Scott Pilgrim Takes Off – Quimera de Aventuras

Neste Quimera de Aventuras, vamos falar de Scott Pilgrim Takes Off, traduzido no Brasil como Scott Pilgrim: A Série. Uma série lançada na Netflix em 17 de Novembro de 2023, baseada no quadrinho Scott Pilgrim.

ALERTA DE SPOILER

A seguir, neste Quimera, eu resolvi deixar o alerta de spoiler no inicio do texto. Scott Pilgrim: A Série é maravilhoso, mas ele fica 200% melhor se você for ver sem nenhum conhecimento do que está acontecendo. Então, caso você não ligue para spoilers ou já tenha visto a série, pode seguir.

Se você ainda não viu, vá e veja pelo menos o primeiro episodio.

Sinopse

Scott Pilgrim: A Série é uma série animada da Netflix baseada nos quadrinhos de Bryan Lee O’Malley e no filme Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010), que acompanha a jornada do jovem Scott Pilgrim para derrotar os ex-namorados da garota que gosta para conquistar seu coração.

Como é a série?

O filme, Scott Pilgrim Vs. The World de 2010 já é uma obra prima do cinema, na minha opinião. Mas a série é o sonho de quase todo fã de Scott Pilgrim; Um anime da obra.

Tratando de questões como relacionamentos na vida do jovem adulto e o amadurecimento (ou a falta dele), a série do Scott Pilgrim olhando para trás e questiona a moralidade de boa parte dos personagens ou aprofunda a historia de alguns personagens que eram poucos explorados. Reinterpretando diversos tropos usados nos quadrinhos e no filme.

Nossa Opinião Pessoal (Contêm spoilers)

A série já te pega no primeiro episódio, quando o Scott morre.

Seguindo quase 1:1 com o quadrinho e com o filme, quando no momento em que deveria se iniciar as batalhas do protagonista contra a Liga dos Ex-Namorados do Mal, o Scott é dado como morto, um efeito borboleta de acontecimentos. Com os amigos lidando (Mais ou menos) com a morte de Scott e Ramona indo atrás da pessoa com a qual teve faíscas durante o beijo.

Isso permite uma melhor exploração dos Ex-Namorados, que antes eram simples obstáculos na frente de Scott, agora são explorados com uma lente mais profunda e até melhoram suas contrapartes do quadrinho e do filme.

Scott Pilgrim: A Série é uma visão mais madura da historia que já conhecemos, mas que consegue ser muito original por isto. É um presente para quem é fã da série e algo muito bom para quem ainda não conhece direito.

Quimera de Aventuras

Nessa seção, vamos dar ideias para mesas usando Scott Pilgrim: A Série como inspiração!

Cenários e Sistemas

Qualquer sistema que tenha uma pitada de luta, mas seja mais focado questões sociais, como Lições, 3DeT Victory, 3D&T Alpha, Fate. Scott Pilgrim é tanto uma historia de pancadaria quanto uma historia sobre crescimento, então qualquer sistema que tenha essas duas partes, abraça a ideia.

Gancho de Aventura

Há dois ganchos de aventuras em uma aventura baseada em Scott Pilgrim Takes Off;

  • Um dos personagens da sua mesa some, os demais precisam encontrá-lo enquanto acham pistas sobre o passado de cada personagem ligado ao desaparecido.
  • Os personagens de uma antiga campanha dos seus personagens encontram com as suas versões do passado, que começam a questioná-los sobre suas ações e decisões, e devem confrontar o porque tomaram as decisões que tomaram.

Conclusão

Scott Pilgrim Takes Off foi uma plena surpresa para quem é fã dos personagens, dando um frescor de novidade e de profundidade a personagens poucos explorados na historia original. Dá a impressão que a história amadureceu e cresceu junto conosco, e isso é sempre bom.


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Revisão e Montagem da Capa: Isabel Comarella
Texto: Gustavo “AutoPeel” Estrela

Shotgun King: The Final Checkmate – Quimera de Aventuras

Sinopse

“Xadrez, mas você troca todo o seu exército por uma escopeta real”. Esse é o resumo que Shotgun King dá a si mesmo em sua página do itch.io, no jogo, você controla uma peça de xadrez de rei preta que perdeu todo o seu reino e todos os seus bens, com exceção de sua escopeta real. Ele tenta reaver o que perdeu após o Bispo dizer que ele deve conquistar o reinado das peças brancas para voltar ao seu posto original.

Como é o jogo?

No jogo, as peças se movimentam como as peças de xadrez comum, inclusive o rei que você controla. Porém, a cada turno, você pode ou mover o seu rei ou atirar nas peças inimigas. Para recarregar a escopeta, você deve se movimentar. Toda peça que dê deixa em check ou se você se colocar em check, é morte instântanea, mas o jogo te avisa caso seu próximo movimento te deixe em check.

Você só tem uma escopeta e um sonho.

