Saudações, Rpgistas! Hoje me deparei com um questionamento que me fez deveras pensativo, lá no grupo Taverna do Anão Tagarela, do WhatsApp: será que existe RPG ruim de fato? Claro que a questão em sí não foi essa, mas o questionamento que me gerou sim!
O Contexto
Primeiramente, vamos ao contexto das coisas. O grupo Taverna do Anão Tagarela é um grupo aberto do MRPG no WhatsApp, e lá estão tanto as pessoas que fazem parte da equipe, quanto pessoas que apenas consomem e até pessoas que trabalham em editoras e produzem material relacionado à RPG.
Por ser um grupo tão aberto e plural, é óbvio que apareçam os mais diversos e variados assuntos, bem como as mais diversas e variadas opiniões sobre tudo, principalmente RPG. E eis que, hoje, ao acordar e dar uma “sapiada” pelo grupo, vejo a seguinte mensagem: “Fico impressionado que vcs estão valorizando os produtos ruins da Jambô e dando nenhuma atenção aos jogos da Geen Ronin como o GOT RPG e o Dragon Age.” (a mensagem está tal qual no grupo).
Essa afirmação me fez pensar. E pensar muito, diga-se de passagem. Afinal, o que significa um “material ruim” em se tratando de RPG? E esse material, para ser afirmado como ruim, é ruim para quem? Baseado em quê? Comparado com quais parâmetros?
E indo mais fundo nas reflexões, me via perguntando, de fato: “com tantas variáveis a se considerar, será que existe de fato um RPG ruim?”. E aí, então, resolvi trazer esse debate aqui para conversarmos sobre isso!
O Bom e o Ruim
Acho que o primeiro debate significativo quanto a esse tema, seja, sem dúvidas, a questão sobre o que é bom ou ruim. Assim como existem vários tipos de players (advogado de regras, ator de teatro, estrategista, combeiro…) existem também inúmeras variáveis quanto à RPGs à disposição no mercado.
Temas, mecânicas, propostas, tamanhos, origens, preços… são tantas variáveis a se considerar, e para uma pluralidade tão grande de público, que de fato, pra mim, é impossível definir um padrão geral de qualidade para afirmar ser bom ou ruim. Nem mesmo o fator diversão eu posso usar, pois o que não é divertido pra mim pode ser o ápice da diversão pra toda uma turma em algum lugar por aí!
Diante desse ponto, não vejo a necessidade de debatermos muito o “bom” ou o “ruim” num jogo de RPG, porque estaríamos lidando com a subjetividade da situação, e não com a questão em si.
Questão de Gosto
Partindo desse pressuposto, tudo se torna então questão de gosto. Há quem goste de um lado, quem goste de outro, mesmo quem goste de todos e quem nem goste de RPG na verdade.
Um grande problema que enfrentamos, e isso desde os primórdios do RPG e praticamente em qualquer hobbie que possamos pensar, é a na incapacidade de aceitar que o coleguinha pode gostar e, pasmem, se divertir com algo que não gostamos.
Seja música, livro, quadrinho, game, whatever! Sempre temos a inclinação a não aceitar que algo que não gostamos seja agradável a outras pessoas. E vide que a frase gatilho disso diz muito mesmo sobre isso! Afinal é até “complicado de entender” que algo que a pessoa não gosta simplesmente tenha espaço, e mais ainda, pessoas que realmente gostem!
Se tratando de gosto, não é justo condenar um sistema, jogo ou cenário por conta da régua do seu umbigo que te impede de aceitar que outras pessoas possam se divertir, né?
Não Somos Obrigados
A grande verdade nesse assunto, e o ponto que quero chegar é: ninguém é obrigado a nada! Nem mesmo a jogar ipsi literis como o jogo sugere que seja. Você é livre para investir no que quiser, consumir o que quiser, e mais, consumir e jogar da forma que quiser!
O que você, rpgista, precisa entender, absorver e colocar em prática é que: a régua do seu umbigo não determina nada para outras pessoas! Se você não gosta de um sistema, editora, jogo, empresa, autor, escritor, site ou o que for, simplesmente ignore e foque naquilo que gosta!
Em vez de gastar tempo falando mal e destilando ódio sobre o que não gosta, vá lá produzir sobre o que gosta, falar bem, buscar novo conteúdo e tudo mais!
Existe muito mercado, muito material, e infinitas possibilidades para se divertir e ficar feliz! Não precisa ir justamente criticar ou boicotar a diversão dos coleguinhas!
Mas não deixe de continuar acompanhando aqui o MRPG! Afinal de contas eu não parei aqui, e tem muita coisa bacana ainda esse ano por vir! Teremos Mar de Mortos em sua terceira temporada, juntamente com Sombras do Passado, nossa mesa de Império de Jade com Marcela Alban e Bernardo Stamato! Tem os textos da Liga das Trevas, os materiais da Teikoku Toshokan, os perigos da Área de Tormenta e muito mais!
Então é isso aí, conto com você em 2023, para que seja um ano cheio de começos e recomeços par todos nós!
As Três Sepulturas, da Jambô Editora, é um quadrinho inspirado em obras internacionais, mas com o puro DNA brasileiro em suas páginas!
Já conhece essa obra? Já ouviu falar? Quer saber o que ela poderia ter em comum com o RPG? Então bora para a Quimera de Aventuras para falar sobre essa obra!
As Três Sepulturas
Escrita por Fábio Yabu e contando com os desenhos de Fred Rubim, As Três Sepulturas é uma obra original brasileira, publicada e distribuída pela Jambô Editora, e inspirada nas obras escrito H. P. Lovecraft.
A obra se inspira, principalmente, nas histórias A tumba (1917), O Depoimento de Randolph Carter (1919) e O Cão de Caça (1922). Mas além disso, há também muita inspiração da obra Contra Cthulhu escrita por Leonel Caldela e incorporada ap Nerdcast RPG.
A HQ tem 110 páginas, prefácio de Fábio Yabu, colorida.
Sinopse
Simon Porter é um Detetive da Polícia de Kingsport. É um homem durão, truculento, de maus hábitos e algumas atitudes condenáveis. A situação pra ele complica quando um misterioso caso envolvendo um ladrão de túmulos o faz recorrer à ajuda de Wolfgang Hunter, um consultor independente da polícia que é um exímio detetive.
Juntos, a dupla começa a investigar o crime, o que os leva a uma misteriosa e intrincada trama que envolve um misterioso grupo de cultistas e até mesmo antigos rituais sobrenaturais!
Os Autores
Fred Rubim é quadrinista, ilustrador e designer gráfico formado pela Universidade Federal de Santa Maria. Rubim foi vencedor do Troféu HQ Mix em 2021 pela obra A Todo Vapor!. Entre seus rabalhos estão os álbuns em quadrinhos Os Sussurros do Caos Rastejante, Coração do Cão Negro, O Matrimônio do Céu & Inferno, Le Chevalier e O Horror de Dunwich.
Fábio Yabu foi quatro vezes vencedor do Troféu HQ Mix. Começou sua carreira em 1997, com a criação de Combo Rangers. Um dos primeiros quadrinhos on-line do mundo, o título marcou uma geração e é publicado até hoje. Em 2020, escreveu o quadrinho O Fantástico Jaspion, continuação do sucesso da TV dos anos 80, que se tornou best-seller nacional. Na literatura, escreveu sucessos como A Última Princesa, O Livro dos Vilões, Independência ou Mortos e Branca dos Mortos e os Sete Zumbis. Pela Jambô/Nerdbooks, lançou a adaptação em HQ do NerdcastRPG Cthulhu: Os Sussurros do Caos Rastejante.
