O Culta à Tiamat: Parte 4 – Continente de Deva

Algumas incógnitas parecem que apenas esperam alguém começar a quebrar a cabeça para se resolverem por si próprias. Ou quase isso. Estou falando das feras de cor branca e negra, tão ferozes quanto as outras, mas menos ardilosas que o azul, mais sádicas que o vermelho, mas igualmente perigosas.

As máscaras guardadas pelos dragões branco e negro, respectivamente, não estavam exatamente sob o conhecimento de quem se aliou a guilda renegados para ajudar. Mais uma vez, Asmael interveio, mas com o objetivo simples de resgatar um antigo contratante que há muito havia se perdido nas histórias.

Suas suspeitas sobre as máscaras o levavam a crer que aquela fera em específica, não guardava um dos artefatos, apenas estava ali para ganhar conhecimento sobre o que e como o grupo de mercenários estava lidando. Posso dizer que, aquele, cuja descendência celestial já foi um problema, apenas deu um disparo e perfurou uma bolsa repleta de ouro e riquezas. Claro, no sentido poético, da coisa.


O desejo congelado de um velho…

Lince, Escanor, Stella, Ysgramor, Ali Baba e Rylai. Estes foram os corajosos que aceitaram ajudar Asmael em troca de algumas moedas, boas moedas. Enquanto esses heróis passavam seu dia como todos os outros que não estavam em uma aventura extremamente perigosa, o grupo de aventureiros percebeu que uma sensação percorreu a espinha de cada um. Alguns já a conheciam, anteriormente era algo ruim, quase como um mau presságio, mas, embora ainda fosse chamada assim, ela trazia certo conforto. Este foi Asmael.

Um anjo que há muito havia se perdido na própria identidade, demorou anos e até séculos para poder retomar aquilo que era ele, uma criatura de leveza e afins.  Entretanto, o motivo pelo qual estava ali, não era algo que deveria ser festejado, não ainda. Asmael estava querendo mercenários corajosos o suficiente para que pudessem ir até o covil de uma criatura nefasta. 

Há muito tempo atrás, uma pessoa que ele conhecia, de nome Nico, havia desaparecido. Este homem possui uma taverna, o Pônei Manco, predecessor ao Pônei Saltitante, que era visitado não por apenas aldeões, mas também viajantes do mundo além de contratados da renegados. 

O apego de Asmael a este ser não é descrito em palavras ou pergaminhos, é desconhecido pelo simples motivo do celestial ser desconhecido e misterioso. Mas, deduz-se que é forte o suficiente para gerar interesse em um contrato. Bom! Em seu manto branco como as nuvens do céu e leve como a pena de uma águia, Asmael surge no centro do salão principal quase como uma pessoa normal, atravessando a porta a base de madeira e ferro, ele vem com algo que é certo. O contrato mais gélido que poderiam encontrar, pois levaria o grupo para o teto de gelo, batalhar.

Bom dia, aventureiros. – ele dizia enquanto observava cada um dos que estavam presentes ali. – Tenho algo que talvez seja de seu interesse. – completou puxando de seu bolso um pergaminho.

Anuncio aqui, minha necessidade de contrato, levarei-os diretamente para o covil de uma fera e lá deverão batalhar até um homem resgatar. – embora a necessidade tivesse feito ele falar de forma muito mais simples, esse era o conteúdo do contrato. 

O grupo não pensou nem uma vez direito. Imediatamente aceitou aquela chance de se aventurar por lugares impensáveis e abraçaram a ideia, pois no sangue de pessoas como aquelas, apenas o desejo e sonho importam. Mas naquele momento, o desejo era distrair a mente, longe dos problemas para com os dragões de Tiamat.

Sem fazer esperar muito, cada um dos aventureiros ficou lado a lado para dar início ao ritual de teletransporte que Asmael faz toda vez, colocando o grupo na boca do perigo. 

Era uma caverna fria, feita de gelo puro. Se fossem tentar dizer onde fica, chutaria que nas terras geladas dos orcs. Cada um deles se preparou da forma que melhor podiam! Uns com escudos de fogo e gelo, outros com escudos comuns, mesmo, a maioria com magias, mas todos com bravura. Caminharam alguns instantes em direção à porta central que possuía um grande monstro entalhado, um tipo de monstro que todos ali conheciam.

Parece que até quando tentam evitar, encontram um dragão para batalhar. Acredito que cada um deles suspirou tão profundo, que sentiram o ar frio percorrer seus corpos quentes. Mas ainda assim continuaram diante das circunstâncias, não podiam se atrapalhar ou retornar, tinham um nome individual e coletivo a zelar.

Assim que atravessaram as portas de gelo, que inclusive traziam lembranças de uma vida antiga para Rylai, eles se viram deslumbrados com tantas colunas e adornos feitos inteiramente por gelo. Quase como um paraíso para a maga. 

Cada um caminhou em direção ao centro, não queriam ficar tão perto uns dos outros para evitar serem surpresos, mas também não se distanciaram tanto, pelo mesmo motivo. Vasculharam cada pedaço do local, um grande salão com escadas e até portas menores, como se um dia alguém tivesse morado ali… alguém além de uma fera. 

Aproximando-se de cada coluna, observaram que no interior, e talvez esse fosse o maior perigo, havia não apenas gelo. Nesse momento a pupila de alguns dilatou tão severamente pelo espanto que apenas retomaram consciência sob o som da voz de Escanor. 

Cuidado!!! – apenas isso, nada mais. Nada mais, porque ele teve que desviar de uma lança de gelo que vinha do alto da construção, enquanto uma fera que estava tão bem escondida, surge surpreendendo cada um dos membros que não fosse o leonino.

Naquele momento tudo ficou claro. As colunas não eram grandes o suficiente para sustentar o teto, seu interior não tinha apenas gelo, ali era o covil de uma fera e cada coluna um meio de manter cada corpo bem conservado. Estavam no covil do Horror de Gelo, um dragão.

No centro de uma parede que ficava de fronte para a saída, no outro extremo da sala, havia um mecanismo. Em cada canto, direita e esquerda, escadas subiam para outras portas, e bem naquele meio, desceu a fera monstruosa lambendo seus lábios e dentes. Foi dado o início do combate.

A luta foi tão feroz, flechas encantadas cortaram o ar com tanta emoção enquanto encantamentos de cura pareciam tomar posse de cada aventureiro ali sob o comando das estrelas de Stella. Disparos energéticos assumiram coletividade com forças psíquicas de aberrações enquanto o bruxo de Dao tentava aniquilar o mal que ameaçava o grupo. 

Embora Ysgramor, Escanor e Luke estivessem dando o seu máximo com suas armas tão bem polidas e com seus poderes, sejam cósmicos para o andarilho do horizonte, divino para o guerreiro dos deuses, ou puramente treino para o combatente; Rylai estava quase que se perdendo, mas graças à sua própria vontade ela foi corajosa e deixou o seu passado de lado por uns momentos. 

Entre baforadas e rajadas, garras e flechadas, gritos e rugidos, os membros daquela equipe viram a possibilidade de vitória se concretizando quando no último ataque, talvez em conjunto ou solo, a fera já cansada deitou-se no centro. Embora escondendo, Rylai ainda afetada pelas suas lembranças se aproximou e deixou que os seus companheiros percebessem que o dragão trazia coisas à tona que aquela menina não queria lembrar ou só não esperava recordar.

Fizeram cerimônias. Tanto as estrelas, quanto os gênios abençoaram aquele momento, seja com preces ou com um último minuto de conversa. Pois não havia mais volta, aquela fera, pôde finalmente descansar. 

Em sequência, encontraram aquele que se chama Nico, mas também encontraram algo que realmente não estavam esperando de forma alguma. A máscara branca. Asmael não compreendeu a magnitude do que estava ali até ver o que era aquele objeto, e, nesse momento, ele disse que até mesmo em disparos às cegas, coisas podem ser atingidas. A equipe retornou para a guilda de aventureiros, com um sorriso, um pouco de tristeza, mas também alívio. Pois o dragão branco fora derrotado e o artefato encontrado.

Um segredo, um mistério… uma incógnita.

Como eu posso dizer isso sem soar um tanto quanto estranho? Acho que não tem como… talvez se eu for direto ao ponto, vocês entendam mais rápido e eu possa voltar aos meus trabalhos. 

Bom, sobre uma das últimas máscaras de Tiamat, eu acho que vou ser bem claro. 

Quase que paralelamente a estadia do grupo que enfrentou o horror da neve, no salão da guilda renegados, estava um segundo grupo. Quill, Kyle, Luna e Arlong se dispunham a aproveitar algumas horas do seu dia monótono, no salão principal. Dentre as pouquíssimas informações adquiridas, mesmo com relatório, a disposição do grupo que fora contratado por ninguém menos que o goblin Keep era esta. 

Digamos que ao adentrar pelas portas amadeiradas da guilda de mercenários, o pequeno goblin já anunciava suas pretensões com simples frases do tipo: “Bando de merdinhas, eu tenho uma aventura para vocês. Se é que são capazes de sequer ter coragem para tal.” – inicialmente, alguns ignoraram, outros nem ouviram, mas o fato principal é que em algum momento alguém respondeu.

– Pois diga, então, o que você tanto tem para nós, que não seríamos capazes de fazer? – era a voz marcante de um pequeno tabaxi encapuzado com o véu da noite e olhos cintilantes. Quill ficara intrigado com tamanha prepotência por parte de seu novo contratante, então decidiu instigar o ego do humanoide enquanto Kyle acompanhava o assunto com seus olhos e ouvidos, há uma certa distância de todos. 

– Pois bem, me chamo Keep Kornoff. Um grande facilitador, digamos assim. Tenho para vocês uma aventura inédita, para que possam encontrar algo que me foi roubado. – Embora muito inusitado, ele esbanjava, certeza do que falava, nem mesmo Arlong, que acabara de virar uma caneca de cerveja, havia questionado a veracidade de um goblin ter sido roubado. Eu diria que inédito, não estereotiparam a criatura, que, de conhecer, acabaram.

Aquela conversa foi ganhando a atenção de cada mercenário, e, pouco a pouco, um quarteto já estava formado. Eu diria que cada um fantástico, ali. No final do repasse de informações, aquele grupo deveria ir em direção ao pântano que fica na região de Pelor, local onde vivem os humanos em demasia.

