Gerador de Tesouros para GURPS – Ecos da Banestorm

Este artigo com o Gerador de Tesouros para GURPS foi feito originalmente no blog GURPZine. Veja o artigo na íntegra clicando aqui, que ainda inclui as tabelas de gemas, joias e itens mágicos. Para outros posts dos Ecos da Banestorm, clique aqui.

Este gerador de tesouros é uma tradução (com adaptações) de “D6 Dungeon Tables”, encontrado no site Dungeon of the Three Fools. O autor criou essas tabelas usando apenas dados de 6 faces visando usá-las em seus jogos de GURPS. Eu fiz umas pequenas adaptações, apenas para facilitar seu uso. Use isto menos como um sistema e mais como um guia, e sinta-se livre para adaptar como quiser.

01 – Moedas

Consulte “Ouro e Prata” em MB, 2ª ed., pág. 190 ou MB, 4ª ed., pág. 515 para tamanho, peso e razão de valor entre as moedas de cobre, ouro e prata.

Nível
Prata
Ouro
1 1d6 x 10 1d6 x 10
2-3 1d6 x 20 1d6 x 10
4-5 1d6 x 50 1d6 x 20
6-7 1d6 x 100 1d6 x 50
8-9 1d6 x 200 1d6 x 100
10-12 1d6 x 500 1d6 x 200
13+ 1d6 x 1000 1d6 x 500

Este artigo com o Gerador de Tesouros para GURPS foi feito originalmente no blog GURPZine. Veja o artigo na íntegra clicando aqui, que ainda inclui as tabelas de gemas, joias e itens mágicos. Para outros posts dos Ecos da Banestorm, clique aqui.

Anime 5e – Resenha

Tranquilos pessoal? Hoje abordaremos o RPG Anime 5E, publicado pela Tria Editora e que está em financiamento coletivo com PDF já disponível.

O jogo foi criado por Mark MacKinnon, o autor de BESM (Big Eyes, Small Mouth) e BESM d20.  Sucedendo espiritualmente esses jogos, Anime 5E se utiliza das regras de D&D 5.0 para a temática anime.

O livro se divide em 12 capítulos, sendo que o primeiro é dedicado a explicar os conceitos básicos do que é RPG, Anime, Besm e a relação deste com o Anime 5E. Termina com um exemplo de personagem e o sempre importante glossário.

Sessão Zero

O livro tem seus 7 primeiros capítulos destinados à criação de personagem. Sobre tais capítulos falarei no próximo texto quando for criar a versão Anime 5E do Cysgod, meu elfo ranger guardião da Vila de MRPG.

Porém, antes de se criar o personagem, o livro aborda muito a sessão zero. Sugerindo ao narrador para informar aos jogadores qual será o cenário, gênero e temas da campanha; bem como a maturidade e quais os papéis mais adequados para a cocriação da história. Já que o jogo sugere uma criação coletiva da história e dos próprios personagens.

Neste ponto é ideal o debate para delimitar o nível da campanha. Podendo ser:

  • Novato (1º nível);
  • Capaz (2º ao 4 nível);
  • Experiente (5º ao 10º nível);
  • Veteranos (11º ao 16º nível);
  • Míticos (17º ao 20º nível);
  • Épicos (acima do 20º nível).

Por fim, o sistema explica um pouco sobre pontos discricionários, vindos de defeitos. Marcos e limites para os personagens conforme os patamares de poder acima. Porém os limites não são apenas para os personagens, mas também para os jogadores. E, por isso, menciona vários temas que devem ser tratados entre os jogadores para que todos saibam, antecipadamente, como temas sensíveis e ou importantes serão tratados durante a campanha.

Regras Gerais

Depois de fazer teu personagem, vamos direto para a ação. O sistema passa a explicar como é a rolagem de dados, combate, ações, tipos de jogadas e tudo mais que faz um sistema de RPG baseado no D&D 5.0.

No capítulo 9 continua as explicações, focando em aventuras. Venenos, riscos ambientais e similares são tratados no começo. Nada complicado e nem muito diferente do que ocorre com D&D. Porém são coisas importantes a se explicar num livro que é contido em si mesmo e não depende dos livros básicos de seus sistemas derivados. Depois explica a progressão dos personagens, nível de desafio, dinheiro e alinhamentos.

Seguimos com explicações de armas, armaduras e itens diversos possíveis em campanhas. Aqui sou sincero em expressar que senti falta de itens modernos e futuristas (já que animes medievais nem são a maioria). Embora tenha gostado de muitos itens únicos e que são icônicos em vários RPGs.

Depois tem um minibestiário focado em criaturas medievais e o capítulo final são dicas para os mestres.

Para saber mais apoie o financiamento coletivo que já atingiu a meta básica.

*

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Accursed – Explorando Mundos Selvagens #07

O cenário de Accursed, criado por Ross Watson e publicado no Brasil pela Editora Retropunk, é uma fusão sombria de fantasia gótica e horror, ambientado em um mundo pós-apocalíptico chamado Morden.

Como jogadores vocês não interpretam heróis tradicionais, mas sim os Amaldiçoados: seres transformados em monstros por poderosas bruxas conhecidas como As Bruxas da Desgraça.

O cenário se destaca por sua abordagem narrativa única, explorando temas como corrupção, redenção e o custo moral do poder.

