Gen Con 2020

A “Geneva Convention” ou Gen Con é uma das maiores e mais conhecidas convenção de jogos de mesa (board games, RPG e card games) do mundo. O criador da convenção é o mesmo que criou o nosso queridinho Dungeons and Dragons, Gary Gygax. Este ano tivemos a sua 42º edição, e a Gen Con 2020 foi totalmente online e com muitas palestras em português (além de mesas, lançamentos, entre outros).

A Gen Con 2020 teve assuntos para todos os gostos: muita coisas sobre jogos, sistemas, novidades e por aí vai. Teve também muitos seminários sobre evolução e dinâmicas de jogos, para quem queria entender melhor o hobby. E ainda seminários falando sobre diversidade e criação de espaços seguros em jogos. 

Eu assisti diversas palestras com temáticas sobre diversidade, história, dinâmicas e aplicações de jogos no desenvolvimento de pessoas. Então tenho uma visão parcial do evento, mas achei excelente tudo o que eu vi. Todas as palestras eram com pessoas que manjam muito do hobby e dos assuntos. Aprendi mais nesses 4 dias, do que em anos jogando por aí!

Neste sentido foi maravilhoso e tem muita palestra que está no youtube, só fuçar (e procurar por Gen Con 2020 no youtube hehe).

Mas nem tudo são flores. Na verdade toda a experiência com o site da Gen Con 2020 foi bem ruim. O site em si é bem pouco intuitivo. Não vou contar tudo o que deu errado, porque escreveria uma resenha. Mas resumindo: mesmo eu me inscrevendo no dia anterior, perdi duas palestras só porque não fazia ideia de como entrar. Mesmo quando eu achei o passo a passo e segui, não era tão simples saber onde entrar. Cada host fez de um jeito e você tinha que ir no bate-papo para ver por onde ia ser. 

Não foi só comigo, acompanhei três pessoas que queriam ver as palestras e desistiram pelo processo complexo, contra-intuitivo e desnecessariamente longo. Existe muito evento online acontecendo, com um monte de alternativa tecnológica, deveriam ter pensado melhor na experiência do usuário. 

 

 

Palestras Gen Con 2020

Dinâmicas de jogos o que acontece durante o jogo

Quem tava: Joshua Kritz.

A palestra foi sobre o que é a dinâmica dos jogos. Essa foi uma palestra mais técnica, trazendo bastante conceitos e metodologias. Inclusive foi a única que assisti que tinha uma apresentação de slides. Parece ter sido mais planejada para quem trabalha com desenvolvimento de jogos.

O palestrante começou definindo o que é a dinâmica dos jogos. Aqui ele entende que a dinâmica é a interação entre mecânica e jogadores. Joshua indica que é importante falarmos sobre a dinâmica porque o jogo se diferencia de outros entretenimentos exatamente pela alta interação que ocorre nele.

Ele analisa os jogos com a metodologia MDA (Mechanics, Dynamics and Aesthetics). Através dessa análise conseguimos aprender mais sobre a experiência do jogador. Então ele explorou elementos que podem mudar o que acontece no jogo (história de vida do jogador, experiências anteriores no jogo, temática do game, entre outros). 

O que ele demonstra é que o jogo (elementos, regras, mecânicas) pode gerar diversas respostas diferentes e aí está a dinâmica. E isto deve ser estudado durante a produção dos jogos. Na verdade a dinâmica é determinante para a experiência do jogador, que é, no fim das contas, o mais importante do game.

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui. 

 

Jogando Conversa – Jogos de mesa e desenvolvimento de pessoas

Quem tava: Galápagos, 3DTPartners, Simple Experiências, LDrago.

A palestra falou sobre o desenvolvimento de pessoas através de jogos de mesa, tanto em empresas quanto em escola (mas com foco maior no desenvolvimento profissional). O papo foi SENSACIONAL. Para mim que sou do RH, foi um deleite. Porque a gente que joga sabe o quanto nos tornamos melhores através dos jogos, mas as vezes a gente não consegue descrever isso tão bem.

Vamos há alguns tópicos da palestra:

O que o jogo ensina?

– Lidar com o inédito
– Criatividade
Seguir regras
– Comunicação
– Estratégia

A reflexão importante é que toda a nossa educação é baseada a aprender fatos (passados). E nosso trabalho exige um saber fazer. O jogo trabalha com a aplicação de nossos conhecimentos e o desenvolvimento de competências.

