J.V. Teixeira – Torres de Wynlla – Entrevista

Escritor e professor carioca, J.V. Teixeira é o autor do romance Torres de Wynlla, um dos mais recentes contos no Universo de Tormenta, que fala sobre um grupo de personagens enfrentando a alta sociedade arcana de Wynlla, o reino da Magia, e vivendo altas aventuras por lá. O autor nos concedeu uma entrevista no finalzinho de 2024 e você pode conferir ela por aqui.

Cara, primeiramente tudo bem, como você tá?

Cara, tirando o calor, tudo certo!

Disclaimer

A entrevista abaixo contêm SPOILERS do livro As Torres de Wynlla, leia por sua conta em risco!

As Torres de Wynlla

Para começar a entrevista legal, mesmo que eu tenha lido o livro e esteja com as coisas frescas na cabeça para perguntar, queria que você o apresentasse. Fique à vontade!

Torres de Wynlla é um ótimo ponto de entrada para quem não conhece Tormenta, mas para quem é familiar ao cenário, acredito que vai servir para enxergar aquele reino de um modo diferente.

Até porque, por mais que Tormenta seja um cenário de fantasia medieval, tem espaço para muita coisa. Quem for introduzido no cenário pelo Torres vai conhecer um lado um pouco diferente da fantasia medieval mais “clássica”, e, de repente, pode acabar sendo levado a se interessar pela fantasia mais tradicional quando procurar os outros livros.

Uma história de aventura igual a um desenho animado

Quando a gente conversou na Taverna do Anão Tagarela, eu achei engraçado descobrir como os autores são convocados. Você escrevia desde livro sobre a sua vivência como professor até histórias de terror e então foi chamado para escrever um livro infanto-juvenil. Contudo, a minha impressão é que o Torres tá no meio termo de maturidade entre o Dado Selvagem e a Cidade da Raposa.

Considerando esses três como essa pegada dos novos autores de Tormenta, Dado Selvagem é o mais infantil, Cidade da Raposa é um pouco mais maduro (fala sobre drogas, vida adulta e etc), mas enquanto eu lia o Torres eu imaginava muito um desenho do fim dos anos 2000, ou início dos anos 2010, como Ben 10 ou Liga da Justiça Sem Limites. Algo voltado para adolescentes saindo da puberdade e entrando na vida adulta, que tem suas partes bobinhas, mas também tem assuntos mais sérios.

Eu queria saber se isso foi proposital, se você gosta de colocar isso nos seus livros ou se a sua inspiração foi outra e essa impressão foi errada.

Foi totalmente proposital. Eu quis fazer um livro que tivesse camadas de compreensão, mas não consigo nem afirmar se eu fui feliz nisso, pois não sei se o leitor vai reconhecer os subtextos dentro dele.

Por exemplo, se pegarmos os vilões Alcyanda e Vergil. Eu quis tornar os dois odiosos, só que não sei se um adolescente vai sentir tanto ódio deles, porque tem coisas que talvez um adulto consiga captar um pouco mais.

Tem toda uma leva de animações que seguem esse caminho de ter camadas. A criança assiste de boa, mas se você é um pouco mais velho, vai ver aquela aventura divertida como algo mais profundo.

Os desenhos do meio dos anos 2000. Inicio dos anos 2010 são muitos bons em retratar essas aventuras para adolescentes com lições de maturidade.

Fico feliz de ouvir isso porque foi o sentimento que tive. Eu estava lendo o livro, aí em um momento o Cidney perde o braço e eu tomei um susto. Não é algo que a gente espera em uma aventura para crianças e normalmente representa um momento de virada do personagem. Em Hora de Aventura algo do tipo acontece e é um choque.

Os Vilões do Torres

Você falou dos vilões, e uma coisa que eu fiquei curioso foi pela escolha deles. Quando li a sinopse, acreditei que seria um livro contra a Magocracia, de gente querendo derrubar essa “democracia”. Também é, mas tem muitas pessoas querendo levantar uma monarquia de novo (o que é mais real do que gostaríamos). E essas pessoas não tem escrúpulos para chegar aos seus objetivos, então eles se unem aos minotauros escravagistas e aos puristas.

Você disse que queria muito que a vilã fosse odiosa, mas tem muitos momentos em que a gente tá na cabeça dela. Quando você escolheu apresentar o ponto de vista da Alcyandra e dos vilões ao redor dela, qual foi o seu objetivo?

Vamos por partes. Você citou que tem um momento em que o leitor entra na cabeça da Alcyandra e tem um vislumbre do que passa na mente dela e do Vergil também. Eu acho importante esse tipo de coisa, porque tem algo que está caindo em desuso, que é o cara ser mau só porque ele é mau. Eu não queria colocar apenas duas pessoas que estão em uma posição elevada e por isso são maus, eu quis dar um porquê. Tanto é que talvez outras pessoas na situação deles se tornassem herois ao invés de vilões.

Principalmente o Vergil.

Ele vem muito da literatura e de filmes de guerra que eu consumo, principalmente os filmes de guerra revisionistas que colocam os soldados como herois de guerra que quando voltam não são ninguém. Juntei isso com as pessoas que fazem o bem, mas querendo algo em troca.

A Alcyranda, apesar de tudo, tem influência do meio em que foi criada. Ela é obrigada a repetir estereótipos para sobreviver naquele mundo, chegando a um ponto de odiar algo que ela é. Isso é bizarro demais, e eu quis passar esse paradoxo. Ela não escolheu isso, mas ódio não tem explicação.

Esses dois foram pensados desde o começo para serem vilões.

Quando comecei a preparar o livro eu não havia definido os dois, só que um deles viria do Conselho e o outro da Guerra Artoniana. Essa base estava certa, mas a quem estariam ligados não.

Só fui pensar nesse escopo quando me enviaram o capítulo do Atlas de Arton relacionado a Wynlla, então comecei a preencher as lacunas com informações que haviam lá.

Respondendo sua pergunta sobre os puristas e os minotauros: eu queria colocar uma escalonação de perigo e conforme lia o Atlas, percebia que havia alguns espacinhos que eu poderia usar.

O Tavikus é um personagem que tá no livro Vectora – Cidade nas Nuvens. Eu peguei ele, juntei com o histórico recente de Tapista e aí surgiu essa espécie de levante de Minotauros. Também fiz isso pensando naquela questão de quem perdeu algo que achava bom ficar revoltado. Os minotauros estavam em uma situação favorável até a escravidão acabar e não vão aceitar isso quietos. “Antigamente que era bom”, algo do tipo.

Os puristas, tirando a Tormenta, são o ponto máximo de perigo em Arton, com todo aquele radicalismo. Não havia porque usar a Tormenta no livro, então eu coloquei os puristas para serem o topo desse escalonamento de inimigos que o grupo se depara.

Tem muita coisa que surge conforme eu vou escrevendo. Por exemplo, o retorno do Alvar. Ele só apareceria no começo. Quem termina o livro acredita que ele é uma peça fundamental, mas a ideia de trazer ele de volta veio conforme eu escrevia. Eu o criei para ser um vilão pontual, mas ele ganhou uma vida que me encantou. Nem passado ele tinha, aquele histórico surgiu quando eu escrevi o capítulo.

Outro exemplo desse tipo é o Lamond ser irmão da fantasma que os protagonistas encontram. Essa ligação surgiu conforme eu escrevia e enriqueceu muito a história.

Vergil é um dos principais antagonistas do Torres, mas ele já havia aparecido nos livros como a representação da Distinção Mago de Combate.

Eu não havia pensado nisso, mas esses dois realmente pareciam que foram pensados dessa forma desde o início.

Valkaria vs Wynna

A gente conversou na CCXP sobre a subtrama que me fisgou e ao meu amigo Antônio (que terminou o livro antes de mim). Estou falando do prólogo, onde tem meio que uma guerra acontecendo entre Valkaria e Wynna, que me deixou muito curioso.

Wynna tem um nicho dentro dos alinhamentos e sempre foi muito Neutra. Ela não tem um lado, mas é boa, distribui magia para todo mundo. Valkaria normalmente é colocada como heroína, mas muitas vezes age como uma vilã. Da maneira que você colocou o embate delas, Wynna parece muito a vilã.

Não sei se você pensou alguma delas como vilã ou heroína, mas com vilã eu quero dizer a antagonista da história, porque Wynna não quer que o Cid encontre o que ele tá procurando e fica “irritada” por tudo dar certo.

Todo esse jogo de tabuleiro ao redor me lembrou muito as discussões entre Khalmyr, Nimb e os demais deuses no primeiro romance da Trilogia da Tormenta e em Holy Avenger: Paladina. Qual foi a ideia para ter o embate das duas?

São deusas que a gente nunca imaginou interagindo muito. Valkaria naturalmente tem ligação com todo o panteão, mas Wynna nunca pareceu ter algo contra alguém. O livro tem uma interação de irmandade muito legal com elas.

Enfim, o que você tem para falar sobre o relacionamento dessas duas deusas e dessas partes?

Eu coloquei as deusas por dois motivos.

Quando li Inimigo do Mundo eu surtei, porque, por mais que Tormenta tenha essa abertura, até o Inimigo do Mundo eu imaginava os 20 deuses do mesmo modo que as pessoas veem Deus no mundo real. Algo divino e acima de todos. Eu não os enxergava como algo falho, com desejos e tudo mais. Após a leitura, comecei a enxergá-los mais como deuses gregos e romanos.

Minha ideia inicial era apresentar as duas deusas só no final. Seria o plot twist: Valkaria manipulou toda a aventura vivida por Cidney e s outros.

Eu demonstraria isso do mesmo modo que os deuses aparecem naqueles filmes clássicos de mitologia grega dos anos 60 e 70, em que estão tomando um vinhozinho no meio de um lago, vendo os herois na água.

Mas aí em uma conversa com o meu editor, o Cassaro, ele sabiamente falou que como a gente estaria apresentando Tormenta para novos leitores, era interessante os deuses aparecerem antes, para o pessoal não chegar no fim da leitura e falar: “mas que diacho é esse de deuses conversando?”.

Quem conhece Tormenta ia entender de boa, mas quem tá entrando não. Então, o que seria o epílogo do livro foi particionado em quatro momentos: a introdução, o interlúdio, o epílogo e o fechamento do romance.

Sobre a mudança em relação a Wynna, foi proposital. O que eu tentei passar é que ela teme até onde os mortais conseguem ir sem a magia. Por isso ela baniu o Lawson, afinal, ele começou a ter avanços tecnológicos que não precisariam mais dela. Um exemplo é o Ferrugem, que é um golem teoricamente mágico, mas que de certa forma poderia funcionar sem magia.

Essa é uma visão que eu não tive. Eu havia entendido que ela estava incomodada com a tecnologia vindo para substituir a magia, mas não havia entendido que Wynna se sentia ameaçada por ela. E ai entra de novo naquelas questões que a gente não sabe se é proposital ou não, mas as Engenhocas no Tormenta20 simulam magias, então podem “substituir”. Tem dois inventores nos últimos dois livros que fazem coisas incríveis, mas que não são magias.

Até no momento em que o Cidney tá para baixo, se achando incapaz, a Dacila diz que ele consegue fazer coisas que nem ela que é maga conseguiria, usando apenas a Inteligência.

Sim! E ele simula um monte de magias. Pensando mecanicamente, usar “magia sem magia” deixaria Wynna pistola.

Eu não vi a questão mecânica em si, mas pensei dessa forma.

Desde sempre o embate era entre Khalmyr e Nimb. É interessante ver outros deuses com essa dinâmica!

Representatividade em Tormenta

O Cidney é o personagem principal. Muita coisa gira ao redor dele e por causa dele. A gente conversou sobre na CCXP, mas ele é um dos poucos protagonistas negros de Tormenta.

