Sistemas que são intrinsicamente ligados a cenários como, Tormenta e Mundo das Trevas possuem em seu âmago uma história cânone muito bem desenvolvida e muitos narradores acabam por se fixar muito nesta história. Mas ai vai a pergunta, o cânone importa? Quando jogamos um jogo como RPG quanto desta história profunda devemos levar para a mesa de jogo? Por fim chamamos Raul Galli e Eduardo Filhote para conversar com o Douglas Quadros sobre este assunto.
A Taverna do Anão Tagarela é uma iniciativa do site Movimento RPG, que vai ao ar ao vivo na Twitch toda a segunda-feira e posteriormente é convertida em Podcast. Com isso, pedimos que todos, inclusive vocês ouvintes, participem e nos mandem suas sugestões de temas para que por fim levemos ao ar em forma de debate.
Portanto pegue um lápis e o verso de uma ficha de personagem e anote as dicas que nossos mestres vão passar.
O Cânone é a “história oficial” de alguma coisa. São todos os elementos que compõe oficialmente aquele cenário ou Universo.
É muito comum surgirem materiais extras, derivados e spin-offs.
Também não são raros os casos de materiais inspirados ou “sequências não canônicas” como já diz no nome.
Mas qual a importância do Cânone? Servir como referência a quem vai produzir material e conteúdo oficial sobre a obra, ou para a obra!
Imagine se de repente cada pessoa que fosse contribuir com a obra, o fizesse da sua forma sem respeitar o que veio antes ou para onde vai no futuro?
Claro que isso só é válido para material comercial oficial!
Resumindo, o Cânone é importante para trazer o CONTEXTO em que tudo se apresenta e se passa.
Assim, qualquer pessoa que pegar a obra, independente do ponto em que pegou, consegue assimilar eventos e acontecimentos para não se perder no desembolar de tudo.
Regras
As regras são as ferramentas para se trabalhar a criatividade e a narração de histórias.
São através das regras que justificamos resultados para as ações de forma a contribuir com a narrativa sem o “determinismo” de quem narra.
Servem como o “fator aleatório” que pode determinar o sucesso ou fracasso de uma determinada ação, de forma a mudar o foco narrativo.
Geralmente os sistemas e livros básicos vêm com todas as regras necessárias para jogar quaisquer histórias daquele universo. Geralmente.
Como bem se sabe, ao longo da vida dos sistemas, inúmeros suplementos vão surgindo, com mais regras, mais conteúdo e até alterações e correções de conteúdos anteriores.
E mesmo assim é possível que alguma regra ainda falte ou não explique bem a necessidade em uma cena de jogo!
É chato… Mas é mais normal do que parece.
Além do Cânone
Quando o Cânone não contempla algo a ser criado na narrativa, ou impede que algo que seja divertido pra mesa aconteça, faça o seguinte: ignore!
Sua mesa não é uma produção oficial comercial do sistema que precisa seguir parâmetros editoriais e regras de marketing da Editora, é apenas diversão!
A mesa está ali para contar uma boa história no universo do jogo que escolheram, então contem essa boa história da forma que mais vá lhes trazer diversão!
RPG é sobre isso, exercer a liberdade narrativa e criativa, usar as ferramentas à sua disposição da forma que lhe for mais conveniente, e para o que for mais divertido.
Use o Cânone como uma ferramenta pra te ajudar a criar histórias marcantes, a se situar na linha do tempo, a ter NPC’s que possam dar suporte aos personagens de jogadores.
Não deixe que o cânone te impeça de contar uma boa história! Caso isso ocorra, siga o que vai deixar sua mesa ainda mais divertida, e divirta-se com essa nova história!
Além das Regras
O mesmo pode ser dito sobre as regras.
Se as regras te impedem de usar uma arma diferente que é única de algum personagem, ou não te permite criar um background complexo e interessante por conta de detalhes, ignore-os!
As leis de um jogo não são a Constituição Federal de um país, ou a Carta de Direitos Humanos da vida real!
Elas estão ali apenas como um guia, uma ferramenta pra indicar o caminho que te ajudará a criar uma boa história.
E vale notar que é pra “ajudar” e não para “atrapalhar”.
Uma boa trama de RPG é uma história em conjunto, tanto quem narra quanto quem joga estão atuando em conjunto para o desenvolvimento e bom andar da narrativa.
Não se prenda a regras de forma excessiva, não frustre as outras pessoas da mesa “advogando” as regras do seu super combo! Ficar horas explicando porque um combo é possível toda vez que for usa-lo, por exemplo, é maçante e cansativo!
Regras são ferramentas, e como toda ferramenta à disposição no mundo, usa quem quer, como quer, quando quiser!
Então é isso Rpgista!
Espero que tenha sido um papo interessante, e que possa ser colocado em prática!
Não deixe de acompanhar as aventuras de Despertar da Fúria na Twitch do MRPG às sextas!
Gostou da ideia dos Sentai? Confira então o artigo sobre o Conceito de Sentai no Império de Jade, e também tem texto novo na Liga das Trevas, não perca!!!!