O Conclave do Santo Vivo – Santos Escritos

Nesse mês, tivemos o Conclave, um conjunto dos cardenais que apontam o Bispo de Roma, o líder máxima da Igreja Católica Romana no mundo. Mas hoje não viemos falar da vida real, mas sim como ela pode inspirar outro Conclave do mundo dos RPGs: O Conclave do Santo Vivo!

Disclaimer

Hoje, a postagem tem alguns disclaimers a mais. Todas as matérias, regras e parte de lore são baseados no universo de Ghanor e na instituição real, porém é tudo fictício. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é mera coincidência.

Tudo nessa postagem é conteúdo de fã para fã, e não é oficial da Jambô Editora ou do grupo Jovem Nerd. Além disso, a postagem contém spoilers da quadrilogia A Lenda de Ruff Ghanor, do Nerdcast RPG: Ghanor e de outras obras dentro do universo.

Papa Leão XIV, o atual e recém apontado Bispo de Roma

O Conclave na Vida Real

Na vida real, o Conclave é uma reunião dos Cardeais da Igreja Católica para eleger o líder máximo da Igreja Católica, o bispo de Roma, também conhecido como Papa.

Assim que ocorre o falecimento ou renúncia de um pontífice, o cargo fica vacante até a eleição de um novo. Dessa forma, caso tenha sido fruto de falecimento, a morte do Papa é comprovada pela Igreja na presença dos líderes.

E então, quando se é confirmado o Camerlengo (quem toma as tarefas do Papa em sua ausência do cargo) redige a ata do falecimento do Papa. Depois ele convoca o Colégio dos Cardeais, que se reúnem no que chamamos de Conclave, que fará a eleição do novo Papa.

Para ser eleito, os cardeais se reúnem e fazem ritos funerários, chamados exéquias, por nove dias. Então, começam o processo de eleição do pontífice. Apenas Cardeais devem eleger o papa, e a quantidade não pode ser superior a 120. Sempre realizado, obrigatoriamente, no estado do Vaticano.

O Silêncio do Conclave

Durante o tempo de eleição, todos os Cardeais devem manter segredo absoluto quanto às sessões do Conclave, ficando incomunicáveis por quaisquer meios. Essa regra se estende também àqueles que auxiliam os membros do Conclave durante a eleição.

Normalmente o Conclave dura entre 2 a 5 dias. O mais rápido foi o de 1939 que elegeu Pio XII em dois dias e 3 votações. E o mais demorado foi o de 1922 que elegeu Pio XI em cinco dias e 14 votações.

A Fumata preta da Capela Sistina.

Os resultados são anunciados pelas “fumatas”, que são fumos de cores diferentes que saem do topo da Capela Sistina, no Vaticano. Se sai uma Fumaça preta, não foi decidido ainda o pontífice, se sair um fumaça branca, o novo papa foi escolhido e vai ser apresentado ao público.

O Santo Vivo

O Santo Vivo é o líder máximo da Igreja dos Criadores Invisíveis, a principal religião de Ghanor que, mesmo que indiretamente, impacta até a fé de lugares como Artus, que canoniza elementos da Natureza como santos. Durante as épocas que acompanhamos em Ghanor, houveram poucos Santos Vivos oficiais.

O primeiro não sabemos o nome, mas ele foi o primeiro Santo Vivo conclamado pelos próprios deuses, que desceu fogo do céu e destruiu o Império do Sol com magia divina, e que após a derrota do império, ele escolheu outros substitutos após ele.

Anos mais tarde, tivemos Ellius Tyberax, o Santo Vivo devoto de São Enzo e contemporâneo ao rei Ruff Ghanor I, foi uma figura antagônica a Ruff e aliado de Mobruk, o anjo da anunciação do 1º Devorador de Mundos. Seu nome era apenas Ellius, mas ele recebeu Tyberax, o nome de outro Santo Vivo anterior a ele, então sabemos que pelo menos um outro santo vivo anterior a Ellius se chama Tyberax.

O segundo não sabemos o nome, mas é sugerido que, durante os acontecimentos de Ruff Ghanor 4, um novo Santo Vivo foi apontado pela Igreja dos Criadores Invisíveis.

O terceiro é Nicodemus IV, o Santo Vivo oficial mais atual, que antagonizou os aventureiros durante a segunda trilogia do Nerdcast RPG Ghanor.

Nicodemus IV, o mais recente Santo Vivo oficial.

Tivemos também dois Santos Vivos não oficiais pela Igreja dos Criadores Invisíveis.

O próprio rei Ruff Ghanor, I, quando matou Ellius Tyberax, se apontou como líder máximo da fé dos santos no continente, sendo a principal figura de autoridade religiosa no período do seu reinado e Agian, personagem jogado pelo Alexandre Ottoni, que enquanto estava transformado em cuíca vestiu a Auréola do Santo Vivo, que lhe concedeu poderes equivalentes aos do Santo Vivo.

A Auréola do Santo Vivo

Todos os Santos Vivos que conhecemos, com exceção de Ruff Ghanor que não era um oficial, tinha uma auréola de proteção. Normalmente pertencente a anjos, o Auréola protege o Santo Vivo de magias e poderes de origem divina. Além de conceder os poderes do próprio Santo Vivo. Daremos mais detalhes de regra a frente.

O Santo Vivo e os Deuses

A relação do Santo Vivo com os Criadores Invisíveis é incerto. Todos os Santos Vivos que foram vistos nos livros e no podcast parecem saber que o mundo é um lugar odiado pelos deuses (mesmo que fingem não achar isso, que é o caso de Nicodemus) e agem ativamente para trazer o Devorador de Mundos para acabar com a criação.

Ellius Tyberax agia em conjunto com Mobruk, o primeiro representante dos deuses e Nicodemus auxilia o anjo da anunciação do quarto Devorador de Mundos a cumprir seus planos.

Por não sabermos quais eram e quantos Santos Vivos houveram no Século Silencioso (entre a Era do Terremoto e a Era dos Heróis, ou seja, entre o fim do livro, A Lenda de Ruff Ghanor IV e o primeiro Nerdcast RPG Ghanor), não sabemos se isso era compartilhado por todos os Santos Vivos vigentes.

No livro A Lenda de Ruff Ghanor 3, temos mais detalhes de como a consagração do Santo Vivo é feita e como ele recebe seus poderes.

Hora do Conclave

O Conclave em Ghanor

No universo de Ghanor, até o momento desta postagem, não temos muitas informações de como é dada a conclamação do Santo Vivo. O que sabemos é que os Santos Vivos após o primeiro eram escolhidos por ele, mas que Ellius Tyberax foi eleito pelos cardeais da Igreja dos Criadores Invísiveis.

Por isso, para não ficar apenas no histórico dessa figura, vamos dar algumas ideias para se jogar uma campanha em que o plot é o Conclave do Santo Vivo. Afinal, as condições da morte de Nicodemus IV são diferentes e possivelmente o próximo Santo Vivo não seria convencional.

A Busca pela Auréola

Uma das maneiras que pode ser executada é uma escolha pelo mérito. Depois dos eventos da segunda trilogia do Nerdcast RPG: Ghanor, a Auréola do Santo Vivo foi perdida e, aquele que a achar, se tornaria o Santo Vivo por direito na visão da Igreja dos Criadores Invisíveis.

Essa maneira faria as aventuras girarem em torno de caçar masmorras, tumbas antigas e lugares ancestrais para descobrir aonde foi parar a auréola que concede os poderes divinos. Pense nos filmes do Indiana JonesA Múmia.

Conclave Burocrático

Uma das maneiras que pode ser executado o conclave do Santo Vivo é a forma burocrática, mais semelhante a maneira que se decidem o conclave do Papa no mundo real e a maneira que o Santo Vivo Ellius Tybrax foi eleito.

Nessa forma, com a recente morte de Nicodemus IV, os aventureiros se veem no meio de tramoias politicas entre os lideres da Igreja dos Criadores e nobres da corte de Sammelen. Ou você pode se basear em histórias de conclaves passados. Algumas sugestões:

  • Durante um debate na Igreja dos Criadores Invisíveis, um fiel aleatório é visto brilhando com algo que parece uma aura divina, fazendo-os acreditarem ser um sinal dos deuses para aquele ser o novo Santo Vivo. Os líderes da Igreja, porém, acreditam ter sido obra do acaso e acabam perseguindo o fiel aleatório, que pede ajuda para os aventureiros.
  • Durante o confinamento dos líderes responsáveis para a escolha, uma nobre nervosa com a escolha do próximo Santo Vivo, chama os aventureiros para se infiltrarem na Catedral do Santo Vivo e descobrirem quais são os líderes responsáveis pela escolha.
  • Após dois anos da morte de Nicodemos IV, o povo de Sammelen começa a se rebelar para que seja decidido, de uma vez por todas, o Santo Vivo. Por que está demorando? A Igreja ainda não recuperou a Auréola? Problemas políticos?

O Santo Vivo relutante

Esse é mais um gancho de aventura pós conclave. Os personagens encontram uma pessoa comum nas estradas (raça, gênero, etc… não importa) e se tornam amigos dele. Até descobrirem que ele está sendo perseguido pela ordem dos clérigos de São Enzo.

Com o tempo, descobrem que aquela pessoa é o mais recente Santo Vivo conclamado, mas que após ouvir sobre a verdade dos deuses, fugiu de suas responsabilidades e cargo.

Todo anime tem um arco de torneio!

Arco de Torneio

Na Igreja Católica, teoricamente, qualquer católico pode se tornar um Papa. Da mesma maneira, qualquer devoto de qualquer santo poderia se tornar o próximo Santo Vivo, então isso poderia se dar em um Arco de Torneio.

Os aventureiros podem ter um candidato em seu grupo, ou só estarem no meio do fogo cruzado de diversos candidatos lutando por poder entre si. Em resumo, para ganhar o cargo de Santo Vivo, o candidato deveria derrotar os Patriarcas dos Reinos. Os representantes da Fé da Igreja dos Criadores Invisíveis em cada reino, além de Sammelen.

Prior Niccolas, o Patriarca de Ghanor

Niccolas é o prior do Monástério de São Arnaldo e da Coroa de Ghanor há tempos imemoriais. Dizem que ele tem mais de 1 século de idade e que foi contemporâneo ao próprio Rei Ruff Ghanor I. No entanto, ele foi aposentado de seus deveres para com a coroa, liderando um pequeno séquito de devotos em um monastério nas fronteiras do reino.

Niccolas não é um desafio físico, ele é um senhor simpático, mas é um desafio moral. Extremamente poderoso com sua magia divina, Niccolas enfrentou mais Devoradores de Mundo do que boa parte dos mortais, e saberia julgar se um candidato é digno.

Marttone, o Neto do Urso

Mobruk foi o anjo da anunciação do 1º Devorador de Mundos, o Tarrasque, mas viveu entre os mortais e os governou por bastante tempo. Após sua derrocada, não se sabia de descedentes… Até agora.

Marttone é o neto de Mobruk, um nefilim que tem o poder equivalente aos mais poderosos bárbaros de Artus. Deseja para si mesmo o poder do Santo Vivo para, além da sua força física e origem angelical, tivesse também o poder de divino para dar continuidade ao plano de seu avô: Os Devoradores dos Céus.

No meio desses patriarcas, diversos clérigos podem estar correndo atrás do posto de Santo Vivo!
Nolifemus, o Clérigo Demoníaco

Em Mattora, um patriarca da fé dos santos se destaca por sua faceta amigável, mas seu fundo horrendo: Nolifemus, sem algum pudor, tem poderes vindos direto de ordens demoníacas, mas de alguma forma também pode conceder o milagre dos Santos. Devoto de Santo Aglalloch, Nolifemus usa de magia divina profanada para ascender ao posto de Santo Vivo, inclusive invocando demônios para lutar.

Argelino, o Clérigo Feiticeiro

Em Utteria, há poucos ou nenhum clérigo, mas entre os devotos, há muito sincretismo entre a magia primal vinda do sangue e da fé nos deuses. Argelino é um clérigo, mas também um poderoso feiticeiro, que além da magia divina usa de magia arcana para derrotar seus oponentes.

McNewell, o Clérigo Ancestral

Em Vammira, o povo acredita em um futuro glorioso para seu reino, e parte das formas de se interpretar os pictogramas da região é que o domínio do poder divino é um dos passos para isso. Usando o conhecimento de antigos rituais vindo dos pictogramas dos antigos, McNewell, seu principal patriarca, luta com rituais antigos de uma época misteriosa.

Verdil, o Espadachim Divino

Um reino de duelos de espada e sol potente, Zibrene recentemente se voltou contra Ghanor em uma tentativa de por os Cavaleiros do Caos em seu lugar. Mas mesmo após os eventos recentes, um espadachim devoto de São N se destaca para ocupar o posto de Santo Vivo. Verdil é um guerreiro ardiloso, que luta com graciosidade misturando combate de espada e magia divina.

Heydon Cave, o Rei-Clérigo

Filho do rei de Artus, Royston Cave, Heydon Cave viu seu nos céus misturado com seu irmão, Rufus Cave, como o novo Devorador de Mundos. Herdeiro do trono de Artus, Heydon busca o Martelo de Ruff Ghanor (que crê ser seu por direito) e o posto de Santo Vivo, visando criar um novo Império sobre Ghanor para se vingar pelo destino terrível de seu pai.

Definido o Santo Vivo, e agora?

Uma das coisas que mais vimos nos livros e no podcast é o poder do Santo Vivo. Ele é capaz de lançar magias divinas, excomungar devotos dos santos. O primeiro Santo Vivo sozinho acabou com um contingente de um império antigo!

O Santo Vivo é equivalente a uma distinção (Apresentada no Deuses & Heróis e na Dragão Brasil Especial Ghanor). A Admissão é o processo de escolha do Santo Vivo, que você pode decidir entre as acima.

Além disso, mesmo que não seja clérigo, o candidato deve seguir a norma de um Santo a sua escolha, mesmo que não receba poderes concedidos por isso. Vamos ver os poderes!

Muitos poderes vão ser semelhantes aos poderes da Distinção Sumo-Sacerdote (Deuses de Arton, pág. 127). Quando ocorrer, vamos apontar qual poder é igual e listar as diferenças.

Poderes Divinos Fenomenais!

Marca da Distinção: Autoridade dos Santos

Igual ao poder Autoridade Divina, porém se estende aos clérigos devotos de qualquer santo.

Proteção dos Deuses

Igual a Proteção Divina, mas se estende aos clérigos devotos de qualquer santo. Com os pré-requisitos: treinado em Religião e devoto de um santo ou seguidor da norma de um santo.

Santo Encarnado

Você recebe um poder concedido de qualquer santo a sua escolha ou uma magia divina de qualquer círculo que possa lançar e de qualquer lista de magias de qualquer santo a sua escolha, mesmo que não cumpra sua norma (mas ainda deve ser devoto de pelo menos um santo e cumprir sua norma).
Além disso, pode gastar uma ação de movimento para trocar o poder concedido ou a magia. Para cada poder de distinção, você recebe um novo poder concedido ou uma nova magia. Com pré-requisito Proteção dos Deuses.

Ápice Espiritual

Igual a Evolução Espiritual. Com pré-requisito Proteção dos Deuses.

Auréola do Santo Vivo

Igual a Presente dos Deuses. Com pré-requisito: Santo Encarnado.

Punição Divina

Igual a Punição Divina. Com pré-requisito: Santo Encarnado.

A verdade dos Deuses

Uma vez aclamado como Santo Vivo, o mortal descobre a verdade dos deuses e sua vontade de refazer o mundo. Com a desistência dos deuses desse objetivo ao fim da segunda trilogia do Nerdcast RPG Ghanor, é incerto o que os personagens farão com essa informação, mas é interessante levar em conta que, com grandes poderes e responsabilidades, os personagens jogadores podem ter algo a dizer sobre isso.


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Texto: Gustavo “AutoPeel” Estrela.
Revisão: Raquel Naiane.

Culinária das Arcas em Arton – Área de Tormenta

Em Arton, Mestre Cozinheiros tem se espalhado como aventureiros para explorar as delícias que tem em masmorras. Em Vallindra, os arcanautas já tem buscado esse tempero de masmorra especial a algum tempo, mas e se algumas das refeições das Arcas acabassem em Arton? É o que veremos hoje no Área de Tormenta!

Disclaimer

Todas as regras abaixo foram feitas por um fã, para fãs. Dessa maneira, não tem nenhum vínculo oficial com a Jambô Editora.

Culinária Avançada

Na prévia do Heróis de Arton, tivemos a ideia do que são as regras de Culinária Avançada. Com elas, além de especificar mais como se fazer cada prato, também trouxe novos pratos especiais.

Em 3DeT Victory, temos diversos pratos especiais e seus bônus no sistema, então vamos adaptar esses pratos pensando nas regras de culinária avançada lançadas no Heróis de Arton. Como estamos nos baseando nas prévias, é bem possível que algumas das regras sejam alteradas, caso ocorra, iremos alterar a postagem.

É importante se alimentar bem, seja para explorar uma arca em 3DeT Victory ou uma masmorra em Tormenta20!

Refeições das Arcas

Em 3DeT, há três tipos diferentes de refeições: refeições básicas, refeições gourmet e refeições do chef. As mais básicas seriam alimentos muito simples ou corriqueiros que não teriam efeitos em regra em T20, por serem muito comuns, as demais vamos abordar abaixo.