São poucos protagonistas negros, mas as coisas estão mudando, pois hoje em dia tem reflexões que não existiam antigamente. A cultura pop em geral está passando por isso e muita gente tá incomodada (o que mostra que estamos indo pelo caminho certo).

Mas realmente são tão poucos protagonistas negros que muita gente ao ver as primeiras imagens do Cid pensou que o Torres era um livro sobre o jovem Nargom.

A tendência é mudar, podemos ver que no próprio Torres tem entre os protagonistas o Cid, o Vergil e a Dacila, que são negros, além da Nasus, que não é preta, mas tem um tom de pele diferenciado.

Inclusive, ela era uma personagem que não existia no planejamento até eu escrever a parte que ela aparece.

O livro em si teve muita surpresa pra mim, porque muita coisa surgiu durante a escrita. O Cid não perderia o braço, eu decidi na hora que aconteceu. Como isso aconteceu, ele teria que ganhar um novo, e aí veio a tia dele com essa função.

Enquanto eu escrevo, as ideias surgem.

Por exemplo, o grupo de aventureiros que coloquei no prólogo do livro era pra ser um grupo aleatório, mas quando cheguei na parte em que a Nasus conta a história do grupo dela e do avô do Cidney, eu juntei com essa parte da introdução. Eu acho que enriqueceu ainda mais a trama, para mostrar como muitas vezes Valkaria é perversa. Ela tá mexendo todos os pauzinhos para Wynna aceitar o que ela quer, fazendo a irmã pensar que foi por acaso.

No fim, Wynna tá lá “pô, minha irmãzinha, perdi”, e Valkaria tá com a face plena aceitando a vitória.

Ferrugem e Data, sempre tentando entender a lógica dos feitos de carne.

Família Tradicional Artoniana

Você falando que a Nasus foi pensada no meio do livro me deixou surpreso, porque “não é necessariamente a família tradicional artoniana” parecia uma passagem pensada, com antecedência. É bem legal que a família do Cidney seja composta por um avô goblin, uma tia centaura e um golem deformado.

Falando no Ferrugem, você disse para mim no podcast que ele seria um personagem que o pessoal ia gostar bastante e isso se provou verdade. Ele tá ali para resolver muitos problemas, salva muita gente da morte certa e tem um dilema muito legal, de personagens como o Data do Star Trek, que leva tudo no literal e que estão montando um senso crítico.

Qual foi a sua maior inspiração para ele?

O Ferrugem é a junção da teimosia do Obelix com a curiosidade do Data de querer compreender o mundo. Ele fica indignado quando algo está acontecendo e aparentemente não tem sentido.

Além disso, tem o temperinho que surgiu no meio da escrita, graças a minha noiva que me perguntou se o livro teria piada. Até então não teria, mas por causa da pergunta dela eu coloquei.

A Dacila foi baseada na sua esposa então? Porque ela é a única que presta atenção nas piadas do Ferrugem e ri.

Pior que não foi, hahaha.

Os Novos Titãs, escritos por Mark Wolfman

O motivo dela ser a única que ri foi uma tática de escrita que eu aprendi com o Marv Wolfman, um roteirista de quadrinhos das antigas, que criou os Novos Titãs. Lendo uma entrevista há muito tempo fiquei fascinado em como ele criou a equipe, fazendo uma escala de proximidade entre os personagens.

No caso do Torres eu defini que o Cidney não ia achar nada engraçado, a Gnal uma coisa ou outra e a Dacila riria de tudo. Daí a relação fica mais fácil, porque se você coloca uma comédia, você já sabe como eles vão interagir.

Essa escala pode ser usada para qualquer aspecto, inclusive os combates. Por exemplo, o Cidney tem uma pistola, então ele ataca de longe. A Dacila tem os bastões e a magia, então ela pode combater de perto e longe. O Ferrugem só de perto pois usa os punhos. Por fim, a Gnal nunca ataca. Com isso consigo criar boas cenas de ação, além de poder subverter as coisas, colocando o Ferrugem para enfrentar alguém que bate de longe. Ele precisando pensar em como atacar o inimigo a distâcia, isso dá um destaque maior em cenas de ação.

Subvertendo a expectativa no combate

Isso até ajuda a subverter as coisas, porque quando o Ferrugem enfrenta o elfo de pedra ele resolve na conversa e o Cid quando ganha o braço novo dá uma porrada.

Aproveitando o gancho, como você escreve bem cena de luta!

Muito obrigado, hahaha.

Tem gente que não gosta de escrever essas cenas porque dá um trabalho danado, mas acho que é a parte que eu mais me divirto.

Você tem uma ótima visão espacial e tem saídas criativas para os combates. Mesmo com essas subversões que você falou, quando o Ferrugem começa a apanhar da pra saber que é porque tem alguma coisa errada.

Inclusive, nesse capítulo que você tá citando, eu me desafiei a escrever como se fosse um plano sequência de filme.

Eu costumo colocar muita quebra nos capítulos, então se tem uma luta, foco no Cid, ai ponho um quebra, vou pro Ferrugem, coloco outra quebra, volto o foco pro Cid e por aí vai. Isso é o normal da minha escrita, por que sou um leitor de ônibus e leitor de ônibus sabe que é uma merda você estar no meio do capítulo e ter que parar a leitura para descer no ponto.

Contudo, essa cena em específico que você citou (talvez a luta mais épica do livro) não tem quebra.

Acho que só no final, quando tem a “morte” do Ferrugem.

Que é algo que me deixou muito apreensivo, afinal, o Ferrugem era o ponto de segurança do grupo. Quando acontece, o leitor fica doido, pensando no que pode acontecer.

É muito importante que esse combate aconteça perto do fim, pois luta chama mais atenção do leitor, contudo, o desfecho do livro não poderia ser apenas uma pancadaria. É por isso que no final, o Cid vence um conflito na fala e com inteligência e não na força.

A magocracia de Wynlla é bem burocrática, mas não deixa de ter pessoas sábias.

Tem uma senhora nessa cena final, inclusive, que eu acho que nunca foi citada. Ela dá moral para o Cid, deixa ele falar e eu achei muito legal porque para o plano dele dar certo ele teria que ser ouvido.

Sim. Tanto que essa senhora chama ele de inocente por pensar que não poderia ser parado, mas ela apresenta diversas formas diferentes de fazer isso.

Ela já existia sim, eu tirei do Atlas. De personagens criados por mim tem os quatro principais, a Nasus, o avô do Cid, Alvar, os dois vilões e eu acho que só.

O Vergil apareceu antes na Dragão Brasil como a ilustração do Mago de Combate. Inclusive, só fui perceber que era ele depois de ler o livro. O Cid também apareceu antes no Ameaças de Arton na página de Golens despertos.

Sim! E o pior é que quando a imagem saiu eu não sabia se podia falar ou não, hehehe.

Continuando sobre o plano do Cid: muitas vezes para as pessoas ascenderem precisam de oportunidades para serem ouvidos e, a partir daí, elas conseguem.

Sim. No começo do livro já é visível que o Cidney tem muito potencial, afinal, ele venceu o torneio. Contudo, a fala preconceituosa é tão forte que ele não consegue ver a importância que é vencer um torneio tão disputado.

Esse começo do livro fica melhor ainda quando percebemos que é uma insciente falando para outro insciente de um crime que não existe. “Você tá lutando com um Golem que não é mágico” mas, na verdade, ele é! Tanto que quando a Dacila usa Visão Mística, ela vê isso, mas ninguém em Wynlla teve esse cuidado.

É o puro preconceito. Viram aquele “troço” diferente do padrão e começaram a rir na hora, a preocupação só surgiu conforme ele foi vencendo as lutas.

Existe um pequeno detalhe para evitar o furo. Quando a Alcyanda desce e o Cid pede pro Ferrugem descansar, ele tira a esfera do golem, que é o componente mágico dele.

Então, se alguém tentou usar o Visão Místico depois disso, não viu que ele era mágico, porque ali só estava a parte mecânica e mais nada.

O avô do Cid tava dentro da esfera o tempo inteiro? Ou foi adicionado no meio do livro também?

Não, ele estava o tempo inteiro.

Hoje em dia, ninguém duvida que Anões podem lançar magia!

Anões e Magia

O preconceito mais “fácil” de colocar no livro é o do Cid porque ele é insciente e a gente liga muito a nossa realidade, comparando com a questão racial, mas o que me pegou de surpresa foi a Dacila. Eu não esperava o preconceito dos magos com os anões. Tem a destruição da Escola de Semi-Humanos pelos vilões, a Dacila ser uma maga com apenas duas magias e etc. De onde vem isso?

A escola vem do antigo Reinado D20. Quando eu reli e depois li o Atlas, percebi que tinha coisa em um que não estavam no outro. Quando indaguei o Cassaro: “Tem algum motivo para a escola não estar mais aqui?”, ele falou que saiu porque não tinha espaço para colocar tudo no Atlas e que no antigo Tormenta existia esse preconceito dos magos com anões, achando que eles não podiam lançar magia, mas isso não existe mais atualmente. Daí perguntei se poderia colocar que esse problema ainda existe no pessoal mais velho e assim trouxe a escola de anões de volta, criando o motivo dela não tá no Atlas (já que foi destruída) e o preconceito contra a Dacila.

A Dacila foi um presente. Tem muita amiga minha que ficou feliz de vê-la na capa. Ela é tão interessante que às vezes rouba o protagonismo. Tem planos de trazer ela em uma conto a parte?

Se encomendarem e me pagarem, estou disponível pra bastante coisa, hehehe. Tanto que na Dragão Brasil 211 teve um conto sobre o adversário que tomou porrada do Ferrugem no início do livro.

Isso me lembra um nicho específico que são fan games de personagens aleatórios de jogos clássicos, como Abobo’s Big Adventure e Green Biker Dude, que são baseados em personagens secundários.

Alcynda voltará?

Vamos falar sobre o gancho que você colocou na história. A Alcynda tá engatilhada para voltar. Ela tá presa na masmorra de Valkaria e uma hora vai sair. É como a gente comentou, Valkaria tanto traz a solução como o problema.

Essa foi mais uma daquelas questões que eu queria acrescentar ao cenário. Tem até a chance dela voltar, mas pra mim foi mais interessante colocar a possibilidade do jogador trazer ela de volta do que pensar em outro livro. Ela tá lá, se alguém quiser pode fazer uma aventura com isso.

E se voltar, vai vir chutando bundas pra caramba, muito nervosa e mais forte.

Tem uma coisa que muitos autores de fantasia voltados para RPG fazem, e você fez muito bem, que é dar gancho de aventura.

Isso foi totalmente planejado, pois Tormenta, essencialmente, é RPG. Eu queria muito acrescentar não só para o lore, mas também para o jogo.

Só nesse livro, os jogadores podem usar em suas mesas o Conclave Vermelho, o final da Alcyndra, o Lawson, os escravagistas do submundo de Vectora.

O Submundo de Vectora

Esta questão de pessoas a venda coloca em pauta um dos personagens mais amados do cenário, que é o Vectorius. E isso é muito bom! Eu não gostaria que o Vectorius fosse um “Elon Musk” de Arton que o pessoal vê como alguém muito bonzinho.

Acredito que a escrotidão do Vectorius ficou clara.

Uma passagem que eu me orgulho é quando eles estão vendo a encenação da criação de Vectora. O que é mostrado é muito pomposo e a Alcyandra fica pensando que a encenação não mostra os acordos que ele fez e etc.

