Chamado de Cthulhu – Como utilizar os mitos em sua Campanha #2

Para a segunda parte desta série de postagens, resolvi falar sobre um dos seres mais fascinantes da mitologia de Lovecraft, Nyarlathotep.  

Alguns pontos interessantes relacionados a esse mito é que ele é considerado o deus mensageiro. Além disso ele é considerado a ‘’personificação’’ da alma e do coração dos deuses. Sabe-se também que Nyarlathotep atende as vontades de Azathoth (O qual terá post sobre futuramente) e alguns outros deuses, o que faz com que seu nome seja usado em diversos rituais de invocação, e isso em si já é um grande recurso que pode ser usado na sua história. 

 

As mil (ou mais) formas de Nyarlathotep. 

 

O que faz dessa divindade fascinante, é o mistério que envolve suas centenas ou milhares de forma. Segundo o conto Dream Quest Of Unknown Kadath escrito pelo próprio Lovecraft, Nyarlathotep possui mil e uma formas. Mas como não existem muitos registros sobre todas as formas de Nyarlathotep, esse número é um mistério.   

Em diversos contos de Lovecraft podemos conhecer várias dessas máscaras de Nyarlathotep . Utilizar esse recurso em suas histórias pode ser muito interessante. Seja criando uma forma nunca antes vista para ele, ou até mesmo usar um forma já existente. Todas elas possuem sua história, seus poderes, seus adoradores e cultos. 

Para facilitar o uso das diferentes faces de Nyarlathotep em sua história eu separei algumas de suas mais famosas formas, lembrando que devido essa quantidade exuberante de formas que ele possui, você é livre para imaginá-lo ou criar algo novo como você bem entender. 

 

O faraó negro

 

Essa famosa forma de Nyarlathotep viveu a cerca de 2000 anos atrás no Egito. O mesmo governou diversos territórios egípcios com certa rigidez, ele não tolerava ser questionado por ninguém. Sabe-se também que apesar de sua forma humana, o faraó negro possui poderes psíquicos e uma crueldade anormal. 

O fim do Faraó negro ocorreu com um banimento realizado pelo povo egípcio. Seus monumentos se tornaram ruínas e a maior parte de seus registros foram apagados.  

Falando sobre o uso desse avatar de Nyarlathotep em sua história. Algumas formas legais de o inserir em sua história, pode ser uma campanha que ocorre durante o seu governo. Mas caso você pense em algo mais moderno, ainda existem cultos de adoração ao faraó negro. O maior deles é realizado na irmandade do faraó negro, uma irmandade centrado no Cairo que possui uma poderosa filial em Londres.  

 

O homem negro

 

Sua primeira aparição ocorreu na adaptação de quadrinho de A música de Erich Zann.  Apesar da forma humana, ele possui a pele quase que preta, o mesmo se veste de um longo manto e não possui qualquer cabelo ou pelo em seu corpo. 

O homem negro é uma importante figura do ocultismo. Dizem que ele compartilha dos seus conhecimentos ocultos através de feitiços e rituais de bruxaria. 

Existem diversos cultos ligados ao homem negro, a maior parte deles são centrados em bruxaria e ocultismo. Em alguns casos relacionados inclusive aos demônios cristãos, já que essa figura é bastante semelhante a como é imaginado algumas dessas figuras.   

 

A mulher inchada 

 

Partindo agora para o oriente, uma das faces de Nyarlathotep mais bizarras conhecidas é a mulher inchada. Quem vê-la na forma de uma mulher normal se encontra sob efeito de hipnose provocada pela mesma. Em sua forma original a mulher inchada possui cerca de trezentos quilos, um corpo de 2 metros de comprimento. Seus braços são grandes tentáculos e sua face é uma massa de tentáculos grotesca.  

A maior parte de seus cultos são realizados no oriente. Esses cultos geralmente estão ligados a sacrifícios humanos que envolvem a mutilação de pessoas como oferenda para essa figura. O mais conhecidos dos seus cultos é a Ordem da mulher inchada localizado em Xangai.   