A viagem fora longa, tinham apenas um objeto que apontava sempre para o local a que tinham que ir. Como uma espécie de radar. Assim que adentraram no perímetro do pântano terrível, começaram sua busca… pouco a pouco foram encontrando uma extensa trilha de corpos e destruição. Os olhos dos aventureiros podiam ver que muitas pessoas haviam tentado ir ali recentemente, já seus narizes sentiram o forte odor local, além da presença de carne em putrefação.

Era ruim ficar ali, mas pior ainda era a sensação de estar sempre sendo observado, o que deixava cada um um tanto quanto perplexo, principalmente Luna, que apesar de ser uma druida, não havia estado naquela região, não naquele nicho específico. Os passos de cada um estavam ficando mais lentos, a respiração era mais difícil, como se o cheiro e a sensação de algo corroendo de dentro pra fora estivesse permeando os corpos armadurados.

Vejam bem, algo começou a dar errado a partir daqui. Pois os relatórios não descrevem nada além de uma grande clareira no meio do pântano e uma montanha de ossos junto de restos mortais de algumas criaturas. Segundo cada frase pincelada sobre o pergaminho, os aventureiros começaram a sentir seus corpos fumegantes enquanto seus olhos lacrimejavam, mas nenhum líquido havia saído das orbes.

“Foi quando meus olhos secos e minha pele ainda mais ressecada sentiram aquela sombra cobrir a pouco luz que transpassava as árvores e os ventos mover até mesmo as mais firmes, nos fazendo voar por pelo menos uns bons metros até o centro da clareira.  Eu pude ouvir o som da voz de Quill xingando a criatura, Luna e Kyle por outro lado resistiram completamente em silêncio, quase que de forma metódica.” 

Arlong, sob o ataque da fúria do pântano.

“Meu coração acelerou tão rápido que quase esqueci da leveza que um bladesinger deveria sentir, mesmo nesses momentos tão tensos. Tentei agarrar-me no primeiro galho que vi, mas parece que a fúria daquele monstro era tão grande, que suas asas arrancaram até mesmo os troncos mais resistentes do chão.  Se não fossem meus estudos, não poderia atestar outra coisa. Era um dragão negro adulto.”

Kyle, o mago das lâminas sob o ataque da fúria do pântano.

“Se pudesse voar para longe e me resguardar até ter um plano, teria feito isso. Naquele momento, mesmo sem ver, eu ainda senti muito mais forte, o poder daquele monstro.”

Luna, guardiã das matas.

“Mas que porra foi essa? Eu só lembrei de ter saído voando enquanto tentava me segurar na primeira moita que eu alcancei, merda.”

Quill, o atirador de elite.

Esse foi o depoimento de cada um, quando retornaram para a guilda. Mas o que mais me intrigou, é que depois de um imenso combate, que eu acredito que eles tenham tido, cada um deles estava impecável, e com um artefato tão poderoso que a própria Meira ordenou que Gordon selasse junto dos demais, impedindo que Keep Korloff pegasse para si. A máscara negra.


Este texto foi escrito pela Guilda Renegados um servidor do Discord onde você pode se tornar membro e ter um universo de diversão a seu dispor! Para entrar no servidor é só clicar Aqui!

Palestras – Cobertura Diversão Offline 2022

Nos dias 18 e 19 de Junho ocorreu o Diversão Offline edição 2022 (DOFF 2022), entre muitos expositores, incluindo as Editoras parceiras do Movimento  RPG, que disponibilizaram uma verdadeira variedade de jogos de tabuleiro para serem experimentados, também houve muitas palestras que com certeza agradaram todo o público que estava no evento, pois ofertaram muitos temas. Foram tantas atividades no evento que dividimos a cobertura em duas partes, aqui contendo as palestras que acompanhamos no DOFF 2022 e a inauguração da área de protótipos, que você pode conferir em Liga Brasileira das Mulheres Tabuleiristas na DOFF 2022 – Movimento RPG.

Novos Talentos em Jogo: Como Projetos de Impacto social vem Transformando a Economia no Setor de jogos

A abertura deste debate, ocorrido no dia 18 de junho, sábado, coube a Bárbara Côrtes, liderança da Liga Brasileira das Mulheres Tabuleiristas. Em sua fala, foi possível perceber uma série de provocações ao público, relacionadas aos jogos como “…as faíscas de uma nova linguagem…”, contexto esse que permitiu uma explanação sobre os conceitos que podem ser estruturados a partir de uma dada narrativa, ou ainda como determinadas temáticas podem ser usadas de maneira construtiva e estratégica para apontar práticas e hábitos, narrativas e sistemas de pensamento, relações e afetos, fazendo assim com que jogar não seja apenas um ato ingênuo ou lúdico. Com o encerramento da abertura, passou-se a composição da mesa sob mediação de Luiza Pirajá do grupo “Joga na Mesa”, com participação de Patrícia Nate do grupo “Lady Lúdica”, professora Silvanir Souza, autora de “Aedes do Egito” e Rennan Gonçalves da editora New Player Studios.

O debate articulou-se sobre a linguagem como ferramenta de mudança da realidade, ato de construção e significação da realidade, com amplo questionamento sobre quais alternativas são necessárias para que mulheres, pessoas pretas e grupos de minorias possam ser contemplados por game designers para que seus produtos de fato incluam e provoquem identificação nos variados e múltiplos consumidores. Pequenos projetos levam a construção de novos significados por meio de escolha de linguagens, desta maneira ficou claro entre os participantes a ênfase necessária em produtos feitos por mulheres e público LGBTQIA+ tendo em vista a construção e articulação de novas comunidades e grupos de jogadores, fato que realçaria o protagonismo, tão necessário ao cenário atual de jogos modernos de tabuleiro. Durante o debate houve abordagem da dificuldade e dos desafios de inclusão destes grupos em comunidades de jogo, uma reflexão necessária sobre estigma social e estrutura inclusiva, fato que em si abriu uma ponte para a construção e estratégias para uso de jogos na educação, espaço ideal para iniciar transformações sociais. Citaram Black Stories e a curiosidade científica, com utilização da gamificação para o aprendizado, ou ainda mecânicas balanceadas, focando a não eliminação precoce, mas sim a experiência de aprendizado compartilhado somados à preocupação artística, estética e localização na adaptação de jogos para sala de aula. Finalmente, houve espaço para diálogos sobre os Afrogames, tendo em vista a necessidade de valorização de culturas marginalizadas e negras com ênfase à Afrocentricidade.

Trans-Inspiração: A Representatividade Trans no RPG

Participantes: A mediação aconteceu por meio de Alice Monstrinho que conversou com xs participantes Naomi Maratea (Contos Lúdicos), Nina Sartes (RPGay – SeJoga) e Yui Taguchi (Game Designer Dumativa). Xs palestrantes abordaram diversos temas pertinentes a realidade da comunidade LGBTQI+, principalmente referentes às pessoas transgênero, bem como fizeram apontamentos críticos a algumas obras e até mesmo jogos que são conhecidos e comuns nas mesas de board game e RPG. 

 A realidade 

Durante a palestra, um dos pontos mais profundos a serem debatidos foi o seguinte; imaginemos um cenário onde os maiores autores, os mais queridos dentre eles, as nossas referências, fossem de fato excludentes com você. Imagine mais do que isso, que os jogos que você gosta de jogar, que o board game ou o seu RPG favorito, em um momento de diversão e descontração, fosse excludente com alguma condição ou escolha da tua vida. Do mesmo modo deveríamos compreender as dores que são causadas à população trans quando um RPG se refere a transsexualidade como um “defeito” dentro do jogo, ou quando um board game diz que “um homem não poderia usar saia”. Esses são hobbies que teriam por objetivo trazer leveza, humor e diversão e de certa forma trazem, mas a quem?

Devemos discutir o contrário da exclusão, como foi colocado pelxs palestrantes. Dessa forma, a inclusão é o termo correto a ser discutido e executado. Inclusão dentro do RPG e dos Board Games é tornar um jogo normalmente acessível a todos, sem ofensas as pessoas cis (que se identificam com o gênero biológico), trans (que se identificam com o gênero oposto de seu nascimento), não-binário (que não se limitam as categorias masculino ou feminino), encontrando uma forma de englobar a todxs, abraçar e divertir a todas as pessoas, independentemente de sua orientação e identidade. Portanto, a inclusão é chamar pra jogar, narrar, fazer parte, não acreditando na política de que um ou dois são o necessário, mas chamar as pessoas que você conhece e que são trans para fazerem parte da comunidade.

O RPG foi abordado como um processo prazeroso, pois a ferramenta de interpretação e experimento de papéis diferentes, proporciona, segundo xs palestrantes, a possibilidade de vivenciar outros infinitos papéis para além de suas próprias vidas, e isso, como é sabido, proporciona auto compreensão, descobertas novas e logicamente a diversão.

Ravenloft: Terror no RPG Desde a Origem – Rogério Saladino

E domingo foi dia de palestra com o ilustre Rogério Saladino, uma figura emblemática do nosso RPG nacional e eu não pudemos perder.

Nesta fase do evento, nosso palestrante trouxe um pouco de sua experiência e amor a cerca de uma das mais bem sucedidas aventuras para Dungeons and Dragons: Ravenloft e com foco no Game Design da coisa toda, Saladino elucidou o tamanho da revolução que essa aventura trouxe ao mercado do RPG em geral e não somente para D&D, na época, em sua primeira edição.

Lançada em 1983 e criada por Tracy e Lauren Hickman, Ravenloft quebrou vários paradigmas do que seria uma aventura para RPG. No início, eram algo que se resumiam em exploração de masmorra, alguns itens mágicos e monstros novos e até aquele momento, estavam todos muito bem com isso, porém, com o advento dessa aventura, surge um Game Design diferente para o que é hoje Dungeons and Dragons. 

Além de ser a primeira história a sair do modelo capa e espada heroico de D&D e sendo inspirada livremente em Drácula e seu horror gótico, Ravenloft traz em cena um vilão, Strahd, que não é somente algo a ser derrotado, mas um personagem que possui motivações e que permanece envolto a uma história que contextualiza o ambiente de maneira mais realista, dadas as devidas licenças poéticas. Ravenloft, pensada para funcionar como um filme de terror, coloca heróis em posições de fragilidade e inaugura elementos não vistos em outra aventura de tamanho sucesso comercial, até o momento.

Sobre a revolução no mercado? Ah sim, Ravenloft mostrou a quem gosta de RPG que era possível inovar, sair da caixinha do sucesso pré-estabelecida e com isso muita coisa foi criada, inclusive fora da TSR – editora responsável por Dungeons and Dragons na época – onde editoras puderam lançar cenários variados, até mesmo em concorrência a própria editora TSR.