Eu gostei bastante dessa cena. Eu ouvi algumas pessoas comentando “Pô, Vectorius, um dos heróis que enfrentou a Tormenta, faz vista grossa para a venda de escravos?” Sim! Tem muitos amigos meus que gostam do Vectorius por ele ser esse cara que veio do nada e construiu Vectora com magia e suor do próprio trabalho.

Essa ideia já existia em livros antigos, eu só trouxe à tona no meu para fazer ligação à Deusa do Labirinto.

Por isso fiquei em dúvida. Não sabia se era algo já presente no cenário ou se foi criação sua. Mesmo sendo algo antigo, pouca gente fala.

O antigo livro do Reinado é muito rico! Na época que eu jogava 3D&T mais fervorosamente usava muito ele.

As Várias Faces do Fascismo

Algo que tivemos problema na comunidade foram pessoas querendo jogar de Puristas e fazendo falsa dicotomia da época que dava pra jogar de Minotauro, mesmo sendo uma raça de escravistas. Os três últimos romances falam sobre temas que me surpreenderam muito por terem sido abordados. Dado Selvagem entra na questão do preconceito com imigrantes, você aborda várias facetas diferentes do fascismo e de estruturas de poder opressoras, de uma maneira que eu não esperava.

Quando tu trás essa outra face do Vectorius e coloca que ele tem que se dobrar às burocracias “calado”, eu achei muito interessante.

A galera, às vezes, tem uma visão muito distorcida da realidade… Eu sou meio descrente com algumas coisas. Acredito que a pessoa, para atingir certos patamares, ou teve que se sujar em algum momento ou alguém teve que se sujar por ela.

E o Vectorius teve que se sujar para criar Vectora, isso mesmo é citado no Atlas. Muita gente não entende o peso disso até ler em um romance.

A relação dos dois foi muito abalada pelos eventos recentes…

Aproveitando, você respondeu outra pergunta no livro, que é onde raios tava o Talude! Enquanto o Vectorius tá de cabelo branco com saudade do namorado, você mostrou que ele tava de boa em Magika, hehehe.

Eu tinha que preencher o espaço naquela cena, e decidi colocar o Talude lá relaxando com a deusa dele, hehehe.

O Arquimago dentro da Máquina

Mudando de assunto, tem algo que eu queria falar. Para mim, o Karias Theuderulf aparecendo da estátua foi um deus ex machina. Eu pude imaginar o Cristo Redentor levantando e falando: Milícias do Rio! Vocês estão errados!

Não acho que foi ruim, mas quando eu li a parte dele saindo da estátua e resolvendo o problema entendi como um deus ex machina. Meio como Hermes entregando a Molly para Odisseu. Mas eu queria entender o por quê de usar esse artifício dessa maneira, qual foi o pensamento?

Tem alguns pontos ai. Ele foi usado assim porque no Atlas é falado que isso é algo que acontece com certa frequência (para fins de consulta, veja Atlas de Arton pág. 111). O segundo ponto é um detalhe que não é perceptível na primeira leitura, mas no capítulo 3 é citado que o Karias poderia aparecer.

A estátua dele já é mostrada lá.

A distância entre as citações pode causar esse estranhamento, então, se você sentiu isso, pode ser algo para eu me atentar no futuro, mas eu tive essa preocupação para não parecer um Deus Ex Machina.

Valkaria até fala depois que Se Wynna não quisesse que isso acontecesse, não teria dado para o espírito do Karias possibilidade de agir assim.

Aspectos dos Deuses

Algo curioso é que nos últimos lançamentos de Tormenta, inclusive o Deuses de Arton, tivemos um uso regular dos Aspectos dos Deuses, da diferença entre eles e os Avatares. No Torres aparece dois Aspectos de Valkaria apresentando uma maneira clara de como eles são usados.

Quando escolheu colocar eles na história, já sabia dessa cosmovisão dos Aspectos ou foi algo pedido para ser colocado?

Então, Aspecto e Avatar são diferentes, mas eu não tinha a mínima ideia, só fui descobrir estudando para escrever o livro.

Mas, de qualquer forma, teria a presença divina de forma física na história. Eu só decidi colocar essa diferenciação quando li o Atlas ou o Ameaças, não vou lembrar. De repente, foi até em conversas com o Cassaro.

Algo que eu acho interessante é que todos os Aspectos que aparecem morrem fora de cena e tu percebe que era ela quando nota o anagrama no nome.

Respondendo a dúvida anterior, sobre ordenarem que eu escrevesse sobre os aspectos, isso não existiu.

Na verdade, eu tinha muita liberdade, a única “imposição” era que a trama se passasse em Wynlla.

Isso me deixa feliz, eu tinha muito receio que vocês três (Lucas Borne, Kali e o J.V) tivessem pouca liberdade, mas pelo menos dois de vocês me falaram que tinham muita.

Valkaria é simplesmente incapaz de não dar pistas de seu envolvimento.

O Futuro de Torres

Dos três últimos livros que saíram, acho que o seu é o que mais mexe com o cenário em si, mesmo que seja naquele microcosmo de Wynlla. Eu queria saber, se Guilherme Dei Svaldi chegasse pra você e falasse: “J.V, esgotou todos os nossos estoques de Torres de Wynlla, o livro foi um sucesso, a gente precisa de um segundo, começa a escrever, pode pensar na trama e brincar a vontade, só precisa ter os mesmos personagens“.

Como você seguiria a história?

Antes de responder, só vou comentar uma coisa.

Eu enxergo os três livros para faixas etárias bem diferentes. Não acompanho tanto redes sociais e eu não sei se foi divulgado dessa forma, mas não acho que o livro da Kali e o meu são voltados para o mesmo público base.

Como eu comentei, o seu eu acredito ser mais parecido com um desenho dos anos 2010, o da Kali me tem algo que parece mais um desenho mais jovem, e o do Lucas parece uma historia mais madura.

Batendo papo com a Kali, eu comentei que acho que ela foi mais feliz em pegar um público mais abrangente. Assim como eu acredito que Joia da Alma é ótimo livro de entrada para Tormenta, por também abraçar um público maior do que os livros do Leonel até aquele momento.

Sobre a pergunta do convite: tudo depende do modo que vai ser feito hehe. Colocando um cenário como o primeiro, me dando liberdade para escrever o que eu quisesse, a única certeza que eu tenho é que o Cidney e o Ferrugem iriam continuar, porque eu enxergo eles como Asterix e Obelix, uma dupla que passa por diversas aventuras. Já os amigos podem voltar ou não em outras aventuras.

A outra certeza é que um segundo livro não teria um foco tão grande em preconceito como o primeiro, para não virar algo repetitivo. No final do livro, o Cidney tá bem resolvido com isso, mas pode ser que depois de muitos anos ele tenha que lidar com isso de novo. Como, por exemplo, se tiver um filho e precisar se preocupar com a criança passando pelo mesmo que ele.

Eu acho importante que um segundo livro, se existir, lide com outros assuntos, até para evitar comparação com o primeiro. No segundo, a galera já vai esperar algo, então eu tenho que ir por outro caminho, para gerar a surpresa.

Agora, onde se passaria o livro eu não tenho como falar, porque gosto de pensar na trama lendo o Atlas e o Reinado para saber o que a região que eu estou escrevendo tem para oferecer. Wynlla ainda tem muita área para explorar, mas o que não falta são regiões em Arton com potencial para histórias.

Quem sabe as Sanguinárias, ou o Império de Jade com seus Kaiju.

Imagina Ferrugem lutando contra um Kaiju como um robô gigante!

Conclusão

Cara, para finalizar, eu queria que você usasse o espaço para falar do teu trabalho e fazer teu marketing. Fica à vontade!

É sempre bom receber feedback da galera, porque na nossa cabeça tudo é muito claro no livro. A gente tenta ao máximo deixar tudo compreensível, mas uma coisa ou outra pode não ter funcionado tão bem quanto o esperado e com um bate-papo a gente absorve os feedbacks para não cair nas mesmas armadilhas.

Fico muito feliz de poder participar de podcasts, entrevistas e etc, até para deixar mais informações sobre o livro na internet. Já aconteceu várias vezes de eu ler uma obra e não achar nada sobre ela.

Estou sempre disponível no Instagram para conversar com quem quiser.

Sobre os projetos para Jambô, eu escrevi o conto na Dragão Brasil 211. Ele se passa em Wynlla e é sobre um personagem “quartiário” do Torres de Wynlla.

Na Amazon tem muito conto e livro meu para ler no Kindle. Tem fantasia medieval, investigação sobrenatural e ficção científica. Quem gostou das cenas de ação do Torres, leiam Satélite 616 e Planeta Odarus que são livros de ficção científica sobre mercenários espaciais que usam armadura estilo Halo e caem na porradaria franca.

Para o pessoal da fantasia medieval, tem o Desgarrados: A Caçada Prateada. Ele começa num velório e cai um raio onde a princesa está morta. Ela acorda com o corpo todo prateado, mergulha e nada em direção ao continente obrigando o imperador a enviar um Samurai para matá-la. Pelo caminho ele  encontra dois companheiros que o auxiliam nesta jornada. Esse trio do barulho vai arrumar altas confusões atrás dessa Yokai.

Muito obrigado pelo papo, J.V!

Eu que agradeço, obrigado pelo feedback.


Torres de Wynlla já está disponível para compra no site da Jambô Editora! Quando for lá adquirir, use o cupom mrpg10 para garantir 10% de desconto!

Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PadrimPicPayPIX ou também no Catarse!

Assim, seja um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos como participar de mesas especiais em One Shots, de grupos ultrassecretos e da Vila de MRPG.

Além disso, o MRPG tem uma revista! Conheça e apoie pelo link: Revista Aetherica.

Entrevistador e Transcrição: Gustavo “AutoPeel” Estrela
Revisão: Raquel Naiane.

Fel Barros – Samba Estúdios – Entrevista

Designer dos jogos de tabuleiro de God of War e Narcos, Fel Barros é game designer e fundador da Samba Estúdios. Também foi anunciado, ano passado, que ele e seu estúdio vão ser os responsáveis pelos board games de Tormenta, anunciados durante o Financiamento Coletivo de Tormenta 25 Anos. A nossa especialista em jogos de tabuleiro, Karina Matheus, entrevistou o Fel ano passado para saber mais detalhes e também para falar sobre a trajetória e preferências dele.

Samba Estúdios e Tormenta

Fel, muito obrigado por conceder essa entrevista! Então, assim, a gente está aqui hoje para falar sobre os jogos que vão ser lançados para o cenário de Tormenta. Então a Jambô anunciou que vão ter jogos de Tabuleiro.

Deixa eu te contar um pouquinho só da minha história. Eu não sou jogador de Tormenta20, tá? Eu sou lá do 3D&T original, lá de trás. Quando tormenta surgiu, eu estava lá, a pequena Karina, jogando, e a minha história com os materiais de Tormenta é de muito de carinho e amor.

Então eu fiquei muito, muito feliz de a gente estar vendo esse crossover tão legal de RPG e jogos de Tabuleiro. E isso está acontecendo cada vez mais. Está fervilhando no nosso cenário. E aí eu queria começar te perguntando, o que já pode ser falado e o que que você já pode me contar?

Então, acho que é importante a gente começar com essa parte que eu. como jornalista, né? A gente quer novidade, que é informação e tal. Mas assim, oficialmente falando, a gente ainda não vai fazer nenhum anúncio oficial.

A gente não vai tá: Ó gente, vai sair na data tal, um jogo assim, assim e assado”, entendeu? Mas o que a gente, pode falar, é que são informações públicas, é que a gente criou uma parceria da Samba com a Jambô. Eu conheço o Svaldi (Guilherme Dei Svaldi) e a Karen (Karen Soarele) há bastante tempo também. O Caldela (Leonel Caldela) eu conheci recentemente. Mas assim, são pessoas que eu tenho muito carinho, que eu gosto bastante.

