Black Stories é um jogo de cartas. MAS, é cooperativo. Você precisa desvendar o mistério de cada carta, com perguntas de resposta sim, não ou não relevante, sem limite de tempo. Podem se aventurar 2 pessoas ou mais, muito mais.
Ficha Técnica
Número de jogadores: 2-99(?) jogadores
Tempo: 10 minutos a quanto tempo você quiser Mecânicas: cooperativo, enigmas Editora: Moses., licenciado no Brasil pela Galápagos Jogos
Idade recomendada: de 12 anos ao infinito
Componentes (jogo base):
1 Livro de regras
50 Cartas de tamanho, sendo: pelo menos uma ilustração e um mistério, na frente, com resposta do mistério, no fundo. Tamanho 88mm x 126mm
Como funciona Black Stories
Um jogador escolhe uma carta, com um mistério na frente, uma ilustração , e a resposta do mistério no verso. O objetivo do(s) outro(a) jogador(es) é explicar como se deu o mistério, ou fato inusitado, interrogando o “mestre” do mistério.
Te dar um exemplo de minha autoria (depois de um tempo, você “pega o jeito” , e consegue criar seus próprios mistérios para outros jogadores.)
Mestre: Mistério: 22 pessoas morreram a noite. Adivinha porquê.
Jogador 1: Onde morreram?
Mestre: Pergunta inválida. A resposta precisa ser sim, não, ou não relevante. Tenta de novo.
Jogador 2: A morte foi acidental?
Mestre: Sim! …
Isto quer dizer, você precisa fazer perguntas até desvendar como ocorreu o mistério. Que pode ser morte, furto, ou nenhum desses...
(Passo a resposta do meu mistério no fim, curioso!)
O jogo é cooperativo.
O que gostei em Black Stories
Cooperativo. Os jogadores devem trabalhar em conjunto e recapitular o que sabem para chegar a conclusão
Portátil, da pra levar pra qualquer lugar
A dinâmica do jogo vai alternar casos fáceis com difíceis
Duração de tempo variada.
E você pode alternar: uma vez você joga como jogador, outra como mestre.
Gostei da arte com a proposta de jogo. Vamos sair da telas um tempo.
Qualquer filme de investigação e mistério pode servir de inspiração
O que não gostei …
Após o uso das 50 cartas, todo mundo já conhece todos os mistérios, e não dá para reaproveitar. Tem jogabilidade extensa, porém limitada.
Cuidado com temas sensíveis. Para crianças ou adolescentes, há algumas caixas específicas, de outra forma, você precisa selecionar a carta.
Assumo que você tenha maturidade para entender que NÃO é um jogo de mestre contra os outros jogadores.
Entretanto, tem regras da Casa?
Tenho.
Para não tornar o jogo frustrante, coloco a opção de “dicas” — os jogadores podem pedir uma ou duas dicas se a evolução estiver lenta.
Às vezes, um jogador depois de iniciar o “mistério” , lembra que já viu. Pode auxiliar os outros, sem revelar totalmente.
A opção de ter 2 ” mestres” em grupos maiores é interessante, um auxiliando o outro.
Cada jogador faz uma pergunta de cada vez, alternando a vez. Isso diminui o risco de “jogador alfa”, conduzindo tudo o tempo todo.
Se te recomendo Black Stories?
Muito. É uma boa forma de apresentar o conceito de jogos cooperativos, de investigação e mistério, para jogadores novos.
Se for com crianças, filtre as cartas, ou pegue caixas específicas para crianças.
Novas edições da Galápagos traduziram como Histórias Sinistras, mas só muda o nome.
Até breve, todavia…
22 pessoas morreram a noite. Como?
Baseado em fatos reais. Numa praia na Inglaterra, a maré tem uma enorme variação de nível do mar. Na maré baixa, pequenas poças com muitos mariscos se tornam acessíveis.
