Gigante Resistente à Radioatividade sempre! Huehue*.

 

Você pode baixar o Questfinder aqui.

*Nota da redação: Douglas Quadros não ri com “huehue”, mas quem manda aqui sou eu.

Crônicas da Tormenta Vol. 3: Você ajudando a construir Arton

Aqueles amantes de Tormenta que gostam de escrever e sempre sonharam em colaborar com o universo oficial ainda tem duas semanas para mostrar o seu valor. A Jambô Editora abriu edital para a seleção de seis contos para integrar a antologia Crônicas da Tormenta Vol. 3. É a primeira vez  essa oportunidade é aberta igualmente à profissionais e amadores. Mais uma iniciativa da comemoração dos 20 anos do universo. Além da publicação, o edital prevê prêmio em dinheiro de R$300,00 (algo raro nesse tipo de concurso) e cópias do livro para venda.

Mais abaixo você pode checar os pontos principais do edital de Crônicas da Tormenta Vol. 3, ou lê-lo inteiro aqui (que na verdade é o mais recomendado. Sério, se for participar leia o edital inteiro)

1. Sobre os contos

Os contos devem:

  • Ser ambientados no universo fictício de Tormenta, utilizando elementos deste cenário.
  • Conter narrativas ficcionais em prosa autocontidas e com final surpreendente, nos gêneros de ação, aventura, comédia, fantasia, suspense ou terror.
  • Conter entre 10 e 40 mil caracteres (sem espaços).
  • Preferencialmente, os contos devem ser ambientados no contexto atual do mundo de Arton, tendo como tema ou pano de fundo os eventos da Guerra Artoniana (veja a bibliografia sugerida no final do edital), mas isso não é obrigatório.

 

Sobre a inscrição

Para se inscrever, envie um e-mail para contato@jamboeditora.com.br com o assunto “Conto para Crônicas da Tormenta Vol. 3”. O e-mail deve conter nome completo, data de nascimento, estado civil, RG, CPF, endereço completo.

Além disso, indique o link para pelo menos uma de suas redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram, etc.) e se você pertence a um dos seguintes grupos sociais: mulheres; pessoas negras; pessoas LGBTQI+; pessoas indígenas. Pessoas que se declararem pertencentes a um desses grupos podem ser contatadas pela organização do edital.

Em anexo, envie seu conto em formato .doc, .docx ou .rtf, com as configurações padrão do Microsoft Word (fonte Calibri, tamanho 11).
A inscrição é gratuita e aberta a todos com 18 anos ou mais, com a exceção de funcionários da Jambô e parentes em primeiro grau de funcionários da Jambô ou de membros da comissão julgadora. Cada autor poderá inscrever apenas 1 (um) conto no concurso.

O prazo final de inscrição é 31 de agosto de 2019, até às 23h59.

 

Sobre a seleção

A seleção será realizada por uma equipe de jurados escolhidos pela Jambô Editora. Os critérios avaliados serão: estilo e personalidade da escrita; domínio da língua portuguesa; coerência do texto com o universo Tormenta.

Dos contos enviados para participação, serão escolhidos 6 (seis) para publicação. Todos os autores terão os contos selecionados pelo júri pelos critérios acima mencionados de seleção. De todos os autores selecionados, 3 (três) deverão, obrigatoriamente, pertencer a um ou mais dos seguintes grupos sociais: Mulheres, Pessoas negras, Pessoas LGBTQI+, Pessoas indígenas.

Os resultados serão publicados no site da Jambô Editora até 30 de setembro de 2019. A decisão dos jurados é final e irrevogável.

 

Bibliografia de Tormenta sugerida
  • A seguir está uma lista de livros e artigos com informações aprofundadas sobre
    Tormenta.
  • Livro Tormenta RPG: Edição Guilda do Macaco (especialmente a Introdução).
  • Caixa O Mundo de Arton.
  • Suplemento Valkaria: Cidade sob a Deusa.
  • Os seguintes artigos da revista Dragão Brasil: “Pela pureza de Arton!” (DB 130), “A Guerra Artoniana, parte 1” (DB 136), “A Guerra Artoniana, parte 2” (DB 137) e “Conselho de Guerra” (DB 138).
  • Todos os romances, antologias e quadrinhos do universo Tormenta.

Quem vamos? o/

Dungeons & Dragons 5ª Edição tem data de lançamento!

