Mesmo o divertido RPG, pode as vezes acabar caindo na monotonia. Mas como acabar com isto, e continuar jogado, qual alternativa. No Dicas de hoje o nosso BearGod fala sobre este assunto e deixa uma opção bem divertida. Pura e simples criatividade que pode ser usando tanto nas sessões online, quanto nas sessões presenciais. Ouça a dica, tente executar em suas sessões e depois volte para nos contar como foi a experiencia.
O Dicas de RPG é um podcast semanal no formato de pílula que todo domingo vai chegar no seu feed. Contudo precisamos da participação de vocês ouvintes para termos conteúdo para gravar. Ou seja mande suas dúvidas que vamos responde-las da melhor forma possível.
Portanto pegue um lápis e o verso de uma ficha de personagem e anote as dicas que nossos mestres vão passar.
As rodadas de RPG podem ser comparadas a filmes, quando em one shots, ou a séries, e quando em campanhas longas. Baseado nesta comparação, ninguém gosta, quando uma série, e que esta gostando para na metade. Quando se trata de ausência de jogadores, fica simples, na própria historia resolver o problema. Mas quando se trata de um mestre, como resolver esta situação? Dá para passar para outro mestrar? Neste dicas você terá uma boa noção de como resolver isto.
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Quando montamos um grupo de RPG, temos diferentes jogadores, e um dos maiores desafios para um mestre é lidar com a personalidade de cada jogador. As vezes preparamos uma aventura inteira, para que o grupo resolva ficar na taverna bebendo e roubando dos mercadores. Henrique Morcego da Tokyo Defender compartilhou conosco uma situação que se deparou com um jogador de personalidade forte, contudo foi sábio e conseguiu dentro do jogo entreter todos do grupo.
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Vejo muitas reclamações de jogadores de RPG, e principalmente de narradores em relação ao nível da Roleplay de suas mesas. Para quem não sabe, o termo Roleplay dá origem ao nome do jogo “RolePlay Game – RPG” e se refere ao ato de interpretar, encenar situações ou um papel. Como o próprio nome já diz, RPG é um jogo de interpretação de papéis. Mas será que as pessoas estão preocupadas com isso?
A Mecânica e o Roleplay
Muitas pessoas se preocupam apenas com a mecânica do jogo, rolar dados, invadir masmorras, e como o próprio nome diz “mecânica” deixa o jogo mecânico. Costumo dizer que as nuances e o colorido das mesas de RPG estão mais voltadas para a interpretação do que para a mecânica. Os dados e as regras fazem da interpretação um jogo, mas o RPG não pode se resumir a eles. RPG é interpretação possível de se jogar até mesmo sem dados e regras. Pensando nisso preparei algumas dicas para você melhorar sua interpretação ou Roleplay, nas mesas que você participa.
Dica 1 – Construa personagens esféricos
Quando se monta um personagem é comum pensar se ele será bom ou mau, mas muitas vezes essa regra não funciona. Um personagem esférico é aquele que transita entre decisões boas e más. Nós seres humanos somos esféricos, é claro que tendemos para um lado, mas muitas vezes temos atitudes que vão no caminho oposto. Assim é com os personagens que em determinadas situações terão que abrir mão de suas convicções para descobrir e encarar algo novo. Essa dica te convoca a não ser linear, se surpreenda e transite entre universos possíveis.
Dica 2 – Crie uma voz e trejeitos para seus personagens
Lembre que seu personagem está vivo e ao longo de sua vida desenvolveu uma voz única, com sotaque ou sem, dependendo da região que veio. Ele também criou trejeitos e manias que o torna único, por isso você deve investir nesses aspectos. Personagens com características marcantes deixam legado e fazem da história mais divertida para todos.
