Entrevista com Pedro Henrique – O Legado RPG

Olá, pessoal! Antes de conhecermos o jogo de O Legado RPG, conheceremos o autor desse cenário publicado pela Craftando Jogos.

Pedro Henrique, ou PH Autarquia, é formado em direito,  professor universitário, se arrisca a escrever alguns contos, é aprendiz de game design e desenvolvedor de RPG de mesa. Além disso, é streamer de RPG atualmente do canal 20contar RPG.

Movimento: Como foi o início de sua vida rpgística?

PH: Com 14 anos de idade fui convidado para jogar Vampiro, a Máscara. Foi paixão à primeira vista. Logo em seguida descobri 3D&T e Tormenta, nos quais desenvolvi inúmeras campanhas. Já nessa época tentava criar RPGs, mas nada muito legal… Não demorou muito para descobrir AD&D e GURPS também.

Inspirações

Movimento: O que lhe fez criar o mundo do Legado?

PH: Minha paixão por fantasia moderna! Amo histórias de fantasia futurista e moderna, influência direta da série Final Fantasy. Ao longo dos anos tentei desenvolver cenários nessa pegada (inclusive, cheguei a fazer uma versão futurista de Tormenta!). Porém, só lá por meados de 2016 comecei a ter ideias de um jogo de fantasia nos tempos atuais. Em 2017, joguei pela primeira vez o Devil May Cry 1 e fiquei maravilhado! Tinha que fazer um jogo naquela pegada. Depois assisti a série Shadowhunters e, apesar de não apreciar o enredo, amei toda aquela ambientação fantástica nos tempos atuais e baseada nas mitologias cristã e judaica. Tudo isso me inspirou bastante para criar O LEGADO.

Movimento: Não há como não olhar O Legado e não lembrar de Mundo das Trevas da White Wolf ou então o, também, mundo das Trevas do Daemon. O que difere o Legado destes cenários/sistemas mais antigos (ou clássicos)?

PH: Bem, o Mundo das Trevas é fantasia urbana puxada para o terror e drama, O LEGADO é fantasia urbana, mas heroica. Mas para não dizer que não aproveitei nada do Mundo das Trevas, adotei um sistema de Alma que lembra a Humanidade em Vampiro. Já Daemon foi uma influência para muitos rpgistas dos anos 2000 por conta de sua acessibilidade (era barato e vendia em bancas). Porém, ao fazer O LEGADO, fui direito na fonte de inspiração de Daemon: Call of Cthulhu e Basic System.  Ah sim, Pathfinder 2 também influenciou muito!

Futuro do Legado RPG

Movimento: Há previsão de novos produtos para O Legado? Pode nos adiantar alguma coisa?

PH: Além do LEGADO, também haverá outro livro básico: SOMBRAS E AMEAÇAS, que é o livro das ameaças e antagonistas. Teremos também um livro com uma campanha do nível 1 ao 10 desenvolvida e escrita pelo nosso querido Ximu (Casa Velha, Muito Abaixo do Oceano), na qual os personagens deverão evitar o próprio Apocalipse. E por fim temos o suplemento que traz elementos da cultura japonesa para o jogo: Discípulos da Virtude, escrita por Leandro Abraão (Cangaço Trevoso e Morte S/A) e O’Neil Deatsu (Flecha Mágica).

 Movimento: Você participou ou participa da produção de algum outro produto nerd?

PH: Sim. Tenho um conto (Um Herói em Ação) na coletânea Curtos e Fantásticos vol. 2 da Jambô. Também serei autor de uma aventura em Muito Abaixo do Oceano. Atualmente sou o gamedesigner de O Último Ancestral RPG.

 

Leia mais textos sobre os produtos da Craftando, clicando no link.

Os Personagens de Slay The Spire para 3DeT Victory

Slay The Spire é um jogo indie de estrátegia, um roguelike com elementos de jogos de cartas, ou um jogo de cartas com elemento de roguelike. Bem, é um jogo em que você sobe por andares, enfrentando criaturas e desenvolvendo um deck para poder destruir o Pináculo. O jogo foi desenvolvido e distribuído pela Mega Crit Games em 2019

Em 3DeT Victory, destruir um pináculo é comum

Adaptar o jogo Slay The Spire para 3DeT Victory é algo curioso, já que adaptar as mecânicas de deck builder e de roguelike talvez não seja muito interessantes em uma campanha continua. Mas vamos ver como adaptar o conceito depois, a príncipio vamos focar na parte dos jogadores; Os personagens.

Algo que deveria ser obvio, mas…

Eu gostaria de deixar claro duas coisas; Abaixo é uma adaptação de como eu, o escritor dessa postagem, acho que ficaria bacana os personagens. Se você tiver outra interpretação, pode customizar a vontade. Na verdade, levando em conta o jogo, mudar coisas na ficha é algo que você terá que pedir para seus jogadores. Talvez conceder uma vantagem grátis a mais, +Vida, ou coisas do tipo.

Outra coisa que gostaria de deixar claro é que, na data que esse post foi feito, o manual 3DeT Victory está em sua versão 0.2, portanto algumas regras aqui podem ser alteradas caso você leia isto no futuro. E tudo bem, podemos adaptar com mais calma no futuro, sem BO!

Os Personagens

Cada personagem de Slay the Spire tem características únicas e cartas próprias de seu deck, que podem usar para enfrentar os inimigos. Abaixo, vamos mostrar uma adaptação dos personagens para o sistema, tentando se aproximar o máximo de como eles são quando iniciamos uma run com eles, ou seja, com suas cartas e relíquias iniciais.

Ironclad, 10pt.

O Ironclad carrega um arsenal de ataques poderosos, com opções defensivas formidáveis e puxa poder de sua beneficentes demoníacos para se empoderar de varias maneiras.

P3(PA 3), H1(PM 5), R3(PV 15); Luta; Abissal; Ágil, Desfavor, Ataque Especial (Penetrante), Artefato (Burning Blood); Infame, Antipático.

Artefato Único: Burning Blood – Ao fim de um combate, Ironclad cura 1d6 PV.

Silent, 10pts.
Silent é uma caçadora, um personagem que enfraquece seus alvos com vários cortes e venenos, enquanto usa truques e sua agilidade para escapar de ataques.
P1 (PA 1), H4 (PM 20), R1 (PV 5); Luta, Medicina; Humana; Mais Além, Desgaste, Defesa Especial (Esquiva), Artefato (Ring of The Snake); Fracote
Artefato Único: Ring of The Snake – Ao entrar em um combate, você recebe +2 PM.

Defect, 10pts.

Defect é um ser que antes habitava junto aos Orb Walkers e os Automatôs de Bronze, Defect acabou ganhando consciência própria e agora procura seu caminho através do pináculo.

P1 (PA 1), H2 (PM 10), R2 (PV 10); Luta, Máquinas; Constructo; Imune, Artefato (Cracked Core), Ataque Especial (Múltiplo); Bateria, Sem Vida.