Na refeições, vamos ter o nome do prato, seu beneficio, os ingredientes que pede, o custo desses ingredientes e a CD do teste de Ofício (Cozinheiro).

É sempre bom ter algo para ajudar na digestão.

Bebidas

Seguem as mesmas regras das bebidas do Heróis de Arton, pág. 235

  • Café Vallindroso. Concede +2 PM temporário. Café, T$ 5
  • Chá Élfico. Escolha uma magia que possa lançar, ela custa –1 PM (acumulativo com outras reduções). T$ 10.
  • Energético UNIPAWA. Recebe Resistência a cansaço e metabolismo +2. T$6.
  • Goradshake. Recebe +5 PM temporário. T$ 36.
  • Shake do Martelo. Você recebe +1 em testes de ataque. T$ 6
  • Sundae da Vitória. Recebe +10 PM temporário. T$ 48

Refeições Gourmet

Estes são pratos mais preparos, pensados, que exigem mais ingredientes específicos.

  • Arcaburguer. Escolha uma das suas habilidades que custe PM, ela custa –1 PM (acumulativo com outras reduções, min 1 PM). Farinha, queijo, carne. T$ 23. CD 15.
  • Bandejão da UP. Chamado de Bandejão da Academia Arcana em Arton. Role 1d6, em um resultado 1, você tem -2 em uma perícia a escolha do mestre até o fim do dia. Em um resultado 2-4, você recebe +2 em uma perícia a sua escolha. Em um resultado 5, você recebe +3 PM temporário ou +10 PV temporário (escolha um). Em um resultado 6, você recebe +1 em um atributo a sua escolha (não acumulativo com bebidas que aumentem o mesmo atributo), esse aumento não altera valor de Defesa, PM ou PV. Carne, Cereal, Ovo de monstro, Óleo, Queijo, Verdura. T$ 77. CD 25.
  • Carreteiro de Charque de Trobo. Concede +15 PV temporário. Cereal, Carne de Caça, Óleo. T$ 36. CD 22.
  • Bife à Kaiju. Quando faz um acerto crítico, ele causa +5 de dano. Cereal, Carne de caça. T$ 33. CD 20.
  • Estrogonofe de Wyvern. Recebe +5 em testes de Vontade. Carne de caça, cogumelo. T$ 37. CD 20.
  • Pastel de Grifo. Recebe +2 em Iniciativa. Farinha, Óleo. T$ 16. CD 15.
  • Omelete de Montanhuga. Você recebe +2 em Defesa. Ovo de monstro, Óleo. T$ 53. CD 25.
  • Ração de Arcanauta. Equivalente a Prato do Aventureiro.
  • Salada Defensora. Semelhante a Fritada Monstruosa.
  • Suspiro de Dragão. Você recebe +10 na Defesa contra um ataque ou em um teste de resistência. T$ 27, CD 25.
Às vezes, o melhor gancho de aventura é ir atrás do ingrediente para fazer aquele prato especial!

Refeições de Chef

Estes são pratos mais complexos e mais caros. Não tem ingredientes básicos, mas ingredientes complexos que devem ser adquiridos para serem preparados.

  • Bulgogi de Vallindra. Recebe +1 na margem de ameaça. Deve fabricar uma Pimenta de Vallindra, um ingrediente raro que deve ser extraído de montanhas nas sanguinárias. Encontrar uma pimenta de vallindra é uma Busca entre aventuras que recolhe 1d6 espaços em pimentas, cada prato de Bulgogi consome uma pimenta. T$ 60, CD 35.
  • Ceviche de Atlântida. Recebe +2 em testes de resistência. Deve ser feito com algas de oceano, um ingrediente encontrado apenas em masmorras no fundo do mar. T$ 36, CD 25.
  • Dracatouille. Recebe +1 em testes de perícia de um atributo a sua escolha. Deve ser feito com legumes encontrados nas sanguinárias, perto de covis de dragões. T$ 45, CD 30.
  • Gelato Zero.  Uma vez até o fim do dia, você pode trocar uma falha crítica por um 20 natural. Mas seu próximo teste pedido pelo mestre será um 1 natural. Deve ser feito com essência elemental (frio) de criaturas como dracoferas ou glops de gelo. T$ 62, CD 30.
  • Paella K’Athanoa.  Você recebe +5 PV e +2 PM temporários. Deve ser feito com frutos do mar Grandes ou Enormes, principalmente das baías das ilhas de Khubar. T$ 45, CD 30.
  • Risoto Feérico. O custo de lançar suas magias e habilidades mágicas diminui em –1 PM (acumulativo com outras reduções). Prato normalmente feito exclusivamente por fadas, o cozinheiro deve convencer uma fada a compartilhar com ele seu tempero feérico. Algo que normalmente vem em troca de algum favor (ou brincadeira) com fada. T$ 62, CD 30.
  • Sashimi de Kraken. Você recebe +1 no multiplicador de crítico. Feito com partes de carne de KrakenT$ 62, CD 30.


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Texto e Capa:
 Gustavo “AutoPeel” Estrela.
Revisão: Raquel Naiane.

J.V. Teixeira – Torres de Wynlla – Entrevista

Escritor e professor carioca, J.V. Teixeira é o autor do romance Torres de Wynlla, um dos mais recentes contos no Universo de Tormenta, que fala sobre um grupo de personagens enfrentando a alta sociedade arcana de Wynlla, o reino da Magia, e vivendo altas aventuras por lá. O autor nos concedeu uma entrevista no finalzinho de 2024 e você pode conferir ela por aqui.

Cara, primeiramente tudo bem, como você tá?

Cara, tirando o calor, tudo certo!

Disclaimer

A entrevista abaixo contêm SPOILERS do livro As Torres de Wynlla, leia por sua conta em risco!

As Torres de Wynlla

Para começar a entrevista legal, mesmo que eu tenha lido o livro e esteja com as coisas frescas na cabeça para perguntar, queria que você o apresentasse. Fique à vontade!

Torres de Wynlla é um ótimo ponto de entrada para quem não conhece Tormenta, mas para quem é familiar ao cenário, acredito que vai servir para enxergar aquele reino de um modo diferente.

Até porque, por mais que Tormenta seja um cenário de fantasia medieval, tem espaço para muita coisa. Quem for introduzido no cenário pelo Torres vai conhecer um lado um pouco diferente da fantasia medieval mais “clássica”, e, de repente, pode acabar sendo levado a se interessar pela fantasia mais tradicional quando procurar os outros livros.

Uma história de aventura igual a um desenho animado

Quando a gente conversou na Taverna do Anão Tagarela, eu achei engraçado descobrir como os autores são convocados. Você escrevia desde livro sobre a sua vivência como professor até histórias de terror e então foi chamado para escrever um livro infanto-juvenil. Contudo, a minha impressão é que o Torres tá no meio termo de maturidade entre o Dado Selvagem e a Cidade da Raposa.

Considerando esses três como essa pegada dos novos autores de Tormenta, Dado Selvagem é o mais infantil, Cidade da Raposa é um pouco mais maduro (fala sobre drogas, vida adulta e etc), mas enquanto eu lia o Torres eu imaginava muito um desenho do fim dos anos 2000, ou início dos anos 2010, como Ben 10 ou Liga da Justiça Sem Limites. Algo voltado para adolescentes saindo da puberdade e entrando na vida adulta, que tem suas partes bobinhas, mas também tem assuntos mais sérios.

Eu queria saber se isso foi proposital, se você gosta de colocar isso nos seus livros ou se a sua inspiração foi outra e essa impressão foi errada.

Foi totalmente proposital. Eu quis fazer um livro que tivesse camadas de compreensão, mas não consigo nem afirmar se eu fui feliz nisso, pois não sei se o leitor vai reconhecer os subtextos dentro dele.

Por exemplo, se pegarmos os vilões Alcyanda e Vergil. Eu quis tornar os dois odiosos, só que não sei se um adolescente vai sentir tanto ódio deles, porque tem coisas que talvez um adulto consiga captar um pouco mais.

Tem toda uma leva de animações que seguem esse caminho de ter camadas. A criança assiste de boa, mas se você é um pouco mais velho, vai ver aquela aventura divertida como algo mais profundo.

Os desenhos do meio dos anos 2000. Inicio dos anos 2010 são muitos bons em retratar essas aventuras para adolescentes com lições de maturidade.

Fico feliz de ouvir isso porque foi o sentimento que tive. Eu estava lendo o livro, aí em um momento o Cidney perde o braço e eu tomei um susto. Não é algo que a gente espera em uma aventura para crianças e normalmente representa um momento de virada do personagem. Em Hora de Aventura algo do tipo acontece e é um choque.

Os Vilões do Torres

Você falou dos vilões, e uma coisa que eu fiquei curioso foi pela escolha deles. Quando li a sinopse, acreditei que seria um livro contra a Magocracia, de gente querendo derrubar essa “democracia”. Também é, mas tem muitas pessoas querendo levantar uma monarquia de novo (o que é mais real do que gostaríamos). E essas pessoas não tem escrúpulos para chegar aos seus objetivos, então eles se unem aos minotauros escravagistas e aos puristas.

Você disse que queria muito que a vilã fosse odiosa, mas tem muitos momentos em que a gente tá na cabeça dela. Quando você escolheu apresentar o ponto de vista da Alcyandra e dos vilões ao redor dela, qual foi o seu objetivo?

Vamos por partes. Você citou que tem um momento em que o leitor entra na cabeça da Alcyandra e tem um vislumbre do que passa na mente dela e do Vergil também. Eu acho importante esse tipo de coisa, porque tem algo que está caindo em desuso, que é o cara ser mau só porque ele é mau. Eu não queria colocar apenas duas pessoas que estão em uma posição elevada e por isso são maus, eu quis dar um porquê. Tanto é que talvez outras pessoas na situação deles se tornassem herois ao invés de vilões.

Principalmente o Vergil.

Ele vem muito da literatura e de filmes de guerra que eu consumo, principalmente os filmes de guerra revisionistas que colocam os soldados como herois de guerra que quando voltam não são ninguém. Juntei isso com as pessoas que fazem o bem, mas querendo algo em troca.

A Alcyranda, apesar de tudo, tem influência do meio em que foi criada. Ela é obrigada a repetir estereótipos para sobreviver naquele mundo, chegando a um ponto de odiar algo que ela é. Isso é bizarro demais, e eu quis passar esse paradoxo. Ela não escolheu isso, mas ódio não tem explicação.

Esses dois foram pensados desde o começo para serem vilões.

Quando comecei a preparar o livro eu não havia definido os dois, só que um deles viria do Conselho e o outro da Guerra Artoniana. Essa base estava certa, mas a quem estariam ligados não.

Só fui pensar nesse escopo quando me enviaram o capítulo do Atlas de Arton relacionado a Wynlla, então comecei a preencher as lacunas com informações que haviam lá.

Respondendo sua pergunta sobre os puristas e os minotauros: eu queria colocar uma escalonação de perigo e conforme lia o Atlas, percebia que havia alguns espacinhos que eu poderia usar.

O Tavikus é um personagem que tá no livro Vectora – Cidade nas Nuvens. Eu peguei ele, juntei com o histórico recente de Tapista e aí surgiu essa espécie de levante de Minotauros. Também fiz isso pensando naquela questão de quem perdeu algo que achava bom ficar revoltado. Os minotauros estavam em uma situação favorável até a escravidão acabar e não vão aceitar isso quietos. “Antigamente que era bom”, algo do tipo.

Os puristas, tirando a Tormenta, são o ponto máximo de perigo em Arton, com todo aquele radicalismo. Não havia porque usar a Tormenta no livro, então eu coloquei os puristas para serem o topo desse escalonamento de inimigos que o grupo se depara.

Tem muita coisa que surge conforme eu vou escrevendo. Por exemplo, o retorno do Alvar. Ele só apareceria no começo. Quem termina o livro acredita que ele é uma peça fundamental, mas a ideia de trazer ele de volta veio conforme eu escrevia. Eu o criei para ser um vilão pontual, mas ele ganhou uma vida que me encantou. Nem passado ele tinha, aquele histórico surgiu quando eu escrevi o capítulo.

Outro exemplo desse tipo é o Lamond ser irmão da fantasma que os protagonistas encontram. Essa ligação surgiu conforme eu escrevia e enriqueceu muito a história.

Vergil é um dos principais antagonistas do Torres, mas ele já havia aparecido nos livros como a representação da Distinção Mago de Combate.

Eu não havia pensado nisso, mas esses dois realmente pareciam que foram pensados dessa forma desde o início.

Valkaria vs Wynna

A gente conversou na CCXP sobre a subtrama que me fisgou e ao meu amigo Antônio (que terminou o livro antes de mim). Estou falando do prólogo, onde tem meio que uma guerra acontecendo entre Valkaria e Wynna, que me deixou muito curioso.

Wynna tem um nicho dentro dos alinhamentos e sempre foi muito Neutra. Ela não tem um lado, mas é boa, distribui magia para todo mundo. Valkaria normalmente é colocada como heroína, mas muitas vezes age como uma vilã. Da maneira que você colocou o embate delas, Wynna parece muito a vilã.

Não sei se você pensou alguma delas como vilã ou heroína, mas com vilã eu quero dizer a antagonista da história, porque Wynna não quer que o Cid encontre o que ele tá procurando e fica “irritada” por tudo dar certo.

Todo esse jogo de tabuleiro ao redor me lembrou muito as discussões entre Khalmyr, Nimb e os demais deuses no primeiro romance da Trilogia da Tormenta e em Holy Avenger: Paladina. Qual foi a ideia para ter o embate das duas?

São deusas que a gente nunca imaginou interagindo muito. Valkaria naturalmente tem ligação com todo o panteão, mas Wynna nunca pareceu ter algo contra alguém. O livro tem uma interação de irmandade muito legal com elas.

Enfim, o que você tem para falar sobre o relacionamento dessas duas deusas e dessas partes?

Eu coloquei as deusas por dois motivos.

Quando li Inimigo do Mundo eu surtei, porque, por mais que Tormenta tenha essa abertura, até o Inimigo do Mundo eu imaginava os 20 deuses do mesmo modo que as pessoas veem Deus no mundo real. Algo divino e acima de todos. Eu não os enxergava como algo falho, com desejos e tudo mais. Após a leitura, comecei a enxergá-los mais como deuses gregos e romanos.

Minha ideia inicial era apresentar as duas deusas só no final. Seria o plot twist: Valkaria manipulou toda a aventura vivida por Cidney e s outros.

Eu demonstraria isso do mesmo modo que os deuses aparecem naqueles filmes clássicos de mitologia grega dos anos 60 e 70, em que estão tomando um vinhozinho no meio de um lago, vendo os herois na água.

Mas aí em uma conversa com o meu editor, o Cassaro, ele sabiamente falou que como a gente estaria apresentando Tormenta para novos leitores, era interessante os deuses aparecerem antes, para o pessoal não chegar no fim da leitura e falar: “mas que diacho é esse de deuses conversando?”.

Quem conhece Tormenta ia entender de boa, mas quem tá entrando não. Então, o que seria o epílogo do livro foi particionado em quatro momentos: a introdução, o interlúdio, o epílogo e o fechamento do romance.

Sobre a mudança em relação a Wynna, foi proposital. O que eu tentei passar é que ela teme até onde os mortais conseguem ir sem a magia. Por isso ela baniu o Lawson, afinal, ele começou a ter avanços tecnológicos que não precisariam mais dela. Um exemplo é o Ferrugem, que é um golem teoricamente mágico, mas que de certa forma poderia funcionar sem magia.

Essa é uma visão que eu não tive. Eu havia entendido que ela estava incomodada com a tecnologia vindo para substituir a magia, mas não havia entendido que Wynna se sentia ameaçada por ela. E ai entra de novo naquelas questões que a gente não sabe se é proposital ou não, mas as Engenhocas no Tormenta20 simulam magias, então podem “substituir”. Tem dois inventores nos últimos dois livros que fazem coisas incríveis, mas que não são magias.

Até no momento em que o Cidney tá para baixo, se achando incapaz, a Dacila diz que ele consegue fazer coisas que nem ela que é maga conseguiria, usando apenas a Inteligência.

Sim! E ele simula um monte de magias. Pensando mecanicamente, usar “magia sem magia” deixaria Wynna pistola.

Eu não vi a questão mecânica em si, mas pensei dessa forma.

Desde sempre o embate era entre Khalmyr e Nimb. É interessante ver outros deuses com essa dinâmica!

Representatividade em Tormenta

O Cidney é o personagem principal. Muita coisa gira ao redor dele e por causa dele. A gente conversou sobre na CCXP, mas ele é um dos poucos protagonistas negros de Tormenta.

São poucos protagonistas negros, mas as coisas estão mudando, pois hoje em dia tem reflexões que não existiam antigamente. A cultura pop em geral está passando por isso e muita gente tá incomodada (o que mostra que estamos indo pelo caminho certo).

Mas realmente são tão poucos protagonistas negros que muita gente ao ver as primeiras imagens do Cid pensou que o Torres era um livro sobre o jovem Nargom.

A tendência é mudar, podemos ver que no próprio Torres tem entre os protagonistas o Cid, o Vergil e a Dacila, que são negros, além da Nasus, que não é preta, mas tem um tom de pele diferenciado.

Inclusive, ela era uma personagem que não existia no planejamento até eu escrever a parte que ela aparece.

O livro em si teve muita surpresa pra mim, porque muita coisa surgiu durante a escrita. O Cid não perderia o braço, eu decidi na hora que aconteceu. Como isso aconteceu, ele teria que ganhar um novo, e aí veio a tia dele com essa função.