Combinando elementos de contos de fadas distorcidos, mitologia europeia e horror lovecraftiano, Accursed oferece um pano de fundo rico em ambiguidade e tensão, onde a linha entre herói e vilão é constantemente apagada.

O Legado das Bruxas da Desgraça e a Queda de Morden

A história de Morden é marcada pela Grande Guerra, um conflito catastrófico entre as nações do continente e as Bruxas da Desgraça, entidades antigas que personificam diferentes aspectos da escuridão.

Originalmente, as Bruxas ofereceram poder aos líderes humanos em troca de servidão. Mas quando esses pactos foram quebrados, elas desencadearam uma invasão sobrenatural conhecida como A Noite das Lágrimas.

O resultado foi a quase destruição de Morden: reinos foram reduzidos a terras baldias, cidades transformadas em necrópoles e populações inteiras escravizadas ou transformadas em monstros.

Cada Bruxa governou durante muito tempo um Reino Amaldiçoado, impondo sua visão distorcida à geografia e aos sobreviventes. Por exemplo:

  • Baba Yaga, A Velha Avó: reside nas frias e densas florestas de Steppengrad com suas criaturas feitas de gelo e ossos.
  • Hecate, A Rainha Negra: uma criatura feérica de imenso poder, que controla os Picos Muralhanegra com suas espíritos e criaturas espectrais.
  • Bruxa de Sangue, A Condessa: é uma figura quase humana, que reside em Valkenholm e faz frequentes aparições na Corte, e sua beleza sobrenatural e juventude eterna geram os mais diversos rumores.

Após a guerra, as Bruxas foram derrotadas pelo Sacrifício dos Sete, um grupo de heróis que selou seu poder usando artefatos místicos.

No entanto, a vitória foi parcial: as Bruxas ainda influenciam o mundo através de marcas de maldição, e seus servos, os Amaldiçoados, são tanto vítimas quanto agentes de seu legado.

Os Amaldiçoados: Monstros em Busca de Humanidade

O cerne de Accursed está nos próprios jogadores, que interpretam Amaldiçoados — humanos transformados em criaturas sobrenaturais pelas Bruxas.

Essas transformações, chamadas Maldições, concedem poderes terríveis, mas ao custo da humanidade.

Cada personagem carrega uma Marca da Bruxa, um símbolo físico de sua ligação com uma das Bruxas, que os corrompe gradualmente. Por exemplo:

  • Dhampir (Maldição da Bruxa de Sangue): Alimenta-se de sangue, ganha agilidade sobrenatural e seus sentidos aguçam, mas sofre danos letais de artefatos de madeira.
  • Múmias (Maldição de Djinn): Extremamente resistentes a Dano, a maioria destas criaturas usa seus próprios sarcófagos como armaduras, uma vez que são forçados a passar boa parte do tempo dentro deles.
  • Mongrels (Maldição de Górgona): Estas criaturas foram criadas pela Bruxa ao misturar partes humanas e de animais. Cada Mongrel é único, e suas habilidades vão muito além de qualquer humano comum, mas a dor da cirurgia realizada por Górgona é uma constante na vida destes amaldiçoados.

A mecânica de Corrupção é central: quanto mais um Amaldiçoado usa seus poderes, maior o risco de perder o controle e se tornar um NPC antagonista.

No entanto, há esperança. Os jogadores podem buscar Redenção, destruindo artefatos ligados às Bruxas ou resistindo à tentação do poder.

Essa dualidade cria dilemas profundos: usar habilidades monstruosas para proteger inocentes pode acelerar a queda do personagem, enquanto a abstenção os deixa vulneráveis.

Além disso, os Amaldiçoados são marginalizados. Sobreviventes humanos os veem com desconfiança, temendo que sejam agentes das Bruxas.

Isso adiciona camadas de conflito social: os jogadores devem negociar com facções desesperadas, e muitos acabam se unindo a Ordem dos Penitentes. Um dos poucos grupos que aceita os amaldiçoados como eles são.

Tons Sombrios e Ambiguidade Moral

Accursed evita clichês de “bem versus mal” em favor de nuances cinzentas.

Até as Bruxas têm motivações complexas, e os humanos tem sua parcela de culpa na guerra que ocasionou as mudanças atuais do cenário.

Os Reinos Amaldiçoados não são meros cenários de horror, mas reflexos das falhas humanas — ganância, medo e arrogância — que permitiram o domínio das Bruxas.

O cenário também incorpora elementos de horror cósmico.

As Bruxas não são simplesmente malignas; são entidades além da compreensão mortal, cuja verdadeira natureza é revelada através de pistas fragmentadas.

Seus servos incluem criaturas que desafiam a lógica, como os Espectros do Cárcere, seres feitos de sombra e angústia, ou os Engolidores, monstros que assimilam memórias de suas vítimas.

sobrevivência é um tema constante. Cidades fortificadas são ilhas de resistência, mas até nelas a paranoia e a escassez de recursos geram conflitos.

Missões podem envolver escolhas desesperadas, como sacrificar uma vila para salvar uma cidade ou libertar um monstro para combater um mal maior.

Um Cenário para Histórias de Luz nas Trevas

Accursed brilha ao oferecer um cenário onde a esperança persiste, mas nunca sem custo. Sua riqueza está na profundidade de seu mundo e na complexidade de seus personagens.