Como mais uma prova da força dessa aventura, Ravenloft ainda inspira toda a criação de um cenário homônimo e sobrevive ao longo das edições de Dungeons and Dragons com pouquíssimas alterações em seu cerne, com um detalhe, Ravenloft não existiu apenas na quarta edição de D&D.

Atualmente Ravenloft existe como cenário para quinta edição no livro “Van Richten´s Guide to Ravenloft”, ainda sem tradução para o Brasil e no livro “A maldição de Strahd”, traduzido pela Galápagos e você pode adquirir isso tudo clicando aqui.

Maternidade e os Jogos 

Participantes: A mediação aconteceu por meio de Rayssa Galvão, falando com as participantes Mônica de Faria (jogos e imaginários), Aline Kroetz (joga família), Fernanda Sereno (Organizadora do Diversão Offline) e Ly Pucca (Idealizadora do Projeto Lúdico Jovens e Crianças Offline). As participantes relataram como é o exercício de maternar e ainda serem jogadoras, tanto de board games como de RPG. O tema é completamente pertinente não somente ao público feminino, como foi muito frequentemente e acertadamente apontado, é relevante para os homens e todo público adulto.

A realidade das mães 

O hobby, seja board game ou RPG tem como grande objetivo a jogatina e, por consequência, a experiência divertida de socialmente estar com seus amigos ou até mesmo de conhecer pessoas novas enquanto joga. Essas eram experiências comuns das mulheres antes de se tornarem mães e, faço já o primeiro adendo, mães não deixam de ser mulheres, adultas, que também tem não só a necessidade como o direito de lazer e da cultura, entretanto a experiência de ser mãe e de precisar estar disponível – bem como os pais deveriam fazê-lo – para as crianças é sentido como grande impedimento para a diversão de alguns grupos. Isto porque a sociedade é, ainda, adultocêntrica, pouco preocupada em compreender o universo infantil e suas particularidades. Por isso mães são postas na posição de únicas cuidadoras dessas crianças, quase perdendo o direito de poder jogar.

Como de costume, paulatinamente as mães retomarão seus hobbies na medida em que as crianças forem cada vez menos dependentes dos cuidados maternos, e isso significa que aos poucos retornarão para os jogos, primeiro, jogos mais rápidos no lugar de aventuras extensas, posteriormente, a preocupação é a diversão e não apenas seguir um montante de regras, muitas vezes inacessíveis a realidade dos pais. Para que retornem ao seu lazer, os adultos que participam dos jogos devem ser compreensivos com as crianças também, é comum que o comportamento das crianças seja dinâmico, curioso e por vezes inquieto, sendo esse comportamento saudável e esperado deveria ser melhor tolerado. Afinal, por razões como as expostas, os homens que dominam o cenário do board game e do RPG tornam esse hobby menos convidativo para mulheres, principalmente se forem mães.

 Mudanças necessárias

Para além das questões da exclusão do gênero debatidas, foi abordado que o hobby é pouco convidativo para crianças, uma vez que em sua maioria exigem níveis de alfabetização, dessa forma tornar os jogos ainda mais acessíveis é uma tarefa árdua não só dos autores e das editoras, bem como dos jogadores. Acolher mulheres, sejam elas mães ou não, para a diversão oferecida pelo jogo, deixando de lado o máximo que for possível da falácia de que existe apenas uma maneira rígida de se jogar. O que implica em uma necessária expansão de visão para os homens, jovens ou não, pais ou não que são jogadores de RPG e Board Game, para o acolhimento de todos os públicos. Somente assim, com todo esse amadurecimento que o cenário precisa ter, os jogos serão interessantes para uma família como um todo.

Por fim e não menos importante, convidar uma mãe para jogar é sempre uma forma muito acolhedora, ainda mais quando o tempo dessa mulher é respeitado e sempre lembrados de uma frase recorrente no universo do RPG; a famosa regra de ouro “diversão é a regra mais importante”.

Parentalidade e Jogos de Tabuleiro: Jogatinas de Pais para Filhos

Participantes: A palestra foi mediada por Leandro Nunes e os participantes são Éderson Ayres e Aline Kroetz (Canal Joga família), Isabel Butcher (Curió Jogos) e Paulo Henrique e Karine Rocha (Covil dos Jogos). Os assuntos abordados remetem ao fato de serem pais e introduzirem os jogos aos seus filhos, praticando o hobby do board game em família. 

 Família e as estratégias para crianças 

Passar a paixão do jogo para o filho, paixão de se divertir e descobrir jogando. Essa foi uma reflexão feita por cada um dos participantes, em diferentes momentos e cada qual a sua forma. Quando esses pais vão relatar suas experiências, eles parecem pouco preocupados com a manutenção do jogo como ele é criado para ser, ou seja, demonstram o interesse em jogar e se divertir e não apenas em seguir o manual de regras. Os pais relatam a experiência de expor os jogos desde que seus filhos eram crianças pequenas (parece redundante, mas se referem a crianças de 1 ano de idade, especificamente), onde apenas brincar com as peças era o verdadeiro interesse e pouco interagiam com as outras possibilidades dos jogos. Crianças são, como já tratado em outras palestras, curiosas e agitadas, e essa é a sua condição. Por isso, os pais, compreendendo a natureza de seus filhos, compreendem que jogar com outras regras e adaptá-las de acordo com o interesse de seus filhos é como incentivá-los e introduzi-los ao hobby e a essa paixão aos poucos e de acordo com o ritmo e processo de desenvolvimento de cada um.

As crianças irão brincar, manipular cada jogo e isso constrói uma memória afetiva que não é somente importante para criar interesse no jogo, mas é a memória de uma família como um todo. Com o tempo, as crianças vão criar seus próprios interesses e diferenças dentro dos jogos e irão procurar por suas preferências. Os jogos devem ser ofertados às crianças na medida do amadurecimento de cada um, dentro de seu próprio limite para que se possa criar o genuíno interesse.

 Crianças e os Jogos

Tudo é interessante e novo para o universo de uma criança que está se descobrindo em um ambiente, por isso, construir um ambiente lúdico e convidativo para a sua realidade é frutífero. Um ambiente que a criança possa mexer, mover, organizar, desorganizar, criar, construir, é relevante para que ela se sinta incluída naquela brincadeira (e não é isso que nós adultos também fazemos, brincar?).

Para apresentar o hobby para uma criança ou adolescente não é diferente de apresentar para um adulto que ainda está fora deste meio, é preciso pegá-lo pelos seus interesses. Há aqueles que preferem um cenário competitivo, outros, um jogo cooperativo. Crianças e adolescentes querem se sentir em um ambiente seguro, dentro de seu próprio núcleo familiar. Por isso, respeitar as diferenças e interesses que cada um de seus filhos podem ter, é incluí-los, de acordo com sua própria realidade.

Empreendimentos com Jogos: Importância e Responsabilidade

Participantes: A palestra foi mediada por Lucas Ribeiro, com participação de Eric Bispo e Karina LaFarina (São Jogue), Rafael Sales (Encounter Board Games), Rodrigo e Diego Cuesta (Hands Board Games). Os palestrantes discutiram sobre as formas de empreendimento e o mercado de Board Games no Brasil, como uma oportunidade e forma de agregar ainda mais jogadores novos ao amado hobby.

Jogos, Bar e Comida

Com uma fórmula perfeita entre diversão, bebidas e comida boa, os palestrantes apresentam seus bares, cada qual com suas características únicas, e ainda com a proposta de tornar um ambiente convidativo para que grupos possam jogar board game enquanto se divertem socializando. Todos apresentam logísticas singulares, quase como se os jogos fossem um evento por si só.

Grandes bares, temáticos e com estratégia detalhadas de monitoria, jogos para cada tipo de público, os palestrantes apresentam as visões de empresários para abrir mais possibilidades de board game, mesmo durante o período pandêmico – quando foi necessário fazer aluguel de board games por conta do distanciamento social. Os bares apresentam uma identidade convidativa, desejando proporcionar mais do que apenas um ambiente detalhado, mas sim experiências únicas para cada grupo de jogadores, sejam expedientes ou novatos no hobby.

 Diferencial

Primeiramente, os bares apresentam as temáticas de board game, o que por si só já é um grande diferencial. Posteriormente, alguns mostram um espaço extenso e totalmente diversificado, bem como salas temáticas de Harry Potter, Stranger Things e Star Wars. Dentro desse espaço, sua turma teria uma experiência globalizada, integral do hobby e da cultura nerd/geek. Tudo é pensado para tornar essa experiência agradável, iluminação, sonorização, cenários, atendimento, monitoria, acessibilidade e comida de boa qualidade.

Não poderiam faltar a diversidade de jogos, com bibliotecas com 200 a mais de 1000 jogos dentro de uma possibilidade de escolha. Existe uma preferência por introduzir novatos com jogos mais rápidos, de fácil entendimento e explicação mais fluida.

Por fim, os palestrantes expõem que esse serviço é como uma vitrine para as editoras, os materiais e os board games como um todo, o que significa que introduzir as pessoas nestes cenários apenas enriquece esse campo que cresce muito e crescerá ainda mais com o passar do tempo.

Jogar para Transformar: Como os Jogos Ensinam, Incluem e Desenvolvem a Sociedade (BG)

Esta palestra ocorrida no dia 18 de junho; sábado, contou com a participação de Arnaldo V. Carvalho, terapeuta e educador UFRJ, Fabio Medeiros, psicólogo e educador UFSC, Bianca Costalonga pedagoga, brinquedista e Kátia Regina Nogueira fonoaudióloga e psicopedagoga. A estrutura desta apresentação foi organizada de maneira que cada profissional tivesse espaço para expor suas considerações a respeito do tema, demonstrando assim que o ato de jogar pode assumir variados significados na transformação da sociedade. Bianca Costalonga abordou o brincar e jogar, são elementos necessários para desenvolvimento cognitivo. Citou como jogos de tabuleiro auxiliam no desenvolvimento de coordenação motora, aumento de repertório e ampliação de competências socioemocionais. Sua análise cuidadosa, permite aos pedagogos extrair pistas para fazer inserções, orientações ou intervenções para potencializar resultados do processo de ensino e aprendizagem. Kátia Regina Nogueira enfocou o jogo como ferramenta social para fortalecer relações interpessoais e superar desafios cognitivos e sociais. Para o indivíduo mudar há necessidade de mudar o contexto. O trabalho com crianças autistas e sua evolução com os jogos com adaptação das regras e a maneira como as estratégias lúdicas abrem portas para aprendizados e desenvolvimento de competências e habilidades foi explorado com variados exemplos de sua carreira profissional exitosa, na qual a educação sempre esteve direcionada para autonomia em detrimento às deficiências com as quais teve contato. Fabio Medeiros explorou o jogar com o outro, como ato de cooperação, linha de pensamento de Vygotsky, no qual o desenvolvimento do ser humano usa uma perspectiva sociocultural. Citou o RPG e o ambiente simulado narrativo como ferramentas educativas poderosas que permitem o despertar da sensibilidade do olhar para o outro, nas relações empáticas. Comentou ainda o desafio extremo por si nesta troca que ocorre entre o ensinar e aprender. Arnaldo V. Carvalho acrescentou às discussões, reflexões sobre a observação e desenvolvimento da paciência, maneiras de estabelecer vínculos de sociabilidade. Enfatizou o ato de jogar como uma experiência de simulação da realidade que permite o aprendizado em ambiente seguro, seguido da possibilidade de combater ou minimizar problemas atrelados ao comportamento inibitório.