Artefato Único: Cracked Core – Você recebe uma Orbe da Eletricidade. Quando faz um ataque, você causa +1 ponto de dano para cada orbe que tiver e do tipo de dano da Orbe.


Watcher, 10 pts.

Ela é uma monja que utiliza os efeitos de diferentes postura para sua vantagem.

P2 (PA 2), H2 (PM 10), R2 (PV 10); Celestial; Carismático, Inspirar, Grimório 2pts (Calma, Fúria), Artefato (Pure Water); Código do Monge, Ponto Fraco (Ela é cega), Antipática

Artefato Único: Pure Water – Uma vez por cena, Watcher pode diminuir o custo de uma vantagem ou técnica sua em -1 PM por uma rodada.

Técnicas da Watcher

Calma

Requisito. Ser a Watcher.

Alcance. Pessoal

Custo. 2 PM e um Movimento

Duração. Duradoura até ser dissipada ou substituída por outra postura.

Watcher entra em uma postura de Calma, enquanto estiver nesta postura, recebe +2 em Resistência, Ganho em testes de Defesa e Perda em testes de Ataque. Ao sair desta postura, Watcher recebe 2 PM não acumulativo até o fim da rodada. Entrar em Calma termina a Fúria.

Fúria

Requisito. Ser a Watcher.

Alcance. Pessoal

Custo. 2 PM e um Movimento

Duração. Duradoura até ser dissipada ou substituída por outra postura.

Watcher entra em uma postura de Fúria, enquanto estiver nesta postura, recebe +2 em Poder, causa o dobro de dano em seus ataques, mas também recebe o dobro de dano. Entrar em Fúria termina a Calma.

As Cartas

Caso precise de uma visualização melhor das fichas, segue abaixo elas feitas no site do Taca Ficha, que facilita demais o processo de confecção!

Conclusão

Slay The Spire é um jogo muito divertido, que pelo menos me deixou vidrado e, mesmo quase tendo zerado, ainda volto pra jogar de vez em quando. Consigo me imaginando narrando uma campanha curta ou até mesmo uma One-Shot dele algum dia, só por diversão. No futuro, vou seguir essa adaptação, pensando em como adaptar o Estilo do Jogo e quem sabe até As Criaturas. Mas quem sabe?


3DeT Victory ainda não está disponível para compra, é possível que, após a postagem deste material, algumas regras tenham sido alteradas, faremos uma nova versão caso seja o caso!

Mas, caso compre na loja da Jambô, use o nosso código mrpg10 para receber 10% de desconto!

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Se está aqui, mas prefere Tormenta20 e A Lenda de Ghanor, se liga na Área de Tormenta, o espaço especial dedicado apenas à Tormenta20 e o que remete a ele! E acompanhe também as outras sessões, por favor!

Texto e Arte da Capa: Gustavo “AutoPeel” Estrela

Revisão: Isabel Comarella

Feras – Guia de Monstros em The Witcher

No segundo Guia de Monstros em The Wicher vamos conhecer as Feras, todo mundo se esquece das feras que eram os maiores perigos das florestas antes da Conjunção. Bruxos estão ocupados com endriúgas e necrosos, mas você tem que lembrar que uma criatura não precisa de mágica se a sua cabeça cabe na boca dela.

A maior parte dos bruxos não caça feras com frequência. Por que desperdiçaras habilidades de

um caçador de monstros para matar um javali

Mas eu vi ursos que causaram mais destruição do que uma horda de necrosos jamais poderia. A pessoas se esquecem que bestas que não vieram na Conjunção podem ser tão mortais quanto os espectros e draconídeos que vieram

– Erland de Larvik

São três monstros na categoria Feras:

  • Urso
  • Javali
  • Pantera

Vamos conhecer cada uma deles:

Urso

Os Ursos são criaturas com dificuldade media, e complexidade simples, são ferais e possuem os sentidos Visão Noturna e Rastrear através do Cheiro. Não existem lendas sobre Ursos, afinal todos sabem que ursos matam anualmente mais pessoas do que a maioria dos monstros, e ele continuará tentando matá-lo quando o sol nascer. Leve consigo, dia e noite, Óleo de Fera e pode ser que sobreviva à luta. Mas se você olhar para cima e vir o urso levantando-se sobre as pernas, já cometeu um erro fatal.

Javali

Com um dificuldade fácil, mas um complexidade perigosa o Javali tbm é feral e possui o sentido Rastrear através do Cheiro. A superstição comum acredita que se você conseguir lutar com um javali até derrubá-lo e esfregar o focinho dele, terá boa sorte e o seu próximo filho certamente será um menino saudável pra cacete e com a tenacidade de um javali. E o conhecimento e comportamento do animal diz que o javali é uma fera de temperamento teimoso. Caçá-lo é perigoso, mas recompensador. Um único javali pode alimentar você e seus amigos por alguns dias Esteja avisado que um javali pode rapidamente interromper uma investida fracassada e iniciar outra, por isso uma lança e óleo de Fera são seus aliados no combate. Esteja sempre alerta e lembre-se de manter distância.

Pantera

A Pantera é mediana na dificuldade de combate e também simples de ser derrotada, assim como os outros é feral e possui o sentido Visão Noturna. Há lendas que falam que bruxas e outras mulheres selvagens do sul cuidam das panteras como se fossem da família. Se você vir os olhos de uma pantera brilhando ao luar, é provável que um mago esteja te espionando.

Mas o conhecimento e comportamento da criatura diz que  Panteras, pumas e outros felinos de grande porte são uma ameaça perpétua para viajantes de todo Continente. Em silêncio, elas espreitam sua presa, esperando pelo momento certo para saltar e emboscar seu alvo, que geralmente é o seu companheiro com menos armadura. Sua velocidade espantosa e sua habilidade de escalar permite que se lancem em combate e partam dele rapidamente.  Se você conseguir matar uma pantera antes que ela escape, de preferência de um jeito menos sangrento, certamente encontrará um comprador para o couro.

Sugestão de Aventura

Cenário

A aventura se desenrola na densa e sombria floresta de Verden, fora do território das dríades. A floresta é composta por árvores altas e imponentes, cujas folhas de outono queimam com as cores do pôr do sol. Há um riacho serpenteando pela floresta, com águas límpidas e pedras brilhantes. O cenário é assustador e misterioso, cheio de flora e fauna desconhecidas, e a floresta parece ser o lar de monstros temíveis.

Enredo

O grupo é contratado por aldeões de um vilarejo próximo para caçar um monstro que tem aterrorizado a região. As descrições dos aldeões são vagas, mas eles sabem que o monstro prefere uma dieta de veado e javali, e matou dois mensageiros recentemente. O grupo está determinado a rastrear e eliminar essa ameaça para o vilarejo. Seguem as pistas e se aventura na floresta de Verden, esperando encontrar o monstro antes que a escuridão da noite caia.

Missão Principal

A missão principal do grupo é rastrear e derrotar o monstro que tem causado estragos no vilarejo. Ele deve identificar o monstro, entender sua natureza e impedir que ele cause mais danos. Sua missão é proteger o vilarejo e restaurar a paz na região.