Enquanto eu escrevo, as ideias surgem.

Por exemplo, o grupo de aventureiros que coloquei no prólogo do livro era pra ser um grupo aleatório, mas quando cheguei na parte em que a Nasus conta a história do grupo dela e do avô do Cidney, eu juntei com essa parte da introdução. Eu acho que enriqueceu ainda mais a trama, para mostrar como muitas vezes Valkaria é perversa. Ela tá mexendo todos os pauzinhos para Wynna aceitar o que ela quer, fazendo a irmã pensar que foi por acaso.

No fim, Wynna tá lá “pô, minha irmãzinha, perdi”, e Valkaria tá com a face plena aceitando a vitória.

Ferrugem e Data, sempre tentando entender a lógica dos feitos de carne.

Família Tradicional Artoniana

Você falando que a Nasus foi pensada no meio do livro me deixou surpreso, porque “não é necessariamente a família tradicional artoniana” parecia uma passagem pensada, com antecedência. É bem legal que a família do Cidney seja composta por um avô goblin, uma tia centaura e um golem deformado.

Falando no Ferrugem, você disse para mim no podcast que ele seria um personagem que o pessoal ia gostar bastante e isso se provou verdade. Ele tá ali para resolver muitos problemas, salva muita gente da morte certa e tem um dilema muito legal, de personagens como o Data do Star Trek, que leva tudo no literal e que estão montando um senso crítico.

Qual foi a sua maior inspiração para ele?

O Ferrugem é a junção da teimosia do Obelix com a curiosidade do Data de querer compreender o mundo. Ele fica indignado quando algo está acontecendo e aparentemente não tem sentido.

Além disso, tem o temperinho que surgiu no meio da escrita, graças a minha noiva que me perguntou se o livro teria piada. Até então não teria, mas por causa da pergunta dela eu coloquei.

A Dacila foi baseada na sua esposa então? Porque ela é a única que presta atenção nas piadas do Ferrugem e ri.

Pior que não foi, hahaha.

Os Novos Titãs, escritos por Mark Wolfman

O motivo dela ser a única que ri foi uma tática de escrita que eu aprendi com o Marv Wolfman, um roteirista de quadrinhos das antigas, que criou os Novos Titãs. Lendo uma entrevista há muito tempo fiquei fascinado em como ele criou a equipe, fazendo uma escala de proximidade entre os personagens.

No caso do Torres eu defini que o Cidney não ia achar nada engraçado, a Gnal uma coisa ou outra e a Dacila riria de tudo. Daí a relação fica mais fácil, porque se você coloca uma comédia, você já sabe como eles vão interagir.

Essa escala pode ser usada para qualquer aspecto, inclusive os combates. Por exemplo, o Cidney tem uma pistola, então ele ataca de longe. A Dacila tem os bastões e a magia, então ela pode combater de perto e longe. O Ferrugem só de perto pois usa os punhos. Por fim, a Gnal nunca ataca. Com isso consigo criar boas cenas de ação, além de poder subverter as coisas, colocando o Ferrugem para enfrentar alguém que bate de longe. Ele precisando pensar em como atacar o inimigo a distâcia, isso dá um destaque maior em cenas de ação.

Subvertendo a expectativa no combate

Isso até ajuda a subverter as coisas, porque quando o Ferrugem enfrenta o elfo de pedra ele resolve na conversa e o Cid quando ganha o braço novo dá uma porrada.

Aproveitando o gancho, como você escreve bem cena de luta!

Muito obrigado, hahaha.

Tem gente que não gosta de escrever essas cenas porque dá um trabalho danado, mas acho que é a parte que eu mais me divirto.

Você tem uma ótima visão espacial e tem saídas criativas para os combates. Mesmo com essas subversões que você falou, quando o Ferrugem começa a apanhar da pra saber que é porque tem alguma coisa errada.

Inclusive, nesse capítulo que você tá citando, eu me desafiei a escrever como se fosse um plano sequência de filme.

Eu costumo colocar muita quebra nos capítulos, então se tem uma luta, foco no Cid, ai ponho um quebra, vou pro Ferrugem, coloco outra quebra, volto o foco pro Cid e por aí vai. Isso é o normal da minha escrita, por que sou um leitor de ônibus e leitor de ônibus sabe que é uma merda você estar no meio do capítulo e ter que parar a leitura para descer no ponto.

Contudo, essa cena em específico que você citou (talvez a luta mais épica do livro) não tem quebra.

Acho que só no final, quando tem a “morte” do Ferrugem.

Que é algo que me deixou muito apreensivo, afinal, o Ferrugem era o ponto de segurança do grupo. Quando acontece, o leitor fica doido, pensando no que pode acontecer.

É muito importante que esse combate aconteça perto do fim, pois luta chama mais atenção do leitor, contudo, o desfecho do livro não poderia ser apenas uma pancadaria. É por isso que no final, o Cid vence um conflito na fala e com inteligência e não na força.

A magocracia de Wynlla é bem burocrática, mas não deixa de ter pessoas sábias.

Tem uma senhora nessa cena final, inclusive, que eu acho que nunca foi citada. Ela dá moral para o Cid, deixa ele falar e eu achei muito legal porque para o plano dele dar certo ele teria que ser ouvido.

Sim. Tanto que essa senhora chama ele de inocente por pensar que não poderia ser parado, mas ela apresenta diversas formas diferentes de fazer isso.

Ela já existia sim, eu tirei do Atlas. De personagens criados por mim tem os quatro principais, a Nasus, o avô do Cid, Alvar, os dois vilões e eu acho que só.

O Vergil apareceu antes na Dragão Brasil como a ilustração do Mago de Combate. Inclusive, só fui perceber que era ele depois de ler o livro. O Cid também apareceu antes no Ameaças de Arton na página de Golens despertos.

Sim! E o pior é que quando a imagem saiu eu não sabia se podia falar ou não, hehehe.

Continuando sobre o plano do Cid: muitas vezes para as pessoas ascenderem precisam de oportunidades para serem ouvidos e, a partir daí, elas conseguem.

Sim. No começo do livro já é visível que o Cidney tem muito potencial, afinal, ele venceu o torneio. Contudo, a fala preconceituosa é tão forte que ele não consegue ver a importância que é vencer um torneio tão disputado.

Esse começo do livro fica melhor ainda quando percebemos que é uma insciente falando para outro insciente de um crime que não existe. “Você tá lutando com um Golem que não é mágico” mas, na verdade, ele é! Tanto que quando a Dacila usa Visão Mística, ela vê isso, mas ninguém em Wynlla teve esse cuidado.

É o puro preconceito. Viram aquele “troço” diferente do padrão e começaram a rir na hora, a preocupação só surgiu conforme ele foi vencendo as lutas.

Existe um pequeno detalhe para evitar o furo. Quando a Alcyanda desce e o Cid pede pro Ferrugem descansar, ele tira a esfera do golem, que é o componente mágico dele.

Então, se alguém tentou usar o Visão Místico depois disso, não viu que ele era mágico, porque ali só estava a parte mecânica e mais nada.

O avô do Cid tava dentro da esfera o tempo inteiro? Ou foi adicionado no meio do livro também?

Não, ele estava o tempo inteiro.

Hoje em dia, ninguém duvida que Anões podem lançar magia!

Anões e Magia

O preconceito mais “fácil” de colocar no livro é o do Cid porque ele é insciente e a gente liga muito a nossa realidade, comparando com a questão racial, mas o que me pegou de surpresa foi a Dacila. Eu não esperava o preconceito dos magos com os anões. Tem a destruição da Escola de Semi-Humanos pelos vilões, a Dacila ser uma maga com apenas duas magias e etc. De onde vem isso?

A escola vem do antigo Reinado D20. Quando eu reli e depois li o Atlas, percebi que tinha coisa em um que não estavam no outro. Quando indaguei o Cassaro: “Tem algum motivo para a escola não estar mais aqui?”, ele falou que saiu porque não tinha espaço para colocar tudo no Atlas e que no antigo Tormenta existia esse preconceito dos magos com anões, achando que eles não podiam lançar magia, mas isso não existe mais atualmente. Daí perguntei se poderia colocar que esse problema ainda existe no pessoal mais velho e assim trouxe a escola de anões de volta, criando o motivo dela não tá no Atlas (já que foi destruída) e o preconceito contra a Dacila.

A Dacila foi um presente. Tem muita amiga minha que ficou feliz de vê-la na capa. Ela é tão interessante que às vezes rouba o protagonismo. Tem planos de trazer ela em uma conto a parte?

Se encomendarem e me pagarem, estou disponível pra bastante coisa, hehehe. Tanto que na Dragão Brasil 211 teve um conto sobre o adversário que tomou porrada do Ferrugem no início do livro.

Isso me lembra um nicho específico que são fan games de personagens aleatórios de jogos clássicos, como Abobo’s Big Adventure e Green Biker Dude, que são baseados em personagens secundários.

Alcynda voltará?

Vamos falar sobre o gancho que você colocou na história. A Alcynda tá engatilhada para voltar. Ela tá presa na masmorra de Valkaria e uma hora vai sair. É como a gente comentou, Valkaria tanto traz a solução como o problema.

Essa foi mais uma daquelas questões que eu queria acrescentar ao cenário. Tem até a chance dela voltar, mas pra mim foi mais interessante colocar a possibilidade do jogador trazer ela de volta do que pensar em outro livro. Ela tá lá, se alguém quiser pode fazer uma aventura com isso.

E se voltar, vai vir chutando bundas pra caramba, muito nervosa e mais forte.

Tem uma coisa que muitos autores de fantasia voltados para RPG fazem, e você fez muito bem, que é dar gancho de aventura.

Isso foi totalmente planejado, pois Tormenta, essencialmente, é RPG. Eu queria muito acrescentar não só para o lore, mas também para o jogo.

Só nesse livro, os jogadores podem usar em suas mesas o Conclave Vermelho, o final da Alcyndra, o Lawson, os escravagistas do submundo de Vectora.

O Submundo de Vectora

Esta questão de pessoas a venda coloca em pauta um dos personagens mais amados do cenário, que é o Vectorius. E isso é muito bom! Eu não gostaria que o Vectorius fosse um “Elon Musk” de Arton que o pessoal vê como alguém muito bonzinho.

Acredito que a escrotidão do Vectorius ficou clara.

Uma passagem que eu me orgulho é quando eles estão vendo a encenação da criação de Vectora. O que é mostrado é muito pomposo e a Alcyandra fica pensando que a encenação não mostra os acordos que ele fez e etc.

Eu gostei bastante dessa cena. Eu ouvi algumas pessoas comentando “Pô, Vectorius, um dos heróis que enfrentou a Tormenta, faz vista grossa para a venda de escravos?” Sim! Tem muitos amigos meus que gostam do Vectorius por ele ser esse cara que veio do nada e construiu Vectora com magia e suor do próprio trabalho.

Essa ideia já existia em livros antigos, eu só trouxe à tona no meu para fazer ligação à Deusa do Labirinto.

Por isso fiquei em dúvida. Não sabia se era algo já presente no cenário ou se foi criação sua. Mesmo sendo algo antigo, pouca gente fala.

O antigo livro do Reinado é muito rico! Na época que eu jogava 3D&T mais fervorosamente usava muito ele.

As Várias Faces do Fascismo

Algo que tivemos problema na comunidade foram pessoas querendo jogar de Puristas e fazendo falsa dicotomia da época que dava pra jogar de Minotauro, mesmo sendo uma raça de escravistas. Os três últimos romances falam sobre temas que me surpreenderam muito por terem sido abordados. Dado Selvagem entra na questão do preconceito com imigrantes, você aborda várias facetas diferentes do fascismo e de estruturas de poder opressoras, de uma maneira que eu não esperava.

Quando tu trás essa outra face do Vectorius e coloca que ele tem que se dobrar às burocracias “calado”, eu achei muito interessante.

A galera, às vezes, tem uma visão muito distorcida da realidade… Eu sou meio descrente com algumas coisas. Acredito que a pessoa, para atingir certos patamares, ou teve que se sujar em algum momento ou alguém teve que se sujar por ela.

E o Vectorius teve que se sujar para criar Vectora, isso mesmo é citado no Atlas. Muita gente não entende o peso disso até ler em um romance.

A relação dos dois foi muito abalada pelos eventos recentes…

Aproveitando, você respondeu outra pergunta no livro, que é onde raios tava o Talude! Enquanto o Vectorius tá de cabelo branco com saudade do namorado, você mostrou que ele tava de boa em Magika, hehehe.

Eu tinha que preencher o espaço naquela cena, e decidi colocar o Talude lá relaxando com a deusa dele, hehehe.

O Arquimago dentro da Máquina

Mudando de assunto, tem algo que eu queria falar. Para mim, o Karias Theuderulf aparecendo da estátua foi um deus ex machina. Eu pude imaginar o Cristo Redentor levantando e falando: Milícias do Rio! Vocês estão errados!

Não acho que foi ruim, mas quando eu li a parte dele saindo da estátua e resolvendo o problema entendi como um deus ex machina. Meio como Hermes entregando a Molly para Odisseu. Mas eu queria entender o por quê de usar esse artifício dessa maneira, qual foi o pensamento?

Tem alguns pontos ai. Ele foi usado assim porque no Atlas é falado que isso é algo que acontece com certa frequência (para fins de consulta, veja Atlas de Arton pág. 111). O segundo ponto é um detalhe que não é perceptível na primeira leitura, mas no capítulo 3 é citado que o Karias poderia aparecer.

A estátua dele já é mostrada lá.

A distância entre as citações pode causar esse estranhamento, então, se você sentiu isso, pode ser algo para eu me atentar no futuro, mas eu tive essa preocupação para não parecer um Deus Ex Machina.

Valkaria até fala depois que Se Wynna não quisesse que isso acontecesse, não teria dado para o espírito do Karias possibilidade de agir assim.

Aspectos dos Deuses

Algo curioso é que nos últimos lançamentos de Tormenta, inclusive o Deuses de Arton, tivemos um uso regular dos Aspectos dos Deuses, da diferença entre eles e os Avatares. No Torres aparece dois Aspectos de Valkaria apresentando uma maneira clara de como eles são usados.

Quando escolheu colocar eles na história, já sabia dessa cosmovisão dos Aspectos ou foi algo pedido para ser colocado?

Então, Aspecto e Avatar são diferentes, mas eu não tinha a mínima ideia, só fui descobrir estudando para escrever o livro.

Mas, de qualquer forma, teria a presença divina de forma física na história. Eu só decidi colocar essa diferenciação quando li o Atlas ou o Ameaças, não vou lembrar. De repente, foi até em conversas com o Cassaro.

Algo que eu acho interessante é que todos os Aspectos que aparecem morrem fora de cena e tu percebe que era ela quando nota o anagrama no nome.

Respondendo a dúvida anterior, sobre ordenarem que eu escrevesse sobre os aspectos, isso não existiu.

Na verdade, eu tinha muita liberdade, a única “imposição” era que a trama se passasse em Wynlla.

Isso me deixa feliz, eu tinha muito receio que vocês três (Lucas Borne, Kali e o J.V) tivessem pouca liberdade, mas pelo menos dois de vocês me falaram que tinham muita.

Valkaria é simplesmente incapaz de não dar pistas de seu envolvimento.

O Futuro de Torres

Dos três últimos livros que saíram, acho que o seu é o que mais mexe com o cenário em si, mesmo que seja naquele microcosmo de Wynlla. Eu queria saber, se Guilherme Dei Svaldi chegasse pra você e falasse: “J.V, esgotou todos os nossos estoques de Torres de Wynlla, o livro foi um sucesso, a gente precisa de um segundo, começa a escrever, pode pensar na trama e brincar a vontade, só precisa ter os mesmos personagens“.

Como você seguiria a história?

Antes de responder, só vou comentar uma coisa.

Eu enxergo os três livros para faixas etárias bem diferentes. Não acompanho tanto redes sociais e eu não sei se foi divulgado dessa forma, mas não acho que o livro da Kali e o meu são voltados para o mesmo público base.

Como eu comentei, o seu eu acredito ser mais parecido com um desenho dos anos 2010, o da Kali me tem algo que parece mais um desenho mais jovem, e o do Lucas parece uma historia mais madura.

Batendo papo com a Kali, eu comentei que acho que ela foi mais feliz em pegar um público mais abrangente. Assim como eu acredito que Joia da Alma é ótimo livro de entrada para Tormenta, por também abraçar um público maior do que os livros do Leonel até aquele momento.

Sobre a pergunta do convite: tudo depende do modo que vai ser feito hehe. Colocando um cenário como o primeiro, me dando liberdade para escrever o que eu quisesse, a única certeza que eu tenho é que o Cidney e o Ferrugem iriam continuar, porque eu enxergo eles como Asterix e Obelix, uma dupla que passa por diversas aventuras. Já os amigos podem voltar ou não em outras aventuras.

A outra certeza é que um segundo livro não teria um foco tão grande em preconceito como o primeiro, para não virar algo repetitivo. No final do livro, o Cidney tá bem resolvido com isso, mas pode ser que depois de muitos anos ele tenha que lidar com isso de novo. Como, por exemplo, se tiver um filho e precisar se preocupar com a criança passando pelo mesmo que ele.

Eu acho importante que um segundo livro, se existir, lide com outros assuntos, até para evitar comparação com o primeiro. No segundo, a galera já vai esperar algo, então eu tenho que ir por outro caminho, para gerar a surpresa.

