30 ideias para Histórias de Mago A Ascensão

Há muitos anos, um leitor da comunidade de Mago do Facebook sugeriu a publicação de pequenas Crônicas para iniciantes. Achei a ideia muito interessante, contudo, como eu não posso explanar muito minhas ambientações e bases de histórias aqui sem estragar a graça dos jogadores do que está por vir eu decidi postar algumas ideias que podem ser usadas em praticamente qualquer Crônica.

Como alguns podem estar carecas de saber, no sistema de jogo Storyteller nós dividimos a Crônica – que seria a campanha dos personagens – em arcos de um ou mais capítulos chamados de histórias. Cada ideia a seguir representa a introdução de uma história. Vamos a elas:

  1. Um personagem de uma facção rival – Tradições ou Tecnocracia – procurou a facção dos personagens jogadores afirmando que tem informações importantes sobre aqueles que abandonou e está supostamente disposto a se entregar de corpo e alma à nova causa. Será que ele é confiável? É um espião ou um simples vira-casaca? O que o fez mudar de lado? Que tipo de testes devem ser feitos com ele? Qual a reação dos superiores dos personagens? Essas histórias oferecem várias oportunidades e desfechos completamente diferentes.
  2. Um Desaurido está alterando toda a realidade de um determinado lugar e os personagens jogadores são designados para irem ao local resolver o problema. Para completar o Desaurido em questão é muito mais poderoso que os outros e não parece ser afetado pelo Paradoxo, não ao menos da mesma forma que o normal. Como eles lidarão com o problema? Eles terão que matar o mago louco? Como se defender de um mago assim?
  3. A película em um determinado lugar foi enfraquecida e um ou mais criaturas Umbróides estão se arrastando para o plano material. Pode ser que um alienígena, monstro ou outro tipo de Antevo tenha passado para a Terra. As possibilidades são muitas. Qual é o objetivo da criatura? Como lidarão com ela? Que poderes ela tem?
  4. Um antigo inimigo de outra encarnação voltou para atormentar um dos personagens e tem grandes planos para ele e seus companheiros. Quem é ele? Qual é a história que eles tiveram juntos? Quais são os objetivos dele? Até mesmo a sua introdução pode ser muito explorada já que provavelmente o personagem em questão não terá a menor ideia de quem ele seja.
  5. Um Mago Órfão foi encontrado por duas ou mais facções rivais e agora elas estão lutando para trazê-lo para um dos lados. Como os personagens jogadores são introduzidos? O que eles farão para persuadir o Órfão a se unir a eles? Até que ponto a facção rival está disposta a ir por um novo recruta?
  6. Os personagens jogadores têm que recuperar um Nodo, mas o lugar é protegido por um espírito ou outra criatura poderosa (ou mesmo um grupo delas!). O que eles farão para tomar o lugar? O que o guardião do local deseja? Existe algum conflito moral em questão?
  7. Os personagens jogadores são feitos prisioneiros e enviados para MECHA, o Constructo-prisão da Tecnocracia que extrai Quintessência através de coleiras inibidoras de magia. Agora eles têm que arranjar um meio de escapar, mas como conseguirão se estão sendo vigiados por HIT Marks, pela poderosa maga IA, a Matriarca, outros Tecnocratas e ainda por cima sem seus poderes?
  8. A Capela ou Constructo dos personagens jogadores sofreu um ataque quando eles estavam ocupados com outra história. O que os atacantes queriam? A Capela foi destruída? O ataque foi planejado para ser realizado quando eles estavam ausentes? Houve um traidor? E o mais importante, que tipo de políticas os personagens jogadores terão que fazer para arranjar uma nova base de operações?
  9. Um personagem importantíssimo da Crônica vendeu a sua alma para um Lorde Nefândico tornando-se um Barabbus e está sistematicamente preparando um grande plano ou esquema de corrupção para a facção a qual pertence. Uma hora esses planos serão revelados, mas pode ser tarde demais…
  10. Os personagens jogadores têm que ir para uma Capela no Horizonte ou Colônia da Tecnocracia na Umbra Profunda. Que tipo de paradigmas, questões, políticas, NPCs e mistérios os esperam lá?
  11. Um personagem de alguma relevância para a Crônica que anteriormente era um Desperto foi transformado em um vampiro. Agora ele está privado de sua Mágica Desperta e corre perigo. Os outros vampiros podem querer tirar informações valiosas dele e os jogadores precisam protegê-lo.
  12. Os personagens precisam por algum motivo ir até um Reino Onírico (um sonho). Talvez eles tenham que extrair ou plantar uma informação como no filme A Origem, mas é possível que eles só tenham que investigar a mente de uma pessoa. Muitas possibilidades aqui e a coisa poderia ficar ainda mais interessante se o sonho fosse de um dos personagens principais da Crônica.
  13. Um Desperto importante ou mesmo um Adormecido famoso foi clonado pelos Progenitores e agora o clone está aprontando todo o tipo de confusões. Também é possível explorar o amadurecimento e/ou envelhecimento rápido do clone aqui.
  14. Um viajante do tempo voltou à época atual da Crônica para alterar algo e/ou avisar os personagens jogadores. Pode ser que outros tenham vindo impedi-lo ou pode ser que um segundo viajante esteja alterando fatos do passado dos personagens ou mesmo de outras encarnações deles.
  15. Membros dos Cassandras, Amigos do Courage ou do Projeto Invictus estão planejando desmascarar algumas operações da DPE (Divisão de Projetos Especiais) do Sindicato e os personagens jogadores são uma peça chave.
  16. Um Ancião vampiro ou mesmo um Antediluviano acordou de seu sono profundo. Ele era inimigo de outra encarnação de um dos personagens principais da Crônica. Agora os personagens jogadores precisam impedi-lo, mas além de imune ao Paradoxo ele é discreto e tem muitos peões em seu “xadrez”.
  17. Um antigo amor de um NPC ou mesmo personagem jogador foi capturado, transformado em um ciborgue pela Iteração X e/ou reprogramado pela Nova Ordem Mundial. Agora os protagonistas precisam confrontá-lo. O que acontecerá? Como eles reagirão? Conseguirão atacá-lo se necessário?
  18. Um culto Nefandi, um grupo de Infernalistas ou um Demônio está reunindo seguidores em uma cidade para um grande ritual macabro. Os personagens jogadores precisam não apenas descobrir o que está acontecendo, como também a natureza do ritual.
  19. Um Tecnocrata da DPE está envolvido com a fabricação de brinquedos de uma subsidiária da Pentex. Estes brinquedos estão infestados de Malditos e estão corrompendo crianças desde cedo. Agentes da Tecnocracia ou Magos Tradicionalistas podem estar atrás deste membro do Sindicato em questão; para completar, alguns fomori, Dançarinos da Espiral Negra e o interesse de outros Metamorfos podem entrar em cena.
  20. Os Engenheiros do Vácuo precisam da ajuda dos personagens jogadores ou de Filhos do Éter para combater a Ameaça Nulificadora.
  21. Um NPC importante está preso em um Reino do Paradoxo e os personagens precisam salvá-lo. Cada Reino do Paradoxo tem a ver com uma Esfera diferente, portanto essa história poderia ser dividida em nove; cada uma com um NPC aprisionado em um Reino diferente.
  22. Os personagens precisam ir a Umbra encontrar um espírito de um determinado Conceito e entender mais sobre algum aspecto filosófico ou metafísico, seja porque precisam dele para algo ou para realizar alguma Procura.
  23. Um espírito do Paradoxo ou outra entidade poderosa aprisionou os jogadores em um plano alternativo, mas totalmente semelhante à Terra. Eles não saberão disso no início, mas poderão perceber coisas estranhas acontecendo.
  24. Magos ouviram boatos de pessoas que supostamente avistaram ou encontraram uma criatura mitológica em uma região remota do planeta. Na verdade tal criatura é um Verbena transformado cuja magia saiu errado tornando seus efeitos permanentes. Os personagens são enviados para por um fim a criatura ou para isolá-la na Umbra, mas o Verbena implora por ajuda.
  25. Um portal para a Terra trouxe novas criaturas alienígenas Nefandi forçando uma aliança temporária entre a Tecnocracia e as Tradições. Quanto tempo isso irá durar? Como funcionará? Alguém irá se aproveitar disso?
  26. Um Ofício a muito desaparecido foi encontrado e agora os protagonistas da Crônica tem que lidar com os próprios objetivos deles.
  27. Um grupo de Magos caóticos ou malignos está se encontrando dentro de um MMORPG e extraindo Quintessência da economia do jogo. Com o apoio do Sindicato ou dos Adeptos da Virtualidade, os personagens precisam encontrar um meio de impedi-los.
  28. Um Mentor de um NPC importante da Crônica reencarnou como um alienígena em outro mundo. Agora os personagens precisam ir a este planeta e explicar a origem terráquea de sua alma.
  29. Um espírito Emissário foi enviado a Terra para explicar o desaparecimento de vários Mestres ou para passar instruções do Controle, contudo ele foi danificado na viagem e não se lembra exatamente da mensagem. Os personagens precisam ajudá-lo.
  30. Um Mago pediu aos personagens jogadores para que recuperassem uma Maravilha em um Reino da Umbra, mas tudo não passa de uma armadilha. Ele fez um pacto com um espírito poderoso que irá roubar a Quintessência dos demais personagens e aprisioná-los em um bolsão de realidade fora do espaço-tempo. Para escaparem, eles terão que fazer algum tipo de pacto com esse espírito ou outra entidade interessada que resultará em outras histórias.

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Werewolf: The Apocalypse 5th Edition Confirmado

Werewolf: The Apocalypse 5th Edition é a mais nova edição/versão do nosso amado Lobisomem O Apocalipse que acaba de ganhar uma data de confirmação para sua chegada nos Estados Unidos!

Divulgando através do seu site oficial e de sua conta no Twiiter, o selo Wolrd of Darkness anunciou oficialmente a data de estreia de Werewolf: The Apocalypse 5th Edition para 31 de Agosto desse ano em edição física, com prévia de lançamento do livro na GenCon.

Mas o que será que vem por aí nessa nova versão do jogo?

Werewolf: The Apocalypse 5th Edition

O primeiro ponto interessante divulgado pelos desenvolvedores é justamente o fato de que NÃO SE TRATA DE UMA SEQUÊNCIA DO CENÁRIO ORIGINAL.

Tudo o que se passou e aconteceu em Lobisomem o Apocalipse clássico finalizou e encerrou aquele clássico cenário, e toda aquela Lore e tudo que existia ali, vai permanecer ali! No entanto, nem tudo também será um material novo e diferente, como a tentativa feita em Lobisomem Os Destituídos.