Desafios

  • Enfrentar a floresta misteriosa de Verden, cheia de perigos desconhecidos.
  • Identificar o monstro, que é elusivo e inteligente.
  • Lidar com a ameaça de criaturas selvagens na floresta, como as panteras negras que atacam Erland.
  • Encontrar pistas sobre os hábitos e padrões do monstro, como sua preferência por presas frescas.
  • Gerenciar sua própria exaustão e estado físico enquanto persegue o monstro.

Recompensas

  • O agradecimento e recompensa dos aldeões, que valorizam a coragem dos personagens.
  • Descoberta de conhecimento sobre a fauna e flora da floresta de Verden.
  • Possibilidade de coletar materiais valiosos de criaturas derrotadas, como peles de pantera.
  • A satisfação pessoal de Erland por cumprir sua missão e proteger o vilarejo.
  • Potencialmente, novos contratos e missões, já que sua reputação como caçador de monstros cresce na região.

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Espero Que Eu Não Me Apaixone Por Você – Quimera de Aventuras

Nesta Quimera de Aventuras vamos falar sobre Espero Que Eu Não Me Apaixone Por Você, escrito pelo autor Cesar Alcázar, publicado pela nossa parceira Avec Editora,

Espero Que Eu Não Me Apaixone Por Você

Conta a História do detetive Spero, o personagem trás consigo muitos arrependimentos e angustias, a narrativa consegue nos deixar igualmente angustiados e incomodados como Spero, que se perde muitas vezes em seus devaneios e pensamentos. A historia permeia o mundo circense com seu artista misteriosos e habilidosos, a rotina ativa e cheia de possibilidades, além claro de um suposto crime que pode ter ocorrido no circo. Porem as investigações de Spero no circo o levam a uma jornada completamente inesperada.

Quimera da Aventura

Sendo assim, criei uma mini aventura ou apenas uma ideia de aventura para um missão em um circo:

Cenário e Introdução

A aventura se passa em uma cidade tranquila que é surpreendida pela chegada súbita de um circo itinerante conhecido como o “Circo dos Enigmas Maravilhosos”. Este circo aparece sem aviso prévio, montando suas tendas misteriosas na periferia da cidade. As atrações do circo são estranhas e inquietantes, incluindo ilusionistas que afirmam ter poderes sobrenaturais, criaturas misteriosas em jaulas e acrobatas que desafiam a gravidade.

Desafio Inicial

Os jogadores são contratados por um grupo de cidadãos preocupados, que acreditam que o Circo dos Enigmas Maravilhosos está ligado a eventos sobrenaturais que assolam a região. Sendo esses, desaparecimentos inexplicáveis, pesadelos assustadores e eventos sobrenaturais perturbadores. Os jogadores devem investigar e descobrir a verdade por trás do circo e sua ligação com esses eventos.

Elementos da Aventura

  • O circo em si: Os jogadores têm acesso ao circo e podem explorar suas tendas e atrações. Eles encontram artistas excêntricos, animais misteriosos e a atmosfera enigmática que envolve o local.
  • Os artistas: Cada artista do circo tem sua própria história e segredos. Os jogadores podem interagir com eles para obter informações, pistas ou desvendar mistérios pessoais.
  • Situações suspeitas: enquanto a população acredita que os artistas e funcionários do circo são os culpados, os jogadores percebem situações que os fazem pensar diferente, que na verdade os integrantes do circo também são vitimas.
  • Eventos sobrenaturais: Os jogadores testemunham eventos sobrenaturais perturbadores durante sua investigação, como aparições fantasmagóricas, objetos que se movem sozinhos e sonhos enigmáticos. Eles devem decifrar esses eventos e encontrar uma maneira de detê-los.

Conclusão

Conforme os jogadores investigam mais a fundo o Circo dos Enigmas Maravilhosos, descobrem que o circo é real, porem não deveria ser, não há registros de nada nem ninguém. No entanto os artistas realmente não são vilões, mas sim vítimas de algo maior.

O verdadeiro antagonista é um garoto de 09 anos que encontrou um item magico nas antiguidades do avó. Agora ele mesmo sem ter a consciência exata disso, torna seus medos reais. E o que ele mais tem medo é do circo.

Em seguida os jogadores precisam decidir o que fazer com o garoto, o item e agora essas pessoas “estranhas” que existem.


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Como Fazer Sessões Temáticas de RPG – Tudo Menos D&D #02

Como a maioria dos leitores deste artigo, também sou brasileiro. E brasileiro é conhecido mundialmente por seu amor à festividades. O Carnaval no Rio de Janeiro é uma das maiores festas do planeta. Sendo assim por que não incluir festividades na sua mesa, por isso vim aqui para te dizer como fazer sessões temáticas de RPG!

Elementos temáticos podem ser incorporados nos mais variados cenários e sistemas de RPG, do Horror Moderno ao Sci-fi e Fantasia Medieval – tanto de forma pontual quanto em longo prazo. Os benefícios dessas inclusões são variados: quebra de expectativa de jogadores mais experientes, trazer familiaridade para jogadores novatos, mais opções de eventos em cenários que de outra forma podem cair na monotonia, entre outros.

Pessoalmente gosto de incluir aventuras com temáticas diferentes e específicas de acordo com a época do ano, dentro do contexto de campanhas mais longas. Meu grupo presencial já esperava e sabia que nos últimos meses do ano haveria uma sessão com neve e presentes para seus personagens.

Neste artigo vou passar ideias de acordo com algumas festividades mais comuns tanto no Brasil quanto na gringa. Mas nada impede você de incorporar festividades do local onde você vive, a exemplo de importantes eventos regionais como Festival de Parintins no norte do Brasil.

Fevereiro – Carnaval

A grande festa pela qual o nosso país é reconhecido no mundo todo, o Carnaval, ainda que tenha elementos em comum nacionalmente, possui aspectos específicos em cada região/estado. Aqui vou me ater ao que conheço, o carnaval carioca.

Para facilitar a adaptação para RPG de mesa usaremos somente os aspectos principais das festividades. No Carnaval há o feriado em si, no qual muitos trabalhadores e estudantes ganham dias livres, a cidade se organiza em torno de desfiles carnavalescos, fantasias e passeatas festivas, os blocos, são acompanhados por música, boemia e clima de alegria.

Para o seu RPG pode ser que o Carnaval tenha tomado um tom diferenciado. Um Carnaval com horror: um serial killer atravessa o caminho dos seus personagens jogadores, os membros das atrações artísticas são monstros/alienígenas/vampiros/lobisomens disfarçados. O Carnaval tem algum intento secreto? Talvez o objetivo de reunir inocentes para um ritual maligno, ou recrutamento disfarçado para uma guerra que está indo mal para a nação.

Junho/Julho – Festa Junina

As festividades católicas em homenagem a São João e Santo Antônio tem importante lugar na cultura brasileira. Incluí-las, mesmo que adaptando elementos para encaixar apropriadamente no cenário do RPG, pode ser uma ótima oportunidade para engajar os jogadores.

