Gotta Let it out!
Poucas franquias de games surgiram tanto fora quanto dentro das telas com uma energia tão maníaca como a da franquia Devil May Cry, criada pela Capcom em 2001, onde acompanhamos Dante, um caçador de demônios com muito estilo e muita personalidade matando hordas e mais hordas de demônios, e com a nova série da Netflix já disponível, que tal vermos como transformar nossas mesas de Mutantes & Malfeitores em um palácio cheio de sangue de demônios?
Mova-se rápido baby!
Inicialmente uma sequência da aclamada série Resident Evil, a franquia encabeçada pela lenda da indústria, Hideki Kamiya (Okami), o jogo inicial serviria como a 4ª sequência da franquia, entretanto com o maior foco em combates frenéticos, ação acrobática e uma diminuição substancial no fator horror no título original, rapidamente o jogo se desenvolveu para algo mais autoral do diretor e acabou se tornando um título próprio, e em 23 de Agosto de 2001, ele foi lançado exclusivamente para o saudoso Playstation 2, se tornando um sucesso de vendas e estabelecendo a franquia como uma das mais importantes para a popularização do gênero Hack’n Slash, um dos gêneros mais populares dos videogames daquela geração.
A Frustração está ficando maior
Mas como muitas franquias de jogos, Devil May Cry exige um esforço considerável para ser traduzido de forma satisfatória em um RPG de mesa, uma vez que ele possuiu um dinamismo consideravelmente difícil de transpor para o rolar de dados, mas ainda assim, com motivação, é possível ainda, aqui seguem-se algumas dicas mais gerais para tornar a mesa mais rápida:
- Role a Iniciativa de inimigos de antemão
- Deixa a ordem de iniciativa exposta para que todos possam ver
- Anote os efeitos em vigor em postites ou em uma tela a parte visível a todos
Mas agora, vamos começar essa festa…
Preenchendo a escuridão com luz
Não é segredo nenhum que a franquia não é de forma alguma conhecida por suas grandes narrativas complexas, mas sim por uma narrativa bastante simples, e extremamente cativante e emocional, e este é o ponto que você deve focar quando pensar em uma campanha de DMC: Evite plots complexos, grandes níveis de worldbuilding, mas sim foque seus esforços em criar uma narrativa emocionalmente satisfatória para os PJs, os NPCs relevantes na mesa devem pouco mais que meia dúzia, e no máximo um ou dois devem ter qualquer desenvolvimento extenso, normalmente tematicamente ligado a um dos personagens dos jogadores, nesse tipo de campanha, incentive os jogadores a canalizar o lado mais canastrão possível quando estiverem interpretando seus personagens, permita que as interações se tornem engraçadas, mas acima de tudo, memoráveis.
Mova-se rápido baby!
Em uma mesa de DMC, é claro que os holofotes estarão todos nos combates, então é importante que esses combates estejam sempre calibrados para o mais absurdo possível: Abuse de descrições megalomaníacas, permita que o combate “se mova” entre arenas, para criar um combate mais intenso, além do mais, use ad nauseaum capangas contra seus jogadores, se for interessante para sua mesa, use as regras para Combate em Massa no Guia do Mestre, vendido na loja digital da Jambo Editora.
Devil May Cry: Aberto para vagas
Entretanto para os jogadores, algumas considerações mecânicas precisam ser feitas: DMC é um sistema que tem bastante foco no efeito Dano, mas isso não quer dizer que há o risco de tornar o jogo entediante, uma forma de manter bastante do sentimento presente com os jogos, é adaptar não só armas, mas os combos dos jogos, permita criar inúmeros efeitos adicionais pelos Extras “Efeito Secundário”, Multiataque, Contagioso, Característica, etc. Dessa forma é possível criar armas, magias e efeitos únicos, ainda que estejam todos focados no mesmo efeito, e é claro, é possível criar outros tipos de efeitos com inúmeras combinações possíveis entre Devil Arms, Armas de Fogo insanas e poderes mágicos.
Considerações Finais
Devil May Cry é uma franquia que esteve na minha vida por muito tempo, com Dante sendo o primeiro personagem que eu tive qualquer vontade de desenhar e de até mesmo fazer cosplay (Tentativa essa completamente sem sucesso ainda bem), e isso me fez sempre ter uma relação muito próxima com o personagem, agora com a nova série recém lançada, parece justo tentar contribuir para que essa franquia tão querida se misture com um dos hobbies mais incríveis do mundo.
Autor: Júlio César