Minha Opinião Pessoal (contém spoilers)
Eu não sou um fã de Lovecraft. Na verdade, quanto mais conheci sobre o autor, mais comecei a pegar ranço dele. Mas me encontro muito nas palavras do Leonel Caldela quando o assunto é esse:
“Lovecraft era um *** dum racista de ***. Xenófobo. Nunca conheceu nada além de sua cidade natal, carregava suas histórias com esteriótipos e preconceitos contra negros e imigrantes. Eu não o teria como amigo. Definitivamente não o tenho como um escritor favorito. Mas o fato é que Lovecraft criou algo importante, inspirou outros autores como Neil Gaiman, Stephen King, diretores como Guilhermo Del Toro e, claro, o Nerdcast RPG. Eu acho que a nossa função como escritores é nos apropriarmos de sua obra e torná-la maior, mais inclusiva, mais reflexiva, sem jamais repetir seus estereótipos.”
Essa fala resume muito a minha opinião sobre Lovecraft, o que faz com que essa obra seja ainda mais peculiar!
Cada quadro, cada diálogo, cada elemento estrategicamente inserido nas páginas, nos conduz a um caminho que é difícil ignorar ou deixar de lado: o caminho da curiosidade! Queria de fato saber pra onde a história ia, o que aconteceria com os personagens e o que de fato estava acontecendo no lugar!
O roteiro de Fábio Yabu é genial, brilhante e um prato cheio de referências e easter-eggs para os “caçadores de piolhos” de plantão! Já as artes do Fred Rubim, num primeiro momento, me pareceram preguiçosas e vazias, com aquele constante tom de cinza e sombras em um cenário minimalista e de poucos detalhes, mas essa impressão se foi com menos de 10 páginas, e a arte passou não apenas a ser agradável, como essencial para o desembolar da história!
E acredito que seja essa junção de roteiro e arte que faça uma obra tão genial, e fico muito feliz de ver que o resultado da dupla brasileira em muito excede a qualidade do material criado pelo autor que os inspirou!
Quimera de Aventuras
Nesta sessão a HQ entra naQuimera e colocamos algumas ideias de uso para aventuras de RPG.
Entretanto fique ciente que para isto, teremos que dar alguns spoilers da obra. Leia por sua conta em risco.
Contos do Ladrão de Corpos
Uma misteriosa onda de crimes envolvendo o roubo de corpos começa a assolar a região. Os criminosos passam de cidade em cidade roubando túmulos e algumas vezes até mesmo os cadáveres.
A mesa pode estar do lado da gangue dos ladrões de corpos, ou do lado dos investigadores. Ou mesmo uma montagem do estilo “gato e rato” com parte da mesa sendo da gangue e parte sendo investigadores.
O motivo dos roubos dos corpos está relacionado a um misterioso culto de objetivos desconhecidos pela mesa.
O Cão do Inferno
Inúmeros cadáveres começam a aparecer pela cidade. Todas as investigações e pistas encontradas até agora indicam a presença de algum tipo de animal, porém a ciência não tem catalogado nenhuma espécie de animal capaz de cometer tais crimes.
Jogando como possíveis vítimas ou investigadores, a mesa precisa investigar a origem dos ataques, qual a criatura os comete e suas motivações.
A criatura é um ser inominável que na melhor das descrições poderia caber como um “cão alado do inferno”.
O Culto aos Antigos
Uma secreta ordem de cultistas em busca dos Deuses Antigos está praticando uma série de crimes para cumprir um ritual.
Furtos, assassinatos, roubos de corpos, manipulação de notícias, sequestros… a lista de crimes é incrível, e o tamanho de seu alcance é surreal.
De alguma forma, a mesa se vê envolvida com os cultistas (como vítimas, membros ou parte da investigação) e precisa não apenas sobreviver, como impedir seu ritual.
O ritual dos cultistas tem como objetivo abrir uma passagem entre nosso mundo e o outro que permita a chegada dos Antigos ao nosso mundo.
É isso, espero que vocês tenham gostado e que tenham ficado interessados pela HQ. Olá, garoto do espaço! é uma das obras de quadrinhos mais significativas e inclusivas que já tive o prazer de ler! Continue acompanhando a Quimera de Aventuras para não perder as próximas!
Saudações, Rpgista do meu kokorô! Aqui nessa coluna já falamos sobre Bleeding, sobre o RPG como ferramenta em várias instâncias, e até mesmo em algumas formas como o RPG pode ir além de seus elementos de jogo para lidar com temas como preconceito, inclusão, diversidade, política e muito mais. Porém, contudo, entretanto e toda via, chegou a hora de falarmos um pouco sobre o RPG e a moralidade!
Moral e Moralidade
Muitas vezes ao falarmos sobre Moral, acabamos nos confundindo um pouco com a moralidade. Embora as duas sejam muito parecidas, ainda sim possuem diferenças o suficiente para serem duas coisas bem distintas.
A moral é geralmente usada para se referir a um conjunto de regras ou princípios que orientam o comportamento humano em relação ao que é considerado certo ou errado, bom ou mau, justo ou injusto. É muito utilizada e aplicada a uma ação específica, a um indivíduo ou a uma sociedade em geral. Por exemplo, “é imoral roubar”.
Já a moralidade é um termo mais amplo que se refere ao conjunto de valores, princípios e normas que guiam o comportamento humano em relação ao que é considerado correto ou incorreto, bom ou mau, justo ou injusto. A moralidade pode ser considerada como um sistema completo de crenças e valores que influenciam as escolhas e ações das pessoas em suas interações com outras pessoas e com o mundo em geral.
Em resumo, a moralidade é um conceito mais amplo e abrangente que engloba a moral, que é mais específica e se concentra nas regras ou princípios que orientam o comportamento humano.
Portanto, discutimos o “moral” numa menor escala ou aplicação, enquanto “moralidade” se refere a uma macro esfera ou amplo aspecto. Nesse caso, quando discutimos o RPG, podemos ter uma melhor argumentação quanto a Moralidade que a Moral!
RPG e a Moralidade
Não podemos deixar de relacionar o RPG como um jogo, visto que o próprio nome o chama de jogo. Seja de tabuleiro, de mesa, de interpretação ou eletrônico de video-games, os jogos voltaram (infelizmente) à falsa relação com crimes hediondos, comportamentos violentos e influencias negativas aos comportamentos humanos.
O grande ponto é: sabemos que o RPG ou qualquer outra espécie de jogo, por si só, é incapaz em sua natureza de moldar ou transformar o caráter ou a vida de alguém. O conjunto de fatores e pontos para que uma mudança psicossocial possa ocorrer é muito maior que “o jogo me fez fazer isso” ou “o jogo me deixou assim”. Esse argumento é simplesmente inválido.
Mas fica o questionamento: será que os jogos podem estar 0% relacionados a qualquer ocorrência dessas também? E fica aqui a reflexão do ponto de vista já dito acima: nenhuma espécie de jogo é responsável por mudar o comportamento ou pensamento de alguém por si só.
Sabemos que as doenças psicológicas e psíquicas existem, estão entre nós, e muitas vezes são quase não inidentificáveis. E mesmo muitas daquelas identificáveis em nada mudam a vida das pessoas (principalmente para as tornar psicopatas). Mas e casos mais graves?
Será que uma pessoa com pré-disposição à ser influenciada (ou que tenha problemas em lidar com a realidade e suas alucinações) estaria livre dos efeitos de Bleeding que existem no RPG? Sim, devemos levar em consideração que interpretar personagens (e interagir com a interpretação de outras pessoas) pode ser um tanto confuso para pessoas psicologicamente mais suscetíveis à influências ou com dificuldades de discernir o real e o imaginário.
Claro, isso é um caso específico, e somente ocorre com pessoas que já tenham essa pré-disposição (e aí até mesmo um desenho educativo pode ser uma influência torta às vezes).
Mas… de quem é a culpa?
Nesses casos, é complexo dizer. Mas certamente não é dos jogos, e nem do RPG isoladamente. Uma série de fatores devem se acumular com o tempo para que a pessoa chegue ao ponto de explodir.
Na grande maioria dos casos em que as pessoas tomam atitudes violentas e extremas mudando drasticamente de comportamento para isso, tem como base uma vida calcada em bullying, abandono, sofrimento psicológico e traumas não resolvidos.
Todos esses fatores tornam a pessoa altamente influenciável e com dificuldades de lidar com a realidade tal qual é, e a realidade que gostaria de enxergar.
