Conquistando Domínios em A Lenda de Ghanor RPG – Santos Escritos

Em A Lenda de Ghanor RPG, fomos introduzidos às regras de Domínio, onde os personagens podem conquistar e coordenar domínios próprios, cuidando de uma população (ou ganhando coisas dela) e administrando o território.

Já falamos deles em algumas matérias anteriores, principalmente sobre Exemplos de Domínios na Cultura Pop e o que fazer quando uma Masmorra Mora Ao Lado do seu domínio.

Mas ainda não fizemos um texto falando como se conquistar domínios. Então é isto que iremos abordar hoje.

Sendo dono de terras

No livro base de A Lenda de Ghanor RPG, há duas formas apresentadas de se conquistar um Domínio: Criando do zero ou Conquistando um domínio já existente.

Criando um Domínio

Caso seus personagens se deparem com terras desocupadas (O que no cenário de Ghanor não é muito difícil), eles podem montar o início de um domínio gastando 5000 PP e fazendo um teste de Nobreza CD 20. Assim montando um domínio nível 1, com corte inexistente e popularidade tolerável. E nada mais.

Essa opção é a mais simples e mais inicial possível. Caso queira mestrar uma campanha que tenha como foco os personagens administrando um ou mais domínios entre as aventuras, é interessante conceder um desse de graça para os jogadores irem administrando após uma aventura, já que um domínio nível 1 não traz muito retorno financeiro imediato.

Conquistando uma terra

No Livro de Buscas, algumas aventuras têm, como parte de suas recompensas, Domínios prontos para os jogadores conquistarem após a aventura. O domínio conquistado já pode ter um tesouro, algumas construções e até uma corte.

O Esqueleto de um Domínio

Um Domínio é formado de algumas coisas, então se for montar um (tanto do zero, quanto um pronto para os jogadores utilizarem) você deve considerar as seguintes coisas:

Nome do Domínio

Todo Domínio tem um nome, normalmente dado pelos fundadores. Isso é simples e nada impede que os jogadores queiram mudar o nome de um Domínio. Porém, eu consideraria que se um Domínio tem Popularidade Popular ou Maior, e mudar o nome diminuiria a popularidade em uma categoria.

Regente

Um regente é quem coordena um Domínio. Pode ser uma pessoa ou mais de uma, que agem como um conselho. Quanto mais de um individuo cuida de um Domínio, mais eles decidem pra quem vai os bônus dados pelas construções (que veremos mais para frente).

Terreno

Todo Domínio fica em um ou mais terrenos. Os terrenos definem o nível máximo do terreno e o seu potencial mágico, caso o Domínio tenha dois terrenos, considera o principal para fins de nível máximo e potencial mágico, na página 290 tem a lista de terrenos e seus valores.

A Corte de um Domínio tende a ser bem diversa.

Corte

A corte é os membros do conselho dos jogadores. Eles permitem que os jogadores possam fazer testes de perícias que eles não tem, elas podem subir com a ação Aumentar Corte em uma ação de Domínio. Os tipos de conselheiros de A Lenda de Ghanor estão na página 290. Mas nada te impede de criar seus próprios conselheiros que permitem outras perícias, como um Ferreiro que concede Ofício (Armeiro).

Popularidade

Um Domínio também tem níveis de Popularidade, ou seja, o quão bem visto são os regentes para a população que habita aquele Domínio. Que pode ir desde Adorado, em que todas as suas ações de Domínio tem bônus, quanto Odiado, aonde todas as suas ações de Domínio dão penalidade e podem gerar revoltas.

Fortificação

É o valor de Defesa do seu Domínio contra ameaças externas, normalmente causadas por Encontros Aleatórios, e que dão bônus em testes de Guerra para defender Domínio. As construções que fornecem Fortificação são: Forte, Castelo, Paliçada e Muralha.

Construir um Domínio não é muito fácil… Ou talvez seja.

Montando seu Domínio

Se for fazer um Domínio pronto, todas as estatísticas acima devem estar bem claras, além de outras questões que entram mais no contexto daquele Domínio.

Local do Domínio

Independente do terreno, muitas vezes o Domínio pode ser simples, mas sua localidade estratégica ou até mesmo emocional, pode fazer ele querer ser disputado. Um Domínio feito em um local onde um Santo morreu ou em uma posição estratégica vai ser muito disputado por reinos ao redor.

Domínios ao Redor

Um Domínio nunca é isolado de um reino ou Domínios próximos, e estabelecer os demais castelos e Domínios ao redor que podem colaborar ou se opor aos dos jogadores é muito importante.

Ameaças ao Redor

Um domínio de nível 3 ou maior tem Encontros Aleatórios que podem afetá-los, mas nada impede que outras ameaças ao bem-estar dos moradores apareçam entre uma aventura dos regentes ou outra, deixe as ameaças claras e o que elas podem representar. Muitas vezes a ameaça não é apenas física, como uma horda de bandidos, mas pode ser uma ideia de revolução, boatos ou fofocas dentro do Domínio.

As memórias…

Inspiração para se jogar com Domínios

Jogos como CivilizationAge of EmpiresFrostpunk e outros jogos de administração de cidade, até Sim City, podem te ajudar a ter uma ideia de como lidar e como trazer novos desafios aos domínios que os jogadores controlam. O Domínio é para ser algo vivo e pulsante, que os jogadores tem que administrar e lidar com Sabedoria, brinque de casinha em Ghanor fazendo essas relações interpessoais e políticas com seus personagens.

Conclusão

Um dos primeiros jogos de PC que eu tive foi Sim City 2000, e desde então jogos de administração viraram pontos focais na minha vida. Seja algo mais simples, como Stardew Valley ou algo mais complexo como Civilization.

Os domínios de Ghanor me passam essa ideia que eu adoro e, sempre que possivel, coloco em minhas mesas. Espero que você se divirta também!


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Texto: Gustavo “AutoPeel” Estrela
Revisão: Raquel Naiane.

Jornada Heroica: Guerra Artoriana – Taverna do Anão Tagarela #134

Gustavo Estrela e Emerson Xavier conversaram na Taverna de hoje com Douglas Quadros ‎e Karina Cedryan  para falar sobre o financiamento coletivo das Guerras Artonianas. Esse é um financiamento especial que parte da renda será direcionado para vítimas da tragédia do Rio Grande do Sul. Quer conhecer mais o projeto? Senta com a gente.

A Taverna do Anão Tagarela é uma iniciativa do site Movimento RPG, que vai ao ar ao vivo na Twitch toda a segunda-feira e posteriormente é convertida em Podcast. Com isso, pedimos que todos, inclusive vocês ouvintes, participem e nos mandem suas sugestões de temas para que por fim levemos ao ar em forma de debate.

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Jornada Heroica: Guerra Artoriana

‎Host: ‎‎Douglas Quadros.‎‎ ‎
‎Participantes:‎‎Douglas Quadros ‎| Karina Matheus | Gustavo Estrela | Emerson Xavier
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Leituras Recomendadas para RPGistas – Taverna do Anão Tagarela #133

Douglas Quadros e Karina Cedryan, bateram um papo sobre as leituras indicadas para rpgistas. Quer sair do óbvio e conhecer mais referências? Escuta essa taverna que tem várias dicas.