Quando falamos da realidade em uma empresa, o jogo pode ser uma excelente ferramenta para o RH. Quando jogamos, mostramos a nossa essência, não existe hierarquia, estamos em um ambiente com regras totalmente diversas da organização. Por isso o jogo proporciona um tipo de convivência, que nenhuma outra atividade permite. 

Onde podemos usar jogos?

– Recrutamento e seleção (eles contaram um case com Ticket to ride)
– Desenvolvimento de cultura
– Desenvolvimento da marca empregadora (employer branding)
– Team Building
– Melhorar a experiência do colaborador 

O assunto do momento em RH é a experiência do colaborador (employee experience) e uma cultura centrada no colaborador (employee-centring). Existe muita gente começando a aplicar esses conceitos e um monte de estudos falando disso. E os jogos ajudam demais. Os cases apresentados na apresentação sempre falaram de excelentes feedbacks de quem participou.

Ah, ainda rolou alguns jogos durante o seminário. Nós jogamos “Só uma” e “Story cube”.

 

A evolução dos jogos de tabuleiro ao longo da História

Quem tava: Eduardo Felipe (Podcast Jogada Histórica), Jack Bezerra (Canal Dados do Tabuleiro).

Aqui foi uma sessão bem histórica mesmo. Os caras passaram desde os primeiros jogos do mundo até nossa atualidade, trazendo uma linha de influência e desdobramentos dessa evolução.

Eles começaram contando dos primeiros jogos de tabuleiro no mundo (senet, jogo real de Ur, entre outros). Alguns desses jogos tem mais de 2 mil anos. Diversos países do Oriente (como Pérsia, Egito e Iraque) tinham jogos similares. O gamão é considerado um sucessor de todos estes jogos e ele foi importado para o ocidente (como diversos outros elementos dessas culturas). 

Falaram também de como os jogos também investiam em temáticas que eram importante para época. O Go e o Xadrez, por exemplo, vinham de uma temática de estratégia de guerra. Ou seja, ensinar através do jogo, é tão antigo quanto jogar. 

Aí eles contaram sobre como os elementos de tabuleiro, peças e dados foram sendo usados e evoluídos ao longo dos anos. Também deram destaque para a evolução do baralho, que é uma plataforma para diversos jogos diferentes.

Depois eles trouxeram alguns jogos clássicos, como Monopoly e Batalha Naval. Um dos momentos de nossa história recente em que surgiram vários jogos (adivinha?) foram as guerras mundiais. Tem até uma classificação de “jogos de guerra”, que simulavam batalhas. Estes jogos ficaram bastante famosos durante bastante tempo (nós tivemos o “War”).  Durante este período era comum jogos que duravam horas.

Depois falaram da transição para a atualidade. O Catan é um grande marco, por ser um jogo que explodiu no mundo inteiro e começou a abrir mercado para os considerados “jogos modernos”. Ai eles comentaram mais sobre os jogos atuais e suas diversidades.

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui. 

 

Empoderamento feminino nos boardgames

Quem tava: Natalia Avernus do Board Game GirlsPatrícia Nate do Lady LúdicaFernanda Sales da Joga ManaMonique Garcez do BG das MinasCynthia Dias.

Nessa palestra as participantes discutiram sobre a importância de espaços femininos dentro do board game e de empoderarmos as mulheres que jogam. O hobby é muito mais comum entre os homens (cenário que está sim mudando) e, muitas vezes, isso acaba afastando mulheres dos jogos.

Primeiro, é claro, um ambiente composto majoritariamente por homens é mais tendencioso ao machismo. Todas relataram diversas situações neste sentido e posso garantir, como jogadora assídua, que é muito comum. São piadas, comentários e as vezes até ataques diretos.

Mas mesmo quando não enfrentamos o machismo diretamente, a gente pode não se sentir à vontade. Primeiro porque tem muitos homens e a gente se sente meio por fora, esquisita. Segundo porque é comum que eles sejam jogadores assíduos e a gente sinta que não é capaz de jogar as mesmas coisas. É aquela velha mentalidade que algumas coisas são só para meninos (e que, inconscientemente, nos faz achar que certas coisas não são para nós).

