Adaptando Criaturas – Dicas de RPG #139

Neste episódio Douglas Quadros fala sobre como adaptar criaturas para suas campanhas. Crie novidades para seus personagens.

O Dicas de RPG é um podcast semanal no formato de pílula que todo domingo vai chegar no seu feed. Contudo precisamos da participação de vocês ouvintes para termos conteúdo para gravar. Ou seja, mande suas dúvidas que vamos respondê-las da melhor forma possível.

Portanto pegue um lápis e o verso de uma ficha de personagem e anote as dicas que nossos mestres vão passar.

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Adaptando Criaturas

Voz: Douglas Quadros
Edição do Podcast: Senhor A
Arte da Capa: Raul Galli

Músicas: Music by from Pixabay

Anjos do Tempo – Guia de Criação

Tranquilo pessoal? Nesta postagem especial de Natal utilizaremos os temíveis Anjos Lamentadores da série Doctor Who como vilões em seu RPG para que os personagens corram muito, sem piscar.

 

Os Anjos…

Os Anjos Lamentadores são tidos como uma das mais antigas formas de vida do universo, com ninguém sabendo a origem deles. O Doutor os considera como “a mais poderosa e mais malévola forma de vida mortal, já produzida”, sendo os “únicos psicopatas do universo que matam delicadamente”.

O nível de ameaça dos Anjos Lamentadores, que chamarei de Anjos do Tempo, é tão grande que, desde seu surgimento, constam dentre os 3 piores inimigos do Doutor. Sendo que, muitas vezes, foram considerados o pior inimigo, mais até que os tradicionais Arqui-inimigos do Doutor, os Daleks e o Mestre. Ou seja, para uma criatura criada para a fase recente da série, ela já conquistou seu lugar de forma irremediável. O que também pode ser comprovado pela avaliação no IMDb de seu episódio de apresentação: Blink, com 9,8; o pondo dentre os top20 episódios de séries.

 

…são perigosos,

O que faz com que os Anjos do Tempo sejam perigosos são suas habilidades. Enquanto, Daleks são fanáticos bélicos sem alma e sem identidade (o mesmo serve para os Cybermen), e o Mestre é a contraparte do Doutor, os Anjos são inimigos virtualmente invencíveis e que manipulam o tempo.

Sua motivação é a “fome” do tempo das pessoas. Assim, manipulam o tempo quando “matam” suas vítimas ao tocá-las; mandando-as para o passado e se alimentando do tempo não vivido pela vítima em seu tempo “correto”.

Outras habilidades dos Anjos dependem de quão bem estejam alimentadas. Pois, quanto mais energia possuem mais rapidamente conseguem se mover. O que só fazem quando não são observadas. Essa movimentação pode cobrir vários metros e é feita de modo silencioso.

Sua pior característica, talvez, seja o fato de parecem estátuas serenas ou melancólicas. Com nada indicando sua real natureza exceto quando se movimentam ou as vítimas tenham alguma consciência delas. Então elas se transfiguram e passam a ter um aspecto mais diabólico e terrível, mostrando presas e garras, além de parecerem ativamente intimidadoras.

Muito raramente os Anjos podem matar alguém para usá-lo, logo em seguida, como um porta-voz aos personagens para exigirem ou negociarem algo muito mais importante e vital que o abate de algumas vítimas. A negociação deve envolver fortes questões morais ou éticas.

Uma habilidade poderosa em cenários tecnológicos é a capacidade que possuem de existirem através de imagens, inclusive digitais ou até neurais. Ou seja, se alguém pensar nessas criaturas ou ter um vídeo ou foto delas, elas ainda existirão, mesmo que não possuam mais um corpo (explicado abaixo). Podem, também, se “transportar” pelas vias digitais e se materializar em outros locais, visto que são, além de criaturas materiais, seres conceituais.

 

… mas tem suas fraquezas.