Os Amaldiçoados são figuras trágicas, forçadas a confrontar não apenas monstros externos, mas a escuridão dentro de si mesmos.

Com uma mitologia detalhada, antagonistas multifacetados e um sistema que recompensa narrativas emocionais, Accursed é uma experiência imersiva para grupos dispostos a explorar os limites entre heroísmo e monstruosidade.

Seja buscando redenção ou abraçando a maldição, os jogadores encontrarão em Morden um mundo onde cada vitória carrega o sabor amargo da perda — e onde até a escuridão pode ter uma centelha de humanidade.


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Autor: Álvaro Bevevino.
Revisão: Raquel Naiane.

Modificações Corporais Culturais – Gênese Zero #41

Após explorarmos os tipos de casamentos que podem existir em diferentes culturas fantásticas, chegou o momento de voltarmos nossos olhos para outro aspecto profundamente simbólico e revelador das sociedades: as modificações corporais. Essas práticas, embora variem de forma significativa entre os povos, expressam identidade, tradição, crenças e valores. Além disso, elas muitas vezes funcionam como marcadores sociais e espirituais, sendo utilizadas para indicar status, transições de fase da vida, ou pertencer a um grupo específico.

Portanto, compreender os diferentes tipos de modificações corporais culturais pode enriquecer de forma profunda o seu worldbuilding, pois revela muito sobre a história, religião, política e visão de mundo dos povos que você está criando. Vamos, então, mergulhar nessa jornada estética e simbólica, onde a pele se torna tela e o corpo, um altar da cultura.

1. Tatuagens de Passagem

Em algumas culturas, tatuagens são concedidas ao atingir determinada idade ou completar uma jornada. Por exemplo, nas ilhas flutuantes de Aekyra, jovens recebem uma tatuagem que brilha levemente à luz do luar quando concluem seu primeiro rito de caça. Além disso, o estilo e o local da tatuagem variam conforme o clã, permitindo distinguir origens e feitos de um indivíduo apenas com um olhar.

2. Escarificações Rituais

Enquanto em alguns lugares a dor é evitada, em outras culturas ela é um caminho de crescimento espiritual. Em tribos das Terras Ressecadas de Xhabar, escarificações são feitas com pedras sagradas aquecidas. A cicatriz formada representa a lutas internas superadas, e quanto mais complexa for a forma, maior é o respeito social recebido.

3. Implantes Ornamentais

No Império Cibernomántico de Zyron, certos cidadãos possuem implantes de metal ou cristal sob a pele, conferindo-lhes status e funcionalidade. Por exemplo, sacerdotes do templo da Geometria Divina carregam esferas luminescentes inseridas nos braços, representando sua ligação com o cosmos. Frequentemente, esses implantes são ativados por mantras.

4. Alargadores e Expansores

Em culturas costeiras como as de Tynalore, pescadores usam alargadores feitos de ossos de criaturas marinhas. Esses enfeites corporais simbolizam proteção dos espíritos do mar. Quanto maior o diâmetro, mais experiência o indivíduo possui.

5. Pigmentações Espirituais

Há povos que alteram sua coloração da pele com tónicos vegetais ou minerais. Em Glarnash, por exemplo, monges adquirem tons azulados após banhos em lagos ricos em minerais, sendo esse um sinal de purificação e devotamento.

6. Perfurações Cerimoniais

Perfurações faciais ou corporais podem indicar tanto submissão quanto poder. Nas Repúblicas Aéreas de Zun-Tel, pilotos sagrados recebem piercings na sobrancelha com miniaturas de suas primeiras aeronaves, simbolizando a união entre carne e tecnologia ancestral.

7. Esculpimento Corporal com Magia

Nas cidades encantadas de Kether, magos modelam partes do corpo com magia. Por exemplo, é comum ver membros com formatos assimétricos, como orelhas em espiral ou dedos com forma de chama. Tais modificações são consideradas obras de arte vivas e demonstram o nível de poder arcano.

8. Remoção Cerimonial de Dentes ou Dedos

Embora possa parecer drástica, essa prática é comum em culturas que exaltam o sacrifício pessoal como forma de honra. Entre os devotos Fiéis de Nohr, por exemplo, é tradição remover um dente durante o período de luto, representando de maneira simbólica a dor eterna causada pela perda de um ente querido. Além disso, esses dentes não são descartados: eles passam a compor colares da memória, peças sagradas que atravessam gerações e preservam, de forma tangível, a lembrança dos que partiram.

9. Crescimento Induzido de Peles e Apêndices

Alguns povos utilizam a alquimia para estimular o crescimento de peles extras ou até mesmo apêndices. Nos bosques de Etralis, por exemplo, é comum encontrar caçadores com pequenas membranas nas costas que imitam folhas. Essas estruturas não apenas ajudam na camuflagem entre as árvores, mas também simbolizam a conexão espiritual dos caçadores com a floresta. Dessa forma, além de serem funcionais, tais modificações corporais representam um importante elo cultural entre o povo e a natureza que os cerca.