 

Em relação a essas transformações, é importante realçar que os atributos de Nyarlathotep mudam quando ele não está em sua forma monstruosa.  

Os atributos mostrados a seguir foram retirados do livro de regras da 7ª edição de Call of Cthulhu. Mas podem variar de acordo com o sistema que você esteja utilizando. 

NYARLATHOTEP, O Caos Rastejante 

 

Forma Humana

 FOR 60  TAM 55   INT 430   APA 90

 DES 95  CON 95  POD 500  PVs 15 

 Dano Extra: nenhum. 

Corpo: 0 

Pontos de Magia: 100 

Movimento: 12 

 

Forma Monstruosa

 FOR 400 TAM 450 INT 430    APA N/A 

 DES 95  CON 250  POD 500  PVs 70                      

Dano Extra: +10D6

 Corpo: 11 

Pontos de Magia: 100 

Movimento: 16 

 

Como usar a ligação de Nyarlathotep com os humanos 

 

Nyarlathotep é conhecido como o deus mais ativo de todos os Mythos. Diversas vezes na história ele esteve diretamente junto aos humanos. E além dessa conexão física, ele facilmente entra no psicológico de qualquer pessoa e essa uma ótima maneira de fazer com que ele brinque com os seus investigadores de diversas formas.  Isso inclusive torna as cenas de insanidade bem mais interessantes. 

Algo muito legal que essa ligação que Nyarlathotep tem com os humanos é que ele geralmente concede aos seus adoradores o conhecimento de algum feitiço e até mesmo pode conceder a qualquer um qualquer monstro servidor como assistente. Então se você quer ter cultistas poderosos para deixar o jogo mais difícil, você já sabe o que fazer. 

 

Enfim, o fato de que Nyarlathotep é um mito extremamente ativo, torna todas as histórias na qual ele participa interessantes. Geralmente ele é usado em campanhas de um terror mais psicológico, o qual eu considero o subgênero de terror mais assustador de todos. No meu ver é realmente muito difícil fazer uma história ruim que envolva Nyarlathotep no meio. 

 

Agora me conta, você já inseriu Nyarlathotep em alguma de suas campanhas? Comenta sobre essa experiência !

Comenta também sobre os próximos mitos que você quer que eu fale sobre.

Cthulhu fhtagn!

 

MRPG Podcast [06] – Terra Devastada

Olá aventureiros! Neste episódio do MRPG Podcast, Douglas Quadros vai até a Comunidade de Anhanguera para encontrar John Bogéa autor de diversos títulos de RPG, os dois se reúnem no refeitório deste “lugar seguro” para conversar sobre o cenário e sistema de Terra Devastada.

Primeiramente falaram sobre a motivação da nacionalização do apocalipse, contudo a conversa evoluiu para o sistema, explicando de forma simples como ele funciona, inclusive com exemplos práticos. Posteriormente o John respondeu algumas perguntas dos ouvintes relacionadas a criação de cenários e sistemas de RPG.

Enquanto conversavam, John Bogéa bebeu um Uísque sem gelo, uma bebida difícil para tempos difíceis, Douglas Quadros inventou de tomar suco de batata, e se arrependeu amargamente. Enfim pegue uma bebida, puxe uma cadeira e acompanhe está conversa sobre este RPG brasileiro.

Tema: Cenários de RPG
Tempo: 00:51:11



Links Convidados:
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E-mail: contato@movimentorpg.com.br – Mande suas perguntas sobre o próximo tema, ele sempre é anunciado com antecedência no twitter e instagram siga lá.


Host: Douglas Quadros
Convidado: John Bogéa
Editor: Senhor A
Arte da Vitrine: Douglas Quadros
Pauta: Douglas Quadros

Call of Cthulhu – Aplicando o medo em suas sessões.

Provavelmente um dos maiores desafios de mestres iniciantes em sistemas de terror, como Call of Cthulhu, seja fazer com que os seus jogadores sejam imersos na narração a ponto de sentir medo durante a sessão. Esse simples sentimento é fundamental para uma boa e divertida sessão de Call of Cthulhu. Então com a ajuda de alguns mestres focados em narrar sistemas de terror, eu separei algumas dicas que lhe ajudarão a causar calafrios em seus jogadores durante sua sessão.

