Improviso como Mestre de RPG

Improviso como Mestre

O nosso querido hobby é muito conhecido pela capacidade infinita de gerar histórias memoráveis, seja de fins trágicos de personagens a construções de cenário que marcaram uma mesa. Parte significativa desses eventos tem origem na improvisação dos jogadores. Em especial irei focar no artigo desse mês no processo de improvisação pelo lado dos narradores e como podemos melhorá-lo.

O termo improviso se refere principalmente a algo que não teve preparo prévio, algo realizado no momento, de súbito. Porém isso não quer dizer que o improviso tenha surgido do nada. Parece contraditório, mas os melhores improvisos advém de um preparo geral daquele que improvisa – e isso vale não só para jogadores de RPG mas também para artistias, como por exemplo comediantes e músicos.

Improviso preparado?

Por mais que improviso não possa ser detalhado e surja no calor do jogo, se você está sentado atrás do escudo não hesite em construir para si uma estrutura de conhecimento prévio que te permita improvisar com mais facilidade e fluidez. Com isso em mente lance mão das seguintes etapas pensadas para te dar mais confiança no improviso como mestre de RPG.

Primeiro Passo: Saiba o que se vai mestrar/narrar

Geralmente o mestre/narrador sabe qual jogo vai fazer com seus amigos. Assim pensar em possibilidades usando tanto o cenário quanto o sistema de regras já sabidos é um passo inicial. Ficção científica? Vai ter elementos de terror como num Alien RPG? Uma Ópera Espacial? Fantasia Medieval? Cyberpunk? Ao se pensar em cenário e sistema, com calma e antecedência, já abre a mente do mestre/narrador para novas ideias surgirem.

Segundo Passo: Se inspire com cultura

A cultura tem diversas ferramentas, principalmente artísticas, capazes de ajudar o mestre/narrador a conseguir improvisar na hora da sessão. Abaixo criei uma lista simples, e nem de longe completa, para exemplificar como a cultura pode contribuir nisso:

  • Filmes que abordem um cenário parecido, ou no mínimo que te lembre, do cenário do RPG que você vai mestrar. Alguns são fáceis, como Star Wars ou O Senhor dos Anéis, mas outros podem demandar uma busca mais bem pensada (não hesite em pesquisar no Google filmes com o gênero do cenário qiue você vai jogar!)
  •  Se você tiver um bom tempo até a data do jogo existe a possibillidade de ler um livro com cenário similar ao seu RPG. Na mesma lógica dos filmes se pode pesquisar no Google livros com pano de fundo que conversem com o cenário do RPG

Terceiro Passo: Não tenha medo! O RPG é seu!

Mesmo depois de ter visto filmes ou até lido algum livro com tema similar ao cenário do seu RPG pode ser que você se sinta inseguro na hora que surgir a oportunidade do improviso. Não se desespere! O papel de mestre/narrador é exigente, com leitura, preparo e administração de expectativas de seus jogadores. Então ficar nervoso(a) é normal, e até esperado entre os mais novos no hobby. Algumas dicas para encarar o nervosismo e a trava que isso pode causar incluem:

  • se inspire em personagens famosos de filmes, desenhos animados, mangás, HQ’s. Copie trejeitos, lógica de pensamento e ação deles para personagens específicos que você deseja introduzir aos personagens jogadores
  • peça tempo para seus jogadores quando eles exigirem uma interpretação no jogo que você não tenha a menor ideia de como fazer. Vá ao banheiro, pense com calma, leia uma ou duas páginas do livro do seu RPG, ou do livro do narrador do seu cenário.
  • Erre! Não tenha receio em errar o tom, uma resposta de NPC ou dar um salto lógico que não faz sentido para sua narrativa no momento. Quanto mais você repetir essas ações e depois avaliá-las, mais você será capaz de improvisar de forma que agrade seus jogadores e a você mesmo(a)!