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Leituras Recomendadas para RPGistas

‎Host: ‎‎Douglas Quadros.‎‎ ‎
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RPG e a Literatura – Taverna do Anão Tagarela #106

RPG e a Literatura estão intimamente ligados, literalmente desde a criação do RPG, é inegável as inspirações literárias na origem dos primeiros RPG´s, entretanto, não é apenas em sua origem que os dois se ligam, nesta Taverna do Anão Tagarela venha descobrir mais sobre essas ligações.

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RPG e a Literatura

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‎Participantes:‎‎Douglas Quadros ‎| Karyna Cedryan | ‎Ricardo o Escritor Ansioso

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Marcus Baikal – A 1ª Semana do RPG Indie no Movimento RPG

Entrevista realizada com o autor Marcos Baikal, que dividiu conosco partes importantes das sua história.

1. Conte-nos um pouco sobre você e sua trajetória como autor de RPG indie no Brasil.

 

Eu iniciei como autor de RPG sem publicar a maioria dos conteúdos que escrevia, embora não fosse tudo para o público interno. Eram esboços que acabaram desaparecendo em HDs de 2001-2016, com algumas publicações em fóruns e material compartilhado individualmente em mídia digital. Em Idos de 2018-2019 movendo de volta para a cidade natal de Colatina-ES, conversando com Wesley, que mantinha na cidade um grupo voltado ao hobby de RPGs e boardgames com outros conhecidos, voltamos a jogar presencialmente e falamos em publicar nosso próprio RPG, tendo alguns exemplos do RPG Indie nacional como exemplo, tal como Mighty Blade, do Tiago Junges, que inclusive havia apoiado com jogos um dos eventos de RPG que criamos.

Esse evento incluiu Jotuns na aventura, daí a editora do nosso primeiro RPG publicado, RG (Resistência Glórqui), também usando nosso próprio sistema, o Delta, ter se chamado Jotun Raivoso. Quando RG foi publicado nós já tínhamos esboçado dois outros jogos completamente diferentes, usando o mesmo sistema por referência. O sistema foi amadurecendo e hoje já existe um módulo básico de regras independente de cenário e vários outros jogos e publicações disponíveis para download em nosso site.

2. Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao desenvolver RPGs indies? Como os superou?

O primeiro desafio é o anonimato. É difícil publicar um RPG para que os outros joguem que não carrega o nome de um “RPG conhecido” junto. O mercado nacional, tal como o norte-americano, é bastante referenciado nos seus jogos conhecidos. Algo que não é D&D, nem Tormenta, nem Vampiro ou outro “clássico” internacional por vezes nem é entendido como a mesma coisa.

O espírito de exploração de novos jogos que era mais forte no tempo do 3d&t, na minha opinião, foi bastante deixado de lado nas novas abordagens, mais focadas num produto e em um d20, como se isso fosse universal.

Outra dificuldade é a de fazer algo diferente, como historiador e ciente de todo o potencial do contar de histórias, me pareceu sempre viável deixar o RPG ilimitado, além da caixinha de “fazer aventura”, com objetivos recorrentes.

Eu aprecio particularmente a chance de conhecer um mundo novo, tal como ocorre quando você vê um bom filme ou lê um bom livro de ficção.

Ao apresentar algo diferente, porém, você esbarra, para além da falta de credencial do nome, da imagem toda vinculada a um gênero, que faz com que o interesse potencial não seja acendido, a menos que você dê a volta nisso, divulgando intensamente. A divulgação é outro ponto. A mídia que cobre o gênero por vezes não vai atrás tanto quanto pode. Os blogueiros que cobrem RPG por vezes fazem muito mais sem anunciantes apoiando suas páginas do que aquelas realmente com recursos, voltadas no toma-lá-dá-cá esperado de publicações pagas. A diferença de alcance que isso faz é tremenda. Um outro desafio, agora menos externo, é a própria inexperiência. Escrever para o público, especialmente aquele que estará mais propenso a ler seu material é um desafio de forma tanto quanto de conteúdo.

Existem técnicas do meio editorial que sem um orçamento para empregar os profissionais, você só irá adquirir com a prática, se é que vai adquirir. Isso vai desde o planejamento financeiro até a parte gráfica. Vai além, portanto, do game design. Em termos de game design, o ideal seria ter mais playtests possíveis, mas com a abundância de jogos em uma pequena comunidade propensa aos testes – ao contrário da imensa comunidade disposta a jogar, mas sem contato conosco pelo tal do anonimato – várias melhorias dependentes de playtest não são viabilizadas. O ideal seria fazer o jogo, testar, refazer, testar e isso sucessivamente, até o jogo estar aprimorado a ponto de se fazer uma edição – especialmente quando se trata de sistema próprio.

3. Quais foram os momentos mais marcantes ou pontos altos da sua jornada como autor de RPG indie?

O lançamento do primeiro RPG passou meio sem mudar tanta coisa, antes mesmo de ser publicado, já fazíamos entrevistas e falávamos a respeito, mas não era o primeiro RPG que eu inventava. A diferença maior talvez fosse o fato de que tinha um co-criador comigo, isso fazia a coisa chegar mais longe, mais complexa também. Foi algum tempo depois do lançamento que acumulamos o retorno do público sobre o RG e vimos que criamos algo diferente mesmo.

Um jogo “como o Shrek e as cebolas”, em camadas. Uma parte tinha o nosso humor típico, satírico e leve. Outra parte tinha uma brincadeira pueril de montar dinossauros-mutantes-personagens, os calangos glórquis. Em outra parte tinha uma representação de épocas e culturas reais através do cenário, até convertida na arte do livro. E mais outra tinha a crítica social através desse texto – e as pessoas percebiam tudo isso, o que realmente tornou interessante ver os feedbacks.

Quando Jogos de Campinho ficou pronto, por outro lado, a criação parecia mais diferente do que eu estava familiarizado, não era só uma adaptação para simular um mundo imaginário, era uma produção independente de algo novo, que também fazia o mundo simulado, mas inovava. Essa inovação eu tentei trazer para novos jogos que estão em produção e temos testado, assim como para a edição atual das regras do Delta RPG. Assim, quando apresentamos nossas publicações todas no DOFF 2023, ao lado de vários autores independentes, pudemos ser reconhecidos como algo novo, próprio e positivo para a comunidade pelo feedback ali deixado.

4. Compartilhe conosco um ou dois sucessos que você alcançou no cenário de RPG indie.
Houve surpresas, ou foi tudo como planejado?

Resistência Glorqui saiu mais elaborado do que o esperado. Sementes de ideias que germinamos e acabaram saindo como poderosas críticas e relativamente únicas em estilo e profundidade, e notaram isso, quem viu, pelo menos. Jogos de Campinho ainda estamos esperando o feedback crítico, embora o livro tenha sido impressionante na sua forma , na primeira vista. Também é interessante ver como outros já nos conhecem, alguns, e sabem mais ou menos o que podemos oferecer de diferencial. Como se voluntariaram para escrever prefácios e notas sobre nossos livros é uma marca desse reconhecimento.