Eu já tenho muitos anos, né? E jogando Tormenta. Então, quando a Karen veio conversar comigo, foi um sim muito óbvio, né? “Não, vamos fazer, claro”. E uma coisa que eu acho que falando com você, a gente consiga ter um alcance maior, é que já existem dois frutos dessa parceria, né?

Tá disponível no site da Jambô dois jogos da minha autoria, que é o Catacumbas de Leverick e o Invasão a Doherimm. E os dois são todos 100% gratuitos e estão disponíveis para qualquer pessoa jogar gratuitamente.

É só ter um set de dados de RPG, né? O D20. E eles são no estilo que a gente chama de Roll & Write. Que você rola os dados e vai marcando em uma folhinha de papel e tal. Então, se você não quiser nem imprimir folha de papel, não tem impressora em casa, pode jogar marcando no PDF mesmo.

Mas assim, a parceria já começou, desde da época do apoio que a Jambô tinha sofrido com as enchentes da região. Os jogos entraram como metas da campanha, foi muito legal. E o que eu posso falar, respondendo a sua pergunta, né, mais objetivamente, eu posso falar que, é. Podem esperar coisas de alto calibre.

Eu estou a 10 anos trabalhando com Jogos de Tabuleiro oficialmente. Mas eu estou há 17 anos no hobby, né? Já tenho bastante jogo, bastante coisa que eu fiz. E é muito legal ver como a Jambô tem uma preocupação editorial parecida com a nossa. De fazer produtos com muito carinho, com muito cuidado. Com muito respeito à propriedade intelectual e pensando muito na comunidade, o que a galera quer, o que o pessoal espera e tal.

Então, respondendo objetivamente, a gente vai entregar: Jogos de alto padrão pro mercado nacional, com certeza.

Legal! Disso que tu me contou eu estou com umas dez perguntas aqui na cabeça. Mas eu queria começar por: como é que foi? Tu disse que quando vieram te convidar foi um “Sim! Sem dúvidas!”. Mas tu falou um pouco das tuas preocupações, o que vocês conversaram? A gente citou algumas coisas que são importantes pra ti: qualidade, como suporte a comunidade. Tiveram mais pontos que vocês alinharam? Como por exemplo: “Quero fazer esse projeto e quero atender isso aqui”.

É então, primeiro que não tem um jogo de tabuleiro de Tormenta. Isso é um ponto meio passivo da história. E eu penso assim: “Pô, o negócio tem 25 anos, é o maior RPG do Brasil.” O board game no Brasil ele vem em uma ascensão exponencial a cada ano, então pensar que não existia um jogo de tabuleiro de Tormenta era um lance meio… Como eu vou dizer… Meio surreal pra mim, até.

Então quando eu saí da empresa que eu trabalhava, eu tinha um contrato de exclusividade, não podia trabalhar para terceiros. Então quando eu sai da CoolMini em Abril, não deu nem um mês, a Karen Soarele, que já me conhecia, chegou em mim e falou: “Pô Fel, a gente tem a campanha do Tormenta25 vindo ai e tal. A gente queria começar a fazer jogo de tabuleiro, o que você acha?”. Foi dai que veio esse sim instantâneo.

Os jogos de tabuleiro de Tormenta foram uma das surpresas do financiamento coletivo de 25 anos do cenário.

Mas teve uma questão muito relevante para mim principalmente. Que eles querem um produto legal, assim como eu. Então a gente tem um tempo para conversar com calma, depois que a campanha passar para ver como a gente vai fazer.

Porque a minha preocupação inicial, como jogador e não mestre de Tormenta, que tem 72 livros decorados, mas eu sei que é muito grande e tem um monte de recorte temporal dos romances e tals. Então assim, tem uns 300 jogos que a gente pode fazer só com o que já existe de Tormenta.

Então essa questão de: Como é o recorte? Qual o foco? Como é que a gente vai fazer esse processo e limitar o escopo. Porque um board game tem muito mais limitações do que um RPG, em sentido do produto.

É uma caixa, o que você tem, tem muito mais regra. Ele é mais nichado. O RPG você pode chegar e contar uma amplitude de conteúdo, você pode contar 70.000 anos de historia nas linhas ali que eu tenho um mestre para preencher as lacunas. No board game a gente não tem isso, não tem as lacunas, tem que estar todas preenchidas e tem que estar fechado a vácuo. Então a gente ter esse recorte é muito importante.

Catacumbas de Leverick e Invasão a Doherimm

Os jogos que já saíram ambos foram por metas, né? Eu consegui testar rapidamente o primeiro, o segundo chegou pra mim, mas eu não consegui jogar (na data da entrevista, o segundo jogo Invasão a Doherimm tinha acabado de sair), mas eu acho muito gostoso esses jogos que dão a coisa do RPG, do jeito mais rápido, né. Eu tenho vários jogos aqui em casa que são jogos de masmorra, que são de rolar dado e de aleatoriedade. Que você tem a sensação de jogar varios dados na mão e ver o que acontece. Então eu achei eles bem inspirados. Então, os dois saíram por metade campanha, né?

Foram sim, eu gosto muito do gênero. Pelo Ray Watt e pelo Jordy Adan, que é um grande amigo meu. E que fez o Cartógrafo, que talvez seja o roll and write mais famoso do mundo. Eu já tinha jogado alguns, mas acho que o Cartógrafo é meio que um divisor de águas para mim. Não só pela minha relação pessoal, mas também pelo jogo ser muito bom.

Um fato curioso. Na Covil Con que é um evento que é organizado em Divinopolis em Abril. Cerca de 170 pessoas jogaram Cartógrafo ao mesmo tempo. Então é genial, quantos jogos você pode falar que tantas pessoas jogaram ao mesmo tempo. E o roll and write tem um fator que eu também acho muito maneiro, que é o fato democrático. No sentido que se você tem um conjunto de dados de RPG em casa, você não precisa nem imprimir, você já consegue jogar.

Então como um primeiro projeto, eu acho que a gente foi bem feliz em fazer esses print n’ plays, e foi uma forma bacana de eu interagir com a comunidade de uma forma mais… Na prática do que “esse cara aqui gosta de fazer jogo”. Não! Foi um “Olha, tem um jogo aqui, feito com carinho, pensado, não sei o que”. É muito simples, claro, não é um jogo que ficou anos debruçado fazendo. Foi um jogo bem mais rápido. A gente teve um apoio do pessoal do design gráfico, a gente teve um apoio da galera do negócio acontecer rápido.

Mas foi pra sentir na comunidade. A gente teve vários feedbacks positivos, foi legal ver como a galera engajou. A gente fez uma live do pessoal jogando. Teve outra ensinando o Invasão a Doherimm também. Então a gente tá bem animado com a propriedade intelectual e com os jogos que a gente consegue fazer.

Também foi falado no anúncio sobre jogos com diferentes custos, buscando diferentes públicos. Eu sei que tu me falou que você não pode contar quase nada, que não tem quase nada também definido ainda. Há essa preocupação de fazer jogos mais em conta (inclusive gratuitos como o print n’ play que foi lançado). Mas há algum planejamento do que vai ter ou ainda não tem nada definido?

Não tem nada escrito em pedra, mas é uma preocupação editorial nossa, tanto da Jambô quanto minha. A gente não quer que a única opção possível seja um jogo de R$ 1.500,00, porque limitaria muito o público.

Se a gente conseguir fazer tanto um jogo de carta, ou um roll and write, que é um bloco, uma caneta e um conjunto de dados. Ou jogos maiores de aventura com uma caixa grande e tals. Mas isso é eu falando como fã, a gente ainda não tem nada definido, sinceramente.

A gente tá no processo, e mesmo na linha editorial de Tormenta tem essa preocupação. Tem o livro mais deluxe, um livro mais simples, e a gente enquanto empresa também fez um jogo de R$ 100,00 e agora fez um kickstarter em dólar, e vamos anunciar um mais caro que um de R$ 120,00. É uma preocupação mais global de editora de não alienar o público e conseguir atingir faixas de preço diferentes.

Você prefere vencer dos seus amiguinhos ou chegar junto com eles em um mesmo objetivo?

Jogos Competitivos vs Jogos Cooperativos

E tem alguma ideia se vão ter jogos cooperativos ou se serão só competitivos, se vai ter modo solo?

Modo solo é given, não dá pra garantir que todos, mas 90%, 95% dos jogos vão ter modo solo. Porque é uma tendência do mercado. A gente vê que existe uma comunidade gigante de pessoas que jogam sozinhas.

As vezes é uma questão geográfica, que você tá em uma cidade que não tem muita gente para jogar, ou às vezes, até a vida adulta, né? Que às vezes tem que esperar juntar seis pessoas para jogar, e você tá na sua casa e aí decide abrir a parada para jogar.

Então o modo solo é uma praticidade que a gente não pretende abrir mão. Sobre competitivo e cooperativo, pessoalmente eu sou muito fã de jogo cooperativo, admito, eu amo cooperativo. Mas não vamos nos restringir a apenas um gênero, de maneira nenhuma. Até porque o cooperativo é um pouco mais próximo do RPG, já que tá todo mundo em um objetivo comum de escrever uma história legal.

Mas o mundo é tão rico que temos oportunidades de trabalhar os reinos, as guerras, os heróis e outras coisas específicas que podemos trabalhar de maneiras diferentes. O Board game tem uma gama de mecânicas que podemos usar e dada a riqueza do universo, não faz sentido a gente restringir a só um deles.

Eu trabalho com jogos de tabuleiro na parte mais profissional (além do trabalho com o Movimento RPG), e os cooperativos são excelentes para outros trabalhos que a gente faz, e eu tenho tido cada vez mais carinho pelos cooperativos. Porque existe uma fase na minha vida que só os competitivos importavam, porque eu queria ganhar. Mas aí, de repente, não sei se a minha bolha começou a gostar muito de jogar jogos cooperativos. Porque a gente pode pensar em conjunto também, mas o que a gente mais quer ver são jogos diferentes entre sí, que podemos competir, cooperar, jogar solo, tudo dentro do universo de Tormenta. Quanto mais mecânicas tiver, melhor.

Cangaço, jogo de Sanderson Virgolina, lançado pela Buró com arte de Dan Ramos

Artes dos Board Games

Bom, já tem definido quem vai fazer as artes. É muito diferentes pensar em jogos de tabuleiro e RPG. A equipe da Jambô, que faz as coisas de RPG, já estão mais envolvidos? Como é que é essa questão de equipe.

É muito cedo para dizer, mas eu conheço o Dan Ramos, que é o diretor de arte da Jambô, há muito anos, eu gosto muito do trabalho dele e ele tem um jogo incrível que é o Cangaço, que saiu pela Buró. Um trabalho lindo dele.

Eles tem artistas muito legais, e a parte gráfica vai ser mais internalizado. Mas o universo de Tormenta tem muitas artes e artistas incríveis e queríamos muito trabalhar com eles, mas a gente precisa ter o jogo primeiro para definir isso. Mas com certeza, independente de como vai ser feito, vamos trabalhar em quatro mãos. A gente vai trabalhar isso junto.

Já jogamos durante a Guerra Artoniana, imagina um jogo de tabuleiro no período?

Momentos de Arton

Tu já falou um pouco sobre. Mas existe alguma linha pensando em momentos icônicos? Há diversos períodos importantes, como a Guerra Artoniana, mas há jogos inspirados em momentos como esses.