A ideia apresentada até então é de refazer o cenário do zero, usando como base o material clássico original, e atualizando tudo para as problemáticas do mundo contemporâneo

O que se mantém?

Pelo divulgado até então, muita coisa vai se manter, embora não exatamente idêntico ao que imaginamos ou já conhecemos sobre o jogo.

Os Augúrios, as Formas, as Raças e o Renome de mantém. As Tribos ainda se mantém, sendo agora 11 no total, com a adição da nova Ghost Council.

O sistema de Fúria, Gnose e Força de Vontade também se mantém.

O que já está disponível?

A Pré-Venda do livro físico (edição original americana) já está disponível! Além disso, o site oficial do World of Darkness traz mais material como os Diários de Desenvolvedores e até mesmo algumas HQs que servem como prelúdio e base para o jogo a ser lançado.

Sabe-se também que o material de Werewolf será compatível com Vampiro (que já está disponível no Brasil) e Hunter, os jogos já lançados até então.

Outro ponto interessante é saber que o game Werewolf The Apocalypse: Earthblood tem alguma relação com esse novo cenário! E não somente ele, como também o game Werewolf: The Apocalypse – Heart of the Forest

Eu estou muito empolgado com as possibilidades e tudo que pode vir de interessante nesse novo Werewolf, e você?


Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PadrimPicPayPIX ou também no Catarse!

Assim, seja um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos como participar de mesas especiais em One Shots, de grupos ultrassecretos e da Vila de MRPG.

Além disso, o MRPG tem uma revista! Conheça e apoie pelo link: Revista Aetherica.

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Resumo sobre Certámen – O duelo entre magos

O que é o Certámen

É um duelo não-letal de magia vulgar em um círculo seguro em que um Marechal atua como árbitro. Uma grande esfera de energia simbolizando sua Quintessência (Energia Primordial) é criada chamada Locus. Quintessência emprestada ou oriunda de um Sorvo pode ser adicionada ao Locus. Em um combate Certámen, o mago ataca o Locus de seu adversário ao invés do corpo dele.

Quando o confronto se inicia um domo de energia mística desce sobre a arena protegendo os Marechais e espectadores das energias errantes. Cada antagonista manifesta um número de esferas brilhantes; quanto mais poderoso o mago, mais esferas brilhantes ele manifesta. Dessas, o duelista escolhe duas, um Gladius (espada) e um Aegis (escudo). O Gladius ataca o Locus, e o Aegis defende o Locus de ataques semelhantes. Quando o Duelista tiver drenado toda a Quintessência do Locus rival, o confronto termina.

Tanto o Locus quanto o Gladius e o Aegis podem incialmente assumir as formas que façam sentido para o confronto do mago e para intimidar o adversário.

Regras de jogo

  • Manifestando as Esferas: O número máximo de esferas brilhantes que um mago pode conjurar é igual ao seu valor de Arete. Mas apenas duas podem ser usadas por vez.
  • Gladius e Aegis: Duas das esferas brilhantes são escolhidas representando 2 Esferas da magia (normalmente de maior pontuação), uma como Gladius e outra como Aegis. O mago decide qual esfera usar em que posição.
  • Locus e Vitória: Toda a quintessência do mago é armazenada em um Locus. Se o Locus for totalmente drenado, o conflito termina.
  • Iniciativa e Táticas: O duelo então se move em turnos de três segundos. A cada turno, os duelistas rolam a iniciativa e podem escolher – a cada turno – selecionar uma das seguintes paradas de dados como base para seu nível de iniciativa (pág. 399):
    • Destreza + Arete (velocidade de reflexão)
    • Raciocínio + Arete (refletindo raciocínio rápido)
    • Força de vontade (refletindo pura força de vontade)

      Cada duelista pode trocar os dados de iniciativa no início de um novo rumo, refletindo uma mudança de tática.

  • Ataque: A cada turno, cada duelista começa a atacar. O jogador com a iniciativa mais alta ataca primeiro e o jogador com a iniciativa mais baixa ataca depois. O atacante testa seu Raciocínio + Esfera Gladius ou sua Destreza + Esfera Gladius contra uma dificuldade igual à Esfera Aegis +3 do defensor. (Aegis Vida 3, por exemplo, seria dificuldade 6.) O atacante pode dividir sua parada de dados ou empregar uma mágica de Tempo 3 para atacar várias vezes em um único turno. Usar o Tempo 3 para desacelerar seu oponente, no entanto, é proibido pela etiqueta certámen; um combatente que tente esta tática automaticamente perde o duelo.
  • Dano e Absorção: Cada sucesso obtido pelo atacante drena um ponto de Quintessência do Locus do defensor e o transfere para seu próprio Locus. O defensor pode tentar absorver esse dano rolando seu nível Primórdio contra a dificuldade 6; cada sucesso deduz um sucesso do total do atacante.

Outras regras de jogo do Book of Secrets

  • Intimidação: No início de um duelo, um combatente cujo o oponente tem ao menos 3 esferas brilhantes a mais do que ele, deve fazer um teste de Força de Vontade (dificuldade 4 + 1 por esfera adicional) ou automaticamente perde a inciativa no primeiro turno. Se ele tiver uma falha crítica nesse teste, ele não rola mais inciativa pelo resto do combate, sendo sempre o segundo a atacar.
  • Bloqueando: Um defensor pode usar seu Aegis inteiramente para bloquear um ataque. Nesse caso ele rola Raciocínio + Esfera Aegis contra Esfera Gladius + 3. Uma rolagem bem-sucedida significa que o Gladius é completamente defletido naquele turno. O defensor pode tanto usar Múltiplas ações (M20, pág 388-389) para conseguir bloquear um ataque dessa maneira, quanto usar todo o seu turno bloqueando, quanto empregar Tempo 3 para obter uma ação extra e usar toda a sua Parada de Dados no bloqueio.
  • Falha Crítica: no caso de uma Falha Crítica em uma rolagem de Certámen, o mago perde a concentração e, portanto, seu Aegis e Gladius somem. Para usá-los novamente ele precisa se rearmar como descrito abaixo.
  • Desarmando seu Oponente: Atacando a arma ou escudo do oponente, o mago pode tentar interromper a esfera do adversário com a sua própria. Essa manobra exige um teste de ataque contra dificuldade 9; cada sucesso interrompe o alvo Aegis ou Gladius por um turno, 4 sucessos destroem a esfera alvo por completo, deixando o duelista rival totalmente desarmado e desprotegido
  • Rearmando: Um duelista que perde seu GladiusAegis ou ambos deve formar um novo de suas esferas reservas, ou então – se não houver esferas reservas sobrando – conjurar uma nova esfera para usar. Formar um novo Gladius ou Aegis a partir de esferas reservas toma apenas um turno, mas conjurar uma nova esfera e transformá-la em uma forma apropriada requer dois turnos. Enquanto isso, o duelista estará ou desarmado, ou desprotegido ou ambos.
  • Esquiva do LocusO defensor tenta mover o próprio Locus. Ele rola Raciocínio + Arete (Dificuldade 6), cada sucesso remove um sucesso do total do ataque. Uma esquiva do Locus requer uma ação total; você não poderá usar Múltiplas Ações para realizar um ataque no mesmo turno, embora um mago acelerado por Tempo 3 poderia usar a sua ação para atacar e outra para fazer a Esquiva do Locus.
  • Trocando as Esferas: Tipicamente, o atacante e o defensor mantêm uma única Esfera como o Gladius e outra como a Aegis. No entanto, um mago traiçoeiro pode mudar entre eles no meio do duelo, substituindo uma pela outra. Ele poderia até pegar uma das suas esferas de reserva para usar, mudando de tática através da mudança de esferas. Em termos de jogo, é preciso um turno para transformar o Gladius no Aegis, o Aegis em Gladius, ou uma esfera de reserva na arma ou no escudo. Na maioria das circunstâncias, não é necessária rolagem – a capacidade de alternar entre esferas é facilmente embutida no círculo. Sob circunstâncias extremas (lesão, fúria, medo etc.), o duelista pode ter que rolar sua Força de Vontade contra a dificuldade 7 para mudá-los no meio de um confronto. Uma rolagem bem-sucedida permite que ela faça isso com facilidade e uma falha na rolagem reflete a concentração perdida. Essa falha na rolagem permite que o oponente obtenha um ataque gratuito enquanto o duelista recupera sua compostura. Depois disso, ela pode tentar mudar as esferas novamente, embora na penalidade usual por uma nova tentativa de uma rolagem fracassada. (Veja tentando novamente no M20, pág. 392-393.)
  • Intimidação surpresa: O jogador apenas diz algo como “Eu conjuro apenas 3 esferas em vez de 6, que é o meu Arete” e mais tarde ele conjura as esferas restantes no meio do duelo forçando o adversário a fazer o teste de Força de Vontade. Esse tipo de coisa é considerado sorrateira e o Marechal do Certámen pode decidir interromper o duelo. Mas se não interromper, pode considerar que valeu o risco.
  • Recarregando: Um duelista pode carregar um Sorvo para recarregar o seu Locus durante o duelo. Dependendo dos termos do duelo, isso pode ser considerado trapaça se recarregar não for permitido. Recarregar o Locus leva um turno exige Primórdio 2 (3 no Mago Revisado). A rolagem envolvida é dificuldade 6, e cada sucesso move 1 ponto de Quintessência para o Locus. Tecnicamente você poderia recarregar a partir do Nodo/Cray da Capela, mas isso é extremamente mal visto e geralmente implica no cancelamento do duelo e no castigo do ofensor.
  • Guerra Psicológica: Isso pode envolver qualquer coisa, desde provocações ou linguagem corporal agressiva até uma manifestação aterrorizante do Gladius e Aegis – digamos, por exemplo, um Gladius que se parece com uma besta infernal rugindo e um Aegis que se assemelha a um rosto gritando. Em termos de jogo, o jogador intimidador rola uma Característica Social apropriada (geralmente Manipulação ou Carisma) + uma Habilidade apropriada (provavelmente Intimidação, embora Arte, Empatia, Expressão ou mesmo Sedução também possam funcionar). Cada sucesso inflige uma penalidade de -1 na próxima rolagem do defensor; cinco sucessos ou mais podem fazer com que ela conceda a confronto imediatamente ou perca a iniciativa pelo resto do duelo e permaneça na defensiva durante todo o Certámen.
  • Reformando as Esferas: Como dito anteriormente, antes de iniciar o confronto, as esferas tomam formas como parte do ritual que não é contado como combate. Uma vez iniciado o duelo, no entanto, é necessário um esforço extra para reformatar as esferas. Se um duelista quiser mudar as formas das esferas no meio de um confronto, esse combatente deve testar seu Raciocínio + Arete. A dificuldade depende se ele está ganhando (dificuldade 5) ou perdendo (dificuldade 7). Um teste bem-sucedido transforma as esferas conforme desejado; um com falha os mantém em suas formas atuais.
  • Tocando uma Reserva: Se o mago colocou esferas brilhantes como reserva, ele pode trazer à tona o poder dessa Esfera durante o combate. Veja mais adiante Efeitos Especiais de Esferas.
  • “Pela dor”: Certos duelos podem ser feitos “pela dor”. Neste caso o duelista emprega sua Quintessência como sua força-vital e o combate dura até que um deles desmaie pelo esforço. Em termos de história, os dois combatentes lançam poder um na direção do outro da maneira usual, mas com foco sério e profundo investimento emocional. Em termos de sistema, dê a cada duelista três pontos extras de Quintessência para cada ponto de Força de Vontade permanente que eles possuem. Esta não é a Quintessência real, apenas um reflexo da força de vontade dos competidores. Esses “pontos de vontade” vão para o Locus, dando aos duelistas uma reserva mais profunda de poder. Depois que os pontos iniciais de Quintessência no Locus (ou seja, aqueles que não são extraídos da Força de Vontade) se esgotam, o duelista precisa fazer um teste de Vigor cada vez que seu Locus for atingido. A dificuldade desse teste começa em 6, e então sobe +1 para cada teste subsequente de Força de Vontade. Se for bem-sucedido, ele continua lutando; se falhar, o atacante drena um ponto de vontade e o defensor perde um ponto temporário de Força de vontade para cada três pontos de vontade drenados. Assim que um combatente perde todos os seus pontos de vontade, ele cai inconsciente e a luta Certámen termina. O mago perdedor acorda com uma dor de cabeça terrível e uma Força de Vontade temporária de 1 até que ele consiga restaurar seu respeito próprio.
  • Atacando o Oponente: Certámen foi projetado para colocar poder contra poder sem causar dano físico aos combatentes. Portanto, os duelistas atacam os Loci uns dos outros, não os corpos uns dos outros. Mesmo assim, certos duelistas certámen lançam fintas em seus oponentes, tentando enervar o mago rival com um aparente ataque à sua pessoa. Neste caso, conte o ataque como uma manobra de Guerra Psicológica (acima), usando o Característica Social + Esfera Gladius. Em termos de história, parece que o Gladius se inflama e vai direto para o duelista rival. Um teste bem-sucedido coloca o duelista na defensiva, forçando-o a testar sua Força de Vontade ou perderá seu próximo ataque. (Se o teste for bem-sucedido por três sucessos ou mais, o Narrador pode subtrair uma penalidade de -1 do teste de Força de Vontade do defensor para cada sucesso obtido pelo atacante.) A menos que o duelo já tenha sido estabelecido como um confronto de rancor total, realmente atacar um mago rival no círculo Certámen, com a intenção de feri-lo, é uma forma extremamente ruim. O Marechal provavelmente interromperá a confronto ali mesmo, concederá a vitória ao defensor e acusará o atacante de crime baixo (se o oponente não for ferido) ou crime alto (se ele for gravemente ferido). Em ambos os casos, o atacante será banido de certos confrontos no futuro previsível, já que ela claramente não pode ser confiável nelas.