A Festa Junina é conhecida nacionalmente pelas comidas e danças típicas, decoração colorida e caracterização da vida na zona rural. Comidas típicas podem ser servidas aos personagens jogadores (por que não alimentos mágicos em cenários de fantasia?), tanto ricos quanto pobres se vestirem caracterizados como bucólicos e inocentes camponeses (exploradores espaciais? Pagãos pastores de ovelhas? Inquisidores de bruxas?) do passado, danças rurais que desenrolam eventos sociais.

Outubro – Halloween

O típico feriado estadunidense, conhecido pelos brasileiros por causa dos filmes, séries e jogos. O Dia das Bruxas, inspirado em comemorações pré-cristãs europeias, ganha forte apelo comercial com as revoluções industriais. As tradições mais típicas continuam na forma de distribuição de doces para não receber travessuras das crianças fantasiadas de personagens de terror. Os “doces” podem ser qualquer tipo de objeto, como uma prenda. Enquanto as “travessuras” podem ser peças incômodas inofensivas ou armadilhas com violência e terror.

Esse feriado é facilmente adaptável aos mais diversos cenários. Qualquer ambiente urbano com sociedade organizada pode ser sua versão própria do Dia das Bruxas, da fantasia medieval a ópera espacial.
Filmes são excelentes fontes de inspiração para histórias de RPG com esse feriado. Dos clássicos das décadas de 1970 e 1980 com os monstros clássicos de Hollywood (lobisomens, múmias, bruxas e vampiros) a obras mais recentes de streamings.

Dezembro – Natal

Meu feriado preferido. A data pode ser utilizada como feriado religioso ou laico, sofrendo transformações semelhantes ao Dia das Bruxas, é um prato cheio com duendes, um “bom velhinho” que distribui presentes para crianças que se comportaram bem durante o ano e o krampus, sua contraparte, a qual pune crianças mal criadas. Papai Noel, krampus e duendes podem ser tanto aliados inusitados quanto oponentes improváveis. Uma fábrica de brinquedos amaldiçoada a ser explorada, uma tundra polar sinistra com uma velha mansão, uma caverna de abrigo para um monstro invernal.

O Natal é um tempo de compaixão, perdão e união familiar. Talvez uma oportunidade para personagens jogadores descansarem da ação frenética dos combates de pistola laser ou espadas. Interação social com entes queridos e amigos encontram lugar no Natal (ou a versão dele em seu cenário), com troca de presentes (que jogador não gosta de uma arma nova para seu personagem?) e reaproximação emocional com NPC’s importantes para a história.

Por Fim

Vou descrever uma experiência bem-sucedida do uso de feriados nas minhas sessões de RPG. Peço perdão por incluir um exemplo em D&D, mas é o exemplo que tenho: já mestrei uma aventura na qual o inverno havia chegado em Faêrun e o grupo de aventureiros viajava numa das estradas da Costa da Espada.
Uma tempestade de neve impediu o avanço do grupo, forçando-os a montar acampamento. No meio da noite se aproxima um duende (daqueles de aparência típica do Natal) e pede ajuda, dizendo que seu lar foi sequestrado pelo rival de seu chefe, o sr. Nicolau. Prometendo recompensas o duende guia o grupo pelas montanhas próximas até uma fábrica escondida, na qual os duendes foram ameaçados por krampus a fabricar bonecos autônomos malignos. Com estratégia o grupo elimina alguns bonecos, luta e expulsa krampus da fábrica e libertam sr. Nicolau. Gratos, sr. Nicolau e os duendes presenteiam os personagens jogadores com itens mágicos.


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O Ninja, a Hayabusa e a Katana Mágica

O Ninja, a Hayabusa e a Katana Mágica, relato a incrível experiência em uma das minhas mesas! Eu era um adolescente trevoso aos 15 anos… Tinha acabado de descobrir Sandman e O Corvo, os livros do Allan Poe e do Stephen King. Pouco depois, eu estava lendo Goethe e romantismo de segunda geração. Estava começando a ouvir The Cure, Sioux and The Banshees, Bauhaus, Jesus and Mary Chains. Eu era um projeto de adolescente gótico, e gostava de jogar RPG. Mas tinha achado Vampiro a Mascara ruim de jogar. Talvez eu não estivesse preparado na época…

As Primeiras Campanhas

Tinha um grupo de amigos com quem eu jogava, onde eu morava. Nós basicamente jogávamos fantasia medieval ou cyberpunk, até conseguirmos um netbook num cd para jogar dragonball no sistema daemon. Não tardou para buscar mais no sistema, e numa tarde na Itiban, em Curitiba, achamos um livro chamado Trevas. Casava ali meu gosto por RPG com o fascínio gótico que se instalava em mim.

Eu, meu irmão, e alguns amigos, começamos uma campanha de Trevas quase que imediatamente após a compra e leitura do livro. Era tudo fascinante, era tudo o que eu queria e sonhava naquele momento. Meus amigos compraram a ideia e embarcaram comigo, numa campanha de adolescentes que jogavam nas madrugadas, com velas no lugar da luz, com tinta de caneta vermelha simulando sangue nas folhas que usávamos durante a campanha. Nossas sessões eram um paraíso para góticos suaves adolescentes…

Claro, olhando hoje em retrospectiva, era tudo meio bobo. Inocente. Tinha uma certa tosqueira, mas fazia sentido o suficiente pra nós nos divertirmos muito com aquele jogo. Era um pastiche dos quadrinhos e livros de terror que líamos, dos filmes que a gente gostava, dos animes que víamos na época (acho que já tínhamos passado de Evangelion para Hellsing, mas enfim).

Mestrando Trevas

O cenário era Trevas segunda edição. Londres. As sociedades secretas estavam buscando por um livro de magia perdido, um grimório centenário que remontava os tempos de Arkanum, mas estava perdido fazia muito tempo. O livro apareceu numa biblioteca comprada por um escritor/jornalista que fazia uma pesquisa para escrever seu próximo livro, baseado em magia e ocultismo reais. Esse era o mote. Os personagens jogadores tinham que proteger esse cara das sociedades secretas que queriam o livro, pois havia uma guerra entre as sociedades por conta disso. Algumas queriam a cabeça do escritor, outras queriam protegê-lo.

Tínhamos um necromante, um mago de fogo e um mago focado em metamagia, mais um agente especial/policial que não lidava diretamente com ocultismo, mas usava armas de fogo como ninguém.
Todo mundo estava atrás deles, e eles estavam constantemente fugindo ao mesmo tempo em que tentavam saber mais sobre o livro. Jogamos várias sessões muito divertidas, nos finais de semana, até que eu e meu irmão tivemos de mudar para uma casa na região metropolitana. Foi lá que eu conheci o Daniel, que tinha a minha idade, estudava comigo, e jogava RPG.

