REINO DOS MORTOS [14]

A noite caiu, e o exército dos mortos saiu de seu esconderijo, enchendo as ruas de Negressus com esqueletos revestidos de trapos sujos, cambaleando sem rumo, cobrindo a cidade com o cheiro da morte.

O grupo foi para o térreo da casa, com exceção do mago, que continuou no telhado, olhando para o buraco do esgoto. Ele ergueu as mãos, preparando sua magia, e subitamente desceu os braços, jogando uma bomba de vento na rua, arremessando todos os zumbis por vários metros de distância. Assim que o caminho ficou livre, o grupo correu para o buraco na rua, e Galdor saltou do telhado, amortecendo a queda com uma lufada de vento.

O esgoto estava vazio, e eles usaram o cristal de luz de Dhazil para iluminar o caminho. O grupo correu pelos túneis de pedra, procurando acessos às áreas mais profundas do esgoto. A busca foi mais fácil do que esperavam. Após alguns lances de escadas, eles chegaram até uma imensa caverna, onde puderam ver a fortaleza do necromante.

– Sigam-me – Clay disse, lembrando-se das instruções de Raíza.

Havia um imenso penhasco entre eles e a fortaleza, mas uma estrada em “S” ligava os dois lados da caverna. Eles sabiam que a estrada não era o caminho que deviam pegar. Clay os guiou até o penhasco, onde conseguiram achar fendas para escalarem.

Ao chegarem no fundo, caminharam até o outro lado, onde encontraram a rocha com as inscrições rupestres. Como a dríade havia explicado, eles acharam um túnel escondido. Ainda usando o cristal de luz, o grupo rastejou túnel acima, até chegarem no interior de uma cozinha há muito tempo abandonada.

Eles foram até a porta, e viram que estavam no pátio da muralha da fortaleza. Dois zumbis com armaduras protegiam o portão. O pátio e a fortaleza eram iluminados por diversos postes com pedras reluzentes protegidas por globos de vidro.

– Conseguimos – Clay suspirou, esperançoso. Ele tentava esconder o olhar cansado e a pele pálida. Sabia que precisava encontrar alguma poção ou magia antes de virar um zumbi. Ele se virou para Dhazil. – Você é o único que pode se infiltrar na fortaleza. Sem o colar, você irá parecer com um deles.

– Claro – Dhazil resmungou. – Sem o colar eu VIRO um deles.

– Deixe de reclamar – Kvarn puxou o colar do pescoço do anão. – Agora entre na fortaleza e nos traga o orbe de cristal.

– Será que pelo menos você pode me desamarrar? – O corpo de Dhazil murchou, voltando a ser um esqueleto barbudo. Kvarn desamarrou as mãos do anão e o empurrou para fora da cozinha.

A fortaleza era uma grande estalagmite disforme que quase tocava o teto da caverna. Seus portões principais eram de ferro, com quase dez metros de altura. E antes que Dhazil chegasse ao centro do pátio, os portões foram abertos, e uma criatura imensa saiu lá de dentro. Era um homem imenso, com espinhos de marfim saltando de várias partes de seu corpo, e um trapo na cabeça. Era a mesma aberração que emboscara o grupo na saída da cidade. Ele caminhava em direção ao portão que dava para a estradinha em “S”.

– Ele trabalha para o necromante! – Jim sussurrou. – a dríade estava certa.

– Ei! – Dhazil gritou para a aberração. – A fortaleza foi invadida!

– O que esse maluco está fazendo? – Galdor perguntou.

A aberração se virou para o anão. Seu rosto coberto por trapos era indecifrável. Dhazil se aproximou mais ainda, e apontou para o esconderijo do grupo.

– E eu não vim sozinho.

– Traidorzinho de merda – Kvarn murmurou.

Clay pegou o colar da mão de Kvarn, fazendo sinal para os outros aguardarem, e saiu da cozinha. Ele caminhou em direção à aberração, com os braços abertos.

