Entrevista com Mago dos Dados – Dados de RPG Artesanais

O Entrevistado

O Mago dos Dados vem há um ano fazendo dados e outros artigos de RPG de maneira artesanal. Abriu um financiamento no Catarse para apoiar alguns de seus projetos, e hoje concederam uma entrevista para o Movimento RPG.

O Mago dos Dados é gerenciado por Tamires e Bruno, um casal de Dice Makers brasileiros , que iniciou o projeto, quem fala comigo na entrevista é a Tamires.

Entrevista

Tamires – O Mago dos Dados

Cara, falta 3 dias (Na época da entrevista) para acabar o Catarse, e ai?

É! Faltam 3 dias, a gente ta correndo agora pra bater a meta de 40.000 que é a meta dos anéis de condição e estamos mandando mensagem pra galera que falou que ia comprar depois do dia 30, a gente tá lá ativando todo mundo. Falta mais ou menos menos de 4400 para bater essa meta.

 

Eu fui uma das pessoas que falou que ia apoiar depois do dia 30, mas já apoiei e agora to animado. Porque eu lembro que quando vi o Catarse de vocês eu achei bastante interessante porque sempre que eu compartilhava com meus amigos, o pessoal do meu grupo de RPG que eu mestro, sobre dado artesanal era sempre coisa de fora. Ai quando eu vi uns dados bonitos e tals, achei que era de fora mas era brasileiro. E é muito engraçado porque tem pouco brasileiro fazendo isso, então eu queria saber; Quando que deu na telha tipo “Pô, vamos fazer dado de RPG”?

Olha, foi muito engraçado, acho que eu tava fuçando na timeline do Instagram e ai apareceu um dado artesanal, maravilhoso. Ai eu falei; “Meu Deus eu preciso disso”. Eu mostrei pro meu marido, e eu sempre fui do lado de artesanato e ele mais do lado empreendedor da coisa, então ele me falou; “Porque a gente não faz?”

Começamos a ver sobre, pesquisar material no Brasil. Como eu trabalho em uma empresa química já ajudou porque tem coisa com resina, consegui bater um papo com o pessoal de como funcionava e tal.

Então começamos a fazer teste e descobrimos que no Brasil falta muita matéria-prima, o básico tem que é a resina e algumas cores, mas você vai comparar com o pessoal lá de fora, alguns efeitos que eles fazem, a gente fica quebrando a cabeça, fazendo teste, mudando matéria-prima, faz coisa mirabolante de virar molde para fazer o efeito que lá eles fazem só de colocar. E ai começou a dar certo.

Além disso, meu pai ele pinta muito, então a gente comprou uma impressora 3D e, quando tem que por coisa dentro, a gente imprime e dá para ele pintar um por um para colocar dentro, ele adora e fica maravilhoso.

E ai a gente começou a subir o nível, tem alguns outros brasileiros que fazem dado e a gente troca figurinha e troca ideia com outros dice makers e não só com eles, mas também com quem faz miniatura, com quem faz ilustração, etc…

Porque a gente começou fazendo não só para vender, mas também para dar como recompensa, dar de presente e tals. Então pra quem apoiar, na caixa não vai vir só os dados como também voucher de desconto de parceiros, de ilustrador, de miniatura, de camiseta.

A gente entende que um ajuda o outro e assim todo mundo vai junto na comunidade. A gente tinha bastante medo no começo, a gente ficava se perguntando; “Será que vai vender?”, “Será que alguém vai pagar por um conjunto de dados desse?”.

 

E é surreal, né? Porque parece que quando você está começando a planejar, as coisas parecem que são de outro mundo, e querendo ou não o RPG é um hobby caro, os livros são meio caros, mas comprar dado é um nicho dentro do nicho e a gente vive em um país subdesenvolvido e tudo mais. É difícil imaginar essas coisas. Mas quando eu vi eu achei muito daora porque vocês estavam fazendo algo que eu via pouca gente fazendo e que faltava no nosso meio.
E quando vocês venderam o primeiro, foi aquela euforia, como foi?