Jogo de Branco: A Falta de Diversidade mos Jogos de Tabuleiro

A realização deste debate, ocorrido no dia 19 de junho; domingo; teve mediação de Jorge Valpaços da Lampião Game Studio/RPGay, com participação de Isabel Barbosa do grupo São Jogue, Sanderson Virgolino da Casa do Goblin, Thiago Rosa da editora Jambô e Luciano JJ do grupo Jogos e Quilombagens/Jornal Empoderado. A estrutura deste debate respeitou a fala inicial do mediador, com efetivação de três rodadas de perguntas centradas  na  falta de representatividade, game designers e produtores de conteúdo que abordam a cultura preta e também periférica. Durante o diálogo firmado pelos participantes ficou evidente a falta de diversidade e pluralidade, carência do locus enunciativo com emudecimento de grupos pretos e minorias. Debateu-se o ativismo negro e a importância dos afrogames como elementos de construção de vínculos e representatividade, atitude necessária para romper a bolha de jogos eurocêntricos. Enfatizou-se ainda como a construção de um currículo oculto nas escolas enfatiza valores culturais estabelecidos de brancos, enaltecendo-os, fato que deve ser combatido, já que se atrela ao preconceito estrutural. Todos os participantes citaram a importância do lugar de fala, com letramento racial e construção de uma identidade que combata a invenção da superioridade e autoridade da “branquitude”. Citaram ainda a dificuldade de abordar o preconceito estrutural em jogos de tabuleiro, assim como a luta contra o racismo recreativo. Enfocaram que produção de jogos de tabuleiro moderno devem quebrar estereótipos étnicos e culturais. Há necessidade de narrativas que trazem ressignificação para indivíduos pretos, realçando a voz de movimento sociais, começando por eventos como diversão offline, que podem e devem conectar pessoas, dar oportunidade e visibilidade às camadas mais oprimidas da sociedade.


Ufa!

E não assistimos todas as palestras, afinal também aproveitamos um pouco do evento. Já adianto que estamos ansioso pelo ano que vem!

Galeria de Fotos


Palestras – Cobertura Diversão Offline 2022

Autores: Jefferson de Campos, José Lima Junior, Kastas
Organização e Revisão: Isabel Comarella
Montagem da Capa: Douglas Quadros
Fotografia: Bianca Bezerra

RPGCON 2022 – Taverna do Anão Tagarela #48

Nesta edição da Taverna do Anão Tagarela nós recebemos Edson Júnior e Leandro Lisboa para falar sobre a RPGCon 2022 e o desafio de organizar uma convenção de RPG totalmente online.

A Taverna do Anão Tagarela é uma iniciativa do site Movimento RPG, que vai ao ar ao vivo na Twitch toda a segunda-feira e posteriormente é convertida em Podcast. Com isso, pedimos que todos, inclusive vocês ouvintes, participem e nos mandem suas sugestões de temas para que por fim levemos ao ar em forma de debate.

Portanto pegue um lápis e o verso de uma ficha de personagem e anote as dicas que nossos mestres vão passar.

‎Assunto:‎‎ RPGCON 2022


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E-mail: contato@movimentorpg.com.br – Tem dúvidas sobre alguma coisa relacionado a RPG? Mande suas dúvidas para nosso e-mail.

RPGCON 2022

‎Host: ‎‎Douglas Quadros.‎‎ ‎
‎Participantes:‎Raul Galli | Edson Júnior e Leandro Lisboa
‎Arte da Capa:‎‎ ‎‎Raul Galli.‎

Missão Vepar – Competição de Contos e Textos #02

Na Torre do Mago, todo mês ocorrem diversos eventos com premiações. No mês de novembro de 2021, realizamos o aguardado evento “COMPETIÇÃO DE CONTOS E TEXTOS”, pelo qual, seguindo determinadas regras, o participante poderia postar uma história, um gancho narrativo, uma experiência e, até mesmo, uma fanfic de sua mesa de RPG favorita e disputar o primeiro lugar por meio de votação do público do servidor.

As três melhores publicações serão postadas aqui para vocês. Em uma primeira oportunidade trouxemos o conto intitulado Refúgio de Ignis (Raquel Naiane). 

Nesta oportunidade trazemos a Fanfic Missão Vepar, da autora Grazi Silva. Conto baseado na mesa de RPG chamada Igreja Silenciosa, do servidor da Torre do Mago.

Missão Vepar

O grupo se encarou quando chegaram à frente das portas do grande armazém, no qual, segundo suas fontes, um carregamento da Igreja Silenciosa estava para sair e em um dos caixotes estaria um livro que conteria rituais importantes e informações valiosas sobre seu atual líder, Magnus von Volpe. Em razão disso, ali estavam eles, para mais uma missão.

Antes que qualquer um dos cinco pudesse falar algo, ouviram um barulho vindo por trás. Como um só, o grupo se virou sacando suas armas, Lucius empunhava um revolver, quem olhasse de perto poderia ver pequenas marcas que, em contato com a pele do portador, acrescentava uma pequena luz vermelha à arma; Hely segurava uma bengala que há muito foi tomada de um ocultista da Igreja Silenciosa, depois de muitos estudos ela conseguiu descobrir alguns dos seus funcionamentos, não que isso não tenha cobrado seu preço; Ace tinha em suas mãos quatro cartas de baralho, mas não eram cartas normais, suas bordas pareciam mais afiadas e, quem o conhecia, sabia que elas se multiplicariam em um ataque emanando grande energia mística; Merlia desembainhou sua espada, que antes era rodeada por uma nevoa preta, agora brilhava em uma luz celestial. Ao seu lado, Eliza equipou sua marreta modificada, que brilhava em uma luz laranja, entretanto, o que mais chamava atenção eram as presas que saíram de sua boca, junto com as veias negras que saltavam ao redor dos seus olhos.

Tendo sua visão aprimorada, foi Eliza quem reconheceu a origem do barulho, ao ver seu antigo inimigo e agora colega, Patrick Scott saindo das sombras. Abaixou, então, sua marreta e recolheu suas presas, colocando uma mão ao redor do braço de Merlia, alertando o grupo:

– Está tudo bem gente, é só o filhote de Paimon.

– Que recepção calorosa que eu recebo depois de um tempo sem nos vermos. – Patrick falou brincando, enquanto recebia um abraço acalorado de Lucius e acenos dos outros da equipe.

– Você nos assustou – Hely disse indo em direção aos dois homens – O que está fazendo aqui?

Enquanto os três trocavam amenidades, Merlia, Ace e Eliza olhavam suspeitos ao redor, antes de se voltarem novamente para o armazém tentando ver se chamaram a atenção de alguém ali dentro.

– Paimon me guiou até aqui, ele sentiu que aconteceria algo perigoso e eu deveria intervir – Patrick falou mais baixo enquanto eles se aproximavam do trio que estava próximo ao armazém – Eu deveria ter suspeitado que encontraria vocês aqui. Afinal, sempre que tem algum problema vocês estão envolvidos, é incrível, a DCAP não cansa de ferrar a vida de vocês.

Ele pôde sentir, mais do que ver, o grupo todo revirando os olhos na mesma hora, o que levou um sorriso ao seu rosto. Por mais que o começo com eles tenha sido espinhoso, depois de uma missão perigosa em que se ajudaram mutuamente, acabaram criando um vínculo, mesmo tendo suas diferenças, conseguiram perceber que tinha um objetivo em comum: ajudar aqueles que não poderiam lutar por si mesmos.

Ele olhou mais atentamente para seus companheiros, notando suas posturas e aparências. Ace tinha uma cicatriz que começava em cima de sua sobrancelha esquerda e descia até seu maxilar, Patrick se lembrava quando o vampiro o arranhou com sua garra, o grupo ficou preocupado, pensando se aquilo custaria sua visão, mas após uma noite de descanso, se surpreenderam quando Ace apareceu com uma cicatriz no local e um olho metálico que irradiava uma aura divina. Merlia e Eliza pareciam mais próximas do que nunca, foi uma grande surpresa para a equipe quando perceberam que elas estavam juntas, fato este que arrancou sorrisos dos mais velhos. As duas eram as mais novas e já tinham passado por muita coisa, mereciam alguma felicidade.

Quando descobriram que Eliza havia se transformado em vampira, todos ficaram receosos, especialmente por ela estar sempre muito próxima da mais nova. No entanto, Merlia foi a primeira a defender sua amada, sendo visível por todos que Maya, o alter ego dela, as defenderia caso fosse necessário. Foi por esses motivos que os demais decidiram não fazer nada, mesmo ficando atentos aos atos da vampira.

Além disso, aos poucos todos puderam notar pequenas mudanças em Merlia, especialmente Patrick, pois Paimon não se sentia à vontade perto dela, mais tarde vieram a descobrir que ela tinha sido escolhida por anjos. “Uma vampira e uma serva de um anjo, com certeza um casal interessante” Ele pensou.

Os dois últimos, Lucius e Hely eram os que ele mais tinha intimidade, especialmente Lucius, tornaram-se amigos improváveis, mas conseguiam se entender. Hely tinha uma aura escura ao seu redor, Patrick conseguia enxergar isso com a ajuda de Paimon, pois sua alma parecia atrelada com a bengala, a qual parecia manejar muito bem. Hely possuía em seus olhos um cansaço que não deveria existir em alguém tão jovem.