– Sim, nós dois invadimos a fortaleza – Clay lançou um olhar de censura para o anão, pedindo para não revelar a posição dos outros. O anão viu o colar em sua mão e ficou em silêncio. – Eu preciso conversar com o necromante.

Ele tirou as adagas das costas e as colocou no chão. Em seguida, foi até os dois. A aberração segurava a haste de seu martelo gigante, e olhava nos olhos de Clay, mudo. Antes que qualquer um pudesse reagir, o monstro girou o martelo no ar, quebrando todas as costelas de Clay. O homem rolou no chão, e parou com o rosto virado para a cozinha. Ele olhou para os seus companheiros e sacudiu a cabeça para eles não saírem dali. Sua boca estava coberta de sangue.

A aberração se aproximou de seu corpo e ficou de cócoras. O grupo assistia a tudo com pânico. Eles já enfrentaram aquele monstro uma vez, e perderam feio. Clay sentiu a mão gélida envolver sua cabeça. A aberração fechou o punho, fazendo os dedos afundarem em seu crânio. Pedaços de cérebro escorreram para fora, e os olhos de Clay saltaram, esbugalhados. A aberração ergueu o braço, deixando o cadáver no chão.

– CLAY! – Kvarn saiu da cozinha correndo, e arremessou seu escudo na cabeça do monstro, fazendo-o recuar um passo. O guerreiro pulou no caminho e o acertou com os dois pés no peito, fazendo-o recuar mais ainda.

Jim vinha logo atrás, enfiando flechas nas cabeças dos zumbis que guardavam o pátio. Dhazil correu até o corpo de Clay, mas Galdor fez uma ventania empurrar o cadáver para os pés de Jim. O arqueiro se abaixou e pegou o colar.

– Por Spólios! – Dhazil viu os olhares furiosos ao redor e correu para dentro da fortaleza.

A aberração ergueu seu martelo, mas Galdor fez uma ventania empurrá-lo para longe, deixando o martelo cair no chão. Jim pendurou o colar em uma flecha e mirou na cabeça cheia de trapos. Quando o monstro tentou levantar, a flecha acertou acima de sua orelha, fazendo o colar deslizar ao redor de sua cabeça e se pendurar no pescoço.

De repente, os espinhos caíram do corpo da aberração, e ele se tornou um humano, de cabelos castanhos e olhos confusos.

– GALDOR! – Kvarn gritou, correndo com o martelo gigante nas mãos.

O mago fez uma ventania acertar o guerreiro pelas costas, arremessando-o através do pátio. Kvarn dobrou as pernas para trás, e ergueu o martelo acima da cabeça. Ele fez um arco no ar, e caiu sobre o inimigo, esmagando sua cabeça com o martelo, espalhando miolos e sangue em um grande halo no chão.

 

 

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Icabode St. John [12]

Nos capítulos anteriores: Icabode e Leon se uniram a Anthony Ritzo para caçarem Solomon, mas antes que sequer saíssem do esconderijo, o polonês apareceu com seu séquito, revelando que havia consumido a alma de todos os membros do clã de Anthony. Um confronto teve início, e no final, Anthony empalou Solomon. Mas antes que pudesse matá-lo, o séquito do polonês interveio e resgatou o corpo de seu senhor, levando-o para longe. Como Icabode e seus companheiros falharam em deter o inimigo, eles decidiram fugir, pois sua derrota atrairia a fúria dos vampiros do Conselho. 

 

Quando criança, Icabode fora mordido por um rato dos esgotos de Nova York. Foi uma mordida daquelas que te deixam vários dias doentes. Seu trauma começou aí, e naquela briga de bar ficou mil vezes pior. Ratos vinham de todas as direções e o mordiam como se ele fosse um grande pedaço de queijo.

Nos dias seguintes após a destruição do Portões do Inferno, Icabode continuou sendo perseguido pelas criaturas. Elas estavam sempre escalando seu corpo, penduradas em suas roupas, vindo das ruas, das paredes, do meio da água. Eles estavam em todos os lugares. Uma semana depois ele parou de sentir a dor das mordidas, como se seu corpo tivesse acostumado com a sensação. Mas ainda assim os minions dos esgotos estavam sempre ao seu redor.

