A Maldição de Strahd: Horror psicológico em D&D

O RPG nos permite viver diversas histórias de estilos narrativos muito distintos e, por extensão, também de muitos gêneros diferentes. Estamos acostumados a narrativas épicas baseadas em gêneros de fantasia, de ação ou até mesmo históricos. Alguns outros sistemas, como Vampiro: A Máscara, expandem esse leque para gêneros de terror e suspense. Mesmo DnD sendo um sistema de heróis poderosos e capazes de feitos incríveis, também é possível trazer o horror para as aventuras, e um módulo fez isso de maneira excepcional: A Maldição de Strahd. 

Antes de chegarmos ao módulo em si, vamos explorar um pouco o gênero do Horror. O que caracteriza esse gênero? O gênero do horror é um tipo de ficção especulativa que tem como objetivo assustar, amedrontar ou enojar o espectador, no nosso caso, os jogadores. Tudo isso pode ser encontrado em a Maldição de Strahd.

Não é fácil fazer horror num jogo de DnD, afinal é preciso que os jogadores se sintam fracos em relação aos obstáculos para que funcione, é necessário uma sensação de impotência. Heróis super poderosos nunca sentirão medo, afinal eles podem lidar com qualquer coisa que ficar em seu caminho, e é exatamente assim que uma ficha de DnD faz os jogadores se sentirem, mas o Maldição de Strahd sabe disso e usa isso ao seu favor. O Módulo é famoso por ser muito difícil, por vezes até desbalanceado. Diversas mortes de personagens e até os temidos TPKs são comuns em A Maldição de Strahd. Essa dificuldade somada a sensação de estranheza, desolação e isolação que Barovia causa é o que faz o horror desse módulo funcionar. Mas, onde o módulo realmente brilha, é na construção de seu vilão: O Conde Strahd Von Zarovich. 

Claramente inspirado no Drácula, Strahd é considerado um dos melhores vilões de DnD. E ele realmente é! Strahd é construído para ir além dos clichês de vilões de RPG, ele é um personagem complexo, com conflitos externos e internos, uma história cativante, altamente carismático e, que por vezes, consegue conquistar nossa simpatia. Mas ele tem seu outro lado, muito mais obscuro, que gosta de perseguir suas vítimas, fazê-las sofrerem e vê-las se quebrarem perante ele, esse lado de Strahd se preocupa em ir muito além de apenas matar seus alvos, ele gosta de tortura-los de maneira física, emocional e psicológico. 

Essa dualidade em Strahd que o faz um personagem interessante e um vilão memorável e que faz com que o horror psicológico seja tão presente nessa aventura. O módulo não tenta esconder o vilão em nenhum momento, afinal o próprio título da aventura já nos diz quem será o chefão final. Os jogadores já ficam cientes da existência do Conde desde dos primeiros momentos da aventura e sabem, que para sair da situação que se encontram, eventualmente eles terão que entrar em conflito com ele. A principal diferença entre Strahd e vilões de outros módulos é que ele é um vilão ativo! Ele não espera que os jogadores virem até ele e a todo momento tenta se inserir na história. Strahd irá brincar com seus novos experimentos, vulgo os personagens dos jogadores, irá oferecer acordos, pedir favores, manipulá-los, tentar descobrir seus segredos mais íntimos, para depois usar isso contra eles. Ele fará tudo ao seu alcance para tornar a vida desses aventureiros, que entraram em suas terras, o mais difícil possível. É normal que antes de enfrentarem o vilão em seu covil, o icônico Castelo Ravenloft, os jogadores já tenham tido algumas interações com Strahd e até mesmo algumas lutas, nas quais o Conde certamente irá limpar o chão com os personagens, e fará isso da maneira mais humilhante possível. 

O grande trunfo para o horror psicológico em A Maldição de Strahd é que os jogadores sabem, desde do primeiro em que encontram Strahd, que eles não têm a menor chance de enfrentá-lo de frente. É um longo caminho até que os aventureiros tenham força suficiente para lutar com o vampiro. E o próprio Strahd não e bobo! Ele irá usar todo esse tempo em que os aventureiros estão em suas terras para espioná-los e obter todas as informações possíveis sobre eles e se preparar para o momento em que ele irá, de uma vez por todas, acabar com os intrusos. 