O que podemos fazer, enquanto entusiastas, amantes do hobbie, pessoas que jogam ou que produzem e trabalham com RPG, é novamente fazer o trabalho de explanação, educação e desmistificação das falácias sobre isso, e ficarmos de olho para enxergarmos possíveis sinais! Claro, fazendo também nossas partes para acabar com o bullying e preconceitos que já nem deveriam existir mais.
Mas não deixe de continuar acompanhando aqui o MRPG! Afinal de contas eu não parei aqui, e tem muita coisa bacana ainda esse por vir! Teremos Mar de Mortos em sua terceira temporada, juntamente com Sombras do Passado, nossa mesa de Império de Jade com Marcela Alban e Bernardo Stamato! Tem os textos da Liga das Trevas, os materiais da Teikoku Toshokan, os perigos da Área de Tormenta e muito mais!
Então é isso aí, conto com você em 2023, para que seja um ano cheio de começos e recomeços par todos nós!
Saudações, Rpgista! Você acha que a maturidade e o acúmulo de anos vividos na Terra torna uma pessoa mais sábia? É possível mensurar a sabedoria de alguém baseado em quanta idade uma pessoa tem? E se colocarmos isso dentro dos jogos e mesas, quer dizer que quanto mais “tempo jogando”, mais sábia é aquela pessoa no sistema? Boa papear um pouquinho sobre isso?
O Que é Sabedoria?
A Sabedoria é comumente aceita como o acúmulo de conhecimento aplicado de forma prática à existência de uma pessoa, por assim dizer. Mais que simplesmente saber, a sabedoria consiste em ser capaz de entender e aplicar esse conhecimento de forma útil, prática, significativa e funcional.
Por exemplo, conhecer leis não torna uma pessoa que segue e faz uso das leis, porém uma pessoa com sabedoria sobre leis consegue não apenas viver de forma a não infringi-las,
como também consegue fazer uso e aplicação das mesmas para que não seja enganada ou trapaceada.
Claro que tempo de vida fornece maior possibilidade de acúmulo de conhecimentos, o que gera Inteligência. Mas converter essa inteligência em sabedoria requer um pouco mais de dedicação, esforço e trabalho.
E A Maturidade?
Maturidade é a nossa capacidade de conseguirmos, por nós mesmos, aplicar conhecimentos, sabedorias, inteligências e muito mais para lidar com as questões de inúmeras esferas diferentes.
Com muita frequência dizemos que crianças são imaturas por não serem capazes de aceitar ou compreender determinadas situações, e agindo de forma enérgica e com revolta na tentativa de conseguir o que se deseja (e convenhamos, parece muito a atitude de boa parte da galera velha por aí, ne?).
Maturidade está muito atrelado à Sabedoria, mas está muito distante do acúmulo de idade, novamente. Maturidade não tem relação com quantos anos ou tempo de vida temos, visto que há crianças muito maduras e idosos muito imaturos.
Mas… E O RPG?
Bom, esqueça o D2o System e os atributos de Inteligência e Sabedoria (embora sejam um claro exemplo da diferença que ambos possam ter) e vamos falar sobre conduta e comportamento.
Uma pessoa verdadeiramente madura no cenário rpgístico não necessariamente significa que começou a jogar desde antes da sigla se tornar famosa. E uma pessoa sábia tem zero relação com aquela que leu praticamente todos os livros já escritos (mesmo que por vias mais turvas).
A maturidade de uma pessoa rpgista, pelo menos na minha opinião, consiste mais em como ela se porta com pessoas que estão chegando agora ao ramo, pessoas que sejam neuro-atípicas com interesse em jogar, pessoas que só querem jogar de forma ocasional, ou mesmo pessoas de “minorias” como mulheres e LGBTQIAP+.
Sabedoria pra mim já vem quando a pessoa é capaz de fazer uso de tudo que aprendeu com o RPG, seja jogando ou narrando, para fazer algo de útil e produtivo em sua vida. Claro, um ótimo exemplo são as pessoas que se dedicam a escrever, desenhar, gravar, editar e muito mais qualquer material de RPG (porque, afinal de contas, não deixa de ser um produto de mercado). Mas é igualmente válido para pessoas que simplesmente fazem uso disso para melhorarem em suas relações interpessoais, trabalhistas, pessoais e muito mais.
RPG está muito atrelado à arte (literatura, pintura, dramaturgia…) e a arte está muito ligada à tudo que existe no mundo, em suas mais variadas esferas, e de formas muito diferentes!
E O Que Eu Aprendi?
Bom, posso dizer que o RPG me ajudou muito nesses pontos, tanto para amadurecer como pessoa, como aprimorar e converter conhecimento em sabedoria.
Seja me aprofundando em temas como o Bleeding, suas repercussões e influências tanto dentro quanto fora do jogo (que diga-se de passagem rendeu até uma participação em forma de palestra para a RPGCON desse ano) ou mesmo simplesmente me permitindo ter contato com pessoas e quebrando alguns estigmas sociais.
O RPG também me ajudou a me tornar mais comprometido, dedicado, focado e até mesmo criativo!
Claro, quem me conhece um pouco mais profundamente, sabe que também foi uma ajuda imensurável em lidar com as questões referentes à depressão e ansiedade!
Claro, isso não significa que eu seja (ou me considere) sábio ou maduro, ou mesmo mais sábio ou maduro que você que está lendo! A grande questão é que parte do processo do amadurecimento e da sabedoria consiste justamente em reconhecer que a jornada precisa ser percorrida, que é necessário vivenciar a experiência, e aceitar com humildade toda a contribuição que cada pessoa com a qual cruzarmos caminho pode nos ajudar!
Mas não deixe de continuar acompanhando aqui o MRPG! Afinal de contas eu não parei aqui, e tem muita coisa bacana ainda esse por vir! Teremos Mar de Mortos em sua terceira temporada, juntamente com Sombras do Passado, nossa mesa de Império de Jade com Marcela Alban e Bernardo Stamato! Tem os textos da Liga das Trevas, os materiais da Teikoku Toshokan, os perigos da Área de Tormenta e muito mais!
Então é isso aí, conto com você em 2023, para que seja um ano cheio de começos e recomeços par todos nós!
Olá, garoto do espaço! é uma HQ fantástica do Estúdio MPUP, que eu tive o grande prazer de conhecer no evento Nerd Experience que rolou agora em Março aqui em Belo Horizonte! Gostei tanto que não poderia deixar de trazer essa obra prima pra vocês!
Olá, garoto do espaço!
Cláudio é um jovem garoto de algum lugar do interior do Brasil. Certo dia, quando voltava para casa, ouve um estranho barulho com um clarão, e resolve investigar. É quando encontra então um misterioso garoto vindo do espaço.
Esse misterioso garoto cria um forte vínculo com Cláudio, e juntos ambos aprendem sobre amizade, amor, família e como a felicidade pode estar em pequenos detalhes.
Estúdio MPUP
“Meu Pequeno Universo Particular” ou MPUP é o nome da editora responsável por Olá, garoto do espaço!, que lançou o quadrinho no selo Boy’s Love em volume único. O MPUP é um estúdio de artes e quadrinhos LGBTQIA+ , celebrando a diversidade.
Olá, garoto do espaço! é aquele tipo de obra totalmente fora da curva!
Com uma arte lindíssima do André Inácio, e um roteiro tão fofo da Perséfone Tenou, a obra é um convite às boas memórias da infância, aos tempos mágicos das descobertas e novidades, e acima de tudo, àquela época de nossas vidas onde o surreal é parte do cotidiano imaginário e fértil da infância.
Cláudio é um garoto comum, como quase todo garoto dessa idade. Tem um relacionamento complicado com sua madrasta (explicado na HQ) e desenvolve com o garoto do espaço uma amizade tão singela que culmina no despertar do amor e da primeira paixão.
As aventuras dos dois garotos, mesmo que curta, lembra muito a minha infância, sempre tentando estar perto dos amigos nas férias, e tentando entender aquele turbilhão de sentimentos que repentinamente se despertavam.