10. Substituições e Transplantes Cerimoniais

Por fim, determinadas culturas realizam trocas ritualísticas de membros como parte de tradições sagradas. Entre os enigmáticos Caminhantes das Estrelas, por exemplo, é comum que olhos naturais sejam substituídos por órbitas de cristal meteórico. Além de serem símbolos espirituais profundos, esses olhos permitem, segundo suas crenças, “enxergar os caminhos do destino”. Ademais, esse tipo de modificação não é apenas pessoal: os olhos de cristal são muitas vezes passados de geração em geração, fortalecendo o vínculo entre anciãos e jovens.

Conclusão

Como vimos, as modificações corporais vão muito além da estética em um universo de RPG ou literatura fantástica. Elas funcionam como expressões de identidade, espiritualidade, tradição e papel social. Incorporar essas práticas de forma coerente e criativa em seu worldbuilding é uma forma de tornar os povos mais vivos, suas histórias mais envolventes e seu mundo mais memorável. Portanto, da próxima vez que estiver criando uma nova cultura, pergunte-se: como o corpo fala nesse povo? E o que ele tem a dizer ao mundo?

PARA MAIS CONTEUDO DO MESTRE BROTHER BLUE

Lidando com imprevistos – Aprendiz de Mestre

Tranquilos Aprendizes de Mestre? Hoje falaremos sobre imprevistos que mudam a direção de uma campanha. Tais imprevistos são aquilo que os jogadores estão acostumados a fazer para destruir horas e horas de planejamento e preparo dos mestres.

Há duas opções para lidar com isso. A primeira é se preparar antecipadamente e cortar ou diminuir quaisquer dessas possibilidades. A outra é abraçar as decisões dos jogadores e ver no que vai dar, descobrindo a história juntamente com eles.

Seguindo a trilha do trem

Ao escolher esse caminho, o narrador precisará se preparar muito mais. Visto que terá que pensar e preparar cada curso de ação possível. Ou então, criar contingências para quando os jogadores levarem seus personagens a lugares não pensados previamente.

Por exemplo, os jogadores podem levar seus personagens para uma sala no fundo da masmorra que você não preparou nada. Você pode simplesmente dizer que não tem nada lá mesmo e pronto.

Entretanto, essa solução nem sempre será possível ou coerente. Dizer que um comerciante ou chefe da guilda não está em seu local de trabalho pode funcionar uma vez, mas não várias vezes. E, embora esse recurso permite, se bem aplicado, dar tempo para que o narrador se prepare adequadamente para a próxima sessão, ela também gera certa frustração aos jogadores. Dando a sensação de que eles não estão livres no mundo e estão seguindo um roteiro.

O que, isoladamente, não tem problema. Entretanto, se houver outras situações em sua campanha que levem a esse entendimento, pode ser que seus jogadores se sintam coadjuvantes e não protagonistas do jogo. Por isso, use com moderação.

A arte do improviso

Outra possibilidade é você ser bom em improviso e conseguir pensar em perigos, armadilhas, monstros e NPCs quando seus jogadores forem para lugares não previstos. O que pode ser muito comum se você for esse tipo de narrador.

A questão aqui é que, além de você depender muito de sua criatividade e conhecimento do sistema que esteja narrando, muitas coisas podem não se encaixar com o que está ocorrendo na sessão. Isso pode, muitas vezes, gerar uma sensação estranha de que seu mundo não possui coesão. Em casos mais acentuados, a percepção de seus jogadores é de que a campanha não anda ou não possui um objetivo claro.

Entretanto, há um forma de misturar as duas opções acima e que, na prática, é a forma que a maioria dos narradores conduzem suas mesas. Por isso, vamos ver…

Uma forma misturada

Seja em maior ou menor grau, todos os narradores que conheço narram mesclando um preparo prévio e aberturas simples nessa preparação para encaixar certos elementos de improviso. A questão é não transparecer que aquilo foi um imprevisto e, para demonstrar isso não vejo melhor maneira do que citar um exemplo dentre tantos que eu já vivi e narrei.

Começarei com o mais recente e que, por ventura, ontem mesmo teve um grande desfecho. O sistema usado é Old Dragon 2 e nele os itens mágicos são muito raros e quase nunca estarão à venda. Entretanto, no cenário de Elfrin a capital Recchá tem tudo que pode existir no mundo. E como os jogadores queriam itens básicos, como armas e escudos +1 e outras coisas simples, eu permiti que eles viajassem do condado que administram e fossem até a capital.

Porém, no dia da sessão eu não tinha preparado tudo o que eu precisava para a viagem e resolvi rolar um encontro aleatório fácil para o nível deles (embora nada seja fácil em OD2). O monstro “escolhido” foi um cubo gelatinoso e, na noite anterior à viagem, eu rolei um dado para ver qual personagem seria atacado pelo cubo enquanto dormia.

Minha intenção era preencher o tempo da sessão e deixar claro que a saída de todos os personagens principais do condado para irem à capital, geraria uma brecha na segurança da vila. Assim, como previ, o personagem sorteado conseguiu lidar facilmente com o cubo, porém ficou paranoico e chamou todos os outros para lhe ajudar na investigação de como um cubo gelatinoso conseguiu chegar aos seus aposentos.

Grandes consequências para pequenas investigações

A investigação chegou aos porões semi inundados do castelo e a descoberta de mais um cubo. Com a decisão majoritária do grupo em investigar os túneis alagados e descobrir a origem dos cubos, visto que alguns ainda pensavam ser obra de algum mago rival.