Quando os jogadores acabam de sair de um dos encontros brutais do módulo, só para encontrar Strahd, montado em seu pesadelo e bloqueando o caminho, pronto para oferecer algum tipo de acordo para eles, até o mais insano dos bárbaros se ajoelhará perante o Conde. Podem acreditar, eu já vi acontecer! 

Não é atoa que essa aventura, publicada pela primeira vez 1983, é considerada até hoje uma das melhores aventuras de DnD já escritas e ganhou, em 2016, uma atualização para a quinta edição de Dungeons and Dragons.

Para os fãs do gênero horror, e de RPG em geral, é uma aventura imperdível e memorável que com certeza irá ser lembrada na sua mesa por muitos anos. E para os mestres de plantão, é um excelente estudo em como criar um vilão inesquecível! 

Chris Pine e a volta de Dungeons and Dragons

Dungeons and Dragons vai retornar ao cinema em breve!

É isso aí pessoal, vocês não leram errado, mas por que digo retornar?

Bom, você que jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda, amanhã velho será, velho será velho será… e os mais velhos vão se recordar que em 2000/2001 houve um filme, contando com Jeremy Irons (o vilão), Justin Whalin (o mocinho) e Marlon Wayans (o engraçadinho).

Esse filme de 2000 não tinha lá tanta coisa a ver com D&D em si, tanto que não foi bem visto pela crítica.

Mas isso não impediu de sair mais dois filmes depois deste, o segundo em 2005 e o terceiro em 2012, que seguiram a mesma linha do primeiro :/

Se você não conhece, vai lendo até o fim da notícia que lá vai estar o trailer do filme de 2000.

Christopher Whitelaw “Chris” Pine

Bom, mas falando de tempos atuais, o ano de 2020 não para de nos surpreender, então voltemos ao tema dessa notícia…

Ainda não há muitas coisas a serem ditas sobre esta nova adaptação de Dungeon and Dragons, mas uma coisa é certa, o namorado da Mulher Maravilha está negociando estrelar o filme.

Isso mesmo meninas e meninos, o galã dos filmes da W.W. dará (a princípio) seu ar da graça nesta nova adaptação do nosso tão jogado RPG.

Segundo o Deadline, Chris Pine será o protagonista do filme de Dungeons and Dragons, projeto este que vem se enrolando há alguns anos.

Jonathan Goldstein e John Francis Daley serão os diretores e roteiristas.

John Francis Daley e Jonathan Goldstein

As filmagens devem começar em meados do primeiro bimestre de 2021 e trarão uma versão “diferente” do jogo, Goldstein e Daley ficaram muito conhecidos pelos seus trabalhos no roteiro de Homem-Aranha: De Volta ao Lar, e com a comédia A Noite do Jogo.

Ainda há muita disputa sobre os direitos autorais do projeto e nada ainda é concreto.

Mas a princípio teremos maiores novidades no início do ano que vem,  até lá nossos corações já aguardam ansiosos.

E para você que me acompanhou até aqui, olha o trailer que prometi 😉

Dungeons & Dragons 5º edição – livros serão produzidos no Brasil

Na manhã de hoje Persio Sposito anunciou pelas redes sociais da Galápagos Jogos que os livros de D&D 5º edição serão produzido no Brasil.

Em 2019 a Galápagos Jogos lançou os três  primeiros livros  básicos nas versões em português, e prometeu muitos lançamentos até 2021, a lista oficial pode ser conferida aqui: Lista oficial de lançamentos. Apesar de ter recebido críticas por algumas falhas na tradução e edição, a primeira tiragem se esgotou rapidamente, e a comunidade permaneceu ávida por mais.

Serão iguais, se não melhores

No anuncio explica que para o Brasil receber autorização para a produção dos livros precisou passar por muitos testes e aprovações para a qualidade ser a mesma dos que são produzidos até então na Lituânia. Diz que não haverá diferença entre a impressão nacional e a internacional, além da espessura do papel brasileiro deixando o livro nacional um pouco mais “encorpado” nas palavras dele mesmo.

Não haverá mudanças nos valores

Algo que todos se perguntam, e que prontamente foi respondido, é se o valores seriam alterados.

Imaginando que a partir de agora a produção será aqui, os gastos seriam menores,  e o desconto da produção chegaria ao consumidor final.  Foi explicado que não e bem assim, os livros continuam na categoria de produtos importados, por isso não haverá diminuição dos valores. Uma das vantagens apresentadas é que haverá mais livros no mercado facilitando a aquisição.