Agora, onde se passaria o livro eu não tenho como falar, porque gosto de pensar na trama lendo o Atlas e o Reinado para saber o que a região que eu estou escrevendo tem para oferecer. Wynlla ainda tem muita área para explorar, mas o que não falta são regiões em Arton com potencial para histórias.

Quem sabe as Sanguinárias, ou o Império de Jade com seus Kaiju.

Imagina Ferrugem lutando contra um Kaiju como um robô gigante!

Conclusão

Cara, para finalizar, eu queria que você usasse o espaço para falar do teu trabalho e fazer teu marketing. Fica à vontade!

É sempre bom receber feedback da galera, porque na nossa cabeça tudo é muito claro no livro. A gente tenta ao máximo deixar tudo compreensível, mas uma coisa ou outra pode não ter funcionado tão bem quanto o esperado e com um bate-papo a gente absorve os feedbacks para não cair nas mesmas armadilhas.

Fico muito feliz de poder participar de podcasts, entrevistas e etc, até para deixar mais informações sobre o livro na internet. Já aconteceu várias vezes de eu ler uma obra e não achar nada sobre ela.

Estou sempre disponível no Instagram para conversar com quem quiser.

Sobre os projetos para Jambô, eu escrevi o conto na Dragão Brasil 211. Ele se passa em Wynlla e é sobre um personagem “quartiário” do Torres de Wynlla.

Na Amazon tem muito conto e livro meu para ler no Kindle. Tem fantasia medieval, investigação sobrenatural e ficção científica. Quem gostou das cenas de ação do Torres, leiam Satélite 616 e Planeta Odarus que são livros de ficção científica sobre mercenários espaciais que usam armadura estilo Halo e caem na porradaria franca.

Para o pessoal da fantasia medieval, tem o Desgarrados: A Caçada Prateada. Ele começa num velório e cai um raio onde a princesa está morta. Ela acorda com o corpo todo prateado, mergulha e nada em direção ao continente obrigando o imperador a enviar um Samurai para matá-la. Pelo caminho ele  encontra dois companheiros que o auxiliam nesta jornada. Esse trio do barulho vai arrumar altas confusões atrás dessa Yokai.

Muito obrigado pelo papo, J.V!

Eu que agradeço, obrigado pelo feedback.


Torres de Wynlla já está disponível para compra no site da Jambô Editora! Quando for lá adquirir, use o cupom mrpg10 para garantir 10% de desconto!

Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PadrimPicPayPIX ou também no Catarse!

Assim, seja um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos como participar de mesas especiais em One Shots, de grupos ultrassecretos e da Vila de MRPG.

Além disso, o MRPG tem uma revista! Conheça e apoie pelo link: Revista Aetherica.

Entrevistador e Transcrição: Gustavo “AutoPeel” Estrela
Revisão: Raquel Naiane.

Fel Barros – Samba Estúdios – Entrevista

Designer dos jogos de tabuleiro de God of War e Narcos, Fel Barros é game designer e fundador da Samba Estúdios. Também foi anunciado, ano passado, que ele e seu estúdio vão ser os responsáveis pelos board games de Tormenta, anunciados durante o Financiamento Coletivo de Tormenta 25 Anos. A nossa especialista em jogos de tabuleiro, Karina Matheus, entrevistou o Fel ano passado para saber mais detalhes e também para falar sobre a trajetória e preferências dele.

Samba Estúdios e Tormenta

Fel, muito obrigado por conceder essa entrevista! Então, assim, a gente está aqui hoje para falar sobre os jogos que vão ser lançados para o cenário de Tormenta. Então a Jambô anunciou que vão ter jogos de Tabuleiro.

Deixa eu te contar um pouquinho só da minha história. Eu não sou jogador de Tormenta20, tá? Eu sou lá do 3D&T original, lá de trás. Quando tormenta surgiu, eu estava lá, a pequena Karina, jogando, e a minha história com os materiais de Tormenta é de muito de carinho e amor.

Então eu fiquei muito, muito feliz de a gente estar vendo esse crossover tão legal de RPG e jogos de Tabuleiro. E isso está acontecendo cada vez mais. Está fervilhando no nosso cenário. E aí eu queria começar te perguntando, o que já pode ser falado e o que que você já pode me contar?

Então, acho que é importante a gente começar com essa parte que eu. como jornalista, né? A gente quer novidade, que é informação e tal. Mas assim, oficialmente falando, a gente ainda não vai fazer nenhum anúncio oficial.

A gente não vai tá: Ó gente, vai sair na data tal, um jogo assim, assim e assado”, entendeu? Mas o que a gente, pode falar, é que são informações públicas, é que a gente criou uma parceria da Samba com a Jambô. Eu conheço o Svaldi (Guilherme Dei Svaldi) e a Karen (Karen Soarele) há bastante tempo também. O Caldela (Leonel Caldela) eu conheci recentemente. Mas assim, são pessoas que eu tenho muito carinho, que eu gosto bastante.

Eu já tenho muitos anos, né? E jogando Tormenta. Então, quando a Karen veio conversar comigo, foi um sim muito óbvio, né? “Não, vamos fazer, claro”. E uma coisa que eu acho que falando com você, a gente consiga ter um alcance maior, é que já existem dois frutos dessa parceria, né?

Tá disponível no site da Jambô dois jogos da minha autoria, que é o Catacumbas de Leverick e o Invasão a Doherimm. E os dois são todos 100% gratuitos e estão disponíveis para qualquer pessoa jogar gratuitamente.

É só ter um set de dados de RPG, né? O D20. E eles são no estilo que a gente chama de Roll & Write. Que você rola os dados e vai marcando em uma folhinha de papel e tal. Então, se você não quiser nem imprimir folha de papel, não tem impressora em casa, pode jogar marcando no PDF mesmo.

Mas assim, a parceria já começou, desde da época do apoio que a Jambô tinha sofrido com as enchentes da região. Os jogos entraram como metas da campanha, foi muito legal. E o que eu posso falar, respondendo a sua pergunta, né, mais objetivamente, eu posso falar que, é. Podem esperar coisas de alto calibre.

Eu estou a 10 anos trabalhando com Jogos de Tabuleiro oficialmente. Mas eu estou há 17 anos no hobby, né? Já tenho bastante jogo, bastante coisa que eu fiz. E é muito legal ver como a Jambô tem uma preocupação editorial parecida com a nossa. De fazer produtos com muito carinho, com muito cuidado. Com muito respeito à propriedade intelectual e pensando muito na comunidade, o que a galera quer, o que o pessoal espera e tal.

Então, respondendo objetivamente, a gente vai entregar: Jogos de alto padrão pro mercado nacional, com certeza.

Legal! Disso que tu me contou eu estou com umas dez perguntas aqui na cabeça. Mas eu queria começar por: como é que foi? Tu disse que quando vieram te convidar foi um “Sim! Sem dúvidas!”. Mas tu falou um pouco das tuas preocupações, o que vocês conversaram? A gente citou algumas coisas que são importantes pra ti: qualidade, como suporte a comunidade. Tiveram mais pontos que vocês alinharam? Como por exemplo: “Quero fazer esse projeto e quero atender isso aqui”.

É então, primeiro que não tem um jogo de tabuleiro de Tormenta. Isso é um ponto meio passivo da história. E eu penso assim: “Pô, o negócio tem 25 anos, é o maior RPG do Brasil.” O board game no Brasil ele vem em uma ascensão exponencial a cada ano, então pensar que não existia um jogo de tabuleiro de Tormenta era um lance meio… Como eu vou dizer… Meio surreal pra mim, até.

Então quando eu saí da empresa que eu trabalhava, eu tinha um contrato de exclusividade, não podia trabalhar para terceiros. Então quando eu sai da CoolMini em Abril, não deu nem um mês, a Karen Soarele, que já me conhecia, chegou em mim e falou: “Pô Fel, a gente tem a campanha do Tormenta25 vindo ai e tal. A gente queria começar a fazer jogo de tabuleiro, o que você acha?”. Foi dai que veio esse sim instantâneo.

Os jogos de tabuleiro de Tormenta foram uma das surpresas do financiamento coletivo de 25 anos do cenário.

Mas teve uma questão muito relevante para mim principalmente. Que eles querem um produto legal, assim como eu. Então a gente tem um tempo para conversar com calma, depois que a campanha passar para ver como a gente vai fazer.

Porque a minha preocupação inicial, como jogador e não mestre de Tormenta, que tem 72 livros decorados, mas eu sei que é muito grande e tem um monte de recorte temporal dos romances e tals. Então assim, tem uns 300 jogos que a gente pode fazer só com o que já existe de Tormenta.

Então essa questão de: Como é o recorte? Qual o foco? Como é que a gente vai fazer esse processo e limitar o escopo. Porque um board game tem muito mais limitações do que um RPG, em sentido do produto.

É uma caixa, o que você tem, tem muito mais regra. Ele é mais nichado. O RPG você pode chegar e contar uma amplitude de conteúdo, você pode contar 70.000 anos de historia nas linhas ali que eu tenho um mestre para preencher as lacunas. No board game a gente não tem isso, não tem as lacunas, tem que estar todas preenchidas e tem que estar fechado a vácuo. Então a gente ter esse recorte é muito importante.

Catacumbas de Leverick e Invasão a Doherimm

Os jogos que já saíram ambos foram por metas, né? Eu consegui testar rapidamente o primeiro, o segundo chegou pra mim, mas eu não consegui jogar (na data da entrevista, o segundo jogo Invasão a Doherimm tinha acabado de sair), mas eu acho muito gostoso esses jogos que dão a coisa do RPG, do jeito mais rápido, né. Eu tenho vários jogos aqui em casa que são jogos de masmorra, que são de rolar dado e de aleatoriedade. Que você tem a sensação de jogar varios dados na mão e ver o que acontece. Então eu achei eles bem inspirados. Então, os dois saíram por metade campanha, né?

Foram sim, eu gosto muito do gênero. Pelo Ray Watt e pelo Jordy Adan, que é um grande amigo meu. E que fez o Cartógrafo, que talvez seja o roll and write mais famoso do mundo. Eu já tinha jogado alguns, mas acho que o Cartógrafo é meio que um divisor de águas para mim. Não só pela minha relação pessoal, mas também pelo jogo ser muito bom.

Um fato curioso. Na Covil Con que é um evento que é organizado em Divinopolis em Abril. Cerca de 170 pessoas jogaram Cartógrafo ao mesmo tempo. Então é genial, quantos jogos você pode falar que tantas pessoas jogaram ao mesmo tempo. E o roll and write tem um fator que eu também acho muito maneiro, que é o fato democrático. No sentido que se você tem um conjunto de dados de RPG em casa, você não precisa nem imprimir, você já consegue jogar.

Então como um primeiro projeto, eu acho que a gente foi bem feliz em fazer esses print n’ plays, e foi uma forma bacana de eu interagir com a comunidade de uma forma mais… Na prática do que “esse cara aqui gosta de fazer jogo”. Não! Foi um “Olha, tem um jogo aqui, feito com carinho, pensado, não sei o que”. É muito simples, claro, não é um jogo que ficou anos debruçado fazendo. Foi um jogo bem mais rápido. A gente teve um apoio do pessoal do design gráfico, a gente teve um apoio da galera do negócio acontecer rápido.

Mas foi pra sentir na comunidade. A gente teve vários feedbacks positivos, foi legal ver como a galera engajou. A gente fez uma live do pessoal jogando. Teve outra ensinando o Invasão a Doherimm também. Então a gente tá bem animado com a propriedade intelectual e com os jogos que a gente consegue fazer.

Também foi falado no anúncio sobre jogos com diferentes custos, buscando diferentes públicos. Eu sei que tu me falou que você não pode contar quase nada, que não tem quase nada também definido ainda. Há essa preocupação de fazer jogos mais em conta (inclusive gratuitos como o print n’ play que foi lançado). Mas há algum planejamento do que vai ter ou ainda não tem nada definido?

Não tem nada escrito em pedra, mas é uma preocupação editorial nossa, tanto da Jambô quanto minha. A gente não quer que a única opção possível seja um jogo de R$ 1.500,00, porque limitaria muito o público.

Se a gente conseguir fazer tanto um jogo de carta, ou um roll and write, que é um bloco, uma caneta e um conjunto de dados. Ou jogos maiores de aventura com uma caixa grande e tals. Mas isso é eu falando como fã, a gente ainda não tem nada definido, sinceramente.

A gente tá no processo, e mesmo na linha editorial de Tormenta tem essa preocupação. Tem o livro mais deluxe, um livro mais simples, e a gente enquanto empresa também fez um jogo de R$ 100,00 e agora fez um kickstarter em dólar, e vamos anunciar um mais caro que um de R$ 120,00. É uma preocupação mais global de editora de não alienar o público e conseguir atingir faixas de preço diferentes.

Você prefere vencer dos seus amiguinhos ou chegar junto com eles em um mesmo objetivo?

Jogos Competitivos vs Jogos Cooperativos

E tem alguma ideia se vão ter jogos cooperativos ou se serão só competitivos, se vai ter modo solo?

Modo solo é given, não dá pra garantir que todos, mas 90%, 95% dos jogos vão ter modo solo. Porque é uma tendência do mercado. A gente vê que existe uma comunidade gigante de pessoas que jogam sozinhas.

As vezes é uma questão geográfica, que você tá em uma cidade que não tem muita gente para jogar, ou às vezes, até a vida adulta, né? Que às vezes tem que esperar juntar seis pessoas para jogar, e você tá na sua casa e aí decide abrir a parada para jogar.

Então o modo solo é uma praticidade que a gente não pretende abrir mão. Sobre competitivo e cooperativo, pessoalmente eu sou muito fã de jogo cooperativo, admito, eu amo cooperativo. Mas não vamos nos restringir a apenas um gênero, de maneira nenhuma. Até porque o cooperativo é um pouco mais próximo do RPG, já que tá todo mundo em um objetivo comum de escrever uma história legal.

Mas o mundo é tão rico que temos oportunidades de trabalhar os reinos, as guerras, os heróis e outras coisas específicas que podemos trabalhar de maneiras diferentes. O Board game tem uma gama de mecânicas que podemos usar e dada a riqueza do universo, não faz sentido a gente restringir a só um deles.

Eu trabalho com jogos de tabuleiro na parte mais profissional (além do trabalho com o Movimento RPG), e os cooperativos são excelentes para outros trabalhos que a gente faz, e eu tenho tido cada vez mais carinho pelos cooperativos. Porque existe uma fase na minha vida que só os competitivos importavam, porque eu queria ganhar. Mas aí, de repente, não sei se a minha bolha começou a gostar muito de jogar jogos cooperativos. Porque a gente pode pensar em conjunto também, mas o que a gente mais quer ver são jogos diferentes entre sí, que podemos competir, cooperar, jogar solo, tudo dentro do universo de Tormenta. Quanto mais mecânicas tiver, melhor.

Cangaço, jogo de Sanderson Virgolina, lançado pela Buró com arte de Dan Ramos

Artes dos Board Games

Bom, já tem definido quem vai fazer as artes. É muito diferentes pensar em jogos de tabuleiro e RPG. A equipe da Jambô, que faz as coisas de RPG, já estão mais envolvidos? Como é que é essa questão de equipe.

É muito cedo para dizer, mas eu conheço o Dan Ramos, que é o diretor de arte da Jambô, há muito anos, eu gosto muito do trabalho dele e ele tem um jogo incrível que é o Cangaço, que saiu pela Buró. Um trabalho lindo dele.

Eles tem artistas muito legais, e a parte gráfica vai ser mais internalizado. Mas o universo de Tormenta tem muitas artes e artistas incríveis e queríamos muito trabalhar com eles, mas a gente precisa ter o jogo primeiro para definir isso. Mas com certeza, independente de como vai ser feito, vamos trabalhar em quatro mãos. A gente vai trabalhar isso junto.

Já jogamos durante a Guerra Artoniana, imagina um jogo de tabuleiro no período?

Momentos de Arton

Tu já falou um pouco sobre. Mas existe alguma linha pensando em momentos icônicos? Há diversos períodos importantes, como a Guerra Artoniana, mas há jogos inspirados em momentos como esses.

Nesses 10 anos de autor eu trabalhei em uma boa quantidade de propriedades intelectuais, como Narcos, da Netflix, God of War, Marvel, DC, já trabalhamos com a Disney algumas vezes. Já trabalhamos com um RPG sueco chamado Trudvag, e uma das coisas que eu sempre falo com essa expertise de ter trabalhado com outras IP. É que muita gente vê como pejorativo, que é o fan service. Então você, fã de Tormenta, o que você gostaria de ver em um jogo de tabuleiro?

Tirando o chapéu de dono da Samba e diretor criativo, colocando o meu de fã. Tem muita coisa que eu acho muito legal do que eu acompanhei. Como a estátua da deusa de Valkaria que tinha uma masmorra gigante dentro. A questão da Flecha de Fogo, os próprios reinos, o universo expandido, além dos reinos, outra galera ao derredor, teve mestre Arsenal que matou Keen e se tornou deus da guerra. Tudo isso podem ser jogos por si só.

Então podemos explorar diversos cenários, o surgimento da Tormenta, a libertação de Valkaria, etc… O que eu posso dizer com certeza, é que vamos bem fundo do lore e dos momentos icônicos do cenário. Inclusive no nosso time, o desenvolvedor do jogo de Invasão de Doherimm, é mestre de Tormenta e tá marcando de voltar a nossa campanha que já jogamos com ele, o Tato (Um abraço pro Tato!), então temos um inhouse specialist no negócio. No final das contas, é um trabalho de conversa, porque não basta ser um momento icônico se quando você coloca em um tabuleiro você tá forçando a barra.