Ah, mas um rouge-like

Shotgun Kiing é um Rouge-like, então cada andar bem sucedido, você escolhe duas cartas, uma vai dar um buff a você e outra ao seu adversário. Combinar benefícios e diminuir problemas é a maneira de se jogar o jogo com primor.

O dilema de todo Rouge-Like: O que escolher?

Nossa Opinião Pessoal (Contêm spoilers)

Shotgun King ficou disponível na Amazon Games para quem tem o Prime. E por mais que eu tivesse achado a proposta muito interessante, não tinha o interesse que comprar. Agora com a oportunidade de jogar, posso dizer que esse jogo é um dos mais divertidos e desafiadores que eu já joguei. Ele é muito leve, tem gráficos simples, mas o que ele tem de simplicidade, ele tem de diversão.

Xadrez em sí já é um jogo dificil, e a escopeta não deixa ele mais facil. Limitado a movimentação de rei, muitas vezes você mesmo vai se colocar em situações complicadas que podem te render o game over, mas se você tiver o Prime (e dar aquele sub no nosso canal da twitch) tenho certeza que vai se divertir com o jogo.

Quimera de Aventuras

Abaixo, vamos construir alguns plots para aventuras de RPG baseadas no jogo Shotgun King.

Cenários e Sistemas

Como vocês poderão ver nos ganchos abaixo (que são poucos, afinal o jogo em sí não tem uma hiiiistoriaaaaa), qualquer cenário ou sistema que tenha um conflito de dois lados pode ser usado para jogar uma aventura baseada em Shotgun King. Então, divirta-se!

Gancho de Aventura

  • Contra o Rei! – Uma cidade, um reino, uma empresa, qualquer população, comunidade ou algo do tipo chama os jogadores para defende-los de algum vilão excepcionalmente maligno e cruel. Armado de uma arma de fogo potente (ou algo mais próximo disso) que saiu derrotando os soldados comuns, e agora só os aventureiros podem combatê-lo.
  • A Favor do Rei? – Um rei/Governante ou qualquer tipo de cargo alto em alguma organização perdeu todos os seus compatriotas. Porém ainda lhe sobra uma coisa; A sua arma real. Ele pede ajuda para o grupo para encontrar esse artefato que só ele pode empunhar para que possa ter vingança contra aqueles que o roubaram. Em cenários de fantásia, a Escopeta Real do Rei pode ser um item mágico poderoso ou alguma arma muito forte, em cenários cyberpunk, pode ser até mesmo um código. A arma real não precisa ser necessariamente algo que mate fisicamente pessoas.

Conclusão

Shotgun King é um daqueles jogos que é uma gratidão ter encontrado. Principalmente em tempos em que os jogos querem ser muito megalomaníacos, Shotgun King é um jogo caótico, simples e divertido. Como todo bom jogo indie.

Eu me diverti muito jogando ele, e espero que você também!


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Revisão e Montagem da Capa: Isabel Comarella
Texto: Gustavo “AutoPeel” Estrela

Off-Topic #25 – Climas Narrativos em RPG

Saudações Rpgista! Você já sentiu dificuldade em criar climas narrativos?
Como você lida com as situações que requerem climas diferentes dos seus habituais?
Interpretações de quem joga podem atrapalhar os climas narrativos?
Mas o que diabos são climas narrativos mesmo?
Bora papear sobre isso!

 

CLIMAS NARRATIVOS

Pra mim (e que fique claro que isso não passa de uma mera opinião e não um fato técnico) o clima narrativo é a junção de uma série de fatores diferentes que conduzem as pessoas presentes à uma “sensação” específica.
O som ambiente (ou trilha sonora), o tom de voz da narrativa, as palavras usadas para dar peso à cena, a forma de descrever o ambiente… tudo isso junto e misturado ajudam a dar esse clima de narrativa.
Quem nunca participou de uma narrativa onde sentisse o drama de uma cena social importante, ou a euforia de um combate difícil, até mesmo o desafio de resolver um enigma ou a confusão de não entender uma situação.
Essa capacidade de “sentir” a cena é resultado de um bom clima narrativo, e um dos fatores que influenciam diretamente no Bleeding também.
A título de exemplo, quem acompanhou Leipzig 1989, a campanha de Kult – Divindade Perdida que o Raulzito narrou com maestria aqui no Movimento RPG, deve ter entendido o que eu estou querendo dizer.
O Raulzito conseguiu passar todo um clima de opressão, medo, tensão e surrealismo com a narrativa. Usando um tom de voz leve e baixo, uma descrição minimalista que foca nos pontos principais e deixa a imaginação levar o resto, ele transportou todo mundo para dentro do jogo, de forma que podíamos sentir em nós mesmos o drama que as personagens estavam vivenciando!