A Galápagos Jogos finalmente anunciou a data de lançamento da aguardada 5ª edição do Dungeons & Dragons no Brasil! O aguardado lançamento será dia 30 de setembro, ou seja, em menos de dois meses. O anúncio foi feito pela página oficial da editora no Facebook, com um link que direciona para uma contagem regressiva.

A 5ª Edição de Dungeons & Dragons foi lançada inicialmente no ano de 2014, tendo uma polêmica história do lançamento no Brasil. De acordo com as informações divulgadas no anúncio do lançamento, estão previstos inicialmente lançamentos do  Livro do Jogador, e Livro do Mestre e o Livro dos Monstros.

Os três livros do D&D 5e que serão lançados em português dia 30 de setembro. (Imagem: Divulgação)

Pathfinder 2 e o lançamento em português

O popular RPG Pathfinder ganhará uma nova edição no mês em que comemora a primeira década de existência. O lançamento, anunciado ainda em 2008, promete basear a atualização das regras em 10 anos de feedback dos jogadores. Dentre as mudanças previstas no site oficial estão regras simplificadas e mais intuitivas. Também anunciaram que haverá uma maior liberdade de customização de personagens e aventuras.

E o melhor tudo para os fãs brasileiros: Pathfinder 2 já pode ser adquirido em versão traduzida! A campanha de financiamento coletivo já está rolando no Catarse desde o começo de julho, e cumpriu até o momento 372% da meta total. Apesar disso, ainda há metas extras para serem batidas.

O livro em formato PDF está sendo traduzido desde maio deste ano e será lançada em 1 de agosto. Desta forma, jogo será disponibilizado em português na mesma data do lançamento no idioma original. Já as cópias físicas em português tem previsão de entrega para o mês de dezembro.

O financiamento pelo Catarse vai até 15 de agosto de 2019.

 

O que é Pathfinder?

Pathfinder é um RPG de fantasia lançado em 2009 pela Paizo Publishing. O jogo utiliza a Open Game License, uma permissão de uso de mecânicas de jogo, livre de direitos autorais. A partir disso, modificou e expandiu regras do D&D 3,5, considerado por grande parte dos jogadores como a edição com as melhores regras.

Lançado como forma de de resolver o que os produtores entendiam como limitações na ambientação original do D&D 3ª Ed., Pathfinder logo foi abraçado por amantes do hobby ao redor do mundo. frequentemente estando entre os jogos mais vendidos do ano, algumas vezes na frente até mesmo do próprio D&D.

A primeira edição do Pathfinder também partiu de um longo playtest. Foi uma forma de garantir que as opiniões e impressões dos jogadores influenciassem o resultado final do lançamento. Como nova edição de um jogo bastante amado pela comunidade, Pathfinder 2 tem tudo para ser recebido com o mesmo entusiasmo que o seu antecessor. 

 

As recompensas do financiamento de Pathfinder 2

 

Tormenta 20: o RPG que quebra recordes

Se o RPG brasileiro está morto, certamente vivemos a maior e mais aterradoras dos apocalipses zumbi. É essa impressão que fica com o fim da campanha de financiamento coletivo Tormenta 20, que serve tanto para comemorar as duas décadas do maior (e acho que não tem mais como questionar isso) RPG brasileiro, quanto como prelúdio para a próxima edição do livro de regras. O financiamento, cuja meta era arrecadar agora modestos R$ 80 mil, bateu todos os recordes se aproximando de R$ 2 milhões.

Gostando ou não de Tormenta, a campanha deixa claro a importância da ambientação para o RPG brasileiro e faz história. E aqueles que colaboraram ganharam não só dezenas de acréscimos (de acordo com o que foi pago, claro), como também participação direta em decisões do livro por meio de voto, crédito por escrito e a promessa de produção de um curta metragem, sonho antigo e cogitado desde os tempos do premiado mangá nacional Holy Avenger, pelo menos.

Com o fim da campanha, começa a terceira década da história de Tormenta. Parabéns a todos os envolvidos nessa conquista para o RPG nacional. E a única coisa que temos a dizer depois dessa monstruosidade é: Nos vemos em Arton.

Você pode ler nossos textos anteriores sobre o assunto a seguir.