Então, a gente foi lá, postou, e quando vendeu o primeiro, eu não me aguentava. Ai a gente começou a planejar o que mais a gente consegue fazer de diferente. Então a gente pesquisa muito no Pinterest e no Instagram que tipo de efeito dá pra fazer. Nem tudo dá certo, eu até fiz um reels mostrando quantos dados deram errado até chegar no efeito certo. É muito difícil as vezes.

O próximo que a gente quer fazer e que a gente ta quebrando bastante a cabeça é um que tem o olho de Sauron no meio e ele se mexe, mas olha, quem comprar no catarse vão ser os primeiros que vão poder comprar quando der certo.

 

Ai, minha carteira, hahahaha. Porque eu já to vendo que eu vou querer um desse, já vi fotos de alguns parecido e são muito legais!

Então, reações desse tipo são o que motiva a gente, porque a comunidade abraçou a gente demais. E o pessoal do RPG é muito criativo, então vem cada ideia louca que a gente tenta fazer e dá certo.

E eles defendem muito a gente, eles compartilham com amigos.

Até teve uma historia muito legal de uma pessoa que pediu a outra em casamento. Colocou a aliança dentro do dado do d20. Ela fez um conjunto inteiro de 8 dados e no d20 maior tinha a aliança e ela pediu o namorado em casamento. Foi muito legal!

 

Eu acho muito maneiro coisas assim. E tipo, eu conheci vocês um pouco antes do catarse e vi que vocês tem bastante dado diferente mesmo, principalmente os squishy que você pode apertar, e que eu vou usar muito para tacar nos meus jogadores. Mas eu vi também que vocês começaram a vender outras coisas como grímorios de bolso e outros que são escudos do mestre.

Então, sim! A gente começou a vender um escudo que ele é mais ou menos do tamanho de uma folha sulfite, mas ele se desdobra e se modula para a maneira que o mestre precisar. Então tem as caixinhas que o mestre pode colocar como uma pratilheira, pode colar coisa com imã, tem imã escondido dentro da madeira para grudar coisa. Se precisar de espaço pode tirar para colocar outras peças. É exatamente para cada um usar do jeito que quiser.

Assim que todo mundo receber, a gente vai colocar alguns deles pra vender a parte, porque muita gente gostou do projeto do Escudo. Nós fizemos varios testes para deixar modular, cobrimos com veludo para não machucar os dados, fizemos aberturas para caber os dados dentro.

E começamos a fazer com logos personalizados com os sistemas que o pessoal mais joga, como Cthulu, Vampiro a Mascará, Dungeons & Dragons.

Ai disso começou a vir gente procurando a gente pedindo coisa personalizada e começamos a adaptar pela demanda que as pessoas traziam.

Como a Torre de Dados, que uma pessoa nos procurou pedindo e a gente adicionou ao Catarse.

A parte criativa parte muito também da comunidade e a gente só poe a mão na massa.

 

Uma das coisas que eu mais gosto é que vocês não fazem só dado mas também acessórios para mestre, como Escudo, torre, etc…

A gente enxerga que o Mestre/Narrador é o coração da mesa, ele que incentiva, que chama, que planeja, então a gente vê que tem que dar um carinho a mais. E isso foi ideia do Bruno de fazer um escudo para os mestres puderem usar.

A gente fez uma versão do Mago, mas também desenvolvemos com outras capas. E ele é feito de couro, com fivela, tem uns 7 kg o escudo, mas ele facilita bastante para colocar as coisas dentro.

No próximo a gente planeja fazer um suporte que cruza o escudo para que o mestre possa carregar de maneira mais fácil e levar como uma algibeira. E queremos montar também uma mochilinha para deixar mais organizado ainda, por mapa com grid. Mas isso vai vir apenas no próximo apoio. Porque pra levar e jogar na casa de um amigo precisa ser bonito para usar de decoração e ter aquele impacto na mesa e algo prático para levar com mais facilidade.