Efeitos Especiais de Esferas

As regras opcionais abaixo podem apimentar um Certámen. Esferas de Combate fornecem vantagens de ataque e defesa, enquanto Esferas de reserva fornecem outras vantagens.

  • Correspondência (Reserva): Através de efeitos desorientadores, Correspondência pode adicionar dados extras às jogadas de ataque ou defesa do duelista. Quando empregada dessa forma, a Correspondência fornece um dado extra para cada ponto que o duelista possui naquela Esfera. (Um mago com Correspondência 3, por exemplo, receberia três dados extras para ataque ou defesa.) Em qualquer turno, esses dados de bônus devem ser usados para ataque ou defesa, não ambos.
  • Entropia (Combate): Quando usado como um Gladius, o Entropia adiciona um sucesso automático ao teste do atacante; no entanto, também consome um ponto de Quintessência toda vez que drena a Quintessência do Locus do defensor. Essa Quintessência vai alimentar o Vazio e não transfere a Quintessência para o Locus do atacante.
  • Vida (Combate): Usada como Aegis, a Esfera da Vida dá ao defensor um dado de absorção extra para cada Nível naquela Esfera. (Vida 3, por exemplo, daria mais três dados de absorção.)
  • Matéria (Combate): Para cada ponto que o duelista tiver na Esfera da Matéria, ele pode adicionar um dado extra para ataque (quando a Matéria é usada como Gladius) ou defesa (quando é usada como Aegis).
  • Forças (Combate): Se o duelista atacante tirar ao menos um “10”, ocorre a “explosão de 10” e ele rola novamente um dado para cada 10 que ele tira (3 dados com resultado “10”, significaria mais 3 dados a serem rolados). Cada “10” rolado nos dados bonus que resultem em “10” fornecem mais dados bonus para serem rolados.
  • Mente (Combate): Devido às formas quase invisíveis de armas e escudos baseados na Mente, todos os ataques ou jogadas de bloqueio contra um Gladius (para ataques) ou Aegis (para bloqueio) baseado na Mente adicionam +1 à dificuldade para cada ponto na Esfera da Mente do duelista. (Mente 3, obviamente, adiciona +3 à dificuldade. E sim, esse bônus pode exceder os máximos usuais de +/-3 modificadores.)
  • Primórdio (Reserva): Quando tocada para reserva, a brilhante Esfera do Primórdio permite que o duelista reduza suas dificuldades tanto para ataque quanto para defesa em um total de -1 para cada nível na Esfera. (Primórdio 3, como acima, concede uma redução de dificuldade de -3, que pode ser aplicada ao ataque, à defesa ou dividida entre eles, a cada turno.)
  • Espírito (Combate): Quando usado como um Gladius, a Esfera Espírito adiciona um sucesso de dreno automático para cada 10 rolado durante um ataque. (Dois 10s, por exemplo, drenariam dois pontos adicionais de Quintessência.)
  • Tempo (Reserva): Para cada ponto em Tempo além do primeiro, um duelista que usar o Tempo como uma Esfera de reserva pode gastar um ponto de Quintessência de seu próprio Locus para realizar uma ação adicional. (O Tempo 3, por exemplo, daria ao duelista a capacidade de gastar até dois pontos de Quintessência e realizar até duas ações adicionais por turno.)

Quando formatadas em esferas brilhantes, Correspondência, Primórdio e Tempo são extremamente difíceis de olhar diretamente. A Correspondência parece distorcer o espaço ao redor da esfera, o Primórdio arde em uma bola branca incandescente e o Tempo ondula as percepções em vários metros ao redor da própria esfera brilhante. Um mago tentando atacar uma dessas esferas de reserva deve adicionar +1 à sua dificuldade de ataque para cada ponto que o mago defensor tiver na Característica Esfera. (Alguém atacando a esfera de reserva de tempo de um mago com Tempo 3, por exemplo, acrescentaria +3 à sua dificuldade de acertar aquela esfera ondulante.) Tais esferas, por razões óbvias, têm um apelo visual e estratégico deslumbrante quando usadas durante uma partida Certámen.


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Croatoan- Tribos Perdidas de Lobisomem: o Apocalipse

Os Croatoan foram uma das três tribos Garou nativas da América do Norte antes da chegada dos europeus.

Eles valentemente sacrificaram toda a sua tribo, com o propósito de banir um poderoso espírito da Wyrm do reino físico e evitar o Apocalipse.

A História Croatoan

Um Croatoan por Ebony-Night

Quando os continentes se separaram e os Garou se dividiram em tribos, três delas fizeram o que ficou conhecido como “a longa caminhada”, cruzando o caminho através do gelo para as Américas. Estas três tribo, que depois se auto-denimonaram os “Garous das Terras Puras” eram os Uktena, os Wendigo e os próprios Croatan. Enquanto os Wendigo ocupavam as porções do norte da América e os Uktena habitavam muito ao sul, os Croatoan favoreciam as terras ao redor do Mississippi e grande parte da costa leste norte-americana.

Os Croatoan foram muito tranquilos com suas tribos de Parentes, só intervindo quando prejudicaram diretamente Gaia ou ameaçaram ajudar à Wyrm. Por esta razão, a Tribo tolerou as primeiras invenções criadas pelo dom da Weaver, uma vez que não causaram nenhum dano verdadeiro e melhoraram bastante a vida de seus Parentes.

Fazendo um pacto com os espíritos das colheitas, os Croatoan promoveram a agricultura dentro de seus protetorados, o que causou discussões com alguns Wendigos mais radicalistas.

A Queda da Tribo

A tribo pereceu, até o último de seus membros, na batalha épica que ocorreu em 1589, tentando derrotar o Devorador de Almas depois que ele conseguiu se manifestar no mundo físico. Como um dos grandes Wyrms Triáticos, se o Devorador de Almas tivesse permanecido no mundo real, poderia ter começado o Apocalipse. Somente sacrificando toda a tribo em um grande ritual eles foram capazes de levá-lo de volta para a Umbra Profunda e Malfeas. O sacrifício Croatoan foi tão completo que nenhum filhote novo nasceu de seus Parentes, e seu totem tribal, a Tartaruga, foi mergulhado em um sono profundo do qual não acordou por séculos. Eles foram totalmente aniquilados, tanto física quanto espiritualmente.

Embora diga-se que os Croatoans desapareceram completamente por numerosas fontes, existem outras fontes que citam sua influência nos dias atuais. Existem rumores do último Croatoan ainda vivo em algum lugar dentro do Circo da Meia-Noite, preservado além do tempo, e o desaparecimento de Roanoke está de alguma forma ligado ao seu sacrifício.

Sociabilidade

Os Croatoan eram os mais sociais dos Três Irmãos, e muitos expressavam essa tendência com seus Atributos e Habilidades. Eles eram uma tribo duradoura, e favoreciam características que aumentavam sua resiliência de uma forma ou de outra, e também eram sobrevivencialistas natos.

Eram amplamente confiáveis, mesmo entre as outras Feras. Um velho Caern da Tribo também era um local sagrado para os Camazotz, que usavam a caverna para seu ritual de reprodução. Quando Bat caiu para a Wyrm depois que o último Camazotz nas Américas morreu, o Caern entrou em colapso e não foi reaberto desde então.

