BoomBowie – Nois Eh Bowie! – Pathfinder 2 RPG – NPCS

BoomBowie é um personagem criado por Douglas Quadros para a campanha de Nois Eh Bowie! do Movimento RPG, o sistema utilizado foi Pathfinder 2 RPG. Você pode assistir os episódios através do Youtube.

BoomBowie – Ilustra por Megisthus.

BoomBowie

Quando a bolsa da MamaBowie rompeu, Boom foi expelido contra o chão, e após ele os outros 3 irmãos tiveram o mesmo destino, felizmente o pequeno primogênito estava lá para amaciar o caminho para os demais.

Por conta deste “incidente”, Boom nunca foi considerado normal perto de seus irmãos, ao invés de usar livros para o que servem, fogo. Boom aprendeu a língua dos humanos, e começou a ler aqueles livros tão misteriosos para seus semelhantes.

Ainda criança o pequeno leitor já criava engenhocas mecânicas e por algum motivo todos se chamavam “Carro”, apelido carinhoso dado por Cow para os inventos de Boom. Gostando da pronúncia, o goblin inventor sempre a usou, sem saber que significava para seu irmão: “Coisa Asquerosa Realmente Ridícula e Orrível” (Erro proposital né gente, são goblins).

Como interpretar Boom

Boom é um goblin de inteligência elevada, o que significa absolutamente nada levando em consideração seu baixíssimo nível de sabedoria. Apesar de ser inteligente e ter bons planos, quase sempre esquece que alguns resultados poderiam ser evitados por sua falta de memória, fazendo com que repita muitas vezes o mesmo erro.

Entretanto, diferente de seus irmãos, Boom tem planos bastante engenhosos, resolvendo problemas difíceis de forma habilidosa e facilitada. Mas lembre-se, Boom ainda é um goblin, então ele não tomara sempre a decisão mais correta.

E coma baratas!

Mote

O que motiva Boom é aprender mais coisas, mesmo que pra isso ele precise esquecer de coisas não tão importantes como por exemplo, onde guardou seu tesouro.

Frase

“Baratas são extremamente deliciosas quando cozidas, mas prefiro elas cruas mesmo. O ‘Crack’ me deixa com água na boca.”


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para Pathfinder 2 RPG


Por fim

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Um Guerreiro de Honra – Final – Contos de Thul Zandull

Um Guerreiro de Honra – Final

Gadrak, Kine, Baas, Ogwe e Gbada finalmente estavam caminhando nas trilhas rochosas de sua amada terra. Havia ansiedade entre eles, principalmente com os momentos transcorridos um dia atrás. Suas vidas foram atravessadas por tantos eventos em tão pouco tempo que a mente de cada um tinha dificuldades em decifrar, como uma ação após a outra houvera colocado um pequeno grupo de caçadores como os principais heróis para um povoado goblin nas montanhas. Eles agora estavam armados, com espada e adagas de bom material, tinham armaduras de couro com pequenas placas e malhas espalhadas em pontos vitais, tinham escudo de quitina reforçada e enfim um poderoso item mágico que daria a eles a força necessária para expurgar invasores. Eram tantas bênçãos dadas pelos ancestrais que apenas faltava um último elemento aquele honrado grupo, agradecer e se preparar para caçada final em um local sagrado, um local no qual os antepassados ouvirão seus sussurros e os inundarão com a habilidade e coragem necessárias. 

Assim fizeram e mais uma vez estavam na caverna de Três Cortes, caminhando em local solene, ouvindo o gotejar distante propagado no ambiente, vendo os brilhos dourados comuns naquele templo natural, antigo e sagrado. As paredes acidentadas e cheias de fissuras logo se estreitaram e enfim revelavam a perfeita estátua do grande senhor daquelas montanhas, o Pai de todo clã. Gadrak foi o primeiro a se ajoelhar, seguido dos demais que fizeram uma linha, junto uns dos outros para agradecer e para pedir pelo companheiro caído, pediam forças para rastrear e caçar a ameaça ao povo que apenas queria viver ali. O poder da crença imbuia a mente dos presentes, fazendo com que as percepções fossem totalmente nubladas, fato que impediu qualquer um de notar a aproximação de uma ameaça. Logo, eles notaram que suas preces foram atendidas rápido demais. 

