Esta semana, a iniciativa da Biblioteca Arkanita apresenta o netbook Marvel RPG, de Rodrigo “Phersheu Mahatmah” de Alves Ferreira, adaptando para o Sistema Daemon todo o universo Marvel dos quadrinhos e aproveitando que a série da Mulher-Hulk está estreando na plataforma Disney+. Na época que este netbook foi lançado (2006), nem mesmo o primeiro filme do Homem de Ferro tinha sido lançado, o que significa que este netbook não faz nenhuma referência a filmes do MCU.
Conteúdo do netbook
O netbook Marvel RPG apresenta em suas incríveis 178 páginas as seguintes informações:
Universo Marvel Comics, resumindo a origem de certos seres e povos que influenciam todo este universo de quadrinhos.
Super Heroísmo, um capítulo muito interessante do netbook que explica as possíveis motivações e dificuldades que existem em assumir o papel de super-herói.
Conceitos Básicos e Sequência de Criação do Herói, com regras completas para a construção de personagens do universo Marvel seguindo o Sistema Daemon. Existe a adição de novos Aprimoramentos, Perícias, Manobras de Combate e Kits de personagem para a adequação do Sistema Daemon ao universo descrito em Marvel RPG.
Personagens – Raças Humanóides, explicando a existência e diferenças entre humanos, eternos, deviantes, atlantes, lemurianos, inumanos, mutantes, homens-animal, subterrâneos, krees, skrulls, shi’ars, asgardianos, heliopolitanos, olímpicos, sombras e demônios. (podem ser compradas via aprimoramentos as raças dos Asgardianos, Atlantes, Demônios, Espectros, Heliopolitanos, Homens-Animal, Inumanos, Lemurianos, Krees, Mutantes, Olímpicos, Skrulls e Shi’ars)
Itens Heroicos, com regras para construir quaisquer itens especiais utilizados nos quadrinhos, incluindo estatísticas para itens feitos de vibranium wakandano, vibranium antártico, adamantium, liga vibranium-adamantium, uru e até o material de que são feitas as armaduras dos Celestiais.
Regras: Super-Poder, com 87 páginas listando uma ampla variedade de super-poderes e suas possíveis variantes e personalizações, além de uma breve discussão sobre a origem de poderes como mágicos, psíquicos, chi e cibernética.
Ficha de Personagem, fechando o incrível Marvel RPG.
Você pode baixar este netbook aqui mesmo na Biblioteca Arkanita. Clique aqui para iniciar o download do netbook. E continue acompanhando as postagens semanais da Biblioteca Arkanita para outros grandes netbooks como Marvel RPG!
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Marvel Multiverse Role-Playing Game é o RPG da Marvel – e desta vez falamos sobre um título publicado pela própria editora Marvel, e promete ser o seu novo RPG de super-heróis da famigerada gigante vermelha.
A editora inicia na data de hoje, 19 de Abril de 2022, a venda de seu produto (ainda sem tradução) pela Amazon, onde desde o primeiro dia de vendas se tornou o produto número 1 em vendas da própria editora do momento, segundo dados da Amazon. A proposta é da venda do Playtest Rulebook, que se encontra pela bagatela de R$48,95 para capa comum e R$37,90 para kindle e ofertará os clássicos heróis da editora, como Homem-Aranha, Capitão América, Wolverine, entre outros.
Torne-se um novo herói, criado à partir do próprio sistema ou assuma um dos heróis já consagrados para vivenciar uma infinidade de aventuras. O sistema ofertado é o D616, que faz alusão a um de seus principais multiversos, nos deixando curiosos quanto ao que esperar desse sistema de rolagem de dados. É claro que ainda não sabemos como ele funciona, mas compreendemos que é um sistema próprio que promete facilidade para iniciantes.
Um dos coautores do livro é o ilustríssimo Matt Forbeck, já conhecido pela enciclopédia da Marvel e por Dungeons & Dragons: Endless Quest. Outros nomes presentes no livro já são conhecidos pelos fãs da Marvel, uma vez que ilustram as mais icônicas HQs da editora. Um time de peso para o que parece ser uma aposta em outra expansão, para além dos mundos dos filmes e séries.