Todas as participantes contaram suas ótimas experiências com grupos para mulheres (e outras minorias). Alguns desses grupos são exclusivos, mas também têm grupos que são mistos, mas focados na receptividade para elas. Um exemplo muito legal da diferença de ter um grupo assim,  é a receptividade para que as mulheres levem seus filhos, algo que é comum e incentivado nestes espaços.

Elas trouxeram que os grupos exclusivos são uma maneira de criar uma rede segura de inserção no hobby e de discussão de temáticas diferentes. Ou seja, é uma maneira de integrar (e não segregar, como alguns críticos dizem).

A palestra teve 2 horas, é difícil expressar tudo, mas as histórias de criação dos grupos é muito representativo da vivência difícil de ser mulher em board games. Eu também já tive um grupo exclusivamente de mulheres e posso dizer que é outro clima de receptividade. Até porque o propósito não é apenas jogar, mas unir.

Torço para que o público tenha sido bem misto! Para todos escutarem as histórias incríveis.

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui.

 

Panorama RPG e Educação brasileira nos anos 2020

Nessa palestra participaram professores e pesquisadores, que utilizam o RPG como ferramenta de ensino em sala de aula. A conversa foi muito interessante.

Eles começaram falando de porque usar o RPG em sala de aula. O primeiro ponto é que ele é uma metodologia ativa. Ou seja, o aluno participa e aprende para resolver problemas. Uma reflexão bem interessante aqui é que a escola coloca o aluno diante de problemas que já foram resolvidos, o RPG coloca ele diante de problemas novos. Aqui ele se desenvolve integrando diversos temas, dialogando, com possibilidade de imersão.

Outro ponto super importante é como engajar os alunos, fazerem com que eles se interessem por estar em sala e por aprender. Aqui o RPG (e qualquer jogo) ajuda trazendo a educação conectada com o entretenimento e diversão. A reflexão que eles propuseram é porque a educação é separada da diversão?

Depois eles contaram como aplicam o RPG em sala. Trazer o RPG precisa ser um projeto bem construído de educação. Ele não deve ser uma atividade especial, usada em apenas uma aula, mas uma construção coletiva, ao longo de um período. Um exemplo é toda aula a turma jogar durante alguns minutos, resolvendo um problema. 

Os professores também indicaram que é interessante construir até mesmo o jogo (sistema de regras) com os alunos, já que assim toda a ideia fica adequada para turma (as temáticas que eles também valorizam) e a experiência de construção conjunta é de ponta a ponta.

Essa palestra foi muito incrível, porque todo mundo ali é apaixonado por RPG e já aplicou a ferramenta de forma incrível. Um exemplo é a Virgínia Codá que acabou de publicar o estudo dela sobre o RPG como ferramenta de divulgação da ciência. Não é maravilhoso? Que venham muito mais iniciativas e estudos como esses!

 

Desenvolvimento do perfil do jogador de board games no Brasil

Quem tava: Sandro CampagnoliDiego AlfaroWillian BoitGustavo Lopes. 

Essa palestra esteve bem focada em comentar sobre o perfil de jogador do Brasil (como diz o título). 

O primeiro destaque deles foi o Zombicide, que na avaliação deles, foi um jogo que fez os jogos modernos serem popularizados no Brasil. Para eles o jogo se tornou muito popular porque a temática de zumbis estava em alta no nosso país (por conta do sucesso de The Walking Dead), o jogo é visualmente muito interessante e o jogo é cooperativo (e, por isso, amigável para novos jogadores). 

Eles indicam que jogos de uma linha mais americana (que costumam envolver mais sorte) fazem bastante sucesso no país, especialmente dessa linha do Zombicide, que eles chamaram de “american trash”. Esses jogos também são atrativos para quem joga videogame, atraindo novos jogadores para o hobby. Os jogos modernos tem atraído também os jogadores de RPG (porque vamos combinar que é difícil jogar RPG sendo adultos). 

Hoje o cenário é bem diverso. Eles citaram uma pesquisa que rodou entre jogadores assíduos. Eles fizeram uma divisão entre jogos americanos, europeus (mais ou menos complexos), party games, family games. O resultado foi que, com esse público, os preferidos são os jogos de família e os jogos mais complexos. Já o party game ficou em último na classificação.