Daniel, O Ninja

O Daniel jogava RPGe Magic, e pelo que ele dizia, era um especialista. Era mestre. Jogava a mais tempo que nós. Sabia tudo de Trevas, e do sistema daemon. Ficamos amigos bem rápido, todo mundo que conheci depois nesse novo domicilio, conheci através dele. Inclusive os novos amigos com quem passei a jogar RPG também. Mas enfim, num primeiro momento, nosso antigo grupo ainda se reunia na nossa casa pra jogar nos fins de semana essa campanha de Trevas, e eu convidei o Daniel pra jogar. O que aconteceu aqui se tornou uma historia clássica em nossos grupos de amigos, tornou o Daniel numa lenda do RPG e num exemplo de que más decisões e rolagens ruins podem ter consequências devastadoras. Ele mesmo ria sempre que a gente contava essa história, as vezes era ele mesmo que iniciava novos jogadores contando esse caso.

Daniel criou seu personagem, para entrar na próxima sessão. Eu era o mestre, e aprovei o personagem. Ele era um ninja, com uma moto hayabusa, uma katana magica e uma mini-uzi, que tinha sido convocado pelo seu clã para ajudar na proteção do escritor. Se reuniria ao grupo naquele dia, estava à mesa quando começamos, e sem delongas ele descreveu seu personagem. Vamos ao que estava acontecendo, para você, leitor, entender os fatos por trás da lenda:

Péssimas Decisões e Erros Críticos

Os personagens estavam em um carro, em uma larga estrada, correndo a mais de 120 km/h. Um dos magos dirigia, com o nosso policial, e os outros dois magos eventualmente atacando uma van que vinha atrás, no encalço deles. A van estava cheia de capangas armados com uzis, e um mago. Magias não estavam surtindo efeito, parecia que havia algum tipo de campo de força sobre o carro dos inimigos, que se aproximava. Os tiros do agente não surtiam muito efeito também, e ele dividiu seu arsenal com os dois magos para tentarem resolver a situação. Eu pedia testes de direção de vez em quando também, para manter a tensão. Ai entra o ninja do Daniel…

Correndo pela estrada, paralelo ao carro dos capangas, vinha uma moto em alta velocidade com o ninja. Ele encosta na van, que continua a correr, e um dos capangas tenta atirar nele, mas erra. A ação de Daniel começa, “mestre, eu quero usar acrobacia para pular da moto em cima da van” . Ele passa no teste, pula da moto para o teto da van. – sua moto perde o equilíbrio e cai pela estrada, sendo destruída. – . Todos calados na mesa, “mas mestre, eu PAGUEI aprimoramento por essa moto!!!” , foi a fala dele, frustrado por ter perdido sua moto hayabusa na primeira ação dele no jogo. “Mas Daniel, tu pulou da sua moto pra cima da van. Era óbvio que a moto ia capotar com isso, não?”. Ele ficou bravo, mas seguiu.

Mais Decisões Erradas

Os capangas tentaram atirar teto acima, cegamente, para acertar o ninja. Nenhum tiro pegou nele. Os outros personagens tentavam atirar nas rodas da van, mas não foram bem sucedidos. Um dos tiros do agente acertou o peito do capanga que estava ao lado do motorista, no momento que ele colocava o corpo para fora do veículo para tentar atirar contra os personagens. Apesar disso, a situação não era boa.

Quando chegou o turno do ninja do Daniel, ele fez uma escolha inusitada de ação. Quis sacar sua katana, no teto de uma van que corria a mais de 120 km/h, e fincar a katana pelo teto no motorista. Muito bem, ficou determinado que ele jogaria dois testes, um para sacar a katana, e o outro para realizar o ataque (a gente não entendia como funcionava a regra de saque rápido, então ficou tudo bem que fosse feito dessa maneira, para ele tentar resolver a situação no mesmo turno).

Ele rolou os malditos dados, e foi um erro crítico, um assustador 97, significando consequências bastante negativas para a ação. Na hora de sacar sua espada, o ninja se atrapalhou, e a espada escorregou da sua mão, caindo na estrada. Daniel ficou ainda mais nervoso do que já estava quando sua moto se espatifou, e começou a resmungar impropérios. O resto do grupo tentava acertar ainda os pneus da van, e um dos magos foi atingido pelos capangas, que atiravam pela janela.

A Última Ação

Todo mundo estava tenso. Queriam resolver a situação, mas os testes não ajudavam. Algo precisava ser feito! Chegava então o próximo turno do ninja, que ainda tinha sua uzi. Agora, vou dar as pistas pra vocês me dizerem o que o ninja decidiu fazer para resolver de vez a situação do grupo, e vocês me dizem qual das opções ele escolheu:

a) O ninja saca a uzi e tenta acertar o motorista, como tentou antes com a katana, resolvendo de vez a perseguição.
b) O ninja tenta entrar na van para enfrentar os capangas.
c) O ninja abre a porta e puxa o motorista para jogá-lo na estrada, deixando a van desgovernada.
d) O ninja pula de cima da van para buscar a espada que caiu da sua mão quilômetros atrás. Lembrando que a van está em alta velocidade…

Resposta:

Entre todas essas possibilidades, e outras que alguém pudesse pensar, Daniel decidiu escolher a letra d. O ninja pula de cima da van, para buscar a espada. “Você vai mesmo fazer isso?”,  eu até perguntei pra ele, antes de descrever o que ia acontecer. “Vou! Eu já perdi a hayabusa, que paguei em pontos de aprimoramento. Eu paguei pontos pela espada também, e não vou perder a minha espada agora!”. O ninja salta, faz um teste difícil de acrobacia, visto a velocidade da van. Ele erra o teste. Ainda pedi um teste de constituição para ele não morrer. Tomou muito dano, quebrou as duas pernas. Quase morreu.
Algumas rodadas depois, o grupo conseguiu acertar as rodas e parar a van, mas precisava voltar pra salvar o ninja. Eles enfrentaram os capangas que sobraram, e venceram. Recolheram o ninja e sua espada, colocaram ele no carro e foram para o hospital.

Depois da sessão, Daniel pediu pra deixar o ninja no hospital, já que ele seria a partir daqui um ninja numa cadeira de rodas, pouco útil no que era a proposta do personagem pra campanha. Ele fez outro personagem, e continuou jogando conosco nessa campanha, mas esse ninja foi inesquecível. Gerações de garotos jogaram conosco, em diferentes campanhas, e sempre ouviram a historia do ninja do Daniel. Entre outras historias nas nossas mesas de RPG, essa é possivelmente a mais marcante de todas. A próprio Daniel contava essa história para os novatos, sempre com sua risada contagiante. Ele era um amigo muito caro para mim, com quem vivi fases angustiantes da adolescência, descobertas, festas, e todas aquelas coisas que cada um de nós vive na juventude com um certo grupo de amigos que, de uma forma ou de outra, leva para a vida toda.

A Saudade

A última vez que eu vi o Daniel, eu morava em Pinhais, perto de Curitiba . Ele foi na minha casa me chamar pra ir numa casa de jogos com ele, mais alguns amigos. A gente já não se via, não se falava como antes. Estávamos mais velhos, fazendo outras coisas da vida. Cada um seguiu seu caminho. Ele tinha filhos, trabalhava, fazia academia. Tinha a minha idade. A vida nos distanciou, mas a amizade construída num certo período da vida, perdura de alguma forma, distante mas ali. Fiquei feliz quando fomos nesse lugar juntos. Vi ele ainda algumas vezes, fazendo compras no mercado, de carro pelo centro. Enfim.

