Armas Herança – Início Humilde a Poder Maior

O guerreiro Khaldir começou a sua jornada com uma espada simples, de herança do seu avô. No entanto, apesar da importância sentimental, ele a descartou logo que encontrou a primeira arma +1 em uma masmorra…

Em todas as partidas de RPG, em especial de Dungeons & Dragons, cada personagem do grupo começa com equipamentos básicos que ajudarão nas primeiras jornadas como aventureiro em um mundo vasto e perigoso. É comum, quando o Mestre pede uma história pregressa de cada jogador, que alguns itens, como armas, sejam vinculados como herança de família ou um achado especial em uma circunstância única, e sejam parte importante da motivação daquele indivíduo em largar a vida comum e se tornar caçador de monstros e explorador de masmorras.

As regras básicas da 5ª edição de D&D não apresentam um sistema para evoluir equipamentos, de modo que, quando a personagem ganha poder, ela simplesmente pode encontrar itens melhores, deixando os originais para trás. Isso é um acontecimento comum, mas como uma pessoa aceitaria deixar a espada de seu ancestral guerreiro para trás só por ter encontrado uma arma mais poderosa? E toda a carga emocional que tal item carrega? E a importância que ele teve para a família por gerações?

Procurando uma Solução

Matthew Mercer, lendário mestre do grupo Critical Role, foi o primeiro nome que veio à mente enquanto procurava uma solução para esse problema, a pedido dos meus jogadores de A Era dos Heróis.

Na longa campanha, que ainda atrai dezenas de milhares de fãs do mundo todo, Mercer apresentou itens chamados de “Vestígios da Divergência”, artefatos de uma era antiga que tinham a capacidade de ampliar os seus poderes com o tempo.

Isso foi uma base excelente para começar a construção do sistema homebrew que adotei como Mestre, e se provou excelente para os meus jogadores.

Aplicando na Mesa de Jogo

O primeiro deles é um paladino humano, membro de uma ordem secreta de cavaleiros que juraram proteger vidas inocentes através do mundo de Umbria. Ao ser consagrado como membro da Ordem, Kadeen recebeu, de seu mentor, uma espada longa chamada Scadraug, um artefato antigo, mas que, aparentemente, não possuía nenhum poder especial. Em conversa particular, o jogador disse que a espada tinha um valor sentimental para a personagem, e que não gostaria de trocá-la somente por comprar um armamento mágico mais poderoso.

Qual foi a sua surpresa quando, por acaso do destino (leia-se o poder imensurável do Mestre em moldar o mundo do RPG), a espada absorveu energias remanescentes de uma garra de dragão, ganhando poder mágico.

Desde então, Kadeen procura objetos mágicos de origem dracônica, pois sabe que, a cada conquista, Scadraug pode ganhar mais poder, que se manifesta por meio de runas gravadas em sua lâmina. O que foi um pedido simples no começo da campanha abriu possibilidades para missões secundárias criativas e divertidas para todos.

Influência de Outros Jogos

Esse ponto-chave, de runas se manifestando na lâmina, eu extraí de um sistema homebrew de World of Warcraft, onde é apresentado para a classe heroica Cavaleiro da Morte. Esses cavaleiros renascidos empunham poderosas armas rúnicas, as quais podem ser fortalecidas conforme crescem em poder e ganham mais runas arcanas, detalhe que transferi em quase sua totalidade para a minha campanha atual. No mundo onde os dragões desapareceram, o paladino ter a chance de descobrir relíquias dessa raça poderosa e se tornar mais forte no processo tornou-se uma das peculiaridades mais queridas pelo grupo.

No entanto, como toda boa regra de RPG, ela não precisa funcionar apenas de uma maneira. Oturan, o clérigo desse mesmo grupo, ganhou a adaga da Deusa da Sorte em uma série de apostas enquanto procurava informações para uma das missões em que trabalhavam. O artefato em si já possuía habilidades fortes, como dano maior – e quase triplicado em caso de um acerto crítico -, mas, em uma jogada do destino, ele mostrou-se capaz de ascender em poder também, adquirindo uma runa após um grande combate, onde as marés da sorte e do azar intervieram diretamente. Oturan experimentou, e descobriu que a adaga lhe dera o poder de teleporte – ainda que um pouco desajeitado até o momento.

Lembro até hoje da expressão de surpresa do jogador, e da minha satisfação ao ver que havia conseguido sucesso mais uma vez. Um item de origem divina, que já era importante, se tornou mais especial ainda por ser capaz de crescer com o seu portador.

Por Fim

A chance de desenvolver não só a personagem, mas também um item importante independente de ter um herança, traz toda uma nova dinâmica para qualquer campanha de RPG. Como dito antes, pode desencadear uma sequência de missões secundárias que permitirão ao grupo explorar o mundo ao redor; na mesma moeda, podem servir de recompensa para instigá-los a se dedicar mais aos objetivos principais, garantindo que não se percam pelo caminho resolvendo problemas menores. O Mestre, como o deus de seu mundo, pode trabalhar essa mecânica da forma que preferir, e essas Armas Herança podem ajudar – ou prejudicar – o grupo de incontáveis maneiras. Afinal, se os heróis possuem algo assim, por que os vilões também não o teriam?