Lucius, ao seu lado, guardava o revólver que havia sacado momentos antes e Patrick pôde ver que as marcas do revólver, na verdade, vinham da mão de Lucius, tendo a certeza que, para conseguir tais marcas, ele tinha feito um ritual de sangue perigosíssimo, mas nos olhos do antigo detetive Patrick só conseguia ver determinação.

Quando eles se juntaram, Lucius de repente ficou parado e seus olhos ficaram totalmente brancos, os outros olharam em sua direção esperando a confirmação para poderem avançar, quanto mais tempo ele demorava, mais seus colegas iam ficando temerosos, eles conseguiram perceber que pequenas linhas brancas iam descendo pelo rosto do homem conforme o esforço dele aumentava. Após alguns minutos de espera, Lucius retomou a consciência, seus olhos voltaram ao normal, olhando alarmado para os outros.

– Com certeza o local é esse, pude sentir mais perto cinco presenças leves e uma realmente maligna, mais para o fundo parece ter algo que irradia certa energia, suspeito que seja o livro que procuramos – Ele disse já pensando em possíveis movimentos que o grupo poderia fazer.

– Que livro? – Patrick questiona um pouco perdido, vendo que os outros o ignoram ele tenta de novo – Que livro? Aliás, o que vocês estão fazendo aqui?

– Como você disse, em uma missão da DCAP, não é óbvio? – Merlia fala revirando os olhos, a cada dia ela estava mais parecida com a personalidade da Maya.

– Podemos cuidar dos seguranças aqui da frente, enquanto você desaparece e pega o livro, que tal? – Hely, que também ignora Patrick, dirigindo-se para Merlia.

Eliza, por um momento reluta, não gostando da ideia, mas o casal se entreolha e parece se entender, mesmo sem dizer uma palavra. A ruiva desiste de argumentar, seus ombros caem em decepção, mas só acena para a namorada.

– Claro, provavelmente serei rápida, Lucius não conseguiu sentir nenhuma aura mágica por lá, os guardas devem estar todos aqui na entrada, quando eu terminar, venho ajudar vocês. – Merlia diz chegando perto de Eliza, mas olhando para os outros.

Todos acenam com a cabeça, um pouco preocupados, mas sabendo que seria a melhor opção, pois a mais nova já mostrou que conseguia se virar muito bem, caso precisasse se proteger. Merlia, aproxima-se, então, de sua namorada e encosta seus lábios contra os dela, as duas ficam, por um breve momento, com as testas juntas se olhando. Merlia é a primeira a se afastar, pegando um véu de sua mochila e colocando-o em sua cabeça. Ao fazer isso, pronuncia algumas palavras angelicais, cobrindo totalmente a face e desaparecendo completamente, nem mesmo Paimon consegue sentir sua aura, é como se ela simplesmente nunca estivesse ali.

Pouco antes dela cobrir todo seu rosto, Patrick consegue enxergar pequenas gotas de sangue escorrendo, ele olha assustado para os outros, mas o grupo, até mesmo Eliza, parece achar algo normal.

– Vamos lá, quanto mais rápido a gente começar, mais rápido vamos terminar. – Lucius diz abrindo a porta devagar – Eles estão um pouco mais adiante, acho que podemos entrar sem problema nenhum.

Ele mal termina de falar quando uma luz vermelha começa a piscar, alertando a sua entrada, em uníssono todos olham para ele, que parece envergonhado, mas não perdem tempo e entram no armazém com suas armas a postos. Antes dos inimigos começarem o ataque, o grupo consegue encontrar cobertura em algumas caixas e pilares do local.

Eliza é a que está mais fundo no armazém, atrás de um grande pilar. E, um pouco mais atrás, está Ace. Do outro lado, Lucius já tenta ter uma boa visão dos inimigos, com Hely ao seu lado, segurando com mais esforço a bengala que começa a dar à sua portadora uma aura mágica. Patrick consegue encontrar um pilar mais próximo à entrada e esconder-se, pegando sua adaga.

Como alertado por Lucius, cinco pessoas aparecem, porém não são pessoas comuns. Dois deles tem sinais macabros na testa, como se fosse feito por uma faca sem corte. Não muito longe deles, o grupo se assusta ao ver duas mulheres, cujos olhos parecem terem sido arrancados, deixando apenas dois buracos negros, mas que estranhamente conseguem focar exatamente no lugar que Lucius e Hely estão.

A quinta e última pessoa a aparecer é uma criança com, aparentemente, sete anos, seu sorriso é largo, mostrando seus dentes pontiagudos, seu olhar mostra uma maldade que não pode existir em alguém tão jovem.

A criança ergue a mão e uma energia negra vai em direção ao pilar que Patrick está escondido, ao sentir algumas partes do concreto se despedaçarem e caírem ao seu lado, ele se abaixa. Ao mesmo tempo, uma das mulheres dá um passo na direção das caixas que Hely e Lucius se posicionaram, enquanto entoa algumas palavras e o casal consegue ver um círculo aparecendo ao seu redor, no chão.

Ace, aproveitando a distração, joga quatro cartas no homem mais próximo, ao chegar perto do alvo, as cartas se multiplicam, emanando forte energia mística, fazendo cortes profundos em seu corpo, uma das cartas chega a cortar gravemente o rosto. O inimigo, em uma tentativa de se proteger, corta sua mão e recita umas palavras, fazendo seu corpo ensanguentado desaparecer. O segundo homem, vendo que o seu colega desapareceu, olha na direção de Ace e vai correndo ao seu encontro depois de também fazer um corte em sua mão. Ele, porém, não percebeu Eliza, a qual vê a oportunidade e se joga, conseguindo tirar um pedaço do ombro do inimigo com suas presas, agora a mostra.

Sem pensar duas vezes, Hely ergue sua bengala e uma fumaça surge da sua ponta e vai em direção a boca da mulher sem olhos, impedindo-a de invocar qualquer ritual. Mas o movimento foi em vão, pois o círculo desconhecido ao redor deles continuava e uma mancha de sangue começa a aparecer na blusa de Hely por usar a bengala.

Patrick consegue finalmente se concentrar para fazer um ritual, fazendo surgir, do chão, duas figuras demoníacas: a primeira parece um cachorro grande com três cabeças, partes da sua carne está faltando e no seu lugar é possível ver um fogo infernal, a outra possui a forma de uma aranha gigante, energia maligna emana de tais figuras. A segunda mulher sem olhos, dispara um feixe de energia em direção à Lucius, causando um corte em seu braço esquerdo, ele levanta seu revolver, as marcas se acendem quando alimentadas com o sangue da mão dele, que atira na mulher e a atinge no peito.

A criança dá um sorriso vendo as criaturas infernais surgirem e antes dela fazer qualquer movimento, uma figura se aproxima lentamente do fundo, sua aura preenche toda a sala, causando arrepios em todos, especialmente em Hely que reconhece o demônio que enfrentou em sua primeira missão, Vepar.

– Olha quem temos aqui, achei que você já teria sido morta, junto com aqueles seus amiguinhos – Vepar fala com um sorriso debochado.

– Pelo o que eu me lembro, foi você que quase foi morta e controlada por uma simples adolescente – Hely responde, arrependendo-se imediatamente, quando percebe a expressão de Vepar fechando e lançando sobre ela uma luz verde. A médica tenta se esquivar, mas se vê presa pelo círculo ao seu redor, quando a luz verde a atinge, ela sente uma parte de sua barriga começar a doer, ao erguer sua blusa ela vê sua pele enegrecida, já formando pus.

A criança ri e se volta para as criaturas, ela lança um feixe de luz no cão, deixando-os atordoados. Do outro lado, a mulher com fumaça na boca, percebendo que não conseguirá se livrar por meios normais, pega sua adaga, cortando-se e indo em direção a Hely.

Ace, vendo que Eliza atingiu o homem, pega sua faca e corta o pescoço dele, com suas forças finais, o homem leva sua mão no pescoço de Eliza, a queimando gravemente, Eliza, então, desprende-se do homem com as mãos na garganta. Com raiva, Eliza enfia as presas no ocultista semimorto, sugando seu sangue e se curando no processo, finalizando-o.

Hely abaixa sua camisa, tentando ignorar a dor e mais uma vez levanta a bengala na direção da mulher que está vindo em sua direção, a fumaça que estava só amordaçando-a começa a descer por sua garganta, queimando seus órgãos internos, a mulher sem olhos cai de joelhos.

Patrick, bastante ferido pela invocação de suas criaturas, ao fundo, esconde-se no pilar e começa a procurar em seu livro algum exorcismo potente para combater Vepar, enquanto isso, seu cachorro continua atordoado, mas seus olhos começam a brilhar de raiva, a aranha vai em direção a criança, fincando suas garras nela.

A mulher atingida por Lucius, ergue suas mãos e o corte feito em Lucius, começa a abrir, sendo possível ver os músculos sob a pele, fazendo o sangue escorrer por seu braço, ela abre um sorriso de deleite. Porém, mesmo dominado pela dor, Lucius consegue levantar seu braço direito e acertar uma bala diretamente na cabeça, matando-a.

Os olhos de Vepar ainda brilham de ódio, enquanto ela caminha lentamente em direção de Hely, mexendo as mãos e fazendo com que a região enegrecida sob a blusa aumente.

A criança, mesmo sendo empalada pelas garras da aranha, lança seu último feixe de energia, atingindo Patrick do lado direito, após isso, seu corpo fica mole nas garras da aranha que engole a pequena cabeça do que um dia foi uma criança.

A mulher sem olhos, sabendo do pouco tempo de vida que lhe resta e em última tentativa de ajudar sua mãe, esfaqueia-se no pescoço e todos conseguem ver seu sangue indo magicamente na direção de Vepar, fortalecendo-a. Vepar simplesmente levanta os braços e todos os corpos mortos evaporam, fazendo o sangue desaparecer. Quando o corpo que estava sendo drenado por Eliza desaparece, ela se vira em direção ao ser poderoso na sala e dá um passo, mas a mão de Ace a impede, ele olha nos olhos da vampira e tenta lhe acalmar, falando algumas palavras, especialmente o nome de Merlia, fazendo a mulher tomar controle das suas ações, lançando um aceno de agradecimento.

Com a ocultista morta, o casal se livra do círculo que os prendia no lugar, eles se aproximam do meio do salão, percebendo que Patrick estava procurando algum ritual, Ace e Eliza também notam e vão na direção do ser demoníaco. Sentindo a mensagem de Patrick em suas mentes, o grupo entende o recado e todos se cortam, fazendo o sangue começar a pingar no chão. Eles começam a circular Vepar, que se diverte com a tentativa dos mortais acreditando que podem vence-la.