A Noticia

Daí mudei pra Fortaleza, e se já eramos distantes por conta dos caminhos que a vida toma, aqui realmente perdi completamente o contato. Até um dia em que, abrindo minha rede social, recebi a noticia de que Daniel havia falecido de COVID. Pouco antes da vacina. Coisa assustadora, ele adoeceu num dia, e poucos dias depois foi a óbito. Eu, já aqui em fortaleza, e incapaz de ir para Curitiba prestar as ultimas homenagens ao meu grande amigo, tombei. Eu cai no chão com a noticia, chorando copiosamente. Minha esposa me acalentou, mas eu senti profundamente a dor…

Ficam as lembranças. Daniel era um cara maravilhoso, um amigo impar. Todos os seus amigos sentiram profundamente. Eu nunca vou esquecer daquele cara que me apresentou tanta gente, que fez parte das melhores mesas da minha adolescência. E nunca, jamais, vai haver um ninja tão marcante em uma mesa de rpg como o ninja do Daniel.


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Guia de Criação de Personagem – Orbe de Libra – parte 3

Finalizando o Guia de Criação de Personagem para Orbe de Libra com a terceira parte. Abordarei os últimos quatro passos na criação do personagem.

Passo 4: Alinhamento e Tendência

Ao contrário de alguns sistemas onde o alinhamento nada mais é que uma anotação na ficha do personagem, em Orbe de Libra ele representa uma parte central do cenário. Você pode escolher Ordoz (ordem), Chaos (caos) ou o equilíbrio da Libra. Entretanto, o Chaos aqui não representa o mal, mas tão somente a busca pela quebra de paradigmas.

Passo 5: Idiomas e Dialetos

Num continente vasto e multicultural como Casanova é de se esperar que haja várias línguas e dialetos. A língua mais falado e tida como comum/comercial é o Levantino. Vários povos e raças falam o Levantino e, por isso, ele possui diversos regionalismos e dialetos. De forma geral, as variações do Levantino são equivalentes em 60% e, portanto, cada variação deve ser aprendida como uma língua extra se o personagem desejar ser plenamente fluente nelas.

A Astúcia determina a quantidade de línguas conhecidas pelo personagem:

  • -2 à 0: Fala o idioma nativo e é analfabeto
  • 1 à 2: Fala o idioma nativo e é alfabetizado
  • 3: Fala 1 idioma adicional
  • 4: Fala 2 idiomas adicionais
  • 5: Fala 3 idiomas adicionais
  • 6: Fala 4 idiomas adicionais

As línguas em Casanova possuem correlações com línguas reais, apenas para fins de imersão (e diversão). E são as seguintes: Levantino (comum ou moderno), Levantino Arcaico, Levantino Cantado, Levantino Élfico, Levantino Gutural, Levantino Mateiro, Levantino Oriental, Agashi, Draconiano e Isás.

Passo 6: Perícias

De forma breve as perícias possuem as seguintes graduações: Inábil (I), Aprendiz (A), Profissional (P), Especialista (E), Mestre (M) e Lenda (L). Cada graduação concede 1d6 para somar ao valor de seu atributo em suas rolagens.

As perícias são separadas em grandes grupos, sendo que os testes físicos são feitos com rolagens diretas dos atributos de Força e Vigor.

Cura, História, Investigação, Ocultismo e Religião pertencem ao grupo de Conhecimentos e Técnicas. Etiqueta, Manha e Performance são do grupo Sociais e Esportivos. E, por fim, Furtividade, Ofícios, Percepção e Sobrevivência são do grupo Talentos e  Sobrevivência.

Dependendo de sua classe você pode ter de 11 a 15 pontos iniciais para suas perícias. Para saber mais veja aqui a parte 2 do Guia.

Passo 7: Recursos e Equipamentos

Os recursos iniciais são o resultado de 3d6 x 10. Resultando em valores de 30 a 180 peças de ouro. Cada peça de ouro equivale a duas de prata. Tenha sempre algum dinheiro em mãos para poder manter seu estilo de vida e para a manutenção de seus equipamentos, já que eles podem ser avariados.

Com seu dinheiro inicial você pode escolher algumas armas comuns em RPGs medievais, mas outros são exclusivos (ou quase) do cenário, como Macuahuitl, Quauhololli, Atlatl, Terçado, entre outros. O que é uma característica muito sulamericana do cenário. Não se esqueça de escolher alguma proteção estilosa entre as armaduras e escudos disponíveis.

Por fim, escolha seus equipamentos, ferramentas e utilitários que todo bom aventureiro deve ter. Podendo, para isso, escolher alguns kits prontos, como do Matuto ou do Fanático. E, assim, seu personagem de Ordem de Libra está pronto para viver aventuras como esta aqui.

Cuide para, mesmo inicialmente, não possuir mais equipamentos que sua carga permite. Até porque, quanto mais carga, maior é a penalidade em rolagens para seu personagem.

Leia mais textos sobre os produtos da Craftando, clicando no link.

Kids on Bikes – Resenha

Criado pelos game designers Jonathan Gilmour (Dead of Winter, Atari: Centipede/Missil Command/Asteroids) e Doug Levandowski (Gothic Doctor, Seven Minutes in Hell), Kids on Bikes é um sistema de RPG narrativo colaborativo. Onde “você assumirá papéis de pessoas comuns lidando com forças estranhas, amedrontadas e excepcionalmente poderosas que você sequer pode derrotar, controlar ou entender. A única maneira de encará-las será trabalhando em conjunto. Usando suas forças e sabendo quando você só terá de correr o mais rápido possível.” tradução própria

Inspirado em Super 8 e The Goonies, Kids on Bikes traz toda a nostalgia da infância com um toque sobrenatural. Onde tudo e qualquer coisa pode acontecer, até mesmo numa pequena cidadezinha.

O Universo

O universo de Kids on Bikes é contemporâneo e, ao mesmo tempo, retrô. Explorando uma passagem do tempo onde adolescentes estavam ocupados demais em suas bicicletas. A procura de aventuras no lugar de estarem vidrados em telas de celulares. Ou poderem pesquisar por motivos racionais e científicos para entender o que pode estar acontecendo com a gravidade. Não somente isso, ele proporciona uma experiência “pé no chão”. Mesmo com os encontros com as entidades paranormais, visto que as motivações e acontecimentos podem ser os mais rotineiros possíveis. Como procurar pelo cachorro do seu melhor amigo que desapareceu ou o motivo pelo qual o seu fliperama favorito veio a fechar. Afinal de contas, o universo das tramas é protagonizado por pessoas normais, com vidas normais, que estavam tentando viver suas rotinas em cidades pequenas até se depararem com essas criaturas.