Um grupo de marisqueiros novatos foi surpreendido enquanto colhiam mariscos a noite, e a maré avançava a cerca de 7 km/hora. (Uma pessoa caminha cerca de 3 a 4 km/h). Considere ainda que a água tem cerca de 7 vezes mais densidade que o ar.
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Elder Sign é um jogo de tabuleiro. Você precisa salvar o mundo, antes que um dos Anciões desperte, e destrua tudo. Para isso você precisa de sorte, estratégia e do Símbolo Ancestral (Elder Sign), enquanto se aventura no Museu da Universidade de Miskatonic. Pode se aventurar sozinho ou em grupo.
Ficha Técnica
Número de jogadores: 1-8 jogadores Tempo: 1 a 2 horas Mecânicas: cooperativo, estratégia, sorte, em turnos Editora: Fantasy Flight Games, licenciado no Brasil pela Galápagos Jogos
Idade recomendada: 14 anos
Tamanho e peso da caixa: 26 x 5,5 x 26 cm; 2 quilogramas
Componentes (jogo base):
1 Livro de regras
1 relógio de papelão
Ponteiro de papelão para o relógio
Conector de plástico para o ponteiro
1 ficha da entrada
6 dados verdes
1 dado vermelho
1 dado amarelo
80 Cartas de tamanho tarô, sendo:
08 cartas de Ancião
16 cartas de investigador
48 cartas de aventuras
08 cartas de outro mundo
76 cartas pequenas, sendo
12 cartas de itens comuns
12 cartas de itens especiais
12 cartas de feitiço
8 cartas de Aliado
32 cartas do Mito
144 fichas e marcadores de papelão, sendo
16 marcadores de investigador
30 fichas de sanidade
30 fichas de resistência
15 fichas de pista
22 marcadores de monstros
5 marcadores de monstros da máscara
12 fichas de perdição 17 fichas de Símbolos Ancestrais
Como funciona Elder Sign
Você é um investigador, com o objetivo de salvar o Mundo, antes que um grande Ancião desperte.
Toda a “ação” se passar no museu da Universidade de Miskatonic, e em suas cercanias.
Isto quer dizer, você precisa cumprir os desafios propostos em cada uma das salas do museu, através de resultados de dados (sorte), mas tem meios de influenciar as probabilidades com itens comuns, itens especiais, pistas e aliados, além da “concentração” (estratégia).
O jogo é cooperativo. Os jogadores (investigadores) precisam recolher um certo número de Símbolos Ancestrais para selar o Ancião para sempre. (Ou até a próxima partida).
O que gostei em Elder Sign
Muitas regras combinam com a ambientação.
O Museu fica aberto ao público de meio-dia a meia-noite, o que quer dizer que os investigadores agem enquanto o museu está “fechado” ao público, na madrugada e de manhã.
Cada investigação dura 3 horas no relógio de papelão. Ao purgar ou decifrar cada sala, o tempo passa.
A dinâmica do jogo vai fazer monstros aparecerem (cada vez mais), numa contagem regressiva para o despertar do Ancião, e alguns desafios vão cobrar resistência e sanidade dos investigadores, cada um com uma habilidade especial.
Caso o Ancião desperte, as chances de sucesso são minúsculas.
Muita rejogabilidade. Demorei de ver cartas de museu se repetir, e a mudança de investigador em outra partida, muda a estratégia. E cada Ancião (são 8) tem um desafio diferente.
O que não gostei …
Algumas fontes escolhidas para leitura são pequenas, e outras “pouco amigáveis”.
O balanceamento dos investigadores não achei legal. Alguns são muito mais fortes do que outros.
Assim, se você quer um jogo mais denso, procura os “irmãos maiores”. Este é pra introdução. E ainda, o jogo cooperativo pode resultar no “jogador alfa”, que dita a estratégia.
Entretanto, tem regras da Casa?
