Preconceitos no RPG – Taverna do Anão Tagarela #14

Neste episódio da nossa Taverna do Anão Tagarela, Douglas Quadros, Eduardo Filhote e Vinicius Mendes falam sobre preconceito no RPG. Embora seja muito legal pensar que o RPG seja um espaço 100% aberto a todos os tipos de pessoas, cada dia mais vemos reações e comentários preconceituosos envolvendo nosso amado hobbie.

Preconceito não tem espaço no RPG de forma alguma!

A Taverna do Anão Tagarela é uma iniciativa do site Movimento RPG, que vai ao ar ao vivo na Twitch toda a segunda-feira e posteriormente é convertida em Podcast. Com isso, pedimos que todos, inclusive vocês ouvintes, participem e nos mandem suas sugestões de temas para que por fim levemos ao ar em forma de debate.

Portanto pegue um lápis e o verso de uma ficha de personagem e anote as dicas que nossos mestres vão passar.

Tema: Preconceitos no RPG

Tempo: 1:26:52

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Preconceitos no RPG:

Host: Douglas Quadros.
Texto: Eduardo Filhote
Participantes: Senhor A.
Adaptação para Podcast: Senhor A.
Arte da Capa: Raul Galli.

Preconceitos e Fobias Rpgistas – Off-Topic #12

Certamente, ninguém tem dúvidas de que RPG é um hobbie que une pessoas. E sabemos também que fobias e preconceitos separam as pessoas. E, infelizmente, o RPG também sofre com as fobias e preconceitos da sociedade, mesmo entre quem joga normalmente.

É importante evidenciar que o cenário de RPG hoje é mais aberto, mais receptivo, e maior que nas décadas de 90 e 2000. Mas ainda temos muito a caminhar.

 

ADULTOS X CRIANÇAS

Uma das separações mais comuns é quanto as idades variadas. De modo geral, adultos tem mais fobias e preconceitos que crianças e jovens. Mas longe de ser uma exclusividade adulta esse defeito.

Mas é muito comum vermos rixas e desavenças envolvendo a questão etária. Adultos costumam não ter paciência para a imaginação fervente dos mais jovens, ou mesmo com a inexperiência que acompanha iniciantes.

É necessário derrubar essa barreira, tanto o preconceito com a faixa etária quanto o preconceito com a inexperiência com pessoas que vão começar agora a jogar, sejam pessoas adultas, jovens ou crianças.

Será que crianças e adultos não poderiam jogar e se divertir juntos?

HOMENS X MULHERES

Não tem como falar de preconceitos e fobias, e não falar de machismo. Infelizmente, o cenário de RPG é muito machista, pelo menos no Brasil.

É comum as mesas serem muito separadas: apenas mulheres, ou apenas homens, claro que com aquelas exceções que miscigenam a comunidade LGBT+ como um todo também.

Houve um tempo em que RPG era considerado “coisa de meninos” ou então o ambiente era tão tóxico no machismo, que qualquer garota que por ventura aparecesse era muito assediada, excluída, e por muitas vezes até humilhada.

StrangerThings, entre muitas outras coisas, evidenciou bastante o RPG, e mostrou muito claramente esse “efeito machista” dentro do hobbie, mas que foi brilhantemente alterado na terceira temporada da série.

Precisamos abandonar esse conceito de que RPG é algo relativo ao gênero das pessoas que jogam. Não importa o gênero, RPG é um hobbie que serve para qualquer pessoa, em qualquer idade.

Enquanto não superamos esse machismo, ainda vemos o separatismo mais desunindo as pessoas que jogam que as unindo, criando “vertentes” ou “formas de jogar” como se o gênero tivesse qualquer influência que seja em criatividade, originalidade, habilidades de leitura e interpretação de texto.

Essa separação simplesmente não deveria existir!

Sério mesmo que em pleno Século XXI ainda vamos tentar estabelecer diferenças entre gêneros?

HETERONORMATIVIDADE X COMUNIDADE LGBT+

Preconceitos e fobias com pessoas da comunidade LGBT+ não é nenhuma novidade, e pensar que o RPG estaria isento desse mal da humanidade, infelizmente, ainda é uma utopia.

É interessante pensar que um hobbie que explora a imaginação para criar narrativas de inclusão, misturas e muita diversidade, seja tão preconceituoso.

Não importa o sistema ou o cenário, as narrativas fazem uso de várias raças, povos, culturas, pensamentos e vivências diferentes. E na maioria das vezes agindo em conjunto, com respeito e amizade, companheirismo e aceitação.

É surreal pensar que as diferenças dentro do jogo fortaleçam tanto o time, enquanto fora do jogo as diferenças não permitem que o time se junte.

O que deveria ser um hobbie de inclusão e aceitação, uma ferramenta de mostrar que a diferença é que torna um time forte, versátil, funcional, na verdade serviu, por muito tempo, para reforçar o separatismo, os preconceitos e as fobias.

Precisamos acabar com esses preconceitos e fobias, com o separatismo e a divisão pelas diferenças, sejam quais forem. Precisamos seguir os exemplos do hobbie que admiramos e nos unirmos.

Quais razões podemos considerar válidas para separar as pessoas, que não sejam por preconceito, fobia ou o medo de sofrer com isso?

DERRUBANDO PRECONCEITOS E FOBIAS

“Somos mais do que mil. Somos um.”

Novamente eu trago essa frase dita por Simba em O Rei Leão 2, da Disney, porque verdadeiramente acredito nisso.
Somos mais que mil pessoas com um hobbie em comum, somos mais que mil pessoas se divertindo e construindo histórias, somos mais que mil pessoas criando e ampliando.

Somos uma única comunidade, somos uma única espécie biológica, somos uma única forma de existência singular. Temos muito mais em comum nos unindo que diferenças nos separando.

Precisamos aceitar que somos crianças, adultos, idosos, iniciantes, experientes, humanos.

Nesse primeiro ano de Off-Topic, completado com esse artigo, já falei sobre o Bleeding, sobre religiões nas mesas de jogo, sobre usar a vingança como ferramenta narrativa, mas devo confessar a vocês que, de todos os textos que eu fiz pro site, esse foi o mais gostoso de escrever.
E gostei tanto desse texto por apenas um motivo: se ao ler esse texto, você aí pelo menos rever suas posturas e tentar ser uma pessoa mais receptiva, acolhedora e do bem para com outras pessoas, meu objetivo terá sido alcançado!

Vamos juntos fazer uma comunidade unida, coesa, acolhedora e receptiva!

 

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