Com o auxílio de magia descobriram um templo dedicado a um deus antigo em formato de polvo. O templo estava abandonado e alagado, porém ainda possuía armadilhas e coisas do tipo. Em várias partes eu nada mais tinha feito do que circulado a área para designar armadilhas ou tesouros. Assim, surgiu uma região com água barrenta e com pouca luminosidade o que fez que os jogadores avançassem poucos metros numa sessão inteira.

Em outro momento um bauzinho permitiu trazer um tesouro dedicado ao deus antigo e que ativava uma uma armadilha de soterramento.

Tudo improvisado! Mas tudo também pensado anteriormente. Bem como a saída da masmorra que os levou a outra parte do mapa onde há uma neblina permanente. Ali o grupo tentou se teleportar, porém eu narrei que eles conseguiram ir até uma vila (que era o que eles queriam), porém não à vila onde residiam.

Os jogadores não perceberam meus vários improvisos. Não porquê sou fenomenal, mas sim porque eu havia engatilhado certas informações e poderia gerenciá-las conforme a necessidade.

Assim, unindo aleatoriedade, preparação e algumas anotações, obtive um grupo de jogadores felizes mesmo com seus personagens em maus lençóis.

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Revista Aetherica

Caminho RPG – Resenha

Tranquilos pessoal? Hoje falaremos sobre o Caminho RPG 1 e 2, escritos por Fernando Fenero e Silvio Haddad. O primeiro jogo é simples e fácil de transportar, visto que é vendido como um marca página. Ou seja, você tem um sistema completo em um mero marca páginas.

O jogo se utiliza de dados de 6 faces, onde os números 1, 2 e 3 são falhas e 4, 5 e 6 são sucessos.

Inicialmente os jogadores devem escolher qual caminho seguirão: se o caminho do aço, recebendo vantagem em testes físicos e de combate, ou o caminho da magia, que oferece vantagem em testes de conhecimento e magia.

Todos os heróis começam com 3 pontos de vida e perdem um ponto de vida quando falharem em algum teste. Há também a mecânica de oráculo, onde números pares são “sim” para alguma pergunta que o jogador faça, e números ímpares são “não”.

Por fim, ainda há uma breve aventura, onde os aventureiros devem resgatar todas as mulheres da aldeia das Paineiras sequestrados pelo feiticeiro Kha’dull.

 Caminho 2.0

Aqui o sistema se ampliou e virou um panfleto (também é facílimo de se carregar). Há quatro caminhos para se escolher: Corpo, Mente, Sombras, Carisma.

Corpo possui vantagem em testes físicos e de combate. Mente é em relação a conhecimento e magias. Sombras tem vantagem em combate furtivo e ladinagem. Carisma possui vantagem em suporte e testes sociais.

Algumas regras extras foram criadas: dano só por combate, sucesso decisivo, regra do apocalipse, dado de sorte, suborno e karma.

Se você se interessou pelo jogo, fique atento aos eventos presenciais de RPG, pois só aí é que os RPGs de panfleto do Movimento são vendidos.

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Ecos da Fantasia parte 2 – Resenha

Ecos da Fantasia

Ecos da Fantasia – nossa resenha – parte 2 sobre um Livro-Jogo, nacional, com 10 aventuras, cada uma de um autor diferente, com 50 passagens cada uma. Deixe a Fantasia Ecoar mais uma vez!

Livro-Jogo – Ecos da Fantasia – Ficha Técnica

  • 256 páginas, com dez histórias interativas – uma delas, em inglês.
  • Autores: Athos Beuren, Newton Nitro, Edilaine Vieira Lopes, Pedro Panhoca da Silva, Jeferson Schaefer, Vitor Coelho, Caroline Paseto Sulzbacher, Eduardo Beuren, André Wagner da Silva e o autor mirim Matteo Garcia Baum.
  • Ilustrações de Gabriel Fonseca e design gráfico de Daielyn Cris Bertelli.
  • Autografados por Athos Beuren.
  • Editora Independente.
  • Publicação de 2024.

Em Ecos da Fantasia…

…Você precisa de dados de 6 faces, (ou você pode usar um aplicativo de simulação de dados), papel e lápis.

Utiliza os parâmetros:

  • HABILIDADE, (base 7)
  • CONFIANÇA, (base 7)
  • VIDA, (base 20)
  • e você pode escolher uma habilidade especial, mediante uso de “créditos”.

A Noite da Abóbora

Do autor mirim, Matteo Garcia Baum, de 10 anos, dá uma sensação de algo imaginado mesmo por uma criança. Não achei um grau de dificuldade alto demais, embora eu realmente tenha sentido a influência do Athos Beuren na parte de regras.

Por outro lado, isto faz uma diferença interessante com a aventura seguinte.

A Torre Dourada, onde…

Precisamos salvar uma aldeia de um mago vilão. Esta é um pouco mais difícil, porém o gosto da ambientação de uma lenda oriental e um mundo com samurais é muito agradável. A autora fez um trabalho que apreciei.

O Chamado do Poço…

Aqui somos transportados para a Segunda Guerra Mundial. E além dos horrores da guerra com bombardeios e armas de fogo, um outro mal aguarda nas profundezas para nos consumir.