Tudo acontece rápido e em uníssono: Ace joga novamente suas cartas que se multiplicam formando um redemoinho de danos; Eliza lança sua marreta que acerta a cabeça da mulher; Hely utiliza seu sangue para formar várias lâminas, lançando-as em direção de Vepar. Lucius pronúncia seu nome, paralisando-a no lugar e coloca uma bala totalmente vermelha em sua arma, atirando-a na cabeça do demônio; o cachorro infernal avança e suas três cabeças mordem o corpo infernal, enquanto a aranha avança e espeta suas garras nas laterais da cabeça.

Vepar começa a rir da tentativa dos tolos, ela abre a boca para falar algo quando começa a sentir uma ardência em sua cabeça, no mesmo local que a bala está alojada, um brilho começa a preencher seus olhos. Ela vê, então, todos dando um passo para trás, sente os animais infernais a soltarem e sorrisos surgirem nos rostos do grupo, ela começa a escutar a voz do homem soando cada vez mais alta. Quando olha seus pés, se vê dentro de um círculo que começa a brilhar e a asfixiar, ela sente seu receptáculo caindo no chão, ficando só com sua verdadeira forma, mas sem poder se mexer, todos começam a falar o mesmo ritual e ela começa a sentir o fogo infernal a consumindo.

Enquanto a maior parte do grupo ficou encarregada de se livrar dos guardas, Merlia se esgueirou para o fundo, seu trabalho era simples, afinal tinha apenas que pegar o objeto, mas ao entrar no lugar, percebeu que seria um pouco mais complicado que isso. Três homens armados estavam guardando uma caixa especial. Ela notou que nenhuma aura magica saia deles, sendo o provável motivo de Lucius achar que não tinha ninguém guardando o local.

Pensando consigo mesma, ela admitiu que todos foram muito ingênuos achando que não teria ninguém. Olhando ao redor, ela vê caixas por todos os lados, escondendo-se atrás de uma delas, Merlia pega uma pedra do chão e atira para outro lado, quando percebeu que os guardas foram verificar o barulho, sai de seu esconderijo, mas infelizmente, o véu dos anjos só a esconderia se ela não estivesse tocando em nada. Indo o mais rápido possível em direção a caixa, ela abre, revelando um livro que com certeza era o que procurava, ela consegue sentir a energia que emanava do objeto.

– Parada aí, quem é você?  Mãos para cima! – Um dos guardas gritou, ela se virou para trás com as mãos erguidas e viu os três guardas apontando as armas para ela.

– Vocês vão acreditar se eu disser que sou entregadora de pizza? – Ela diz sorrindo sem graça, mas ao ver que o primeiro guarda iria puxar o gatilho ela se atira atrás da caixa ao lado. O guarda atira nela, a acertando de raspão na sua coxa esquerda.

A jovem fala uma série de palavras mágicas que fazem um círculo de proteção aparecer ao seu redor, o segundo guarda também atira, mas acaba acertando a caixa ao lado, o último guarda se move para o outro lado, tentando ter uma visão melhor. O primeiro guarda vai em direção a caixa e a fecha, mas ele não tem tempo de desviar, sentindo algo se aproximar. O segundo guarda vê seu colega fechar a caixa e um espectro chegar por trás dele com uma espada, cortando a cabeça dele fora, ao ver isso, atira em direção ao espectro, mas ele já não estava mais lá. O guarda que tinha tomado posição, vê a alma da inimiga voltar ao corpo e toda a sua postura mudar, um sorriso arrogante preenche o rosto da jovem quando ela se levanta, ele não hesita em atirar, mas alguma coisa faz sua bala se desviar no último minuto.

Todos escutam ela entoar mais algumas palavras e sua espada se iluminar, ela se coloca em posição e os dois homens com medo se entreolham, atirando na direção dela, uma das balas é desviada e acaba atingindo um deles, mas a outra finalmente passa e a atinge no braço esquerdo. Ela olha para o guarda mais próximo e enfia a espada em sua barriga, rasgando-o até o pescoço, o outro homem fica em choque vendo a jovem matar sem problema nenhum dois dos seus companheiros e recua, derrubando a caixa com o livro.

Nesse momento um homem ensanguentado aparece e vê a cena diante dele. O homem parece em choque e triste por ter saído de uma briga e caído em outra, mas se prepara para atacar e usa o sangue ao redor de seu corpo para fazer um ritual. Entretanto, antes que ele possa ter a chance, sente seu corpo ficando paralisado. Ele olha assustado e só encontra os olhos de Maya, que se vira indo em direção ao guarda restante. O homem que estava caído no chão se atrapalha um pouco com a mulher vindo para cima dele, ele recupera sua arma e atira em sua barriga, mas ela apenas coloca uma mão no machucado e com a outra o decepa. Vira-se, então, lentamente para o ocultista que tinha paralisado, sentindo suas forças indo embora, ela passa rapidamente a espada na sua cabeça, fazendo-a rolar no chão. Maya vai cambaleando na direção do livro, ela pega e acaba tropeçando, não conseguindo aguentar seu corpo e se escora na parede, sentando ao lado do corpo sem cabeça.

Ela tira seu celular do bolso e manda uma mensagem para sua namorada, torcendo para que todos estivessem bem.

Autora: Grazi Silva
Revisão e Arte da capa: Oblitae

Adventurers League

Olá todo mundo, O Mago retornou após uma pausa e traz uma interessante noticia aos amantes de Dungeons and Dragons. Então vamos lá…

Para garantir a diversão de jogadores experientes e iniciantes, bem como proporcionar um maior intercâmbio entre quem é fã de Dungeons and Dragons.

A Wizards of the Coast criou a Adventurers League – programa oficial de jogos organizados (em inglês Organized Play – OP) para a 5ª edição de D&D.

O programa Organized Play possui regras próprias que viabilizam que jogadores possam participar de aventuras e evoluir seus personagens continuamente, com diferentes narradores. Ou seja, você poderá participar de qualquer grupo.

Nessa modalidade, você poderá viajar com suas personagens pelos reinos, conhecer os diversos cenários, acumular experiência, renome, riquezas, amigos, inimigos e histórias!

A grande vantagem da Adventurers League é que, como um jogo organizado, você terá uma grande flexibilidade para vivenciar as aventuras de D&D, com um grupo fixo ou não.

Você poderá participar de qualquer grupo, pela internet, seguindo as regras desta modalidade, e também, quando possível, lojas e até em eventos, nacionais e internacionais.

Adventurers League agora pode ser encontrado também na Torre do Mago.

Após essa explicação sobre a Adventurers League, nós da Torre do Mago abriremos nossa própria Adventurers League em nosso servidor, “O Evento” está previsto para final de novembro. Todos os preparativos estão quase prontos!

Para participar é bem simples, basta entrar em contato com um dos nossos administradores. Após fazer isso, você vai receber alguns guias de regras para construção de personagem, quando estiver tudo certo com sua ficha, nós, organizadores do evento, vamos registrar você, tornando-se um jogador oficial dentro da Adventurers League.

Desse modo, basta aguardar o próximo evento da Liga dos Aventureiros, é importante que participe do nosso grupo do WhatsApp também para saber tudo que está acontecendo, como datas e atualizações.

☆ Observação do Mago
• Quem participar na primeira temporada, ganhará logo de início um item mágico especial.

• Estamos no momento recrutando mestres interessados a narrar, para o evento da Adventurers League.

Autor: Mago Supremo 

Revisão de: Oblitae

Artista da capa: Wizard Of The Coast

Texto e arte da capa: Mago Supremo e Oblitae

RPGCON 2021 – MRPG Podcast #12

Olá aventureiros! Neste episódio do MRPG Podcast, Douglas Quadros pegou seu ciberdeck e foi até o interior da rede mundial de computadores para buscar mais informações sobre a Convenção de RPG Online, ou a RPGCON 2021. Portanto foi de encontro a um dos criadores do evento Edson o “Druida das Pradarias” para tirar todas as dúvidas sobre o evento. 

Primeiramente falaram sobre a origem da RPGCON, seus custos e principais dificuldades. Por outro lado o teor da conversa em si, se manteve muito mais no que a RPGCON 2021 terá de novidade e de melhorias em relação ao ano anterior. Posteriormente o convidado respondeu alguns e-mails dos ouvintes relacionadas ao evento.

Enquanto conversavam, Edson e Douglas Quadros degustaram um delicioso bife, suculento e completamente simulado. Enfim pegue uma bebida ou comida de sua preferencia, puxe uma cadeira e acompanhe está conversa sobre este que é um dos maiores eventos online de RPG no Brasil.

Saiba tudo que aconteceu na RPGCON 2020 clicando aqui! 

Tema: Eventos.
Tempo: 00:37:19.



Links Convidado:

– Seja um Padrim do Movimento RPG
– Vaquinha do RPG
– Site da RPGCON 2021
– Ajude a RPGCON a acontecer
– Site da RPG Brasil
– Reino de Belthor


E-mail: contato@movimentorpg.com.br – Mande suas perguntas sobre o próximo tema, ele sempre é anunciado com antecedência no twitter e instagram siga lá.


RPGCON 2021

Host: Douglas Quadros.
Convidado: Edson o “Druida das Pradarias”
Editor: Senhor A.
Arte da Vitrine: Douglas Quadros.
Pauta: Douglas Quadros.

Gen Con 2020

A “Geneva Convention” ou Gen Con é uma das maiores e mais conhecidas convenção de jogos de mesa (board games, RPG e card games) do mundo. O criador da convenção é o mesmo que criou o nosso queridinho Dungeons and Dragons, Gary Gygax. Este ano tivemos a sua 42º edição, e a Gen Con 2020 foi totalmente online e com muitas palestras em português (além de mesas, lançamentos, entre outros).

A Gen Con 2020 teve assuntos para todos os gostos: muita coisas sobre jogos, sistemas, novidades e por aí vai. Teve também muitos seminários sobre evolução e dinâmicas de jogos, para quem queria entender melhor o hobby. E ainda seminários falando sobre diversidade e criação de espaços seguros em jogos. 

Eu assisti diversas palestras com temáticas sobre diversidade, história, dinâmicas e aplicações de jogos no desenvolvimento de pessoas. Então tenho uma visão parcial do evento, mas achei excelente tudo o que eu vi. Todas as palestras eram com pessoas que manjam muito do hobby e dos assuntos. Aprendi mais nesses 4 dias, do que em anos jogando por aí!