Agradecendo a comunidade

Cada ano que passa mais as empresas  percebem como os brasileiros são consumidores de vários produtos da categoria. Ficamos esquecidos por muito tempo, mas agora o Brasil tornou-se um mercado interessante.

Persio agradece esse engajamento da comunidade em demostrar interesse,  e cobrar reconhecimento,  pois segundo ele o comportamento dos consumidores brasileiros e brasileiras foi decisivo no fechamento positivo da proposta.

Quais  serão lançados primeiro

Para nós fãs e jogadores,  é muito importante saber quais livros serão os primeiros a serem produzidos, até o momento são cinco títulos diferentes, no entanto ainda não tem nenhum inédito,  serão eles: Livro do Mestre,  Livro do Jogador,  Livro dos Monstros,  A Maldição de Strahd e Descida ao Avernus.

Você pode conferir o vídeo na integra por aqui: Anúncio da Galapagos games

Dungeon Roll

Dungeon Roll é um jogo rápido, de batalhas, baseado em RPGs. Como o nome sugere, ele representa bem a exploração de uma masmorra (dungeon) em um RPG medieval fantasia. Aqui você controla um grupo de aventureiros lutando buscando tesouros e lutando com monstros.

 

Ficha técnica

O jogo vem num baú pequeno (cabe na mão). Dentro dele vem um tabuleiro, diversos dados, marcadores e fichas de heróis. Os dados representam os jogadores típicos de um RPG (mago, clérigo, etc…) e também monstros clássicos (até com o temível dragão). Além de outros elementos bem característicos como baús, poções e heróis. 

O grande destaque do Dungeon Roll é exatamente que ele é totalmente temático de RPG desde sua caixa até seus elementos. É o mesmo sentimento que tenho com Munchkin: sinto que estou vivendo uma parte do universo do RPG que uma das minhas favoritas – as batalhas!! O jogo já nasceu clássico, parece um mini D&D.

É possível jogar de 2 à 4 jogadores e tem um modo solo (com missões específicas). As partidas são rápidas, com média de 15 à 20 minutos. É um jogo simples de entender, diversão para todas idades e todos os gostos. O jogo é vendido pela Galápagos, mas se você quiser experimentar antes de comprar, a Jogaderia tem o Dungeon Roll para alugar (a dica é para quem é aqui de Floripa).

 

Como jogar

O objetivo do jogo é acumular o máximo de experiência. Para isso você irá jogar os seus dados e sortear o seu grupo inicial. Você usará esse grupo para enfrentar três dados de masmorra por vez. Estes dados de masmorra pode revelar um monstro ou te dar uma poção ou ainda um baú. Cada elemento deste tem algumas regras específicas, mas, de forma geral, você precisa lidar com esses dados.

Quando você termina, você pode escolher ir para a taverna (não abrir novos dados) ou ir para outra masmorra (e enfrentar outros três dados). São as lutas e os elementos que você ganha nos baús que lhe dão experiência. Você também tem um herói que te dá poderes especiais. Os baús e poções te ajudam a enfrentar mais monstros. Você precisa correr para ganhar pontos mais rápido que os adversários ou completar as missões do modo solo. 

 

Parece massa, mas vale à pena mesmo?

Vale demais! Hehehehe. Vou te contar o porquê. O jogo é altamente re-jogável porque depende da sorte dos dados e da sua estratégia. Ele é bem versátil já que posso jogar o modo solo e o modo com grupos. É divertido demais, leve, fácil de aprender e de jogar. Além de tudo, ele fica lindinho na prateleira!

Se você é jogador de RPG vale em dobro. Ele vai te dar aquele prazer gostoso de estar em uma luta clássica, enfrentando monstros COM A MÃO CHEIA DE DADOS! E ele ainda é um aliado dos grupos de RPG mesmo, pois podemos usar para aquecer o grupo, enquanto esperamos alguém chegar e já ir entrando no clima.

RPG: Por Onde Começar? – Off-Topic #15

Já falamos bastante aqui no Off-Topics sobre como usar melhor o RPG, torna-lo mais inclusivo, manipular as regras para aprimorar a diversão e muito mais.

Porém, me vi pensando no seguinte dessa vez: mas e quem nunca jogou RPG? Como inserir aquelas pessoas que acham que RPG são apenas os jogos da franquia Final Fantasy ou os atuais MMORPG?