E particularmente não gostei tanto da conclusão da história, embora entenda 100% a intenção da proposta, e de fato é o que “acontece” nas nossas vidas (principalmente aqueles crushs ainda dentro do armário). Mas a obra é incrível, fantástica, e acima de tudo, muito necessária nos tempos contemporâneos.
Quimera de Aventuras
Nesta sessão a HQ entra naQuimera e colocamos algumas ideias de uso para aventuras de RPG.
Entretanto fique ciente que para isto, teremos que dar alguns spoilers da obra. Leia por sua conta em risco.
O garoto do espaço
Um misterioso garoto chega do espaço na Terra, e precisa encontrar uma maneira de voltar para casa. Os reparos de sua nave podem ser feitos com materiais comuns da Terra, e levaria alguns dias de trabalho para a conclusão.
Nesse meio tempo, a mesa precisa ajudar o garoto do espaço a recuperar sua nave para poder voltar pra casa, ao mesmo tempo que ajudam o garoto a entender o novo mundo em que se encontra.
Empatia Elevada
Uma característica muito especial do garoto do espaço é sua conexão empática com as pessoas, e sua capacidade de manipular lembranças e ler seus sentimentos.
Com essas habilidades ao seu lado, a mesa precisa aprender a lidar com os conflitos de seus personagens, ao mesmo tempo que precisam aprender a lidar com os sentimentos e emoções de outras pessoas ao seu redor.
Explorando uma temática mais social e interpretativa, o foco aqui seria o aprofundamento em relação aos sentimentos e como a mesa lida com isso.
A Descoberta do Amor
O amor começa a aflorar em um (ou mais) dos personagens da mesa. Como lidar com esses sentimentos? Como entender o que se passa?
Esse tipo de narrativa também tem um foco maior em interpretação e Bleeding, sendo uma boa ponte para abordar relacionamentos interpessoais, familiares e amorosos. Muito válido também para explorar e entender dramas LGBTQIA+ que possam surgir na mesa.
É isso, espero que vocês tenham gostado e que tenham ficado interessados pela HQ. Olá, garoto do espaço! é uma das obras de quadrinhos mais significativas e inclusivas que já tive o prazer de ler! Continue acompanhando a Quimera de Aventuras para não perder as próximas!
Saudações, Rpgista! Você já se surpreendeu com alguma novidade, personagem, sistema inesperado, resultado dos dados ou qualquer coisa envolvendo RPG? Ou talvez na sua própria vida particular? Como foi essa experiência de se permitir ter a surpresa do inesperado? Bora bater um papo sobre isso!
O Que Significa se Supreender?
Surpreender-se significa ser pego de surpresa por experiências, situações ou eventos que você são esperados ou antecipados. É quando algo inesperado, talvez até mesmo extraordinário, acontece e você é levado por uma emoção de choque, admiração ou fascínio.
Isso acontece nas mais variadas áreas da nossa existência, como na carreira, nas relações pessoais, na saúde, na vida familiar, e até mesmo nas nossas mesas de RPG. Receber uma promoção no trabalho ou uma oportunidade inesperada, conhecer alguém que se torna uma grande amizade ou encontrar um amor verdadeiro quando menos se espera, superar uma doença ou desafio físico, um bom filme, série ou anime/desenho, podem ser formas de surpreender-se com a vida.
Às vezes, as surpresas podem não ser positivas, e podem incluir eventos trágicos, como perder um pessoa querida ou enfrentar uma grande adversidade. No entanto, mesmo nessas situações, a surpresa pode trazer uma nova perspectiva sobre a vida e sobre como vemos a nós mesmos, levando a um crescimento pessoal e uma maior apreciação pelas coisas boas que ainda existem.
Surpreender-se significa estar aberto a novas experiências e possibilidades, ter a capacidade de encontrar beleza e significado nas surpresas que a vida nos traz, sejam elas positivas ou negativas. É uma forma de abraçar a vida de forma mais plena e com maior gratidão.
E Sobre RPGs?
Os RPGs têm a capacidade de surpreender e cativar de maneiras inesperadas (o que por si só já é surpreendente, né?). Isso acontece porque, ao contrário de outros gêneros de jogos, no RPG as pessoas são convidadas a se colocar no lugar de seus personagens e agir como eles, tomar decisões por eles e assim vai!
Essa imersão pode levar a experiências surpreendentes e emocionantes. À medida que as pessoas exploram um mundo imaginário, elas podem descobrir segredos ocultos, lutar contra inimigos poderosos, desvendar mistérios e até mesmo tomar decisões que afetam diretamente o enredo do jogo.
Uma das coisas mais surpreendentes sobre os jogos de RPG é a maneira como eles podem afetar emocionalmente as pessoas que o jogam (e sim, isso é muito positivo). À medida que as pessoas se envolvem com seus personagens e começam a se importar com eles, as escolhas que elas fazem podem se tornar significativas e pessoais. Quando um personagem favorito é morto ou uma escolha ruim tem consequências devastadoras, as pessoas podem sentir uma verdadeira tristeza e até mesmo arrependimento. Esse efeito, chamado de Bleeding, é um dos primeiros temas que eu abordei aqui no MRPG, lembra?
Outro aspecto surpreendente dos jogos de RPG é a forma como eles podem desafiar as expectativas de quem joga. Em um mundo onde muitos jogos seguem fórmulas previsíveis, os jogos de RPG podem oferecer enredos complexos e personagens multifacetados. À medida que as pessoas interagem com os personagens do jogo, podem ser surpreendidas por reviravoltas na trama ou por personagens que não são o que parecem.
Além disso, muitos jogos de RPG oferecem um alto grau de liberdade para quem joga, que podem escolher seu próprio caminho através do jogo e tomar decisões que afetam a história de maneiras imprevisíveis. Isso pode levar a múltiplos finais e uma sensação de que cada jogo é único.
Uma Experiência Pessoal
E claro, não poderia deixar de mencionar o quanto eu me surpreendi, e ainda me surpreendo, com o que acontece nas mesas (e bastidores) do MRPG! Sejam nas lives, nos personagens de quem joga, nas tramas bem amarradas e narradas ou até em experiências que, em todos esses anos jogando, nunca antes tinha vivido!
O RPG é um dos poucos gêneros de jogo que te permitem de fato se surpreender a cada dia, a cada novo jogo, a cada nova amizade e novos momentos compartilhados! São tantas experiências únicas e maravilhosas, que é difícil extrair apenas uma parte ou citar algumas e deixar outras tantas de fora!
Claro, houve também o que me surpreendeu de forma negativa e ruim, mas na soma total de tudo, posso afirmar que, em se tratando de RPG, pude me surpreender mais de forma positiva que negativa, e isso é um fato!
Mas e para você? O que te surpreende ou surpreendeu a ponto de marcar sua vida? Deixa aqui nos comentários, siga as outras colunas do MRPG e nunca deixe de se surpreender!
Mas não deixe de continuar acompanhando aqui o MRPG! Afinal de contas eu não parei aqui, e tem muita coisa bacana ainda esse por vir! Teremos Mar de Mortos em sua terceira temporada, juntamente com Sombras do Passado, nossa mesa de Império de Jade com Marcela Alban e Bernardo Stamato! Tem os textos da Liga das Trevas, os materiais da Teikoku Toshokan, os perigos da Área de Tormenta e muito mais!
Então é isso aí, conto com você em 2023, para que seja um ano cheio de começos e recomeços par todos nós!
Itens mágicos são uma das coisas mais icônicas do RPG, são almejados por jogadores, desde os iniciantes que querem um item poderoso em suas mãos, até os veteranos, que querem mais versatilidade em seus personagens. Há diversas abordagens diferentes aos itens mágicos, desde sistemas onde eles fazem coisas simples, como adicionar +1 em testes de ataque e rolagens de dano, até outros sistemas em que eles têm efeitos malucos, como uma bolsa em que cabem mais coisas do que você pode carregar normalmente.
Um diferencial dos itens mágicos de Tormenta20 em relação aos demais sistemas, é a dificuldade de se acessar esses itens, pelo menos em teoria. As regras de Tormenta20 estabelecem que tanto a manufatura quanto a posse de um item mágico seja algo que demanda bastante tempo e recurso dos jogadores.