5. Quais os projetos você tem desenvolvido na área dos RPG Indies? Ou tem algum projeto que você gostaria de divulgar?

BANNER Jotun Glorquis

Resistência Glórqui ganhou um módulo adicional, o Modo Guerrilha, com as regras mais condensadas e simplificadas do Sistema Delta RPG. Com ele agora é mais fácil jogar solo, coop ou para um mestre menos experiente criar sua aventura na temática de operações de guerrilha contra os invasores zumanos, que é o tema central daquele RPG.

 

 

Atualmente estamos divulgando o Jogos de Campinho, que é RPG, mas também é livro-jogo interativo, com meios diferentes de se jogar, inclusive só como literatura e meio de comunicação das brincadeiras clássicas de rua.

Estamos com vários projetos de RPG, focado em rpg solo, disponíveis para teste e download em nosso site, como o mais recente Caminho do Rei Demônio, um RPG procedimental de sobrevivência e aprimoramento de poder de monstros, e o RPG ainda em produção Delta Mecha que tem metodologia para funcionar como wargame print and play.

6. Como você vê a ideia da comunidade RPGísta de realizar o mês do RPG Indie?

Eu penso no RPG Indie como algo de ano todo. Se mais esforços puderem ser feitos para divulgar os independentes em algum momento, eu sou favorável, sempre.

7. Para você, qual deveria ser o principal objetivo desse evento? E o que espera dele?

O objetivo deve ser expandir horizontes. Espero que mais jogadores que não conhecem muito RPG fora da  bolha d20 criada pela massificação da identidade de RPG com o jogo de D&D seja viabilizada. Mesmo quem adora o sistema pode contar com aventuras que tratam de temáticas diferentes, que simulam os mundos de forma mais diversa etc.

8. O que você diria que são RPGs INDIEs e qual a importância deles?

Algo indie, em geral, é o que é publicado fora das grandes empresas do mercado de entretenimento. No entanto, o sistema de licenças e inovações do RPG permite que existam INDIEs e independentes como conceitos quase a parte. Indie, como termo mercadológico, é a mesma coisa, incluindo diversos OSRs, publicações em OGL, retroclones e jogos análogos.

Existe “independente” disso tudo, jogos com proposições originais: Verdadeiramente independentes, ou que subvertem de fato tropes presentes no mainstream, como um Altaris, que tira a figura do Mestre e transforma o jogo numa experiência cooperativa simplificada, ou Infaernum, que é uma sucessão de jogadas de dados com ponderação sobre o resultado.

RG mesmo é um jogo que é inteiramente diferente como sistema, mas ainda guarda certos paralelos. Só na versão modo guerrilha que ele realmente explora novas potencialidades de alcance e se desprende de técnicas aprendidas com o RPG tradicionalmente vendido – focado no preparo do Mestre e na criação de personagem como o “ofício do jogador”.

Essa independência é algo bom de ver na cena INDIE, já que muito pouco se investe nesse escopo no mainstream, com a repetição de fórmulas com mínimos twists predominando naquele espaço.

9. Como você vê a relação: RPGs da industria de jogos X RPGs INDIEs no mercado brasileiro e
no mundo?

Como falei, no Brasil, em passado, o independente era equivalente ao nacional. Quando o sistema d20 e, depois, os subprodutos da OGL, vieram a consolidar uma via para os RPGs nacionais “industriais”, ladeados dos títulos estrangeiros que conversavam todos usando os mesmos elementos, isso gerou uma cortina significativa para que os jogos independentes tivessem a mesma procura.

Os financiamento coletivos permitiram que jogos “menos certos” de sucesso chegassem no mercado nacional e permitiu que mais editoras se integrassem à indústria, ainda no meio do caminho entre algo “main” e “indie”. Lá fora, a dominância de D&D é tal que mesmo outros títulos também vendidos em escala industrial são considerados independentes só por não serem D&D, até mesmo aqueles que são retroclones ou adaptações simplificadas.

Por aqui, praticamente tudo é independente porque a indústria é pequena, o que não sai por editora a, b ou c, é independente e é muita coisa que fazemos, comparando as proporções, logo por cá é mais do que o “homebrew que cresceu” e sim um espírito de correspondência com a criatividade dos jogadores que leva a um movimento autônomo criando jogos. Nesse sentido, penso que se a mesma centelha que chega aqui alcançasse outros mercados os jogos independentes pelo mundo explodiram ainda mais.

10. Qual mensagem pessoal sua você gostaria de mandar para a comunidade RPGista brasileira?

Gostaria de recomendar que olhassem os repositórios de RPG, gratuitos, que existem, tal como nosso próprio site, jotunraivoso.com.br, o bazar verde, do Tiago, a editora Runas, o site do itch.io e o drivethru rpg, se você pode ler em inglês, a comunidade de RPG Solo do Facebook, além de olhar pelo mundo sempre que ver a citação de um novo jogo, por vezes mesmo os gringos deixam essas coisas gratuitas. Por preços acessíveis ou doações você também pode ajudar os autores que gostou do conteúdo a continuarem criando. Para seu próprio jogo que quer moldar diferente, para jogar e encontrar jogos e jogadores, você pode encontrar sua pecinha ideal procurando por RPG independente, por vezes sem custo, está lá a seu dispor. Jogue. Crie. Compartilhe.


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Marcus Baikal – A 1ª Semana do RPG Indie no Movimento RPG

A 1ª Semana do RPG Indie no Movimento RPG é um evento idealizado e organizado por:

Douglas Quadros
Gustavo “AutoPeel” Estrela
Isabel Comarella
Iury.KT
O Escritor Ansioso
Ur Tiga Brado’k
Mandi

Tchelo Andrade – A 1ª Semana do RPG Indie no Movimento RPG

Entrevista com o autor Tchelo Andrade, que nos contou como seu projeto transformou e transforma vidas.

1. Conte-nos um pouco sobre você e sua trajetória como autor de RPG Indie no Brasil.

Fundação Triunfo

Jogo RPG desde 2003, mas só vim me dedicar a criação de jogos desde 2016. Atualmente tenho dois projetos de jogos de RPG que estou engajado: O Desígnio RPG com uma pegada mais adulta de jogos de intriga política e o Fundação Triunfo que tem uma proposta mais ampla do que ser apenas um jogo. Devido a amplitude do tempo, tenho dedicado meus esforços para maximizar o Fundação Triunfo RPG e seu projeto de impacto social.

2. Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao desenvolver RPGs Indies? Como os superou?

Ainda não superei é uma barreira gigantesca! Falo da falta de imaginário e repertório para a nossa própria cultura. Fundação Triunfo é um RPG para falar sobre os patrimônios brasileiros, mas a falta de  informações e enredos de cultura pop para este segmento torna a criação de aventuras para este sistema bastante complicada. Uma vez que a fantasia medieval ainda é o gênero dominante.

3. Quais foram os momentos mais marcantes ou pontos altos da sua jornada como autor de RPG Indie?

Certamente foi ver os impactos positivos de um jogo criado para encorajar o futuro e tirar o melhor das pessoas.

4. Compartilhe conosco um ou dois sucessos que você alcançou no cenário de RPG Indie. Houve surpresas, ou foi tudo como planejado?

O projeto foi contemplado na lei de incentivo Aldir Blanc em 2021 o que garantiu a realização de diversas atividades nas comunidades em que estou inserindo para jogar RPG, desenvolver um livro e criar impactos. Criamos uma associação para impulsionar e propagar mais o RPG como instrumento de aprendizagem.