Um belo dia eles sumiram. Icabode saiu de seu esconderijo, aliviado pela primeira vez e foi até o parapeito de aço. Ele olhou ao redor, cem metros acima do chão. A ilhota estava cercada de água. As luzes da cidade estavam a quilômetros dali, como se até mesmo os prédio soubessem que era inteligente manter a distância entre eles. Icabode mal se lembrava de como tinham achado aquele esconderijo.

– Você está melhor? – Leon perguntou, se aproximando por trás. – Não acordou gritando hoje.

– Eles sumiram – Icabode gaguejou, olhando a câmara metálica ao redor. – Eu fiquei quanto tempo nesse estado? E onde está Solomon Saks?

– Duas semanas – Leon respondeu, preocupado. – E Saks continua desaparecido.

– Não mais! – Anthony Ritzo subiu as escadas, vestindo uma calça bege e camisa regata, branca. – Eu consegui uma informação sobre o paradeiro do polonês.

– Ele voltou à mansão? – Leon perguntou, surpreso.

– Não, mas eu encontrei um de seus capangas.  – Anthony respondeu e jogou dedos decepados no chão. – O polonês fez uma visitinha ao Sombra. Ele é um traficante de informação que mora em um cemitério aqui de Nova York. É pra lá que vamos – ele olhou para Icabode. – Você parece lúcido. Virá conosco?

– Essa é uma pergunta idiota – Icabode respondeu, vestindo a jaqueta que trazia pendurada no ombro.

– Acalme-se, garoto – Anthony mostrou a palma da mão. – Iremos no meio da madrugada, quando a cidade estiver dormindo.

 

Às três da manhã, os três saltaram o muro de pedra como se fosse uma cerca para cachorros. Dentro do cemitério, não se podia ver o chão debaixo da névoa. As árvores pareciam dedos pelados, numa teia de galhos que cobriam suas cabeças. As lápides eram cobertas de musgo e teias de aranha, como se nenhum zelador passasse ali há anos.

– Quando alguém diz “cemitério”, em minha mente sempre vem o Cemitério Nacional de Arlington, um grande campo verde, cheio de lápides brancas e alinhadas – Leon disse, estalando os dedos, assustado.

– Pensei que vampiros não tivessem medo de cemitério – Icabode comentou, segurando o revólver.

– Não tem nem um mês que você é um de nós e já quer bancar o sabe tudo – Leon deu um soco em seu ombro. – Os vampiros não são as únicas coisas perigosas nas noites de Nova York.

– Silêncio! – Anthony ia à frente, com a escopeta encostada no ombro. – Vocês conseguem ouvir algo?

Leon e Icabode ativaram seus ouvidos aguçados e olharam ao redor.

– Ouço o barulho de correntes – Icabode disse, engolindo seco. – O som vem dali.

– Por que não vai na frente, valentão? – Leon o empurrou de leve.

Os três avançaram, cada um segurando sua arma. E Anthony ergueu a escopeta assim que viram um mausoléu antigo, com uma gárgula em seu topo. Icabode abriu seus ouvidos e escutou batidas abafadas e rítmicas, bem baixinhas vindo do mausoléu.

– Estou ouvindo o coração… é um humano.

– Sombra, saia do seu esconderijo! Se preferir, eu o trago arrastado! – Anthony gritou, cuspindo saliva.

Um gemido veio do mausoléu. Em seguida, correntes sacudiram e caíram no chão. O portão de ferro rangeu enquanto era aberto por mãos de unhas compridas. Um sujeito negro e corcunda apareceu, mancando. Usava calças de couro e um colete folgado. Em seu peito, havia uma corrente da cruz ansata, um Ankh.

– Qual o seu assunto com Solomon Saks? – Anthony perguntou, mostrando-lhe o cano da escopeta. – O que ele veio fazer aqui?