Nesses 10 anos de autor eu trabalhei em uma boa quantidade de propriedades intelectuais, como Narcos, da Netflix, God of War, Marvel, DC, já trabalhamos com a Disney algumas vezes. Já trabalhamos com um RPG sueco chamado Trudvag, e uma das coisas que eu sempre falo com essa expertise de ter trabalhado com outras IP. É que muita gente vê como pejorativo, que é o fan service. Então você, fã de Tormenta, o que você gostaria de ver em um jogo de tabuleiro?

Tirando o chapéu de dono da Samba e diretor criativo, colocando o meu de fã. Tem muita coisa que eu acho muito legal do que eu acompanhei. Como a estátua da deusa de Valkaria que tinha uma masmorra gigante dentro. A questão da Flecha de Fogo, os próprios reinos, o universo expandido, além dos reinos, outra galera ao derredor, teve mestre Arsenal que matou Keen e se tornou deus da guerra. Tudo isso podem ser jogos por si só.

Então podemos explorar diversos cenários, o surgimento da Tormenta, a libertação de Valkaria, etc… O que eu posso dizer com certeza, é que vamos bem fundo do lore e dos momentos icônicos do cenário. Inclusive no nosso time, o desenvolvedor do jogo de Invasão de Doherimm, é mestre de Tormenta e tá marcando de voltar a nossa campanha que já jogamos com ele, o Tato (Um abraço pro Tato!), então temos um inhouse specialist no negócio. No final das contas, é um trabalho de conversa, porque não basta ser um momento icônico se quando você coloca em um tabuleiro você tá forçando a barra.

As mídias são muito diferentes e você tem que ver o que é melhor para o jogo de tabuleiro, mas tem coisa que não vai ficar legal, que é muito narrativo ou é muito sobre historia. Tem uma frase que eu gosto muito que as vezes falam que é:

“Eu preferia estar jogando RPG.”

E isso a gente não quer, a gente já tem um RPG incrível que todo mundo joga e é feliz. Então o que o jogo de tabuleiro tem a oferecer que talvez não ficaria tão bom em uma mesa. O que poderíamos fazer que seria mais acessível? Ou o que poderíamos fazer para levar a galera a conhecer Tormenta depois. A pessoa que não joga RPG ou a que não joga jogo de tabuleiro e vai começar por Tormenta.

Então a gente vai pela fan base, pela comunidade. “Ah não, tem um deus menor que ninguém lembra e é esquecido”, vai aparecer no negócio. Toda propriedade intelectual que a gente trabalha a gente vai bem fundo para pegar o que é o melhor, a opção mais legal.

Se você pegar os jogos que a gente fez, sempre tem um recorte. No jogo do God of War, nós pegamos o primeiro jogo do PS5, e o nosso recorte era aquele pedaço ali. E como Tormenta também aquela marcação dos romances, nós vamos definir em qual recorte vamos. E tem bastante para a gente pegar, e com certeza os momentos icônicos estarão envolvidos nisso.

Existe público para todos os jogos. Esses tempos a gente gravou jogando um daqueles jogos antigos de tabuleiro de D&D. Que nem chegou para eu jogar quando era criança, e eu fiquei pensando em quantas pessoas poderíamos apresentar o RPG para as pessoas usando o jogo de tabuleiro para isso. Vai ter o público que vai falar: “Ah eu prefiro jogar RPG”, mas vai ter outro público que vai ser apresentado ao RPG pelo jogo.

Os jogos tem potencial de serem divertidos mesmo para quem não conhece Tormenta e pode ser a introdução de quem não conhece Tormenta.

É uma via de mão dupla, né? Tanto do pessoal do board game que não conhece Tormenta e quanto o pessoal de Tormenta poder conhecer um pouco mais do board game. Mas uma coisa que a gente sempre vai fazer muito é evitar as liberdades poéticas. “Ah mas esses deus não podia ser…” Não, esse deus é assim, e vamos respeitar o canon, né.

Eu nunca precisei abandonar um canon, mas já precisamos abstrair um pouco mais das coisas. Porque o RPG tem uma amplitude que o board game precisa trazer essa abstração, porque não tem o GM para definir. O Paladino não pode ter 150 poderes diferentes.

Se formos fazer um jogo de guerra, não dá pra ter 150 páginas explicando o contexto a origem de cada reino. Mesmo um jogo mais simples, como um jogo de dado ou de carta, a gente precisa ter esse cuidado.

Dungeon Rummy, um dos últimos lançamentos da Samba Estúdios

Até porque o jogador médio de jogo de tabuleiro que não conhece Tormenta, ele vai olhar e o jogo precisa se sustentar por si É olhar e jogar. E o jogador que conhece vai olhar e pegar as referências, as historias por trás. E isso é sensacional! Porque é até bobo. Um jogo simples de Harry Potter (que é algo que eu gastei muitas horas) sempre rola uma conversa sobre o assunto. É isso, os jogos precisam se sustentar como jogo de tabuleiro, porque se vira um RPG perde o proposito.

Eu queria falar um pouco sobre a Samba, vocês passaram um Financiamento Coletivo do seu último jogo e você falou que tem coisa vindo aí, o que podemos esperar da Samba?

Nós vamos ter um financiamento coletivo em breve, quem nos acompanha a mais tempo deve imaginar. Tivemos uma recepção muito positiva no Misfits, que foi um universo meio satírico, meio Guia do Mochileiro das Galáxias, pro Dungeon Rummy, então com certeza temos mais jogos nesse universo vindo aí.

Mais carteados, que é um gênero que eu gosto bastante. E coisas que eu estou acostumado a fazer. Um dungeon crawler, um euro mais simpleszinho, com outras IPs que estamos querendo trabalhar (mas nada escrito em pedra ainda).

E nós fomos muito bem recebidos, fomos abordados por algumas editoras quando eu saí da outra empresa. Pela Jambô e por outras editoras, donos de IP. Então, nós começamos muito bem recebidos, até pelo meu tempo de casa, e tals.

Muitas das pessoas que eu já conhecia eu negava por ter contrato de fora, mas agora com essa proposta que temos de fazer jogos com excelência, temos um time dedicado, a gente tem uma galera trabalhando 100% do tempo para fazer jogos. Uma proposta bem única no Brasil, e eu acho que a gente vai fazer muito em breve o anúncio do nosso próximo FC.

Nota do escritor: O Financiamento Coletivo citado foi do jogo Dragon Cantina, outro jogo do universo do Misfits, que foi 100% financiado depois de 10 dias no MeepleStarter.

Como seria um jogo de tabuleiro da Turma da Mônica?

IPs Brasileiras e onde habitam

Uma das minhas perguntas é sobre IPs: Há alguma propriedade intelectual brasileira que você tem muita vontade de trabalhar, que você sonha em trabalhar?

O meu maior sonho com alguma folga é Turma da Mônica! Eu tenho as Graphics MSP que eu coleciono, tento pegar autografo na CCXP. Eu tenho 40 anos, né. Então eu acompanho desde pequeno. Tormenta era um sonho, eu tinha as Dragão Brasil, jogava 3D&T e era um enorme interesse.

Eu gosto muito dos trabalhos autorais da New Order, eles tem um livro de RPG que eu comprei (e nunca joguei), que é baseado na cultura nordestina e de cordel (no caso, Cordel do Reino do Sol Encantado), que é sensacional, uma das paradas mais legais que eu já vi em RPG.

Quero muito trabalhar com Ordem Paranormal, o que o Cellbit fez para o RPG é muito bacana.

O próprio Jovem Nerd que anunciou recentemente o jogo do Ozob. Que foi muito legal, com o Renato e o Jordy, eles tem propriedades intelectuais fantásticas, que é uma galera que eu acho muito bacana.

O próprio Um Sabado Qualquer que tá soltando jogo com a Galápagos, eu também acho gênio.

Quadrinistas, criador de conteúdo, pessoal do RPG nacional. Eu gosto muito de coisas que valorizam a nossa cultura, então tem muita coisa legal sendo feita no Brasil por brasileiros e com certeza, esses tão bem lá em cima pra mim. Só para não perder o gancho; Harry Potter também tá lá em cima pra mim.

O Vira-latismo Brasileiro

Eu acho isso muito legal. Porque estávamos fazendo um evento de jogos de tabuleiro e RPG. E tinha um autor que estava com o jogo de tabuleiro dele lá, a galera pegou e começou a jogar. E ai falaram: “Nossa, que legal! Nem parece que é brasileiro”. Ai eu respirei fundo… E falei: “Pois é, tem tanta coisa legal sendo produzido no Brasil”. Mas é dolorido quando a gente ouve isso.

É a síndrome de vira-lata, né. É um negócio muito antigo. Vou te contar um exemplo muito claro para mim. Eu fiquei sete anos fazendo coisa aqui no Brasil, aí em 2015 eu fui contratado pela CoolMini, e comecei a trabalhar fora. E a CoolMini lançou dois jogos meus que tinham sido lançados no Brasil, lá fora.

E ai, só porque foi lançado lá fora e porque o Tom Vessel falou bem e deu o selo de excel~Encia e não sei o que. “Ah, agora o jogo é bom”.

E era O MESMO jogo. Então existe sim a síndrome do vira-lata e eu comecei a ser muito mais reconhecido e respeitado quando comecei a trabalhar em uma empresa gringa. E não era tipo “Ah não, o cara tem 15 anos de trajetória e agora vou começar a respeitar o que ele faz”. Não, em 2014 eu trabalhava 100% nacional, 2015 fui trabalhar fora. .“Ah não, agora o Fel presta, porque ele trabalha com gringo”

O nome da minha empresa é Samba, Samba Estudios em Português, porque uma das coisas muito importantes para a gente como empresa é valorizar o produto nacional. Não pretendemos nos limitar a trabalhar só com brasileiro. Mas 80%~70% da nossa linha editorial é com autores, ilustradores, propriedade intelectual brasileira.

Eu estou torcendo muito pelo jogo da Turma da Mônica, porque eu vi o jogo do Castelo Rá-Tim-Bum! e eu já achei sensacional. Eu também fui criada com Turma da Mônica e vivia consumindo os almanaques e etc., então já estou pensando em várias coisas enlouquecida. Estou torcendo muito, porque isso é muito importante.

Estamos trabalhando em uma linha de alavancar as coisas nacionais porque produzimos coisas muito boas, tem muita gente produzindo coisa muito legal.

Acquire, desenvolvido por Sid Sackson, lançado pela Renegade Game Studios.

O Jogador Fel Barros

Bom, para fechar. Eu gostaria de ouvir um pouco mais de ti algumas coisas mais pessoais. Quais são as tuas maiores inspirações e quais jogos mais te marcaram?

Inspiração é algo mais subjetivo assim… Como autor, uma coisa que me marcou muito foi um cara chamado Sid Sackson que lançou um jogo chamado Acquire. Que é um jogo de 1962, desse cara, que fez o jogo olhando o bingo e pensando na cartela do bingo.

Esse cara para mim é uma grande inspiração, porque algo que eu faço muito é tentar traduzir mídias, né? O God of War a gente teve o desafio de traduzir a pancadaria e o real time do jogo, então a gente fez um sisteminha de cartas. O próprio Narcos também, que é algo pesado, com o Pablo Escobar, e é algo mais violento, envolve drogas, etc…

Essa coisa de olhar as “vertentes da matrix”, algo que o Sid Sackson fala muito.

Eu trabalhei muitos anos com o Eric M. Lang em Rising Sun e o Godfather. Ele também foi uma grande fonte para mim de aprendizado, de aprender com alguém mais experiente do que eu, foi muito bacana.

Mas hoje em dia as minhas grandes inspirações vem de séries, livros… O próprio universo de Tormenta me ensinou muita coisa, e eu acho que hoje o que eu tento fazer é consumir entretenimento e pensar como isso pode ser modificado para o universo do jogo. Então isso com certeza é muito importante para mim.