As mídias são muito diferentes e você tem que ver o que é melhor para o jogo de tabuleiro, mas tem coisa que não vai ficar legal, que é muito narrativo ou é muito sobre historia. Tem uma frase que eu gosto muito que as vezes falam que é:

“Eu preferia estar jogando RPG.”

E isso a gente não quer, a gente já tem um RPG incrível que todo mundo joga e é feliz. Então o que o jogo de tabuleiro tem a oferecer que talvez não ficaria tão bom em uma mesa. O que poderíamos fazer que seria mais acessível? Ou o que poderíamos fazer para levar a galera a conhecer Tormenta depois. A pessoa que não joga RPG ou a que não joga jogo de tabuleiro e vai começar por Tormenta.

Então a gente vai pela fan base, pela comunidade. “Ah não, tem um deus menor que ninguém lembra e é esquecido”, vai aparecer no negócio. Toda propriedade intelectual que a gente trabalha a gente vai bem fundo para pegar o que é o melhor, a opção mais legal.

Se você pegar os jogos que a gente fez, sempre tem um recorte. No jogo do God of War, nós pegamos o primeiro jogo do PS5, e o nosso recorte era aquele pedaço ali. E como Tormenta também aquela marcação dos romances, nós vamos definir em qual recorte vamos. E tem bastante para a gente pegar, e com certeza os momentos icônicos estarão envolvidos nisso.

Existe público para todos os jogos. Esses tempos a gente gravou jogando um daqueles jogos antigos de tabuleiro de D&D. Que nem chegou para eu jogar quando era criança, e eu fiquei pensando em quantas pessoas poderíamos apresentar o RPG para as pessoas usando o jogo de tabuleiro para isso. Vai ter o público que vai falar: “Ah eu prefiro jogar RPG”, mas vai ter outro público que vai ser apresentado ao RPG pelo jogo.

Os jogos tem potencial de serem divertidos mesmo para quem não conhece Tormenta e pode ser a introdução de quem não conhece Tormenta.

É uma via de mão dupla, né? Tanto do pessoal do board game que não conhece Tormenta e quanto o pessoal de Tormenta poder conhecer um pouco mais do board game. Mas uma coisa que a gente sempre vai fazer muito é evitar as liberdades poéticas. “Ah mas esses deus não podia ser…” Não, esse deus é assim, e vamos respeitar o canon, né.

Eu nunca precisei abandonar um canon, mas já precisamos abstrair um pouco mais das coisas. Porque o RPG tem uma amplitude que o board game precisa trazer essa abstração, porque não tem o GM para definir. O Paladino não pode ter 150 poderes diferentes.

Se formos fazer um jogo de guerra, não dá pra ter 150 páginas explicando o contexto a origem de cada reino. Mesmo um jogo mais simples, como um jogo de dado ou de carta, a gente precisa ter esse cuidado.

Dungeon Rummy, um dos últimos lançamentos da Samba Estúdios

Até porque o jogador médio de jogo de tabuleiro que não conhece Tormenta, ele vai olhar e o jogo precisa se sustentar por si É olhar e jogar. E o jogador que conhece vai olhar e pegar as referências, as historias por trás. E isso é sensacional! Porque é até bobo. Um jogo simples de Harry Potter (que é algo que eu gastei muitas horas) sempre rola uma conversa sobre o assunto. É isso, os jogos precisam se sustentar como jogo de tabuleiro, porque se vira um RPG perde o proposito.

Eu queria falar um pouco sobre a Samba, vocês passaram um Financiamento Coletivo do seu último jogo e você falou que tem coisa vindo aí, o que podemos esperar da Samba?

Nós vamos ter um financiamento coletivo em breve, quem nos acompanha a mais tempo deve imaginar. Tivemos uma recepção muito positiva no Misfits, que foi um universo meio satírico, meio Guia do Mochileiro das Galáxias, pro Dungeon Rummy, então com certeza temos mais jogos nesse universo vindo aí.

Mais carteados, que é um gênero que eu gosto bastante. E coisas que eu estou acostumado a fazer. Um dungeon crawler, um euro mais simpleszinho, com outras IPs que estamos querendo trabalhar (mas nada escrito em pedra ainda).

E nós fomos muito bem recebidos, fomos abordados por algumas editoras quando eu saí da outra empresa. Pela Jambô e por outras editoras, donos de IP. Então, nós começamos muito bem recebidos, até pelo meu tempo de casa, e tals.

Muitas das pessoas que eu já conhecia eu negava por ter contrato de fora, mas agora com essa proposta que temos de fazer jogos com excelência, temos um time dedicado, a gente tem uma galera trabalhando 100% do tempo para fazer jogos. Uma proposta bem única no Brasil, e eu acho que a gente vai fazer muito em breve o anúncio do nosso próximo FC.

Nota do escritor: O Financiamento Coletivo citado foi do jogo Dragon Cantina, outro jogo do universo do Misfits, que foi 100% financiado depois de 10 dias no MeepleStarter.

Como seria um jogo de tabuleiro da Turma da Mônica?

IPs Brasileiras e onde habitam

Uma das minhas perguntas é sobre IPs: Há alguma propriedade intelectual brasileira que você tem muita vontade de trabalhar, que você sonha em trabalhar?

O meu maior sonho com alguma folga é Turma da Mônica! Eu tenho as Graphics MSP que eu coleciono, tento pegar autografo na CCXP. Eu tenho 40 anos, né. Então eu acompanho desde pequeno. Tormenta era um sonho, eu tinha as Dragão Brasil, jogava 3D&T e era um enorme interesse.

Eu gosto muito dos trabalhos autorais da New Order, eles tem um livro de RPG que eu comprei (e nunca joguei), que é baseado na cultura nordestina e de cordel (no caso, Cordel do Reino do Sol Encantado), que é sensacional, uma das paradas mais legais que eu já vi em RPG.

Quero muito trabalhar com Ordem Paranormal, o que o Cellbit fez para o RPG é muito bacana.

O próprio Jovem Nerd que anunciou recentemente o jogo do Ozob. Que foi muito legal, com o Renato e o Jordy, eles tem propriedades intelectuais fantásticas, que é uma galera que eu acho muito bacana.

O próprio Um Sabado Qualquer que tá soltando jogo com a Galápagos, eu também acho gênio.

Quadrinistas, criador de conteúdo, pessoal do RPG nacional. Eu gosto muito de coisas que valorizam a nossa cultura, então tem muita coisa legal sendo feita no Brasil por brasileiros e com certeza, esses tão bem lá em cima pra mim. Só para não perder o gancho; Harry Potter também tá lá em cima pra mim.

O Vira-latismo Brasileiro

Eu acho isso muito legal. Porque estávamos fazendo um evento de jogos de tabuleiro e RPG. E tinha um autor que estava com o jogo de tabuleiro dele lá, a galera pegou e começou a jogar. E ai falaram: “Nossa, que legal! Nem parece que é brasileiro”. Ai eu respirei fundo… E falei: “Pois é, tem tanta coisa legal sendo produzido no Brasil”. Mas é dolorido quando a gente ouve isso.

É a síndrome de vira-lata, né. É um negócio muito antigo. Vou te contar um exemplo muito claro para mim. Eu fiquei sete anos fazendo coisa aqui no Brasil, aí em 2015 eu fui contratado pela CoolMini, e comecei a trabalhar fora. E a CoolMini lançou dois jogos meus que tinham sido lançados no Brasil, lá fora.

E ai, só porque foi lançado lá fora e porque o Tom Vessel falou bem e deu o selo de excel~Encia e não sei o que. “Ah, agora o jogo é bom”.

E era O MESMO jogo. Então existe sim a síndrome do vira-lata e eu comecei a ser muito mais reconhecido e respeitado quando comecei a trabalhar em uma empresa gringa. E não era tipo “Ah não, o cara tem 15 anos de trajetória e agora vou começar a respeitar o que ele faz”. Não, em 2014 eu trabalhava 100% nacional, 2015 fui trabalhar fora. .“Ah não, agora o Fel presta, porque ele trabalha com gringo”

O nome da minha empresa é Samba, Samba Estudios em Português, porque uma das coisas muito importantes para a gente como empresa é valorizar o produto nacional. Não pretendemos nos limitar a trabalhar só com brasileiro. Mas 80%~70% da nossa linha editorial é com autores, ilustradores, propriedade intelectual brasileira.

Eu estou torcendo muito pelo jogo da Turma da Mônica, porque eu vi o jogo do Castelo Rá-Tim-Bum! e eu já achei sensacional. Eu também fui criada com Turma da Mônica e vivia consumindo os almanaques e etc., então já estou pensando em várias coisas enlouquecida. Estou torcendo muito, porque isso é muito importante.

Estamos trabalhando em uma linha de alavancar as coisas nacionais porque produzimos coisas muito boas, tem muita gente produzindo coisa muito legal.

Acquire, desenvolvido por Sid Sackson, lançado pela Renegade Game Studios.

O Jogador Fel Barros

Bom, para fechar. Eu gostaria de ouvir um pouco mais de ti algumas coisas mais pessoais. Quais são as tuas maiores inspirações e quais jogos mais te marcaram?

Inspiração é algo mais subjetivo assim… Como autor, uma coisa que me marcou muito foi um cara chamado Sid Sackson que lançou um jogo chamado Acquire. Que é um jogo de 1962, desse cara, que fez o jogo olhando o bingo e pensando na cartela do bingo.

Esse cara para mim é uma grande inspiração, porque algo que eu faço muito é tentar traduzir mídias, né? O God of War a gente teve o desafio de traduzir a pancadaria e o real time do jogo, então a gente fez um sisteminha de cartas. O próprio Narcos também, que é algo pesado, com o Pablo Escobar, e é algo mais violento, envolve drogas, etc…

Essa coisa de olhar as “vertentes da matrix”, algo que o Sid Sackson fala muito.

Eu trabalhei muitos anos com o Eric M. Lang em Rising Sun e o Godfather. Ele também foi uma grande fonte para mim de aprendizado, de aprender com alguém mais experiente do que eu, foi muito bacana.

Mas hoje em dia as minhas grandes inspirações vem de séries, livros… O próprio universo de Tormenta me ensinou muita coisa, e eu acho que hoje o que eu tento fazer é consumir entretenimento e pensar como isso pode ser modificado para o universo do jogo. Então isso com certeza é muito importante para mim.

Sobre o que me marcou, você diz jogo meu ou qualquer jogo?

Qualquer jogo.

O que foi muito marcante para mim foi o meu primeiro jogo, o Warzoo, que eu fiz em 2014 que é baseado em Revolução dos Bichos. Porque eu fiz Letras na faculdade (que não tem nada haver com matemática hehe), e eu fiz um trabalho de literatura inglesa de “O que aconteceu depois da revolução dos bichos”, e eu fiz todo um universo baseado naquilo, então foi muito importante pra mim.

Eu sempre falo que dos meus jogos, o jogo que mais me marcou é último, então o Dungeon Rummy (que debutou o universo dos Misfits) me marcou bastante. E de maneira geral, eu acho que os jogos mais marcantes para mim foram os tradicionais. O Mahjong, que eu jogo bastante e fiz até o Feljong que saiu e começou a entregar. O Buraco que foi a inspiração para o Dungeon Rummy e a Tranca.

Para falar de um jogo moderno. o Hero Quest, que é de 90 da Estrela e que me introduziu ao mundo de Fantasia. Ai eu tive aquela caixa vermelha de D&D, joguei Dragon Quest, etc… Livros jogos também joguei bastante.

A minha infância foi muito jogando, eu nunca fui um cara de pista, nadador, um cara de tênis e tal. Eu lia muito e eu consumia muito livro e muito jogo. Naquela época principalmente RPG. Board game não tinha tanta difusão aqui.

Tagmar foi um que eu joguei naquela época, o próprio Defensores de Tokyo da Dragão Brasil, essa época foi muito relevante para mim e me moldou muito como autor de jogo com certeza.

Encantados, jogo de Shea Parkes e Fel Barros.

Bom, a última pergunta é sobre qual o jogo que você mais gostou de ter feito, mas antes eu queria dizer que, provavelmente, eu não joguei todos os teus jogos, mas o meu favorito é Encantados, porque eu acho ele muito leve e acontece algo com ele que eu acho impressionante. Pessoas aleatórias que chegam em eventos e veem o Encantados, não conhecem mais nada, mas conhecem Encantados. Chegam na loja de jogo de tabuleiro, olham a prateleira inteira, pode ter Dixit lá, mas eles olham Encantados e “Ah Encantados eu conheço”. Eu me pergunto como chegou lá.

A outra coisa é que é muito fácil introduzir pessoas. Dai vamos jogar com alguém que não tá acostumado, e vamos explicando e ai a pessoa fala “Ah é tipo uma Canastra?” e ai rapidinho elas pegam e se divertem. Mas é um jogo que me impressiona pela simplicidade, o quão simples ele é, quanta estratégia você consegue bolar pelas cartinhas com tipos e se combarem ou se atrapalharem, etc…

É, eu sou meio suspeito… Porque o Encantados fez uma coisa diferente. Ele é um objeto raro porque ele tá em print a nove anos. E é muito raro um jogo ficar em print por nove anos, o Encantados tem uma longevidade admirável e eu acho que o Dobro mais recente que eu fiz tá indo pro mesmo caminho.

Mas dos meus, eu gosto de falar muito do Feljong porque eu fiz por uma parada meio nobre. Ele foi 100% voluntário, tava tendo o negócio das enchentes, eu ia oferecer um print n’ play e as pessoas podiam fazer doação para baixar o print n’ play.

E ele tomou uma proporção que a comunidade do Mahjong abraçou. O Vitor que fez a arte falou “Ah, porque a gente não faz uma caixa, algo mais elaborado”. E a gente conseguiu pegar R$ 25.000,00 para doação.

Eu sei que não é 1 milhão que muita gente conseguiu, mas no meio do jogo de tabuleiro, um projeto pequeninho, foi muito significativo para mim.

Mas em um nível mais pessoal, eu gosto muito do Space Cantina, que é um dos meus primeiros jogos. E uma curiosidade: o Space Cantina, eu jogo hoje em 2024 tranquilo, porque todos os meus jogos eu joguei muitas vezes. Então alguns eu canso um pouco depois de jogar 100 vezes, eu amo o jogo, mas eu não puxo pra jogar depois de jogar 100 vezes, mesmo orgulhoso do trabalho.

Mas o Space Cantina eu puxo, porque eu tenho um restaurante favorito, as coisas que eu gosto de fazer, os personagens que eu gosto de pegar. E eu sou muito fã de dice placement, eu amo essa mecânica. E pretendo voltar no futuro.

Ai oh, pistas, rsrs.

Conclusão

Eram essas as perguntas, muito obrigado pelo papo. Eu já estava animada, mas agora estou dando pulos de ânimo sobre. Já sei que o meu planejamento financeiro vai ser afetado, mas eu estarei em tudo! Estarei lá como uma das primeiras, já estamos esperando, principalmente a comunidade também. Imagino que tenha muitas pessoas empolgadas.

Eu queria agradecer o convite, o carinho, mas principalmente a comunidade que foi muito simpática comigo. Tinha meia dúzia de pessoas que sabia quem eu era. Eu entrei no Discord para tirar dúvida e o pessoal foi muito simpático. Mas eu quero ter mais espaço para interagir com a comunidade para o pessoal conhecer mais de mim.

Pro pessoal saber que o Tormenta tá em boas mãos, eu tenho um carinho pessoal pela linha, mas como um profissional que já trabalhou com muitas propriedades intelectuais como Army of The Dead, um filme do Zack Snyder que eu nunca tinha visto na vida.

Daí eu vi o filme quatro, cinco vezes para poder fazer o jogo que tá super bem cotado lá fora. A gente trabalha com o que vem, mas com uma propriedade que conhecemos há tantos anos, então. E já vou deixar um recado que, independente do que nós fizermos, eu vou privilegiar a galera dos inventores, o time dos engenhoqueiros, eu jogo disso. E eu vou dar um jeito.

Não importa o tipo de jogo, o tamanho, o preço, como vai ser.

Se você é do time dos engenhoqueiros, fique avisado, que você vai ser feliz.

Vai ter pontos da mecânica propositais! Hehehe

Propositais! “Ah, mais é um jogo de três cartas”, não importa, uma das três a gente vai fazer.

Eu já estou te imaginando com pilhas e pilhares de romance, entrando no fórum, Discord, anotando coisa perguntando detalhe pra comunidade.

Quando o negócio começar a ter mais tração, eu vou estar direto, todos os dias lá no Discord. Inclusive a galera poder playtestar também. Nós temos um formzinho de não poder soltar informação, mas contarei com a comunidade para testar, para experimentar, sugerir, então com certeza a comunidade será bastante envolvida em todos os projetos de Tormenta que vierem por ai.


Nenhum dos jogos de tabuleiro ainda estão disponíveis para compra no site da Jambô Editora. Mas se quiser um descontinho bacana para comprar os RPGs e livros-jogos deles, use o cupom mrpg10 para garantir 10% de desconto!

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Entrevistadora: Karina Cedryan.
Transcrição: Gustavo “AutoPeel” Estrela.
Revisão: Raquel Naiane.