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Armas Improvisadas em GURPS – Ecos da Banestorm

Este artigo com regras para o uso de armas improvisadas foi feito originalmente no blog GURPS Hexágono. Veja o artigo na íntegra clicando aqui, que ainda inclui a análise de itens pessoais como armas improvisadas. Para outros posts dos Ecos da Banestorm, clique aqui.

Toda arma causa dano, mas nem tudo que causa dano é uma arma. Partindo deste princípio, esse post se dedica a armas improvisadas e objetos pegos ao acaso durante o combate e a armas quebradas, em decomposição ou baratas demais.

Olhando à sua volta, improviso desesperado

Vassouras, canos, pedras e até a tampa do vaso podem ser mortais.

Muitas vezes, durante o combate, o personagem pode entrar em desespero se estiver desarmado. Neste ponto, entram as armas improvisadas e os truques sujos que todos já pensaram uma vez na vida.
Encher as mãos com areia e arremessar contra os olhos do oponente não é bonito, mas funciona.

Mesmo para um personagem armado é muito útil olhar o cenário em volta, certos ambientes possuem armas naturais que, utilizadas da forma correta, causam mais efeito que suas belas e afiadas espadas. Por exemplo, uma colmeia de abelhas esperando para ser derrubada no inimigo, ou um tapete esperando ser puxado. Sequer vou citar utensílios de cozinha – suas utilidades em combate são quase óbvias, ainda penso que a única diferença entre utensílios de cozinha e armas são o tamanho.

Isto não vale apenas pra armas: em certas situações, uma tampa de lixo pode ser um ótimo escudo.

Preste atenção nas descrições do Mestre e seja chato; se não entendeu, pergunte. Se achar que na sua volta poderia ter algo interessante, pergunte.

Em questão de regras, o GURPS considera que você deve utilizar a perícia da arma mais semelhante ao objeto que utilizar para atacar (um cabo de vassoura é semelhante a um bastão).

Objetos que um dia já foram armas

Armas quebradas, tocos de espadas, machados enferrujados e flechas quebradas ainda são armas. 

Vez ou outra o personagem pode estar de posse de uma arma quebrada, corroída, enferrujada etc. Lembre que uma arma quebrada, mesmo que não pareça, ainda é uma arma.

Uma espada quebrada no meio, por exemplo, perde seu alcance e tem seu manejo prejudicado (devido ao desequilíbrio), mas ainda corta (se o fio estiver intacto, claro); se estiver enferrujada ou corroída, provavelmente ela ainda fura ou pelo menos causa dano por contusão ao inimigo (sem contar o provável tétano). Na pior das hipóteses, apenas tê-la em sua mão já pode potencializar seu soco (como um soco inglês faria).

Uma flecha quebrada poderia ser utilizada como faca.

A lista de possibilidades com pedaços de armas é incontável.

Isso também vale para armas baratas ou malfeitas, até porque enquanto inteiras, são armas comuns, mas mais cedo ou mais tarde se tornarão armas quebradas.

Devo citar Senhor dos Anéis (A Sociedade do Anel), onde a espada quebrada é utilizada para arrancar o anel do inimigo.

Numa campanha mais moderna, as armas também podem ter utilidades incomuns: um revólver descarregado, por exemplo, pode potencializar seu soco, um rifle ou escopeta serviria como um ótimo bastão ou porrete num combate (dependendo do tamanho, pode até mesmo ser usado como maça).

Uma granada pode… Não… Não brinque com granadas: se ela não funciona ou está em qualquer situação que não seja a normal, atire-a contra a cabeça do inimigo e corra (uma granada com defeito e um pedra podem ter o mesmo efeito quando arremessadas).

Este artigo com regras para o uso de armas improvisadas foi feito originalmente no blog GURPS Hexágono. Veja o artigo na íntegra clicando aqui, que ainda inclui a análise de itens pessoais como armas improvisadas. Para outros posts dos Ecos da Banestorm, clique aqui.