Há ainda outras aventuras para desbravar, como:

  • Lasca de Salgueiro e Ferrão de Vespa (acho que é minha preferida, a “batalha final” foi muito interessante).
  • A Coroa das Sombras (pegada mais dark fantasy).
  • Alpisto Lero e o Acerto de Contas (uma fofura, em que você ajuda um calopsita fazendeiro!).
  • O Mistério da Mansão Rechute (investigativo de terror).
  • The Powerless Wizard (em inglês, mas tem a versão em português no site do autor!).

Que já joguei até o fim, e os comentários acima são sem spoilers!

Pontos fortes destas aventuras de Ecos da Fantasia

Os autores diferentes conseguem passar a sensação de literatura e jogos que combinam, mas com elementos que se destacam o suficiente para sentirmos um gosto diverso em cada estória. Mesmo utilizando as mesmas regras!

Em o Chamado do Poço, achei um balanço excelente narrativa jogabilidade e enigmas. E não foi uma aventura fácil. (Fui de arrasta 2 vezes…)

Entretanto, temos pontos fracos em Ecos da Fantasia?

Lembre que são aventuras curtas. Isto é intencional, para este formato, possibilitando que você faça uma “degustação” de vários estilos e autores, mas sem se aprofundar muito em nenhum.

Minha impressão pessoal…

É que este Livro-Jogo tenta quebrar a “rigidez” dos livros jogos mais comuns, que contam com 400 passagens ou mais, oferecendo uma experiência que exige menos dedicação, por um lado, mas permitindo também uma diversão descompromissada, sendo mais fácil de atrair futuros apreciadores de literatura e jogos.

Acho que é uma boa forma de introduzir uma criança ou adolescente no hobby, além de estimular leitura, e ainda fomenta os escritores nacionais.

C‌urtiu? Quer adquirir o Livro-Jogo? Então clica em Ecos da Fantasia.

Quer ler a parte 1 da resenha? Clica em Ecos da Fantasia – parte 1 – resenha!

Até breve, que mais uma vez os Ecos da Fantasia também ecoem na sua alma, exploradores! 

Temos outras resenhas, aqui no MovimentoRPG. Quer checar aqui? E nosso podcast, já conhece? Escuta aqui!


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Vermilium – Explorando Mundos Selvagens #06

Vermilium é um RPG de fantasia sombria que transporta jogadores para o Novo Mundo. Um território marcado por cicatrizes de civilizações extintas, florestas que respiram magia e desertos onde a sobrevivência é uma batalha diária.

Desenvolvido pela White Witch Games, o cenário será trazido ao Brasil pela Editora Escafandro e se destaca por sua profundidade narrativa. Explorando temas como colonização, opressão religiosa e a luta por identidade em um mundo à beira do colapso.

O Novo Mundo: Um Território Dividido Entre Ruínas e Rebelião

O coração de Vermilium é o Novo Mundo, um continente onde a humanidade chegou como refugiada de uma terra natal moribunda.

Três séculos após o Êxodo do Ocaso, os colonizadores imperiais construíram o Império Aureliano. Uma teocracia expansionista governada pela imperatriz Adara Aurelia e controlada pelo Templo da Luz, que combina fanatismo religioso com tecnologia industrial.

No entanto, o verdadeiro protagonista do cenário é a própria geografia:

  • O Arquipélago Coralino: Domínio dos elfos marítimos vol’doon, é uma rede de ilhas vulcânicas onde cidades esculpidas em corais abrigam pescadores, piratas e um palácio ancestral protegido por tubarões-sereia.
    Aqui, a cultura élfica venera o oceano como um deus, realizando cerimônias de nascimento e morte nas marés.
  • Os Grandes Desertos: Uma vastidão de areia e cânions habitada pela Tribo Fantasma, coalizão de ex-escravos e renegados que lutam contra o Império, e pelos elfos thu’loon, canibais que adoram uma rainha-deusa e sequestram viajantes para rituais sangrentos.
  • O Crescente Interior: Coração do Império, onde cidades como Alvorada de Nophra (capital religiosa) e Almouth (centro industrial) revelam a contradição entre progresso e opressão.
    Trens mecanóides cortam planícies, enquanto inquisidores queimam “bruxas” em praças públicas.
  • A Subterra: Um reino subterrâneo de cogumelos bioluminescentes e ruínas de uma civilização industrial extinta, habitado por pequeninos pálidos e máquinas autônomas que ainda patrulham corredores esquecidos.

Cada região é um mosaico de culturas diferentes, facções em conflito e segredos enterrados, incentivando exploração e escolhas morais.

A tensão entre colonizadores e nativos — anões clânicos, elfos caçadores, pequeninos das florestas — é palpável, criando um pano de fundo perfeito para campanhas políticas, traições e revoluções.

O Peso da Ambição e da Sobrevivência

Vermilium brilha em sua construção de facções multifacetadas, onde nenhum lado é inteiramente heroico ou vilão:

O Império Aureliano é governado por uma burocracia corrupta e pelo Templo da Luz, se tornando uma uma máquina de conquista.

Seus inquisidores caçam praticantes de magia, enquanto engenheiros da Academia Imperial desenterram tecnologias proibidas dos Arquitetos, mestres esquecidos do mundo antigo.

A imperatriz Adara, embora abolicionista, é uma figura tragicamente impotente diante do fanatismo religioso.

A Sociedade do Chapéu Preto é uma rede criminosa que domina mercados clandestinos, desde Porto Vermilium (uma cidade flutuante feita de navios encalhados) até os becos de Serenidade.