Neste sentido foi maravilhoso e tem muita palestra que está no youtube, só fuçar (e procurar por Gen Con 2020 no youtube hehe).

Mas nem tudo são flores. Na verdade toda a experiência com o site da Gen Con 2020 foi bem ruim. O site em si é bem pouco intuitivo. Não vou contar tudo o que deu errado, porque escreveria uma resenha. Mas resumindo: mesmo eu me inscrevendo no dia anterior, perdi duas palestras só porque não fazia ideia de como entrar. Mesmo quando eu achei o passo a passo e segui, não era tão simples saber onde entrar. Cada host fez de um jeito e você tinha que ir no bate-papo para ver por onde ia ser. 

Não foi só comigo, acompanhei três pessoas que queriam ver as palestras e desistiram pelo processo complexo, contra-intuitivo e desnecessariamente longo. Existe muito evento online acontecendo, com um monte de alternativa tecnológica, deveriam ter pensado melhor na experiência do usuário. 

 

 

Palestras Gen Con 2020

Dinâmicas de jogos o que acontece durante o jogo

Quem tava: Joshua Kritz.

A palestra foi sobre o que é a dinâmica dos jogos. Essa foi uma palestra mais técnica, trazendo bastante conceitos e metodologias. Inclusive foi a única que assisti que tinha uma apresentação de slides. Parece ter sido mais planejada para quem trabalha com desenvolvimento de jogos.

O palestrante começou definindo o que é a dinâmica dos jogos. Aqui ele entende que a dinâmica é a interação entre mecânica e jogadores. Joshua indica que é importante falarmos sobre a dinâmica porque o jogo se diferencia de outros entretenimentos exatamente pela alta interação que ocorre nele.

Ele analisa os jogos com a metodologia MDA (Mechanics, Dynamics and Aesthetics). Através dessa análise conseguimos aprender mais sobre a experiência do jogador. Então ele explorou elementos que podem mudar o que acontece no jogo (história de vida do jogador, experiências anteriores no jogo, temática do game, entre outros). 

O que ele demonstra é que o jogo (elementos, regras, mecânicas) pode gerar diversas respostas diferentes e aí está a dinâmica. E isto deve ser estudado durante a produção dos jogos. Na verdade a dinâmica é determinante para a experiência do jogador, que é, no fim das contas, o mais importante do game.

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui. 

 

Jogando Conversa – Jogos de mesa e desenvolvimento de pessoas

Quem tava: Galápagos, 3DTPartners, Simple Experiências, LDrago.

A palestra falou sobre o desenvolvimento de pessoas através de jogos de mesa, tanto em empresas quanto em escola (mas com foco maior no desenvolvimento profissional). O papo foi SENSACIONAL. Para mim que sou do RH, foi um deleite. Porque a gente que joga sabe o quanto nos tornamos melhores através dos jogos, mas as vezes a gente não consegue descrever isso tão bem.

Vamos há alguns tópicos da palestra:

O que o jogo ensina?

– Lidar com o inédito
– Criatividade
Seguir regras
– Comunicação
– Estratégia

A reflexão importante é que toda a nossa educação é baseada a aprender fatos (passados). E nosso trabalho exige um saber fazer. O jogo trabalha com a aplicação de nossos conhecimentos e o desenvolvimento de competências.

Quando falamos da realidade em uma empresa, o jogo pode ser uma excelente ferramenta para o RH. Quando jogamos, mostramos a nossa essência, não existe hierarquia, estamos em um ambiente com regras totalmente diversas da organização. Por isso o jogo proporciona um tipo de convivência, que nenhuma outra atividade permite. 

Onde podemos usar jogos?

– Recrutamento e seleção (eles contaram um case com Ticket to ride)
– Desenvolvimento de cultura
– Desenvolvimento da marca empregadora (employer branding)
– Team Building
– Melhorar a experiência do colaborador 

O assunto do momento em RH é a experiência do colaborador (employee experience) e uma cultura centrada no colaborador (employee-centring). Existe muita gente começando a aplicar esses conceitos e um monte de estudos falando disso. E os jogos ajudam demais. Os cases apresentados na apresentação sempre falaram de excelentes feedbacks de quem participou.

Ah, ainda rolou alguns jogos durante o seminário. Nós jogamos “Só uma” e “Story cube”.

 

A evolução dos jogos de tabuleiro ao longo da História

Quem tava: Eduardo Felipe (Podcast Jogada Histórica), Jack Bezerra (Canal Dados do Tabuleiro).

Aqui foi uma sessão bem histórica mesmo. Os caras passaram desde os primeiros jogos do mundo até nossa atualidade, trazendo uma linha de influência e desdobramentos dessa evolução.

Eles começaram contando dos primeiros jogos de tabuleiro no mundo (senet, jogo real de Ur, entre outros). Alguns desses jogos tem mais de 2 mil anos. Diversos países do Oriente (como Pérsia, Egito e Iraque) tinham jogos similares. O gamão é considerado um sucessor de todos estes jogos e ele foi importado para o ocidente (como diversos outros elementos dessas culturas). 

Falaram também de como os jogos também investiam em temáticas que eram importante para época. O Go e o Xadrez, por exemplo, vinham de uma temática de estratégia de guerra. Ou seja, ensinar através do jogo, é tão antigo quanto jogar. 

Aí eles contaram sobre como os elementos de tabuleiro, peças e dados foram sendo usados e evoluídos ao longo dos anos. Também deram destaque para a evolução do baralho, que é uma plataforma para diversos jogos diferentes.

Depois eles trouxeram alguns jogos clássicos, como Monopoly e Batalha Naval. Um dos momentos de nossa história recente em que surgiram vários jogos (adivinha?) foram as guerras mundiais. Tem até uma classificação de “jogos de guerra”, que simulavam batalhas. Estes jogos ficaram bastante famosos durante bastante tempo (nós tivemos o “War”).  Durante este período era comum jogos que duravam horas.

Depois falaram da transição para a atualidade. O Catan é um grande marco, por ser um jogo que explodiu no mundo inteiro e começou a abrir mercado para os considerados “jogos modernos”. Ai eles comentaram mais sobre os jogos atuais e suas diversidades.

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui. 

 

Empoderamento feminino nos boardgames

Quem tava: Natalia Avernus do Board Game GirlsPatrícia Nate do Lady LúdicaFernanda Sales da Joga ManaMonique Garcez do BG das MinasCynthia Dias.

Nessa palestra as participantes discutiram sobre a importância de espaços femininos dentro do board game e de empoderarmos as mulheres que jogam. O hobby é muito mais comum entre os homens (cenário que está sim mudando) e, muitas vezes, isso acaba afastando mulheres dos jogos.

Primeiro, é claro, um ambiente composto majoritariamente por homens é mais tendencioso ao machismo. Todas relataram diversas situações neste sentido e posso garantir, como jogadora assídua, que é muito comum. São piadas, comentários e as vezes até ataques diretos.

Mas mesmo quando não enfrentamos o machismo diretamente, a gente pode não se sentir à vontade. Primeiro porque tem muitos homens e a gente se sente meio por fora, esquisita. Segundo porque é comum que eles sejam jogadores assíduos e a gente sinta que não é capaz de jogar as mesmas coisas. É aquela velha mentalidade que algumas coisas são só para meninos (e que, inconscientemente, nos faz achar que certas coisas não são para nós).

Todas as participantes contaram suas ótimas experiências com grupos para mulheres (e outras minorias). Alguns desses grupos são exclusivos, mas também têm grupos que são mistos, mas focados na receptividade para elas. Um exemplo muito legal da diferença de ter um grupo assim,  é a receptividade para que as mulheres levem seus filhos, algo que é comum e incentivado nestes espaços.

Elas trouxeram que os grupos exclusivos são uma maneira de criar uma rede segura de inserção no hobby e de discussão de temáticas diferentes. Ou seja, é uma maneira de integrar (e não segregar, como alguns críticos dizem).

A palestra teve 2 horas, é difícil expressar tudo, mas as histórias de criação dos grupos é muito representativo da vivência difícil de ser mulher em board games. Eu também já tive um grupo exclusivamente de mulheres e posso dizer que é outro clima de receptividade. Até porque o propósito não é apenas jogar, mas unir.

Torço para que o público tenha sido bem misto! Para todos escutarem as histórias incríveis.

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui.

 

Panorama RPG e Educação brasileira nos anos 2020

Nessa palestra participaram professores e pesquisadores, que utilizam o RPG como ferramenta de ensino em sala de aula. A conversa foi muito interessante.

Eles começaram falando de porque usar o RPG em sala de aula. O primeiro ponto é que ele é uma metodologia ativa. Ou seja, o aluno participa e aprende para resolver problemas. Uma reflexão bem interessante aqui é que a escola coloca o aluno diante de problemas que já foram resolvidos, o RPG coloca ele diante de problemas novos. Aqui ele se desenvolve integrando diversos temas, dialogando, com possibilidade de imersão.

Outro ponto super importante é como engajar os alunos, fazerem com que eles se interessem por estar em sala e por aprender. Aqui o RPG (e qualquer jogo) ajuda trazendo a educação conectada com o entretenimento e diversão. A reflexão que eles propuseram é porque a educação é separada da diversão?

Depois eles contaram como aplicam o RPG em sala. Trazer o RPG precisa ser um projeto bem construído de educação. Ele não deve ser uma atividade especial, usada em apenas uma aula, mas uma construção coletiva, ao longo de um período. Um exemplo é toda aula a turma jogar durante alguns minutos, resolvendo um problema. 

Os professores também indicaram que é interessante construir até mesmo o jogo (sistema de regras) com os alunos, já que assim toda a ideia fica adequada para turma (as temáticas que eles também valorizam) e a experiência de construção conjunta é de ponta a ponta.

Essa palestra foi muito incrível, porque todo mundo ali é apaixonado por RPG e já aplicou a ferramenta de forma incrível. Um exemplo é a Virgínia Codá que acabou de publicar o estudo dela sobre o RPG como ferramenta de divulgação da ciência. Não é maravilhoso? Que venham muito mais iniciativas e estudos como esses!

 

Desenvolvimento do perfil do jogador de board games no Brasil

Quem tava: Sandro CampagnoliDiego AlfaroWillian BoitGustavo Lopes. 

Essa palestra esteve bem focada em comentar sobre o perfil de jogador do Brasil (como diz o título). 