Power-Ups de Super Mario – Santos Escritos

Em Super Mario, o encanador bigodudo utiliza diversos power-ups para enfrentar uma tartaruga meio dragão. Em A Lenda de Ruff Ghanor, o clérigo rei usa uma armadura cheia de aprimoramentos para enfrentar um dragão. A semelhança não é tão próxima, mas é o bastante para trazermos os power-ups do Super Mario para A Lenda de Ghanor RPG hehe.

Disclaimer

Todas as regras abaixo foram feitas por um fã, para fãs. Dessa maneira, não tem nenhum vínculo oficial com a Jambô Editora ou com o grupo Jovem Nerd.

A Categoria Alimentação

Oficialmente, em A Lenda de Ghanor RPG, não existem itens da categoria “alimentação”. Ao invés disto, há os serviços de alimentação comumindulgente e banquete. Para os fins dessa adaptação, alguns dos itens funcionam como se fossem um serviço de alimentação. É consumido uma vez e seus efeitos duram por um dia ou até serem consumidos.

Power-Ups de uma Terra Distante

Nos últimos Nerdcast RPG e na Revista Dragão Brasil Especial Ghanor (apelidada carinhosamente de Zamir Brasil), foi descrita a existência de conexões do mundo dos mortais, o Céu e o Inferno com outros reinos. Nesse sentido, não seria loucura imaginar que, de alguma forma (talvez de um cano) aparecessem itens misteriosos que mexessem com os mortais de Ghanor.

Abaixo, iremos adaptar os itens dos jogos de Super Mario de diversas maneiras diferentes para A Lenda de Ghanor RPG.

Asa Poderosa

Funciona como um item consumível, quem consumir, pode lançar a magia Voo em si mesmo por 1 dia. Item mágico menor, 3.000 PP

Casco Azul

Esse casco é grande o bastante para ser vestido por uma criatura Média ou Grande. Ela funciona como uma meia armadura reforçada e fornece +4 na Defesa. Quem estiver vestindo, pode se deslocar +6m quando faz investidas e, se acertar o ataque da investida contra um alvo, pode fazer uma manobra Empurrar contra ele e continuar seu caminho. Quem estiver vestindo pode continuar atacando alvos na linha e fazendo a manobra Empurrar até chegar no limite do seu deslocamento ou atingir uma parede. O que acontecer primeiro. Item mágico médio, 10.000 PP.

Chapéu de Invisibilidade

Esse chapéu vermelho com um “M” no centro é semitransparente. Quando é vestido por alguém, ele pode lançar a magia Invisibilidade como se fosse um Mago com seu nível de personagem. Item mágico médio, 10.000 PP.

Chapéu de Metal

Esse chapéu cinza com o mesmo “M” no centro do Chapéu da Invisibilidade é mais pesado do que deveria ser. Quando é vestido, o portador pode lançar a magia Pele de Pedra e o aprimoramento para transformar sua pele em aço custa 0 PM. Item mágico médio, 10.000 PP.

 

Flor de Fogo

Funciona como um item esotérico. Enquanto estiver empunhando o item, suas magias que causam dano de fogo recebem 1 dado a mais de dano. Além disso, o portador pode lançar a magia Explosão de Chamas como se fosse um Mago com seu mesmo nível de personagem. Item mágico menor, 3.000 PP

Flor de Gelo

Funciona como um item esotérico. Enquanto estiver empunhando o item, suas magias que causam dano de frio recebem 1 dado a mais de dano. Da mesma forma, o portador pode lançar a magia Dardo Gélido como se fosse um Mago com seu mesmo nível de personagem. Item mágico menor, 3.000 PP.

Mega Cogumelo

Esse cogumelo gigantesco surge espontaneamente de estranhos blocos. Ele se desloca 6m por rodada em uma direção aleatória. A primeira criatura que encostar nele fica permanentemente sob a condição lento e cresce duas categorias de tamanho. Criaturas já enormes ficam Colossais e criaturas Colossais recebem apenas a condição. A criatura fica sob a condição e tamanho por 1d4+1 rodadas.

Pena de Capa

Essa pena curiosa é bastante leve. Quando é consumida, a criatura recebe uma capa mágica que concede deslocamento de voo 12m. O deslocamento termina ao fim da cena, e a criatura cai lentamente para o chão, como o efeito de Queda SuaveItem Mágico médio, 10.000 PP.

Roupa de Martelo

Essa roupa preta de aparência curiosa parece normal, mas quando vestida por alguém, ela é capaz de gastar 2 PM para invocar uma marreta de guerra ou malho em uma mão livre. Diferente do normal, essas armas podem ser arremessadas e causam seu dano corpo a corpo contra alvos em alcance curto. A arma dura até o fim da cena ou até ser arremessada, o que acontecer primeiro.

Roupa de Tanooki

Essa roupa marrom parece um guaxinim, ou algo do tipo. Quando vestida por alguém, essa criatura recebe deslocamento de voo igual ao seu deslocamento terrestre. Além disso, ela pode gastar 1 PM para se tornar uma estátua de pedra. Na forma de estátua, ela fica imóvel e não pode executar ações, mas recebe +20 em testes de Furtividade, redução de dano 30 e é considerada sobre cobertura para se esconder.

 


Super Cogumelo

Um cogumelo bizarro, com olhos que encaram com ingenuidade única, algo bizarro nas terras inclementes de Ghanor… Quando um personagem come esse cogumelo, ele cresce uma categoria de tamanho, recebe +6 na Defesa, teste de ataque e rolagens de dano corpo a corpo e 30 PV temporários. Esses bônus duram enquanto os PV temporários durarem, quando eles terminam, todos os efeitos são dissipados.

Super Estrela

Funciona como um item consumível. Quando consumir, o alvo fica sobre as duas versões da magia Invulnerabilidade por 1d4+1 turnos.


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Se liga na Área de Tormenta, o espaço especial dedicado apenas à Tormenta20 e o que remete a ele! E acompanhe também as outras sessões, por favor!


Texto: Gustavo “AutoPeel” Estrela.
Revisão: Raquel Naiane.

Elementais Expandidos em Arton – Área de Tormenta

Em Arton, existem seis forças elementais notórias e comuns: Água, Ar, Fogo, Luz, Terra e Trevas. Porém, existem forças elementais alternativas que às vezes aparecem. Quando adaptamos as Sub-Dobras de Avatar para Tormenta20, trouxemos algumas dessas energias alternativas. Mas no Área de Tormenta de hoje, vamos explorar mais um pouco e expandir os elementos de Arton.

Disclaimer

Todas as regras abaixo foram feitas por um fã, para fãs. Dessa maneira, não tem nenhum vínculo oficial com a Jambô Editora.

Paraelementais

No Bestiário de Arton Vol. 2, para o Tormenta RPG, nós somos apresentados aos Paralementais. Elementais formados por dois elementos diferentes, que formam um terceiro. Esses elementais herdam características de dois elementais diferentes e habitam nos planos de seus dois elementos “pais”.

Os paraelementais apresentados no Bestiário de Arton Vol. 2 são de Fumaça (Ar+Fogo), Gelo (Ar+Água), Lama (Água+Terra) e Magma (Terra+Fogo). Abaixo temos algumas adaptações desses paraelementais para Tormenta20.

Fumaça

Gelo

Lama

Magma

Paraelementais Adicionais

Além dos quatro paraelementais, criamos mais dois paralementais para representarem as duas combinações que faltavam: Poeira (Ar+Terra) e Vapor (Água+Fogo).

Poeira

Vapor

Alikunhás Paraelementais

Elementais que acompanham os ubaneri. Alguns poucos ubaneri levam algumas exemplares paraelementais dessas criaturas, formados de maneiras que poucos conhecem.

Fumaça. Assassino, combatente ou perseguidor.

Gelo. Ajudante, guardião ou vigilante.

Lama. Combatente, guardião ou médico.

Magma. Combatente, fortão ou guardião.

Poeira. Assassino, atirador ou vigilante.

Vapor. Atirador, fortão ou médico.

Elementais Novos

Em Arton, além dos quatro elementos clássicos, temos também outros três elementos: Luz, Trevas Tormenta.

Luz e Trevas são conhecidos, contrapostos, apesar de raros, ainda fazem parte das energias primordiais de Arton. A Tormenta é uma novidade. Como uma forma de corrupção, é incerto se ela pode ser tratada como tal, mesmo que ela possa ser conjurada e e ter seu poder retirado de magias. Apesar de não termos “Elementais da Tormenta” canônicos, temos um Elemental Corrompido no Ameaças de Arton (pág. 100) que é um elemental da água corrompido pela Tormenta.

Luz

Trevas

Tormenta


Os dragões usam as forças elementais de Arton, seus descendentes também.

Kallyanarch Paraelemental

Os Kallyanarch tem em suas veias a Benção de Kallyandranoch, essa benção normalmente traz consigo os poderes elementais básicos de Arton; ácido, eletricidade, fogo, frio, luz e trevas. Porém, assim como há dragões e elementais de elementos combinados ou adjacentes, assim também há Kallyanarchs desses elementos. Os poderes a seguir podem ser pegos como parte das Bênçãos de Kallyadranoch.

Novas Bênçãos de Kallyandranoch

Armadura de Gelo. Você recebe resistência a frio +10, além disso, pode gastar 1 PM para erguer uma armadura de gelo em seu corpo, recebendo +2 na Defesa. Se receber dano de fogo, a armadura derrete. Pré-requisito: Herança Dracônica (Eletricidade ou Frio), Escamas Elementais.

Bomba de Lama. Quando usa seu sopro, todas as criaturas no cone também ficam lentas por 1 rodada. Pré-requisito: Herança Dracônica (Ácido ou Frio), Sopro de Dragão.

Cortina de Fumaça. Quando usa seu sopro, o cone afetado ergue uma névoa densa que deixa os alvos enjoados por 1 rodada (se passar no teste de resistência, os alvos não sofrem a condição). Pré-requisito: Herança Dracônica (Eletricidade ou Fogo), Sopro de Dragão.

Garras Incandensentes. Você recebe +2 em manobras de DesarmarQuebrar com suas garras e pode gastar 1 PM para que elas causem +1d6 pontos de dano de fogo. Pré-requisito: Herança Dracônica (Ácido ou Fogo), Armamento Kallyanach (Garras).

Poeira Dracônica. Suas asas espalham poeira dracônica, que dificulta outros conjuradores. Enquanto estiver voando, uma vez por rodada, se uma criatura lançar magia em alcance curto, você pode lançar sua poeira. Isso faz com que ela fique em condições ruins para lançar magias. Pré-requisito: Herança Dracônica (Eletricidade ou Fogo), Asas Dracônicas.

Vapor Variável. Quando usa seu sopro, você pode gastar +2 PM para causar +1d12 pontos de dano de fogo e, se o alvo falhar na resistência, ficar em chamas ou para causar +1d12 pontos de dano de frio e, se o alvo falhar na resistência, ele fica lento por 1 rodada. Pré-requisito: Herança Dracônica (Frio ou Fogo), Sopro de Dragão.

Tal criatura profana teria como ter tido sementes por Arton?

Kallyanarchs e a Tormenta

Durante a campanha de Sir Orion Drake, uma criatura mais do que profana cingiu pelo céus de Arton, o Dragão da Tormenta. Sendo necessário a união dos maiores heróis de Arton para pará-lo.

Com seu retorno, diversos devotos de Kallyandranoch começaram a flertar com a Tormenta, não para se aliar, mas para dominá-la. Bruxos de Tormenta são comuns entre os Kallaynarchs, e em seus estudos notaram combinações curiosas entre a Tormenta e os poderes dracônicos.

Muitos acreditam que essas interações do poder dracônico com a Tormenta são um aviso de Kallyandranoch a Aharadak, que mesmo ele tem poder sob a Tormenta.

Devotos da Tormenta, porém, acreditam que possam ser frutos de uma trégua entre os deuses, uma demonstração de paz, talvez temporária.

Mas muitos teorizam uma trégua antiga, como se essa junção de lefeu e o dragão não seja algo exclusivo do Dragão da Tormenta e dos Keyradrann, talvez até mais antigo que o banimento de Kallyandranoch…

Caso seu Kallyanach tenha poderes da Tormenta, segue algumas combinações que concedem efeitos adicionais, semelhantes a Kallyandranochs Feiticeiros Dracônicos. Além das Bençãos de Kallyadranoch contarem como Poderes da Tormenta, algumas bênçãos funcionam com outros poderes.

Armamento Kallyanach (Mordida) e Dentes Afiados

Se tiver os dois poderes, o dano das duas mordidas se tornam 1d8 e, se acertar uma mesma criatura com as duas mordidas na mesma rodada, você causa +1d8 pontos de dano a ela.

Armamento Kallyanach (Mordida) e Larva Explosiva

Você pode trocar o dano da Larva Explosiva para o tipo da sua Herança Dracônica.

Armamento Kallyanach e Membros Extras

Você pode trocar as patas insetoides por membros extras da arma natural escolhida por Armamento Kallyanarch.

Asas Dracônicas e Asas Insetoides

Ao invés dos dois efeitos, você pode gastar 3 PM para voar com seu maior deslocamento voo até o fim da cena, você perde a penalidade de ficar vulnerável no ar.

Carapaça e Escamas Elementais

Se tiver os dois poderes, além dos bônus já fornecidos, você recebe +2 na Defesa.

Corpo Aberrante e Armamento Kallyanarch

Além do seu ataque desarmado, sua arma natural recebida por Armamento Kallyanarch também recebe o aumento de passo junto ao seu ataque desarmado.

Cuspir Enxame e Sopro de Dragão

Quando usa seu Sopro, ele causa 2d6 pontos de dano de ácido adicional a todas as criaturas na área e seu enxame causa +1d6 pontos de dano do tipo da sua Herança Dracônica.

Escamas Elementais e Pele Corrompida

Você soma a RD de Pele Corrompida na RD recebida por Escamas Elementais.

Escamas Elementais e Sangue Ácido

O dano sofrido pelo atacante aumenta em 2 para cada poder da Tormenta que você possui, e o tipo de dano muda para o tipo da sua Herança Dracônica.

Fome de Mana e Prática Arcana

O limite de PM temporário que pode ganhar com Fome de Mana aumenta em +1 para cada círculo de magia que possua.

Sentidos Dracônicos e Olhos Vermelhos

Você recebe o mesmo bônus de Intimidação do poder Olhos Vermelhos em Percepção.

Sopro de Dragão e Visco Rubro

Quando usa a habilidade do Visco Rubro, você soma o bônus em rolagens de dano corpo a corpo em seu Sopro de Dragão.

REGICE REGICE REGICEEEEEE (“Escolha um deus e comece a rezar” em golem).

Golens Paraelementais

Os golens despertos apresentados no Ameaças de Arton pág. 134 já trazem algumas combinações que permite fazer alguns elementos que vimos hoje:

Fonte de Energia

  • Golens de Luz e Trevas podem muito bem ser representados como golens de energia Sagrada;
  • Golens de Vapor podem usar a fonte de energia Vapor.

Chassi

  • Golens de Barro podem representar Golens de Lama;
  • Golens de Gelo Eterno e Fonte de Energia (água) podem representar os de Gelo;
  • Golens de Pedra podem representar os de Magma.

Isso posto, sobra apenas os golens de Fumaça, Poeira e Tormenta.

Não é bem esse Smoke, mas você entendeu a ideia.

Nova Fonte de Energia: Fumaça

Seu corpo é movido por fumaça e engrenangens, se estiver adjacente ou próximo a névoas naturais ou mágicas, você pode gastar uma ação padrão para consumir a névoa, recebendo 5 PV temporário para cada 1,5m de névoa consumida. Os PV não são acumulativos e você pode ganhar um total de PV temporário por essa habilidade igual 5 x o seu nível de personagem.

Também não é exatamente esse tipo de Fumaça, mas dá pra entender.

Nova Fonte de Energia: Poeira

Seu corpo é movido por poeira e engrenangens. Você é imune a dano de ácido; se fosse sofrer dano desse tipo, em vez disso você recebe +2 em testes de ataque por 1 rodada. Entretanto, dano de eletricidade deixa-o enjoado por 1 rodada, mesmo que seja imune a essa condição. Você pode gastar uma ação padrão e PM para soprar uma nuvem de fumaça em um cone de 4,5m. Criaturas na área sofrem 1d6 pontos de dano de ácido por PM gasto e ficam enjoadas por 1 rodada. (Ref CD Con reduz à metade e evita a condição).

Novo Chassi: Matéria Vermelha

+1 em três atributos a sua escolha e Carisma recebe -2. Você recebe +2 em Intimidação, –2 em Diplomacia e +2 em testes de resistência contra efeitos causados por lefeu e pela Tormenta. Além disso, efeitos da Tormenta que não afetem lefou também não afetam você. Por não ser feito totalmente de matéria vermelha, você não recebe todos os efeitos que normalmente o material concede, mas o maluco que te moldou especificou o que em você é fortalecido pela matéria lefeu. Escolha um dos efeitos abaixo, eles contam como um poder da Tormenta para todos os efeitos (exceto perda de Carisma).

  • Armas Aberrantes. Você tem um membro orgânico da Tormenta em seu chassi, você recebe uma arma natural de Mordida (Perfuração) ou Garras (Corte). Uma vez por rodada, quando usa a ação agredir para atacar com outra arma, pode gastar 1 PM para fazer um ataque corpo a corpo extra com essa arma. Além disso, seu ataque desarmado e armas naturais causam +1d6 pontos de dano.
  • Aparência Borrada. Uma vez por rodada, quando é alvo de um ataque corpo a corpo ou a distância, você pode gastar 3 PM para receber camuflagem leve até o fim da rodada.
  • Disruptor da Magia. Você recebe resistência a magia +2 e, uma vez por rodada, pode gastar 1 PM para impor uma penalidade de –2 nos testes de resistência contra efeitos mágicos de todos os inimigos em alcance curto.