Se você gostou desse artigo sobre itens e armas, leia também Artefatos Mágicos para 3D&T, lá poderá ter mais inspirações sobre como um item se torna um artefato em uma história fantástica.


Armas Herança – Início humilde a poder maior

Autor: Ariel Júnior
Revisão de: Isabel Comarella
Montagem da capa: Raul Galli

Inception Game

Imersão é uma palavra chave numa sessão de RPG! Seja ela de terror, aventura ou mais bem humorada. Fazer se sentir em cena torna a jogatina mais saborosa. Então qual a pedida de hoje na imersão? Bom… que tal tornar um jogo imerso no jogo? Achou confuso? Não foste o único caro leitor! hehehe A ideia é brincar com o jogo estilo DiCaprio nos sonhos em Inception. Se ele pode entrar num sonho dentro de um sonho, porque não poderíamos então jogar um jogo dentro de um outro jogo?!

É muito comum nas clássicas partidas de D&D uma tradicional competição de bebidas na taverna local. Contudo, nós podemos aprofundar um pouco mais tal ideia. Em jogos eletrônicos isso é bem comum. Exemplos que podem ser dados fácil de lembrar é o jogo de damas no Assassin’s Creed Black Flag ou Gwent em The Witcher 3, esse que por sinal se tornou um game independente. Claro que não podemos deixar de citar o lendário e divertidíssimo Super Mario Party com diversos pequenos jogos fazendo parte direta da estrutura do jogo principal.

O Valete

Bom a ideia que trago aqui é de inserir um jogo dentro do seu RPG. Seja um clássico carteado, damas, xadrez, truco, bocha, peleja, entre outros. Mas não só isso, quero tentar inspira-lo também a desenvolver seu próprio jogo dentro de seu cenário, ou seu universo! Tu podes apenas ornamentar cartas de baralho simples de uma forma com que fiquem personalizadas e condizentes com a trama. Um exemplo é de utilizar como cartas pedras entalhadas em uma aventura mineral; escamas de dragão para um grupo de caçadores de dragões. Bem como é possível simplesmente adicionar figuras da corte de seu reino na família real do carteado. Que tanto pode servir para seções online e presenciais.

A Dama

Mexer no visual do baralho é uma das formas mais simples de contextualizar no cenário. Tal qual não precisas parar por aí jovem mestre. Eventualmente podes trabalhar na criação de um jogo próprio que insira o contexto histórico do cenário na própria forma de jogar.

Por exemplo Um jogo de tabuleiro jogado nas mesas sujas e mancas da Taverna de Alencar Risonho, cada resultado do lançar de dados indicará uma situação em possa escolher entre duas ações. Nesse sentido você seguirá um caminha para tentar salvar a princesa que está presa na torre do temível dragão Diógenes. Ao passo que do outro lado do tabuleiro um outro jogador fiel da casa tenta derrotar Diógenes e escapar da torra jogando com a princesa. Voialà, Inception Game! Agora os beberrões estão apostando e gerando muito lucro ao taverneiro. Afinal é sempre bom deixar o taverneiro feliz! Ocasionalmente podes combinar para enganar uns apostadores e seu grupo lucrar como resultado do jogo.

O Rei

Por se divertir dentro da história com um jogo mais palpável e familiar ou algo diferente em que aprofunda no enredo. Como resultado o jogador irá se sentir mais imerso com esse Inception e consequentemente mais a vontade podendo até melhorar a interpretação e sem sombra de dúvidas, trazendo mais alegria a ele, ao mestre e a todo o grupo! Brinque com o cenário, use todas as referências que conseguir! Com certeza terá um diferencial nessa tua seção, Confie no Urso!

Sistema vs Cenário – Dicas de RPG #19

No Dicas de RPG de hoje, Diemis L Kist,  traz para nós a diferença entre sistema e cenário. Para incitantes como este que vos escreve isto é muitas vezes motivo de confusão. Para mestres experientes, fica claro o que é um e outro. Mas para quem este iniciando, dicas como esta são esclarecedoras, e ajudam muito a extrair o máximo que se pode do jogo, umas vez que, diminuindo os desconhecimentos, o player vai ficando cada vez mais ficado no jogo.

O Dicas de RPG é um Podcast semanal no formato de pílula que todo domingo vai chegar no seu feed. Contudo precisamos da participação de vocês ouvintes para termos conteúdo para gravar. Ou seja mande suas dúvidas que vamos responde-las da melhor forma possível.

Portanto pegue um lápis e o verso de uma ficha de personagem e anote as dicas que nossos mestres vão passar.

Tema: Dicas de Mestre.
Tempo: 00:05:17


Links:

– Conheça nosso Patronato
– Seja um Padrim do Movimento RPG
– Assine o Picpay e ajude o site
– Conheça mais Dicas clicando aqui.


E-mail: contato@movimentorpg.com.br – Tem dúvidas sobre alguma coisa relacionado a RPG? Mande suas dúvidas para nosso e-mail.


Sistema vs Cenário:

Voz: Diemis L Kist
Texto do Post e Edição do Podcast:
Senhor A.
Arte da Capa: Raul Galli.

Sair da versão mobile