A maior fraqueza dos Anjos é a trava quântica que possuem quando uma criatura as observa. Essa fraqueza é tão forte que é ativada até mesmo quando elas se olham no espelho ou quando olham uma para as outras. É por isso que muitos desses Anjos se movem com o rosto coberto, como se estivessem chorando e, assim, dando seus nomes.

Os paradoxos temporais são a outra fraqueza dos Anjos do Tempo. É como se a comida deles estivesse envenenada e eles passassem a definhar por conta disso (ou tendo que procurar uma fonte de alimento longe o suficiente dos efeitos do paradoxo).

Quando ficam muito tempo sem ingerirem energia, os Anjos ficam mais lentos e passam a mostrar sinais de deterioração, como se fossem estátuas muito antigas, independemente de serem ou não observados. Assim, eles vão se desmanchando como se fossem uma pedra se tornando pó. Perdendo, desta forma, sua forma física e permanecendo, apenas, como formas visuais ou conceituais.

 

Usando em suas mesas

Independente do sistema, os Anjos não são criaturas que devam possuir fichas (embora eu tenha visto algumas por aí) visto que são criaturas que não podem ser vencidas por combate. Podendo ser consideradas muito mais um quebra cabeça mortal do que um encontro combativo.

Para isso ponha elementos comuns no local da aventura. Estátuas de anjos num mausoléu ou dungeon, criaturas congeladas num ermo coberto de neve, arbustos de seres celestiais num bosque místico ou avatares em aparelhos digitais ou eletrônicos, entre outros.

Entretanto, não ataque o grupo imediatamente, demonstre que as estátuas parecem se moverem quando alguém deixou de olhar para elas. Você, como mestre, pode considerar importante um teste em alguma perícia de percepção ou investigação para alertar o grupo do perigo iminente. Ou então, para dar informações sobre como as estátuas mudaram de lugar ou de expressão facial.

E tão logo os personagens percebam o perigo, faça as estátuas se moverem toda vez que eles não estejam olhando. E, se for o caso, as coloque muito próximas aos personagens, demonstrando que eles escaparam por pouco de uma morte certa. Dê alguma chance para que eles encontrem uma solução criativa e, se possível, identifiquem as fraquezas dos Anjos. E, assim, possam criar estratégias para não serem tocados e prenderem as criaturas.

Entretanto, se alguém quiser atacar ou usar alguma magia contra os Anjos, narre o quão insignificante são seus ataques e efeitos. Inclusive, compare com o dano que estátuas verdadeiras teriam.

 

A Morte e o Fim

Seja condescendente com as ideias dos jogadores para escaparem dessa armadilha mortal. Visto que, se não conseguirem prender os Anjos em suas travas quânticas ou fugirem, estarão fadados a, em algum momento, serem tocados e transportados para o passado.

E isso é tão grave porque não há testes de resistência possíveis e nem formas de voltar a seu tempo. Embora os personagens estarão vivos, na prática é como se tivessem morrido.

Quando os Anjos perceberem que foram identificados, alterarão suas feições para formas mais ameaçadoras, impondo efeitos de medo e intimidação que devem se constituir em testes difíceis conforme o sistema de RPG utilizado.

*

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Os segredos ocultos dos Rakshasas

Olá aventureiros, cansados de suas viagens? O que os traz à minha humilde morada? Ah, entendo, vejo que ouviram sobre mim e sobre os segredos que guardo escondidos a sete chaves. Já faz um tempo desde que recebi visitas, não é qualquer um que chega até um lugar tão remoto quanto esse…

…Pois bem, nesse caso eu posso lhes oferecer algo por toda a dificuldade que tiveram pra chegar até aqui. Quais os segredos querem revelados? Ah, então que assim seja, irei lhes contar tudo que sei sobre os temíveis…

Rakshasas

Entre as comunidades dos Rakshasas não é incomum encontrar indivíduos que possuem características híbridas de outros animais como crocodilos, louva-a-deuses e até mesmo indivíduos que possuem 2 cabeças.