Dica 3 – Descreva suas ações
Como você lança uma magia? Como seu personagem ataca ou se defende? Que cara ou gesto ele faz quando alguém o contraria? Essas perguntas ajudam você a se guiar e a entender que a história no RPG não é só contada pelo narrador, mas também pelos personagens. Não tenha preguiça de descrever o que você faz e como você faz. Por exemplo: ao invés de dizer “Eu ataco”, você pode descrever esse ataque e dizer – “Eu pego forte no punho da minha espada e corro em direção ao inimigo, chegando perto eu desfiro um golpe de cima para baixo na direção do ombro dele.” Percebe como fica muito mais legal e divertido?
Por fim
Não tenha vergonha do que seus colegas irão pensar, se jogue e se contagie com o jogo, afinal, naquele momento você é o personagem e o melhor para você é que ele seja alguém interessante.
Sou Renan Kirchmaier, membro do Mestres de Masmorra, visite nosso canal no YouTube para ver mais conteúdo a respeito e aproveite também para ver os outros manuscritos que temos aqui no site do Movimento RPG com várias temáticas interessantes clicando aqui.
Nos vemos pelas mesas da vida. Que rolem os dados.
Muitos RPGs despertam interesse em períodos históricos do mundo real. Além de Mundo das Trevas, Cthulhu e Kult são alguns cenários que incentivam muito essa mistura da história real com o terror e o fantástico. Então, vamos ver algumas dicas de como estruturar sua crônica histórica.
Pesquisa…
A pedra fundamental de qualquer crônica histórica é a pesquisa. Criar um cenário imersivo é fundamental para qualquer jogo, e se você não estudar pelo menos um pouco o período da história que você pretende retratar, vai ter dificuldades em estabelecer o clima e o cenário adequados à sua narrativa.
Ver filmes e documentários já ajuda bastante, mas muitas vezes eles são limitados a uma visão macropolítica dos eventos. Saber que a França declarou guerra à Áustria em 1792 pode ser importante para sua história, mas conseguir descrever o jantar de uma típica família francesa do século XVIII também é. E arrisco dizer que este tipo de detalhe vai acabar aparecendo com mais frequência na sua crônica.
“Também pega os canais dos inimigos da classe, mas ninguém vai querer ver essas porcarias certo? Certo?!”
…e Liberdade Criativa
Nem toda pesquisa do mundo é capaz de reconstruir com fidelidade as situações específicas que você vai vivenciar em uma sessão típica de RPG. Muitas coisas escapam ao registro histórico, principalmente quando lidamos com civilizações muito antigas. Somado a isso, ainda existe a famosa imprevisibilidade dos jogadores, que vão dar um jeito de fazer tudo diferente do que você planejou. Se você leu tudo sobre os bares de Angola em 1930, o cara vai dar um jeito de querer ir na igreja.
Nesse caso, simplesmente invente. Tente lembrar de um filme ou série com uma cena parecida e bola pra frente. No nosso caso hipotético da igreja angolana de 1930, me vem à mente a série Lovecraft Country. Tudo bem que são 20 anos de diferença e do outro lado do Atlântico, mas, como todo mestre sabe, é impossível se preparar pra tudo.
O mais importante nesse caso é realmente manter a imersão. Se sentir necessidade, explique depois da sessão quais liberdades criativas precisou tomar para a história acontecer. Ninguém vai julgá-lo por isso. Mesmo filmes e séries com dezenas de consultores são cheias de erros históricos. E falando nisso…
Anacronismo
Anacronismo é um erro cronológico. Algo fora do lugar. O tipo mais comum de anacronismo é quando certas tecnologias aparecem num período histórico, quando só deveriam ser vistos depois. Você pode imaginar um cavaleiro medieval com um rifle moderno, por exemplo.
Claro que esse é o tipo mais galhofento de anacronismo. Um tipo mais sutil – e até inevitável, eu diria – é o uso de ideias e pensamentos anacrônicos.
É praticamente impossível para nós imaginar como um cidadão da França do século XIII pensava. A própria concepção dessa frase já está completamente errada, uma vez que “cidadão” e “França” são ideias que só apareceriam tempos depois.
A melhor maneira de lidar com isso em jogo é não forçar a barra. Se os personagens da sua crônica são capazes de imaginar conceitos como repúblicas ou o capitalismo em épocas onde não faria sentido, incorpore isso na história. É um hobby, e não dá pra esperar que cada jogador se aprofunde com tanto afinco em dezenas de artigos científicos só pra jogar RPG.