Tenho. A primeira que testei/descobri é uma mecânica de qualquer jogador entrar ou sair do jogo a qualquer momento, depois seguem outras. Olha abaixo.
Como o museu funciona de Meio-dia a meia-noite, e os investigadores agem nos horários em que o museu estaria “fechado”, assumo que se no meio da partida, um jogador precisa sair, sua personagem cansou de passar os últimos dias da Terra tentando salvar o mundo. Daí, decidiu curtir a vida. Entrega pra os companheiros os itens que tiver e “au revoir“. Boa sorte pra os que ficam.
De forma inversa, se chega um jogador no meio da partida, assumo que um investigador descobriu que o mundo está pra acabar, e decidiu ajudar. Entra com seus itens iniciais, e ocupa 3 horas no relógio.
A opção de pausa na entrada do museu para procurar no achados e perdidos ou descansar pra se curar fazia um jogador “perder a vez”. Também comprar itens com troféus. Tornei estas opções ações livres. O jogador pode fazer tudo isso, e ainda “desafiar ” uma das salas do museu. Deixa o jogo mais fácil, todavia, mais dinâmico.
Você só poderia cumprir um dos desafios das salas do museu de cada vez, por rolagem de dados. Eu decidi que numa única rolagem, pode fazer isso, desde que cumprindo as cartas em que a ordem de resolução é específica. Tem uma personagem com esta habilidade. Entretanto, esta personagem se tornou “obsoleta“, mas ganhei agilidade, diminuindo o número de rolagens de dados por partida, e como tem um total de 16 personagens, “perco” apenas uma.
Quando tem jogador novo, eu fico de “mestre” , só lembro as regras, movo o relógio, etc. Isto evita que eu haja como um jogador “alfa”, ditando a estratégia.
Se te recomendo Elder Sign?
Muito. É um “irmão mais novo” da série Arkham Horror. Minha filha de 13 anos jogou bastante, curtiu, fez e faz sucesso, ela leva pra casa de amigas e “mestra” cada partida. Serve como introdução para jogos mais tensos de terror.
Sou apaixonado pelo jogo. Pela atmosfera, detalhes e simplicidade. Como você vai descobrir, nem só de jogos “pesados” vive o horror de Lovecraft.
Até breve, Investigador. O mundo aguarda seu resgate, nas salas empoeiradas do misterioso museu.
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Financiamentos Coletivos são a onda do momento, com essa plataforma os criadores conseguem confirmar com a comunidade que eles tem interesse, no material que eles estão desenvolvendo. Entretanto diversas polemicas fazem parte deste meio (do financiamento coletivo e não necessariamente do RPG), com atrasos e até mesmo projetos que não fazem sentido. Nesta taverna discutimos a importância desta ferramenta para o mercado de RPG nacional!
A Taverna do Anão Tagarela é uma iniciativa do site Movimento RPG, que vai ao ar ao vivo na Twitch toda a segunda-feira e posteriormente é convertida em Podcast. Com isso, pedimos que todos, inclusive vocês ouvintes, participem e nos mandem suas sugestões de temas para que por fim levemos ao ar em forma de debate.
Portanto pegue um lápis e o verso de uma ficha de personagem e anote as dicas que nossos mestres vão passar.
Todo mundo tem um RPG que gostaria de ter jogado, mas nunca conseguiu. Muitas vezes o motivo é a preguiça de ler o livro e depois ter que ensinar todo mundo a jogar, outras vezes é porque só você gosta daquele tema. Independente do motivo, deixa nos comentários aí quais você gostaria de ter jogado e nunca conseguiu!
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Aventuras prontas são consideradas por muitos uma ótima maneira de começar a narrar, entretanto quando devemos usa-las realmente? Nesta Taverna do Anão Tagarela falamos sobre diferentes formas de uso de aventuras prontas e também criticamos alguns pontos que muitos amam. Escute e entenda a nossa opinião neste episódio fantástico.