Mas a real característica que difere um Rakshasa de um híbrido comum com, digamos um Lobisomem, são suas mãos invertidas. Os Rakshasas tem a palma da mão no lugar das costas da mão. No entanto, pouco importa sua verdadeira aparência pois poucos são aquelas que verão o Rakshasa em sua verdadeira forma, por possuírem a habilidade de conjurar “disfarçar-se” a vontade, Rakshasas vivem disfarçadas e escondidos entre as sociedades mortais, normalmente escolhendo passar-se por alguém importante como um nobre, um cardinal, um mercador rico e, as vezes, até mesmo Reis e Imperadores. 

Essas criaturas do mal surgiram quando diabos poderosos criaram um ritual das trevas capaz de liberar sua essência de seus corpos diabólicos para que eles pudessem escapar dos planos mais baixos. Desde então, eles encontraram seu caminho para o plano material, onde usam humanos para saciar sua fome de esquemas malignos e outras coisas. 

 

Conheça o Inimigo

Rakshasas são adversários formidáveis e apresentam grande perigo para aventureiros despreparados. Na maioria das vezes em que estiverem enfrentando um Rakshasa, os aventureiros só descobrirão isso tarde demais. Sendo imunes a ataques físicos não-mágicos e tendo imunidade mágica limitada (Rakshasas não podem ser detectados ou afetados por magias de sexto círculo ou inferior, a não ser que queiram ser afetados), essas criaturas são praticamente invencíveis para aventureiros de níveis baixos e que estão despreparados.

Apesar de serem extremamente carismáticos, se colocados em uma situação de vida ou morte, os Rakshasas podem causar problemas até para aventureiros experientes! Rakshasas são conjuradores poderosos, capazes de utilizar magias como “Dominar Pessoa” para controlar adversários poderosos, “Voo” para se manter longes de combatentes corpo-a-corpo habilidades e “Mudar de Plano” para fugir em caso de estar numa situação complicado.

Um Rakshasa irá evitar o combate direto e sempre optará por mandar alguém fazer seu trabalho sujo ou irá usar de furtividade para pegar seus inimigos de surpresa. E suas garras ainda causam uma maldição aqueles que cortam, impossibilitando que possam usufruir de descansos curtos ou longos. 

Se não bastasse tudo isso, Rakshasas ainda são praticamente imortais! Se morrem no plano material, sua essência volta para os nove infernos até que seu corpo se recomponha no plano material. O processo pode levar meses ou anos, mas o Rakshasa retorna com todas as memórias de sua vida passada e irá, certamente, buscar maneiras de se vingar de seu algoz. A forma de destruir para sempre um Rakshasa é o encontrando nos nove infernos e o matando lá.

Os Nove Infernos de Baator

 

A Forma Híbrida

Deus Ravna

Imagino que esteja pensando, porque essa forma híbrida? Veja bem, Rakshasas cultuam um estranho deus chamado Ravna, conhecido por possuir mais de 10 cabeças, o que formou a cultura desses monstros, fazendo com que eles pudessem ter diferentes tipos de cabeça. Como disse anteriormente, alguns Rakshasas podem ter duas, ou até mesmo três cabeças, essa característica normalmente é associada a Rakshasas mais poderosos, líderes de clãs inteiros.

 

Sociedade e Cultura

Essas criaturas possuem sociedades e culturas organizadas e fascinantes. A sociedade dos Rakshasas funciona num sistema de castas. Cada Rakshasa já nasce parte de uma casta específica e ascensão social é praticamente impossível. Mas existe uma maneira para aqueles Rakshasas mais ambiciosos subirem de casta! Se um Rakshasa, através de suas manipulações e esquemas, conseguir tornar-se o líder de alguma cidade importante na sociedade humana, ele pode ganhar honra entre os seus e subir de casta. 