O primeiro destaque deles foi o Zombicide, que na avaliação deles, foi um jogo que fez os jogos modernos serem popularizados no Brasil. Para eles o jogo se tornou muito popular porque a temática de zumbis estava em alta no nosso país (por conta do sucesso de The Walking Dead), o jogo é visualmente muito interessante e o jogo é cooperativo (e, por isso, amigável para novos jogadores). 

Eles indicam que jogos de uma linha mais americana (que costumam envolver mais sorte) fazem bastante sucesso no país, especialmente dessa linha do Zombicide, que eles chamaram de “american trash”. Esses jogos também são atrativos para quem joga videogame, atraindo novos jogadores para o hobby. Os jogos modernos tem atraído também os jogadores de RPG (porque vamos combinar que é difícil jogar RPG sendo adultos). 

Hoje o cenário é bem diverso. Eles citaram uma pesquisa que rodou entre jogadores assíduos. Eles fizeram uma divisão entre jogos americanos, europeus (mais ou menos complexos), party games, family games. O resultado foi que, com esse público, os preferidos são os jogos de família e os jogos mais complexos. Já o party game ficou em último na classificação.

Eles ressaltaram que os party games tem um papel super importante, especialmente em grupos que não costumam jogar muito. Ou seja, hoje, no Brasil, temos espaço para todo tipo de jogador e o hobby do board game está crescendo muito. Não dá mais para falar em UM perfil, mas em diferentes tipos de jogadores. 

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui.

 

LGBTI+ Jogando Sem Medo: Espaços de Joga Convidativos para Todes

Quem tava: Dan Paskin – Se jogaCarol Gavino, Felipe Bracco – Magic: The Gathering LGBT+, Libia Caetano, Páris, Rod Mendes.

O painel começou com os palestrantes contando quando perceberam sua identidade diferente da maioria e as experiências boas e ruins em se reconhecer daquela forma. Eles falaram um pouco sobre sua vivência, os preconceitos que viveram e vivem, além de como foi contar aos amigos e familiares suas identidades.

Depois eles passaram para a temática de como o mercado hoje tem absorvido as novas demandas. A participação cada vez maior de pessoas diversas no hobby tem surtido efeito no mercado. Exemplificaram com o Zombicide mudou uma miniatura de zumbi que aparecia a calcinha da personagem. O próprio chat deu exemplos de respostas que o mercado tem dado, a tornar todo o conteúdo mais respeitoso e cuidadoso.

Porém o mercado ainda tem agido de forma responsiva: os jogadores indicam problemas e as editoras mudam. Ainda estamos construindo essa consciência coletiva de cuidado com temáticas e representações. Para isso toda a comunidade precisa escutar mais como é a vivência de outras pessoas, que diferem do seu ponto de vista, e serem mais receptivos!

 

Avaliação final sobre a Gen Con 2020

Fica um gosto amargo de descaso com nós, espectadores nesta Gen Con 2020, mas tudo valeu a pena para assistir esse povo lindo falando coisas tão incríveis. Tomara que eles mantenham sempre uma alternativa de presença online e temas em português! Mas que melhorem a forma de acessar as palestras também.

 

Para visualizar mais coberturas de eventos como este, é só clicar aqui! 

RPGCON 2020 – Convenção on-line de RPG tirando acerto crítico na quarentena

Heróis, o ano é 2020 e nós todos temos a missão de ficar em casa, com algumas ressalvas por necessidades individuais ou serviços essenciais. Estamos fazendo muitos testes de sabedoria, aprimorando perícias e aptidões, alguns de nós se adaptaram a jogar via internet e alguns não seja qual for o motivo. Mas é fato que todos nós sentimos falta de nos reunir com nossos amigos, para jogar RPG pessoalmente, conversar sobre temas relacionados, sobre a experiência de interpretar aquele personagem que você montou que sai da sua zona de conforto, ou então sobre uma aventura que você está planejando, dúvidas sobre regras e sistemas mais adequados para você. Essa conversa não pode ocorrer pessoalmente, e foi pensando nisso que o pessoal do RRGCON – Convenção online de RPG organizou um super evento totalmente on-line com muitas palestras de assuntos variados com muita gente bacana entendendo do assunto, e também com mesas de jogos para quem quisesse, além de gincanas durante o evento, sorteios de prêmios e era possível receber descontos em muitos produtos com cupons do evento. Nós acompanhamos algumas palestras do evento, digo algumas por terem muitas mesmo, o site do evento está no ar e você pode ver na íntegra as palestras e ficar por dentro dos assuntos tratados. Vamos saber dos temas de algumas palestras:

 

RPGCON 2020 – Tormenta20: a nova edição do maior RPG brasileiro

Apesar de JM Trevisan ser originalmente divulgado como palestrante, ele foi substituído pelo também autor de Tormenta Guilherme Dei Svaldi. Dei Svaldi e Rogerio Saladino comentarem o lançamento digital do aguardado Tormenta20, novo módulo básico do jogo que bateu o recorde nacional de financiamentos coletivos. Depois disso, os dois autores responderam perguntas do público que acompanhava a live com o bom-humor de quem sabe que terminou uma etapa difícil de uma missão longa.

 

RPGCON 2020 – White Wolf e a comunidades latinas

Alessa Malkavian, a Community Ambassor da White Wolf na América Latina, conta um pouco sobre a história dela de fã a colaboradora da White Wolf. Já sobre o papel de Community Ambassor, ou Embaixadora da Comunidade, ela comenta sobre como a  empresa enxerga os jogadores brasileiros, de outros países na América Latina e como a empresa faz para que todos se sintam mais próximos do universo da White Wolf.

Assista a palestra completa clicando aqui.

 

RPGCON 2020 – Como NÂO apresentar o RPG para iniciantes

Nessa palestra rápida, o game designer José Noce vai direto ao ponto e explica quais são os maiores problemas na forma como geralmente a comunidade tenta apresentar o RPG para quem nunca jogou antes. Seja na hora de explicar como o jogo funciona, na falta de paciência com a inexperiência dos novatos ou escolhendo um sistema complicado ou caro demais como porta de entrada.

Assista a palestra completa clicando aqui.

 

RPGCON 2020 – História do RPG no Brasil

Pedro Borges faz um resumo da história do RPG no Brasil, começando dos jogadores com folhas fotocopiadas nos anos 80, passando pelas revistas especializadas, publicações traduzidas e jogos nacionais nos anos 90, até chegar nas mesas de RPG virtuais por sistemas como o Roll20. Uma palestra bastante instrutiva feita por alguém que está no hobby desde que começou no Brasil.

Assista a palestra completa clicando aqui.

 

RPGCON 2020 – Mesas seguras e diversão com inclusão

Nessa palestra a favor de manter o RPG como um hobby divertido para todos, Paladino parte de uma premissa muito simples: Trate os jogadores como as pessoas que são. As dicas para tornar as mesas inclusivas para todos vão desde fazer contratos sobre o que cabe ou não no jogo de acordo com as sensibilidades de cada um, até coisas que deveriam ser levadas para todos os aspectos da vida, como aprender a ouvir e dar abertura para a comunicação.

Assista a palestra completa clicando aqui.

 

RPGCON 2020 – RPG solo: um mundo de possibilidades

Hernades Pereira apresenta a modalidade de jogo solo, não pense que se trata de você jogar a distância com terceiros, é sozinho mesmo. Você, seus dados, suas anotações e um sistema criado para gerar aleatoriamente respostas para suas perguntas. Ele indicou alguns sistemas que podem ser adaptados para se tornar solo, e também falou da importância da modalidade para pessoas dentro do Espectro Autista.

Assista a palestra completa clicando aqui.

 

RPGCON 2020 – RPG no desenvolvimento da criatividade, relações interpessoais e raciocínio lógico

Cintya Willemann nós dá dicas sobre como manter uma boa relação na mesa de jogo com seus companheiros, no on e no off, como interagir com seu personagem que pode ser contrário em tudo ao personagem de outro jogador e mesmo assim trabalharem juntos para manterem a aventura acontecendo com qualidade, dá dicas também sobre como tornar seu personagem mais interessante e orgânico na história, para que você de divirta mais.

Assista a palestra completa clicando aqui.

 

RPGCON 2020 – Psicologia, RPG e qualidade de vida

Eli Andreoli é psicólogo e trás para nós em uma palestra bem estruturada conceitos da área, apesar de ser técnico em muitos momentos, todos são capazes de compreender o que ele quer transmitir ao dizer que adultos precisam de momentos lúdicos, e exemplifica que o RPG contempla muitos dos aspectos necessários para se conectar com sua criança interior, e diz sobre a importância desse símbolo para nossa qualidade de vida.

Assista a palestra completa clicando aqui.

 

Lembrando que estamos passando apenas um resumo das palestras, o evento estava recheado de opções, trouxe muita informação agregadora e nos ajudou bastante a ter planos nessa quarentena. Podemos aproveitar esse momento para criar uma campanha, melhorar nossa interpretação, fazer o mapa de uma região, ou dependendo do seu esforço fazer uma maquete de um ambiente de jogo. Mantenham-se firmes, e vamos aproveitar eventos parecidos para manter nossa sanidade alta!

 

Nesta sexta começa o RPGCON 2020

Hoje dia 29 de maio se dá o início do RPGCON  2020. Este será o primeiro RPGCON, uma convenção online de RPG que reúne diversos palestrantes e profissionais da área para falar sobre variados assuntos. Contudo o principal diferencial deste evento (principalmente no momento que estamos vivendo) é a possibilidade do acesso a todos, por ser um evento online, sendo necessário apenas possuir internet para participar do evento e consumir o conteúdo.

Início do RPGCON 2020 foi as 9hs da manhã com a palestra: “Cenários com Materiais Reciclados“. O evento se estende pelo dia inteiro possibilitando que todos participem facilmente. E todas as palestras ficam online no Youtube do canal “RPG Brasil” caso você queira acessa-las futuramente.

O evento vai se estender por todo o final de semana, iniciando nesta sexta (29/05) e com finalização no domingo (31/05). Além das diversas palestras que estão rolando, a RPGCON também possui mesas de jogos, e muitas ainda estão com vagas abertas para jogadores (então corre lá).

Ajude a divulgar esta fantástica iniciativa para que mais pessoas conheçam este hobbie e nossa comunidade cresça mais a cada dia. E fique tranquilo, nossa equipe fará a cobertura do evento, portanto se você perdeu alguma palestra, fique de olho na nossa área de eventos, que logo logo vai ter postagem com resumos das streamings.

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