Ademais, o sistema conta com a estratégia de um worldbuilding coletivo. Onde todos os envolvidos — players e mestres — podem se ajudar a elaborar todo o cenário fictício em que contarão essa história, tornando o universo ainda mais imersivo.

O Sistema

Kids on Bikes possui um sistema simplificado, sendo menos de 80 páginas em seu livro de regras comum. Seus atributos serão representados por um dado em específico. Que varia de 1d4 a 1d20, baseado em competência: quanto maior for o dado representando o atributo, mais capaz será o jogador.

Além disso, até os resultados baixos têm chances de sucesso, onde qualquer resultado máximo trará uma possibilidade de re-rolagem de dados. Na forma mais simples de ver, podemos idealizar que, em uma fuga, caso a dificuldade estabelecida seja 14 e um personagem possui um dado d8 para o atributo de agilidade, em um caso de resultado inicial 8, esse mesmo terá de rolar novamente, adicionando esse novo valor ao seu resultado. Ainda no exemplo, após essa rolagem crítica, caso o personagem role novamente e acabe tirando um 4, seu resultado será uma falha. No entanto, caso ele tire um valor que, somado ao seu valor de crítico, torne-se maior que 14, ele será bem sucedido.

É possível também a criação de um personagem com superpoderes. Assim como a Eleven de Stranger Things, que será controlado em conjunto por todos os jogadores, podendo decidir entre si o que ele fará e que poderes esse personagem pode utilizar!

 

Criação de Personagem

Em Kids on Bikes, o que mais importa não é somente o que você pode fazer, mas o que você é. Assim, é necessário que você escolha se você é uma criança — menor de 13 anos —, um adolescente ou um adulto e um “tropo” para seguir (como A Garota Popular, o Nerd do Clube de RPG, o Encrenqueiro, etc). Não somente isso, mas a criação de personagens também conta com perguntas cruciais não só para a compreensão do seu personagem, mas também para o universo e as relações entre personagens, o que fará a trama se tornar ainda mais interessante e imersiva.

Atributos

Todos os personagens terão seis atributos:

BRAINS: Conhecimento, inteligência. Determina o quão bom o personagem pode ser nos estudos e o quão rápido e bem ele pode resolver problemas que exigem intelecto.

BRAWN: Força bruta. É sobre o quão bom um personagem pode ser em habilidades que existem a força — não envolve lutar ou algo do tipo, há outro atributo para isso —, mas como ele consegue carregar ou quebrar as coisas e o quanto de dano ele pode aguentar. Também determina o quão intimidador aquele personagem pode ser.

FIGHT: Luta. É referente ao quão bom de briga um personagem pode ser com que armas ele sabe usar ou com que habilidades de luta ele conhece. É bom salientar que, mesmo que um personagem tenha um atributo de luta alto, ele só será bom realmente se ele já tiver experiências com aquela arma ou habilidade antes; caso seja o contrário, ele só será bom se tiver um treinamento apropriado.

FLIGHT: Agilidade. Determina o quão rápido um personagem pode ser, além do quão habilidoso ele pode ser em fugir dos próprios problemas, tornando-se mais difícil de capturá-lo.

CHARM: Carisma. Define o quão bom é o personagem nas questões de relações sociais, sendo bom de lábia e sabendo também como lidar ou ler as pessoas.

GRIT: Esse atributo determina o quão difícil é para “quebrar o personagem” de forma física ou emocionalmente, avaliando o quão bem ele pode lidar com situações que o pressionem e sua capacidade de se manter nos eixos, também determinando o quão inteligente — numa forma mais sábia — o personagem pode ser.

Estabelecendo Limites

Kids on Bikes possui um cuidado especial para assuntos delicados e promove que o jogador e o mestre sempre estejam em contato, incitando maneiras de consentimento para assuntos tratados na mesa e promovendo discussões sobre o que eles gostariam de ver na mesa, além de deixar claro o respeito que deve se manter não somente entre jogadores e mestres mas também ao público ouvinte, caso este for o caso.

Considerações Finais

Se você é o público que ficou vidrado em Stranger Things, Paper Girls, It – A Coisa e/ou consome muito do gênero Coming-of-Age, esse é o sistema perfeito para você.Pois é um sistema simples, com inúmeras possibilidades de criação e que lhe fará se sentir nostálgico e animado enquanto descobre os segredos de um lugar que você — o seu personagem — jurava ter conhecido antigamente.

Se estiver mais interessado em conhecer sobre o sistema, considere conferir a página inicial do projeto, clicando aqui para ser redirecionado ao site da desenvolvedora Hunters Entertainment.


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Espectros – Guia de Monstros em The Witcher

No segundo Guia de Monstros em The Wicher vamos conhecer os Espectros, são espíritos fantasmagóricos que parecem estar presos entre este mundo e o próximo. Presos aqui por angústia, fúria e pela necessidade de vingança.

Espectros são um dos poucos monstros sobre os quais camponeses costumam estar certos. Eles de fato são espíritos: eles de fato vêm de dor e morte. Magos tentaram explicá-los com suas teorias, mas é simplesmente uma alma presa à terra, incapaz de seguir em frente até conseguir o que precisa, ou até ser posto para descansar por uma espada de pata.

Erland de Larvik

São três monstros na categoria Espectros:

  • Barghest;
  • Hym;
  • Pesta;

Vamos conhecer cada um deles:

Barghest

O Barghastian é um desafio fácil, mas complexo de ser derrotado. Eles possui visão noturna e rastreamento por cheiro. A superstição comum diz que são cães da caça selvagem, talvez amaldiçoados. Sacerdotes creem ser castigo divino. Eles vêm em matilhas, e é crucial ter uma armadura robusta, pois seus dentes e baba são perigosos.

Quanto ao conhecimento real, eles não são castigos divinos, mas criados por acumulação de desejos ruins. De fato lutam em matilhas, são bem  ágeis e cospem fogo verde. Ficam semitransparentes antes de uma investida espectral, que pode cegar. Bombas de pó de lua, círculos de Ydern e óleo de espectro são eficazes contra eles.

Hym

O Hym é um monstro de dificuldade difícil e complexidade perigosa. Ele é inteligente, e possui visão noturna superior. Os aldeões o associam a sombras e espectros de culpa. Relatos indicam que pode atormentar pessoas com visões relacionadas a seus traumas.

No entanto conhecimento e comportamento estudado revelam que o Hym é, na verdade, um demônio das esferas exteriores que se alimenta de emoções negativas, especialmente culpa. Ele induz alucinações e pesadelos em seu hospedeiro, levando-o à autodestruição. Pode se mover fluidamente nas sombras e permanece perto de seu hospedeiro. Invocá-lo envolve manter seu hospedeiro em um ambiente bem iluminado para privá-lo de emoções negativas. No entanto, enfrentá-lo requer óleo de espectro e preparação para suas garras mortais.

Pesta

A Pesta é um monstro de dificuldade difícil e complexidade perigosa. Além disso, é muito inteligente e possui visão noturna. Por conseguinte, a superstição comum a associa a uma praga, com a capacidade de espalhar doenças através de ratos e insetos. Assim sendo, o contato com uma Pesta pode resultar em inchaço e doenças graves, como a Catriona.