Neste post, vou explicar quais são os tipos de Itens Mágicos em Tormenta20 e A Lenda de Ghanor RPG, como funcionam e dicas de como introduzi-los em suas campanhas.
O que são itens mágicos?
Apesar de Tormenta20 e A Lenda de Ghanor RPG serem jogos compatíveis e com regras muitos próximas um do outro, itens mágicos funcionam de maneiras próprias em cada um dos sistemas. Aqui irei focar apenas em itens mágicos permanentes, talvez futuramente eu aborde itens mágicos de uso único, como Poções e Pergaminhos, que funcionam de maneira igual nos dois jogos.
Em Tormenta20, os itens mágicos são um pouco mais comuns, e são divididos em dois tipos diferentes: itens encantados e itens específicos.
Itens encantados são itens mágicos sem nome próprio, muitas vezes personalizados, que são itens mundanos com características mágicas que adicionam bônus maiores que as modificações, que podemos abordar em um futuro próximo.
Um jogador poderia, por exemplo, fabricar uma Espada Longa magnífica veloz, que teria as mesmas características de uma espada longa comum, porém com um bônus de +4 em testes de ataque e rolagens de dano. Além disso, a arma concede ao portador o poder Ataque Extra, do Guerreiro, para ataques que a utilizem, permitindo que o jogador gaste 2 PM após uma ação agredir para fazer um ataque adicional com
ela (Ou 1 PM, caso o jogador já seja um Guerreiro que já tenha Ataque Extra).
Porém, a capacidade de se fabricar um item mágico é limitada à classe Inventor, e mesmo eles precisam ser de patamares mais altos para serem capazes de produzir este tipo de item. Um personagem precisa de pelo menos 9 níveis na classe Inventor para começar a fabricar itens mágicos. Outro detalhe é que os itens mágicos são limitados a apenas três encantos, e fabricá-los sacrifica a mana do fabricante, então para que um Inventor faça um item mágico, ele deve ficar sem 1 PM por encanto que o item possui, tornando a fabricação de um item mágico não apenas algo penoso financeiramente, mas um recurso essencial é utilizado.
Itens específicos funcionam diferente, são especiais, normalmente mais poderosos que um item fabricado apenas com encantos e possuem nomes que indicam sua funcionalidade. Um dos exemplos é a Azagaia dos Relâmpagos.
A Azagaia dos Relâmpagos é uma arma mágica que, quando arremessada, se transforma em um Relâmpago que causa 8d6 pontos de dano elétrico em todos os alvos em uma linha com alcance médio, e então retorna a sua mão no fim do turno.
Mesmo os itens específicos, normalmente são itens com encantos, mas que tem uma habilidade adicional junto a eles. No exemplo acima a Azagaia dos Relâmpagos tem todas as características de uma Azagaia, até o momento que é arremessada.
Um outro item, a Besta Explosiva, tem em sua descrição na página 337 de Tormenta20 Jogo do Ano, que ela é uma besta pesada formidável. Além da habilidade adicional, ela tem todas as características de uma besta pesada, e concede +2 em testes de ataque e rolagens de dano da arma.
Por outro lado, em A Lenda de Ghanor RPG, itens mágicos são apenas itens específicos. Também são divididos entre itens menores, médios e maiores, mas diferente de sua contraparte artoniana, em que toda arma e armadura mágica específica é um item mágico maior, em A Lenda de Ghanor RPG algumas armas são consideradas itens menores e médios. A própria Azagaia dos Relâmpagos e a Besta Explosiva, usados como exemplo anterior, são itens mágicos maiores em Tormenta20, mas são tratados de maneira diferente em A Lenda de Ghanor RPG. A Azagaia dos Relâmpagos em Ghanor é um item mágico menor e a Besta Explosiva é um item mágico maior. Os dois têm as mesmas características em ambos os jogos, com exceção da Besta Explosiva que não tem o bônus em testes de ataque e rolagens de dano vindos do encanto formidável, porque esse encanto não existe no jogo.
Não é possível fazer um item mágico personalizado em A Lenda de Ghanor RPG, as regras não abrem espaço para se fabricar itens encantados ou itens específicos, mas jogadores que quiserem adicionar um sabor mágico aos seus equipamentos tem uma saída. Na página 93 de A Lenda de Ghanor RPG há o poder Ouvir o Arcanium. Esse poder, que permite a um personagem com Sabedoria 2 e o poder Mestre Armeiro ou Mestre Artesão a capacidade de fabricar um item superior que contém uma magia. Assim podemos dizer que o único tipo de Encanto que há em A Lenda de Ghanor RPG é o encanto Conjuradora, que guarda uma magia dentro de um item, permitindo que quem esteja utilizando o item possa lançar a magia presente dentro do item.
Como se encontrar itens mágicos?
As diferenças de mecânica entre os dois jogos não é algo acidental. As regras refletem o funcionamento dos cenários em que são baseados.
Em Arton, o cenário de Tormenta20, existem mais opções para quem quer fabricar itens mágicos e seus poderes vem de quem os produz, normalmente aventureiros aposentados que construíram aquilo como uma obra-prima ou armeiros experientes que resolveram construir algo de grande valor são as origens destes itens mágicos fabricados. Assim, encontrar ou comprar um destes itens ainda é um acontecimento raro, e certamente caro.
Na descrição de cidades na página 271 do Tormenta20 Jogo do Ano, em que estão os tipos de comunidades, a única referência que se faz a venda de itens mágicos é em metrópoles, onde são encontrados itens mágicos em leilões por preços até maiores do que os presentes no livro.
Em Ghanor, os itens mágicos não são feitos a partir da essência de seus fabricantes, mas do legado que as armas carregam. Por mais que também possam ser encontrados em leilões em metrópoles, é nítida a maior escassez de itens mágicos no cenário de Ghanor comparado a Arton. Ghanor é um cenário mais focado em
combates de exércitos e batalha diplomática, um item mágico pode ser o principal motivo de um nobre ter um feudo completamente protegido, ou a herança que se passa de geração em geração de uma família que tem apenas aquele item como objeto de valor da família.
Como usar itens mágicos na sua mesa?
Por mais que os dois livros enxerguem itens mágicos de maneiras diferentes, os livros conversarem entre si levanta a questão de como o mestre deve utilizar estes itens tão poderosos em sua mesa.
E a resposta correta é: a maneira que se encaixar melhor para a sua campanha.
Nem todas as mesas do sistema Tormenta20 se passam em Arton ou em Ghanor. Muitos mestres criam cenários próprios, em que talvez os itens mágicos sejam algo mais abundante ou mais escasso.
Algo que os dois livros concordam, porém, é que itens mágicos são recompensas do esforço dos aventureiros em suas missões. Um item mágico obtido “de graça” é algo que facilmente se torna banal, e, portanto, perde o valor.
Mas um item mágico recebido após uma missão sofrida para recuperar ele das mãos de um vilão no topo de uma montanha, ou encontrado depois de andares e mais andares de masmorra, após um desafio complexo que exigiu o máximo dos jogadores, traz mais valor ao item.
Assim como em Ghanor os itens mágicos trazem um legado por trás da mecânica deles, os itens mágicos das campanhas no sistema Tormenta20 devem ser uma recompensa ao legado de ações dos jogadores.
Talvez seja interessante um charlatão em um vilarejo próximo a uma cidade dizer que vende itens mágicos, mas que na verdade são versões falsificadas e, ao ser pressionado, ele revela que conhece o verdadeiro paradeiro do item.
Talvez, em um leilão em uma grande cidade, nobres estejam fazendo de tudo para arrematar um item mágico, e os aventureiros são contratados para conseguir aquele item. Itens Mágicos são, além de artifícios mecânicos, ganchos de aventura. O tesouro final após um desafio sofrível. Banalizar a conquista de um item mágico tira todo o seu fascínio, a aura de mistério e de objeto grandioso. Transforma a magia que o faz especial em algo rotineiro e casual.