Sobre o que me marcou, você diz jogo meu ou qualquer jogo?

Qualquer jogo.

O que foi muito marcante para mim foi o meu primeiro jogo, o Warzoo, que eu fiz em 2014 que é baseado em Revolução dos Bichos. Porque eu fiz Letras na faculdade (que não tem nada haver com matemática hehe), e eu fiz um trabalho de literatura inglesa de “O que aconteceu depois da revolução dos bichos”, e eu fiz todo um universo baseado naquilo, então foi muito importante pra mim.

Eu sempre falo que dos meus jogos, o jogo que mais me marcou é último, então o Dungeon Rummy (que debutou o universo dos Misfits) me marcou bastante. E de maneira geral, eu acho que os jogos mais marcantes para mim foram os tradicionais. O Mahjong, que eu jogo bastante e fiz até o Feljong que saiu e começou a entregar. O Buraco que foi a inspiração para o Dungeon Rummy e a Tranca.

Para falar de um jogo moderno. o Hero Quest, que é de 90 da Estrela e que me introduziu ao mundo de Fantasia. Ai eu tive aquela caixa vermelha de D&D, joguei Dragon Quest, etc… Livros jogos também joguei bastante.

A minha infância foi muito jogando, eu nunca fui um cara de pista, nadador, um cara de tênis e tal. Eu lia muito e eu consumia muito livro e muito jogo. Naquela época principalmente RPG. Board game não tinha tanta difusão aqui.

Tagmar foi um que eu joguei naquela época, o próprio Defensores de Tokyo da Dragão Brasil, essa época foi muito relevante para mim e me moldou muito como autor de jogo com certeza.

Encantados, jogo de Shea Parkes e Fel Barros.

Bom, a última pergunta é sobre qual o jogo que você mais gostou de ter feito, mas antes eu queria dizer que, provavelmente, eu não joguei todos os teus jogos, mas o meu favorito é Encantados, porque eu acho ele muito leve e acontece algo com ele que eu acho impressionante. Pessoas aleatórias que chegam em eventos e veem o Encantados, não conhecem mais nada, mas conhecem Encantados. Chegam na loja de jogo de tabuleiro, olham a prateleira inteira, pode ter Dixit lá, mas eles olham Encantados e “Ah Encantados eu conheço”. Eu me pergunto como chegou lá.

A outra coisa é que é muito fácil introduzir pessoas. Dai vamos jogar com alguém que não tá acostumado, e vamos explicando e ai a pessoa fala “Ah é tipo uma Canastra?” e ai rapidinho elas pegam e se divertem. Mas é um jogo que me impressiona pela simplicidade, o quão simples ele é, quanta estratégia você consegue bolar pelas cartinhas com tipos e se combarem ou se atrapalharem, etc…

É, eu sou meio suspeito… Porque o Encantados fez uma coisa diferente. Ele é um objeto raro porque ele tá em print a nove anos. E é muito raro um jogo ficar em print por nove anos, o Encantados tem uma longevidade admirável e eu acho que o Dobro mais recente que eu fiz tá indo pro mesmo caminho.

Mas dos meus, eu gosto de falar muito do Feljong porque eu fiz por uma parada meio nobre. Ele foi 100% voluntário, tava tendo o negócio das enchentes, eu ia oferecer um print n’ play e as pessoas podiam fazer doação para baixar o print n’ play.

E ele tomou uma proporção que a comunidade do Mahjong abraçou. O Vitor que fez a arte falou “Ah, porque a gente não faz uma caixa, algo mais elaborado”. E a gente conseguiu pegar R$ 25.000,00 para doação.

Eu sei que não é 1 milhão que muita gente conseguiu, mas no meio do jogo de tabuleiro, um projeto pequeninho, foi muito significativo para mim.

Mas em um nível mais pessoal, eu gosto muito do Space Cantina, que é um dos meus primeiros jogos. E uma curiosidade: o Space Cantina, eu jogo hoje em 2024 tranquilo, porque todos os meus jogos eu joguei muitas vezes. Então alguns eu canso um pouco depois de jogar 100 vezes, eu amo o jogo, mas eu não puxo pra jogar depois de jogar 100 vezes, mesmo orgulhoso do trabalho.

Mas o Space Cantina eu puxo, porque eu tenho um restaurante favorito, as coisas que eu gosto de fazer, os personagens que eu gosto de pegar. E eu sou muito fã de dice placement, eu amo essa mecânica. E pretendo voltar no futuro.

Ai oh, pistas, rsrs.

Conclusão

Eram essas as perguntas, muito obrigado pelo papo. Eu já estava animada, mas agora estou dando pulos de ânimo sobre. Já sei que o meu planejamento financeiro vai ser afetado, mas eu estarei em tudo! Estarei lá como uma das primeiras, já estamos esperando, principalmente a comunidade também. Imagino que tenha muitas pessoas empolgadas.

Eu queria agradecer o convite, o carinho, mas principalmente a comunidade que foi muito simpática comigo. Tinha meia dúzia de pessoas que sabia quem eu era. Eu entrei no Discord para tirar dúvida e o pessoal foi muito simpático. Mas eu quero ter mais espaço para interagir com a comunidade para o pessoal conhecer mais de mim.

Pro pessoal saber que o Tormenta tá em boas mãos, eu tenho um carinho pessoal pela linha, mas como um profissional que já trabalhou com muitas propriedades intelectuais como Army of The Dead, um filme do Zack Snyder que eu nunca tinha visto na vida.

Daí eu vi o filme quatro, cinco vezes para poder fazer o jogo que tá super bem cotado lá fora. A gente trabalha com o que vem, mas com uma propriedade que conhecemos há tantos anos, então. E já vou deixar um recado que, independente do que nós fizermos, eu vou privilegiar a galera dos inventores, o time dos engenhoqueiros, eu jogo disso. E eu vou dar um jeito.

Não importa o tipo de jogo, o tamanho, o preço, como vai ser.

Se você é do time dos engenhoqueiros, fique avisado, que você vai ser feliz.

Vai ter pontos da mecânica propositais! Hehehe

Propositais! “Ah, mais é um jogo de três cartas”, não importa, uma das três a gente vai fazer.

Eu já estou te imaginando com pilhas e pilhares de romance, entrando no fórum, Discord, anotando coisa perguntando detalhe pra comunidade.

Quando o negócio começar a ter mais tração, eu vou estar direto, todos os dias lá no Discord. Inclusive a galera poder playtestar também. Nós temos um formzinho de não poder soltar informação, mas contarei com a comunidade para testar, para experimentar, sugerir, então com certeza a comunidade será bastante envolvida em todos os projetos de Tormenta que vierem por ai.


Nenhum dos jogos de tabuleiro ainda estão disponíveis para compra no site da Jambô Editora. Mas se quiser um descontinho bacana para comprar os RPGs e livros-jogos deles, use o cupom mrpg10 para garantir 10% de desconto!

Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PadrimPicPayPIX ou também no Catarse!

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Além disso, o MRPG tem uma revista! Conheça e apoie pelo link: Revista Aetherica.

Entrevistadora: Karina Cedryan.
Transcrição: Gustavo “AutoPeel” Estrela.
Revisão: Raquel Naiane.

Pataquada – o jogo que só não vale ficar empataquado

Pataquada é o novo jogo da editora TGM onde nós comandamos nossa equipe de patos durante a grande migração. Você competirá para ter posição de destaque sem se desgarrar do bando. Mas cuidado para não ficar empataquado!

Ficha técnica

Número de jogadores: 3-5 jogadores
Tempo: 30 minutos
Mecânicas: Ordenação, Toma essa
Editora: TGM Editora
Componentes (jogo base): 

  • 45 Cartas de Pato 
  • 5 Cartas de Líder

Como funciona

Cada jogador tem um deck de patos, com nove cartas. Cada pato tem um número e um efeito. O jogo inicia com os sorteio de uma carta de pato líder. Os jogadores, então, escolheram do seu próprio deck uma carta de um número diferente do pato líder para baixar. As escolhas são feitas simultaneamente e todos revelam juntos. Os jogadores então posicionam seus patos segundo seus números. Esse processo de colocação de patos ocorre 3 vezes.

Depois entra a fase de ajuste, onde cada jogador escolherá uma última carta, mas o que será aplicado será seu efeito. Essa parte do jogo funciona para que você busque otimizar seus pontos. Existem efeitos que movem os seus patos ou os patos dos outros jogadores e aind uma carta de bloqueio de outro efeito.

A pontuação do jogo ocorre depois da fase do ajuste e funciona da seguinte forma:

  • 2 pontos para cada pato sozinho em sua posição
  • 1 ponto se estiver com apenas mais um pato na posição
  • 1 ponto para cada pato adjacente de outra equipe que estrja uma posição acima

Os seus patos não pontuam quaso estejam desgarrados (com um ou mais espaços vazios entre ele e o líder) ou se eles estiverem empataquados: dois ou mais patos na mesma posição.

Análise do jogo

Empataquados é um jogo leve onde a sua jogada é altamente impactada pela dos demais. É bem interessante que você contabilizar o que cada um colocou e planejar estrategicamente como colocar seus patos. Ao mesmo tempo não dá para ter certeza como cada um jogará e o tempo inteiro seus planos vão por água abaixo!

Uma excelente mistura de estratégia e sorte que vai te divertir bastante jogando. Como sempre a TGM acerta em cheio em um party game simples, fácil, divertido e que vai agradar diferentes grupos. Além disso, ele vem com modo avançado para aumentar a rejogabilidade.

Vale a pena comprar?

A TGM é mestra em jogos que são coringas para jogar com diferenes grupos. Empataquados é um jogo bem imersivo com temática e jogabilidades bem alinhadas. É um jogo bonito, altamente rejogável e vai funcionar para grupos com mais e menos experiência. Para os jogadores habituais é um bom jogo de aquecimento entre um jogo mais pesado e outro. Para os menos, facilmente será a diversão da noite.

Vale muito à pena ter em casa. É um desses jogos que você vai jogar várias partidas seguidas!

Gostou, então já sabe!

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Board Games e RPG – Taverna do Anão Tagarela #107

Na Taverna do Anão Tagarela, exploramos a profunda ligação entre board games e RPGs. Desde suas origens, essa influência tem sido notável. Nesta taverna, convidamos você a descobrir essas conexões, onde board games e RPGs contam histórias, imergem em mundos elaborados e se inspiram em diferentes gêneros, proporcionando uma experiência cativante para os jogadores.

A Taverna do Anão Tagarela é uma iniciativa do site Movimento RPG, que vai ao ar ao vivo na Twitch toda a segunda-feira e posteriormente é convertida em Podcast. Com isso, pedimos que todos, inclusive vocês ouvintes, participem e nos mandem suas sugestões de temas para que por fim levemos ao ar em forma de debate.

Portanto pegue um lápis e o verso de uma ficha de personagem e anote as dicas que nossos mestres vão passar.


Links:

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E-mail: contato@movimentorpg.com.br – Tem dúvidas sobre alguma coisa relacionado a RPG? Mande suas dúvidas para nosso e-mail.

Board Games e RPG

‎Host: ‎ Douglas Quadros

‎Participantes:‎‎Douglas Quadros ‎| Karyna Cedryan

Arte da Capa:‎‎ ‎‎Raul Galli.‎

Exit: Morte no Expresso do Oriente – Resenha

Olá aventureiras e aventureiros! Hoje vou te apresentar o Exit Morte no Expresso do Oriente, um boardgame que simula uma Escape Room. Uma experiência única, que eu recomendo demais! Mas tem que ter o coração forte, porque nós precisamos destruir o jogo no processo! Isso mesmo! É um jogo sem volta.