Será que nesse momento o nosso querido Mutantes e Malfeitores perderá espaço para um título já consagrado? Será apenas mais um sistema para escolhermos? De fato será um sistema simples ou infelizmente cheio de pormenores? Haverá resposta da concorrente DC quanto a essa expansão para o RPG?
Aguardaremos se, em breve, haverá tradução deste material e quem o lançará no Brasil. Seria um lançamento direto como as HQs ou alguma gigante editorial do meio fará às honras? São muitas novidades relevantes para pouquíssimas respostas até o presente momento.
Caso tenha interesse em adquirir o seu exemplar, ele totaliza 120 páginas e já é possível adquiri-lo pelo link da própria Amazon.
Espero que vocês tenham gostado e para finalizar uma pergunta chave para você leitor: O que você está fazendo que ainda não se tornou um dos nossos Patronos? Vem para a família do Movimento RPG que é uma família GRANDE, mas você sabe, sempre cabe mais um!
Eu sou Kastas, do Contos da Tríade, e se você quiser acompanhar outros textos que tive o prazer de escrever, por favor, clique no link!
A elaboração das fichas dos quatro membros clássicos da formação original dos Defensores dos quadrinhos foi feita pelo blog 3D&T a Bordo. Veja as quatro fichas clicando aqui. Para outros posts da Megaliga Tokyo Defender, clique aqui.
Os Defensores são um supergrupo do Universo Marvel liderado pelo Doutor Estranho. A equipe que não era uma equipe, muitas vezes luta contra oponentes sobrenaturais e baseados em magia. Protegendo a humanidade do impossível! Neste post, a formação original com apenas os quatro primeiros membros são descritos. Ao longo dos anos, diversos personagens já passaram por esta equipe, como Valquíria, Falcão Noturno, Felina e muitos outros.
Doutor Estranho
O Dr. Stephen Strange já foi um cirurgião talentoso, mas egoísta, que procurou o Ancião para curar suas mãos depois que foram feridas em um acidente de carro. Em vez disso, o Ancião o treinou para se tornar o Mestre das Artes Místicas e o Feiticeiro Supremo da Terra.
Dr. Estranho
F0, H4, R2, A1, PdF3; 10 PVs e 70 PMs
Kit: Médico (completo) e Vingador Místico (completo).
Vantagens: Arcano, Pontos de Magia Extra x4, Perito (Misticismo).
Perícias: Medicina e Misticismo.
Hulk
Depois de ser bombardeado com uma grande dose de radiação gama ao salvar a vida de um jovem durante um teste experimental de bomba, o Dr. Robert Bruce Banner foi transformado no Incrível Hulk: um gigante verde que é a personificação viva da raiva e pura força física.
Desvantagens: Fúria, Inculto, Má Fama e Modelo Especial.
Não perca as fichas do Surfista Prateado e de Namor, o Príncipe Submarino no post original! Clique aqui!
A elaboração das fichas dos quatro membros clássicos da formação original dos Defensores dos quadrinhos foi feita pelo blog 3D&T a Bordo. Veja as quatro fichas clicando aqui. Para outros posts da Megaliga Tokyo Defender, clique aqui.
O artigo original sobre artefatos mágicos para 3D&T foi publicado no blog Dioverse. Clique aqui para acessar o texto na íntegra e conhecer a vantagem Artefato. Para conhecer outros posts da Megaliga Tokyo Defender, clique aqui.