A Taverna do Anão Tagarela é uma iniciativa do site Movimento RPG, que vai ao ar ao vivo na Twitch toda a segunda-feira e posteriormente é convertida em Podcast. Com isso, pedimos que todos, inclusive vocês ouvintes, participem e nos mandem suas sugestões de temas para que por fim levemos ao ar em forma de debate.
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Nesta Taverna do Anão Tagarela falamos sobre Mods, Hacks e House Rules ou as popularmente conhecidas regras da casa! Escute a nossa opinião sobre estas modificações nos jogos, o quanto elas ajudam ou atrapalham o desenvolvimento das nossas mesas.
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Portanto pegue um lápis e o verso de uma ficha de personagem e anote as dicas que nossos mestres vão passar.
Você utiliza classes sociais em seus jogos de RPG? Para alguns RPGs, D&D, por exemplo, não há regras para isso, mas e se tivesse?
A maioria das pessoas já utilizou RPGs baseados no sistema d20, como o próprio D&D, Pathfinder, entre outros, e se depararam com o momento de comprar equipamentos.
E nesse ponto viram a tabela que indica a quantidade de recursos iniciais baseada em cada classe, onde magos ganham poucos recursos e guerreiros tem bons recursos iniciais, para conseguir comprar seu escudo e espada.
E se o guerreiro fosse simplesmente um homem livre ou ex-servo, que limpa terrenos para comprar o pão de amanhã?
Concordo que se sua aspiração é vir a ser um guerreiro, ele guardará todo o centavo que conseguir para chegar ao ponto de comprar os seus tão sonhados equipamentos iniciais, porém essa jornada seria muito mais trabalhosa e longa.
Isso não implicaria no histórico desse personagem?
Ter de trabalhar horas e horas sem descanso, para juntar a grande quantia de recursos que um guerreiro ganha inicialmente exige que o jogador explique isso no histórico.
A história de que ele tem 18 anos e resolveu começar sua jornada um belo dia, porque seus pais foram assassinados por uma tribo de orcs já não cola, não acha?
Classes sociais no RPG?
Classes sociais existem em nossa realidade até hoje, porém eram muito presentes no período do feudalismo e antes.
Nos jogos de RPG as mesmas existem amplamente, sendo utilizadas pelo narrador para descrever reis, rainhas, grandes comerciantes, normalmente pessoas que contratam os personagens para fazer algo que eles mesmos não querem fazer.
Porém os jogadores não tem a opção de utilizar, com benefícios e deveres, essas classes sociais, não há regras descritas nos RPGs mais comuns de fantasia medieval, como D&D ou Pathfinder.
Possibilitar que os jogadores também sejam, por exemplo, artífices ou comerciantes, contudo buscando uma vida de aventuras, enriquece tanto a história do personagem, como o envolvimento dos jogadores com a campanha, além de gerar bons ganchos para o mestre.
Dessa forma, o que proponho não é algo que ninguém nunca viu ou ouviu, classes sociais existem em qualquer jogo, principalmente com a temática medieval.
Neste post, com essa house rule, seus jogadores terão os benefícios e as consequências de serem de classes sociais distintas, fazendo com que incrementem os históricos dos personagens, além de permitir mais ganchos para o mestre utilizar.
Esta house rule eu criei baseadas na primeira edição de Tagmar, a minha primeira experiência no RPG.
Cada classe possui benefícios exclusivos, por exemplo o artífice ganha +2 nos testes de Ofício e Avaliação, demonstrando sua expertise.
Além disso, o jogador pode alterar sua classe social, empenhando tempo de estudo e prática de perícias.
Em termos de regra, o jogador pode aumentar sua classe social gastando pontos de perícia, conforme a tabela mais abaixo.
Isso demonstra que o personagem dedicou um tempo valioso trabalhando ainda mais arduamente, aos fins de semana ou a noite, e isso fez com que tivesse menos tempo, de preparo e estudo, para focar no que almeja, ser um guerreiro ou mago, digamos.