Curiosidades

Os Croatoan são uma referência à tribo Croatan, um grupo de nativos americanos que viviam em uma ilha localizada nos Outer Banks da Carolina do Norte. Esta foi a ilha para a qual a lendária Colônia Perdida, o primeiro assentamento britânico na América do Norte, supostamente fugiu.

Quando John White, fundador da colônia, chegou à ilha de Roanoke depois de uma expedição para obter as provisões da colônia, ele descobriu a palavra “Croatoan” esculpida em um posto no assentamento abandonado. Ele partiu para a ilha, mas um furacão explodiu, e assim ele foi incapaz de viajar para Croatoan. O destino do assentamento permanece desconhecido até hoje, embora histórias de longa data sobre os nativos americanos com pele pálida e olhos cinzentos permaneçam ao longo da costa.

Croatoan em Jogo

Ao contrário dos Bunyip ou dos Uivadores Brancos, os Croatoan são os mais complexos de de trazer de volta para o jogo, visto que, segundo a lore oficial, até mesmo os espíritos antepassados da Tribo foram sacrificados no Ritual.

Entretanto, tratando-se de RPG, cabe à cada pessoa escolher como colocar a tribo de volta no Mundo das Trevas. Talvez um portal para Malfeas tenha temporariamente se aberto, dando à possibilidade de algumas almas Croatoan voltarem. Uma outra ideia pode envolver viagem no tempo para um período anterior à Grande Batalha.

Ou mesmo os ecos espirituais remanescentes do sacrifício da tribo pode estar presente de forma negativa no mundo físico. Possibilidades das mais variadas podem ser criadas, use a sua imaginação!


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Procuras ou Seekings e como fazê-las

O que são Procuras

Quando um Mago precisa aumentar o seu Arete, ele deve fazer uma Procura. Essas jornadas pessoais e internas dos magos são explicadas no Book of Mirrors e no M20.

As Procuras, jornadas internas que ajudam um mago a entender melhor a si mesmo, são moldadas pelas crenças, afiliação e Avatar pessoal do mago. Por exemplo, um mago pagão que pratica magia druídica pode experimentar Procuras como vagar por floresta e comungar com a natureza, possivelmente na companhia de um Avatar que assume a forma de uma coruja sábia ou um poderoso veado. Enquanto isso, um tecnomante que hackeia a realidade pode experimentar Procuras como navegar por um labirinto de realidade virtual com a ajuda de um Avatar que assume a forma de uma entidade de IA. Os detalhes de uma Procura vêm das experiências e emoções pessoais do mago.

A Procura levará você a lugares mágicos ou conclusões brilhantes

Regras para Procuras

As regras para Procuras são fluidas e baseadas na imaginação, não na sorte. Pode ser necessário uma rolagem de Força de Vontade em certos momentos, mas, geralmente, os resultados são determinados pelas escolhas e decisões do mago, não por rolagens de dados.

Para embarcar em uma Procura, o mago deve decidir que quer avançar pelo Caminho de suas habilidades. Os detalhes da Procura são então traçados e o mago embarca em um mini-episódio solo, com outros jogadores assumindo papéis de apoio, se desejado. A Procura pode ser jogada em um formato virtual, como através de mensagens instantâneas ou texto.

Padrões das Procuras

Os elementos comuns de uma experiência de Procura podem ser encontrados no Book of Mirrors. Toda Procura segue um padrão específico:

– O mago entra em um mundo de sonhos onde símbolos são usados para representar coisas.
– O mago enfrenta desafios, perigos e obstáculos relacionados aos seus problemas da vida real.
– Cada obstáculo reflete um passo na jornada do mago em direção à iluminação, com cada passo exigindo um teste para ser passado.
– Os testes são baseados nas lutas internas do mago, como medo, tristeza, egoísmo e sede de poder.
– O Avatar serve como guia, encorajando ou empurrando o mago a superar esses desafios.
– O fracasso em um teste envia o mago de volta ao mundo desperto com dor física e emocional.
– O sucesso no teste traz uma Epifania, uma súbita explosão de compreensão e um novo ponto de Arete. Quanto maior o nível de Arete, mais desafiadora se torna a Procura.
– A dificuldade das Procuras é frequentemente relacionada às próprias crenças e dúvidas do mago, tornando a jornada uma exploração temática das próprias limitações do mago.

Os seis passos

Os seguintes seis passos delineiam um plano para uma Procura:

– Iniciação: O mago entra em transe através da meditação ou sonho e entra no cenário interno onde será testado.
– Impedimento: O mago enfrenta obstáculos, desafios e armadilhas em cada câmara.
– Provas: O mago deve enfrentar seus demônios sem o uso de magia, o que é representado por meio de interpretação de papéis e narração.
– Escolha: O mago deve fazer uma difícil escolha entre duas opções desejáveis ou indesejáveis, cujo resultado leva à aceitação ou rejeição.
– Aceitação ou Rejeição: Se o mago fizer a escolha errada, ele acordará, potencialmente sofrendo de dores de cabeça e depressão, e possivelmente perdendo Força de Vontade. Se a escolha for correta, o mago acordará com confiança renovada e um aumento do senso de sabedoria.
– Encerramento ou Falha: O resultado de uma Procura tem efeitos de longo prazo, seja o mago retornar com um sentimento de triunfo ou dúvidas persistentes.

O objetivo de uma Procura varia conforme o Caminho do mago. Por exemplo, um mago Akáshico buscará a iluminação, um mago Bata’a buscará a união com os Loa, e um Nefandus abraçará a corrupção. Estas diferentes metas são o que causa desacordos entre os magos. Independentemente de suas crenças pessoais, todas as respostas têm validade, pois uma Procura leva cada mago mais perto da transcendência pessoal, não de um único estado moral.

Deusa Lakshmi. Avatares de qualquer Essência são seus guias em uma Procura.

Experiências pessoais

Na minha crônica, O Legado de Dédalo, usamos uma regra determinando que você não gastaria XP para aumentar o Arete. Em vez disso, o mago poderia realizar a Procura para aumentar seu Arete sempre que ele tivesse gasto (em outras partes da ficha) a quantidade de XP que teria que gastar para aumentar a característica. Por exemplo, nas regras do Mago Revisado o Arete é Nível Novo x 8. Como a maior parte dos magos personagens jogadores começavam com 3 de Arete, eram necessários 32 pontos de Experiência (24 de XP se fosse o M20) para que pudessem fazer a primeira Procura e 72 pontos de experiência (56 se fosse usando a regra do M20) para fazer a segunda (chegando ao Arete 5, ao ser bem sucedido na Procura).

Levando-se em conta que a progressão de XP era mais lenta em minha crônica, pelo fato de os jogadores revezarem entre dois personagens (do passado e do presente), e que ter o XP não garante que você passará na Procura (que deve ser um teste extremamente difícil se o Narrador for competente), essa regra permitiu que os jogadores não tivessem o enorme problema de ter que ficar com grande parte do seu XP “preso” por causa da vontade de aumentar o Arete. Situação que podia provocar enormes frustrações e deixar os jogadores se sentirem injustiçados de não passar em uma câmara da Procura.

Eu também preferi colocar uma câmara para cada ponto de Arete, sendo assim 4 câmaras para aumentar o Arete de 3 para 4.

Se um jogador fracassa em uma Procura, permita que ele continue da câmara de onde parou da última tentativa, mas só permita a nova tentativa, após ter se passado uma História.

Temas e Desafios

Em relação a os temas e desafios das Procuras, eles devem ter conexão com o background do personagem. Na crônica O Legado de Dédalo você pode ver alguns exemplos. Steve Carter, por exemplo que era um membro do Sindicato acostumado com o conforto tecnológico, teve que aprender a sobreviver em uma floresta africana no estilo Largados e Pelados como primeira câmara. Já Michael Boca Torta, em sua quarta câmara, teve que descobrir a identidade do seu maior inimigo vampiro que o vinha perseguindo implacavelmente há meses.

As câmaras devem ser progressivamente mais difíceis conforme a orientação do M20, mas isso não deve ser algo que você deve ficar “encucando” demais com isso, pois o que é difícil pro jogador é relativo.


E então? O que achou desse artigo sobre Procuras? Ajudou a esclarecer sobre elas? Deixe um comentário.

Para ler mais posts de Mundo das Trevas clique aqui, e para ler mais posts de Mauricio Canavarro acesse o blog Torre Tecnocrata. Lá você pode encontrar inclusive exemplos de Procuras na Crônica O Legado de Dédalo.

Esqueci algum item? Curtidas, dúvidas, sugestões, informações? Comente aí.

Bunyip – Tribos Perdidas de Lobisomem: o Apocalipse

Embora frequentemente referidos como um dos Feras, os Bunyip na realidades eram uma das tribos originais dos Garou. Seus parentes humanos eram as tribos aborígenes da Austrália, e seus parentes animais, os marsupiais Thylacinus, também conhecidos como Lobos-da-Tasmânia.

A História Bunyip

O Bunyip vieram para a Austrália logo após a Guerra da Fúria. Na falta de parentes lobos e buscando uma conexão mais profunda com sua nova terra natal, eles fecharam um acordo com os Mokolé, que os ensinaram como se adaptar para que pudessem procriar com os lobos-da-tasmânia.

Os Camazotz australianos simpatizavam com os Bunyip e, de fato, foram os que os apresentaram aos Mokolé. Os Nagah do continente, encontrando um terreno comum com os Bunyip, revelaram sua existência ao preço do ostracismo do resto de sua espécie. O Rokea os ignoraram em grande parte.

No entanto, a população de Bunyip, nunca muito grande, diminuiu gradualmente com o tempo. Os Ananasi australianos, insatisfeitos com o fato de o declínio não ter sido mais rápido, incitou os aborígines a caçar os lobos-da-tasmânia até a sua quase completa extinção, deixando a única população sobrevivente aprisionada na ilha da Tasmânia (de onde receberam seu icônico nome).

Mas no fim, foram seus próprios primos Garous que deram o golpe final na tribo.

A Guerra das Lágrimas

Após séculos de isolamento, os Garous europeus chegaram com os colonos brancos no final do século XVIII. Os invasores tentaram controlar os caerns do Outback e lutaram com os Bunyip, acabando por eliminá-los, no evento que ficou conhecido como a Guerra das Lágrimas.

Antes de sua extinção, alguns Bunyip (na casa de um dígito) foram para a América e viveram no oeste americano. Seus destinos finais são desconhecidos, mas presume-se que eles também morreram e com eles os segredos do Bunyip.