“Quer saber? Cavaleiros cruzados com rifle também tá liberado. Dá nada.”
Preconceito em Cenários Históricos
Este é um tema que sempre aparece em discussões sobre esse tópico. Sendo sincero, muitos mestres e jogadores simplesmente usam isso como desculpa para demonstrar atitudes machistas, homofóbicas ou racistas com a desculpa da “fidelidade histórica”.
Perdoem a franqueza, mas isso é uma imbecilidade tremenda.
Sim, preconceito existiu em toda a história e em todos os lugares do mundo. Aliás, ele ainda existe. Mas isso não impediu que tivéssemos mulheres guerreiras, reis LGBTQ+ ou afroamericanos influentes. Basta pesquisar um pouco e ver que a história está cheia de exemplos assim.
Personagens de RPG são, na maioria esmagadora das vezes, exatamente a exceção do que a sociedade espera. Em uma crônica histórica não é diferente. Se um jogador ou jogadora quiser jogar com uma mulher que, de uma forma muito única, conseguiu tornar-se um padre católico, isso com certeza dará uma história interessante. Dissidências, disputas de poder e organizações políticas podem surgir de eventos assim. Naturalmente, muito preconceito e conflito surgiriam em volta disso, mas quem sabe ela acabe tornando-se uma lenda tempos depois.
Além disso, todos os personagens em uma campanha de RPG devem ter possibilidade de ação. Em muitas épocas, plebeus, nobres, mulheres, homens e estrangeiros estavam submetidos a leis diferentes, por exemplo, mas isso não quer dizer que eles devem simplesmente aceitar todas as decisões dos NPCs (imagine que jogo chato).
Sem contar no apagamento histórico. Geralmente só somos apresentados ao lado branco-europeu-ocidental-masculino da história.
Mestrar uma crônica histórica é encontrar o equilíbrio entre a pesquisa e a liberdade criativa, mas com certeza pode enriquecer muito seu jogo. E não se esqueça de ver a coluna da Megaliga sobre Monstros Gregos para 3d&t.
Você e seus colegas goblins foram mandados em uma missão pelo Mestre das Trevas, mas vocês falharam. Agora, voltando de mãos vazias, resta à você jogar a culpa em outro goblin para sobreviver a ira do Mestre. Terá você, lábia o suficiente a ponto de inventar uma história que o convença a não te lançar nas presas da fera faminta do mestre?
QUE JOGO É ESSE?
Sim, Mestre das Trevas é um jogo de interpretação! Os jogadores são goblins que trabalham para o seu grande Mestre das trevas, mas são péssimos no trabalho. Com o último fracasso, um deles servirá de refeição para o mascote do mestre. A missão dos jogadores é convencer o mestre que outro jogador foi o responsável pelo fracasso da missão para salvar sua pele de virar almoço de fera.
Ah! Você também pode interpretar o Mestre das Trevas, cuja missão é matar todo mundo que te traiu, falhou ou que você não foi com a cara! Afinal o medo impõe respeito.
FICHA TÉCNICA
Sim, Mestre das Trevas é um jogo de cartas. Ele contém: 7 cartas de “olhar fulminante” que ficarão a cargo do mestre da rodada, 37 “cartas de ação” que farão interação entre os jogadores, 121 “cartas de dica” que os jogadores usarão para contar a sua versão da história. Jogam de 4 à 7 pessoas.
BÁSICO DAS REGRAS
Embaralham-se as cartas de ação e de dica em 2 baralhos, um de cada tipo. Então cada jogador, exceto o que interpretará o Mestre, compra 3 cartas de cada baralho e esperam o prelúdio que o mestre dará sobre a missão fracassada. O mestre das trevas começa o jogo dizendo que a missão foi um fracasso e pedirá explicações. Ele deve escolher um jogador para iniciar as explicações. O jogador começará a se explicar usando as cartas de dica. Ele deverá incorporará as dicas em sua história (ele poderá incluir a frase, ou o desenho). O jogador deverá passar o turno para outro com uma carta de ação. O próximo jogador deve, por sua vez, comprar uma carta de ação e continuar sua explicação até que seja insatisfatória para o mestre que dará um olhar fulminante no lacaio.