Sugestões de Ganchos de Aventura
Uma sugestão que eu considero interessante, é utilizar como base para se entregar um item mágico para os jogadores é adicionar uma missão secundária a campanha principal que envolve recuperar ou obter um item mágico quando eles alcançarem o patamar de nível em que itens mágicos costumam aparecer mais.
O patamar ideal para isto seria próximo ao fim do Veterano. Entre os níveis 9 e 10, neste nível, os inventores já podem fabricar seus próprios itens mágicos e eles já podem ser encontrados (com dificuldade) em rolagens de tesouro.
Ao introduzir itens mágicos na sua campanha, até mesmo a própria visão de realidade dos personagens dos jogadores muda. Incentive seus jogadores a interpretar como esses personagens, que estão acostumados com itens mundanos ou no máximo aprimorados, se sentem próximos ou utilizando objetos de poder acima do que eles normalmente têm. Até esse momento, a ferramenta era isto, uma ferramenta na mão dos personagens, mas o que esses aventureiros sentem quando um objeto mais poderoso que o normal se apresenta a eles, algo que não respeita as leis comuns? Vou indicar alguns ganchos de aventura possíveis com itens específicos e itens mais personalizados.
O Rei dos Relâmpagos
Há boatos que tempestades tem ocorrido mesmo quando não se há chuva, isso tem impedido que mercadores naveguem para vender sua mercadores para outros lugares, todos que tentam sair para descobrir o que acontece, tem seus barcos destruídos pelos trovões espontâneos, e os aventureiros são contratados para descobrir o que tem acontecido com os barcos que tentam navegar.
Os aventureiros descobrem que os barcos estão sendo atacados por um Capitão Pirata que se chama de Capitão Trovoada, o Rei dos Relâmpagos. Ele é uma criatura completamente caricata, mas ele tem em suas mãos uma Azagaia dos Relâmpagos, que o torna definitivamente um adversário perigoso. Os aventureiros devem perseguir o Capitão Trovoada em alto mar e recuperarem a Azagaia dos Relâmpagos para que os mercadores possam voltar a vender seus itens em paz.
Capitão Trovoada ND 9
O Capitão Trovoada antes era conhecido pelo nomes comum de “Jonas”. Jonas, um dia, tropeçou em um caranguejo no meio da praia, e viu um sinal de escavação debaixo do caranguejo. Depois de cavar, encontrou um báu que tinha uma Azagaia simples, com uma marca de raio nela. Quando jogou ela fora, quase ficou surdo ao ouvir o som do relâmpago em que a Azagaia se transformou, e então, sua vida mudou.
Jonas mudou seu nome para Capitão Trovoada, utilizando de medo, arrumou uma tripulação e impediu que mercadores aos arredores vendam e transportem seus produtos sem pagar imposto a ele.
Capitão Trovoada é um homem comum, com uma ferramenta muito maior do que ele, se não fosse a Azagaia dos Relâmpagos na mão, provavelmente Jonas seria apenas um homem patético. O que aconteceria se a Azagaia fosse tirada dele?
Humanoide (humano), Médio Iniciativa +13, Percepção +14 Defesa 31, Fort +13, Ref +24, Von +9 Pontos de Vida: 367 Deslocamento: 12m (10q) Corpo a Corpo: Espada Longa +20 (2d6+19, 19) A Distância: Azagaia +26 (2d6+24) e Azagaia dos Relâmpagos (Veja Abaixo)
Azagaia dos Relâmpagos (Padrão) – O Capitão Trovoada tem um item mágico que lhe concedeu sua alcunha: a Azagaia dos Relâmpagos, esse item parece uma azagaia comum para olhos não treinados, mas um teste de Misticismo, Óficio (Armeiro) ou outros óficios relacionados para Identificar Item, revelam a verdadeira natureza do item. O Capitão Trovoada pode usar uma ação padrão para arremessar a Azagaia dos Relâmpagos e ela vira um Relâmpago. Causando 8d6+2 pontos de dano eletrico em todos os alvos em uma linha em alcance médio. Um teste de Reflexos CD 28 diminui o dano pela metade. Ao fim do trajeto, o relâmpago volta a ser uma azagaia e volta para a mão do Capitão Trovoada no fim do turno.
Capitão dos Relâmpagos – Quando arremessa a Azagaia dos Relâmpagos, se o primeiro alvo falhar no teste de Reflexos, o Capitão Trovoada pode redirecionar a Azagaia para outra direção, a Azagaia percorre toda direção até o fim do seu deslocamento e depois retorna para a mão do Capitão Trovoada normalmente. O Capitão Trovoada só pode redirecionar a Azagaia uma vez por arremesso.
Reflexo Relâmpago – Quando o Capitão Trovoada faz um teste de Acrobacia para se equilibrar ou um teste de Reflexos para receber metade do dano de um efeito, ele joga dois dados e escolhe o melhor resultado.
Covardia – Enquanto está com a Azagaia dos Relâmpagos, O Capitão Trovoada é um homem corajoso e destemido. Porém sem ela, ele se torna um homem covarde e fraco. Caso o Capitão Trovoada seja desarmado ou a Azagaia dos Relâmpagos seja destruída, o Capitão Trovoada fica apavorado e perde as habilidades Azagaia dos Relâmpagos, Capitão dos Relâmpagos e Reflexo Relâmpago.
For 2 Des 5 Con 3 Int 1 Sab 0 Car -2 Perícias – Intimidação +16, Acrobacia +20, Atletismo +17, Pilotagem +19, Intuição +15 Equipamento – Azagaia dos Relâmpagos, espada longa certeira cruel, couro batido ajustado polido Tesouro – Normal
Machado Defeituoso
Ao chegarem em um vilarejo, os aventureiros encontram um ferreiro completamente irritado com uma de suas armas. Ele apresenta um machado de batalha, que à primeira vista parece comum, até que o ferreiro mostra o detalhe; O machado não tem fio! Por mais que ele afie o machado, ele não consegue perfurar madeira, apenas causa cortes superficiais, e então ele pede auxílio dos aventureiros para que ajudem ele a descobrir o que há de errado com seu machado.
Caso os aventureiros perguntem para o ferreiro, ele construiu o machado em um dia muito atípico, em que estava frustrado. Sua filha estava virando uma mulher e quer começar a cortar lenha para trazer retorno a família, acontece que este machado é um presente de aniversário para ela e por isso tem que ser perfeito. Caso os aventureiros sugiram fazer outro machado, ele irá negar, dizendo que já trabalhou com tanto esmero naquele machado que precisava ser aquele. Jogadores com Ofício (Armeiro) que passem em uma CD 25 vão notar que há algo diferente e mágico no machado. Se perguntarem ao ferreiro, ele dirá que nunca lançou uma magia sequer. Um segundo teste bem-sucedido ou um teste de Misticismo CD 25 fará os jogadores notarem que, de fato, o machado é mágico. Se trata de um machado de batalha piedoso, caso os jogadores fiquem confusos quanto a como aquele machado foi feito em um vilarejo qualquer no meio do nada, permita que conjecturem, porém testes de perícias baseadas em Inteligência (como Nobreza, Conhecimento e o próprio Ofício) permite que os jogadores cheguem a conclusão que o item foi feito de uma maneira completamente atípica; Foi um item mágico criado de maneira espontânea, pela simples vontade de um pai de proteger sua filha de se machucar gravemente.
Os jogadores podem decidir o curso de ação que desejam fazer com o machado, mas caso contem para o armeiro, ele dirá que não entende como pode ter construído algo assim, mas se é algo de valor, ele cobrará 1/3 do preço comum do machado (T$ 6000). Ele não sabe quanto vale aquele objeto, e os jogadores podem simplesmente pagar o valor oferecido, o valor justo, ou resolver de outra maneira.
Campeão dos Campeões
Um novo torneio nas arenas começou! Seja por iniciativa própria, ou contratados por um nobre figurão, vão até esse torneio para participar. Além dos desafiantes inusitados, a recompensa do torneio não é algo comum, parece até mesmo algo mágico. Mas todos os lutadores estão sedentos pelo prêmio e estão dispostos a qualquer coisa para conquistar o prêmio final, o cinto do campeão.