CLIMAS NARRATIVOS PESADOS

Como eu disse ali com o exemplo de Kult, um clima pesado leva a uma sensação mais densa, sombria, negativa, mas não necessariamente ruim.
Vale lembrar que um clima de suspense, tensão, medo, dúvidas geralmente estão ligados a algum cenário de terror ou horror, como o caso de Kult ou do Mundo das Trevas, mas não se limitam a isso!
Por mais fantásticos que sejam os mundos de 3D&T ou de D&D por exemplo, é muito possível que eventos mais dramáticos ou tensos aconteçam, até mesmo em combate!
Aquele sacrifício heroico de PJs ou NPCs podem render momentos muito dramáticos, e até pesados, quem sabe até algum possível ataque dos Ninjas Cortadores de Cebolas.
Um clima pesado geralmente leva as pessoas à uma reflexão mais densa e introspectiva, a sentir a dor da cena, ou o peso das consequências do que ocorreu.

Não necessariamente o clima pesado é pra ser negativo, triste ou opressor, mas sim pra dar um “peso”, literalmente, para que as pessoas sintam os ombros carregando isso!
Embora o terror e o gore possam ajudar a criar climas pesados, vale notar que o medo, desespero, raiva, impotência e desilusão também são ótimos condutores de peso pra narrativa.

Uma narrativa densa, pesada e muito profunda!

 

CLIMAS NARRATIVOS DIVERTIDOS

Rir é o melhor remédio, isso não há dúvidas!
Um dos pontos mais buscados ao se falar em RPG é a diversão! E embora o conceito do que seja divertido varie bastante de pessoa a pessoa, vou me ater ao basicão da “diversão que faz rir”.
E criar um clima divertido é mais difícil que parece, acredite quando eu digo!
O 1° Torneio de Artes Marciais do Movimento RPG, embora fosse um evento PvP, o objetivo era divertir, descontrair e trazer algo mais leve pro projeto, e acredito que isso nós conseguimos!
Foram lutas épicas que duraram vários turnos, ou mesmo lutas que terminaram literalmente com um único movimento, mas foi de forma divertida!
O espanto ao ver a cena se resumir a um único ataque, a empolgação de sobreviver graças a uma rolagem baixa nos dados e vários outros fatores influenciaram para que o clima fosse divertido, leve e descontraído, e não um clima competitivo!
Trazer diversão para o jogo e deixar essa diversão tomar conta do clima pode exigir vozes e trejeitos de quem narra para trazer um ar cômico às situações, uma boa dose de sorte nas rolagens para alguns resultados inesperados, e um altíssimo nível de discernimento!
E eis aí o problema: o discernimento de saber onde a diversão acaba e gera um “climão” no jogo.
Sabemos que o divertido de uma pessoa, não necessariamente é divertido para outra. Sabemos que o “politicamente correto” é muito problemático para as partes não afetadas e por aí vai.
Enquanto temos em mente sempre que o clima pesado é delicado, as vezes acabamos “escorregando” no clima divertido e isso pode ser muito prejudicial!
Por mais divertido que seja ver uma falha crítica de resultados gerar uma hilária cena para alguém, é possível que a pessoa que criou a personagem não se sinta da mesma forma, né?

Diversão até mesmo em um torneio PvP!

CLIMAS NARRATIVOS DE MISTÉRIO

Outra possível variação climática, é aquelas em que as pessoas ficam apreensivas e encucadas tentando matutar o que de fato está acontecendo!
Novamente voltando à Leipzig do Raulzito, o mistério de saber o que de fato estava ocorrendo, gerou um clima bem legal.
Gerar o mistério é mais simples, basta não oferecer mais informações que o necessário.
Todas as pessoas presentes podem, por exemplo, conhecer o grande mal que exista no cenário. Mas a falta de informações para concluir isso, geram um mistério que pode durar muito!
Ninguém sabe de fato as consequências de suas ações, até que elas ocorram. Esconder isso de quem joga ajuda a dar mistério (e peso) ao clima. Não revele mais que o necessário.
Se eu fizer isso, eu vou morrer?” Responda com um “não sei” e veja o mistério começando a reinar na mesa!
O desconhecido é sempre assustador, como muito é frisado pelo Professor X nas histórias dos X-Men!
Às vezes, criar uma lenda ou uma história sobre um evento pode gerar um mistério que, quando revelado, pode ser supreendentemente positivo (caso seja melhor que a lenda) ou negativo (caso seja pior que a lenda).
Como diz a Paola Carosella: “menos é mais”.
Descreva menos, deixem imaginar mais, e o mistério está nas suas mãos!

O desconhecido gera o mistério!

 

QUE CLIMÃO, HEIN?

E então, já refletiu sobre os climas narrativos? Conhece mais climas além dos três que eu abordei? Então deixa aí nos comentários, pra gente bater um papo sobre isso!
Acha que pode render um Podcast pro Dicas de RPG? Então comenta aí!
E se não conferiu ainda, passa lá no YouTube no Canal Movimento RPG e acompanhe lá o 1° Torneio de Artes Marciais e a Campanha Leipzig 1989 (que inclusive tem o material de campanha postado AQUI).
Aproveita também pra passar lá na Liga das Trevas pra ver as estreias de Demônio – A Queda e Changeling – O Sonhar!
É isso aí então, nos vemos no próximo mês, ou na live de Mar de Mortos às sextas 20h!

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