Ficha técnica

Número de jogadores: 1-6 jogadores
Tempo: 90 minutos
Mecânicas: Dedução, tempo real, cooperativo
Editora: Devir
Componentes: 

  • 86 CARTAS
  • 2 objetos estranhos
  • 3 folhas coladas
  • 1 livro
  • 1 disco decodificador
  • 1 manual

Exit é uma série de jogos de tabuleiros, criados pela Kosmos e editados no Brasil pela Devir. Cada título traz uma história e um desafio diferente. O Exit – Morte no Expresso Oriente traz uma homenagem a clássica história da Agatha Christie (mas nem adianta dizer que você sabe como termina, porque é bem diferente do livro)!

Os jogos de Exit se propõem a serem como os jogos de escape room reais, onde você tem um tempo para solucionar o enigma e sem segundas chances. Por isso, em todos eles, parte dos enigmas são solucionados manipulado (cortando, dobrando) as peças do jogo de forma irreversível. Isso mesmo: você vai destruir parte do jogo. E se você já está com o coração na mão pensando que seria impossível destruir um jogo, por aqui também foi, mas valeu à pena.

Como funciona

O jogo inicia no livro. Nele você encontrará a história de onde se inicia o mistério que você está encarando, além das instruções de montagem e de como iniciar seu jogo. A dinâmica base é que você vai explorar ambientes do trem, através do livro. Você terá indicativos de cartas que poderá abrir (cartas com letras atrás). E também achara a carta de desafio (com símbolos atrás). Cada quebra-cabeça terá uma forma de ser resolvido. No final você precisará achar 3 números que representam a solução de cada um deles.

Para descobrir se vocês acertaram a resposta, o jogo possui um decodificador. Você colocará os 3 números embaixo do símbolo do mistério que estão buscando solução. Ele indicará uma carta a ser aberta que mostrará se vocês acertaram ou não a resolução.

O jogo parece um pouco complexo em um primeiro olhar, mas rapidamente os jogadores pegam o jeito e tudo começa a fluir. Os enigmas exigem pensamento criativo e análise minuciosa.

Você também pode pegar pistas sobre os mistérios, caso esteja travado com algum deles. E até mesmo abrir a resolução caso precise.

Exit também tem uma dinâmica de tempo: você ganha mais pontos se resolve o mistério em menos de 1 hora. O que eu te garanto que é bem difícil de concluir em uma hora. Jogamos com um grupo relativamente experiente em jogos. Eu mesma já joguei muitos jogos de escape reais, digitais e de boardgames, ainda assim levamos bem mais que uma hora para concluir.

Análise do jogo

A primeira coisa é que Exit é uma experiência. Resisti muito a comprar e jogar um jogo que é destruído no processo. Inclusive preferi explorar os boardgames de escape que o jogo em si não é afetado primeiro. Mas a verdade é que tem uma emoção extra por saber que você não tem outra chance. Essa é a emoção real de um jogo de escape. Então minha sugestão é que você pense no Exit mais como uma escape room do que como um jogo de tabuleiro de fato.

O segundo ponto importante é que Morte no Expresso Oriente tem uma temática bem interessante e uma história bem montada. Não basta descobrir os mistérios, precisamos pensar nos álibis e analisar os perfis dos possíveis criminosos. Aqui o jogo ganha muitos pontos por essa pegada bem detetive mesmo.

Outro ponto importante é que o jogo indica que pode ser jogado de 1 à 6 jogadores, mas sugiro um time de 4 à 6. É importante ter com quem trocar ideias e pensar diferente sobre o enigma a sua frente. Se você nunca jogou nenhum Exit, ou outros boardgames de escape, sugiro dar uma olhada na classificação de dificuldade dos Exits, pois existem versões com nível mais introdutório. Não se engane, ainda não será fácil vencer o jogo. Em todas as versões existem quebra-cabeças para todos os níveis de habilidades.

Vale à pena comprar?

Sim! Vale muito à pena. Como disse na análise, Exit é uma experiência. Não dá para avaliar ele como avaliamos normalmente os boardgames, pensando em rejogabilidade e custo-benefício. Aqui precisamos pensar diferente: o quanto você e seu grupo iriam se divertir em uma tarde, tentando resolver Exit morte no Expresso do Oriente?

A dica é: compre ele em grupo, com quem irá jogar com você. Desapega de manter o jogo inteiro e vá curtir a aventura.

Gostou, então já sabe!

Em primeiro lugar assista nossa gameplay de Exit! E acompanhe o Na mesa nas redes sociais do Movimento RPG, onde teremos muito mais conteúdos com esse!

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Oficina do Playtest – Venha Criar e Testar Jogos!

Você conhece a Oficina do Playtest? Uma comunidade para desenvolvimento de jogos, onde você pode participar levando seu jogo para teste ou apenas jogando e contribuindo com os designers dos jogos!

O que é a Oficina do Playtest?

A Oficina do Playtest é uma comunidade brasileira de designers de jogos de tabuleiro modernos. Este grupo coletivo e colaborativo, composto por designers de todos os níveis, tem como objetivo aprimorar habilidades práticas e teóricas na criação e desenvolvimento de jogos.

Por meio de encontros regulares, os participantes trocam experiências, conhecimentos e realizam testes dos seus protótipos.
As reuniões oferecem espaço para discussões, orientações e outras atividades que promovem um ambiente colaborativo e solidário.

Os encontros da Oficina do Playtest são abertos ao público, gratuitos e ocorrem tanto online como presencialmente em regiões como SP, RJ e Florianópolis. Embora sejam organizados de maneira independente, todos os grupos seguem as mesmas regras e diretrizes.

Eu posso participar?

Pode! No linktree da Oficina você vai encontrar os grupos de whats app onde os encontros são combinados. Claro, você precisa estar nas cidades dos grupos. Estando lá, você pode participar jogando ou mesmo levando seu jogo para teste. A ideia é realmente testar os protótipos, então você vai ver por lá jogos em fases bem iniciais e alguns mais avançados.

Aqui em Floripa os encontros ocorrem quinzenalmente no Chef na Van. Foi lá que conhecemos o grupo. É só chegar.

Parceria entre Movimento RPG e Oficina de Playtest

O Movimento RPG estará no Festival Stun. Coordenaremos a área de boardgames e RPG. E, em uma de nossas mesas, estará a Oficina do Playtest com seus protótipos de jogos. Se você estiver por aqui, vem conhecer os jogos que estaremos testando: Skim Session, Piñata Festival e Feijoada.

Gostou, então já sabe!

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Regras Da Casa – Munchkin – Na Mesa

Munchkin é um jogo excelente, que satiriza o RPG e o mundo pop! Neste jogo a dinâmica é você enfrentar as masmorras e evoluir até o nível 10! O jogo é bastante dinâmico de forma geral, se você tem boas cartas na mão! 

Aqui te apresentamos as regras da casa que vão garantir que você sempre se divirta!

Se você não conhece Munchkin, deixo aqui o link da nossa resenha e também nosso gameplay!

Quando usar regras da casa

Sempre! 

Brincadeiras à parte, essas regras favorecem que tenham mais tesouros rodando entre os jogadores. Então existe mais chance de os jogadores poderem fazer coisas em seus turnos, como: enfrentar monstros mais fortes, atazanar os colegas…

Então sugerimos para grupos que queiram mais dinamicidade. Também pode ser uma excelente regra para quando a mesa está cheia.

Tá, o que muda?

Usamos três regras diferentes da original! Todo o restante segue igual as regras do manual do jogo.

Regra 1:

Ao iniciar o jogo você deverá comprar 2 cartas de cada monte apenas. No jogo original seriam 4 cartas de cada tipo. Você não precisará começar com tantas cartas porque vai conquistar mais ao longo do jogo.

Regra 2:

Quando você for vasculhar a sala (não tiver enfrentado nenhum monstro), você deve pegar 1 carta de porta e 1 de tesouro. Aqui está o grande diferencial dessa versão! Desta forma você comprará tesouros em praticamente todas as rodadas (exceto quando você fugir).

Regra 3:

Sua mochila (espaço de cartas abertas na mesa) tem um limite! Você pode colocar 5 cartas ali. Isso força você a usar seus tesouros que não puder equipar ou manter na mão. Isso também acelera o jogo.

Com essas três regras da casa você vai ter um jogo muito mais divertido e dinâmico. E, claro, você pode criar as suas próprias regras. Deixa nos comentários quais regras extras você usa no Munchkin!

Gostou, então já sabe!

Se você for daqui de Florianópolis, te convido a testar as regras novas lá no Chef na Van! Só ir lá e aproveitar!

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Dragon Quest – RPG ou Boardgame?

Dragon Quest é um jogo introdutório de Dungeons & Dragons, onde temos a experiência completa de interpretação e narrativa de um RPG, mas com regras simplificadas e sem fichas! Perfeitos para aquelas tardes onde só queremos nos divertir ou quando queremos trazer novas pessoas para o RPG. Um clássico incrível!

Antes de mais nada, um pouco de história…

Dragon Quest foi lançado em 1992, pela TSR com o intuito de ser uma introdução ao Dungeons & Dragons completo. Aqui no Brasil foi lançado pela Grow no mesmo ano. Ele foi responsável pela introdução de várias pessoas ao RPG aqui no nosso país, junto com o Heroquest.

Ficha Técnica

Dragon Quest é um jogo de tabuleiro, para até 7 jogadores (o mestre mais 6 personagens). Ele é composto pelo tabuleiro que representa a masmorra (quadriculado para facilitar a movimentação), 170 cartas de monstros, armadilhas, heróis, feitiços, equipamentos e especiais, Livro de regras, Livro de Aventuras (que orientará o mestre na narrativa), miniaturas em papel de monstros e personagens, kit completo de dados.

Como funciona

Em Dragon Quest o mestre recebe a aventura pronta, já com a narrativa estruturada, podendo criar a partir dela ou simplesmente seguir o que está planejado. Além disso, os jogadores não precisam fazer fichas. Eles escolhem seus personagens e recebem uma carta com a ficha já preenchida. Da mesma forma, o mestre não precisa desenhar a ficha dos inimigos.

O jogo rola bastante similar a um RPG, o mestre narra a história e os personagens decidem o que irão fazer, além de interpretar os seus personagens. As regras são baseadas em D&D, porém simplificadas. A história também é bastante focada na exploração de masmorra, sem uma trama mais complexa de interpretação.

Assim como em um RPG tradicional, não há ganhadores ou perdedores. O jogo é sobre a jornada e a aventura.

E vale à pena comprar?

Vale sim! Em primeiro lugar, Dragon Quest é uma excelente introdução ao RPG! Em geral o principal impacto que temos ao introduzir alguém no RPG é exatamente construir uma ficha e explicar todas as dinâmicas. Aqui o jogo é feito para ser mais amigável com os jogadores iniciantes: sem fichas e regras simples de serem seguidas.

Além disso, se você já é um jogador experiente, Dragon Quest é uma excelente opção para jogar quando queremos apenas sentar e nos divertir em uma masmorra. Também é um item de colecionador incrível! Você também pode usar o jogo como base para suas futuras aventuras, já que ele conta com um tabuleiro feito para masmorras e miniaturas de todos os personagens!

Gostou, então já sabe!

Acompanha a gente nas redes sociais! Temos um gameplay completo para você ver como o Dragon Quest é na prática! E sempre publicamos por aqui resenhas de jogos como esse, que tem a experiência de masmorra, como Dungeon Roll e Munchkin!

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Além disso, o MRPG tem uma revista! Conheça e apoie pelo link: Revista Aetherica.

E se quiser jogar jogos como esse, só dar um pulo no Chef na Van! Só ir lá e aproveitar!

 

Coup – Influência é Poder!