Gbada foi o primeiro que notou algo estranho, ao se virar percebeu que no ponto máximo de estrangulamento da caverna havia uma figura feminina reluzente com couraça de metal completa, um grande escudo com um brasão de um olho coroado e uma espada afiada gritando desafio e morte. Logo atrás, em posição levemente acima, protegido pela guerreira, estava um homem com leve armadura de material similar a deles, mas portando uma arma pesada no qual se projetava uma seta de madeira maciça com ponta de metal. A reação de Gbada diante daquilo foi gritar a todos, ao passo que todo grupo foi igualmente surpreendido com a situação.

Gadrak ordenou que todos se posicionassem para o ataque, mas antes que pudesse reagir ouviu o barulho produzido pelo zunido violento da arma usada pelo homem que estava à retaguarda da guerreira. A seta cortou rapidamente o ar parando no ombro de Ogwe, que caiu com aquele forte impacto. A armadura usada por ele não foi suficiente para amortecer o impacto do disparo de curta distância. A guerreira gritou, chamando-os à luta e Gadrak e os demais arremessaram azagaias. O homem esguio se abaixou usando pedras como cobertura, enquanto a guerreira facilmente aparou os arremessos. Seu escudo estava intacto, mas ela manteve a posição. O líder dos goblins percebeu a astúcia de sua oponente, ela evitaria ser flanqueada pelo número maior dos seus, usaria sua proteção pesada para segurar os ataques e então rechaça-los. Sua esperança residia no item que tinha consigo. Pegou rapidamente a esfera enquanto os demais buscavam cobertura. Ao apanhar a esfera, notou que o esguio atirador também recarregou a sua arma. Ogwe estava acordado, mas não podia mais se proteger levantando o escudo, Gbada ficou em área aberta para tentar dar cobertura ao companheiro de luta.

O líder novamente fez o gesto erguendo a esfera e gritando aos demais. Seu clamor encheu os corações dos goblins concedendo coragem, confiança e habilidade para uma carga violenta. Baas e Kine estavam à frente já com lâminas em posição, enquanto Ogwe e Gbada também saíram de suas posições de defesa para um ataque violento, portando as azagaias. Dessa vez sentiram que a força concedida seria suficiente para atravessar o metal maldito daquela guerreira amaldiçoada. Gadrak vinha logo atrás com espada de lâmina curta e a esfera levantada acima de sua cabeça.

A guerreira preparou seu corpo para o impacto e posicionou o grande escudo. Logo, houve o choque e o tinir de lâmina contra a parede de metal, também o zunido das azagaias, que dessa vez amassaram as bordas onde se quebraram. 

Gadrak teve esperanças e em breve romperiam a proteção!

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Jasmine estava aflita, pensou que o ataque surpresa e a posição seriam suficientes para acabar com aqueles vermes que conspurcavam a terra com seus hábitos bárbaros, porém eles possuíam um item mágico, as malditas criaturas tinham obtido algum poder provavelmente em uma barganha de sangue. Sua fé estava ameaçada por aquele ato blasfemo, precisava aguentar a provação se quisesse ser uma Exarca. 

A carga pesada dos goblins demonstrava que estavam em uma fúria bestial, porém segurou firme já se preparando para estocar o oponente que estava a sua frente. Sua lâmina longa das fundições de mestre Zalrin, investiram contra a proteção tosca das criaturas, a ponta da espada encontrou breve resistência em aglomerado de placas e malha de baixa qualidade, elas logo se partiram na pressão colocada por Jasmin, naquele golpe, o couro que ainda protegia o goblin, se rompeu e a lâmina cortou a carne e órgãos, entrando rapidamente e profundamente naquele pequena besta de pele esverdeada. 

A guerreira ouviu o grito daquele que parecia ser o líder. Após concluir seu golpe e rapidamente puxar a lâmina de volta, para sua surpresa as cordas de entidades profanas ainda mantinham aquela patética criatura em pé. Ela percebia a determinação naqueles olhos, determinação maligna e perigosa. Num misto de assombro e descrença momentânea, sentiu um impacto em sua coxa esquerda, o outro ser de olhos brilhantes havia golpeado com tanta força sua perna, que a placa da coxa quase rompeu, sentia dor no local. Ao mesmo tempo, duas azagaias novamente vieram em sua direção. Conseguiu levantar o escudo para um dos golpes, mas o seguinte passou, chocando-se em seu peitoral, a madeira não penetrou mas se partiu e os estilhaços se espalharam atravessando elos da malha na parte interna da armadura que protegia seus braços.