5. Quais os projetos você tem desenvolvido na área dos RPG Indies? Ou tem algum projeto que você gostaria de divulgar?

Um mundo oculto para ser explorado. Um mal ancestral para ser combatido. A Fundação Triunfo é uma organização criada para proteger o Brasil de uma força sombria que tem se mantido oculta há milênios. E para essa tarefa, seus membros, também conhecidos como voluntários, devem desvendar a “história secreta” de nossa nação. Cada bem cultural, cada patrimônio, cada ginga, cada cantiga pode conter uma pista para esse grande mistério. Lute, explore, desvende e conquiste. Junte-se à Fundação Triunfo e viva grandes emoções ao lado de incríveis companheiros!

6. Como você vê a ideia da comunidade RPGísta de realizar o mês do RPG Indie?

Necessário! Como autores precisamos fortalecer a cena, e a cena vai fortalecer nossas artes.

7. Para você, qual deveria ser o principal objetivo desse evento? E o que espera dele?

Networking, criação de vínculos e maximização de alcance.

8. O que você diria que são RPGs INDIEs e qual a importância deles?

O underground sempre foi um luxo por se virar contra os ideias do consumo e capitalista. RPG são produtos portanto são impulsionados a serem consumidos em grande escala, mas nem sempre o que todo mundo consome deve ser o ideal a ser buscado. Penso que numa cena, é muito importante uma diversidade de conteúdo e acima disso, produtos que estejam comprometidos com questões importantes para o prosperar da nossa sociedade.

9. Como você vê a relação: RPGs da indústria de jogos X RPGs INDIEs no mercado brasileiro e no mundo?

O discurso é bem diferente da prática. Eu também faço essa autocritica, consumir o mainstream ainda é mais fácil por diversos motivos. O principal deles é que muitos projetos Indies ainda tentam se aproximar do status quo para serem notados e/ou não possuem compromisso com a realidade/cultura que o cerca. Claro que poderia ser pior, os números e a crescente do mercado de RPG permite que a gente possa sim sonhar com futuros alegradores para este nicho.

10. Qual mensagem pessoal sua você gostaria de mandar para a comunidade RPGista
brasileira?

Continuem pensando no RPG como uma ferramenta positiva para a comunidade, essa é a melhor forma
do RPG se estabelecer definitivamente. Encoraje o futuro que ele sempre encoraja de volta!


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Tchelo Andrade – A 1ª Semana do RPG Indie no Movimento RPG

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Leandro Abrahão – A 1ª Semana do RPG Indie no Movimento RPG

Entrevista realizada com o autor Leandro Abrahão, que trouxe para a gente sua caminhada na criação de jogos Indie.

1. Conte-nos um pouco sobre você e sua trajetória como autor de RPG indie no Brasil.

Olá eu sou o Leandro, sou Game Design e produtor de rpg independente desde 2003. A princípio produzia meus próprios jogos e sistemas porque viva em uma cidade no interior, onde o acesso a livros, revistas e outros conteúdos especializados era de difícil acesso. Escrevia e imprimia artesanalmente e fazia a distribuição para os amigos e participantes dos eventos de RPG e Anime que eu mesmo organizava. Em 2008 me envolvi com o movimento Software Livre, conheci as possibilidades de lançar jogos na internet com licenças livres e assim comecei a produzir e distribuir meus jogos como conteúdos open source. Hoje mantenho um site: Leandro Games – Editora Independente como repositório de alguns dos meus jogos mais conhecidos.

2. Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao desenvolver RPGs Indies? Como
os superou?

Acredito que o maior desafio foi obter espaço para a divulgação dos jogos. Por muito tempo a divulgação do rpg Indie se concentrou em autores dos grandes centros metropolitanos, sendo muito pouco espaço aberto para da divulgação de autores de pequenas cidades, sobretudo, das regiões norte e nordeste (meu caso) do país. Hoje esse panorama tem mudado bastante. Apesar de termos muitos autores Indies consolidados entre as grandes metrópoles, os produtores de contudo e canais de divulgação estão completamente abertos a divulgar o material de autores iniciantes de qualquer parte do país/mundo.

3. Quais foram os momentos mais marcantes ou pontos altos da sua jornada como autor de
RPG indie?

O Legado Rpg

Para mim os momentos mais marcantes como autor de RPG foram 3:
1. Receber um email de dúvidas de um grupo de jogadores completamente desconhecido de outra
parte do país.
2. A primeira resenha em blog de destaque nacional (escrita pelo Daniel Talude em 2013).

3. Ser convidado a escrever para uma editora. A Unza RPG do Thiago Edwardo Silva e um módulo de suplemento de um dos projetos da Craftando Jogos: O Legado RPG, do PH Autarquia.

4. Compartilhe conosco um ou dois sucessos que você alcançou no cenário de RPG Indie. Houve surpresas, ou foi tudo como planejado?

Meus jogos mais difundidos são o POI (Par ou Impar), o Capangas Cyberpunk e o Cangaço Trevoso. Sempre fiz meus lançamentos muito despretensiosos, de forma em que na maioria das vezes o planejamento falhou! kkkkk

5. Quais os projetos você tem desenvolvido na área dos RPG Indies? Ou tem algum projeto que você gostaria de divulgar?

Morte S/A

Atualmente estou reescrevendo a segunda edição do Morte S/A. Um jogo que lancei em 2009 e que ao reler na atualidade, achei que ele merecia uma revisão. Havia alguns aspectos no livro antigo no qual já não concordava mais, então em meio a pandemia, decidi começar a reescrevê-lo. Em 2009 eu acreditava que um bom sistema de RPG deveria de ter um número considerável de mecânicas para solucionar situações e isso acabou criando um monte de rolagens e estatísticas desnecessárias, as quais não eram o foco do jogo.

Isso me fez cansar um pouco, de forma que deixei ele de lado por um tempo. Mas o cenário nunca me cansou. Assim como a alguns dos meus amigos, que junto comigo tentaram fazer do Morte S/A, board game e cardgame também. Agora finalizei um sistema diferente, e também dei uma atualizada no cenário (tudo que eu faço está em constante processo de criação). Nesse momento o livro está em fase de diagramação, restando apenas 50 páginas para o término.

6. Como você vê a ideia da comunidade RPGísta de realizar o mês do RPG Indie?

Acho incrível. Quanto mais autores, trocas de experiências e espaços melhor. Acredito que o mês do RPG Indie não só ajuda na divulgação de autores e difunde materiais autorais (na qual muitos são gratuitos como os meus), bem como incentiva novos RPGístas a lançarem seus materiais como RPG Indie! É uma iniciativa e tanto! Parabéns!

7. Para você, qual deveria ser o principal objetivo desse evento? E o que espera dele?

Espaço para autores e iniciativas verdadeiramente Indie. Espaço para os novos ou ainda desconhecidos produtores de jogos de RPG. Divulgação de projetos e Donwload de materiais. Incentivo ao novatos!

8. O que você diria que são RPGs INDIEs e qual a importância deles?

Para mim, o RPG Indie foi o recurso fundamental para poder jogar os cenários fantásticos que imaginava, e suprir a falta de acesso a conteúdos que havia em minha região. Hoje, acho que o RPG Indie tem uma função de ir além do mercado. Apresentar novas propostas ao jogadores e dar acesso a gêneros, aventuras, temáticas, estéticas e estilos completamente descompromissados com o mercado.