Seus membros, marcados por tatuagens de sangue, seguem um código de honra tão brutal quanto eficiente.

As Nações da Floresta, compostas por pequeninos e sasquatches unidos contra o desmatamento imperial.

Liderados pelo carismático Carcaju Zero, eles usam armadilhas naturais e guerrilhas para proteger suas árvores sagradas, como a Sequoia Celeste, uma cidade vertical entalhada em troncos milenares.

A Tribo Fantasma é composta por ex-escravos e desertores que adotaram símbolos do Reino Qol’kaan (elfos extintos) para combater o Império. Seu líder, o Cavaleiro Esmaecido, é um mistério — alguns juram que é um espectro, outros, um revolucionário mortal.

Essas facções não existem em vácuo. Por exemplo, a Cia. de Mineração Arraia Blake e a Cia. de Petróleo Gato-do-Mato disputam recursos nos desertos, enquanto a Confederação de Clãs Anões luta para reconstruir suas terras após uma guerra civil contra vampiros.

Cada conflito oferece ganchos para aventuras: proteger comboios de trem, negociar tréguas frágeis ou sabotar barragens que ameaçam aldeias élficas.

Anti-Heróis e Identidade: Os Protagonistas das Sombras

Em Vermilium, os jogadores assumem papéis de anti-heróis, figuras à margem da sociedade, cujas motivações variam de sobrevivência a redenção:

Bruxas e Feiticeiros: Marginalizados pelo Templo da Luz, eles canalizam magia através de plantas venenosas e pactos com espíritos da terra. Uma bruxa pode curar uma vila com ervas colhidas em cemitérios, mas arrisca ser queimada viva se descoberta.

Troca-Peles: Exilados anões amaldiçoados pela lua índigo, transformam-se em bestas durante a noite. Suas histórias exploram temas de aceitação e perda de humanidade.

Engenheiros Mecanóides: Estudiosos que reativam autômatos do mundo antigo, como a Criança Mecanista, uma relíquia de porcelana e cobre com segredos perigosos.

Caçadores de Recompensas: Mercenários que navegam entre a lei e o crime, como os lendários Heróis de Ninguém, grupo que descobriu a Subterra e desapareceu em meio a conspirações.

A identidade cultural também é central. Pequeninos da Subterra, por exemplo, têm visão noturna e rituais fúnebres envolvendo cogumelos luminosos, enquanto elfos tzol’keen das selvas meridionais usam venenos de sapo-bile e adoram estátuas de serpentes aladas.

Até mesmo humanos não são homogêneos: colonos do norte desconfiam do fanatismo sulista, e pioneiros do Crescente Exterior muitas vezes adotam costumes indígenas para sobreviver.

Por Que Vermilium se Destaca Tanto

Vermilium é mais que um cenário de RPG — é uma crítica à colonização, um estudo sobre resistência e um tributo à fantasia sombria.

Sua força está na autenticidade do mundo: ruínas industriais cobertas de vegetação, ferrovias que cortam florestas sagradas e cidades onde a opressão religiosa coexiste com tavernas clandestinas.

O vermilium, metal vermelho que dá nome ao jogo, simboliza essa dualidade: é moeda, símbolo de status e fonte de corrupção, já que sua mineração destrói terras élficas.

Para mestres, o livro oferece ferramentas para criar campanhas épicas ou histórias íntimas. Uma missão para resgatar um sacerdote perdido nas Areias Dançantes (deserto mutável) pode evocar Mad Max, enquanto intrigas políticas em Alvorada de Nophra lembram Game of Thrones.

Já os jogadores encontrarão liberdade para interpretar personagens complexos, como um ex-inquisidor arrependido ou uma pequenina que comunica-se com árvores ancestrais.

Em um gênero saturado de cenários genéricos, Vermilium se ergue como uma obra-prima narrativa. Suas páginas não apenas contam histórias — elas respiram vida, dor e esperança, desafiando todos a enfrentarem a pergunta central: O que você sacrificaria para sobreviver em um mundo que já está morrendo?


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Autor: Álvaro Bevevino.
Revisão: 
Raquel Naiane.

Arte da Guerra: Nova Era – Explorando Mundos Selvagens #05

Arte da Guerra: Nova Era é um RPG de fantasia inspirado em animes e artes marciais. Foi criado por Greg LaRose e publicado pela Amora Game, utilizando o sistema de Savage Worlds.

O jogo transporta os jogadores para o Império San, um reino cheio de cultura, conflitos e espiritualidade. Onde o cenário é detalhado e imersivo, oferecendo oportunidades para campanhas ricas e narrativas épicas.

Construção de Mundo e Narrativa

O RPG se passa no continente de Amorai, com foco no Império San, que está se reconstruindo após uma guerra civil devastadora. Sendo que, a história envolve três dinastias, clãs rivais e criaturas sobrenaturais como Kami, Oni e demônios. Essa guerra deixou cicatrizes profundas na população, e cada clã busca restaurar sua influência e poder.

A narrativa é contada por meio de lendas, documentos históricos e contos fragmentados, permitindo uma exploração orgânica do mundo. Abordando temas como honra, lealdade e conflito, refletidos nas filosofias dos clãs. Dessa forma, cada jogador pode interpretar um personagem imerso nesse contexto, enfrentando desafios morais e batalhas épicas.