Logo a guerreira percebeu que não podia subestimar as criaturas, gritou um comando para William quebrar os ataques à distância dos oponentes, no mesmo momento que o escudeiro já se preparava para novo golpe.

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Gadrak, sentia os pulmões quase explodirem ao gritar percebendo o ferimento mortal recebido por Baas. Seus companheiros mantinham a coragem e força sobrenaturais e o líder teve uma esperança ao perceber que uma azagaia rompera aquela proteção e que Kine finalmente fizera aquela usurpadora sentir dor. Baas ainda estava de pé, mas a magia que o mantinha não seria suficiente, Gadrak se movimentou tentando aproximar-se para ajudar seu companheiro de caça e amigo, mas o humano com arma pesada fez novo disparo. A seta de ponta brilhante acertou novamente Ogwe, porém um golpe certeiro no meio do peito. O jovem goblin tombou para trás sem esboçar dor, sem gritar, sem gesticular, percebeu naqueles olhos apenas a gratidão por tombar ali, naquele local sagrado, com os olhos atentos e o orgulho dos ancestrais. Gbada ao ver a cena, puxou a adaga que tinha recebido e se preparou para o combate próximo, seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas também não esboçou sons, estava orgulhoso e queria que os demais companheiros também observassem sua glória em combate.

Baas vacilou com a dor e pensou que não poderia lutar, sua vida estava se esvaindo rápido. Viu Gadrak e Gbada chegando, enquanto Kine estava ali firme. Não hesitou, se agarrou nas bordas do escudo, tentando com suas últimas forças arrancá-lo, ao fazer isso abriu toda sua guarda e se desvencilhou de arma e escudo. Estava firme em seus pensamentos e orações diante daquele esforço final, fechou os olhos e sentia novas estocadas em seu corpo enquanto colocava sua força de vontade acima de tudo. Finalmente sentiu o escudo da guerreira soltar-se e num último suspiro arremessou-o para longe. Ao abrir os olhos viu a lâmina diante dele e tudo escureceu.

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Jasmine estava pasmada com a criatura que mesmo moribunda conseguia segurar seu escudo, ela havia cortado e estocado aquela maldita besta, mas ela não desistia. Novamente recebeu golpes no flanco esquerdo. Não conseguia aparar e posicionar o escudo sendo agarrada ferozmente. Suas placas resistiram aos golpes da espada de baixa qualidade do goblin de olhos brilhantes, porém mais deles se aproximavam. 

Willian preparava a besta novamente e ao ver isso Jasmine respirou fundo e em um breve vacilo, teve finalmente seu escudo arrancado e arremessado, furiosa ela cravou sua espada na cabeça da criatura enquanto usou sua pesada manopla esquerda para esmurrar a cara do goblin que tentava vencer a resistência de sua armadura. Com a violência do soco, o goblin cambaleou e foi segurado pelo arremessador de azagaias. Jasmine viu que o líder portador do item mágico estava perto e tentou acertá-lo, porém era ágil e evitou dois golpes. A guerreira saiu de sua posição, agora tomada de ódio por aqueles frágeis e dementes adoradores de figuras sombrias que se opunham contra a força de sua Fé.

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Kine sentia dor terrível, seu nariz e outros ossos se quebraram naquele soco, foi segurado por Gbada. Ambos viram a guerreira avançar furiosa em direção a Gadrak, havia oportunidade para golpear o atirador. Assim fizeram, avançando sobre ele. O esguio humano viu a ameaça chegar e não havia tempo para mirar, foi então que quase a distância de meio metro disparou. A última seta disparada foi certeira e atingiu Gbada no pescoço. Mesmo ferido e movido pelo calor do momento saltou e cravou sua adaga no olho do seu algoz, enquanto Kine fez com que a lâmina curta entrasse firme entre as costelas do oponente. 

Kine viu Gbada em pé, firme após o golpe, trocaram olhares, Gbada acenou com a cabeça e sentou-se ao lado do humano inerte, com a respiração gorgolejante. Kine entendeu e correu para ajudar seu líder. Mais um jovem goblin se despedia, mas sem desespero, apenas a convicção de vitória acalentava aquele fechar de olhos.

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Jasmine avançava lentamente e golpeava repetidamente fazendo movimentos variados sempre evitados pelo líder, a esfera brilhava e algumas vezes percebia que aquele maldito item de alguma maneira conseguia segurá-la tempo suficiente para que seu inimigo se esquivasse. Mesmo em luta próxima Jasmine viu Willian entregar sua vida, se encarregando de mais um goblin. Aquele jovem escudeiro teria sua história de bravura contada. 