Foi pensando nessa galerinha que nunca jogou RPG na vida, que eu trouxe esse Off-Topic esse mês. Bora lá então?

Dados, um dos maiores símbolos dos RPGs

O QUE É RPG?

Primeiramente, precisamos deixar claro o que seria RPG. A sigla é uma abreviação para Role Playing Game, que traduzindo livremente seria algo como Jogo de Interpretação de Papéis.

O objetivo de um jogo de RPG é que as pessoas participantes criem estórias e narrativas, tendo uma figura fazendo o papel da mediação, geralmente um “cargo” definido como Narrador(a) ou Mestre(a), que ajuda a regular o cenário e estabelecer as diretrizes da narrativa.

É papel de cada pessoa que estiver jogado criar uma personagem para participar dessa narrativa, sendo livres para escolher a personagem que melhor se encaixa em sua vontade de jogar ou participar.

Diferente dos tradicionais Board Games ou Games Eletrônicos, o RPG precisa, fundamentalmente, de um único recurso: a imaginação!

Claro que alguns títulos ou sistemas podem exigir dados multifacetados, muitas folhas de fichas, vários e vários livros, mapas com miniaturas e afins. Mas verdade seja dita, com apenas um lápis, uma folha e um dado comum de 6 lados ou uma moeda, já é possível jogar RPG de forma magistral!

 

EXISTE UM SISTEMA MAIS ADEQUADO?

Sabe o ditado que diz “vai do gosto do cliente”? Pois é, aqui aplica-se exatamente a mesma logica.

Cada sistema de RPG tem suas peculiaridades com seus prós e contras, e não existe um consenso geral da comunidade para qual o sistema mais adequado a iniciantes.

Existem pessoas que adoram consumir longos livros, pegar muitas regras, fazer cálculos mais complexos, combar habilidades e tudo mais. Para pessoas assim, sistemas como GURPS ou D&D são ideias!

Mas nem sempre ler muitas regras ou muitos livros pra se criar tramas e personagens é divertido né? Ás vezes tudo que queremos são uns 5 minutos de criação de uma ficha básica e simples, regras que se explicam em poucos minutos e pronto, dá-se início à jogatina. Para pessoas assim, sistemas como 3D&T são super funcionais. Diga-se de passagem, na minha humilde opinião, o melhor sistema de todos para se introduzir novas pessoas ao Hobbie de fato é 3D&T (o sistema, não os cenários).

No quesito “praticidade lógica + funcionabilidade” podemos colocar os sistemas Storyteller e Storytelling, já que ambos usam um sistema mais simples de tabelas, com ideias que se parecem muito com games eletrônicos ou board games.

Claro que esses são apenas alguns exemplos usando os sistemas mais famosos e jogados no Brasil atualmente, mas passam longe de serem os únicos disponíveis, ou até mesmo os mais recomendados.

Choose your destiny!

POR QUAL CENÁRIO COMEÇAR?

Bom, agora você já sabe mais ou menos o que é um RPG, os sistemas mais usados e essas coisinhas, é hora de pensar nos cenários.

Alguns sistemas são desenvolvidos e pensados em um cenário próprio, como a fantasia medieval de D&D, o horror do Mundo das Trevas de Vampiro, Lobisomem e companhia, ou mesmo os cenários heroicos e fantásticos de 3D&T.

Mas via de regra, o cenário não está preso ao sistema e vice-versa. Uma vez escolhido o sistema que melhor se assemelha a seu jeito de jogar, o cenário é o mais fácil de resolver.

Por se tratar de um jogo de imaginação e criatividade, existem tantos cenários e opções quanto sua criatividade permitir imaginar! Seja criando um mundo próprio, se inspirando em algum mundo da cultura pop ou pegando modelos prontos que acompanham os sistemas!

O cenário RPGista precisa de você!

PRONTO, AGORA É SÓ JOGAR!

Já sabe o que é RPG, já escolheu um sistema, já tem um cenário, agora é só encontrar pessoas pra jogar!

Pode se montar uma mesa ou grupo presencial, e reunir a turma pra uma jogatina. Pode ser um ambiente virtual, e aí se misturar com pessoas de qualquer lugar!