Fantasia Medieval tem uma pegada incrivelmente conservadora e travada em certas coisas. Mas se tem algo que vaza para o RPG de mesa e que parece uma cláusula pétrea e me irrita muito são os malditos artefatos. Então, como eu tenho um carinho especial por Tormenta Alpha, vamos falar um dedinho de prosa sobre artefatos, o que são e como podemos aplicá-los em Arton Alpha para serem portados por jogadores. Isso mesmo, padawan, você vai jogar com seu artefato. Ah, o que é um padawan? Deixemos esta para as próximas conversas…
“Ele entrou bafejando na sala, jazendo ao lado da parede estava aquele burguês nojento que tentou se apropriar de seu grande amor. Ninguém te deixaria longe da sua maravilhosa. Ele andou alguns passos em uma parede estava ela pendurada com todo o seu esplendor. Nem o sangue da morte brutal que ali ocorrera poderia atrapalhar toda a Glória da Volta de Marguerita a Guitarra que Chora ardidamente no destino dos monstros… E seus olhos brilharam perante sua pequena. Ele apenas a pegou e saiu dali saltitando…”
Em Arton, como na maioria dos mundos medievais para RPG de mesa, parece que os artefatos são feitos na mesma forja lendária para ser usados apenas como pano de fundo de trama e por NPCs que os jogadores nunca verão. Isso contribui para uma certa antipatia por tais itens e seus donos. Mas afinal, do que é feito um artefato, de onde ele vem e a melhor pergunta: eu posso possuir um Artefato?
Primeiro, precisamos compreender o que realmente é um artefato em histórias fantásticas. Sim, histórias fantásticas, porque este tipo de item não está limitado ao medieval fantasioso. Temos a errônea percepção de que os artefatos são na verdade itens de extremo poder que permeiam o cenário ou história e não devem ser incomodados ao custo de grande sofrimento. Bem, na verdade, isto acontece, mas está longe de ser a real essência de um artefato.
Artefatos, na verdade, são itens tão ligados à história dos herois que o empunharam que carregam sua própria aura e história. São itens que respiram seus donos e que seria difícil pensar em suas histórias sem as pessoas que o empunharam. Sua aura é tão forte neste quesito que em praticamente qualquer história onde outras pessoas o empunhem, elas não conseguem carregá-los ou usá-los por muito tempo.
Nas histórias de super-herois, temos exemplos majestosos de Artefatos: O escudo do Capitão América e o martelo de Thor são exemplos clássicos e muito poderosos de artefatos, que poderiam ser convertidos facilmente em artefatos mágicos para 3D&T.
Mas um artefato não pode estar atrelado a seu poder e sim à sua história. Um exemplo que gosto é o Um Anel do Senhor dos Aneis. Por mais que a história puxe sardinha pra ele, no fim ele é um anel de invisibilidade destes que vemos aos montes em jogos medievais. Toda a sua corrupção e problemas que ele traz estão muito mais atrelados à sua aura de malignidade e sua história com um déspota como o Sauron que seu poder de tornar os outros invisíveis. Sua história o torna grande. Para usarmos Artefatos em jogos de RPG de forma mais efetiva, temos que ter isto em mente. O verdadeiro peso de um artefato está mais em sua história que em seu poder bruto.
Se uma faixa branca suja com o sangue do último rei santo das terras brancas determinar o novo imperador da Ordem Magna Mundi e a faixa está perdida, a própria busca pela faixa e sua função de trama a torna ao mesmo tempo um Artefato e uma Relíquia. Artefatos não precisam ser hiperpoderosos – eles na verdade movem as narrativas e histórias.
E quem mais move narrativa e histórias? Sim, os personagens jogadores. Por isto eu não gosto da regra universal que jogadores nunca possuem artefatos. Muito pelo contrário: é legal um jogador cultivar um item seu de tal forma que ele se torna sua assinatura e depois um artefato que o represente no mundo. Afinal, não foi assim com o escudo do Capitão América e o martelo do Thor?
Para isto, eu tenho algumas diquinhas para Arton e mundos medievais em geral baseados ou não em 3D&T sobre estes poderosos itens.
Incentive seus jogadores a prestarem atenção a seus itens e veja qual a relação destes itens com suas histórias, seja uma capa, uma espada, uma flauta ou o que o jogador preferir.