Ela sabia que logo seriam dois contra ela, sem escudo e sem posição de vantagem, poderia ser pega facilmente e as placas não a salvariam. Foi então que ela respirou fundo, novamente concentrando-se na Fé Diáfana. Por um momento houve silêncio e seu golpe foi preciso. 

Jasmine não tentou vencer com um golpe mortal, mas sim extirpou a luz maldita daquele goblin, decepando sua mão junto do item que era segurado. O goblin imediatamente caiu de joelhos com a dor tentando agarrar o toco, onde antes havia esperança profana.

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Kine se preparava para flanquear a guerreira quando viu a mão de Gadrak sendo arremessada junto da esfera para perto da estátua, sentiu pavor, sentiu medo, mas todos tinham entregado suas vidas. Não poderia ele hesitar nesta carga, neste ataque, nesta última luta. 

Correu em direção a invasora, que tentou golpeá-lo, Kine fez um movimento com o corpo, fazendo com que sua breve corrida e movimento atribuíssem ao golpe mais força que o normal. Finalmente a armadura não resistiu ao impacto e a lâmina curta cravou na perna, de maneira tão violenta que a espada partiu ao tentar ser retirada. 

A guerreira urrou de dor e antes de focar sua ira teve tempo de chutar o peito de Gadrak que caiu. Agora Kine viu que tinha toda atenção dela, começou a recuar após o golpe e teve rápida agilidade ao pegar a espada de Baas no chão. 

Aquela mulher avançava com dificuldade. Com as mãos retirou o resto de lâmina da perna, mesmo mancando continuou o movimento. Kine estava ofegante, o ímpeto mágico passou e agora sentia seus músculos reclamarem diante da tensão do momento. O goblin foi o primeiro a golpear, porém sem sucesso. A invasora aparava os golpes com habilidade e a cada brecha tentava desferir um soco ou um chute.

Mesmo em luta, Kine viu que cambaleante, Gadrak tentava recuperar a esfera mágica. Pensou que havia esperança enquanto resistisse.

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Jasmine odiava aquela raça imunda. Seu corpo sofria com as agressões recebidas, mas ela estava perto de vencer. O goblin a sua frente era valente e resistia, mas seu treinamento em armas era inferior, ela apenas precisava manter aquela dança mortal, até ele demonstrar um vacilo, que logo veio a ocorrer. Um golpe mal executado permitiu que Jasmine movimentasse seu corpo de maneira que sua perna pudesse se colocar à frente do goblin, que caiu no encontro de ambos os corpos. Sua arma escapou das mãos e agora estava ali caído.

Jasmine soltou brevemente a arma se ajoelhando perto da criatura. Iria golpeá-la com as manoplas. Ao ser virado o goblin, ainda sacou rapidamente uma faca feita em marfim, que apenas arranhou seu peitoral. Soco após soco a futura Exarca extraia aquele brilho profano dos olhos da criatura. Sangue e glória em sua luta de fé chegavam ao ápice à medida que a templária continuava a se banhar com o que restava da cabeça do goblin que ousou ferir seu corpo imaculado. 

Restava apenas um. Ao olhar para trás viu que o líder se arrastava até a estátua, símbolo de uma crença maldita que logo seria erradicada.

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Gadrak se arrastava, sofrendo com as dores. O chute devia ter quebrado costelas, sua mão decepada se esvai em sangue. Viu Kine morrer, suas lágrimas corriam à medida que sua cabeça via os corpos de todos os seus companheiros. Sua astúcia, os ancestrais, sua crença estavam perto do fim. Pensou em toda sua vida, chegando até aquele momento, todo esforço para se prepararem, sua família, seu clã. Não era justo o que estava acontecendo, ele sabia que os encontros, o item encontrado, sua convicção na causa justa de sua luta seriam de alguma maneira recompensadas. A guerreira vinha lentamente em sua direção, após pegar sua espada. Chegou até a esfera e recuperou-a. Estava aos pés da estátua. Sonhava com o dia que talvez pudesse ser como seu antepassado, se lembrou do nome sagrado daquele que inspirou seu rito de nomeação, Garlak, Três Cortes. Queria honrar a todos, estava ali disposto a se entregar para proteger seu povo, mas como poderia…

A algoz estava perto, Gadrak olhou para esfera e viu a mesma brilhar. Ele estava determinado em ser um guerreiro e um líder honrado dando sua vida pelos demais, manteve esse pensamento firme enquanto segurava a esfera, que brilhava com muita força. O líquido se expandia, quando Gadrak, sentiu a lâmina entrar em seu peito. Continuou olhando enquanto seu corpo perdia a força, continuou olhando quando a esfera caiu de sua mão, continuou olhando e ignorando o segundo golpe, o terceiro…. continuou olhando quando misteriosamente a esfera se partiu aos pés da estátua. Continuou olhando enquanto as lágrimas escorriam…..continou….cont….