9. Como você vê a relação: RPGs da industria de jogos X RPGs INDIEs no mercado brasileiro e no mundo?

Acredito muito que cada um tem o seu papel. O papel da indústria de jogos é bem claro: fazer um hit. Emplacar um jogo como um produto rentável de qualidade. Acho que o RPG Indie poder ter esse objetivo também, mas como já mencionado, ele vai além. No Indie o RPGísta (consumidor ou produtor) pode experimentar além das métricas financeiras, das mecânicas, dos recursos… são possibilidades ilimitadas. Portanto a experimentação é, para mim, o ponto forte do Indie. O Indie pode andar a favor do mercado, ir contra, ser gratuito, pago, premium, ser um rpg como serviço… o Indie escolhe estar atado ao mercado ou não.

10. Qual mensagem pessoal sua você gostaria de mandar para a comunidade RPGista brasileira?

Queridos amigos RPGístas, vocês são incríveis. Obrigado por me acolher e me fazer sentir parte disso por tantos anos! Espero poder contribuir e colaborar mais para tornar essa comunidade cada vez melhor, mais inclusiva, mais acolhedora. Somos a melhor comunidade do mundo! Vamos Jogar!!


E se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo  PadrimPicPayPIX, e no Catarse!

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Leandro Abrahão – A 1ª Semana do RPG Indie no Movimento RPG

A 1ª Semana do RPG Indie no Movimento RPG é um evento idealizado e organizado por:

Douglas Quadros
Gustavo “AutoPeel” Estrela
Isabel Comarella
Iury.KT
O Escritor Ansioso
Ur Tiga Brado’k
Mandi

Vitor Simões – A 1ª Semana do RPG Indie no Movimento RPG

Entrevista realizada com o autor Vitor Simões, compartilhando conosco momentos da sua vida como criador de jogos de RPG Indie.

1. Conte-nos um pouco sobre você e sua trajetória como autor de RPG indie no Brasil.

Posso dizer que o começo da minha história com o RPG indie é quase que a mesmo que o começo da minha história como autor. Foi a partir do momento em que eu e meu grupo de amigos decidimos  desenvolver o nosso próprio sistema de regras que começamos a ter mais contato com esse mundo  Indie, pois passamos a olhar e a pesquisar diferentes fontes e sistemas.  Para ser sincero, nós nunca encaramos o desenvolvimento do Codex como algo “autoral”, no sentido de  escrita. Acho que por sermos todos engenheiros, nós sempre encaramos o desenvolvimento do sistema como um projeto de desenvolvimento  de produto e não como um livro que estava sendo escrito. Inclusive, foi só após 7 anos de desenvolvimento que definimos que o formato que o sistema seria  apresentado era o de um livro.

Assim soa até um pouco estranho a meus ouvidos ser chamado de  “autor” hahaha.  Agora, de forma bastante resumida, vou dar uma pequena linha do tempo que acho que ilustra bem aminha trajetória e a do Codex, pois é praticamente  impossível desvincular uma coisa da outra.

Em 2014, eu me reuni com mais 4 amigos para começar o desenvolvimento do nosso sistema de RPG  pois “quão difícil pode ser, não é mesmo?”.  No começo de 2015 já tínhamos uma versão para teste (ainda não tinha nome o sistema). Testamos e  estava horrível, não sei dizer se foi o pior sistema que já joguei, mas estava no top 5 hahaha nu. Depois disso passamos a aplicar uma metodologia de desenvolvimento de produto e recomeçamos do  0. A v0.00 do Codex saiu em meados de 2016.

Desse ponto…

…até 2020 fizemos 11 versões diferentes, algumas com mais mudanças outras com menos.
Nesse meio tempo tivemos a troca de dois integrantes da equipe, participamos de diversos eventos, conhecemos muita gente bacana dentro da comunidade do RPG e crescemos muito como pessoas e como conhecedores do hobby.

No final de 2020 lançamos a nossa campanha no catarse para o financiamento coletivo do livro, foi graças a todas as pessoas que conhecemos ao longo dos anos que conseguimos ter sucesso no financiamento para poder realizar o nosso sonho de lançar o nosso próprio sistema de RPG. Assim, 2021 era O ano dedicado a terminar tudo e entregar as recompensas.
Mas claro que as surpresas e dificuldades não acabam só porque você consegue ter sucesso em um financiamento. Agora é a hora da verdade e de formatar, diagramar e revisar e reescrever muitas coisas, assim a partir de meados de 2021 começamos a trabalhar em diferentes frentes, lidando com imprevistos desde ajustes inesperados no sistema até fornecedor que não entrega e a desistência de um dos membros da equipe. Mas isso tudo faz parte da aventura, afinal se fosse fácil não teria graça não é mesmo?

2. Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao desenvolver RPGs indies? Como os superou?

Ao longo dos anos de desenvolvimento tive de superar vários obstáculos, mas como sempre trabalhei em grupo nunca senti que nenhum deles era grande de mais. A nossa equipe funciona como num grupo de personagens de RPG, cada um tem seu ponto forte e a sua função, se complementando e ajudando uns aos outros nos desafios que não conseguem superar.
Para mim o desenvolvimento de um sistema de RPG sempre foi muito mais do que desenvolver um sistema, mas também uma jornada de crescimento e aprendizado. Acredito que quando você encara um desafio dessa forma, as coisas ficam mais leves e as consequências, menos drásticas. Afinal mesmo que tudo desse errado e o sistema virasse algo que ninguém jogasse, apoiasse ou gostasse, ainda assim eu teria aprendido muito só por fazer ele e isso pra mim era o mais importante dessa empreitada.

Agora, respondendo a pergunta de forma mais objetiva, eu sempre tive dois grandes desafios. O primeiro era manter toda a equipe motivada, mesmo quando as coisas estavam dando erradas ou estava todo mundo exausto e o segundo era garantir que as coisas estavam acontecendo e sendo feitas com a velocidade e qualidade desejada. Essa segunda parte é especialmente verdade quando tratamos de fornecedores e pessoas externas ao grupo.

3. Quais foram os momentos mais marcantes ou pontos altos da sua jornada como autor de RPG indie

Tiveram alguns, diria que o mais marcante de todos, sem sombra de dúvidas, foi o sucesso no financiamento do Codex.

Todo acolhimento pela comunidade foi algo que me surpreendeu e me impactou bastante (de forma positiva, é claro hehehe).

Outro momento bastante marcante foi a nossa primeira participação em um evento de RPG em São Paulo. Foi em um evento de halloween no CCJ (Centro Cultural da Juventude) organizado pelo pessoal do Covil do RPG. Foi a primeira vez que testamos o nosso sistema com pessoas do público Sinto que esse foi o nosso primeiro passo dentro da verdadeira comunidade do RPG. A partir daí começamos a participar de eventos a cada 3~4 meses, depois a cada 1 mês e no final estávamos participando de eventos quase que quinzenalmente. Foi um período bastante intenso mas muito gratificante.