 

Uma coisa que me deixou bastante curioso disso tudo; No momento que vocês abriram o Catarse tá acontecendo muitos apoios de outros sistemas de RPG, o FATE acabou de acabar, mas começou o da Coleção Arton, Aburei RPG, A.I.L.A e de outros sistemas. Não são exatamente concorrentes diretos de vocês, mas rolou algum tipo de conversa com alguns dessas editoras? O Aburei por exemplo é independente, mas a Coleção Arton é da Jambô Editora que é maior e vocês já fizeram alguns baseados em sistemas existentes, mas chegou a ter alguma conversa com editoras para fazer algo do tipo?

Então, algumas editoras procuram a gente para fazer lançamentos, mas a gente não foi muito atrás. Até não época perguntaram se a gente ia abrir o Catarse agora porque ia sair a Coleção Arton de Tormenta, mas a gente já tava programado e já tinhamos falado com a comunidade e a gente tem uma conversa muito aberta com eles.

Então perguntamos o que eles queriam e eles preferiram o Catarse e perguntamos o que eles queriam que tivesse e montamos em cima do que foi pedido. A gente inicialmente ia produzir em Março, mas vendo os prazos não daria para produzir tudo, então conversando a gente chegou para abrir em Maio, que é bem quando a gente faz um ano de Mago dos Dados. Então juntou muita coisa; Ia ser em Maio, foi o que a gente combinou, é o mês do Nerds que tinha muita coisa saindo, então fechou em Maio mesmo.

 

Vocês trabalham em trio, você, seu marido e seu pai, mas o Catarse deu muito certo e teve bastante retorno. Há algum planejamento de expansão do négocio?

Então, com 6 ou 8 meses de Mago, a gente começou a sentir necessidade. A demanda começou a ficar muito grande, tinha gente que pedia dado mais complexo e que a gente precisava de mão de obra. A parte mais crítica é a parte de lixar o dado, começamos a procurar gente que tenha essa noção e delicadeza, porque se lixar errado acabou o dado. Começamos a procurar, mas é muito dificil. No Catarse percebemos que podiamos usar para investir nisso, então nós queremos comprar maquinario para acelerar o processo e chamar alguém para lixar com o máquinario.

Mas temos varios planos para o que dá pra fazer conforme o Catarse dá certo, com máquinas para polimento, para lixamento, etc…

E com o máquinario que faz isso, a gente consegue ganhar tempo para não ter que parar e ativamente fazer essa partes.

 

Sobre planos futuros; Quando toda a campanha tiver acabado, tudo entregue, o ultimo envio for feito, quais são os planos futuros?

A gente quer voltar com a lojinha porque tem bastante demanda de dados especificos. Quando a gente começar a desafogar os pedidos a gente vai começar a pensar em uma segunda edição, conversar com os nossos parceiros que são maravilhosos e topam nossas ideias e entram no que a gente quer fazer.

 

Esse é um modelo que vocês querem continuar seguindo? Tipo, de tempos em tempos abrir um Catarse com novas coisas?

Sim, ou com variações com o que a gente já trouxe, mas deixar 6 meses para interagir com o povo e para testar novas coisas.

Estamos conversando também com desenvolvedores de jogos que trouxeram jogos de fora e que vão abrir um financiamento também e que chamou a gente para fazer os dados deles. E são dados bastante diferentes.

 

Vocês já estão vendendo dados bem diferentes que são os dados de poção, né?

Sim! E nesse quebramos a cabeça, contratamos uma pessoa e passamos algumas referências para ela nos ajudar a fazer. Teve umas 17 versões dele e ai enfim a gente conseguiu, moldamos e conseguimos fazer. A gente comemorou tanto!

E é algo muito diferente porque não tem nada parecido no Brasil, ele faz barulhinho, tem um líquido dentro. É muito legal.

 

E qual a relação de vocês com o RPG em sí? Como começaram a jogar, o que jogam?