Receber esse olhar fulminante faz o jogador descartar todas as cartas que tenha na mão e comprar 3 novas cartas de cada monte para que possa retornar ao jogo, o que não traz, dessa vez, a obrigatoriedade da carta de ação “passar a bola” estar na mão desse jogador. Existem outros tipos de carta de ação que também podem te ajudar a escapar.
O jogador deverá comprar cartas de dica ao final da sua jogada, na mesma quantidade que ele usou, mas não compra cartas de ação nessa etapa pois elas são compradas no inicio da rodada e apenas uma. Ficar sem opção de ação também te gera olhares fulminantes.
Perde aquele que obtiver 3 olhares fulminantes. Ganha o último goblin a sobreviver!
COMO FUNCIONA NA PRÁTICA
Em primeiro lugar o mestre deve garantir que todos os jogadores tenham pelo menos 1 carta de “passar a bola” para garantir que tenham como passar a primeira resposta. O mestre deve adotar esta lógica pois “picuinhas” internas podem prejudicar a experiência. Quem fala deve sempre jogar uma carta de ação junto com uma carta de dica para que cada jogador tenha uma vez e o jogo seja ordenado.
O mestre analisa a história que está sendo contada e, se a resposta não for convincente, ele pode, a qualquer momento, dar um olhar fulminante para o goblin. Aliás, se você demorar a inventar uma história, leva um olhar fulminante. Ou se o mestre achar que você foi desrespeitoso… Você entendeu. O jogo funciona com criatividade e agilidade. Você deverá rapidamente inventar sua desculpa e mostrar que seu colega é que foi o culpado. As desculpas são as mais esfarrapadas possíveis, então é um jogo para rir muito em grupo e se divertir sem se preocupar com quem vai ganhar no final.
QUEM VAI CURTIR
Grupos que adoram se reunir para jogar jogos despretensiosos e leves vão amar! É para dar boas risadas.
Vai curtir Sim mestre das trevas quem estiver de bom humor! Este não é um jogo para estar preocupado em ganhar (afinal o mestre pode ser bem injusto e os seus amigos vão te jogar na fogueira), então é preciso estar nesse clima.
Se você gosta dos jogos de tretas, como Avalon, e também curte uma pegada mais de zoeira, como do Munchkin, então Sim, Mestre das Trevas é um bom jogo para equilibrar todos esses elementos
Além disso é preciso estar desapegado de errar: você vai interpretar enquanto toma decisões rápidas! Eventualmente vai tomar um olhar fulminante.
ANÁLISE FINAL
“Sim, Mestre das Trevas” é um excelente jogo para grupos: é divertido e imersivo. Ele é totalmente rejogável: você nunca sabe a história que sairá hoje. Bom para todo tipo de jogador (iniciante, casual ou experiente). Aquele jogo coringa para ter em casa para salvar encontros ou festas!
Caso você tenha se interessado (e more na região de Florianópolis), você pode encontrar jogos como esse na Jogaderia!
Hoje queria mudar um pouco as coisas aqui, e compartilhar uma experiência mais pessoal com vocês.
Jogar RPG é algo divertido e prazeroso, nos enturma com pessoas amigas e expande nosso círculo social.
Geralmente é tranquilo afirmar que as mesas ou sessões de RPG são uma “zona de conforto” para gente, não é mesmo?
Mas e quando nos deparamos com a possibilidade de sairmos de nossa bolha para jogarmos? Seria isso algo bacana ou ruim?
Bom, recentemente tive algumas experiências com isso novamente e é sobre isso que gostaria de falar com vocês esse mês!
A ZONA DE CONFORTO
O que podemos definir como zona de conforto?