 Conclusão

Brincar com elementos é sempre divertido, pensar nessas novas possibilidades com elementais diferentes deixa as coisas mais divertidas ainda. Espero que tenham gostado, e até a próxima matéria!


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Texto e Capa:
 Gustavo “AutoPeel” Estrela.
Design das Fichas: Natália “ElenaNah” Helena.
Revisão: Raquel Naiane.

Dragões Perfumados – Santos Escritos

Nos Nerdcasts que falavam sobre RPG, Deive Pazos, o Azaghal, comentou de uma vez que um de seus amigos que jogava fez um Dragão com sopro de Cashmere Bouqet: uma marca de perfumes, talcos e sabonetes perfumados que era vendido no Brasil nos anos 80. O sopro perfumado foi canonizado em Ghanor e, bem, com isso também pensamos: os dragões de Ghanor são perfumados?

Propaganda da Cashmere Bouqet dos anos 50.

Disclaimer

ATENÇÃO!!! A MATÉRIA ABAIXO CONTÉM SPOILERS DO NERDCAST DE RPG GHANOR. VOCÊ ESTÁ AVISADO!

Além disso, todas as regras abaixo foram feitas por um fã, para fãs. Dessa maneira, não tem nenhum vínculo oficial com a Jambô Editora ou com o grupo Jovem Nerd.

Dragões Perfumados

Em Ghanor, os dragões foram criados por demônios visando derrotar O Devorador de Mundos. Além de fogo, essas criaturas colossais sopravam outros elementos: Frio, Eletricidade, Ácido e, por incrível que pareça, Perfume.

Clérigos estudiosos do fim da Era do Levante dizem que, dentre as hordas de dragões que se ergueram para se opor ao devorador, uma espécie estranha e curiosa de dragões havia surgido. Se os dragões eram criaturas infernais que representavam os pecados dos mortais, esses dragões açucarados poderiam muito bem representar a Luxúria. Suas asas brilhavam como penas de pavões e seus rostos reptilianos eram incrivelmente mais belos que o comum, mas não sopravam elementos da natureza, como seus irmãos, mas sim odores diferentes que causavam ânsia para o devorador.

Zamir, o mais conhecido dragão que já viveu, era o último dos Dragões Vermelhos, mas muitos dizem que alguns de seus irmãos ainda caminham por Ghanor, com domínios menores que o de Zamir, mas ainda poderosos e influentes.

Não é bem esse tipo de perfume, mas enfim.

Essências Perfumadas

Dragões Perfumados são tipos diferentes de dragões. Todos pertencem ao tipo de dano Veneno (portanto, vulneráveis a dano psíquico), mas o tipo de efeito adicional de seus sopros são diferentes. Como não existem regras especificas em Ghanor para seus dragões (já que, bem, até onde se sabe tem poucos dando mole por ai), vamos considerar as regras de Modificando Dragões do Ameaças de Arton pág. 75.

Como falado acima, os Dragões Perfumados são todos de Essência Dracônica Veneno, vulneráveis a dano psíquico, porém eles sopram perfumes que tem efeitos diferentes para cada fragrância.

212

Dragões Perfumados de 212 tinha cheiros mais fortes e potentes, que intoxicavam mais os mortais. O sopro desse dragão tem a perda de vida aumentada em 2d12 por categoria de idade do dragão (2d12 para Filhotes, 4d12 para Adultos, 6d12 para Veneráveis, 8d12 para Dragões Anciões).

Caress

Dragões Perfumados de Caress tinham sopros com perfumes poderosos que incapacitavam o mental dos alvos. Além de sofrer perda de vida, o alvo tem uma penalidade –2 em todos os testes de perícia que usam Inteligência como atributo-chave enquanto estiver envenenado.

After Sport

Dragões Perfumados de After Sport tem sopros que drenam as capacidades físicas do alvo. Além de sofrer perda de vida, o alvo tem uma penalidade de –2 em todos os testes de perícia que usam Força como atributo-chave enquanto estiver envenenado.

Cashmere Bouqet

O primeiro tipo de dragão perfumado existente, Dragões Perfumados de Cashmere Bouqet tem sopros com uma fragrância enjoativa. Além de sofrer perda de vida, o alvo fica enjoado enquanto estiver envenenado.

J’adore

Dragões Perfumados de J’adore tem sopros que drenam a energia dos alvos. Além de sofrer perda de vida, o alvo gasta +1 PM em suas habilidades enquanto estiver envenenado.

L’Interdit

Dragões Perfumados de L’Interdit impedem a concentração e o foco, trazendo tranquilidade aos alvos. O sopro, além de causar perda de vida, dissipa todos os efeitos mágicos de 1º círculo na sua área de efeito e alvos envenenados ficam em condição ruim para lançar magias (para filhotes e adultos) ou condição terrível (para veneráveis e anciões). O sopro dissipa efeitos de círculos maiores para cada categoria de idade do dragão (1º círculo para Filhotes, 2º círculo para Adultos, 3º círculo para Veneráveis e 4º circulo para Dragões Anciões).

La Vie Est Belle

Dragões Perfumados de La Vie Est Belle deixam o corpo dos alvos relaxados. O sopro, além de causar perda de vida, faz todos os alvos desprevenidos e ofuscados enquanto estiverem envenenados.

Notas de Perfume

Os perfumes em Ghanor (e em extensão, Arton) não são venenos por si só. Mas as fragrâncias místicas e naturais expelidas por Dragões, Meio-Dragões e Aberrantes trazem em si um componente místico que, além de prejudicar a vida de quem está inalando, também trazem outros efeitos adversos.

Cada nota de perfume é um efeito diferente expelido pelos aromas dessas criaturas. Diferente dos perfumes naturais, essas fragrâncias, por mais que agradáveis, são perigosas para pessoas comuns.

Cítricos

Criaturas que exalam perfumes cítricos são conhecidos pela suas notas energizantes e frescas. O veneno delas faz com que criaturas afetadas fiquem alquebrados enquanto estiverem envenenados.

Frutais

As criaturas com notas frutais tem perfumes intensos. O veneno delas faz com que criaturas envenenadas fiquem agitadas, recebendo –2 em testes de Reflexos.

Florais

As criaturas com notas florais tem perfumes marcantes e suaves, acalmando a mente do alvo. O veneno delas faz com que criaturas envenenadas fiquem relaxadas, recebendo –2 em testes de Vontade.

Ervas

As criaturas com notas de ervas tem perfumes verdes e ardentes. O veneno delas faz com que criaturas afetadas sofram 1 dado a mais de perda de vida pelo veneno.

Especiarias

As criaturas com notas de especiarias tem perfumes variados. O veneno delas causa o efeito básico de uma magia de Encantamento de 1º círculo contra os alvos afetados.

Doces

As criaturas com notas doces são mais açucaradas e adocicadas. O veneno delas deixa o alvo pasmo (uma criaturas só pode ficar pasma por esse efeito uma vez por cena).

Amadeirados

As criaturas com notas amadeiradas são mais elegantes e requintadas que as demais criaturas. Criaturas afetadas por esse veneno sofrem –2 em testes de ataque enquanto estiverem envenenadas.

Bebidas

As criaturas com notas de bebidas são semelhantes a bebidas alcoólicas: intensas, notórias e embriagantes. Os venenos dessas criaturas deixam os alvos enjoados enquanto estiverem envenenados.

Perfumando as Raças

Aqueles nascidos de dragões perfumados são… Naturalmente, perfumados.

Tanto Aberrantes quanto Meio-dragões podem ter, em suas veias, a herança perfumada dos dragões. No caso, uma nova habilidade de raça para o Aberrante (A Lenda de Ghanor RPG pág. 23) e o Meio-Dragão Perfumado ou Kallyanarch Perfumado, uma raça variante para os Meio-Dragão/Kallyanarch (Ameaças de Arton pág. 151).

Aberrantes

Perfumado. Escolha uma nota de perfume entre amadeirados, bebidas, cítricos, doces, ervas, florais ou frutais; quando atinge um alvo com uma arma com seu veneno, além da perda de vida, ele aplica o efeito da nota de perfumePré-requisito: Venenoso.

Meio-Dragões Perfumados (Kallyanarch Perfumados)

Herança Perfumada. Você é uma criatura do tipo monstro, e recebe resistência a venenos +5. Substitui Herança Dracônica.

Além dos poderes normais de Benção de Kallyandranoch, você pode escolher os dois poderes abaixo:

Escama de Fragrâncias. A resistência a veneno da Herança Perfumada aumenta para +10. Pré-requisito: Herança Perfumada.

Sopro de Sensações. Você pode gastar uma ação padrão e 1 PM para soprar um cone de 6m que causa 1d8 pontos de perda de vida (Fort CD Constituição reduz à metade). A cada quatro níveis após o 1º, você pode gastar +1 PM para aumentar o dano do sopro em +1d8. No 11º nível, escolhe uma nota de perfume entre amadeirados, bebidas, cítricos, doces, ervas, florais ou frutais. Você pode gastar +2 PM para adicionar o efeito da sua nota de perfume ao seu sopro.


Conclusão

Eu não sei como concluir isso, são dragões de perfumes.

Que você tenha um bom dia, eu acho.


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Texto: Gustavo “AutoPeel” Estrela.
Revisão: Raquel Naiane.

The Mageseeker em Arton – Área de Tormenta

The Mageseeker é um jogo single-player de RPG e Hack n’ Slash desenvolvido pela Digital Sun Games (MoonlighterCataclismo) e publicado pela finada Riot Forge, como parte da iniciativa de desenvolver jogos que não fossem multiplayer competitivo para expandir a história do universo de League of Legends. Lançado junto com Conv/rgence Song of Nunu, The Mageseeker segue a história de Sylas após os eventos da HQ da personagem Lux, em sua empreitada para acabar com os Caçadores de Magos de Demacia.

Sobre o Jogo

Como falado acima, The Mageseeker é um Hack n’ Slash com elementos de RPG, aonde você passa por fases executando missões, recrutando magos proscritos e derrotando Caçadores de Magos e outras criaturas. O jogo se assemelha bastante a outro jogo da desenvolvedora, o Moonlighter, mas é mais linear que ele. Durante o jogo, Sylas pode aprender novos feitiços para lançar contra seus inimigos e novas formas para serem utilizadas em sua forma Liberta.

 O Protagonista

Vindo do submundo de Demacia, Sylas de Dregbourne é um símbolo do lado sombrio da Grande Cidade de Demacia. Quando garoto, sua habilidade de visualizar magia escondida atraiu a atenção dos Caçadores de Magos, que eventualmente o prenderam e fizeram utilizar seus poderes contra os magos. Agora liberto, Sylas se tornou um revolucionário, usando a magia daqueles ao redor dele para destruir o reino que um dia ele serviu… E seu grupo de magos proscritos parece crescer dia a dia.

A Aliada

Em conflito entre sua natureza celestial e mortal, Morgana prendeu suas asas para abraçar a humanidade, infligindo sua dor e amargura contra os desonestos e corruptos. Ela rejeita as leis e tradições que ela acredita não serem justas e luta pela verdade nas sombras de Demacia, – mesmo que outros tentem reprimi-la – lançando escudos e correntes de fogo negro. Mais do que qualquer um, Morgana acredita fielmente que mesmo banida e proscrita, um dia ela poderá se erguer novamente.

Nova Devoção: A Dama Velada

Também conhecida como “A Caída”, “A Dama Velada”, “A Velada”, “Espada das Sombras” e “A Protetora Alada”, mas tendo como nome verdadeiro Morgana (mesmo que esse nome seja pouco conhecido pelos seus devotos), a Dama Velada protege os cidadãos de Demacia contra a injustiça e o abuso da lei. Hoje a Dama Velada recebe orações dos magos de Demacia para proteger seus familiares.

Crenças e Objetivos. Reverenciar a justiça, defender os injustiçados, enfrentar o abuso da “justiça” e questionar as autoridades.
Símbolo Sagrado. Três asas escuras com correntes entrelaçadas.
Canalizar Energia. Negativa.
Arma Preferida. Corrente de Espinhos
Devotos. Lefou, Qareens, Sílfide, Suraggels, Arcanistas, Bardos, Ladinos.
Poderes Concedidos. Escudo Negro
Obrigações e Restrições. O devoto da Dama Velada não pode ficar parado em frente à injustiça. Você nunca deve negar um pedido de ajuda de alguém inocente e sempre deve ajudar aqueles que precisam da melhor maneira que conseguir. Em termos de regra, ao final de uma aventura, o devoto deve doar até 10% dos tesouros que recebeu na aventura em alimentos, roupas ou fazer alguma caridade para pessoas necessidades.

Escudo Negro
A Dama Velada

Uma vez por rodada, você pode gastar uma ação padrão e 3 PM para conceder a um aliado em alcance curto ou a você mesmo o Escudo Negro da Dama Alada. A próxima habilidade mágica que tiver como alvo quem estiver com o Escudo Negro é dissipada e o escudo se desfaz.

A Aliada?

Luxanna Stemmaguarda vem de Demacia, um reino insular aonde a magia é vista com medo e superstição. Capaz de moldar a luz à sua vontade, ela cresceu lidando com descobrimento e com o exílio, e era forçada a manter seus poderes secretos em ordem a fim de preservar a nobreza de sua família. Porém, seu otimismo e sua resiliência a levou a embraçar seus talentos únicos e agora ela procura trazer maior tolerância e entendimento para sua terra natal.

Outros Campeões Inimigos

Garen Stemmaguarda

Um orgulhoso e nobre soldado, Garen luta liderando a Vanguarda Destemida. Ele é popular entre os seus, e respeitado entre seus inimigos – confiado em defender Demacia e seus ideais. Garen usa uma armadura de Petricita, que concede a ele resistência à magia e uma espada montante poderosa, Garen se opõe a magos e conjuradores no campo de batalha.

Jarvan IV

Como filho único do rei Jarvan III, o príncipe Jarvan era o herdeiro do trono de Demacia, e após a morte do pai, ele se torna o atual rei. Cresceu para ser um exemplo das virtudes da nação, e forçado a manejar as grandes expectativas em cima dele. Jarvan tentava se provar no campo de batalha. Um guerreiro excepcional, ele inspira suas tropas com coragem e determinação inabaláveis. Crescendo seu prestigio e revelando a verdadeira força do líder de seu povo.

Shyvana

Shyvana é uma criatura com poder elemental puro queimando em seu coração. Apesar de estar quase sempre em forma humanoide, ela pode se transformar em sua forma verdadeira se necessário. A de um poderoso dragão, incinerando seus inimigos com fogo avassalador. Ela salvou a vida do príncipe Jarvan IV, e desde então serve em sua guarda real, lutando para ser aceita pelo povo de Demacia.


Nova Devoção: A Protetora

Também conhecida como “A Justa”, “Arauta da Justiça” e “A Protetora Alada”, mas tendo como nome verdadeiro Kayle (mesmo que esse nome seja pouco conhecido pelos seus devotos). Kayle se afastou consideravelmente da terra de Demacia, diferente de sua irmã Morgana. Mas muitos acreditam que, caso voltasse para ela, sua justiça talvez fosse mais implacável do que muitos pensam. Ainda assim, vários oram à Protetora, pedindo não apenas justiça, mas também sua vingança.

Crenças e Objetivos. Reverenciar a justiça, se opor aos injustos, enfrentar a barbárie e respeitar as autoridades.
Símbolo Sagrado. Três asas douradas sob espadas gêmeas.
Canalizar Energia. Positiva.
Arma Preferida. Espada longa
Devotos. Dahllans, Elfos, Qareens, Suraggel, Cavaleiros, guerreiros e nobres.
Poderes Concedidos. Lâmina de Fogo Estelar
Obrigações e Restrições. O devoto da Protetora não podem ficar indiferentes em frente a injustiça, não podendo recusar pedidos de ajuda de pessoas inocentes e nunca devem desobedecer as leis locais de onde está.

Lâmina de Fogo Estelar
A Protetora

Você pode gastar 2 PM para encantar sua espada (ou outra arma corpo a corpo de corte que esteja empunhando). Ela tem seu dano aumentado em um passo até o fim da cena. Além disso, quando faz um ataque corpo a corpo com a sua arma encantada, você pode gastar 1 PM para aumentar seu alcance natural em +4,5m.

Novo Material Especial: Petricita

Petricita é o material feito a partir dos minérios encontrados no local aonde fica A Grande Cidade de Demacia. Por muito tempo se acreditou que ele dissipava os efeitos de magias e de criaturas mágicas, mas com o tempo, principalmente logo após a criação do enorme golem Galio, se descobriu que, na verdade, ela absorvia a magia. Sylas se aproveitou das propriedades mágicas da Petricita para escapar de sua prisão.

Em Tormenta20, a Petricita é um material especial que só pode ser forjado por personagens que passaram pelo menos três meses estudando o material em uma biblioteca ou algo parecido. 

Petricita
Item Preço
Arma + T$ 4500
Armadura leve + T$ 8000
Armadura pesada + T$ 20000
Escudo + T$ 8000
Esotérico + T$ 4500
As florestas de Petricita ao redor de Demacia protegem a cidade da magia… Mas por quê?