Uma ótima ferramenta para tal é o app Questfinder, uma espécie de “tinder de mesas de RPG”. Com ele você pode encontrar pessoas pra jogar em qualquer lugar do mundo!

Tá esperando o que então? Mãos à obra! Let’s play!

Falhas Críticas 17 – A Urna

O grupo estava reunido em volta de uma urna adornada com símbolos misteriosos. A urna em questão estava centralizada sobre um pedestal de mais um menos um metro e meio, aparentemente lacrada.

Os jogadores, com medo de cair em alguma armadilha, agiam com muito cuidado. Arcon Joh, o clérigo com asas, resolve então utilizar a magia Augúrio, que faz com que o conjurador divino tenha um presságio se a ação leva a um resultado bom ou ruim.

O mestre então respondeu: “Uma sensação ruim vem como resposta do seu presságio. Você sente que um grande mal vai acontecer ao grupo caso abram este jarro.”
O grupo, então, se reúne para decidir o que fazer.

Botina, o Guerreiro, decide, sem consultar o grupo, dar uma empurradinha de leve na urna… – -. A urna cai no chão, quebrando-se em mil pedaços e libertando imediatamente o Grande Demônio de Fogo que estava aprisionado ali dentro a muitas eras.

Fim.

Baseado nas aventuras jogadas por: Douglas Quadros
Texto de: Douglas Quadros
Arte de: Estúdio Tanuki

Veja todas as tirinhas no nosso instagram ou diretamente no site.

Falhas Críticas 15 – Entre Tropeços

Entre tropeços diplomáticos e muito blefe para consertar as falhas no diálogo, o grupo conseguiu enfim, formar uma aliança com os dragões. Viajavam nas costas de uma destas poderosas feras e iam ao encontro dos inimigos que não deveriam saber destes novos aliados. 

Contudo Trevoso, O Paladino Maligno, interceptou a informação de alguma forma, juntou suas tropas, e começaram a atacar a criatura alada com wyverns em um emocionante combate aéreo. Barbára preparou seu machado, Tamurel preparou um encantamento. Thinkerbell preparou uma flecha e Botina… acostumado a tirar falhas no combate… resolveu sair de fininho e aguardar a poeira baixar, pois já estava bastante machucado.

Quando corria para as costas do dragão percebe que os inimigos estavam flanqueando o grupo e o próprio Trevoso estava na sua frente, botina então desesperado tenta uma manobra para trocar de direção e voltar para o grupo, quando –  – tropeça e cai diretamente em direção da ponta da espada do inimigo.

Fim.

Baseado nas aventuras jogadas por: Iury Kroff
Texto de: Douglas Quadros
Arte de: Estúdio Tanuki

Veja todas as tirinhas no nosso instagram ou diretamente no site.

Falhas Críticas 14 – A Criatura

O grupo já havia escapado de diversas enrascadas, lutado contra minotauros, orcs e até mesmo dragões. Contudo durante uma de suas viagens depararam-se com uma criatura inesperada, que em poucas rodadas conseguiu derrubar Bárbara e Tamurel com poucos ataques.

A criatura já estava fraca e Kall notou um ponto de vulnerabilidade no monstro, então rapidamente desferiu um ataque – -… que teria sido mortal se não fosse uma tudo uma armadilha do ardiloso inimigo – sucesso decisivo – que desferiu um contragolpe matando instantaneamente o pobre ladino.

O Patrulheiro Thinkerbell que fugiu no meio do combate, espalhou para todas a notícia que um Terrível, Ardiloso, Cruel e Poderoso… Goblin, rondava aquela a região.

Fim.

Baseado nas aventuras jogadas por: Isabel Comarella
Texto de: Douglas Quadros
Arte de: Estúdio Tanuki

Veja todas as tirinhas no nosso instagram ou diretamente no site.

Review: Tormenta 20

Antes de começar a resenha propriamente dita, vale uma pequena apresentação: sou jogador das antigas. Comecei a jogar Tormenta ainda no milênio passado. É certamente um dos meus cenários favoritos de todos os tempos e, em muitos aspectos, influenciou a pessoa que sou hoje. Dito isso, nunca fui muito chegado em D&D e nos sistemas derivados dele.

Pra mim, as melhores versões de Tormenta sempre foram as baseadas em 3D&T. Desde o saudoso manual vermelho até o recente Tormenta Alpha. Os sistemas d20 sempre me pareceram muito “travados” em comparação. Quando o cenário migrou para d20 e depois para um sistema próprio baseado em d20 (o famoso Tormenta RPG), tentei jogar, mas logo desisti e passei a simplesmente adaptar o conteúdo para 3D&T.