Legado de Vingança

Graças à Guerra das Lágrimas, os Bunyip não existem mais; o último de seus parentes animais sobreviventes foi extinto na década de 1930.

O legado que os Bunyip deixaram para trás, no final, é de vingança, pois seus espíritos sabem quem os levou ao seu destino. Garou estrangeiros que se aventuram muito fundo na Penumbra australiana desaparecem. Ananasi na Austrália são caçados pelo predador imparável conhecido como Yahwie, e poucos metamorfos-aranha se aventuram lá.

Ressurreição Científica

Segundo notícias que circulam o mundo, o Thylacinus cynocephalus (nome científico do Lobo-da-Tasmânia) é o alvo de um projeto multimilionário de de pesquisadores dos Estados Unidos e da Austrália.

A equipe por trás do projeto afirma que ele pode ser recriado usando células-tronco e tecnologia de edição de genes — e o primeiro lobo-da-tasmânia poderia ser reintroduzido na natureza em cerca de 10 anos.

Muitas notícias e relatos de avistamento de animais semelhantes ao lobo-da-tasmânia cercam boa parte da Austrália, levantando suspeitas de uma possível resistência da espécie quanto à sua extinção total.

Ressurreição na Lore?

O geneticista Garou Filho de Gaia Cernonous, membro do Conselho de Jindabyne, procurou maneiras de restaurar os Bunyip. Como a família dos Bunyip está extinta, Cernonous começou a clonar lobos-da-tasmânia à partir de material genético roubado de exposições e descobriu um pedaço de DNA Bunyip em 2000. Usando magias espirituais da Weaver, ele conseguiu fazer esses lobos-da-tasmânia acasalarem, e eles produziram um conjunto de filhotes que cheiravam como Garous, embora um pouco diferentes.

Esses filhotes passaram pela Primeira Mudança depois de apenas dois anos e formaram um bando provisório por conta própria. A alegria de Cernonous por sua descoberta, no entanto, chegou rapidamente ao fim, quando ele reconheceu que seus “filhos” estavam longe das histórias dos gentis Bunyip. Em vez disso, eles eram altamente agressivos, desnecessariamente brutais e suspeitosamente reservados perto dele.

Posteriormente, os “Bunyip” criados por Cernonous revelam que eles não possuem uma metade espiritual como outros Garou. Cernonous só foi capaz de recriar o animal e a natureza humana dos Bunyip, e os pedaços espirituais que faltavam foram preenchidos por espíritos da Wyrm que notaram seu experimento. Esses Bunyip, chamando a si mesmos de Hollow Walkers, forçaram seu pai a caminhar pela Espiral Negra e se juntar a eles.

(Esses eventos podem ser vistos em A World of Rage e Apocalipse, ambos inéditos no Brasil).

Extintos Para Sempre?

E fica a grande ´duvida no ar: estaria a Tribo extinta definitivamente e para sempre? Ou ainda seria possível, de alguma forma, um retorno ou reencarnação de alguma lendária alma de algum membro dos Bunyip?

O Mundo das Trevas é pautado em Lendas, possibilidades e “conto do conto do conto” sobre algum acontecimento, e sabemos bem como um telefone sem fio muda completamente a história original até a sua versão final.

Seja a possibilidade de um Parente ter sobrevivido, sofrido a Primeira Mudança e ter entrado em contato com os espíritos de seus antepassados que o deixaram a par de tudo que acontece, ou mesmo a possibilidade de ser um desgarrado membro de um dos Hollow Walkers de Cernonous.

É possível criar sua própria possibilidade de retorno dos Bunyip, ou até mesmo uma aventura em tempos passados, buscando a sabedoria e o perdão de membros da tribo.

Esse tipo de situação pode trazer um brilho extra e uma surpresa que pode ser um diferencial para mesas que são “veteranas” e já conhecem tudo sobre o cenário!


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Uivadores Brancos – Tribos Perdidas de Lobisomem: o Apocalipse

Os Uivadores Brancos foram uma das dezesseis tribos originais dos Garous. Seus parentes eram, principalmente, os Pictos, e eles dividiam o território das Ilhas Britânicas com os Fianna. Uma Tribo de Garous tão orgulhosos que se jogaram no estômago da Wyrm, na esperança de matá-la por dentro. Eles não a mataram e ela não os matou.

Hoje, os Uivadores Brancos são lembrados pelo seu passado e também pelo que se tornaram.

Os Primeiros Uivadores Brancos

Os Uivadores Brancos habitaram as terras onde hoje está a Escócia, procriando com os lobos nativos e as tribos humanas primitivas que viviam como caçadores e coletores. Lendas dizem que os Uivadores participaram do Impergium, mas depois abandonaram a prática (por vontade própria, nada menos).

Os primeiros Uivadores lutaram contra as invasões da Wyrm, mas tiveram pouco ou nenhum contato com os outros Garou, o que mudaria somente com a chegada do Grande Inverno.

As Lendas dos Garous diferem sobre o porquê do Grande Inverno, ou como ele aconteceu. Algumas contam sobre um pacto espiritual entre os Uivadores Brancos e o Espírito do Inverno que deu errado, enquanto outras alegam que o foco da tribo em suas famílias de Parentes permitiu que a Wyrm rastejasse para lugares abaixo da Terra, apodrecendo lá, e que Gaia usou o gelo para se limpar da mancha e ensinar uma lição a seus filhos. Independente da verdade, o fato é que a maioria das famílias de Parentes humanos sucumbiu ao frio, forçando a Tribo a ir para o sul, enquanto os grandes lobos permaneceram. A Tribo se dividiu de acordo: alguns seguiram suas famílias humanas em territórios desconhecidos, enquanto outros ficaram para trás, caçando com seus Parentes lupinos.

A Sociedade Garou

No sul, os Uivadores encontraram pela primeira vez outros Garou, a tribo dos Fianna. A princípio, as diferenças culturais, bem como a situação de seus Parentes, colocaram tribo contra tribo por várias gerações, até que ambos os lados concordaram em criar alianças cuidadosas. Os Uivadores, no entanto, permaneceram cautelosos, pois os Fianna haviam feito alianças com as Fadas.

Durante esse longo período, os Uivadores Brancos se tornaram parte da Sociedade Garou, aprendendo sobre a existência de outras tribos, como os Crias de Fenris ou os Presas de Prata.

Quando os romanos chegaram pela primeira vez nno território da tribo, os Garou não sabiam como reagir. Somente quando os primeiros escravos foram levados é que os Uivadores Brancos finalmente reagiram com fúria. A invasão romana também despertou numerosas bestas da Wyrm, que começaram a atacar a tribo. Quando o primeiro Fomori Romano apareceu, a Tribo decidiu atacar. Depois de um conselho tribal, toda a tribo marchou para o sul para arrancar o coração dos invasores. Eles encontraram resistência mundana dos romanos e quando os Uivadores Brancos invadiram o quartel-general dos invasores, eles foram vitoriosos.

A Guerra da Espiral

Em sua corrida para a guerra, os Uivadores deixaram suas famílias indefesas. Quando eles retornaram, eles encontraram suas clareiras sagradas profanadas por Malditos, seus Parentes assediados e violados por Fomori, e suas linhagens contaminadas pela Wyrm. Horrorizados com o que seu orgulho lhes custou, os Uivadores começaram uma batalha desesperada contra a invasão da Wyrm em suas terras, mas o mal estava tão arraigado que linhagens familiares inteiras de Parentes tiveram que ser mortas para evitar que carregassem Fomori adicionais. no mundo. Este dever pesou sobre os Uivadores Brancos, que formaram bandos cada vez maiores para expurgar a influência da Wyrm em suas terras. Durante uma dessas viagens, eles encontraram o Grande Poço, um portal direto para o reino infernal de Malfeas, o domínio da própria Wyrm.

Os Uivadores Brancos discutiram sobre como proceder. Eventualmente, a maioria escolheu atacar a Wyrm diretamente, esperando enfraquecê-la o suficiente para proteger sua terra natal. Eles enviaram um pedido de ajuda a cada uma das tribos europeias da nação, mas não obtiveram respostas. A tribo inteira foi reunida e marchou para o Poço, na esperança de obter a vitória decisiva na guerra contra a Wyrm.

Isso não aconteceu. Em vez disso, os Uivadores foram corrompidos, enquanto seguiam os caminhos quebrados para o Labirinto da Espiral Negra, onde suas mentes foram viradas do avesso e eles ressurgiram como os insanos Dançarinos da Espiral Negra. A partir desse evento, a Tribo dos Uivadores Brancos estava completamente extinta.

Diferentes Versões

Essa versão da Lenda dos Uivadores descrita aqui é que foi contada a partir do Livro da Tribo dos Uivadores Brancos da edição de 20° Aniversário de Lobisomem O Apocalipse. Versões anteriores das Lendas anteriores sua queda de forma diferente.

No Livro da Wyrm 2°Ed, a queda dos Uivadores Brancos foi uma combinação de Garous sendo corrompidos  pela prática tribal de desafiar o Labirinto Espiral na Umbra Negra, e Parentes dos Uivadores sendo corrompidos por Malditos. Eventualmente, para manter a liberdade de suas terras natais, os Uivadores corrompidos convocaram voluntariamente as forças da Wyrm, matando aqueles que os desafiaram, com os Uivadores sobreviventes finais sendo arrastados para o Labirinto.

Em W20 a Lenda é apresentada como resultado de sua própria arrogância: vendo uma chance de lutar contra a Wyrm como sendo o ápice da glória, toda a tribo se aventurou no Poço, onde foram corrompidos.

Extintos Para Sempre?

E fica a grande ´duvida no ar: estaria a Tribo extinta definitivamente e para sempre? OU ainda seria possível, de alguma forma, um retorno ou reencarnação de alguma lendária alma de algum membro dos Uivadores Brancos?

O Mundo das Trevas é pautado em Lendas, possibilidades e “conto do conto do conto” sobre algum acontecimento, e sabemos bem como um telefone sem fio muda completamente a história original até a sua versão final.

A meu ver, enquanto narrador, é muito interessante a possibilidade de trazer de volta, de alguma forma, pelo menos um membro ou alma da Tribo dos Uivadores Brancos. Seja uma reencarnação de uma alma perdida na Umbra, resultado de uma inusitada aliança com um mago, uma possibilidade oriunda de mapeamento genético… a criatividade é o limite!

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Eduardo Filhote – Retrospectiva MRPG 2022

E sim, esse ano de 2022 foi um ano particularmente cheio de coisas para se lembrar e comemorar! Essa retrospectiva será apenas uma lembrança dos conteúdos que eu fiz ao longo do ano, separados pelas datas em que foram ao ar no site do Movimento RPG.