Que os jogadores já definam itens importantes sem gastar pontos nele desde seu inicio, mesmo com 5 pontos. Assim, assista e avalie o uso do jogador sobre seu item-assinatura durante a campanha e deixe o jogador ir aumentando a importância deste item ate ele virar realmente uma assinatura.
Ele pode passar de um item sem regras que esta na história do personagem para um item mágico real com estatísticas. O mestre deve deixar o jogador gastar sua experiência no item, comprando-o e depois usando a história ou aventuras paralelas para explicar os poderes extras do item ou mesmo ser fruto de manifestação do próprio jogador. O jogador compra o item mágico normalmente com seus pontos convertendo a experiência em pontos ou o contrário, dependendo da forma do mestre cobrar por isto, e com o mestre, explicam o ganho de poder.
Aí, depois dos 12 pontos, pelo menos permita que o jogador transforme sua arma em um Artefato com a Vantagem Única que estará na continuação deste artigo (clique aqui para a continuação no post original), que é basicamente a vantagem de Arma Aliada do Manual da Magia com algumas leves diferenças. Depois que a arma for então um Artefato, permita que o jogador extrapole 3 poderes a partir do momento em que as histórias da arma aumentem. Aqui não tenho uma boa medida e vai depender do mestre – veja a forma que o jogador se relaciona com a arma, a importância da mesma para o jogo. Aqui, realmente depende de cada mesa a interpretação do uso de artefatos mágicos para campanhas em 3D&T ou outros sistemas.
Assim que o jogador possuir seu Artefato, não deixe que ele seja supérfluo na mesa. Ajude o jogador a dar importância a seu item que deve ser um personagem praticamente à parte em termos de narrativa, narre grandes feitos… Deixe seu jogador citar o nome de seu item a torto e a direito e ver este nome cravar garras na campanha contada. Se vocês conseguirem isto, terão criado um verdadeiro artefato de Fantasia. Parabéns!
O artigo original sobre artefatos mágicos para 3D&T foi publicado no blog Dioverse. Clique aqui para acessar o texto na íntegra e conhecer a vantagem Artefato. Para conhecer outros posts da Megaliga Tokyo Defender, clique aqui.
Se você assistiu o filme Viúva Negra, você viu que existem muitas outras Viúvas Negras com grandes capacidades assim como nossa amada Natasha Romanoff, então nada mais justo que apresentarmos o Kit Viúva Negra para 3D&T, criado pela equipe da nossa revista digital gratuita Tokyo Defender.
Viúva Negra
Exigências: Aparência Deslumbrante, Memória Expandida, Devoção, apenas mulheres
Função: atacante, dominante
A Sala Vermelha, também conhecida como Programa da Viúva Negra, era um programa de treinamento russo-soviético secreto que envolvia pegar mulheres jovens e transformá-las em espiãs de elite e assassinas conhecidas como Viúvas Negras. Inicialmente usando condicionamento psicológico para tornar as viúvas obedientes, na década de 2000 o programa passou a usar o controle da mente.
As meninas escolhidas para a Sala Vermelha passam por um intenso treinamento diário, incluindo treinamento de combate corpo a corpo, acrobacias, treinamento com armas e habilidades táticas.
Ocasionalmente, duas meninas são escolhidas para lutar violentamente uma contra a outra; fraqueza não é tolerada e a perdedora é morta por sua oponente.
O treinamento das meninas também inclui intensas aulas de balé, onde seu instrutor as manda repetir a rotina indefinidamente, para que se tornem inquebráveis. Muitas vezes, quando as meninas são treinadas no uso de armas de fogo, elas usam pessoas reais como alvos de tiro para praticar. O treinamento é tão brutal que aproximadamente uma em cada vinte garotas em cada geração acabou sobrevivendo para se tornar uma Viúva Negra de pleno direito, em parte devido à insistência de Dreykov para que o programa eliminasse defeitos.
A “Cerimônia de Formatura”, que acontece após as agentes terem passado com sucesso uma série de testes físicos e mentais, envolve as jovens sendo esterilizadas à força. Remover sua capacidade de ter filhos (e, por extensão, eliminar seus ciclos menstruais) supostamente torna as graduadas da Sala Vermelha melhores assassinas; elas nunca precisam experimentar tal fraqueza, preocupando-se mais com a família do que com sua missão.