Tormenta 20: Começa a celebração dos 20 anos do cenário

Tormenta 20: Entrevista com Saladino

Tormenta 20: Quando o RPG derrubou o Catarse

Movimento RPG Podcast 01: Tormenta RPG

 

Tormenta 20 e voto de confiança

Uma parte da campanha que foi especialmente engajadora, foi a votação de NPCs e raças. Com direito a campanhas pesadas (e hilarias), disputas apertadas, apunhaladas pelas costas e até uma mudança súbita de regra no maior estilo Mestre de RPG malandrão, foi nessa votação em que os fãs de Tormenta tiveram a oportunidade de ajudar a moldar o mundo de Arton de acordo com seus gostos. Dentre os NPCs, as votações foram separadas por obra originária, enquanto as raças foram separadas por conceito. Abaixo listamos quem venceu cada uma das votações, e finalizamos com a lista de metas complementares e o que cada uma trará ao livro.

 

NPCs

Clássicos de Arton: Rainha-Imperatriz Shivara Sharpblade

Holy Avenger: Lisandra

Trilogia da Tormenta: Vanessa Drake

Dungeon Crawlers e 20Deuses: Val

Ledd: Barba Branca

A Joia da Alma: Gwen (em segundo turno contra Verônica)

A Flecha de Fogo: Maryx

Guilda do Macaco: Klunc

 

Raças

Grandões: Trog

Artonianas: Medusa

Clássicas: Halfling

Exóticas: Golem

Novos Horizontes: Sprite

Repescagem: Esqueleto, Aggelus/Sulfure e Sereia/Tritão

 

Acréscimos das metas

 

Estreamos no Ranking RPGista!

Estamos pedindo ao mestre uma rápida pausa na mesa para ir no banheiro, tomar um café, esticar as pernas e anunciar que estreamos no Ranking RPGista! É um motivo de muito orgulho para toda a equipe do Movimento RPG estar entre os blogs consultados mais acessados do mês de Junho, e algo impossível de ser atingido sem que você acompanhasse todo o trabalho que desenvolvemos com tanto carinho para divulgar o RPG tanto para os jogadores mais experientes, quanto para aqueles curiosos novatos que ainda vão se apaixonar pelas fichas de personagens e dados de formatos esquisitos. Muito obrigado mesmo!

E agora de volta a programação normal que as masmorras não vão se explorar sozinhas.

Tormenta 20: Quando o RPG derrubou o Catarse

Há pouco mais de um mês, no dia 10 de maio, foi iniciada a campanha do Catarse para o lançamento da nova edição do RPG Tormenta, que até agora tem sido chamada de Tormenta 20, em alusão aos 20 anos do universo. A força da marca não é segredo para ninguém que conheça um pouco de RPG nacional, sendo o sistema brasileiro jogado a mais tempo consecutivo, que deu origem a vários livros e quadrinhos ao longo dos anos. Tendo isso em mente, era de se esperar que uma campanha de financiamento coletivo pra o lançamento de uma aguardada nova edição fosse bem sucedida, mas nem mesmo os membros mais otimistas da equipe esperavam o que realmente aconteceu. 

 

O dia que o Catarse levou um acerto crítico

A campanha foi anunciada com um certo tempo de antecedência para gerar barulho e engajar os apaixonados fãs do sistema. Um vídeo de agradecimento foi planejado para quando a meta de R$ 80 mil reais fosse atingida, quem sabe em alguns dias, uma semana. Para o caso das metas estendidas também serem atingidas, algumas imagens comemorativas para serem lançadas também já estavam preparadas para ir ao ar, e a equipe que até então correra contra o tempo para deixar tudo preparado para funcionar sem problemas estava pronta para iniciar a campanha. E iniciou. Por volta de uma hora depois, a meta estava atingida, assim como toda a primeira fase de metas estendidas, e o Catarse fora do ar pela quantidade de acessos. Tormenta 20 atingiu a marca de se tornar a maior arrecadação da plataforma em 24 horas até hoje.

Uma questão de raça

Para quem não está familiarizado com o funcionamento dos financiamentos coletivos, um breve resumo: Propõe-se um projeto em uma plataforma especifica voltada para o financiamento, neste caso o Catarse. Pessoas interessadas no projeto investem determinados valores que podem ser tanto pelo simples prazer em ajudar, geralmente os mais baixos, até maiores investimentos em troca de premiações mais interessantes. No caso do Tormenta 20, tais prêmios vão desde cópia digital do novo módulo básico com nome nos créditos do livro, até box exclusivos recheados de acessórios para jogar com livro físico autografado, passando ainda por uma já esgotada Medalha Imperial Ordem de Wortar II que nunca mais será produzida. Além disso, é comum que a cada nova meta atingida, esse orçamento extra seja prometido na incrementação do produto financiado e 45 dessas já foram atingidas.