Em algum lugar da Europa, para conseguir poder, é necessário fazer o que for possível para remover a influencia de outras pessoas, suborno, manipulação, blefe e, por vezes até mesmo assassinato. Isso é o que se encontra jogando Coup. Será que você conseguirá manter suas influencias e se tornar vitorioso?

 

Que Jogo é Esse?

Coup é um jogo de dedução e conflito para 2 a 6 jogadores, podendo comportar até 10. Neste jogo você deve conseguir dinheiro e usar habilidades dos personagens a fim de tirar influência dos outros jogadores. Vence o último que sobrar com alguma influência no jogo.

 

Ficha Técnica

Coup é um jogo de tabuleiro formado por cartas. Ao todo são 25 cartas de personagens, divididos em 5 personagens diferentes com habilidades diferentes, explicadas a seguir:

  • O Duque pode requisitar 3 moedas do monte e bloquear a ação “Ajuda Externa” (explicado mais a frente);
  • O Capitão pode pegar 2 moedas de outro jogador podendo ser bloqueado por outro capitão ou pelo embaixador;
  • O Assassino pode devolver 3 moedas ao monte para matar uma influência de um jogador, podendo ser bloqueado pela condessa;
  • A Condessa pode bloquear o assassino;
  • O Embaixador pode pegar 2 cartas do monte de personagens e devolver 2 cartas da mão para o fundo do monte de personagens além de bloquear a ação de um capitão.

Cada personagem é uma INFLUÊNCIA na mão do jogador. O jogo também possui 6 cartas de ajuda que ficam com os jogadores para facilitar o andamento da partida. Outro componente essencial do jogo são as moedas, pois dinheiro é utilizado para a maioria das ações do jogo. Existe também um 6º personagem, o Inquisidor mas ele não é usado no modo padrão do jogo por isso não falaremos dele aqui, mas pode ser usado por jogadores mais experientes, e ele substitui o Embaixador neste caso.

Cartas de Coup

 

Básico das Regras

No início do jogo, as cartas de personagem são embaralhadas e distribuídas, duas para cada jogador, assim como também duas moedas. Depois disso os outros personagens são deixados em um monte e as moedas em outro monte, e então o jogo pode iniciar.

Cada jogador pode fazer APENAS 1 ação por turno. Durante as ações os jogadores anunciam que tipo de ação será e estas são dividas em duas categorias, Ações Padrão ou seja que todo jogador pode fazer sem utilizar um personagem específico, e Ações de Personagem ou seja utilizar as habilidades únicas que cada personagens possui, estas habilidades servem tanto para atacar quanto para defender da ação de outro jogador.

.

Ações Padrão:

  • Renda: consiste em pegar 1 moeda do monte, e não pode ser bloqueada.
  • Ajuda Externa: consiste em pegar 2 moedas do monte, e pode ser bloqueada pela carta do Duque.
  • Contestar: Você pode contestar que algum jogador possui realmente uma influência (carta de personagem) quando este utilizar uma ação de personagem. Neste caso, ele deve mostrar que possuí realmente a carta na sua mão, e ai podem ocorrer dois casos. Se ele possuir a carta realmente, VOCÊ deve descartar uma de suas influências, em seguida o jogador que provou que possuia a influencia em questão, coloca esta na pilha de descarte e compra uma nova influência da pilha de influencias. Se ele não possuir a carta, ele deve descartar uma das cartas de sua mão, ficando somente com uma ou nenhuma (saindo do jogo).
  • Golpe de Estado: consiste em devolver ao monte 7 moedas e o jogador deve escolher um outro jogador para perder uma influência (carta de personagem) que possui. Observação importante: quando um jogador chega a 10 moedas (ou mais ) no seu tesouro pessoal, a próxima ação será OBRIGATORIAMENTE um GOLPE DE ESTADO.

Ações de Personagem:

  • Usar Habilidade:  para usar a habilidade do personagem você deve anunciar que está usando a influencia de tal personagem e realizar a ação (sem mostrar a carta em questão). Exemplo: “Sou o Assassino, vou pagar 3 moedas e matar uma influência do Jogador X.”
  • Bloquear Habilidade: algumas cartas possuem a habilidade de bloquear uma ação, você deve então anunciar que está usando a influência de tal personagem para bloquear a ação de outro jogador. Isto deve ser feito imediatamente após ele anunciar a sua ação. Exemplo: “Eu jogador X sou a Condessa e bloqueio seu assassino”. No caso de envolver o monte de moedas, mesmo não sendo a ação sobre você, você pode bloquear com sua carta como por exemplo: Jogador Y: “Vou usar a Ajuda Externa e pegar 2 moedas do monte.” imediatamente depois desta ação o Jogador X se pronuncia: “Eu sou o Duque e bloqueio essa Ajuda Externa”.

Se um jogador perder suas 2 influências (cartas de personagem) ele perde o jogo e espera alguém ganhar. Vence aquele que sobreviver ao final do jogo com pelo menos 1 influência na mão.

 

Como Funciona na Prática

O grande truque desse jogo é que você não precisa ter o personagem em mãos para executar sua ação, pois as cartas são secretas. Contudo as ações e bloqueios de personagens podem ser contestadas por outro jogador. Neste caso se a pessoa estiver com o personagem em mãos ele revela o personagem e conclui sua ação em seguida coloca o personagem revelado no monte de personagens, embaralha-o e pega um novo personagem do topo do monte de personagens para compor sua mão e o contestador perde uma influencia a sua escolha colocando-a na pilha de descartes. Se a pessoa contestada não tem o personagem consigo, ela perde uma influência e a coloca na pilha de descartes. Por isso deve-se ter cuidado com a ação de personagem.

 

Quem Vai Curtir

Coup é um party game com tempo moderado. Ele é bom para quem gosta de um jogo de treta leve a moderada. Sendo um jogo mais competitivo, onde a confiança em outros jogadores é aproximadamente zero. Grupos que não lidam bem com desconfiança ou não sabem diferenciar as coisas, talvez o Coup não seja para vocês. Mas ele é rápido de entender e melhor ainda jogando pois as mecânicas ficam claras rapidamente em 3 ou 4 rodadas.

 

Análise Final

Ele é um jogo para jogar em grupo, fica melhor com 5 a 6 jogadores, embora um fator problemático dele seja o modo espera: se você perde suas influências muito rápido tem que ficar esperando os outros jogadores terminarem a partida para poder jogar novamente (o que não quer dizer que você não possa ficar fomentando a treta do lado de fora, mas sempre lembrando de não olhar as cartas de quem ainda está jogando). Por sempre poder mudar as cartas de jogador, ele tem alta taxa de re-jogabilidade o que o torna um dos grandes jogos de treta do mundo junto, com “The Resistence” que já resenhamos para o Movimento RPG e pode ser visto clicando aqui.

 

Ainda não tem certeza?

Você pode adquirir Coup na Amazon clicando aqui (e ainda ajudar o MRPG pois este é nosso link de afiliados), mas no caso de você ainda ter dúvidas sobre comprar ou não, aqui vai uma dica. Para quem é de Floripa e região, é possível locar este jogo na Jogaderia. Entre em contato com eles e avisa que você veio do site Movimento RPG! Certeza que você será muito bem atendido. 🙂

E aí? Curtiu? Quer ver mais resenhas nossas sobre board games relacionados com RPG? Tem aqui no Movimento RPG.

 

 

Lobisomem Por Uma Noite

Uma vila, em algum lugar do mundo, vivia pacificamente quando, em uma noite de lua cheia, um uivo tenebroso e assombroso é ouvido e uma silhueta de lobisomem é vista. Ao nascer do sol, cabe aos moradores encontrar e matar esse monstro. Mas será que matarão a pessoa certa??? É isso o que descobriremos em Lobisomem Por Uma Noite.

Que Jogo é Esse

Lobisomem Por Uma Noite é um jogo de dedução e intriga para 3 a 7 jogadores onde os jogadores se dividem em times que devem ou descobrir e eliminar os lobisomens escondidos entre os jogadores para que vençam os humanos ou fazer um dos humanos serem mortos para vitória dos lobisomens.

 

Ficha Técnica

Ele é um jogo de tabuleiro em cartas  que consiste em 8 cartas que são: 4 Aldeões que não tem habilidades especiais, 1 Vidente que tem poder de descobrir algumas das cartas que estão viradas pra baixo no jogo, 1 Ladrão Fantasma que pode trocar sua carta pela de outro jogador e 2 Lobisomens que se reconhecem e devem tentar permanecer vivos até o final para ganhar o jogo.

Básico das Regras

Os personagens são embaralhados e distribuídos entre os jogadores que as olham secretamente por uns 5 segundos mais ou menos, as restantes são colocadas viradas pra baixo no centro da mesa. Em seguida todos fecham os olhos e seguem o cântico ativando seus poderes. Essa é a fase da noite onde o “problema” acontece . Depois disso, os jogadores abrem os olhos e discutem sobre quem acham que são os lobisomens. então ao final da discussão, que deve levar entre 10-15 minutos, TODOS devem votar. Se um jogador receber a maioria dos votos ele morre, e se ele tiver a carta de lobisomem os Aldeões vencem. Se o morto não tiver a carta de lobisomem, estes vencem. Simples assim.

 

Como Funciona na Prática

Quando o cântico estiver em andamento é sugerível dar uns 10 segundos para que cada um execute suas ações nesta ordem: primeiro o vidente que olha a carta de 1 jogador ou duas cartas do centro da mesa, em seguida os lobisomens abrem os olhos e se reconhecem independente de quantos lobisomens houverem entre os jogadores, depois o ladrão fantasma troca sua carta com outro jogador. Depois disso dá-se uns 3 segundos pros jogadores se atentarem ao início das discussões. Durante as discussões quaisquer argumentos podem ser usados desde que não se mexa nas cartas. Na hora da votação, se mais de um jogador receber a maioria dos votos, ambos os jogadores morrem. Existe também a possibilidade de os jogadores chegarem a um consenso de que nenhum dos jogadores tem a carta de lobisomem e um vota no outro dando um voto pra cada. Essa situação excepcional pode gerar vitória para os lobisomens pois ninguém é morto nessa situação.

 

Quem vai Curtir

Sendo um party game e tendo um desenvolvimento bem rápido ele é ótimo pra quem não gosta de perder muito tempo com explicações longas e partidas eternas, esse jogo é perfeito tanto por poder ser jogado com poucas pessoas, como pelo seu pouco tempo de duração. Ele também tem a pegada do impostor , pois os lobisomens se passam por qualquer um dos outros personagens para passarem despercebidos e não morrerem no processo.

 

Análise Final

Mesmo sendo um party game, ele é bom com qualquer quantidade de jogadores e o fato de ser um jogo rápido tornam ele ótimo pra momentos festivos ou aqueles momentos de jogatina antes de dormir. Grupos que não lidam bem com desconfiança e discórdia não são recomendados para esse jogo pela questão de os lobisomens estarem tentando enganar a todos os outros jogadores. No geral esse jogo é muito bom, e ele tem outras expansões que o tornam diferente em alguns aspectos.

 

Ainda não tem certeza?

Infelizmente a maioria das lojas de board game estão com este excelente party game esgotado, contudo na Amazon é possível encontrar uma versão que conta ainda com uma expansão trazendo ainda mais monstros, para comprar só clicar aqui. Para quem é de Floripa e Região é possível locar Lobisomem Por Uma Noite na Jogaderia . Entre em contato com eles e avisa que você veio do site Movimento RPG! Certeza que você será muito bem atendido. 🙂

E aí? Curtiu? Quer ver mais resenhas nossas sobre board games relacionados com RPG? Tem aqui no Movimento RPG.

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