MacGyver – The Legend of Gambiarra

Profissão perigo, muitos conhecem a expressão “MacGyver”. Alguns não sabem de onde vem ou são apenas muito novos para entender o peso que esse nome carrega consigo. O nome daquele que é a personificação Profissão Perigo. Angus MacGyver, um agente da Fundação Fênix capaz de resolver os problemas na base da engenhosidade com diversos artefatos construídos na base de conhecimentos de ciência e poucos recursos.

Tal emblemático personagem é considerado uma divindade pelos que seguem suas vidas pelo princípio da gambiarra. Aquele capaz de no último segundo desarmar um explosivo com um clip de papel e uma goma de mascar.

Clip

Hoje então veio trazer algumas dicas para lhes ajudarem a seguir com doce caminho da gambiarra. Pensando nisso tenho em mente claro um mantra: “Gambiarra a gente aceita, a gente só não aceita a derrota!” Este caminho alá MacGyver é na base do improviso. O primeiro passo é encontrar o máximo de recursos possíveis e lembrar que praticamente nada é inútil. Um bom exemplo disso é utilizar fertilizante e açúcar para fazer bombas de fumaça.

O teu foco para saber o que fará precisa do contexto. Para isso, responda algumas perguntas a si mesmo: Onde estou? Em que época estou? Que ambiente estou? Qual meu objetivo? Tais respostas serão determinantes para seus próximos passos!

Goma de Mascar

Se estiver em um ambiente mais urbano e moderno, num local até abandonado, lembre-se que nesses momentos dificilmente levam os fios de cobre embora. Fios de cobre são excelentes condutores, afinal é a função deles. Mas podem ser utilizados para produção de ganchos, quando rígidos. Também pode-se usar a propriedade de condução deles para aparelhos elétricos. Nesse ramo abrimos várias possibilidades, como aquecedores de água por resistência, o famoso rabo quente; armadilhas em maçanetas, como já foi utilizado na aventura de Terra Devastada aqui no MRPG; até mesmo produzir um rádio galena, o qual não utiliza de energia elétrica primária para funcionar.

Mas e se a época for diferente? Se for no clássico medieval? Bom aí podemos mudar um pouco dos focos. Se estiver sem sol, ou não conseguir vê-lo para marcar o tempo basta colocar diversos pregos em sequência em uma vela acesa, com tempo ela queima, derreto e os pregos caiem marcando as horas, também serve como despertador. Magnésio queimado libera uma luz como um flash fotográfico. Arcos compostos não eram conhecidos e pode ser um diferencial seu. Nunca se esqueça dos espelhos, a ilusão de óptica é sempre uma aliada dos disfarces.

Papel Alumínio

No século IX, na China, temos os primeiros registros da pólvora negra, substância com poder de explosão considerável que ajudaria em muito em combates. Contudo dificilmente as pessoas sabem como ela é produzida. Claro que sabemos que produzir com grande eficácia é bem diferente de uma simples produção no desespero, mas a receita é simples: Carvão, Enxofre que é comum em rochas vulcânicas e Nitrato de Potássio, bastante encontrado no salitre, que é um fertilizante.

Não posso deixar de citar o preferido do deus Urso, aquele que MacGyver raramente precisou mexer, aquele que funciona em quase qualquer era e situação, sim ele mesmo… Molotov! Uma bomba incendiária caseira feita por meio de um recipiente que possa espalhar o conteúdo quando atingir o alvo, geralmente utilizado garrafas quebráveis; um combustível podendo ser álcool, óleo, gasolina ou seiva inflamável; e não menos importante um pano, um retalho capaz de sugar o combustível por capilaridade e manter a chama acesa num efeito de pavio até atingir o alvo.

A ideia é improvisar! Não por termos poucos recursos que desistiremos de sobreviver! Desistir não é uma opção nobre aventureiro! Pense, Improvise, Aja e Vença!

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