Pra experiência que quero partilhar com vocês, podemos defini-la como uma situação familiar, amistosa ou rotineira de nossas vidas.
Estar na zona de conforto implicaria, no caso do RPG, seria jogar com pessoas, sistemas, cenários e regras que são já conhecidas, familiares e rotineiras em nossas vidas.
Não há nada de errado com isso, diga-se de passagem. Estar na zona de conforto é justamente o que o nome diz, estar numa situação confortável, que nos deixa mais “de boa” pra jogar e nos divertir.
Jogar RPG nos permite criar vínculos com as mais diversas pessoas e expandir nossa zona de conforto.
Foi através do RPG, por exemplo, que ao me mudar de cidade ela primeira vez, consegui enturmar com novos amigos e criar minha zona de conforto na nova cidade.
O mesmo ocorreu quando me mudei pra BH. Foi através do RPG que me habituei e enturmei com a cidade, inclusive ganhando o apelido de Filhote.
CRIANDO A ZONA DE CONFORTO
Criar e estabelecer essa zona de conforto não é tão complicado quanto parece, mas também não é tão simples assim.
Estar em um lugar desconhecido imediatamente afeta nosso estado de timidez. E as pessoas também tem suas próprias bolhas.
Ter o assunto em comum, o RPG, cria uma ponte que nos permite aproximar dessas pessoas, e o resto é consequência do que fizermos.
Demonstrar abertura para ouvir novas regras, formas de jogar, interpretações do mesmo cenário e tudo mais foi pra mim o caminho para criar minha zona de conforto.
Com isso veio também a abertura para compartilhar minha visão e experiência, e com isso nossas bolhas foram se juntando em uma bolha ainda maior, criando nossa zona.
Claro que pra cada pessoa isso funciona de uma forma diferente, e é muito provável que você, assim como eu, já tenha sua zona de conforto definida.
A grande questão que venho abordar então é: já temos nossa zona de conforto, seria legal sair dela para jogar?
SAINDO DA ZONA DE CONFORTO
Posso afirmar pela minha experiência que quero partilhar com vocês que sim, vale muito a pena sair da zona de conforto.
Como já mencionei pra vocês várias vezes antes, pra mim RPG é principalmente uma ferramenta de inclusão, educação e diversão.
O RPG sempre foi um norte nesses três sentidos na minha vida, e busco replicar e ampliar isso sempre (inclusive o motivo dessa coluna é esse!), essa é minha zona de conforto.
Preciso explicar mesmo o quão fora da minha zona de conforto isso é?
Nunca antes havia sequer tentado jogar RPG como um “jogo competitivo”, e muito menos algo tão grandioso quanto um Torneio!
Fora isso, teve todo o lance de ser online, ao vivo, com pessoas com as quais nunca antes havia jogado, e outros pequenos micro-detalhes.
Se minha bolha por exemplo é o bairro onde moro, eu estava nesse momento na Lua, fora da Terra! Um nível inimaginável de desconforto!
No entanto, foi uma das experiências mais gratificantes e divertidas do meu histórico de jogador de RPG!
A VIDA ALÉM DA ZONA DE CONFORTO
Essa experiência me permitiu muito mais do que apenas me divertir.
Situações de narrativas inusitadas, pequenos defeitinhos que podem ser corrigidos e melhorados, interpretações muito diferentes das que eu já havia pensado e muito mais.
Conhecer outras pessoas que jogam, de vários locais diferentes do Brasil!
Sair da minha bolha foi ao mesmo tempo assustador e prazeroso. Foi muito divertido vivenciar essa experiência, embora também um pouco amedrontadora toda a expectativa e ansiedade que vieram juntas.
O que eu quis compartilhar com vocês é que, por mais assustadora que uma situação possa ser, por mais complexa ou surreal, na maior parte das vezes a experiência será mais gratificante e positiva que tudo!
Desejo sinceramente a vocês que saiam de suas zonas de conforto, que explorem esse vasto mundo rpgista além das nossas bolhas, que vivam novas e divertidas aventuras!