 

Timing.  

Com certeza um dos fundamentos mais importantes para aplicar por medo em seus jogadores, é saber a hora certa de fazer isso. Tentar fazer com que a sua história seja assustadora do inicio ao fim, na maioria das vezes pode ser um erro. Além disso exigir um alto nível narrativo e uma história muito bem construída, na maioria das vezes isso pode deixar sua sessão um tanto quanto genérica e até mesmo enjoativa depois de um certo tempo. Tenha calma, pense bem na sua narração e preste atenção nas escolhas e atitudes de seus jogadores. É importante deixar claro, através da sua narração, quando os personagens de seus jogadores estarão prestes a começar a correr perigo, isso em si já pode ocasionar um certo receio da parte deles. Com isso esse sentimento por sua vez pode facilmente ser transformado em medo.

 

Explore os medos reais de seus jogadores. 

Saber os medos reais de seus jogadores pode ser bastante interessante para a construção de uma cena de terror. Esse medo não necessariamente precisa ser o foco principal da sua cena, dependendo do caso pode ser só um detalhe narrativo, mas que se bem trabalhado pode ajudar a enriquecer tanto a cena quanto a narrativa, por exemplo;

Você sabe que tem um jogador na sua mesa que tem medo de aranhas, você não precisa necessariamente colocar o personagem dele para enfrentar uma aranha do nevoeiro de repente, mas colocar ele em um local onde sem explicação existem centenas ou milhares de aranhas pequenas que começaram a segui-lo e com o tempo a subir no corpo do personagem, pode causar um certo incômodo por parte do jogador.

É importante que esse recurso seja utilizado com cautela prezando não expor demais os seus jogadores. 

 

Crie uma empatia entre o jogador e o personagem.

Talvez a dica mais importante para por medo em seus jogadores, é fazer com que eles não queiram perder seus personagens. Esse medo é causado por uma reação psicológica muito comum nos humanos, se você gosta de algo ou alguém você tem medo de perdê-lo. Use isso ao seu favor, faça com que os jogadores passem a gostar de seus personagens, você pode fazer isso criando momentos que façam com que o jogador se identifique com a personalidade de seu personagem de certa forma por exemplo. Essa conexão de jogador e personagem também pode ocorrer naturalmente, caso o jogador tenha feito um personagem bem trabalhado, com uma história bem elaborada, o personagem acaba se tornando naturalmente algo precioso para o jogador, pois o mesmo teve todo um trabalho para a construção do personagem.

 

Não poupe detalhes narrativos. 

Nas suas cenas de terror tente ser o mais descritivo o possível, detalhe o máximo de coisas que conseguir, sejam elas criaturas, cenários, personagens, etc… Isso ocasiona uma imersão maior para os jogadores na cena. Quando for falar sobre a aparência de uma criatura horrenda, por exemplo, tente detalhar até que você mesmo sinta nojo daquilo que você está descrevendo.

 

Use recursos externos. 

Por último mas não menos importante, utilizar de recurso externos é muito interessante para a imersão de qualquer tipo de mesa de rpg. Para mesas de terror pode ser legal tematizar o local onde a sessão acontecerá, use o mínimo de iluminação possível, é bom ressaltar também que jogos de terror ficam mais interessantes quando jogados de madrugada. Antes da mesa começar prepare uma playlist que se encaixe perfeitamente com a sua história e com certeza tudo isso vai causar vários arrepios durante a mesa.

Que sonho!

Essas foram algumas dicas que eu separei com alguns amigos para ajudar novos mestres que pretendem narrar o incrível sistema que é Call of Cthulhu, ou até mesmo para ajudar mestres de outros sistemas que querem fazer uma sessão de qualquer sistema com temática de terror, aliás, tudo fica mais interessante quando se adiciona um pouco de medo sobre. Esse foi meu primeiro texto aqui, espero que tenha gostado e que eu tenha ajudado você de algum forma.

Até mais e Cthulhu fhtagn!

 

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