Em uma conversa de bar Botina ouviu, de um bêbado animado qualquer, uma história que lhe chamou a atenção. O velho contava de uma lenda sobre uma espada lendária que poderia cortar como se fosse papel qualquer criatura existente, e fascinado com a ideia, decidiu procurar pela arma.
Primeiro buscou informações. Para isso encontrou-se com gurus, monges, magos e até um feiticeiro louco que o transformou em galinha. Foi ali que descobriu que a espada era forjada, e não era real. Mas isso não o parou, apenas o instigou a continuar sua jornada.
Continuou buscando incansavelmente o que viria a ser seu maior sonho, negociando, flertando e brincando com o destino em busca de construir algo que nem existia ainda.
Depois de meses, finalmente encontrou a lista de coisas que precisaria para forjar o tão precioso item. Ingredientes muito raros, e alguns ele somente havia escutado falar em histórias antigas o bastante para serem mentiras. Mesmo assim, ele não desistiu.
Subiu montanhas, nadou em mares profundos e correu em florestas escuras. Colheu frutos, frutas, cogumelos e rações de lugares que jamais imaginou pisar. Lutou contra criaturas que quase tiraram sua vida, e acabou parando em Planos que nunca pensou que estaria.
E após muito tempo, com a lista completa e muita experiência de vida, ele levou tudo ao mais sábio dos anões, para que a espada fosse forjada.
Levou algumas semanas para ficar pronta, mas quando ele a viu e a segurou em suas mãos, Botina sabia que havia valido a pena, e aguardou pelo momento que poderia usa-la.
Mas o tempo passou, e agora sem um propósito para sair, ficava pela cidade que não tinha inimigos a enfrentar e por isso, não conseguia usar sua arma poderosa. Cansado de esperar, Botina pensou um pouco e pagou para que um grupo de homens fingisse atacar a cidade para que ele pudesse aparecer para ser o grande herói.
Com tudo arquitetado, chegou o grande dia, e extremamente animado partiu para cima daqueles que seriam seus ‘inimigos’, porém num jogo de má sorte…
Botina viu, em suas mãos, aquela que seria seu maior tesouro, quebrar ao meio, mostrando que sua jornada havia valido mais a pena que o item lendário, que provavelmente foi inventado pelo bêbado no bar.
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Espada Lendária
Texto de: Lury Kroff.
Adaptação: Raquel Naiane.
Revisão: Douglas Quadros.
Arte de: Estúdio Tanuki.
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