Ex.: Um personagem, rolando os dados, adquire, por exemplo, a classe social de pessoa livre, ele gasta os pontos de perícia e altera sua classe social para Pequeno Comerciante, demonstrando que através do seu árduo trabalho, conseguiu progredir em sua classe social, sob pena de seus estudos.
Lembrando que não é possível ter uma classe social maior que Alta Nobreza, visto que reis, por exemplo, são necessários em seus reinos e não saem caçando aventuras e dormindo no chão duro, ou em estalagens baratas.
Descrição das Classes Sociais.
Ex-Escravo
O personagem é um ex-escravo. Teoricamente ele é uma pessoa livre. Porém, sua antiga posição é reconhecida por sinais claros (tatuagens, marcas, etc.). Assim, ele sofre os estigmas de ter sido um escravo, exceto que não estará sendo procurado por fugir, uma vez que é livre, e não possui um senhor para lhe dar ordens ou confiscar suas posses.
Dessa forma, personagem soma +2 nos testes de arte da fuga e cura, como parte de seu tempo de escravidão, evitando ser pego em algum momento e cuidando de seus próprios ferimentos.
Ex-Servo
O personagem é um ex-servo de algum nobre. Ele é uma pessoa livre. Porém, sua antiga posição é reconhecida por traços claros de comportamento e vestimentas. Assim, ele sofre os estigmas sociais característicos dependendo do meio social a que estiver.
Nesse sentido, o personagem soma +2 nos testes de diplomacia e blefar, como parte de seu tempo de servidão.
Livre
O personagem é uma pessoa livre. Faz trabalhos para ganhar dinheiro, tanto por “empreitada” ou sendo funcionário de uma classe social comerciante.
Assim, o personagem soma +2 nos testes de conhecimento local (cidade onde mora ou região) e sentir motivação, como parte de seu tempo buscando e reconhecendo oportunidades de fazer dinheiro.
Pequeno Comerciante
O personagem é um pequeno comerciante. É preciso escolher uma profissão (mesmo não ganhando a perícia como sendo de sua classe de personagem) e sua mercadoria principal, a qual começará com um pequeno estoque (15 PO em mercadorias).
Dessa forma, ele pode ter herdado suas mercadorias de seus pais ou tê-las adquirido durante sua caminhada. Bem como tem contato com um fornecedor de suas mercadorias principais (a escolha do jogador). Contudo o mestre deve criar esse fornecedor como um Personagem do Mestre e reservá-lo para aparições ocasionais.
Além disso, o personagem ganha +2 nos testes de Profissão e Avaliação que envolvam sua mercadoria principal.
Artífice
O personagem é um artífice e tem uma especialidade em ofícios a escolha do jogador, mesmo não ganhando a perícia como sendo de sua classe de personagem.
Assim, ele tem acesso a uma oficina e ferramentas complexas (não próprias) em alguma cidade ou vilarejo para trabalhar no objeto de seu emprego (forjas, estaleiros, curtumes, etc.). Bem como tem contato com um comerciante para quem fornece mercadorias pelo preço padrão. O mestre deve criar esse comerciante como um Personagem do Mestre e reservá-lo para aparições ocasionais.
Bem como, o personagem ganha +2 nos testes de Ofício e Avaliação que envolvam fabricação ou restauro do objeto de seu emprego de artífice.
Grande Comerciante
O personagem herdou ou criou uma pequena fortuna e uma grande influência como comerciante de uma mercadoria específica, a critério do jogador. Dessa forma, ele precisa escolher uma profissão (mesmo não ganhando a perícia como sendo de sua classe de personagem) e sua mercadoria principal. Nesse sentido, ele é muito influente em uma guilda regional e tem conhecimento de rotas comerciais, comerciantes legalizados e itens que podem ser encontrados em sua área de abrangência (em geral um reino inteiro).