O conceito de “BuXia” – um código de conduta heroico – influencia as escolhas dos jogadores. E elementos sobrenaturais, como o Chi e os Portais Espirituais, adicionam misticismo ao cenário.

Essas características permitem técnicas marciais extraordinárias e interação com divindades e demônios. Além disso, os jogadores podem explorar templos ancestrais, estudar pergaminhos proibidos e desafiar espíritos guardiões para aprender novos segredos.

Sistema de Jogo e Criação de Personagens

O sistema Savage Worlds é simples e flexível, mas adaptado ao cenário de Arte da Guerra.

A criação de personagens permite escolher ancestralidades (humanos, Kemonomimi e Terracota), clãs (Kitsune, Serpente e Tigre) e tropos (Samurai, Shinobi e Youxia). Nesse sentido, cada escolha influencia as habilidades, personalidade e relações políticas do personagem.

O Chi é um recurso essencial, usado para técnicas especiais e proezas sobre-humanas, adicionando estratégia ao combate e à narrativa. O livro introduz novas perícias e regras, como Acrobacia e Foco, reforçando o estilo dinâmico do jogo. Os jogadores devem administrar seus recursos sabiamente, pois o Chi pode ser um diferencial em batalhas decisivas.

Além disso, há sistemas que permitem personalização avançada, como estilos de luta específicos para cada clã e escolas de combate. As técnicas marciais também podem ser aprimoradas ao longo da campanha, proporcionando uma progressão natural e envolvente para os personagens.

Clãs e Facções

Os três clãs principais do Império San possuem identidades fortes, tendo seu próprio código de conduta, aliados e inimigos históricos. São eles:

  • Kitsune: guerreiros leais e poderosos;
  • Serpentes: mestres da espionagem e estratégia;
  • Tigres: possuem forte conexão com a natureza e lutam contra a tirania.

O jogo apresenta rivalidades entre os clãs e ameaças como Oni e demônios, gerando oportunidades para aventuras, intrigas políticas e duelos lendários.

Além dos três clãs principais, há facções menores, mercadores influentes e ordens místicas que desempenham papéis importantes no cenário. Essas facções adicionam profundidade ao mundo e permitem múltiplos caminhos narrativos para os jogadores explorarem.

Ambientação e Cultura

Arte da Guerra: Nova Era se destaca pela profundidade cultural. O livro explora temas como cerimônias, respeito à natureza e a influência das artes marciais.

A ambientação tem referências a animes e filmes como Samurai Champloo, Naruto Shippuden e Avatar: A Lenda de Aang. Além disso, há menções a mitologias reais, como as tradições xintoístas e taoístas, enriquecendo a experiência.

Portais Espirituais conectam o mundo físico ao espiritual. Como os Kemonomimi que são seres com traços animais, refletindo a diversidade do Império.

Flora e fauna são descritas com detalhes, incluindo criaturas místicas e plantas exóticas. Há bestas lendárias que podem ser enfrentadas ou domadas, além de tesouros ocultos em locais sagrados.

O respeito às tradições e à hierarquia social é um fator determinante na narrativa. Cerimônias, festivais e rituais desempenham um papel crucial na vida cotidiana do Império San, oferecendo aos jogadores a chance de interagir com figuras influentes e tomar decisões que podem mudar o destino da nação.

Conclusão

Arte da Guerra: Nova Era é um RPG envolvente, combinando narrativa rica e sistema dinâmico. Seu mundo detalhado proporciona aventuras épicas, intrigas e exploração espiritual.

Elementos culturais e filosóficos aumentam a imersão. A jogabilidade equilibra ação intensa com momentos de reflexão e tomada de decisões estratégicas.

Apesar da riqueza de informações, o livro é bem organizado e de leitura acessível. Para mestres e jogadores que buscam um cenário original, Arte da Guerra: Nova Era é uma excelente escolha. Seu sistema permite campanhas tanto curtas quanto longas, garantindo uma experiência adaptável para diferentes grupos de jogadores.

A ambientação única e as mecânicas inovadoras fazem desse RPG uma adição valiosa à coleção de qualquer mestre. Com tantas opções de personagens, estilos de luta e desafios narrativos, as possibilidades são infinitas. Prepare-se para entrar no Império San e forjar sua lenda!


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Autor: Álvaro Ramos.
Revisão: Raquel Naiane.

Amnésia – Resenha

Tranquilos pessoal? Hoje falarei sobre o RPG Amnésia, escrito por Chikago para a revista Aetherica.

A proposta do jogo é muito simples e é para duas pessoas. Uma será o narrador e a outra o jogador, o qual está numa missão importante, mas que aos poucos está perdendo sua memória.

Para fazer o personagem responda Quem ele é, Quem está atrás dele e Qual sua missão. As respostas devem preencher todas as três linhas, pois isso influencia na mecânica do jogo.

Quando o personagem quiser fazer algo, deve rolar 1d6 e conseguir um 4 (ou 3 se for um especialista) ou mais para ter sucesso. Independente do resultado, cada ação faz com que uma palavra das respostas seja rasgada até que toda informação suma da mente do personagem.

Assim, há uma corrida entre a missão do personagem, seus inimigos e sua perda de memória. Afinal, a grande vencedora acabará sendo a AMNÉSIA.

 

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