4. Compartilhe conosco um ou dois sucessos que você alcançou no cenário de RPG Indie. Houve surpresas, ou foi tudo como planejado?

Bom, posso dizer que o maior sucesso foi o do financiamento do Codex. Em termos da parte prática/funcional do financiamento, tudo ocorreu como previsto antes e durante o financiamento. Conseguimos bater as metas e todas as compras estavam dentro do que tínhamos projetado, assim não tivemos surpresas com o orçamento nem nada parecido.
A única surpresa, foi a quantidade de trabalho que ainda tínhamos pendente. Acreditávamos que o sistema estava praticamente 100% finalizado, mas no momento da revisão percebemos que tínhamos muita coisa para escrever e reescrever, no final acabamos fazendo até uma nova versão do sistema, incluindo algumas regras novas e uma serie de novos conteúdos para afinar o balanceamento do jogo.
Infelizmente isso significou em um atraso imprevisto na data de entrega das recompensas para os apoiadores…

5. Quais os projetos você tem desenvolvido na área dos RPG Indies? Ou tem algum projeto que você gostaria de divulgar?

Bom, acho que já falei bastante do Codex até agora. Então só vou dizer que o nome completo do sistema é: Codex of Reality. Temos página no facebook, instagram, discord e whatsapp se alguém quiser conversar sobre desenvolvimento de RPG ou saber mais sobre o sistema é só mandar mensagem em alguma dessas plataformas acesse nosso Corerpg | Instagram, Facebook, Twitch | Linktree.

6. Como você vê a ideia da comunidade RPGísta de realizar o mês do RPG Indie?

Olha, eu super apoio qualquer tipo de movimento da comunidade do RPG para criação de qualquer tipo de evento que ajude a disseminar o hobby e alimente a interação entre aqueles que já fazem parte dele.

Acredito que o nosso hobby é aquilo que fazemos dele então quanto mais pudermos fazer a favor da comunidade, melhor 😀

7. Para você, qual deveria ser o principal objetivo desse evento? E o que espera dele?

Vejo o mês do RPG Indie como uma janela de oportunidade para pessoas que estão desenvolvendo seus projetos mostrar para o publico o que estão fazendo além de ter contato com pessoas que já estão mais consolidadas nesse meio. Dessa forma espero encontrar não só coisas sobre projetos e pessoas que estão sempre aparecendo por aí, mas também ver novos autores e desenvolvedores.

8. O que você diria que são RPGs INDIEs e qual a importância deles?

Para mim, RPG Indie é todo RPG que não é regido/controlado por nenhuma editora grande. Em outras palavras, um RPG desenvolvido por alguém que é livre para criar e desenvolver o que bem entende sem sofrer influências ou interferências de uma empresa ou entidade que tenha como o objetivo principal o lucro.

Esse tipo de liberdade da a oportunidade para o surgimento de coisas que antes seriam inimagináveis, pois o autor pode criar e experimentar sem ter o peso da necessidade de criar algo que seja sucesso comercial.

9. Como você vê a relação: RPGs da industria de jogos X RPGs INDIEs no mercado brasileiro e o mundo?

O mercado de RPG no Brasil ainda está crescendo e ainda tem muito a crescer.

O brasileiro é um povo que culturalmente é muito aberto a coisas novas e a experimentar o desconhecido, então eu vejo muito espaço para pequenos autores e novos sistemas no Brasil.

Afinal não é incomum ir em um evento e ter 15 sistemas diferentes sendo jogados em 15 mesas.

Não sou profundo conhecedor do mercado internacional de RPG, mas estou morando em Toronto já faz 10 meses e posso dizer que aqui não existe o conceito de “eventos de RPG”. O que acontece é de pessoas se reunirem para jogar em locais públicos e abrirem vagas na mesa para pessoas externas, mas estranham quando eu descrevo ou conto o conceito dos eventos que temos em São Paulo, por exemplo.

Por causa desse tipo de coisa que eu acredito que o Brasil possui um ambiente muito mais fértil para o crescimento de novos RPGs, indies ou não.

10. Qual mensagem pessoal sua você gostaria de mandar para a comunidade RPGista brasileira?

Não tenho nenhuma grande mensagem ou frase de efeito, apenas desejar que todos continuem jogando e se divertindo. Afinal o RPG é isso, algo para a gente usar para se divertir, e não tem nada de errado com isso!


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Vitor Simões – A 1ª Semana do RPG Indie no Movimento RPG

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Jorge Valpaços – A 1ª Semana do RPG Indie no Movimento RPG

Entrevista com o autor Jorge Valpaços, contando para a gente suas experiências com RPG Indie.

1. Conte-nos um pouco sobre você e sua trajetória como autor de RPG Indie no Brasil.

Lampião Game Studio

Opa! Eu sempre curti muito os jogos independentes nacionais. Me aproximei da cena ao jogar os jogos do Marco Bym, Carlos Klimick, Eliane Bettochi desde os anos 90. Mas recentemente, Tiago Junges,Encho Chagas, Eduardo Caetanoe outros foram fontes de inspiração. Eu tocava projetos de educação lúdica em contextos socioeducativos e sempre levava jogos brasileiros para as oficinas. Daí não tardou para esbarrar com Jefferson Neves e Rafão Araújo, conhecer seus projetos e ser convidado a participar do Lampião Game Studio. Estou nessa desde os anos 2014, mais ou menos, e tenho uma boa gama de jogos lançados desde então. Eu comecei a me relacionar com design de jogos pelo viés acadêmico, e só depois comecei a colocar a mão na massa e criar meus desvios.

Acho que minha assinatura tem a ver com as vivências, com o que sinto, com o que desejo partilhar. E em cada projeto deixo um tanto demim aberto pra jogo.

E acho que assinar “no jogo, a gente se encontra” é o que realiza a minha potência de viver. Só consigo me encontrar na contingência que é existir enquanto estou em jogo, e jogado, no mundo.

2. Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao desenvolver RPGs indies? Como os superou?

Cada projeto tem suas demandas específicas. Muito do que faço fica anos na gaveta, precisando do tempo certo pra acontecer. Acho que os principais desafios vêm da materialidade. Eu, como qualquer criador cultural independente, não temos segurança financeira, e trabalhamos em tempo disponível. Escrever tendo de lidar com preocupações como tiroteio no complexo do alemão, tratar da saúde mental e tantas questões que me atravessam são mais complexas que buscar uma solução mecânica. Mas, quanto às restrições do processo criativo, penso que o sangramento voluntário e o design material sejam os meus principais desafios. Eu “me coloco em jogo”, num processo de entrega em cada projeto.
Então há aspectos de gozo e sofrimento em cada jogo que “nasce”. Já em relação ao design material, eu abandono convenções de jogos (como um manual é escrito, como o jogo é jogado) e parto da dinâmica “acontecendo na mesa” para pensar na criação do jogo. Se eu pensasse de outra forma, Ceifadores, com a ficha-biombo e a mecânica de pegar o dado, não aconteceriam, por exemplo. Mas isso gera algo muito complicado, que é buscar repertórios de outras práticas lúdicas para solucionar questões abertas durante a criação dos jogos. É algo um tanto difícil, mas muito recompensador. Só não concordo muito com a necessidade de superar desafios. Digo porque desisti, abandonei muitos projetos, muitos jogos. Saber que não vai dar é tão ou mais significativo que fazer. Você compreende seus limites, o que deve investir em melhorar, o que te faz mal.