Nesse sentido, o personagem deve possuir uma tenda de comércio em algum lugar de uma cidade média ou grande, na qual ele não precisa trabalhar diretamente. O serviço lhe rende 10 moeda de prata por semana, já descontados todos os custos, mas ele precisa ir até o local resgatar o pagamento.
Além disso, o personagem também tem acesso a qualquer item mundano vendido em sua área de abrangência com 10% de desconto (além dos possíveis descontos oriundos de uma boa negociação).
Baixa Nobreza
O personagem é um cavaleiro real, um barão ou um visconde. Ele herdou esse título de seus pais por ser o primogênito ou o conquistou por algum feito que tenha realizado no passado.
Nesse sentido, o título de nobreza dá direito a possuir um brasão que o identifica como nobre. Assim como, o título vem acompanhado de propriedades e vassalos da extensão de um vilarejo no interior de um reino (pessoas livres que lhe pagam impostos). Além disso, os impostos lhe garantem uma renda semanal de 20 moedas de prata.
Assim, seu título garante que você faça testes de diplomacia e intimidação com bônus de +2 contra todas as Pessoas Livres, Comerciantes e Baixa Nobreza do seu reino e pela Baixa Nobreza de outros reinos. Assim como você é a autoridade máxima em sua cidade quando o monarca não está presente.
Alta Nobreza
O personagem é um conde, um marquês, um duque ou detém algum outro título equivalente. Dessa forma, ele herdou esse título de seus pais por ser o primogênito ou o conquistou por algum grande feito que tenha realizado no passado.
O título de nobreza lhe dá direito a possuir um brasão que o identifica como nobre. Além disso, o título vem acompanhado de propriedades e vassalos da extensão de uma cidade em qualquer lugar de um reino (interior, fronteiras ou litoral). Bem como, os impostos pagos pelos seus súditos lhe garantem uma renda semanal de 2 moedas de ouro, contudo você precisa estar nas suas terras para coletar estes recursos.
Do mesmo modo que seu título garante que você faça testes de diplomacia e intimidação com bônus de +2 contra todos os habitantes do seu reino e pela Baixa ou Alta Nobreza de outros reinos.
Além disso, você é a autoridade máxima em sua cidade quando o monarca não está presente e detém certa autoridade em todas as outras cidade do mesmo reino.
Pondo em prática
Para tornar o uso desta regra mais justa, em termos de obter seus benefícios, segue uma tabela abaixo.
Primeiramente você encontra o valor correspondente ao resultado do dado que tirar, logo após há a classe social para o resultado adquirido.
Agora, na coluna seguinte você encontra o custo em pontos de perícia necessários para melhorar sua classe, assim como o rendimento específico e um valor médio, caso queira escolhê-lo ao invés de lançar os dados.
Assim, role 1d20 e. em seguida, veja o resultado na tabela.
Resultado
Classe Social
Custo Pontos
Rendimento
Valor médio
1, 2, 3
Ex-escravo
–
2d4x10PP
40 PP
4,5,6,7
Ex-servo
6
4d4x10PP
80 PP
8,9,10,11,12
Livre
8
6d4x10PP
120 PP
13,14
Pq. Comerciante
10
2d6x10PO
60 PO
15,16
Artífice
12
4d6x10PO
120 PO
17,18
Grd. Comerciante
14
6d6x10PO
180 PO
19
Baixa Nobreza
16
8d6x10PO
240 PO
20
Alta Nobreza
18
10d6x10PO
300 PO
Dessa forma, aconselho que anote na parte principal da ficha, na primeira folha, sua classe social, bem como anote as características dela em algum local secundário, a fim de ter sempre à mão.
Rendimentos por classe social
Junto com os benefícios de cada classe social descritos anteriormente, o jogador tem recursos específicos, de acordo com sua classe social, conforme pode ser visto na tabela acima.