Os personagens estavam reunidos em uma boate do Sabah, investigando algumas pistas de que ali poderia ser não só um lugar de caça como também uma base de operações. A resposta para esta pergunta viria até eles através de uma informante que estava infiltrada na organização a anos.
O mestre descrevia para o jogador uma mulher estonteante que vinha na direção de seu personagem.
[Mestre] “Você vê uma bela mulher de cabelos negros, pele branca como a neve…”.
[Jogador] “Ela tinha sete anões junto com ela?”.
O narrador ignora e continua descrevendo.
[Mestre] “Bom… ela tinha uma tatuagem de dragão que subia até os seus seios e…”.
[Jogador] “Onde será que chega esse dragão, hein?”
O paciente mestre ignora de novo, respira fundo e continua descrevendo.
[Mestre] “Então… ela anda até vocês com um olhar firme e penetrante e…”
[Jogador] : “Oi meu nome é Pedrão Tripé, eu e meus sete anões viemos mostrar a cabeça do dragão!” – –
Todos na mesa riem descontroladamente com exceção do mestre, que em uma falha crítica de paciência, irritado com a situação, espera todo mundo ficar sério novamente e finaliza dizendo.
[Mestre] “. Ela chega até você e fala: “VAI SE FODER SEU MERDA!”… você, o bar e todos os outros personagens morrem graças a mulher bomba que conseguiu se aproximar enquanto você ficava fazendo piadas.
FIM da Campanha.
Mande suas histórias de Falhas Críticas para nosso e-mail contato@movimentorpg.com.br. As melhores histórias vão ser eternizadas pelos ilustradores do Estúdio Tanuki e você vai poder ver aqui no site do Movimento RPG.
Baseado nas aventuras jogadas por: Douglas Quadros Texto de: Douglas Quadros Revisão de: Raul Galli Arte de:Estúdio Tanuki
Um fato sobre os seres humanos: os gostos são muito diferentes e variáveis. Em um círculo de pessoas, certamente terão aquelas que gostamos mais e as que gostamos menos. Caro que isso é algo natural, normal e corriqueiro. Esse é o preferencialismo.
Mas e quando isso se reflete na mesa de jogo?
Não são raros os casos de uma pessoa que gostamos mais que outas amizades que temos, nem são raros também termos nossas preferências e sintonias de formas variadas. É algo natural à existência humana.
Os gostos variam pelos mais diversos motivos, pelos mais diversos fatores, e podem se alterar a qualquer momento.
Mas apesar de ser natural ou normal, será que estamos preparados para lidar com essa situação nas mesas de RPG?
Como o preferencialismo influencia resultados? Como isso pesa a narrativa e o desempenho do jogo?
O PREFERENCIALISMO NA NARRATIVA
Quando o preferencialismo vem na figura de quem está mestrando ou narrando a jogatina, é possível que um grande problema ocorra.
Como quem narra/mestra é a figura que domina os resultados e caminhos da trama e da jogatina, ter uma pessoa tendenciosa nesse cargo é deveras problemático.
Resultados poderão ser alterados, privilégios serão concedidos e muito mais.
Claro que essa é uma forma ruim de conduzir uma narrativa ou jogatina. E é m ais comum do que parece, acreditem!
Esse tipo de preferencialismo costuma acontecer quando há casais ou crushs na mesa (e convenhamos né, quem nunca fez algo do tipo?) e todos os esforços se voltam a agradar ou conquistar a atenção dessa pessoa.
Outros casos também podem ser por afinidades de amizades, que muitas vezes privilegiam determinadas pessoas da mesa, principalmente por cima de pessoas novata no hobbie ou na mesa.
É um tanto difícil exercer uma boa narrativa e conduzir eficazmente uma mesa de jogo sem se envolver em qualquer preferencialismo que seja, mas é mais que necessário termos um cuidado redobrado pra que isso não interfira de forma negativa na jogatina.
PREFERENCIALISMO NA MESA ENTRE PLAYERS
Existe também o preferencialismo entre as pessoas players da mesa.
