Aventuras no Mundo Virtual para Delta Green RPG

Bem-vindo à nossa coluna de suporte e ideias para Delta Green. Caso não conheça este excepcional RPG de horror lovecraftiano, ação e investigação, acesse nossa resenha clicando aqui. Neste post, indicaremos quatro filmes que podem gerar boas ideias para aventuras envolvendo computação, transmissões eletrônicas e o mundo virtual.

No universo de Delta Green, onde os mistérios e horrores estão escondidos sob camadas de realidade, a tecnologia moderna pode ser uma nova e inesgotável porta de entrada para o desconhecido. Computação avançada, transmissões eletrônicas e realidade virtual oferecem ambientes perfeitos para forças sobrenaturais agirem à margem da percepção humana. Neste post, vamos explorar quatro filmes emblemáticos que abordam temas de simulação, mundo virtual, realidades distorcidas e ameaças digitais. Cada um deles oferece uma base envolvente para missões onde agentes da Delta Green enfrentam inimigos que habitam não só o mundo físico, mas o ciberespaço e os limites da consciência. Se você busca inspiração para aventuras onde a linha entre o real e o virtual é aterrorizantemente tênue, prepare-se para explorar essas ideias!

13º Andar (The Thirtheenth Floor, 1999)

Os Agentes da Delta Green investigam o assassinato de um cientista de uma empresa de realidade virtual e descobrem que ele pode ter sido morto por uma entidade digital consciente, presa no próprio mundo virtual que desenvolveu. À medida que mergulham na simulação, percebem que os eventos nela podem influenciar o mundo real de formas letais.

eXistenZ, 1999

Uma companhia de jogos de realidade aumentada cria uma plataforma tão imersiva que jogadores começam a perder a noção de realidade e exibir comportamentos violentos. Os Agentes da Delta Green se infiltram no jogo para descobrir se uma força sobrenatural está se aproveitando da interface para entrar em contato com jogadores e, possivelmente, escapar para o mundo real.

O Passageiro do Futuro (The Lawnmower Man, 1992)

Após o fracasso de um experimento militar de aprimoramento cognitivo em um sujeito com deficiência intelectual, a Delta Green é chamada para rastrear o experimento e capturar o homem, que agora parece ser capaz de manipular tecnologia e as mentes ao seu redor. A missão leva os Agentes a um duelo psicológico e tecnológico com uma nova entidade de inteligência quase divina e profundamente ressentida.

Videodrome – A Síndrome do Vídeo (Videodrome, 1983)

Uma série de transmissões ilegais, carregadas de imagens perturbadoras e inexplicáveis, chama a atenção da Delta Green após surtos de violência inexplicável relacionados à exposição ao programa. Em uma corrida contra o tempo, os Agentes devem rastrear a fonte das transmissões e impedir que algo maligno e antigo entre no plano físico através da tecnologia.

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Invasores Detectados – Um Conto de Mago: A Ascensão

O apartamento de Max ficava no 7° andar e era mais parecido com um lixão do que com uma moradia, tamanha era a sujeira e desorganização. O único lugar limpo e organizado era a escrivaninha onde ficava o PC. Max havia alugado esse lugar a pouco tempo, mas o suficiente para que papéis, latas de refrigerante, restos de comida, pedaços de fios, metal e placas estragadas de computadores se espalhassem pelo chão. Em total contraste com aquele ambiente caótico, estava uma mesa branca, polida, com um PC de última geração em cima, este que ficava ligado 24h por dia. A única coisa que nos dava a sensação de que aquela mesa fazia parte daquele apartamento era um cinzeiro abarrotado de bingas de cigarro que Max  quase nunca esvaziava.

A desculpa de Max era sempre a mesma quando alguém o visitava e se deparava com a sujeira – “Não repara a bagunça” – dizia ele – “estou trabalhando em um projeto que me consome muito tempo”. Ele quase nunca recebia visitas, mas a solidão que ele tanto gostava de ostentar às vezes era quebrada. Importante mencionar que o prédio de Max não tinha porteiro, somente um sistema de câmeras antigas e um interfone que mal funcionava. Esses dois fatores fizeram com que ele desenvolvesse por conta própria um sistema de segurança simples naquele lugar, nunca precisou usar, mas tudo tem sua primeira vez.

Nesse dia Max ainda não havia acordado, continuava dormindo um sono profundo proporcionado pelas doses de vodka, maços de cigarro e remédios para ansiedade tomados na noite anterior. Já eram quase 16 horas e Max estava lá sem esboçar nenhum sinal de vida. De repente algo inesperado aconteceu naquele apartamento. Você pode pensar que eu esteja falando de algum rato, que apareceu em meio a sujeira, mas pelo infortúnio de Max o problema seria um pouco maior. O Computador começou exatamente às 16:01h emitir um som estridente como um alarme, a tela piscava em vermelho com a seguinte mensagem: – INVASORES DETECTADOS.