Eles ressaltaram que os party games tem um papel super importante, especialmente em grupos que não costumam jogar muito. Ou seja, hoje, no Brasil, temos espaço para todo tipo de jogador e o hobby do board game está crescendo muito. Não dá mais para falar em UM perfil, mas em diferentes tipos de jogadores. 

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui.

 

LGBTI+ Jogando Sem Medo: Espaços de Joga Convidativos para Todes

Quem tava: Dan Paskin – Se jogaCarol Gavino, Felipe Bracco – Magic: The Gathering LGBT+, Libia Caetano, Páris, Rod Mendes.

O painel começou com os palestrantes contando quando perceberam sua identidade diferente da maioria e as experiências boas e ruins em se reconhecer daquela forma. Eles falaram um pouco sobre sua vivência, os preconceitos que viveram e vivem, além de como foi contar aos amigos e familiares suas identidades.

Depois eles passaram para a temática de como o mercado hoje tem absorvido as novas demandas. A participação cada vez maior de pessoas diversas no hobby tem surtido efeito no mercado. Exemplificaram com o Zombicide mudou uma miniatura de zumbi que aparecia a calcinha da personagem. O próprio chat deu exemplos de respostas que o mercado tem dado, a tornar todo o conteúdo mais respeitoso e cuidadoso.

Porém o mercado ainda tem agido de forma responsiva: os jogadores indicam problemas e as editoras mudam. Ainda estamos construindo essa consciência coletiva de cuidado com temáticas e representações. Para isso toda a comunidade precisa escutar mais como é a vivência de outras pessoas, que diferem do seu ponto de vista, e serem mais receptivos!

 

Avaliação final sobre a Gen Con 2020

Fica um gosto amargo de descaso com nós, espectadores nesta Gen Con 2020, mas tudo valeu a pena para assistir esse povo lindo falando coisas tão incríveis. Tomara que eles mantenham sempre uma alternativa de presença online e temas em português! Mas que melhorem a forma de acessar as palestras também.

 

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Liberté, Egalité, Fraternité – Off-Topic #4

Saudações rpgísticas a você, pessoinha maravilinda que veio até aqui ler essa coluninha! Já trocamos uma ideia bacana sobre Bleeding e como utilizar o RPG para trabalhar várias questões diferentes, ponderamos sobre como estender as narrativas e histórias para várias mesas diferentes, e de certa forma definimos que as regras são guias mas não necessariamente obrigatórias, nos permitindo adaptá-las ao melhor desempenho da mesa. Mas agora eu pergunto: e se juntássemos tudo isso, o que poderíamos aproveitar disso? Como poderíamos unir todos esses pontos em uma forma de tornar o RPG mais amigável, acessível e igualitário? Isso, minha gente, é o que tentaremos fazer agora!

Liberté, Egalité, Fraternité

 

LIBERTÉ

Uma das premissas básicas de qualquer RPG é, em essência, a liberdade! Liberdade para criar histórias, desenvolver personagens, dar vida a mundos e universos inteiros, e acima de tudo, liberdade para vivenciar ser outrem, mesmo que por um breve momento! Todas as pessoas que jogam RPG experienciam essa liberdade em algum ponto ou de alguma forma, e preciso dizer isso a vocês: se isso não ocorre, há algo de muito errado na sua forma de jogar!

Precisamos ter em mente esse conceito de “liberdade” ao falarmos de RPG. Cada pessoa é única, e tem seus gostos e particularidades que influenciam sim nas jogatinas (lembram do Bleeding?). Isso sempre deve ser levado em consideração quando falamos de RPG: todas as pessoas têm o direito à LIBERDADE, seja ela criativa, narrativa ou interpretativa, afinal de contas, é justamente isso que buscamos em nosso tão amado hobbie! Então quando alguém quiser jogar com um personagem fora dos padrões, ou quando a mesa quiser explorar um cenário diferente, ou quando o comum acordo for testar um novo sistema, apenas respeitem! Isso é liberdade! E convenhamos: nós que jogamos RPG sempre defendemos a bandeira da liberdade, né?