Janeiro

Referências Gerais – Referências Para Império de Jade – o ano não poderia começar de forma diferente, não fosse com esse jogo e sistemas fantásticos que eu amei de todo o coração!!!! Nesse post eu reuni algumas fontes de referências e ideias para usar em Império de Jade.

Muito Mais Que Só Jogar RPG – Off-Topic #30 – o primeiro texto Off-Topic do ano veio para questionar o que mais podemos aproveitar (e fazer) com RPG além de simplesmente jogar!

Fevereiro

Mar de Mortos pt.2 – Cenário Para Lobisomem O Apocalipse – A segunda parte do cenário autoral para Lobisomem o Apocalipse que usei para narrar a mesa de mesmo nome na Twitch do MRPG.

Apresentando Arton: Um Mundo de Aventuras – o maior cenário de RPG do Brasil, e é possível que você ainda não o conheça. Esse texto é justamente pra te apresentar esse cenário fantástico!

Mar de Mortos pt.3 – Cenário Para Lobisomem O Apocalipse – A terceira parte do cenário autoral para Lobisomem o Apocalipse que usei para narrar a mesa de mesmo nome na Twitch do MRPG.

Procrastinação – Off-Topic #31 – o Off-Topic do mês fala sobre essa peculiaridade que acomete a mim e muitas outras pessoas que conheço! É o seu caso também?

Março

Tormenta20 – Resenha do Livro – resenha do livro básico da primeira edição de Tormenta20, antes ainda do tão comentado lançamento da edição Jogo do Ano.

Plots para Lobisomem o Apocalipse – algumas ideias e temáticas interessantes para serem usadas ou aproveitadas em mesas e campanhas de Lobisomem o Apocalipse.

Meu Sistema Mudou… E Agora? – #32 – e dessa vez uma reflexão sobre as mudanças, como elas ocorrem, e como nos deixamos (ou não) ser impactados por isso.

Abril

Divindades de Arton – Área de Tormenta – uma das características mais marcantes de Tormenta 20 é certamente o quanto os deuses influenciam e se deixam influenciar dentro do cenário, tornando-o cada vez mais vivo e rico!

Feras – Metamorfos de Lobisomem O Apocalipse – muito mais que os Garous, o Mundo das Trevas é habitado por inúmeras outras raças metamórficas. Outrora grandiosas e numerosas, muitas hoje estão extintas, enquanto outras sobrevivem nas sombras. Quem são os Feras?

Um Desabafo Sobre Mudanças – Off-Topic #33 – nesse Off-Topic me permito um pouco de pessoalismos, e me perco em algumas reflexões sobre como as mudanças, de forma geral, me afetam.

Maio

A Era do Abismo: O Torneio dos Campeões – Quimera de Aventuras – Minha estreia na Quimera de Aventuras, com essa obra incrível, fantástica, emocionante e super cativante do Bernardo Stamato!

Corax – Feras de Lobisomem O Apocalipse – uma resenha sobre os metamorfos corvo do Mundo das Trevas

Conteúdos +18 Em Mesas de RPG – Off-Topic #34 – como lidar com conteúdos que sejam inapropriados para menores de 18 anos em mesas de RPG? Ou mesmo como lidar com sistemas voltados a essas temáticas?

Mutantes & Malfeitores Terceira Edição – Resenha do Livro – resenha do jogo definitivo de super personagens!

Junho

O Vampiro – Escafandro #1 – Quimera de Aventuras – o mês já começa com a resenha desse projeto incrível da Editora Ultimado do Bacon! Uma adaptação do livro homônimo para quadrinhos, com desenhos de Laudo Ferreira.

Mokolé – Feras de Lobisomem O Apocalipse – uma resenha sobre os metamorfos repteis do Mundo das Trevas

Atahualpa Diaz “Noite Perdida” – Mar de Mortos – Lobisomem O Apocalipse – NPCS – a ficha de um dos personagens de jogadores da minha campanha na Twitch!

José Carneiro “Quebra-Ossos” – Mar de Mortos – Lobisomem O Apocalipse – NPCS – a ficha de um dos personagens de jogadores da minha campanha na Twitch!

Uma Experiência Bienal (do Livro) – Off-Topic #35 – os relatos da minha experiência durante a Bienal Mineira do Livro de 2022.

Julho

Rokea – Feras de Lobisomem O Apocalipse – uma resenha sobre os metamorfos tubarão do Mundo das Trevas

Helle Wojick “Eterna-Tormenta” – Mar de Mortos – Lobisomem O Apocalipse – NPCS – a ficha de um dos personagens de jogadores da minha campanha na Twitch!

Lian Fernandez “Lobo da Alvorada” – Mar de Mortos – Lobisomem O Apocalipse – NPCS – a ficha de um dos personagens de jogadores da minha campanha na Twitch!

O Cavaleiro Branco – A Era do Abismo: Crônicas do Éden – Quimera de Aventuras – A Quimera do mês foi com um dos contos do segundo livro da saga criada por Bernardo Stamato, tão genial e fantástico quanto o primeiro livro!

Melpômine “Nascida das Estrelas” – Mar de Mortos – Lobisomem O Apocalipse – NPCS – a ficha de um dos personagens de jogadores da minha campanha na Twitch!

Lemos “Pena Trovão” – Mar de Mortos – Lobisomem O Apocalipse – NPCS – a ficha de um dos personagens de jogadores da minha campanha na Twitch!

Agosto

Ratkin- Feras de Lobisomem O Apocalipse – uma resenha sobre os metamorfos rato do Mundo das Trevas

Em Nome da Vingança – A Era do Abismo: Crônicas do Éden – Quimera de Aventuras – Mais uma Quimera com mais um conto da obra de Bernardo Stamato!

Enfim… O Fim? – Off-Topic #36 – uma reflexão sobre encerramentos e fins de jogo ou campanhas.

T’challa “Chad” Boseman – Lobisomem O Apocalipse – NPCS – uma homenagem ao saudoso Chadwick Boseman, que nos deixou esse ano. Uma versão do Pantera Negra para o Mundo das Trevas.

Setembro

Bastet – Feras de Lobisomem O Apocalipse – uma resenha sobre os metamorfos felinos do Mundo das Trevas

Miss Hyde – Escafandro #5 – Quimera de Aventuras – dessa vez na Quimera, mais uma edição do projeto Escafandro, com uma genial trama autoral.

Ananasi – Feras de Lobisomem O Apocalipse – uma resenha sobre os metamorfos aracnídeos do Mundo das Trevas

Outubro

Tormenta20 – Jogo do Ano chegou! – Tormenta20 finalmente ganhou sua versão revisada, envolta em muitas polêmicas e discussões. Qual foi sua posição no meio dessa treta?

Tormenta20 – Jogo do Ano — Guia de Criação de Personagem – um passo-a-passo para criar do zero seu personagem de Tormenta20 – Jogo do Ano, com o exemplo e ficha de Alê Atorius, meu personagem da Guilda dos Guardiões.

Apagão – Fogo nos Fascistas – Financiamento Coletivo – informações sobre o Financiamento Coletivo de mais um capítulo dessa saga brasileira de quadrinhos.

Nuwisha – Feras de Lobisomem O Apocalipse – uma resenha sobre os metamorfos coiote do Mundo das Trevas

Planejamento ou Aleatório? – Off-Topic #37 – quando vai narrar para uma mesa, você se planeja, ou joga ao aleatório conforme a mesa vai se aventurando?

Arquivo 81 – Quimera de Aventuras – o tema dessa Quimera é a inusitada série da Netflix baseada em um podcast homônimo.

Mutantes & Malfeitores: Poder Supremo – Resenha do Livro – resenha do suplemente de Mutantes e Malfeitores que eleva a níveis inimagináveis a escala de poderes (e suas variações e possibilidades) dentro do jogo.

Novembro

Nagah- Feras de Lobisomem O Apocalipse – uma resenha sobre os metamorfos serpentes do Mundo das Trevas

Pequeno Frasco – A Era do Abismo: Crônicas do Éden – Quimera de Aventuras – não me canso de fazer Quimeras sobre a obra do Bernardo Stamato, e escolhi mais um conto pra falar nesse mês!

Dezembro

Gurahl – Feras de Lobisomem O Apocalipse – uma resenha sobre os metamorfos urso do Mundo das Trevas

Kapi Bara – Sombras do Passado – Império de Jade – NPCS – a ficha de um dos personagens de jogadores da nossa mesa de Império de Jade na Twitch.

Estática – Nave Mãe – Mutantes e Malfeitores 3° Edição – NPCS – a ficha de um dos personagens de jogadores da nossa mesa de Mutantes e Malfeitores na Twitch.

Midnight Nation: O Povo da Meia-Noite – Quimera de Aventuras – na minha última Quimera desse ano, quis falar sobre um dos meus quadrinhos favoritos de todos os tempos!

Boris Le Saboteur – Operação Gjallarhorn – 3D&T Alpha – NPCS  – a ficha de um dos personagens de jogadores da nossa one-shot de 3D&T Alpha na Twitch.

Garel Flores – Trama de Sangue – Guerra dos Tronos RPG – NPCS – a ficha de um dos personagens de jogadores da nossa mesa de Guerra dos Tronos RPG na Twitch.

O Que o RPG Significa Para Você? – Off-Topic #38 – o último Off-Topic do ano veio para questionar o significado do RPG na sua vida, além, obviamente, da diversão.

Tommy Oliver – Black Dino Ranger – 3D&T Alpha – NPCS – uma ficha em homenagem ao Jason David Frank, o eterno Tommy Oliver, que nos deixou esse ano.

Caster Lefford – Trama de Sangue – Guerra dos Tronos RPG – NPCS – a ficha de um dos personagens de jogadores da nossa mesa de Guerra dos Tronos RPG na Twitch.

Flora Larinova – Operação Gjallahorn – 3D&T Alpha – NPCS – a ficha de um dos personagens de jogadores da nossa one-shot de 3D&T Alpha na Twitch.

Allya Stone – Trama de Sangue – Guerra dos Tronos RPG – NPCS – a ficha de um dos personagens de jogadores da nossa mesa de Guerra dos Tronos RPG na Twitch.

Bala no Alvo – Operação Gjallarhorn – 3D&T Alpha – NPCS – a ficha do meu personagem da nossa one-shot de 3D&T Alpha na Twitch.

Kabeção – Nave Mãe – Mutantes e Malfeitores 3° Edição – NPCS – a ficha do meu personagem da nossa mesa de Mutantes e Malfeitores 3º Edição na Twitch.