Dessa forma, ao rolar os dados de acordo com sua classe social, você tem direito a escolher entre rolar os dados para descobrir seu rendimento ou escolher a média.
Esta nova regra de rendimento pode ser usada em substituição ao que consta no livro, ou, se você quer que seus jogadores tenham recursos sobrando, pode utilizá-la em adição as regras do seu sistema preferido.
Nesse sentido, utilizando em adição ao sistema, um personagem da classe Mago, por exemplo, em Pathfinder 1º Ed., com uma classe social de baixa nobreza, teria os seguintes recursos abaixo.
2d6 × 10 PO por ser mago, mais 8d6x10 PO da sua classe social de baixa nobreza.
Assim, um jogador muito azarado poderia ficar com, no mínimo 100 PO iniciais, ou, se fosse muito sortudo, 600 PO.
Além disso, lembrando que o personagem pode aumentar sua classe, a custo de pontos de perícia.
Por fim
E então? O que acha de utilizar classes sociais na sua campanha para incrementar um pouco mais as coisas?
Assim, utilize estas regras de casa e me conte, nos comentários, o que achou!
Lembrando que estas regras não foram feitas para oprimir seus jogadores ou mesmo dificultar a narrativa do mestre.
Elas foram pensadas para trazer um envolvimento maior do personagem com o mundo que estão inseridos.
Se estas regras causarem, por exemplo, dificuldades ou constrangimentos ao seu jogo, tire-as na mesma hora!
Nada como um bom acordo entre jogadores e narrador para saber até que ponto a campanha ou sessão deve ser levada.
Algo similar ao contrato do horror, apresentado em RPGs como Kult.
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Testes são uma pedra fundamental do RPG. A aleatoriedade ajuda a dar vida às histórias, seja naquele sucesso crítico inesperado ou naquela falha que veio no pior momento possível. Hoje vamos buscar novas maneiras de usar testes em suas campanhas e crônicas.
Perceba que muitos sistemas já tem regras para lidar com essas situações específicas, mas mestres que gostam de jogos mais narrativos podem encontrar valor nestas quatro regras simples que vou dividir com vocês.
Testes como objetivos de longo prazo
Às vezes um personagem tem um objetivo que destoa um pouco do que o mestre preparou para a campanha. O clássico caso do anão que queria abrir uma cervejaria, ou da vampira que quer ampliar seus domínios em uma área da cidade.
Claro que isso é muito legal e ajuda a dar vida ao personagem. Esse tipo de coisa deve ser incentivado. Mas alguns jogadores podem ser um pouco impacientes para ver o resultado de suas ações, principalmente quando elas se movem numa escala de tempo um pouco diferente em relação aos personagens. Colocar isso em termos de regras pode ajudar a definir o ritmo dos eventos.
Sistema: a cada sessão de jogo o jogador pode fazer um teste para seu objetivo. Este teste pode variar conforme a necessidade e as estratégias do personagem e determinará o ritmo do crescimento. É importante estabelecer objetivos claros para que o jogador saiba o que está em jogo.
Por exemplo, para nosso anão cervejeiro, o mestre pode determinar que são necessários 3 sucessos em testes de perícias relacionadas a profissão, ofícios ou química para desenvolver a fórmula. Depois, mais 3 sucessos em perícias sociais para estabelecer rotas comerciais para compra de insumos e venda da mercadoria.
É importante lembrar que alguns marcos nessa jornada precisam de cenas próprias e de roleplay do personagem. Digamos que após determinado número de sucessos o jogador conseguiu agendar uma reunião com um importante comerciante elfo que pode levar sua cerveja ao rei. Esta cena é importante e deve ser vivenciada pelo jogador.
E abre a incrível possibilidade do Combo da Cervejaria Anã
Testes como recursos em escala
Às vezes o personagem acaba tendo acesso a uma forma de recursos virtualmente inesgotável, como nosso já citado anão cervejeiro. Neste caso, nada impede que o personagem use o dinheiro adquirido com seu negócio para comprar coisas em benefício próprio. Mas como ninguém quer passar horas estudando como converter cerveja anã em um machado +3, podemos aplicar um teste simples para resolver o processo.