Acessar Informação: dispondo de um vasto catálogo de todo tipo de informações, a Viúva pode se antecipar a seus inimigos e até mesmo surpreendê-los. Gastando um movimento e 2 PMs, você pode causar um dos efeitos abaixo.
Conhecimento É Metade da Batalha: identificando as vantagens de um de seus inimigos, você ganha FD+2 contra ele até o final da cena. Você pode identificar outros inimigos, gastando um movimento e 2 PMs extras por inimigo.
Coordenar Ação: gaste 2 PMs por aliado. Cada aliado afetado ganha um bônus de H+1 até o fim da cena.
Identificar Fraqueza: até o fim da cena, um de seus inimigos sofre uma penalidade de H–1. Você pode afetar outros inimigos, gastando um movimento e 2 PMs extras.
Ataque Acrobático: você pode gastar um movimento para fazer uma acrobacia. Faça um teste Médio da perícia Esporte. Se for bem-sucedido, você recebe um bônus de +3 em sua FA para qualquer ataque realizado no mesmo turno.
Ataque Furtivo: se atacar um oponente indefeso, a você pode gastar 2 PMs para ignorar a Armadura dele para este ataque.
E agora que você já sabe como seria o kit Viúva Negra para o sistema 3D&T, visite os perfis da Tokyo Defender no Facebook e no Instagram para utilizar as fichas de Natasha Romanoff, Yelena Belova, Melina Vostokoff, Guardião Vermelho e a Treinadora! E não deixe de ver as outras postagens da Tokyo Defender e nossa revista digital gratuita clicando aqui!
A célebre frase dita por Seu Madruga no seriado Chaves é muito pertinente quando falamos de narrativas de RPG. Seja como motivação pra um vilão ou personagem jogável, a vingança de fato não é para ser tratada de forma leviana. Inúmeras obras cinematográficas e literárias se valem da vingança como recurso narrativo, inclusive não raras vezes a usando como plot principal. Então, hoje convido vocês a refletirem comigo sobre como se valer da vingança nas narrativas de RPG.
A VINGANÇA COMO INIMIGA
Ao longo de uma narrativa, é possível que alguma personagem acabe matando alguém, ou causando, direta ou indiretamente, a morte de alguém. Com isso, algum familiar pode decidir que uma vingança se faz necessária, e assim nasce a vilania. Neste exemplo, é válido dizer que a vilania gerada pela vingança não necessariamente é uma vilania sem escrúpulos ou capaz de qualquer coisa. Um clássico exemplo de personagem motivado por vingança, mas não totalmente sem escrúpulos, seria o Capitão Gancho das histórias de Peter Pan. Sua busca de se vingar do jovem voador é incansável, e mesmo que cometa algumas maldades pra isso, o único que ele de fato quer matar é o Peter Pan.
Claro que a vingança pode cegar, e a personagem que a segue não necessariamente é capaz de um raciocínio lógico ou lúcido. Entretanto, isso tão pouco significa que a crueldade faça parte dessa jornada, e muitas vezes pode até mesmo fazer com que a personagem “ajude” o alvo de sua vingança, afinal, o direito de vingança deve ser resguardado, como é o caso clássico do personagem Vegeta em Dragon Ball Z, que após ser derrotado por Goku, fica obcecado em se vingar e vencer o rival, enfrentando até mesmo outros inimigos para que eles não matem Goku antes de ele ter sua vingança.
Determinar a vingança como combustível a antagonizar as personagens da mesa é um ponto interessante, pois permite inverter os papéis comuns da narrativa, colocando as personagens jogáveis em uma área cinza, onde o peso de suas ações devem ser analisados por mais de uma ótica. A vingança não necessariamente é “algo ruim” ou uma vilania por si só, e em muitos casos pode ser considerada como uma atitude até justificável e apoiável. Aquele jovem goblin que sobreviveu após ver sua família ser massacrada por heróis, não necessariamente age por maldade, e nem considera que os “heróis” em questão agiram de forma muito heroica.