No que diz respeito ao conhecimento e comportamento sobre a Pesta, revela-se que é um espectro incorpóreo. Além disso, ela viaja com nuvens de moscas portadoras de doenças e controla ratos. Para combater uma Pesta, é necessário o uso de ferramentas específicas, como Ydern e bombas de pó de lua. É importante mencionar que os bruxos são imunes às doenças que elas carregam. O combate, por sua vez, envolve a aplicação de olhos-espectro em uma lâmina de prata e Ydern. Portanto, é essencial queimar a nuvem de insetos e lidar com a horda de ratos. Após a caçada, é crucial que os aliados tenham acesso a cuidados médicos devido aos riscos de adoecimento.

Sugestão de Aventura

Cenário

A aventura se passa em uma vila próxima a An Skelige, assolada por uma misteriosa epidemia que já deixou muitos mortos e desesperados. A população está à beira do caos, e as autoridades estão desesperadas por uma solução. A cidade está repleta de boatos supersticiosos, e muitos acreditam que a causa da epidemia é uma maldição, uma criatura sobrenatural que se alimenta da doença e do desespero das pessoas.

Enredo

Os heróis são chamados à cidade pelo conselho da cidade, que está disposto a pagar uma grande recompensa para quem conseguir resolver a epidemia e eliminar a ameaça. A missão dos heróis é encontrar a causa da epidemia e curar a cidade.

Missão Principal

A missão principal dos heróis é a seguinte:

  1. Investigar a cidade e coletar informações e os possíveis sintomas da doença que ela causa. Ao fazer isso descobrem que há uma Pesta envolvida na pandemia.
  2. Rastrear a Pesta até seu covil, que se acredita estar em uma área de floresta sombria nos arredores da cidade.
  3. Enfrentar a Pesta e suas hordas de ratos infectados e moscas portadoras de doenças.
  4. Após a batalha, garantir que os habitantes da cidade doentes recebam tratamento médico adequado para curar a doença.

Desafios

  1. Rastreamento da Pesta: A trilha os levará até a floresta sombria, onde enfrentarão obstáculos naturais, como terrenos acidentados e criaturas selvagens. Além disso, eles podem encontrar sinais misteriosos deixados pela Pesta, como carcaças de animais doentes.
  2. Encontro com a Pesta: No covil da Pesta, os heróis enfrentarão a criatura incorpórea e suas hordas de ratos e moscas. Eles devem usar Ydern e lâminas de prata com cuidado para derrotar a Pesta enquanto evitam as doenças que ela espalha.
  3. Cuidados médicos: Após a batalha, os heróis devem garantir que os habitantes da cidade recebam tratamento médico adequado para curar a doença. Isso pode envolver escoltar os doentes até um médico ou alquimista capaz de tratar a epidemia.

Recompensas

Ao completar esses desafios, os heróis terão salvado a cidade da epidemia e derrotado a ameaça da Pesta, ganhando a gratidão da população e a recompensa prometida pelo conselho da cidade. No entanto, eles também podem descobrir pistas sobre a origem da Pesta e possíveis conspirações por trás da epidemia, o que pode levar a futuras aventuras.

Para enfrentar monstros em The Witcher sendo um Bruxo, você precisa de muito mais que força e  habilidade. Sendo assim Conhecimento passa a ser sua melhor ferramenta, por isso ter um diário de um bruxo muito mais experiente que você se torna tão importante.


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Do Interior para a Cidade! – Anime Fest SP 2023

No dia 24 de Setembro, tivemos a primeira edição do Anime Fest SP! O Anime Fest é um evento de anime e cultura pop que acontece em cidades do Interior de SP, como Americana e outras cidades. Veja como foi a nossa cobertura do evento!

Do Interior para a Cidade

Quando fiquei sabendo do evento, uma das coisas que mais me chamou atenção foi ser o primeiro evento na cidade, e por estar sendo feito em Santana, em um local um pouco afastado de onde normalmente é feito os eventos de anime da cidade e ser feito em uma escola com um espaço bastante interessante para ser feito.

Palco Anime Fest

O Palco Anime Fest era o ponto que normalmente tinha mais pessoas frequentando. Tocando músicas famosas de K Pop e com pessoas fazendo coreografias das músicas em conjunto. Além das pessoas dançando também tinham pessoas assistindo e jogando Just Dance.

Palco Fan Expo

Neste Palco, tiveram momentos de Karaoke livre para as pessoas cantarem suas músicas favoritas (E que eram ouvidas do outro lado do evento e eram muito boas) e diversas palestras com pessoas relevantes da cultura pop e dos animes, como a Moo Chan falando sobre dublagem de animes e Felipe Sieira do canal Chapéus de Palha falando sobre One Piece. Na área da cultura pop, tivemos uma conversa muito legal sobre o pensamento político no Mundo Pop com Load e o Canal Cronosfera, e a participação do Youtuber Rato Borrachudo.

Outros stands

Tivemos alguns stands de lojas parceiras do evento participando do evento.

AllOld Games

Um dos que mais me chamou a atenção, o AllOld Games é uma loja de retrogames que levou varios jogos clássicos muitos bem conversados e uma TVzinha de tubo rodando jogos de SNES, em que diversas pessoas diferentes tiveram a oportunidade de reviver a infância, ou viver uma infância diferente no caso de algumas crianças.

Coleção do Necromante

Uma das poucas lojas de RPG no local, a Coleção do Necromante estava vendendo dados, minis e o que mais me surpreendeu; Um kit de primeira aventura para jogadores iniciantes, com minis, dados e uma aventura introdutória. O pessoal do atendimento foi super atencioso – e paciente – com as minhas mil perguntas.

Arena de Games

A Arena de Games foi um dos pontos mais interessantes, porque estavam rolando torneios dos jogos exibidos. Além de um de League of Legends, tinha NarutoDemon Slayer, Street Fighter 6, Mortal Kombat Tekken. Teve um torneio de jogos de luta entre esses títulos aonde eu fui derrotado de maneira humilhante na primeira partida.

Artist Alley

Eu amo Artist Alley, e a da Anime Fest SP estava recheada de ótimos artistas. Compilei alguns dos quais eu consegui pegar o cartãozinho para vocês conhecerem com calma!

Galeria de Imagens

Conclusão

O Anime Fest SP foi um evento muito interessante. Alguns problemas menores, mas nada que incomodou, a vibe que passou foi de evento de anime do inicio dos anos 2000, em que era tudo próximo, os cosplayers estavam bastante criativos e tinha bastante criança com os pais conhecendo as coisas ou brincando de cosplay junto.

Para a primeira edição na capital, o evento me surpreendeu muito positivamente. Aguardo ansioso o próximo ano para ver como eles vai ter evoluído.


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Texto e Arte da Capa: Gustavo “AutoPeel” Estrela

Revisão e Foto da Capa: Isabel Comarella

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