Sistema: O jogador faz uma rolagem representando a disponibilidade de seus recursos. O cervejeiro anão poderia rolar alguma coisa relacionada a sua profissão, enquanto um vampiro que mantém prisioneiros para sua alimentação poderia rolar alguma habilidade relacionada a percepção ou cura para determinar a saúde dos prisioneiros. Uma falha nesse teste não impede que o personagem utilize seu recurso, mas pode esgotá-lo (a cervejaria vai à falência, os prisioneiros morrem, etc).
“Malditos prisioneiros que ficam morrendo. Acho que vou abrir uma cervejaria que dá mais negócio.”
Testes para estabelecer elementos passados
É normal que durante o jogo aconteçam perguntas como “eu tenho uma lanterna comigo?” ou “minha personagem é uma nobre, posso ter uma biblioteca com um tomo sobre esse assunto?”. Alguns RPGs procuram detalhar minuciosamente o mapa de contatos dos personagens ou o seu equipamento, mas nenhum sistema de regras é capaz de cobrir todas as situações que surgem durante a campanha. Não, nem mesmo GURPS.
Sistema: se o personagem puder ter algo que faça sentido com seu background, peça um teste apropriado. No caso da biblioteca, por exemplo, um teste de Inteligência ou outro atributo mental modificado pela influência de sua família nobre poderia servir.
Essa abordagem também pode servir para determinar eventos do passado. Se um personagem encontra um nobre de um clã ou família rival, você pode pedir um teste resistido de Força com alguma outra perícia de combate para determinar que os dois já lutaram no passado e qual deles saiu vencedor.
Só tome cuidado para não transformar isso em uma série de retcons na sua história. Até pode ser legal às vezes deixar a ladina rolar um teste para estabelecer que ela preparou uma armadilha no local antes do combate, mas o ideal é evitar excesso.
“Você encontrou o livro com o ritual?”
“Claro, estava… aqui no meu bolso o tempo todo, aparentemente.”
Testes como consequências da história
Em campanhas um pouco mais longas, é normal que os personagens se envolvam em eventos importantes para o cenário onde se passa a história, seja um mundo fantástico ou uma cidade pequena. Algumas pessoas podem reconhecê-los por seus feitos, bons ou ruins, ou então bênçãos e maldições podem acabar recaindo sobre eles. Este mecanismo aparece em alguns jogos como 3D&T ou Kult.
Sistema: sempre que houver a possibilidade de enfrentar consequências pelas suas ações, o jogador faz um teste adequado. Por exemplo: após falhas terríveis em sua missão para proteger a vida do rei, o grupo, em desgraça e vergonha, chega a uma nova cidade. O mestre pode pedir um teste de Furtividade modificado pelo Carisma para que os personagens evitem ser reconhecidos. Da mesma maneira, se a barda venceu um duelo de rimas contra o menestrel imperial, um teste de perícia pode ajudar a indicar o quanto as pessoas ainda lembram do ocorrido. É interessante manter um relatório de todos os grandes feitos dos heróis.
Esta abordagem também funciona bem para para eventos grandiosos. Se os personagens terminaram de destruir uma entidade cósmica, como a deusa das águas, por exemplo, testes para evitarem ficar abalados ao ver a população morrendo de sede podem ser legais, bem como testes para evitarem doenças ou mesmo memórias traumáticas do ocorrido.
“Sim, eu VENCI o duelo de rimas contra o menestrel imperial, e na verdade é por isso que preciso evitar ser reconhecida.”
Espero que estas ideias ajudem a dar um tempero interessante nas suas campanhas. Não se esqueçam de ver o artigo do Vinicius Viana sobre Como usar os Mitos de Cthulhu em sua Campanha.