Faça um torneio de mata-mata (literalmente ou não) caso seus jogadores se interessem a participar, ou coloque outra recompensa importante para o grupo além do cinto do campeão para os jogadores. E adversários que jogam sujo, que joguem areia nos olhos dos outros, que descumpram alguma regra pré-estabelecida na Arena ou que simplesmente utilizem meios escusos para terem vantagem na arena.
Esses combates podem ser tanto Perigos Complexos quanto duelos entre os jogadores e um desafio. Fique à vontade para definir o que achar melhor para isto.
No fim, o importante é que valorizemos as conquistas dos jogadores. Um item mágico não deve ser apenas um objeto mecânico para colaborar com um combo, mas um artifício de roteiro para marcar as conquistas dos jogadores.
Caso queira começar a introduzir itens mágicos na sua campanha, independente do jogo, as páginas que falam sobre esses equipamentos estão nas páginas 333 de Tormenta20 Jogo do Ano e na página 277 de A Lenda de Ghanor RPG.
Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo Padrim, PicPay, PIX ou também no Catarse!
Assim, seja um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos como participar de mesas especiais em One Shots, de grupos ultrassecretos e da Vila de MRPG.
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Se liga na Área de Tormenta, o espaço especial dedicado apenas à Tormenta20 e o que remete a ele! E acompanhe também as outras sessões, por favor!
Saudações, Rpgista! Certamente sua vida já foi pautada em começos e alguns recomeços, não é mesmo? Seja começar uma nova fase da vida à medida que envelhecemos, começar uma nova escola, um novo curso, um novo relacionamento. E algumas vezes, precisamos recomeçar! Seja recomeçar a viver quando nos perdemos do caminho, recomeçar um curso que deixamos pra trás, recomeçar um game que já não lembramos mais nada.
Tá, mas o que isso tem haver com RPG? Com o Movimento RPG? Com tudo?
Ora Rpgista, você subestima a ordem oriunda do caos, o maniqueísmo dos eventos aleatórios e a fenomenologia da maravilha de conectar tudo o que existe, pois tudo se liga! Então bora lá!
Começos e Recomeços
Bom, caso você já conheça ao Douglas Quadros há mais tempo, talvez saiba que o Movimento RPG não foi o primeiro trabalho dele na internet, né? Mas caso não conheça há tanto tempo, contextualizarei aqui a breve jornada do nosso querido Douguitos (sim, apelidos existem no MRPG), pelo menos desde que eu conheço ele!
O começo do Douglas pode ser colocado como sendo o projeto Portal Cultura Nerd e Geek. Esse projeto, encabeçado por ele, tinha como base reunir todo o tipo de conteúdo sobre cultura nerd e geek de forma geral, em suas várias formas de produção, num mesmo portal. Podcasts, artigos, vídeos, análises, indicações, contos… tinha de tudo lá!
Havia também muita gente contribuindo, inúmeros projetos parceiros e uma versatilidade de ideias, pensamentos, visões e gostos gigantesca! E, claro, com uma pluralidade tão vasta, eventualmente um problema ou outro acontecia. O projeto durou um bom tempo, mas chegou a seu fim! E bom, convenhamos, tudo na existência de certa forma tem um fim, né?
Mas esse fim foi justamente o ponto de partida de um recomeço pro Douglas, que recomeçou sua jornada na internet do zero, em um projeto totalmente novo, mais focado, mais centrado. E esse foi o recomeço do Douglas, e o começo do Movimento RPG!
Então talvez esse exemplo sirva pra te motivar que um fim não necessariamente é um encerramento de tudo, e nem que é tarde pra se começar algo!
E Sobre RPGs?
Bom, RPGs também são feitos de inúmeros começos, e ainda mais recomeços. E isso não é nenhuma novidade do mercado ou coisa da velocidade de consumo contemporânea, mas sim algo que está na indústria do RPG desde seu nascimento.
Basta olhar o exemplo de Dungeons & Dragons para entender o que estou dizendo, afinal o game começou o grande boom dos RPGs, começou a onda da OGL, e agora quer recomeçar tudo de novo com uma nova versão tanto do sistema quanto da própria OGL.
E isso leva inúmeras criadoras e desenvolvedoras de games, ou até designers de games que agem de forma independente, a terem de lutar e abrir um lugar no mercado para si, e ter de recomeçar todo seu trabalho sem se apoiar nas velhas regras que já estão vindo a terra.
E não apenas em desenvolvimento e mercado podemos colocar os começos e recomeços, afinal de contas acho muito pouco provável que ainda exista alguma mesa de RPG no mundo que tenha começado anos atrás e continue jogando o mesmo sistema, com os mesmos personagens, na mesma campanha com os mesmos jogadores, até hoje!
Mesmo aqui no Movimento RPG tivemos vários começos de campanha, recomeços de personagens, e muito mais! Um recomeço não é tão diferente assim de um começo, talvez por um ponto crucial: a experiência!
Recomeçar traz consigo uma certa bagagem de conhecimento que torna mais fácil a jornada, embora tanto começos quanto recomeços sejam sempre um grande aprendizado e uma grande aventura!
Uma Experiência Pessoal
E este tema é um tanto especial pra mim não apenas pelo fato de estar rolando toda essa treta com a OGL, termos começado mais um ano ou afim, mas sim porque estou recomeçando a mim mesmo, e começando um novo projeto!
Foi graças à toda a experiência com o Machinecast, o Podbrisar, o Cultura Nerd e Geek e o Movimento RPG que eu finalmente criei coragem para dar um passo que sempre sonhei: fazer o que eu gosto!
Não é fácil, e assusta demais! Cada nova experiência é um frio na barriga, mas assim também foi tudo que começamos aqui no MRPG! E eu sinto um orgulho danado de tudo que aprendi até aqui, e estou muito empolgado em aprender e desenvolver ainda mais! Então vou te pedir que acompanhe esse novo projeto clicando AQUI e me siga nas redes!
Mas não deixe de continuar acompanhando aqui o MRPG! Afinal de contas eu não parei aqui, e tem muita coisa bacana ainda esse por vir! Teremos Mar de Mortos em sua terceira temporada, juntamente com Sombras do Passado, nossa mesa de Império de Jade com Marcela Alban e Bernardo Stamato! Tem os textos da Liga das Trevas, os materiais da Teikoku Toshokan, os perigos da Área de Tormenta e muito mais!
Então é isso aí, conto com você em 2023, para que seja um ano cheio de começos e recomeços par todos nós!
Saudações Rpgista! Bora bater um papo sobre os bastidores das nossas tão queridas jogatinas? Qual seu estilo quando narra: Planejamento minucioso, ou o caos do fator Aleatório?
Bora bater um papo?
Planejamento
Já refletiu sobre a questão anterior? O que você prefere quando narra já está mais ou menos na superfície da sua consciência? Então bora prosseguir!
No meu início com o RPG eu era muito mais metódico. Escrevia falas, desenhava mapas, elaborava enredos, deixava inúmeras fichas de NPCs prontas… Narrar Vampiro A Máscara era sempre com um fichário do lado, cheio de fichas de personagens, mapas, rascunhos, anotações e diagramas. Era divertido, não vou mentir. Ficava horas e dias montando pra jogar uma sessão ou duas aos fins de semana.
E não se resumia apenas a Vampiro ou Lobisomem (os que de fato eu comecei a me empolgar), mas também passou por tudo que joguei. Me lembro das inúmeras tardes pegando as edições antigas da Dragão Brasil e adaptando mapas, fichas e aventuras pra jogar em 3D&T (aquele primeiro manual vermelho!).
Recentemente, posso dizer que tentei fazer isso, e senti a dificuldade da falta de tempo de poder elaborar conforme eu queria. Pra narrar Mar de Mortos, eu escrevi roteiros, falas e tudo mais pra usar idiomas dos povos originários brasileiros (com o que meu conhecimento de Google tradutor permitiu, obviamente). Foi um considerável trabalho de amarrar tudo.