E é nesse ponto em que surge algo que vem realmente movimentando os grupos de fãs do sistema: As votações das raças disponíveis para se jogar no livro. Em um universo gigantesco como Arton, construído ao longo de duas décadas por jogos, livros e quadrinhos, também foram introduzidas raças diversas, e algumas das recompensas incluem votações para decidir quais delas terão suas regras disponibilizadas para que os jogadores façam seus personagens. Há campanhas apaixonadas e acirradas no grupo de Facebook oficial do sistema, Masmorra de Valkaria, com direito a textões e memes, tentando convencer os demais de qual seria a melhor escolha para todos.

 

Tormenta 20: O futuro

O financiamento de Tormenta 20 continua a pleno vapor! Tendo arrecadado impressionantes R$ 789 mil reais há ainda 27 dias do encerramento, está a menos de R$ 1.000 de se tornar a maior campanha da história do Catarse, uma clara demonstração da grande força da comunidade brasileira de RPG, que de tempos em tempos é dada como morta apenas para ressurgir com ainda mais força e quebrar tudo — literalmente nesse caso.

 

Atualização

Menos de 1 hora após a publicação, Tormenta 20 atingiu a meta e se tornou a maior campanha da história do Catarse. Parabéns a todos os envolvidos!

 

Leia também nossa entrevista com Rogério Saladino sobre o Tormenta 20!

Quer saber mais, ou até mesmo fazer parte da campanha? Você encontra tudo o que precisa saber na página oficial do Tormenta 20 no Catarse. A campanha vai até 9 de julho.

 

Tormenta 20: Entrevista com Saladino

No último domingo de abril, este aqui que traz notícias RPGísticas para vocês, também conhecido como Vinicius Mendes, foi no Diversão Offline 2019. Uma oportunidade única de conhecer e conversar um pouco com Rogerio Saladino, um dos membros do Trio Tormenta!

A chance apareceu com o lançamento da antologia de contos Curtos & Fantásticos, fruto do projeto Diário de Escrita do Papo de Autor, que inclusive tem uma participação do nosso arquimago Douglas Quadros. O livro foi lançado pelo Odisseias, selo alternativo da Jambô Editora, e aproveitei que estava no mesmo stand que Saladino no maior evento de boardgames da América Latina para fazer uma rápida entrevista com um dos criadores do universo que está comemorando 20 anos

Rogerio Saladino foi muito simpático e acessível, disposto a responder quantas perguntas fossem. Apesar disso, concordamos em realizar a entrevista por e-mail para que ele pudesse dar maior atenção aos admiradores no evento, assim como aos desejos de parabéns, já que também fazia aniversário no dia.

Logo abaixo você pode ler Saladino falando um pouco sobre o processo de criação de Tormenta, os planos para 2019 e os 20 anos e a visão dos criadores de Tormenta sobre a mudança no público nerd nos últimos anos. 

Curiosidade: No dia de hoje, 10 de maio, iniciou o financiamento coletivo do projeto Tormenta 20. Eles bateram o objetivo em menos de 1 hora  e derrubaram o site do Cartase pela quantidade de acessos. Parabéns a todos os envolvidos!

 

Juro que essa não é uma tentativa de fazer jabá da antologia e que foi a melhor foto do Saladino no evento que consegui. Além de nós dois, Waldir Léo Santos (Curtos & Fantásticos), Álvaro Freitas (autor do jogo Império de Jade), João Lucas Gontijo Fraga e Carlos Perini (ambos do Curtos & Fantásticos). Foto: Reprodução/Jambô Editora Instagram Oficial

 

Para quem não é muito familiarizado com a criação de Tormenta, qual foi seu papel na construção do cenário?