Amizades que costumam vir de longas datas, ou a proximidade com a única pessoa conhecida da mesa que fez o convite para jogar.
Motivos para que o preferencialismo aconteça certamente não faltam, e os mesmos problemas dos preferencialismo citados acima ocorrem aqui também, mas existem outros problemas.
O preferencialismo entre players pode tanto render algumas boas histórias competitivas (e sim, o RPG pode ser muito competitivo às vezes) mas pode ser altamente prejudicial quando o assunto é uma jogatina mais “um por todos e todos por um”.
Claro que existem as situações onde a timidez atrapalha um pouco o envolvimento ou a aproximação com outras pessoas da mesa, mas RPG é justamente para ajudar a amenizar tais situações.
Se permitir ficar dependente da única pessoa conhecida da mesa impede o desenvolvimento da jogatina, de conhecer as demais pessoas, de interagir e se divertir.
O PREFERENCIALISMO REVERSO
E o contrário ao preferencialismo, será que existe?
Infelizmente, sim. E talvez até mais que o preferencialismo de fato!
Hoje em dia costumamos chamar de ranço, preguiça ou outro termo, mas certamente tem aquela pessoa que nossa finidade realmente não bate muito.
Novamente, isso também é normal, é comum, até saudável.
Mas e quando isso começa a se refletir na mesa de jogo? Não gostar da presença de alguma pessoa na mesa, não quer dizer que as personagens não se gostem, não se entrosem ou não se apoiem.
Ter um “preferencialismo em odiar” acontece também, e isso de fato só serve para prejudicar o bom andamento das jogatinas.
MUITO ALÉM DO BEM E DO MAL
Ter preferencialismo, para o bem ou para o mal, vai acontecer. Invariavelmente.
Isso é parte da nossa natureza enquanto seres humanos, enquanto viventes e sapientes.
Como lidarmos com nossos preferencialismos, seja na vida ou nas mesas de RPG, isso sim é algo totalmente sob nosso controle.
Cabe apenas a nós determinarmos o quanto nos deixamos influenciar e levar por tais condições e pensamentos.
É válido lembrar que o RPG é um exercício de imaginação coletivo, feito em união e ressonância.
Que tal tentarmos nos manter um pouco acima dos nossos preferencialismos, e enxergarmos a situação e as questões como um todo?
E fazendo isso nas mesas de RPG, que tal estendermos isso para os outros pontos das nossas vidas?
Dia 25 de Dezembro de 2020 já esta marcado no calendário de todo RPGista brasileiro, todos temos um compromisso firmado com um grupo de valentes investigadores do paranormal que está a caminho de uma ilha maldita enfrentar o DEMÔNIOem tentáculo pessoa! MAS para quem está com a ansiedade a flor da pele e já não aguenta esperar, pode acompanhar o financiamento coletivo que inicia agora dia 04 de DEZEMBRO e trará muito material para os fãs desta série.
Mas ainda assim, para quem não consegue esperar até dia 04 (como eu), pode ter um pouco mais de informações sobre este financiamento coletivo lendo esta entrevista que conseguimos com a Autora Karen Soarele, que descobrimos recentemente ser a AUTORA DO LIVRO-JOGO DA SÉRIE! Além deste marco a autora também foi foi finalista dos prêmios Jabuti, AGES e LeBlanc com seu último livro, A Deusa no Labirinto. Um baita ano para esta fantástica autora que este que vos escreve acompanha desde seu primeiro livro Crônicas de Myríade.
Movimento RPG: Este não é o primeiro financiamento coletivo que tu está por trás organizando (e enlouquecendo um pouco [sem trocadilho com o tema]), e Tormenta 20 foi e sempre será um marco na história do RPG e do financiamento coletivo em si! Mas quando falamos do site Jovem Nerd a escala sobe um pouco no sentido de público. Diferente da Jambo, que tem uma legião de fãs no público do RPG, o site do JN possuí um publico que gosta de RPG sem nem mesmo saber o que é RPG! Com isso em vista, como foi a experiência de trabalhar nesta campanha grandiosa, com uma temática FAMOSISSIMA e com gente GIGANTE como é o pessoal do JN?