É importante ter isso em mente, e deixarde lado um tanto aquela coisa de sempre vencer, superar, avançar.

3. Quais foram os momentos mais marcantes ou pontos altos da sua jornada como autor de RPG indie?

Ceifadores

Lições

Ganhar os Goblins de Ouro de 2022 e 2023 com Ceifadores e Lições seria a resposta fácil. Mas quando levo um jogo meu a uma periferia, ele é jogado por uma menina que diz que foi muito divertido e é seu primeiro jogo narrativo, ali está meu ponto alto. E é por isso que hoje me dedico a jogos ensaios, impressos artesanalmente e em zines baratinhas e me volto a comunicar mais na ponta que no centro.

Agora, se dá pra listar outro ponto alto, outro aspecto que realmente se destaca em minha jornada, é poder dividir convites de jogar histórias tão únicas, como as de Amores da Vila do Caju, Asas da Vizinhança, Cruzos e Herdeiros dos Antigos. Apenas saber que estes desvios interessam a outrem já me faz viver

4. Compartilhe conosco um ou dois sucessos que você alcançou no cenário de RPG indie. Houve surpresas, ou foi tudo como planejado?

Lições RPG é um jogo com quase 8 anos de desenvolvimento. Lançá-lo após um fracasso na primeira campanha de financiamento coletivo já foi um sucesso incrível. Me dediquei muito a ele, mas jamais pensei que ganharia 2 prêmios (design de regras e livro básico no Goblin de Ouro de 2023). Tudo foi planejado para ser meu jogo definitivo no sistema L’Aventure, mas foi una grande surpresa ter tido este reconhecimento, dada a qualidade das obras de quem concorria comigo.

5. Quais os projetos você tem desenvolvido na área dos RPG Indies? Ou tem algum projeto que você gostaria de divulgar?

Gavaret

Sigo na deriva e no desvio lúdico. Agora meu enfoque é em lidar com o repertório do jogar que nós temos ao criar jogos. Então esperem ver jogos meus que lidam com adedanha/stop, amarelinha, batalha naval e tantos outros jogos que a gente já conhece para estar no centro do desenvolvimento da prática lúdica. E meu primeiro projeto neste (des)caminho é Gavaret, fantasia e aventura em suas mãos. É um jogo narrativo competitivo (isso mesmo, teremos vitória em rpg) jogado com pega-varetas. O seu lançamento será no início de agosto em catarse.me/gavaret

6. Como você vê a ideia da comunidade RPGísta de realizar o mês do RPG Indie?

Gosto muito da proposta. Me inspiro e admiro muito as pessoas autoras que estão na cena e me
orgulho de dividir o presente com eles.

7. Para você, qual deveria ser o principal objetivo desse evento? E o que espera dele?

Eu espero que haja mais visibilidade destas pessoas fantásticas que inventam mentiras incompletas jogáveis, verdadeiras como a vida, e as partilham. Penso que o principal objetivo do evento possa ser repensar o jogo e o jogar. E nisso, já lançamos os dados.

8. O que você diria que são RPGs INDIEs e qual a importância deles?

Eu não sei o que são rpgs indies, rs. Dá pra pensar em produção independente, mas não tenho segurança em determinar que um tipo de jogo é indie e outro não. Acho que o independente por aqui s relaciona com o jogar e criar e não exatamente com o jogo. Pensando sobre este jogar e criar independente, penso que ele pode saltar por caminhos mais brincantes e esquivos que a estrada de tijolos amarelos. Mais, ainda em amarelo, somos, em submarinos, ou não.

9. Como você vê a relação: RPGs da industria de jogos X RPGs INDIEs no mercado brasileiro e no mundo?

Sem óculos, vejo meio embaçado. Com óculos, talvez seja mais embaçado.

Não observo uma necessária oposição, mas assimetria e exploração. Criadores independentes fazem parte de um mundo atravessado por monopólios, concentrações hegemônicas e contradições. Grande parte (e eu me insiro) são precarizados numa indústria que se orgulha em falar de lucro e receita enquanto coleciona escândalos trabalhistas e práticas de apoio a supremacistas, por exemplo. Ali, debaixo da ponte, com a tenda aberta, há quem mostra sua arte, ao lado do shopping center. Acontece que a fome bate, a conta vem e você vende sua força de trabalho pra reproduzir sua existência. E este é o jogo mais difícil de jogar.

10. Qual mensagem pessoal sua você gostaria de mandar para a comunidade RPGista brasileira?

Permita colocar-se em jogo. Venha comigo pra se perder um tanto. A gente inventa uma história sobre como foi depois. Basta escolher um lanche de histórias e comer com gosto em Lampião Game Studio


E se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo  PadrimPicPayPIX, e no Catarse!

Assim, seja um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos como participar de mesas especiais em One Shots, de grupos ultrassecretos e da Vila de MRPG.

Além disso, o MRPG tem uma revista! Conheça e apoie pelo link: Revista Aetherica.


Jorge Valpaços – A 1ª Semana do RPG Indie no Movimento RPG

A 1ª Semana do RPG Indie no Movimento RPG é um evento idealizado e organizado por:

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José Noce – A 1ª Semana do RPG Indie no Movimento RPG

Entrevista realizada com o autor José Noce, que nós contou um pouco da sua historia com o universo Indie.

1. Conte-nos um pouco sobre você e sua trajetória como autor de RPG Indie no Brasil.

Studio
Macunaíma Games

Meu nome é José Noce, sou de Belo Horizonte – MG e também sou a mente insana por trás do Studio Macunaíma Games. Tenho alguns jogos de RPG e tabuleiro publicados no blog do meu studio, além de
dois livros publicados pelo Catarse. O primeiro é um livro com dicas para narradores de RPG, chamado
Vamos Pôr Ordem Nesta Bodega! E o segundo é um RPG infanto-juvenil chamado Pequenos Aventureiros, que serve como porta de entrada para o nosso hobby.

Pequenos Aventureiros

Eu sempre curti fazer jogos né. Quando criança, me amarrava numa seção dedicada a todo tipo de jogos analógicos que havia na Super Interessante. Eu vivia tentando fazer hacks daqueles jogos, ou até criar jogos originais usando eles como referência. Então, quando eu descobri o RPG na minha adolescência, foi paixão à primeira vista! Mais a vez, lá estava eu na piração de fazer joguinhos hehehe. Mas como eu ainda não tinha assim tantas referências e noções de game design, ainda não era capaz de criar algo funcional. Com o tempo, fui jogando, mestrando e estudando muitos jogos. Ae sim eu comecei a ter uma base. Além disso, também passei a estudar alguma coisinha de game design. No começo preferia desenvolver jogos de tabuleiro, por serem mecanicamente mais simples que jogos de RPG. Mas logo descobri que a produção é aonde o bicho pega kkkkkkkk. Trabalho e custos demais fazendo caixas, tabuleiros, cartas, dados, marcadores, etc. Então resolvi focar no RPG, que apesar da complexidade de criar regras que emulassem toda uma “realidade fictícia”, a execução desses jogos era quase semprepublicar um livro.

2. Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao desenvolver RPGs indies? Como os superou?