O problema é que, com tempo escasso, a elaboração não era tão precisa, as cenas e situações acabam ficando meio engessadas, e dá uma pena ver o trabalho não ser aproveitado ao seu máximo. Planejamento requer um pouco mais de dedicação e tempo, que hoje já não me sobram tanto mais graças à classe Vida de Adulto.
Aleatório
Eu, particularmente, gosto do Caos, do Aleatório, do Imprevisto. Mas isso começou agora, com o Movimento RPG. E não que isso seja ruim, muito pelo contrário, permitiu muitas cenas marcantes e histórias legais, tanto narrando quanto jogando.
A diferença crucial daquela época pra agora, é o tempo. Podia de fato me dedicar a fazer isso por simples hobbie, como diversão e de forma despretensiosa. Hoje não mais. A ausência de tempo de fato é o maior fator que faz a mudança para o Aleatório ser necessária, embora ainda haja ali um planejamento prévio, alguns rascunhos e tudo mais.
Até que veio o MRPG, as mesas na Twitch e as tão famigeradas cartas! E que dinâmica incrível! É uma forma de fazer a galera que nos assiste participar do jogo junto, influenciar nas cenas, moldar a história! Isso me fez perceber que, às vezes, deixar o acaso e o inesperado acontecerem rende muito boas cenas!
De fato, não há uma disputa de lados, não há um “melhor ou pior” nem um “certo ou errado”. Novamente bato na mesma tecla: existe o que te diverte, e isso é o mais importante de tudo!
Na atual temporada de Sombras do Passado, nossa mesa de Império de Jade, as cartas ajudaram a moldar os acontecimentos de toda a atrama (e não apenas nessa segunda temporada, como também em toda a primeira!). O mesmo aconteceu quando, pelas minhas maquiavélicas narrativas, a Guilda dos Guardiões foi parar em Arton: cartinhas everywere pra influenciar (positivamente e negativamente) as aventuras do grupo. E foi incrível!
Confesso que agora uso bem menos planejamento, quase que o mínimo pra evitar parar a narrativa pra ficar consultando livros, e segue de forma aleatória o que vier! Pego ideia nas interpretações dos personagens, faço uso das consequências de seus teses e desafios e segue o baile!
E o fator Aleatório também é interessante para dar novos poderes, desafios, enigmas, soluções e muito mais ao material base que se está usando! Mude um detalhe aqui, faça uma invencionice ali, e pronto, pega toda a mesa de surpresa e sem reação, não sabendo mais como reagir à essa “totalmente inesperada” ameaça.
Planejamento x Aleatório
Mas aí fica então a dúvida, o que é melhor: planejamento ou o aleatório?
Essa é uma pergunta retórica que vai ficar pra você refletir e pensar! Afinal de contas, não é uma fórmula mágica, uma obrigação e nem uma determinante para sempre. Eu gostava de muito planejamento, em tudo, e hoje prefiro o caos e o aleatório, me divirto mais e as pessoas com quem joguei tem se mostrado bem satisfeitas!
A meu ver, é isso que é o certo de se jogar RPG: se divertir! O importante é sempre isso, se divertir. Seja com muito planejamento, horas de elaboração de conteúdo, um trabalho de designer verdadeiro, ou somente “rolar os dados e venha o que vier”. Minha dica é combinar com a mesa e se divertir, seja seu estilo qual for!
Mas não deixa de me contar aqui nos comentários o seu estilo, qual prefere, o que acha, se tem um terceiro estilo diferente não citado… e te aguardo pro próximo Off-Topic!
Saudações Rpgista! Já participou de alguma Bienal ou outro evento do tipo? Quais foram suas experiências, expectativas e memórias marcantes?
RPG tem ganhado cada vez mais espaço em eventos como a Bienal do Livro (encaixe aqui a localização que mais lhe atende), e isso é algo incrível!
Mais que apenas livros básicos de jogos ou cenários, existem muitos livros de romances e contos que são derivados ou originados de obras de RPG, que já podemos considerar como um produto transmídia, né?
Queria aproveitar esse espaço para esse mês trocar uma ideia com você sobre a experiência de participar desse tipo de evento!
A Bienal Mineira do Livro 2022
A Bienal Mineira do Livro ocorreu aqui em BH entre os dias 13 e 22 de maio, sediada no BH Shopping. Com o tema “O Reencontro É Real”, a Bienal trocou de lugar pela primeira vez, além de ser também a primeira “pós-lockdown” da pandemia.
Reunindo inúmeras editoras de variados tamanhos, a Bienal (a meu ver, e que isso fique bem claro) foi bem xoxinha na verdade. Estandes com uma organização de mapeamento bem confusa, montada no estacionamento do shopping, sem a estrutura de um ambiente de exposições de fato. Além disso fica um destaque negativo pra má divulgação por parte do evento, além de nenhuma orientação no shopping sobre como chegar até o local do evento.
Dentre as editoras que trabalham com RPG presentes na Bienal, o destaque maior é da parceria Jambô e New Order, que trouxeram um estande muito bacana, amistoso, receptivo e com muitas coisas bacanas (já já falo mais sobre).
Infelizmente a distância e localização complicadas me impediram de ir curtir a Bienal todos os dias, então fui apenas nos dois domingos, e com isso não vi as palestras e demais atrações. Mas mesmo assim a imensa variedade de títulos e obras à disposição já valeram o rolê!
A Jambô trouxe um acervo muito bacana de títulos! Jogos, romances, mangás, quadrinhos e até algumas memorabílias não só eram um enorme atrativo, quanto estavam com preços muito bons (e os preços ainda estão valendo para muitas obras). Acabei comprando muita coisa da Jambô por lá pra atualizar a coleção (e pra trazer resenhas aqui pro site também).
A New Order também não deixou barato e nem ficou pra trás, trazendo um acervo tão fantástico e variado que, confesso, fiquei horas ali admirando e olhando tudo!! Pude ver de perto muitas obras que já saíram resenhas aqui no site, além de trocar uma ideia com o Manjuba!
O RPG e a Bienal
Agora falando sobre o RPG na Bienal em si. Como eu disse antes, a mudança de localização do evento parece ter prejudicado muito o desenrolar e a movimentação. Eu particularmente não gostei da infraestrutura, e muito menos da localização (um dos lugares mais caros e inacessíveis de BH).
As únicas editoras que trabalham com RPG realmente e que estavam presentes, como eu disse, foram Jambô e New Order. A as duas editoras se uniram em um estande compartilhado, que não ficou ruim, muito longe disso, mas poderia ser uma participação mais ativa.
Foi uma experiência fantástica encontrar o pessoal que, até então, só havia tido contato de forma online, conhecer as pessoas por trás das obras e ver de perto o trabalho dessa galera que praticamente “vive o sonho” por assim dizer!
A Bienal também foi uma ótima chance para ver as obras antes de comprar! Qualidade do papel, do material, da capa, o tamanho, as cores, tudo! Inclusive poder conversar com os próprios autores sobre os livros, pegar insights melhores e tirar dúvidas sobre as obras.
Só posso dizer que gostei demais!!!
Outros Eventos Por Aí
A Bienal não o único tipo de evento onde podemos encontrar RPG! O Douglas por exemplo esteve participando do Diversão Offline em São Paulo, e vai trazer em breve muita coisa bacana sobre o que rolou lá.
A galera do Estúdio Tanuki também é bem ativa em eventos que contribuem grandemente para o RPG se espalhe para além dos nichos! Artes, roteiros, diagramação e muito mais também fazem parte do mundo do RPG!!
Sem contar que existem eventos exclusivos de RPG, como a RPG Con que a Bell fez cobertura e tá preparando um artigo incrível!
Eventos, sejam eles de RPG exclusivamente ou não, sempre são uma ótima oportunidade de contatos, laços, experiências e grandes momentos! Uma verdadeira aventura em todos os sentidos!
Agora me conta aí, quais foram os eventos que você participou, suas experiências, frustrações, histórias marcantes… conte-me tudo e não esconda nada!