Quando cheguei aqui era tudo mato.

Foi com esse background que, a pedido do meu grupo, comecei a mestrar Tormenta 20.

Construindo Personagens

A primeira coisa que me chamou atenção foi a facilidade para construir as fichas. São 5 passos:

1: Rolar atributos

2: Escolher raça, classe e origem

3: Escolher perícias e poderes

4: Escolher o equipamento

5: Ajustes finais

As classes podem parecer limitadas a princípio. Por exemplo, as únicas classes que conjuram magias arcanas são Arcanista e Bardo, e só uma delas tem acesso às magias mais poderosas. Mas olhando com atenção, você verá que todas elas são extremamente flexíveis. Com a classe Arcanista, por exemplo, você pode facilmente emular um mago ou um feiticeiro de D&D, ou mesmo um bruxo ao estilo “Harry Potter” que precisa de cajados e varinhas para conjurar suas magias.

Algumas adaptações ainda precisaram ser feitas. Uma das jogadoras, uma Osteon Bucaneira queria começar com um barco, que ela teria construído com os restos de seu próprio navio pirata. Baita ideia, difícil dizer não. Resolvi que isso poderia ser uma interpretação válida do poder Passagem de Navio, da origem Marujo, e permiti que ela começasse com uma coca.

As raças são únicas e muito variadas. Mais da metade do grupo optou por raças novas, como Medusa, Osteon, Golem e Trog, enquanto o restante preferiu escolher raças já icônicas do cenário, como Suraggel e Goblin.

“Klunc não vê a hora de agredir fisicamente as novas raças.”

Jogando

Rolar os dados no novo Tormenta foi uma ótima surpresa para mim. Iniciei a sessão de cara com um combate in media res em uma sala com armadilhas, usando fichas de monstro e opções do próprio livro. Um crítico quase tirou o bárbaro de combate logo no começo. O grupo, então, resolveu roubar o tesouro e fugir, o que foi muito divertido.

Eliminar o Bônus de Ataque e transformar todas as rolagens em perícias foi a melhor decisão possível para um sistema d20. Sempre achei que D&D parecia uma costura de pequenos mini-sistemas diferentes: um para combate, um para perícias, um para testes de resistência e um para magias. Unificar tudo torna o sistema mais simples e mais coeso. Você não fica tendo que lidar com ordens de grandeza diferentes cada vez que o personagem tenta fazer alguma coisa não prevista pelo sistema. Poderiam até ter ido mais longe e eliminado logo os atributos baseados na rolagem de 4d6, pois a única coisa que importa é o modificador. Uma pequena herança de D&D.

Como qualquer sistema d20 em níveis baixos, os combates podem acabar ficando repetitivos às vezes, mas pelo menos o sistema é ágil o suficiente para que não se arrastem demais. Ainda assim, para evitar isso, o próprio livro já dá ideias para encontros mais criativos.

“Role um teste resistido de Luta contra Cavalgar.”

Cenário

O mundo de Arton passou por diversos eventos dramáticos nos últimos anos. O livro traz spoilers de A Flecha de Fogo e A Deusa no Labirinto, romances lançados em 2018 e 2019. (Aliás, tomei spoilers de A Deusa no Labirinto. Foi mal, Karen Soarele.) Os acontecimentos da Guilda do Macaco, campanha via streaming dos autores do cenário, também foram incorporados ao jogo.

O Reinado está fragmentado, longe da hegemonia de alguns anos atrás. As Repúblicas Livres de Sambúrdia agora constituem um território próprio. Alguns reinos tornaram-se independentes (como Khubar, Skharshantallas e Trebuck). Portsmouth foi dominado por mortos-vivos e tornou-se Aslothia, que junto com os Puristas de Yuden demonstra potencial para tornar-se um grande vilão de sua campanha. O Império de Tauron também passa por maus bocados por conta do surgimento de uma área de tormenta sobre sua capital. Só ficou faltando um mapa* que contemple todas essas mudanças (espero que incluam na versão final).

Mudanças no Panteão podem surpreender quem não acompanhou os últimos acontecimentos no cenário. Caem Keen, Ragnar e Tauron e dão lugar a Arsenal, novo Deus da Guerra, Thwor, Deus dos Goblinoides e Aharadak, Deus da Tormenta.