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Jasmine olhava a cena ofegante. A ferida na perna era um incômodo verdadeiro, seu corpo e sua Fé foram vitoriosos. Sentiu tristeza ao ver o líquido prateado aos pés da estátua, o objeto de poder foi quebrado antes que pudesse ser estudado pelos membros de sua Ordem. Precisava deixar aquele local logo.

Enquanto regozijava-se pela vitória, já em posição de oração, viu que uma luz se espalhou a partir do líquido se espalhando por toda estátua. O brilho ficou cada vez mais intenso, quando Jasmine sentiu seu corpo novamente se preparar para a luta. Recuperou o escudo e ficou em posição. 

Jasmine percebeu o líquido correr pelo corpo da estátua enquanto a pedra tornava-se casca quebradiça que aos pouco caia, pedaço a pedaço até que todo corpo do herói Garlak, Três Cortes estivesse de novo intacto. 

Assustada com a cena, contemplou aquela figura maldita. Tinha uma armadura de couro rígida ricamente adornada, com proteções espalhadas pelo corpo. Havia inscrições em um material brilhante espalhadas na proteção usada por aquele goblin, ele tinha uma aparência resoluta e solene olhando seus iguais, de alguma maneira Jasmine sabia que ele de fato conhecia o que ocorrera ali momentos antes. Garlak se ajoelhou diante daquele corpo caído a seus pés e ela pôde ouvir um “…Obrigado irmão, eu continuo daqui seu legado…”.

Garlak sacou duas adagas de lâminas levemente curvas e esguias, eram feitas de um mineral perfeitamente polido de cor vermelha com inscrições rúnicas brilhantes. Aquele goblin tinha um tom de pele verde bem escura e logo começou a se mover na direção de Jasmine.

A guerreira estava assustada com a nítida arma mágica que colocaria a prova suas defesas e Fé. O goblin investiu, a templária levantou seu escudo se preparando para responder aos golpes, mas quando deu por si, notou que o pequeno havia escorregado por seu flanco vulnerável esquerdo, evitando o escudo e desferindo um corte preciso na parte de trás de sua perna, na junta. Sua placa foi facilmente rompida e os músculos e tendões afetados.

Jasmine tentou retaliar, mas aquela besta maldita era rápida, evitando o golpe e se recuperando deste escorregão lateral com um movimento acrobático impossível.

Garlak viu que a guerreira tentava inútilmente mover-se, mas aquele corte foi preciso. Já sem movimento Jasmine tentava ficar firme quando o goblin arremessou sua adaga e correu em seguida. A adaga deixou um rastro vermelho e cravou no escudo, enquanto ele corria. A mulher se preparou com a espada, mas os sons foram cortados por um estalido, um som feito pela boca do goblin. A lâmina da adaga respondeu, saindo do escudo com movimento tão brusco que abriu a guarda no momento decisivo. Garlak evitou a espada longa, passou o primeiro corte na base da garganta o segundo no seio direito no exato momento em que a arma voltou a sua mão num piscar de olhos e finalmente o terceiro golpe com um movimento rápido de vai e vem na qual o corte da base do pescoço se transformou em uma perfuração completa na lateral do mesmo local.

Jasmine tombou para trás enquanto Garlak puxava as lembranças de seu período petrificado, sua consciência magicamente trazia lembranças de décadas. Havia muito a fazer, mas antes precisava dar um funeral digno a todos que se sacrificavam por seu grande povo. 

Se lembraria de todos os nomes, mas especialmente de Gadrak, que oferecerá sua vida de bom grado na esperança de um futuro melhor aos goblins daquelas montanhas.

Ele honraria esse desejo, o Herói de outrora retornou!

Fim?


Um guerreiro de honra – Parte IX

Autor: Thul Zandull
Revisor: Isabel Comarella
Artista da Capa: Douglas Quadros

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