Arma. Armas de Petricita drenam a magia de um alvo. Quando acertar um ataque com uma arma de petricita, o alvo perde 2 PM e o portador da arma recebe 1 PM temporário acumulativo.

Armadura e Escudo. Armaduras de Petricita resistem a efeitos mágicos absorvendo parte em si mesmas. Armaduras leves fornecem resistência a magia +2, Armaduras pesadas fornecem Redução a dano mágico 10 e Escudos fornecem redução a dano mágico 5. Para todos os casos, quando resiste a efeitos de magias (no caso da armadura leve) ou diminuem dano mágico (no caso da armadura pesada e escudo), o portador recebe 1 PM temporário acumulativo.

Esóterico. Você recebe +2 em testes de Misticismo, que aumenta para +5 para fazer contra mágicas. Sempre que dissipa uma magia, você recebe 2 PM temporários acumulativos.

Para todos os fins acima, um personagem só pode receber PM temporários por Petricita até um total do seu nível por cena.

Conclusão

Eu gosto muito da região de Demacia em League of Legends, pois é a região do meu segundo main no jogo. O Garen, e está intimamente ligada a minha primeira main: a Morgana. É uma região que ganhou um plot bem… polêmico, eu diria, com a questão dos Caçadores de Magos, mas que Mageseeker leva de uma maneira muito boa. Com o fim do jogo, eu fico animado para saber o que a Riot Games tem para o futuro de Demacia.


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Texto e Capa:
 Gustavo “AutoPeel” Estrela.
Design das Fichas: Natália “ElenaNah” Helena.
Revisão: Raquel Naiane.

Unidades Militares de Não Humanos para A Lenda de Ghanor RPG – Santos Escritos

Em A Lenda de Ruff Ghanor (os romances, não o Nerdcast nem o jogo), vemos os exércitos dos reinos de Ghanor enfrentando diversas tropas e exércitos de criaturas não humanoides. O próprio dragão vermelho Zamir tinha exércitos de mortos-vivos e de Hobgoblins. Hoje nos Santos Escritos, vamos trazer Unidades Militares dos Domínios de Ghanor formados por não humanos.

Disclaimer

ATENÇÃO!!! A MATÉRIA ABAIXO CONTÉM SPOILERS DE A LENDA DE RUFF GHANOR (O Garoto Cabra, O Herdeiro do Leão O Melhor Amigo do Homem) E DA QUADRILOGIA ANGELICAL (A Batalha do Apocalipse, Herdeiros de Atlântida, Anjos da Morte e Paraíso Perdido). VOCÊ ESTÁ AVISADO!

Além disso, todas as regras abaixo foram feitas por um fã, para fãs. Dessa maneira, não tem nenhum vínculo oficial com a Jambô Editora ou com o grupo Jovem Nerd.

Unidades Militares

Em A Lenda de Ghanor RPG, no capítulo de Domínios (que já falamos sobre aqui), temos o capítulo falando de Unidades Militares na página 298. Unidades militares são recrutadas pela ação Recrutar Tropas (pg. 300), mas precisa de certas construções para serem recrutadas, que você pode conferir na tabela 8-11 do livro. Unidades Militares podem ser usadas para defender domínios ou para auxiliar em aventuras, que você pode ver com mais detalhes no capítulo Usando Unidades.

Unidades Não Humanoides

As unidades militares listadas na página 298 pressupõem que todas as unidades militares são, no mínimo, humanoides ou humanos. Mas no Santos Escritos hoje, vamos imaginar unidades especificas de cada raça de Ghanor RPG, que pode exceder os parâmetros normais.

Para algumas unidades abaixo, você pode comprar as mesmas unidades militares que já existem, mas com os ajustes pedidos. Outras unidades militares tem construções específicas e estáticas específicas, quando for o caso iremos colocar abaixo. Você não precisa recrutar tropas de apenas uma das opções das raças abaixo, mas pode diversificar.

Por exemplo: Ao recrutar uma tropa de Milícia, pode recrutar 5 humanos, 2 anões e 3 elfos. Ou outras formações diferentes. A única exceção são para tropas únicas que devem ser todos da mesma raça.

Anões

Como o povo rígido e durão que são, ao Recrutar Tropas e escolher unidades anões, eles são mais resistentes, porém mais lentos. Anões podem ser recrutados como parte de Milícia, Guardas e Cavaleiros. Eles tem -3m de deslocamento (com exceção de cavaleiros) e eles recebem +1 na Defesa. Porém, por serem mais teimosos, são mais difíceis de manter. Se tiver 3 ou mais anões em uma unidade militar, eles aumentam o valor de manutenção da unidade em 0,25 LO.

Elfos

Elfos são um povo intimamente ligado a natureza, por isso, não é surreal que estejam ligados a domínios próximos a ela. Eles podem ser recrutados como parte de Milícias, Guardas e Arqueiros, eles recebem -1 na Defesa, porém recebem +3m de deslocamento. Elfos arqueiros são mais fortes que arqueiros comuns, e causam +2 pontos de dano.

Elfos também tem uma unidade militar própria, proprietários de um domínio podem plantar uma Árvore Ancestral que mantêm elfos de unidades especiais para lutarem ao seu lado. Essa construção só pode ser feita em Florestas, Pântanos e Planícies, custa 8 LO para construir e 2 LO para manter. Ela permite que o dono do domínio recrute Cavaleiros Élficos que tem 5 de Poder, 12m de deslocamento, 25 de Defesa e tem dois danos: podem causar 1d10 pontos de dano contra alvos adjacentes ou 1d8+4 (já contabilizando o bônus de elfos arqueiros) contra alvos em alcance médio. Além disso, se forem chamados em um terreno natural, os elfos tem camuflagem leve contra ataques de inimigos.

Porém, há mais um problema; elfos precisam de turlin uma bebida especifica, para manterem o foco. Ao final de cada rodada de domínio, o dono do domínio precisa ter uma quantidade de turlin em seu inventário igual a quantidade de unidades élficas que tem, se não tiver, as unidades vão ficar indisponíveis na próxima aventura e só vão voltar na próxima rodada de domínio.

Gigantes

São criaturas simples, mas de hábitos diferentes, com exceção de um gigante notável, poucos foram vistos lutando lado a lado com os exércitos dos homens, mas não quer dizer que isso seja impossível. Gigantes não podem ser recrutados com outras tropas, eles tem uma unidade própria.

Para recrutar gigantes, donos de domínio precisam construir uma Gruta de Gigantes, construir uma custa 4 LO e tem 2 LO de manutenção. Tem Poder 5, deslocamento 9m, Defesa 20 e causam 1d10+2 pontos de dano em alvos corpo a corpo.

Porém, Unidades militares de gigantes tem outras particularidades. Uma unidade militar de gigantes não é formada por 10 unidades, mas por 4 unidades. Ao invés de serem unidades Médias, são unidades Grandes, ocupando 3m de espaço no mapa. Gigantes também não tem 1 PV, como é o comum, mas eles tem 5 PV por nível de domínio. Portanto, gigantes pertencentes a um domínio de nível 3 tem 15 PV.

Hobgoblins

Criaturas implacáveis, normalmente são ligadas as tropas do dragão vermelho Zamir. Diversos tem tentado conquistar espaço nos reinos de Ghanor, principalmente fazendo parte de tropas militares. Porém, ainda são vistos com desconfiança. Hobgoblins podem fazer parte de unidades militares de Milícia, Bandidos, Guardas, Arqueiros Cavaleiros. Ele aumentam a Defesa em +1 e aumentam o dano da unidade em +2, porém aumentam o custo da unidade militar em +1 LO e o custo de manutenção em 0,25 LO.

Além disso, presença de Hobgoblins é mal vista por moradores de domínios, ainda desconfiados pelos anos de dominação de Zamir. Ao recrutar qualquer unidade de Hobgoblins, a popularidade do domínio automaticamente diminui em uma categoria. Porém, caso 3 ou mais Hobgoblins defendam o domínio ou lutem ao lado do regente pelo menos duas vezes, em turnos de domínio ou aventuras diferentes, o povo começa a enxergá-los com mais tranquilidade e essa penalidade não se aplica mais a novas unidades hobgoblins recrutadas.

Meio-Elfos

Não trazem diferenças suficientes para alterar estatísticas de unidades militares. Ainda podem ser recrutados, mas apenas tem mudança cosmética.

Aberrantes

 A Influência do Óleo Negro é palpável nestes, e eles podem ser recrutados como membros normais de qualquer unidade militar como uma mudança cosmética. Porém eles podem ser recrutados como uma unidade própria. Um dono de domínio pode construir uma Comitiva do Deserto em seu domínio, que lhe permite recrutar Magos Aberrantes.

Magos Aberrantes tem o custo de 6 LO, manutenção de 1 LO, poder 3 e Defesa 16. Cada unidade militar da Comitiva do Deserto conta com 5 unidades, ao invés de 10 e eles não causam dano como outras unidades militares. Ao invés disso, quem os estiver comandando pode ordenar que eles conjurem uma magia de 1º círculo. Ao recrutar uma Comitiva do Deserto, escolha uma lista de magias entre as Tradições Arcanas de Magia Abissal, Magia Elemental, Magia Erudita ou Magia Rústica.

Cada unidade pode laçar uma magia de 1º círculo da lista escolhida usando os valores de Inteligência do dono do domínio para fins de cálculo de CD. As magias lançadas pelas unidades militares não podem receber benefícios de poderes que afetam magias do dono do domínio e não podem aplicar aprimoramentos, usando só a versão base da magia. Após lançar a magia, a unidade militar sai de combate.

Conclusão

Algo legal do combate tático usando unidades militares, não apenas no RPG mas também em jogos TBS (Turn based strategy ou de Estrátegia baseada em Turnos) é brincar com diferentes unidades em combates que podem dar mais bônus ou auxílios para a sua party. Na matéria de hoje quis brincar mais com as diferentes possibilidades que a regra de Unidades Militares podem trazer a mesa, espero que gostem!


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Texto: Gustavo “AutoPeel” Estrela.
Revisão: Raquel Naiane.

Classe Variante: O Mafioso – Área de Tormenta

Na Dragão Brasil 211 e na quinta prévia do conjunto de suplementos Deuses & Heróis, recebemos uma espiada de como vai funcionar as classes variantes no jogo. No caso da Dragão Brasil veio a variante que era classe o Miragem, no Deuses & Heróis chegaram mais variantes e prévias de variantes a se desenvolver. No Área de Tormenta de hoje, o criador de Homebrews Altair trouxe uma homebrew dessa mecânica de variante: O Mafioso. O texto abaixo vem do material do PDF dele que vocês podem encontrar o Discord.

Não precisam ser exatamente assim, mas se quiser, podem.

O Mafioso (Variante do Nobre)

“Alguém precisa fazer o trabalho sujo…”

A Companhia dos Irmãos, o Clã da Lótus, a Yakuza e muitas outras organizações criminosas fazem parte do cotidiano artoniano. Seja em suas brigas internas ou envolvendo as forças do “bem”, eles são como uma família, que através dos seus meios sórdidos, obtém prestígio e aquilo que qualquer um precisa.

Sendo infames pela natureza do seu trabalho, ou devido ao seu prestígio sendo caçados pelos seus rivais, os mafiosos empregam uma força de elite para lhes manter seguros: capangas.

Também usufruem de contatos que lhe fornecem tudo que o reinado pode considerar proibido, como venenos, armas de fogo e pólvora. Favores entre mafiosos e figuras de autoridade também são frequentes, seja para obter algum favor, audiência ou qualquer outra coisa que o mafioso julgue necessário em troca de seus serviços. O maior exemplo sendo cartas de corso que os permitem utilizar armas de fogo dentro das dependências do reinado.

O Guarda-Costas pode ser meio bruto às vezes.

Seus serviços normalmente serão o de “limpar a sujeira” da sociedade. Desse modo, existem mafiosos puramente malignos, como os traficantes e proxenetas de má índole, que forçam mulheres para realizar seu trabalho. Esses, são a escória que é “limpa” pelos mafiosos de boa índole, que é o que você é aqui.

Características de Classe

Pontos de Vida. Um mafioso começa com 12 pontos de vida + Constituição e ganha 3 PV + Constituição por nível.
Pontos de Mana. Como o nobre básico.
Perícias. Enganação (Car) ou Intimidação (Car), Vontade (Sab), mais 6 a sua escolha entre Adestramento (Car), Atuação (Car), Conhecimento (Int), Diplomacia (Car), Enganação (Car), Fortitude (Con), Guerra (Int), Iniciativa (Des), Intimidação (Car), Intuição (Sab), Investigação (Int), Jogatina (Car), Ladinagem (Des), Luta (For), Nobreza (Int), Ofício (Int), Percepção (Sab), Pilotagem (Des), Pontaria (Des) e Reflexos (Des).
Proficiências. Armas de Fogo e Marciais.

Habilidades de Classe

Capangas. Você pode gastar uma ação completa e 2 PM para chamar uma quantidade de capangas igual ao seu Carisma, que surgem em pontos desocupados em alcance curto. Você pode gastar uma ação de movimento para fazer os capangas andarem (deslocamento 9m) ou uma ação padrão para fazê-los causar dano a criaturas em alcance curto (1d6 + Des pontos de dano de perfuração cada). Além disso, para cada capanga adjacente, você recebe +1 na Defesa. Os capangas têm Força e Destreza iguais a sua Inteligência, Defesa 12 + Des, 1 PV e falham automaticamente em qualquer teste de resistência ou oposto. Os capangas não agem sem receber uma ordem. Usos criativos para capangas fora de combate ficam a critério do mestre. Você só pode chamar novos capangas se todos os que estão em campo morrerem ou forem dispensados.

Um mafioso não sai sem seus capangas.

Espólio. Como o nobre básico.
Orgulho. Como o nobre básico.

Poder de Mafioso

A partir do 2º nível, você recebe essa habilidade como o nobre básico, mas você não pode escolher os poderes Armadura Brilhante, Grito Tirânico e Presença Majestosa. Porém, pode escolher os poderes exclusivos da lista abaixo.

  • Braço Direito. Seu guarda-costas se torna um parceiro mestre de um tipo a sua escolha entre ajudante, combatente, fortão ou guardião. Pré-requisito: 16º nível de mafioso.
  • Companheiro Animal. Você recebe um companheiro animal (veja Tormenta20, p. 62). Pré-requisitos: Car 1, treinado em Adestramento.
  • Família. Seus irmãos recebem +1 dado de dano do mesmo tipo em seus ataques e você recebe uma ação adicional para comandá-los. Pré-requisitos: Irmãos, 12º nível de mafioso.
Irmãos não quebram seu coração, normalmente.
  • Irmãos. Escolha um de seus capangas, ele passa a ter um valor de PVs igual a metade dos seus + Car e mantém-se sempre com você, não contando no seu limite de capangas. Se seu irmão morrer, você pode treinar um novo gastando T$ 100 e um dia. Você pode pegar este poder outras vezes para ter mais irmãos, mas apenas uma vez por patamar.
  • Mercenários. Seus capangas e guarda-costas dispõem de um equipamento melhorado, aumentando o dano dos seus ataques em um passo e a Defesa base para 16. Pré-requisito: 8º nível de mafioso.
  • Mestre do Submundo. Você pode emitir cartas de corso falsificadas (autoridades tem –10 em testes de para perceber a fraude), tem +5 em testes para Interrogar e tem acesso a itens e serviços proibidos (como armas de fogo e venenos).

Poderes de Nível

Ninguém espera o ataque de capangas Osteons

Abrir Fogo. No 2º nível, ao comandar seus capangas para atacar, você pode fazer isso com uma ação completa e gastar 2 PM, por capanga, para que ele cause dano a toda criatura dentro do alcance dele.

Miliciano. No 3º nível, você passa a receber dinheiro de seus “trabalhos” de proteção e favores. Uma vez por aventura, você recebe um número de Tibares de ouro igual a duas vezes seu valor de Carisma — exceto aumentos temporários. O uso desta habilidade é condicionado a sua relação com sua milícia e a onde você está. Por exemplo, um mafioso viajando pelos ermos, isolado da civilização, dificilmente teria como receber dinheiro.

Gritar Ordens. Como o nobre básico.

Guarda-Costas. No 5º nível, um de seus capangas se torna um guarda-costas, não ocupando seu limite de capangas. Ele não possui PVs, invés disso, possui um valor de Cargas de Proteção igual ao seu Carisma. Uma vez por rodada, quando uma criatura tentar machucá-lo, você pode gastar uma dessas cargas e 3 PM para, caso a criatura acerte, você reduzir o dano sofrido pela metade, ou se falhar, sofrer 2d12 + Int pontos de dano do seu guarda-costas. Se zerar as cargas do seu guarda-costas, deve atribuir esse cargo a um outro capanga gastando T$ 500 no treinamento e uma semana de preparação.

O Poderoso Chefão. O dano causado pelos seus capangas e guarda-costas aumenta em um passo. Além disso, sempre que sofrer dano, você pode sacrificar seu guarda-costas ou um de seus capangas para reduzir este dano pela metade.

Conclusão

O Altair mandou essa classe variante do Discord da Jambô e eu achei muito legal. Mafiosos são surpreendentemente comum no mundo de Arton, como a Companhia dos Irmãos. Espero que vocês gostem como eu gostei!


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Texto:
Kelveny “Altair” Robson Santana Silva
Revisão: Gustavo “AutoPeel” Estrela e Raquel Naiane.

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