Rogerio Saladino: Olha, a coisa não foi tão… cartesiana como algumas pessoas podem pensar, não foi uma coisa de se pegar um mapa e se dividir na régua o que cada um ia fazer. Em muitos casos, a gente deu palpite na ideia do outro, e um terceiro acabou escrevendo! Pegamos muita coisa que já estava escrita, que já tinha saído na Dragão Brasil e vimos como se encaixava em um cenário maior, se dava para usar ou não. O que precisava escrever a mais, a gente fazia. Em alguns casos, faltava uma coisa, a gente via quem ia escrever. Eu lembro que eu tive uma boa participação na criação dos grandes magos do cenário, Vectorius e Talude (afinal todo cenário tem um grande mago, Tormenta tem dois!), na Academia Arcana e em Vectora, no deus da traição Sszzaas, nos trolls nobres e em várias coisas menores e vários reinos do Reinado (os reinos foram meio que decididos com nós três juntos). Um pouco dos dragões-reis, também.

Eu posso estar esquecendo algumas coisas, claro… (poxa, são 20 anos!)


Estão começando as comemorações de 20 anos de Tormenta. Quais novidades podemos esperar em 2019?

RS: Bom, a primeira é a (tcharãns) campanha do Tormenta 20, um baita livrão em que vamos comemorar os 20 anos do cenário com tudo novo. Vamos evoluir o sistema do Tormenta RPG, com a intenção de deixá-lo mais ágil e rápido, sem tirar a multitude e variedade que são tão queridas dos fãs. E vamos fazer o possível para que o novo sistema seja compatível com o que já saiu em livros anteriores. E com “compatível” quero dizer que você vai poder usar os livros antigos, não que seja a mesma regra, ipsis literis. Claro que vai ter um pouco de adaptação, mudar umas poucas coisas de um para outro, mas, note bem POUCAS coisas.

Ainda neste ano vamos ter mais novidades, mas ainda não posso falar delas… só garanto que os fãs vão ter certeza que 2019 foi um ano marcante para Tormenta.

Tormenta é o cenário de RPG brasileiro jogado há mais tempo consecutivo e tem grande público fiel e apaixonado. A decisão pelo financiamento coletivo foi uma forma de fazer esse público se sentir incluído no projeto? Como foi o raciocínio por trás dessa escolha?

RS: Pensamos muito em como poderíamos fazer o Tormenta20 ser uma comemoração, não só um livro novo. A ideia era que, com o financiamento coletivo, os fãs poderiam participar mais, ter seu nome no livro e, dependendo de como fosse o projeto, participar com sugestões, opiniões, ou através das metas, melhorando ou dizendo como eles queriam o livro.

Foi uma forma de dizer “vamos fazer esse livro aqui, querem ajudar a gente?”. No RPG, quanto mais gente participa, é melhor, então achamos que podíamos levar essa ideia para o livro também.

Como o projeto Tormenta 20 pretende abraçar os fãs antigos? E como esse projeto renova o cenário para conquistar fãs novos?

RS: A ideia é exatamente essa, fazer um sistema que não afaste o jogador novo e que contente o antigo. Seja compatível com o que já existe, mas com soluções rápidas e divertidas para o jogador iniciante. Vamos dar uma boa olhada e mexida na criação de personagem, nas habilidades de raça, classe, nas próprias raças e classe e no sistema de magia, para deixar o jogo ágil, e mais rápido de se criar um personagem, com mais elementos para ajudar na interpretação e na criação da história do personagem.

Para deixar a coisa rápida e divertida, para ajudar a jogar e criar a história.

Esses são elementos que dão mais ferramentas para o jogador, e acreditamos que sejam legais tanto para o novato como o experiente.

É claro que vamos ter um baita trabalho para colocar isso em regras que possam ser compatíveis com os livros anteriores, mas acreditamos que seja possível de se fazer, com um pouco de discussão e game design.


O RPG, e o meio nerd como um todo, tem se tornado cada vez inclusivo e temos um grande aumento tanto de consumidores LGBTQ e mulheres, quanto da representatividade nas obras, com mais personagens de outras etnias e mulheres menos sexualizadas, por exemplo. Como você e os outros criadores de Tormenta enxergam essa mudança?

RS: De uma forma extremamente positiva! Vivemos num mundo diverso, e o RPG, como um produto cultural, tem que ser um reflexo disso. Temos feito um esforço para adequar o cenário, em todos os seus produto (livros, quadrinhos, livros de RPG, etc.), para fazer a marca Tormenta cada vez mais inclusiva, e não apenas em seus personagens, mas nas tramas, histórias, estilo, colaboradores, direção de arte e… bom, tudo. Nossa intenção é fazer um jogo que todos se divertam e que possa ser usado por todo mundo.

 

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