Um pequeno detalhe que eu adorei foi a divisão dos antagonistas e monstros por tipo de terreno, como ermos, masmorras, áreas de tormenta, etc. Facilita muito na hora de bolar encontros. Contudo, jogadores antigos vão sentir falta das regras específicas para as áreas de tormenta, como a loucura causada pelos lefeu. Será que com a ascensão de Aharadak as mentes artonianas conseguem lidar mais facilmente com a realidade alienígena?

“Que tal um passeio de barco na Ossada de Ragnar?”
“Claro, assim que essa chuva de flechas passar.”

Bônus em Carisma

Visualmente, o livro está maravilhoso. A diagramação é linda e a divisão dos capítulos e assuntos facilita muito a consulta. Há muitas ilustrações novas, e nenhuma delas é feia ou ruim. Há algumas ilustrações reaproveitadas de outros materiais, algo comum nos produtos da editora, mas todas foram muito bem escolhidas.

Meu único incômodo é com a ficha de personagem. Já falei em outros textos que a ficha* é uma parte importante da imersão pra mim, mas parece que vários jogos têm deixado isso em segundo plano. Felizmente, existem fichas alternativas muito bonitas inclusas nas recompensas de quem apoiou o financiamento coletivo.

“Já nos vimos antes em algum lugar, não?”

No geral, meu sentimento em relação ao jogo é extremamente positiva. Não é exagero dizer que é o melhor sistema d20 que já joguei. Rápido, sem complicações desnecessárias, mas profundo o suficiente para os jogadores que gostam de chafurdar nas regras para otimizar seus personagens.

Não esqueça de dar uma passada na coluna de Edu Filhote sobre Militância no RPG.

Bom jogo a todos e se você gostou do texto e ficou interessado em comprar o Tormenta 20 é só clicar aqui!

*[EDIT] A resenha foi escrita antes de sair a versão final do jogo, e estas mudanças já foram contempladas. Aliás, o mapa ficou lindão!

MRPG Podcast [07] – Ambientação no RPG

Olá aventureiros! Neste episódio do MRPG Podcast, Douglas Quadros vai até a cidade de Bellstone para encontrar Marcio Moreira do site Perdidos no Play. Os dois conversam sobre como deixar seus jogadores mais imersos nas campanhas, com várias dicas para os mestres e jogadores melhorarem a ambientação no RPG nosso de cada dia.

Primeiramente falaram sobre as diferenças da ambientação no rpg presencial para o online, com o aumento de estímulos externos o foco pode ser perdido. Por outro lado o online proporciona algumas ferramentas que podem ajudar na ambientação, por mais que estas ferramentas possam ser emuladas no presencial. Falaram também sobre algumas técnicas para manter a ambientação na sessão de jogo e sobre como dar uma voz para seu personagem e a importância desta técnica. Posteriormente o Marcio respondeu algumas perguntas dos ouvintes relacionadas a ambientação no rpg e a imersão dos jogadores nas suas campanhas.

Enquanto conversavam, Marcio Moreira e Douglas Quadros degustaram de uma estranha carne típica da região de Bellstone, chamada Carne de Mokolé. Enfim pegue uma bebida, puxe uma cadeira e acompanhe está conversa recheada de dicas de como melhorar sua ambientação no rpg.

Para mais algumas dicas como está leia nossa série de artigos: Como se tornar um bom mestre de RPG!

Tema: Dicas para Mestres e Jogadores
Tempo: 01:09:57



Links Convidado:

– Seja um Padrim do Movimento RPG
– Playlist Tales From The Loop – A Ruptura
– Playlist Mago: A Ascenção – Dias de Silêncio e Trevas
– Canal Perdidos no Play no Youtube
– Canal Perdidos no Play na Twitch
– Facebook Perdidos no Play
– Twitter Perdidos no Play
– Instagram Perdidos no Play


E-mail: contato@movimentorpg.com.br – Mande suas perguntas sobre o próximo tema, ele sempre é anunciado com antecedência no twitter e instagram siga lá.


Host: Douglas Quadros
Convidado: Marcio Moreira
Editor: Senhor A
Arte da Vitrine: Douglas Quadros
Pauta: Douglas Quadros

Sair da versão mobile