“A sociedade dos Rakshasas pode ser descrita como uma meritocracia maligna, onde apenas o mais adaptado sobrevive. Rakshasas geralmente se ranqueiam baseando-se na quantidade de poder que acumularam, em sua astúcia, sutileza e na sua disposição de demonstrar sua completa falta de moral”

Conheça os Padrões

Preste bastante atenção no que irei lhe dizer agora, aventureiro, pois reconhecer os sinais de atividade de um Rakshasa, pode ser a diferença entre a vida e a morte! Essas criaturas ardilosas irão começar a se infiltrar na sociedade humana “comendo pelas beiradas”. Eles não vão arriscar tomar o lugar de um líder de partida, primeiro irão formar uma rede de proteção e informação ao seu redor e irão, aos poucos, aumentando sua influência na sociedade humana.

O Rakshasa irá passar anos investigando a área que deseja se infiltrar e quando achar que é a hora, irá encontrar um lugar seguro, de onde possa colocar seus planos em ação. Mas a avareza do Rakshasa faz com que eles tenham a necessidade de decorar o lugar com o máximo de ostentação possível, exibindo toda sua riqueza. Então ele começara a criar uma grande rede de espiões, informantes.

Ele fará isso criando, ou dominando, guildas locais de ladrões ou de mercadores. Fará questão de só manter próximos aqueles lacaios e subordinados mais leais, usando de espiões para certificar essa lealdade. Estará sempre utilizando de disfarces e nunca revelando sua verdadeira forma, exceto para seus subordinados leais. 

Não é incomum que dois Rakshasas disputem um mesmo domínio. Quando isso ocorre, eles farão de tudo para subjugar completamente o outro ou matá-lo permanentemente e absorver seu território. É dessa maneira que os Rakshasas ganham honra e a possibilidade de ascensão nas castas. 

 

Rakshasas e os Humanos

E essa obsessão dos Rakshasas de dominar e conquistar se estende, para além do poder e das riquezas, até os humanos. Rakshasas adoram tudo relativo aos humanos, nossos costumes, roupas, vinhos, música e, principalmente, nossa carne! Rakshasas são carnívoros e sua comida favorita é a carne de humanos. Mas eles gostam da carne fresca e, de preferência, de sua presa ainda viva. É por isso que eles se dão ao trabalho de usar ilusão e manipulação para capturar suas presas. Eles gostam de se banquetear com sua comida ainda viva e guinchando, acompanhada de outros pratos e temperos exóticos e vinhos exuberantes.

E eles usam suas habilidades inatas ao máximo para conseguir seu prato principal favorito. Com a capacidade de “Detectar Pensamentos”, eles descobrem as pessoas mais próximas e amadas de sua vítima. Depois, usam “Disfarçar-se” para se passar por essas pessoas, atraindo a presa facilmente. 

 

Por Fim a Fraqueza

Uma criatura deveras interessante não é mesmo? Repleta de poderosas habilidades, capaz de amaldiçoar com o toque, ler pensamentos, disfarça-se a vontade, imune a ataques mundanos e capaz de inutilizar até mesmo os mais talentosos conjuradores. Tanto poder nato, faz com que alguém se pergunte porque tal criatura prefere viver nas sombras, escondida, quase se acovardando?

Rakshasas são altamente vulneráveis a ataques perfurantes de armas mágicas utilizadas por criaturas boas. Mas isso é apenas uma forma de esconder sua verdadeira fraqueza.

Em estudos antigos e textos perdidos conta-se de uma fraqueza terrível dos Rakshasas: Setas de besta abençoadas. Se uma seta abençoada por um clérigo simplesmente tocar a pele de um Rakshasa, ele morre instantaneamente.

Esses são os segredos ocultos dos Rakshasas, aventureiro, use estas informações com sabedoria. 


Os segredos ocultos dos Rakshasas:

Sou Filipe Fontes, membro do Mestres de Masmorra, visite nosso canal no YouTube para ver mais conteudo a respeito e aproveite também para ver os outros manuscritos que temos aqui no site do Movimento RPG com varias temáticas interessantes clicando aqui.

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