Kitsune – Feras de Lobisomem O Apocalipse – uma resenha sobre os metamorfos raposa do Mundo das Trevas

Bob Johnson – Operação Gjallarhorn – 3D&T Alpha – NPCS – a ficha de um dos personagens de jogadores da nossa one-shot de 3D&T Alpha na Twitch.

Lives

Claro que eu não poderia deixar de relembrar e comentar, nem que seja um pouquinho, das lives que participei esse ano, seja como narrador ou como jogador!

Pra mim particularmente foi um ano dos mais excelentes, com ótimas mesas, novos sistemas, muito aprendizado, novas amizades e, graças à Nimb, ótimas rolagens!

Não vou colocar aqui as lives por ordem nenhuma, vai na ordem que eu for lembrando mesmo! Todas que já estiverem no YouTube, deixarei os links dos primeiros episódios!

Vale dos Esquecidos (Temporada 1) – Temos Medo e Estamos Sozinhos

Essa foi uma mesa de Vampiro A Máscara 5º Edição, narrada pelo Raulzito, e uma das mais gratas surpresas e diversões pra mim. Foi a primeira vez que joguei fazendo o cosplay de um personagem (no caso o Lord Davos, um Toreador Clubber Sadomasoquista), e também fui agraciado com o Baú Épico do Dragão do Patronato do MRPG, que veio com uma edição de luxo do V5! Foi a perfeição!!!

Nave Mãe

Essa foi a mesa de Mutantes e Malfeitores 3º Edição narrada pelo Zé Lima Jr. e na qual eu joguei com o Kabeção, um telecinético e telepata bem pouco social. Foi muito bacana conhecer e aprender esse sistema novo e super-divertido! Rendeu resenha dos livros e suplementes já esse ano!

Mar de Mortos (Temporada 2)

Sequência da mesa de Lobisomem o Apocalipse que se iniciou em 2021. Inspirados nos eventos dos rompimentos das barragens em MG, uma matilha de Garous se aventura dentro da “Zona Morta”, uma anomalia que surgiu depois da destruição. Essa temporada foi a maior que eu já narrei dentro do MRPG!

Sombras do Passado (Temporada 2) – Império de Sangue

A sequência de Despertar da Fúria, esse capítulo coloca o Sentai das Armas Exóticas finalmente frente à frente contra o primeiro membro dos Cinco Fúrias, os inimigos que juraram destruir todo o Império de Jade. Será o Sentai capaz de conter essa ameaça? Essa mesa foi uma delícia de narrar, principalmente por conta do time de jogadores sem igual! Participações especiais de Reginaldo do Estúdio Tanuki, da escritora Marcela Alban e do escritor Bernardo Stamato.

O Que Define Um Herói?

Tive a oportunidade também de narrar uma das aventuras da Guilda dos Guardiões, que se aventurou por Arton em uma disputa de egos dos deuses Nimb e Khalmyr, debatendo sobre o que de fato definiria um herói. Por fim, fica a dúvida: a Guilda dos Guardiões é de fato feita de heróis? Aventura de Tormenta20.

Crônicas de Leipzig (Temporada 3) – Metrópolis 20XX

O fim da nossa mesa de Kult narrada pelo Raulzito, na qual joguei com o personagem Jonas. Kult foi um grande divisor de águas pra mim, por jogar um jogo tão denso e pesado no quesito horror e terror, e também por ser a primeira vez que jogo uma história com encerramento, epílogo e um fim para os personagens, amarrando pontas soltas e deixando tudo bem redondinho. Sensacional demais.

Operação Gjallahorn

Uma one-shot de 3D&T Alpha narrada pelo Raulzito, na qual eu joguei com o Bala no Alvo, um pracinha brasileiro atirador de elite! Foi uma aventura bem gostosa de jogar, principalmente por poder descer o sarrafo em nazista safado!

3DeT de Rodoviária

Essa foi também uma onde-shot, mas dessa vez que eu narrei, e nada mais nada menos que um PvP no melhor estilo Street Fighter, onde os jogadores estavam na verdade usando uma máquina de fliperama de rodoviária. Foi um beta-teste do novo sistema que será lançado pela Jambô Editora, e foi uma diversão sem tamanhos!


E com isso encerro as lembranças desse ano tão mágico e produtivo aqui dentro do Movimento RPG. Espero de coração que você tenha gostado do que foi produzido, e te peço pra nos acompanhar nas redes sociais, deixar um comentário e um like nas postagens, e interagir mais com a gente! Produzimos tudo com muito carinho e dedicação, pra que você se divirta tanto quanto nós!

Um mágico e vitorioso 2023, com muitas rolagens positivas e sucessos decisivos nos testes!

Visão Geral do Cenário: Os Caçadores Caçados

Inicialmente gostaria de me apresentar. Sou um dos novos Colunistas do Movimento RPG em parceria com o servidor do Discord chamado Recanto das Trevas. Me chamo Julio Lacerda, e no Recanto sou conhecido como Julera, narrando atualmente uma crônica de Vampiro a Máscara, se passando no Rio de Janeiro em 2018. Bom, eu já narro RPG tem certo tempinho, com maior vivência nos cenários do Mundo das Trevas.

Dito isso, ao longo das vezes que nos veremos aqui, me proponho a escrever um pouco sobre o Cenário de Os Caçadores Caçados, jogo esse que já tive oportunidade de conduzir algumas crônicas, e possuo um carinho bastante especial. Sendo assim, sem mais enrolações vamos para o básico.

Introdução

Os Seres Humanos em sua grande maioria no Mundo das Trevas, quase sempre são seres frágeis, débeis, rebanhos, joguetes, entre outros adjetivos que as criaturas das trevas acham interessantes nomeá-los, e que reflitam esse desconhecimento sobre o que realmente existe nas sombras de qualquer lugar.

Entretanto, aos poucos humanos que realmente conseguem enxergar o que está por trás desse véu, o mundo se mostra um lugar ainda mais perigoso e hostil, e com certeza um desafio bastante intrigante aqueles que ainda os enxergam como meras presas. É sobre esses humanos, suas motivações e métodos, que os Caçadores Caçados foi concebido. Trata-se de um suplemento de Vampiro a Máscara, lançado em 1992 e escrito por Bill Bridges, sendo o primeiro material a lidar com mortais engajados na caça aos seres sobrenaturais, especificamente, Vampiros.

As Motivações de um Caçador

Inevitavelmente, pela natureza parasita dos vampiros, é apenas questão de tempo até que um mortal ou um grupo de mortais acabe descobrindo que eles realmente existem. E obviamente, inúmeras sensações irrompem desses mortais que acabam descobrindo a verdade. Na maioria das vezes, o medo é o sentimento primordial a ser encarado ao descobrir que os monstros existem. Algumas podem desejar se tornar como eles, seja por uma visão romantizada que possuem sobre essas criaturas, ou pelas suas próprias convicções sobre o que significa atingir a imortalidade. Entretanto, os pouquíssimos que são acometidos por raiva ou por ódio, podem trilhar o caminho do caçador, uma estrada solitária e sombria, que irá aos poucos distanciar o caçador de sua vida cotidiana.

Claro, alguns que percorrem o caminho do caçador, podem ser motivados pelo conhecimento por trás da natureza da maldição vampírica, outros possuem uma questão de Fé e enxergam eles como o grande mal a ser expurgado, outros tem ideais mais pessoais como Justiça ou Vingança, geralmente em retaliação a perda de alguém querido. Só que na maioria das vezes, os caçadores querem apenas destruir os vampiros – Eles são os poucos mortais que conseguiram transformar o seu medo em raiva, um combustível perigoso, mas eficiente, que os impulsiona de forma implacável. Óbvio, a estrada que se percorre pode os colocar sob escolhas difíceis, e que vão contra a sua própria humanidade. Até porque, mesmo as atitudes mais heroicas possíveis que são tomadas para expurgar um vampiro ou o mal da face da terra, podem guardar consequências terríveis para qualquer pessoa – afinal de contas até onde os fins justificam os meios?

Os Métodos de Caçada

Depois da definição das suas motivações, é chegada a hora de pôr a mão na massa e desbravar o desconhecido. Para isso, cada caçador emprega um método para fazer isso. Alguns, se detém a pesquisas extremamente meticulosas, sejam atrás dos mitos que representam a maldição vampírica, ou questões ligadas a fé, até mesmo usando de ciência, ou magia – e outros, ainda mais insanos e pouco meticulosos, adentram a noite munidos apenas de armas de fogo, e esperando que a sorte os ajude.

Esses métodos refletem bastante da personalidade de cada mortal, antes de descobrirem que existem monstros por aí que caçam os humanos. Além disso, as táticas empregadas também refletem a forma de trabalho mais importante para proteger a si mesmo, levar a cabo os seres das trevas, e também retirar a si mesmo de encrenca, eventualmente, fazendo com que fiquem vivos para a próxima noite, ou o tempo necessário para cumprir os seus objetivos.

Deixando Sua Vida Para Trás

O Tema central em Os Caçadores Caçados é o sacrifício. Independentemente das motivações, ou do método que cada caçador emprega em suas caçadas, eles sacrificam algo importante de suas vidas – seja sua ligação e proteção que a própria sociedade e a ignorância propiciam. A companhia de amigos e familiares e noites bem dormidas, rapidamente trocadas pela solidão (ou pela companhia exclusiva de outros caçadores) e por noites em claro. Ninguém acreditaria na existência daquilo que cada caçador vive para erradicar, a não ser outros raros caçadores que eventualmente sejam encontrados pelo caminho. Proteger a humanidade de monstros invisíveis não guarda nenhum tipo de reconhecimento, tampouco remuneração.

Aos poucos, a falta de convívio cobra o seu preço mentalmente, além de serem vistos como loucos, ou na pior das hipóteses sobrevivendo sendo perseguidos pelas autoridades. Sacrifica-se a paz de espírito, posição na sociedade, recursos, e por fim a coisa mais preciosa e inerente a todo ser vivo, sua própria vida.  Mesmo entre caçadores que se unem em torno de um objetivo, não necessariamente eles podem cooperar da melhor forma. Embora, um grupo coeso de caçadores, motivados, e que consigam cooperar e superar suas diferenças, representam uma ameaça e tanto.