– Saiba que eu não sou a única pessoa em risco aqui – Sombra respondeu com sotaque estrangeiro, erguendo as mãos. Ele parecia assustado. – Se fizer algo comigo…

– Você está me ameaçando, seu merdinha? – Anthony se aproximou, colando a escopeta no rosto do homem. – Antes que você faça qualquer coisa, eu mando seu cerebelo para o topo daquela gárgula.

– Tudo bem – ele gaguejou. – Não precisamos fazer loucuras aqui. Mas no momento que eu quebrar o sigilo que tenho com o meu cliente, nunca mais confiarão em mim – ele viu a impaciência no olhar de Anthony e começou a falar. – Ele veio atrás de ingredientes para um ritual de bruxaria. Eu não sei qual ritual, ainda mais porque ele não tinha motivos de revelar uma coisa tão pessoal pra mim, um traficante de informações, não é? – ele sorriu, nervoso. – E os ingredientes serviriam para vários rituais diferentes, então não poderia nem lhe dizer algo específico. Depois ele me pagou e eu agradeci pela confiança – ele olhou para o cano em seu rosto.

– Eu acredito nele – Icabode disse, olhando ao redor.

– Eu também – Anthony disse, e apertou o gatilho.

O Sombra foi arremessado, e seu corpo rolou pelo chão. Ele segurou a barriga aberta e olhou para os três, surpreso.

– Ele disse o que queríamos! – Icabode gritou, se colocando na frente de Anthony. – Por que você fez isso?

– Não quero deixar um rastro de onde estive – Anthony respondeu, encarando-o nos olhos. – Ele entregou a Solomon, não entregou?

– Vocês deveriam ter saído daqui – Sombra disse, fazendo careta de dor. – Eu teria deixado vocês partirem.

– Do que você está falando? – Leon perguntou, se aproximando dele.

– Ei, se afaste daí – Anthony disse, receoso.

Uma luz verde emanou por dentro do moribundo, refletindo por seus olhos, como uma pequena explosão, e no instante seguinte, Sombra estava morto. Os três olharam ao redor, atentos.

– Vamos sair daqui, rápido – Anthony disse, se afastando do mausoléu. E no terceiro passo, ele tropeçou na raiz de uma árvore e caiu, ou pelo menos ele achou que fosse uma raiz.

Dedos começaram a abraçar seu tornozelo, prendendo-o no chão. Uma mão ossuda saiu de outra parte da areia e agarrou a outra perna. Outros dedos surgiram, segurando sua cabeça e braços. Um esqueleto de terno e gravata, cheio de vermes, saiu da terra agarrando o vampiro. 

– Os mortos estão se levantando – Icabode disse, se virando a tempo de ver centenas de mãos se projetando para fora das covas.

A escopeta cuspiu algumas vezes, e Anthony estava em pé novamente.

– Rápido! – gritou ele. – Sigam-me!

Anthony começou a correr, e Icabode e Leon iam em seu encalço pulando sobre os esqueletos derrubados no caminho.

– Ele é um rinoceronte! – Leon disse, vendo Anthony derrubar dezenas de cadáveres, deixando um caminho de zumbis esmagados no chão.

Depois de percorrerem o labirinto de lápides, uma bola de fogo acertou uma cripta logo em frente ao grupo, fazendo-os parar. Uma figura comprida e esguia pousou diante deles.

– SAKS! – Icabode gritou ao ver o polonês.

Em seguida, Rabin surgiu ao seu lado, e Troche, o Judeu de Ferro, do outro. Solomon segurou suas mãos nas costas, sorrindo. Os zumbis fizeram um círculo ao redor do grupo, parados.

– Eles não vão nos atacar? – Solomon perguntou.

– Eles sabem que somos aliados do Sombra – Rabin respondeu.

– Perfeito. Não quero interrupções.

– Parece que você quer levar outra surra – Anthony jogou a escopeta no chão e foi até a árvore ao lado, arrancar um galho grosso.