Max demorou um pouco para entender o que estava acontecendo, gozava ainda de um estágio entre o sono e o despertar. Não estou falando desse despertar que você está imaginando, Max era um desperto e já a algum tempo usava do seu computador para moldar a trama da realidade… enfim, cada desperto tem seus meios.

Voltando ao quarto bagunçado, quando Max se deu conta de que o apito estridente e a mensagem vinham de seu computador, não exitou, levantou de pronto da cama, puxou a cadeira e se sentou de frente para o PC. A primeira reação do jovem foi esfregar os olhos para ver se não estava delirando, depois bebeu um resto de bebida que tinha num copo em cima da mesa, em seguida acendeu um cigarro e por último começou a digitar.

A habilidade de Max com essas máquinas transcendia o comum, era como se o computador fosse parte do corpo dele, digitava rapidamente uma infinidade de códigos. Os primeiros códigos foram para identificar se o invasor estava no mundo virtual e tentava acessar os segredos dos dados de Max, ou se o invasor era alguém físico, que havia entrado sem permissão no prédio. Após verificar que ninguém havia tentado invadir pelo mundo virtual, Max digitou os códigos e acessou as câmeras do edifício. Ele começou a verificar câmera por câmera de trás para frente, um alívio preencheu seu peito quando percebeu que o seu andar ainda estava vazio, o 6° e o 5° também estavam, quando acessou as câmeras do 4° andar, seu coração brevemente aliviado começou a bater descompassadamente. Quatro homens vestidos com ternos pretos e portando armas de fogo subiam silenciosamente as escadas. Max parou e respirou, aproximou a imagem da câmera e o que ele constatou fez com que seu corpo ficasse dormente. Dois dos homens que subiam em direção ao quarto de Max possuíam olhos cintilantes e braços mecânicos. Max sem perceber soltou um grito. Era um grito de desespero misturado com raiva: -”Cyborgs, desgraçados…”- as palavras ecoaram pelo quarto, o que fez com que aquelas “pessoas” começassem a subir mais depressa. Max estava mexendo com coisa grande, aqueles cyborgs não estavam atrás dele por acaso. Lembra do grande projeto que ele sempre dizia que estava trabalhando? Max estava na verdade roubando dados dos tecnocratas e sabia que mais cedo ou mais tarde isso iria lhe afetar, esperava que fosse tarde, mas infelizmente foi cedo demais.

A urgência dos fatos fez com que Max agisse rapidamente. Puxou da gaveta da escrivaninha um HD, plugou no PC, digitou alguns códigos e iniciou a transferência de dados. Os códigos que Max criava não eram esses comuns, que hackers adormecidos costumam usar. Max era um desperto, e cada tecla que ele apertava daquele PC era um comando não só para máquina, mas também para os fios da trama da realidade que ele desejava alterar.

De dentro do  quarto já se ouvia o som dos passos dos homens subindo as escadas, isso era sinal que eles estavam mais perto. O PC continuava transferindo dados em uma super velocidade. Max se levantou, pegou uma mochila, colocou algumas roupas dentro, pegou também sua carteira com alguns documentos falsos, que ele mesmo tinha falsificado e tornou-se a olhar para o computador. Nesse momento as batidas na porta soaram como um sinal de desespero. Ele puxou o HD rapidamente do PC, os dados já tinham sido transferidos, digitou mais um código rápido. Do lado de  fora escutou: – “Vamos arrombar!”

Sobre a mesa do computador havia uns óculos, desses de realidade virtual, que os adormecidos usam para entretenimento. Max colocou os óculos e apertou o botão da lateral do equipamento, no mesmo momento em que as madeiras da porta do quarto estalaram com a forte pancada do arrombamento. Max sumiu! Não estava mais ali.

Os homens reviraram o quarto atrás do garoto, uma busca sem sucesso em meio àquela bagunça. Um deles, um cyborg, sentou no computador, do seu dedo saiu um dispositivo de conexão USB e conectou-se ao PC. Neste exato momento um clarão invadiu o quarto, uma explosão varreu homens, máquinas e a sujeira daquele lugar.

E onde estava Max afinal?

Em um quarto bagunçado, no sétimo andar, a dois quarteirões dali.


Escrito por: Bruno Quiossa
Revisão por: Douglas Quadros
Arte da Capa: Bruno Quiossa

Sou Bruno Quiossa, membro do Mestres de Masmorra, visite nosso canal no YouTube para ver mais conteudo a respeito e aproveite também para ver os outros manuscritos que temos aqui no site do Movimento RPG com varias temáticas interessantes clicando aqui.

Nos vemos pelas mesas da vida. Que rolem os dados.

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