Claro que devemos manter em foco que nossa liberdade não pode ferir a liberdade de outras pessoas. Ser livre também é ser responsável por essa liberdade, então se valer de qualquer espécie de haterismo ou discurso de ódio apenas porque “é divertido” pra alguém é no mínimo uma falta de noção gigante, e dependendo da situação é até mesmo um crime! Sejam livres para jogarem como quiserem, da forma que quiserem, quando quiserem, com quem quiserem, e deem liberdade para novas pessoas ingressarem nesse nosso mundinho tão maravilhoso! Façam valer um Bleeding positivo de inclusão e acolhimento, compartilhem narrativas, histórias e experiências com outras mesas, alterem as regras de forma que sejam válidos o uso e a criação de personagens diferentes e fora dos padrões!

Liberdade para ser e criar

EGALITÉ

Todas as pessoas são iguais numa mesa de jogo. Seja a pessoa no papel de Mestre, sejam as pessoas que jogam, sejam as pessoas que desenvolvem artes, aquelas que gravam e convertem em Podcasts as jogatinas, façam vídeos, escrevam contos e livros, desenvolvam sistemas… enfim, estamos em um mesmo pé de igualdade, que é fazer parte do mundo do RPG.

Não importam cor, religião, sexo, ideologia política, esporte preferido, nada! A única coisa um pouco relevante é o fator idade (já que alguns temas, assuntos ou cenas podem acabar sendo impróprios para menores de 18 anos). Fugiu disso, a relevância para um bom jogo de RPG é 0, se não for até mesmo negativa!

Se somos livres para usarmos nossa criatividade, e responsáveis também por essa liberdade, então devemos manter na consciência (e nas jogatinas) a ideia de que somos todos iguais! Não há diferença que valide excluir alguém da jogatina, recusar novas pessoas para o hobbie ou qualquer coisa do tipo, salvo atitudes criminosas! Nós, rpgistas, deveríamos ser um povo acolhedor e receptivo, abraçando e acolhendo todas as pessoas que direta ou indiretamente despertarem o interesse de fazer parte desse mundinho muito mágico! Então vamos fazer nossa parte!!!!

Convidemos as pessoas a participarem das jogatinas, a conhecerem como funciona, a lerem e pesquisarem, mas acima de tudo, façamos com que essas pessoas se sintam iguais, presentes e importantes! Façamos das mesas de jogo um ambiente onde qualquer pessoa possa se sentir segura para assumir seus gostos, suas paixões, suas preferências e sua liberdade criativa! Não tenham preconceitos de qualquer espécie, afinal de contas, já sofremos preconceito o suficiente pelo simples fato de termos nosso hobbie, né?

Mais que diferentes, somos iguais

FRATERNITÉ

Já que tentaremos então ser pessoas que valorizam a liberdade e a igualdade, estaremos já muito encaminhados em exercer também a fraternidade! Afinal, quem nunca fez um círculo de amizades fortes em mesas de RPG?

Falando por experiência própria, alguns dos melhores amigos que fiz pra vida vieram de mesas de RPG! Alguns desses amigos são tão importantes que não importa nossa distância ou o tempo que não nos vemos, basta um oi e tudo volta ao exato momento no tempo onde nos vimos pela última vez! Além disso, RPG é uma ferramenta incrível de inclusão! Saber que uma mesa está disposta a jogar com aquela pessoa que tem dificuldades de se socializar, que tem problemas familiares, que se sente rejeitada pela sociedade, é sempre algo lindo de se ver, de se envolver e fazer parte!

Fraternidade é uma relação de “familiaridade” com outras pessoas, aceita-las como membros da família e importantes em nossas vidas! Pensem bem: essas pessoas nos causam Bleedings que podem nos ajudar a lidar com nossos problemas, nos permitem compartilhar essas experiências e histórias com outras pessoas que até então poderíamos pensar jamais termos contato, e no ajudam a perceber que regras não são moldes de gesso, e que elas podem e devem se adaptar às necessidades presentes!

Criar um ambiente fraterno e amistoso irá não apenas melhorar a jogatina, como também pode salvar vidas! Podemos, com gestos simples e humanos, ligados a nosso tão querido e amado hobbie, ajudarmos as pessoas a se sentirem melhores, mais confortáveis, menos deprimidas e mais bem aceitas na sociedade! Façamos nossa parte, sejamos nós o exemplo do mundo que queremos!

Que tal fazer das nossas mesas de RPG o maior Bleeding do mundo, estendendo Liberdade, Igualdade e Fraternidade a todas as pessoas que estiverem ao nosso alcance?

Conectar, interligar, fraternizar

 

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