– Na verdade estou surpreso de vê-los aqui – Solomon disse, observando Anthony tornar aquele galho em uma grande estaca. – Mas acho que precisamos terminar aquela nossa disputa, sim.

– Dessa vez, terminamos isso aqui – Anthony respondeu e marchou ao seu encontro com uma estaca improvisada na mão direita.

Ele avançou sobre Solomon e esticou o braço sem qualquer resistência. Solomon nem sequer saiu do lugar. A estaca entrou em seu peito e saiu em suas costas.

– Isso! – Leon gritou, excitado.

Icabode se manteve em silêncio. Rabin e Troche estavam sérios, olhando para o seu senhor. Nenhum deles fez qualquer tentativa de impedir Anthony. Tinha algo de errado.

– Funcionou? – Troche perguntou, subitamente.

– Claro que sim – Rabin respondeu. – Mestre?

Solomon Saks olhou para baixo, deixando os oponentes perplexos. Em seguida, ele arrancou a estaca do peito e a enfiou no coração de Anthony com tanta força que o empurrou alguns metros para trás. O polonês tirou seu sobretudo e mostrou seu torso nu, branco e pálido. Havia um buraco sobre seu peito, por onde Icabode e Leon podiam ver através. O coração de Solomon não estava ali.

Icabode ficou imóvel ao ver que o polonês removera o próprio coração, mas ao ver Anthony empalado e paralisado, saiu do transe e correu em sua direção.

– Rabin, termine isso – Solomon disse, e uma bola de fogo nasceu na mão do feiticeiro.

Rabin a arremessou, e ela virou uma coberta de fogo ao redor do corpo de Anthony. Icabode voou para trás, sentindo um pavor pior do que quando sentira com os ratos. Ver o fogo assim tão perto era como se tocasse o próprio sol infernal.

– Venha, rápido! – Leon o ajudou a se levantar e o puxou dali.

– Matem esses dois vermes – Solomon disse, e os zumbis começaram a avançar novamente.

– Use seu poder, rápido! – Leon disse, e desapareceu do nada.

Icabode se encolheu atrás de uma lápide e também ficou invisível. Os zumbis ao seu redor olhavam de um lado para o outro, procurando-o. Com muito cuidado, ele entrou em um mausoléu com o portão tombado, e sentou no chão de mármore. A luz da lua cobria seus pés, mas ninguém o via, mesmo se olhasse direto em seus olhos. Diante do portal, cadáveres bamboleavam e mancavam, com pedaços de pele e musgo pendurados em seu corpo.

Icabode abriu os ouvidos e escutou a voz de uma quarta pessoa se juntando ao séquito de Solomon. Ele reconheceu a voz do homem que lhe mandara os ratos, era Gólgota.

Mestre, eles mataram o Sombra! – Gólgota avisou.

– Malditos! – Solomon disse, furioso.

Acalme-se – Rabin pediu, tranquilo. – Veja o lado bom disso.

– Lado bom? – Troche perguntou, impaciente. – O Sombra finalmente encontrou o endereço de Maxiocán, o único que pode reverter o feitiço de Solomon, e agora o Sombra está morto. Como iremos encontrar esse mexicano? Como iremos mata-lo?

– Se Maxiocán é o único que pode reverter o feitiço de Solomon – Rabin explicou com calma –, e o Sombra é o único que pode encontra-lo, nossos problemas estão resolvidos. Com o Sombra morto, ninguém encontrará Maxiocán.

– E ninguém saberá onde eu escondi meu coração – Solomon finalizou. – Finalmente me tornei Solomon Saks, o Imortal!

Icabode se lembrou do dia em que atacaram o esconderijo de Leon, ao lado de Saks e Sunday, quando pensava que Solomon iria iniciar uma “Guerra Santa” contra os vampiros. No final da noite ele os traíra, e dissera que todos ouviriam falar em “Solomon Saks, o Imortal”. Sua profecia estava se cumprindo.

Icabode abraçou os próprios joelhos e ficou balançando pra frente e para trás.

 

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