Karen Soarele: “Não importa o tamanho do financiamento coletivo, ele sempre será desafiador. Enquanto campanhas menores enfrentam dificuldade em encontrar seu público, as grandes encaram o desafio de alcançar ou até ultrapassar as expectativas do público que já detêm. Os fãs do Nerdcast, assim como os de Tormenta, não irão se contentar com qualquer coisa. É preciso propor um material de altíssima qualidade, trazer nomes de peso para compor a equipe criativa e oferecer uma experiência inesquecível durante a própria campanha. Para mim, está sendo um projeto incrível! É um prazer enorme trabalhar com pessoas tão carismáticas e éticas como o pessoal do Jovem Nerd. Além do mais, essa campanha vem para mim com um gostinho especial. Afinal, além de liderar o time de comunicação, também serei autora do livro-jogo que está entre as metas estendidas! E peço a ajuda de todo mundo para alcançar essa meta.”
MRPG: Está é uma obra que ultrapassou a muito tempo o seu próprio autor, com material sendo desenvolvido em todas as mídias e mesmo que não fosse escrever o livro-jogo, não consigo nem imaginar a insanidade e correria que deve ter sido para pesquisar todo este material para a campanha em si, que por falar nisso, está FODASTICA! Agora que temos essa informação (E VAMOS AJUDAR A BATER ESSA META HEIN!), me diz, como foi essa imersão na mitologia de Cleitão (Nome carinhoso do Cthulhu)? Quais os principais desafios?
Karen Soarele:Como eu já estava familiarizada com os principais contos do Mythos e já acompanhava o Nerdcast há muitos, muitos, muitos anos, não foi tão desafiador no quesito da imersão. O que precisei fazer foi escutar novamente os episódios para lembrar os detalhes e conversar com os nerdcasters, especialmente com o Leonel Caldela, que é o mestre e autor do romance, para evitar dar spoiler na divulgação e para integrar a proposta do livro-jogo aos demais materiais que ainda não foram publicados.
MRPG: Demais materiais que ainda não foram publicados… certo, sabemos que este financiamento coletivo é bastante transmídia tendo: romance, graphic novel, livro-jogo e é claro o Podcast em si! Com a experiência de T20 que além de tudo alcançamos até mesmo um Curta Metragem no universo de Tormenta! Podemos esperar algo desta grandiosidade para as metas estendidas neste financiamento coletivo?
Karen Soarele:Vamos criar apenas metas que possam ser cumpridas nesse momento de pandemia, evitando qualquer tipo de evento ou projeto que envolva muitas pessoas se encontrando presencialmente — como seria o caso de um set de filmagens ou uma equipe de animação. Isso seria expor as pessoas a um risco que pode ser evitado. Para essa campanha, focamos em diversas recompensas que possam ser criadas em equipes pequenas e ambientes segundos. Dito isso, vem coisa por aí que os fãs têm pedido incessantemente!
MRPG: Entendi, faz bastante sentido este cuidado nos momentos que estamos vivendo… mas, quando você diz o que os fãs estão pedindo incessantemente, você esta falando de um Cenário de RPG deste sistema ou um Jogo Eletrônico?
Karen Soarele:É um financiamento coletivo de livros e colecionáveis, então as metas estendidas terão como objetivo melhorar esses livros e colecionáveis.
MRPG: Certo, muito obrigado pela entrevista Karen, vou deixar você voltar para os trabalhos ai agora. Deve estar em uma correria danada né? Para finalizar nossa entrevista quer deixar algum recado para os leitores do Movimento RPG?
Karen Soarele:Agradeço a todo mundo que apoiou o meu trabalho até aqui, e peço mais uma vez aquela força! Saibam mais sobre o projeto em www.nerdcastrpg.com.br, apoie a campanha e nos ajude a fazer a coleção mais megaboga possível! 😁
Você pode acompanhar todas as novidades deste financiamento coletivo clicando aqui! (ou então fica no nosso site que a gente te mantem atualizado também!)