Abraçando a Paranoia

O mundo punk-gótico é suficiente para transmitir esse clima de constante suspense, embora claro, dependa-se inteiramente dos personagens que estarão envolvidos. Ir levantando o véu da Máscara, seja aos poucos, ou abruptamente, gera um sentimento constante de tensão e paranoia. Um frio na espinha que percorre o corpo inteiro, e nunca se esvai. Os olhares de qualquer estranho podem se tornar motivos mais que suficientes para se retirar de alguns ambientes, os lugares mais seguros podem se tornar ameaçadores, principalmente a noite. Simplesmente, aos poucos, nenhum lugar será totalmente seguro para os caçadores, qualquer pessoa pode ser um vampiro, ou um aliado deles. Não existe mais descanso após o início da caçada, nem mesmo após ela. A caçada é sempre um sinônimo de dureza, e desespero, com raros momentos de êxtase – momentos esses, quando se consegue levar a cabo algum cainita, e poupar alguns poucos humanos de sua influência, ou trágica morte.

Considerações Finais

Obviamente é um desafio sintetizar em poucas palavras o que significa ser um caçador no universo do Mundo das Trevas, mas, espero que pelo menos os aspectos mais importantes na minha visão tenham instigado a você leitor a entender um pouco mais sobre o cenário, e encoraje-o a ler o material (para aqueles que ainda não o conhecem) e criar quem sabe uma one shot, crônica, ou NPCs que não sejam meros antagonistas nos seus jogos principais. Ao longo dos próximos textos, pretendo adentrar mais fundo nesse cenário, explicando um pouco mais sobre cada aspecto de criação de um caçador, abordando também os grupos de caçadores, e outras coisas importantes tanto para narrativas inteiras focadas em caçadores, como também com ideias que podem instiga-los na hora de criar um caçador, ou um grupo de caçadores para por no encalço daquele grupo de neófitos que acha que a Máscara é uma Tradição ultrapassada.


Um agradecimento especial aos meus amigos Enrico Baggio e Luke pelo carinho em revisar os pequenos detalhes desse texto. Recompensarei seus esforços com aquele pontinho extra de XP.

Esta artigo foi escrito por Julio Lacerda que faz parte da Guilda Aliada Recanto das Trevas. O Recanto das Trevas é o maior servidor brasileiro do Discord dedicado a Mundo das Trevas. Lá você vai encontrar todo o suporte de narradores e jogadores para que todos tenham a melhor experiência em RPG.

Acesse o servidor clicando aqui!


Visão Geral do Cenário: Os Caçadores Caçados

Autor: Julio Lacerda.
Padronização: Douglas Quadros.
Artista da Capa: Raul Galli.

Para mais posts de Mundo das Trevas você pode acessar nossa página da Liga das Trevas, para isso é só clicar aqui!

Wyrm – Mitologia de Lobisomem: o Apocalipse

Wyrm, também conhecida como A Corrupta ou a própria Corrupção, é uma das entidades primordiais que formam a chamada Tríade.
Originalmente uma das formadoras de tudo que existe, hoje é responsável por sua corrupção e destruição.
Mas como isso aconteceu? Quem é a Wyrm? Por que ela é a principal antagonista dos Garous?

 

A TRÍADE

Segundo as lendas dos Garous, no princípio de tudo, havia a Tríade.
Três poderosas entidades que, em conjunto, agiriam para criar, moldar e organizar toda a existência.
Wyld, a essência bruta do Caos e da Mudança, teria a função de criar e dar vida à existência.
Weaver, a essência da razão, deveria moldar e controlar a criação da Wyld para que essa não saísse de controle ou perdesse seu propósito.
Wyrm, a essência do equilíbrio, deveria encerrar todo o excesso da Wyld e as falhas da Weaver.
Criação, Razão e Equilíbrio deveriam agir em harmonia, estabelecendo um ciclo que levaria toda a Existência adiante.
Foi nesse cenário que surgiu Gaia, a maior de todas as criações, representação viva da obra das três entidades em harmonia.
Porém, essa harmonia não duraria muito tempo…

A representação do trabalho da Tríade

A LOUCURA DA WEAVER

Rezam as Lendas que a primeira entidade a enlouquecer foi a Weaver.
Perdendo seu propósito de organizar à medida que a criação acontecesse, a Weaver um dia tentou controlar tudo que a Wyld criasse em um único padrão.
Porém a Wyld era a pura essência do Caos e da Transformação, não poderia ser contida ou moldada em uma única forma, e com isso a Weaver enlouqueceu, tentando descontroladamente organizar tudo que existia em um padrão único!
Mesmo percebendo que seria impossível, era tarde demais. A Weaver já estava presa em sua própria teia tentando descontroladamente colocar Ordem no Caos!
Com o descontrole da Weaver, a Wyrm repentinamente se viu tendo trabalho em dobro, destruindo toda a insana ordem que a Weaver queria estipular.
As Teias de Padrão da Weaver cresciam a cada dia, e com isso a Wyld mudava as coisas ainda mais rapidamente, fazendo com que a Wyrm precisasse se superar para conseguir manter o equilíbrio.
Mas isso não duraria muito tempo…

 

WYRM E A ESPIRAL NEGRA

Quanto mais trabalhava para destruir a loucura da Weaver, mais a Wyrm se embrenhava em suas teias.
Tanto trabalho e tanto esforço levou a Wyrm a ficar presa na teia de loucura da Weaver, e assim como ela, também enlouqueceu.
Se antes a Wyrm buscava um ciclo de equilíbrio, onde a destruição dava espaço para a Criação, agora se via presa em uma Espiral de Destruição e Morte.
Para que o equilíbrio existisse novamente, tudo que existe precisaria ser destruído.
Assim a Wyrm criou sua Espiral Negra de Corrupção, que busca destruir, corromper e matar tudo que existe, para que o equilíbrio um dia possa ser restaurado.
E se tudo precisa ser destruído para ser reparado, chegou uma hora em que a Wyrm concluiu que deveria destruir a própria Gaia, a criação definitiva, para que a Ordem e o Equilíbrio pudessem retornar.
Com isso, a Wyrm se tornou a maior antagonista de Gaia e da Wyld, a força da Tríade que mais lhe faz oposição.

Book of the Wyrm – um livro inteiro dedicado à Wyrm

AS CABEÇAS DA WYRM

Como uma essência bruta de destruição sem controle, a Wyrm destruindo até mesmo sua própria psique, dividindo sua “personalidade” em várias cabeças, sendo 3 delas as principais.
Essas três cabeças seriam representações da própria Tríade, sendo elas:
Fera da Guerraum monstro imenso de pura Fúria e sem nenhum tipo de sentimento. Busca destruir tudo e todos de maneira igual e sem julgamentos! A antítese da Wyld.
Profanadoraa personificação da intriga, da corrupção e da decadência. Deturpa e intoxica todas as formas de pensamento e ações. A antítese da Weaver.
Devoradora de Almasa pura essência da ganância, luxúria e fome. Consome e apodrece tudo, sempre insaciável em com valores morais deturpados. A antítese da Wyrm original.
Essas três “Cabeças da Wyrm” são as formas mais representativas e comuns da Wyrm Corrupta que hoje assola o Mundo das Trevas como um todo.
Reza a lenda que uma vez a Devoradora de Almas tentou invadir o Plano Físico através de uma abertura na América do Norte, mas foi impedida graças ao sacrifício de toda uma tribo de Garous conhecida como Croatoan.

As cabeças da Wyrm, a representação da sua loucura

 

SERVOS DA WYRM

Claro que uma entidade tão poderosa como a Wyrm teria seu secto de aliados.
Sejam entidades corrompidas pela Wyrm, enlouquecidas pela Weaver, abandonadas pela Wyld ou vítimas dos Garous, o fato é que a Wyrm é ainda mais poderosa e ameaçadora graças àqueles que a servem!
Malditossão Espíritos corruptos à serviço da Wyrm. Geralmente estão confinados à Umbra e seus domínios, mas alguns mais poderosos podem possuir hospedeiros mortais. Suas formas espirituais verdadeiras são deformes e grotescas.
Dançarinos da Espiral NegraSe Gaia tem os Garous como seus campões, a Wyrm tem os Dançarinos da Espiral Negra. Outrora Garous dedicados à Gaia, os Dançarinos se corromperam nas Espirais da Wyrm, e agora servem à entidade da destruição. Reza a lenda que a tribo perdida dos Uivadores Brancos originaram os primeiros Dançarinos. Em termos de regras, são Garous do lado do “mal”.
Fomorisão experimentos científicos e tecnológicos feitos pela Pentex, resultados da união forçada de um Maldito com uma criatura mortal (seja humano ou animal). Mais fracos que os Malditos, deformam e deturpam o corpo físico que habitam, e estão “aprisionados” neles.
Pentexuma mega-corporação de inúmeras atividades que visa sempre o crescimento desenfreado, experimentos desumanos e a destruição sistêmica da natureza e dos recursos naturais. Seu objetivo é trazer o Apocalipse ao mundo, e com isso, se sagrar como a “salvadora” do mundo em decadência.
Esses são apenas os servos mais numerosos da Wyrm.
Qualquer entidade ou criatura corrompida pela Wyrm ou por sua Espiral servirão para engrandecer suas tropas.

Servos corrompidos da Wyrm

GAROUS X WYRM

Embora os Garous sejam retratados como os “heróis” do livro, é bom ressaltar que na verdade tudo tem seus “tons de cinza”.
O Ciclo da Vida de fato depende de criação e destruição em equilíbrio para que a balança nunca penda para um lado.
Embora comumente os Garous atribuam à Wyrm a responsabilidade por toda loucura, corrupção e destruição do mundo, é bom lembrar que Weaver e Wyld não são necessariamente “do bem” e tão pouco “do mal”.
A Tríade é uma força Primordial, ela estava lá na origem de tudo, e estarão lá no fim de tudo, para que o Ciclo possa se repetir.
Mesmo assumindo os papéis de “heróis”, os Garou foram assumidamente responsáveis por muitos feitos que ajudaram o Apocalipse a estar cada vez mais próximo!
O Impergium, a Guerra da Fúria, a corrupção dos Uivadores Brancos, o sacrifício dos Croatoan ou a extinção dos Bunyip são apenas algumas vírgulas de todo o mal causados pelos próprios Garous.

Garous – heróis de verdade?

Então é isso, Rpgista!
Espero que tenha gostado do texto e da Wyrm! Suas dúvidas foram respondidas? Ou tem alguma outra? Deixa aí nos comentários!

O que tem achado de Mar de Mortos, a Crônica de Lobisomem o Apocalipse que estou narrando aqui pro MRPG?

Já passou lá na Liga das Trevas pra ver as estreias de Changeling – O Sonhar e Demônio – A Queda? Então corre lá que a galera do Recanto das Trevas tá mandando benzão!

 

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