Já debatemos no Off-Topic #6 as questões referentes à morte e seus impactos na narrativa, e até mesmo as questões de que nem sempre matar é uma saída viável e/ou heroica, dessa forma, um personagem vingativo pode ser uma excelente forma de antagonizar um personagem que mata levianamente, e mostrar que todas as escolhas e ações tem consequências.
AVANTE, VINGADORES!
Claro que a vingança também pode ser o combustível de heroísmo ou de personagens jogáveis. A própria cultura pop está recheada de contos e obras cujo principal objetivo, à princípio, de alguma personagem seja justamente a vingança. O Justiceiro, um dos mais famosos anti-heróis do Universo Marvel, tem como objetivo principal justamente se vingar de toda a criminalidade do mundo após ver sua família vítima dos crimes. Outro exemplo é o Batman, um dos pilares do Universo DC, baseia toda a sua jornada do herói em um senso próprio de vingança e justiça pela morte de seus pais no Beco do Crime. E de certa forma, até mesmo os Vingadores foram formados com um senso de… vingança!
Relacionar o sentimento ou desejo de vingança de forma crua como algo bom ou ruim é deveras leviano, já que sua área é muito cinza. As ações das personagens buscam vinganças ou que sejam vítimas dela é que devem determinar os rumos que essa tonalidade vai seguir, seja para o bem ou para o mal.
Um caso desse desejo cinza pode ser muito bem analisado no Universo Expandido de Star Wars. Obi-Wan viu o Lord Sith Darth Maul matar seu mestre, Qui-Gon Jin, e lutou muito para não ser dominado pela raiva e desejo de vingança durante a batalha que se seguiu, saindo dela vitorioso e acreditando que Maul havia sido morto. Maul na verdade foi ressuscitado graças aos feitiços das Irmãs da Noite, e ficou obcecado em se vingar do Mestre Kenobi. Tempos depois, vemos Luke Skywalker lutando contra os mesmos sentimentos de vingança após saber que seu pai e seu mentor foram mortos por Darth Vader, e mesmo que o desejo de vingar ambos o motivassem, ele não cedeu a esses desejos. O mesmo, entretanto, não pode ser dito de Kylo Ren, que cedeu ao desejo de se vingar de Luke e todos os outros Jedi ao seguir Snoke.
Vale notar que toda a obra de Star Wars gira em torno dos desejos e sentimentos de vingança, e mesmo os “heróis” da história, como Ashoka, Ezra, Luke e Rey em alguns casos usam esse sentimento ou desejo como combustível. O grande ponto é que as personagens não se deixam levar ou dominar pelo desejo, e entenderam de certa forma que a vingança nunca é plena.
QUEM BUSCA A VINGANÇA DEVE CAVAR DUAS COVAS
Já que a vingança é uma zona assim tão cinza e difícil de lidar, trata-la como vantagem ou desvantagem vai depender apenas do quanto as personagens se deixarão levar por esse desejo.
Como vantagem, um desejo de vingança pode ser uma força motriz que impede que as personagens sucumbam ou morram antes de cumprir seu maior desejo, servindo como inspiração e motivações fortes para seguir em frente apesar dos pesares. Esse desejo também pode servir para forçar alianças do tipo “o inimigo do meu inimigo” e assim seguir em frente.
Já como desvantagem, o desejo de vingança pode nublar as personagens, as impedindo de tomar quaisquer decisões ou ações que não as levem mais próximo a esse objetivo de vingança. Esse defeito impediria por exemplo uma personagem de ajudar alguém em necessidade, se isso a fizesse perder a trilha do objeto de vingança.
Por fim, cabe à quem for narrar e quem for jogar estabelecer a forma como esse desejo de vingança será tratado, tendo inclusive a liberdade para mudar o foco do sentimento quando assim for necessário, ajustando conforme for melhor para a narrativa.