Lá no começo da minha jornada RPGística, além de ser muito cru como descrevi anteriormente, era muito mais difícil publicar as coisas. A internet ainda engatinhava, e não haviam ferramentas de venda como financiamentos coletivos. E ainda por cima era super difícil conseguir fornecedores gráficos com familiaridade na produção de acessórios para jogos. Tanto que houve uma época em que eu me resignei que só iria conseguir desenvolver e publicar jogos depois da minha aposentadoria kkkkkkkkk. Mas felizmente muita coisa mudou de lá pra cá. Hoje em dia é muito mais fácil publicar jogos, tanto que muitas vezes nem é preciso recorrer a uma editora pra isso. Tem muita gente que se refere aos anos 90 como a Era de Ouro do RPG no Brasil. SABE NADA INOCENTE KKKKKKK! A Era de Ouro é agora, sem sombra de dúvidas!

3. Quais foram os momentos mais marcantes ou pontos altos da sua jornada como autor do RPG indie?

Jogatina

Foi ver toda a minha jornada e todo o meu aprendizado começando a gerar frutos. Vendo que as pessoas começavam a prestar atenção nos meus jogos pra muito além do meu “quintal”, dos rolês que eu já era acostumado a frequentar. Que muitos clubes de jogos, streamers, divulgadores RPGísticos, começavam a me convidar pra falar dos meus trabalhos ou até demonstrar eles na prática fazendo alguns gameplays. Sou muito grato por tudo isso. Só que o mais bacana foi perceber que além dessa visibilidade, eu estava deixando uma marca positiva na vida dessas e muitas outras pessoas. E isso é bem recente, de quando lancei o financiamento coletivo do Pequenos Aventureiros.

4. Compartilhe conosco um ou dois sucessos que você alcançou no cenário de RPG indie. Houve surpresas, ou foi tudo como planejado?

O sucesso veio aos poucos, mas se eu falar que foi planejado eu tô mentindo kkkkkkkkk. Fui aprendendo com o erros, quebrando a cara mesmo. Até que uma hora eu comecei a acertar, apesar de ainda cometer muitos erros que eu gostaria de evitar rsrsrs. Um dos momentos mais memoráveis e bem sucedidos pra mim foi numa live do canal Flecha Mágica no YouTube. O Pequenos Aventureiros estava em campanha de financiamento coletivo, e começamos a live já batendo uma meta e terminamos ela batendo outra. Achei aquilo incrível Mas o sucesso de outros autores à minha volta é tão importante quanto os meus.

Somos todos parte de um ecossistema, então o sucesso dos meus pares pra mim é um sinal de que a cena está estruturada e saudável.

Pois sem isso, por mais que eu seja bem sucedido, não há estrutura pra ninguém. É como se, na falta de um porto seguro, todo mundo estivesse se afogando em alto mar. Com a diferença apenas que aqueles que têm algum reconhecimento ou relevância – o que não é o meu caso – são erguidos pra tomar um fôlego e depois são soltos na água pra se afogar igualzinho ao resto.

5. Quais os projetos você tem desenvolvido na área dos RPG Indies? Ou tem algum projeto que você gostaria de divulgar?

Vamos por Ordem nessa Bodega

Bom, pra começar, tem meu livro “Vamos Pôr Ordem Nesta Bodega!” Ao invés de partir da premissa “O que o mestre pode fazer pelos jogadores?”, presente na esmagadora maioria de materiais a esse respeito, ele parte de uma outra premissa que parece contrária, mas que na verdade completa a primeira: “O que o mestre tem direito de exigir dos jogadores?” É portanto um livro que busca valorizar o trabalho dos mestres, que muitas vezes torram seus neurônios por grupos que não estão nem “ae” pro seu esforço. Este livro foi publicado em 2017 pelo Catarse. Tem também meu RPG infanto-juvenil Pequenos Aventureiros. Ele tem um sistema de associação de cores e símbolos com as características dos personagens, de modo que até crianças ainda não alfabetizadas consigam jogar sem dificuldades. E o outro diferencial é um sistema gerador de aventuras “calibrado” para crianças recém alfabetizadas ou outros narradores iniciantes.

Ele foi bem sucedido em dois financiamentos no Catarse, a campanha original e o late pledge, este último que eu tive que fazer atendendo aos pedidos da galera hehehe. E eu ainda tenho outros 2 RPGs publicados no meu segundo blog, o Macunaíma Lado B, pra conteúdos adultos. Um deles é o Meus Colegas da Quinta Série, um jogo sobre rir de você e ao mesmo tempo com você. Você joga com um alter-ego seu, só que construído através da zoera dos outros jogadores, passando por todo tipo de situações ridículas kkkkkkkkk. Um jogo que eu costumo indicar pra maiores de 30 rs, ou pessoas que saibam rir de si mesmas rsrs. O outro jogo é o Rock no Cu & Gritaria, um RPG Cringepunk sobre sexo, drogas, rock n’ roll e vergonha alheia, aonde todo mundo parece com o Supla e a Ana Maria Braga kkkkkk. Esse por enquanto só tem alguns rascunhos publicados.

6. Como você vê a ideia da comunidade RPGísta de realizar o mês do RPG Indie?

Acho incrível! Quanto mais datas a gente tiver pra celebrar o RPG Independente, melhor!

7. Para você, qual deveria ser o principal objetivo desse evento? E o que espera dele?

A divulgação de RPGs Independentes, especialmente feitos por autores iniciantes. Além, é claro, de convidar o público em geral para conhecer jogos fora da caixa, da mesmice do mainstream .

8. O que você diria que são RPGs INDIEs e qual a importância deles?

Jogos indie, ao contrário do que se pensa, não têm a ver com conceitos inovadores, mas sim com forma de produção e distribuição, geralmente no formato de auto-publicação. Porém, o autor independente tem mais liberdade criativa, não tendo que se prender às formas mercadológicas do mainstream, e por isso que geralmente jogos indie são beeem fora da caixa. A importância do RPG Independente tem a ver com 2 fatos. O primeiro, como já foi dito antes, é convidar o publico RPGista a sair da caixa, embarcar em novas experiências. E o segundo é mostrar pra jovens autores que é possível sim publicar o seu RPG, mantendo assim a chama do RPG acesa também nas novas gerações.

9. Como você vê a relação: RPGs da industria de jogos X RPGs INDIEs no mercado brasileiro e  no mundo?

Eu creio que exista uma simbiose entre os mercados mainstream e indie. Por um lado, de tempos em tempos o mainstream precisa se reinventar, já que suas fórmulas mercadológicas ao extremo começam  a ficar batidas. E nessa hora eles recorrem quase sempre aos autores indie pra se repaginarem. Por outro lado, o indie é muito pequeno e nichado pra conseguir visibilidade por si mesmo. Então ele se aproveita da visibilidade do mainstream pra se fazer visto, especialmente atendendo nichos menores que o mainstream não consegue atender por conta de suas especificidades.

10. Qual mensagem pessoal sua você gostaria de mandar para a comunidade RPGista brasileira?

Saiam do “arroz com feijão” do D&D, Vampiro e companhia e venham jogar com a gente! Venham
conhecer jogos com poucas páginas, mas com muita inovação conceitual- e claro, muita diversão!


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