Hoje em dia tá dificil conseguir tempo para jogar porque eu trabalho e faço MBA. Mas a gente se conheceu jovem, em uma biblioteca, jogando RPG. Ele todo metaleiro com sobretudo e eu com cabelo curtinho pontudo pintado de vermelho, jogando Vampiro, a gente se olhou e ai eu descobri que ele era o meu vizinho.

A gente virou amigo, eu mestrava Lobisomem, e ele jogava Vampiro, D&D e 3D&T.

A gente ia em um Encontro Internacional de RPG que eu fui pra ir mestrar Lobisomem. Hoje é mais comum ter mulher mestrando, mas na época todo mundo estranhou “Você mestra lobisomem?”.

Gostava de jogar também Mago a Ascensão e Changeling.

 

Para finalizar a entrevista, O que vocês esperam pro futuro e se vocês tem algum recado para o pessoal que apoiou ou está apoiando?

Cara, a gente tem muito a agradecer. Porque a comunidade abraçou muito a gente e abraçou muito a gente. Se não fosse eles a gente não estaria nem aqui.

O pessoal que divulga, que incentiva, a gente tem só a agradecer do fundo do coração, porque a comunidade é demais.

Quando a gente sobe os videos e coloca isso no fim, é porque não dá pra traduzir em palavras em como é isso. Só dá mais gás e vontade de fazer coisa diferente e apostar e pegar pra fazer algo especifico para as pessoas, a gente gosta muito desse carinho que é reciproco.

E é muito legal também porque é tudo muito transparente, quando surge alguma dificuldaded com a resina ou algo do tipo a gente diz o que aconteceu, manda foto, vídeo e a pessoa recebe muito bem. A gente envolve o cliente desde o inicio e cria junto.

O Mago não é só duas pessoas, é a comunidade inteira. O Catarse deu certo por causa de todo mundo que participou e que divulga o nosso trabalho.

O que a gente espera é virar referência e quando alguém pensar em algo sobre RPG ter a gente em mente e pensar em parcerias com editoras para seguir o trabalho.

Uma coisa que sempre vem em mente é um cara que gatinha dele veio a falecer, e ele era muito pegado a gatinha. Ele chamou a gente falando que tinha pelinhos do gato e perguntou se a gente podia fazer algo com aquilo. A gente aceitou e fizemos o set com o pelinho dentro, fizemos umas patinhas do lado de fora.

E algo que ele não sabia é que a gente fez uma miniatura da gatinha com pintura e enviamos para ele sem ele saber.

Dai quando enviamos ele tava trabalhando, enviamos pro trabalho dele e ele enviou audio chorando e agradecendo.

Essa sensação, essas historias gostosas e fazer parte delas é algo que até arrepia e para a gente é muito bom falar disso e fazer parte disso.

As pessoas voltam com esse carinho. Nesse um ano não tivemos problema (E esperamos que continue assim), porque as pessoas nos ajudam demais.

Nós só temos a agradecer.

Conclusão

O mais legal dessa entrevista inteira foi o carinho que o casal do Mago dos Dados fala do projeto deles.

Algo artesanal assim, principalmente de brasileiros, é algo que sempre me deixa muito bobo com o trabalho sendo feito. Espero que você que tenha lido tenha gostado da entrevista e se sinta inspirado a ajudar com os produtores de artigos de RPG nacionais, como eu fiquei.

Caso se interesse em ajudar, o Catarse termina no dia 04/06, e você pode ver em Página do Catarse

 


Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PadrimPicPayPIX ou também no Catarse!

Assim, seja um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos como participar de mesas especiais em One Shots, de grupos ultrassecretos e da Vila de MRPG.

Além disso, o MRPG tem uma revista! Conheça e apoie pelo link: Revista Aetherica.

Se liga na Área de Tormenta, o espaço especial dedicado apenas à Tormenta20 e o que remete a ele! E acompanhe também as outras sessões!

Texto: Gustavo “AutoPeel” Estrela

Revisão: Isabel Comarella

Arte da Capa: Juaum Artwork

Mini Metro – Quimera de Aventuras

Nesta Quimera de Aventuras vamos falar sobre o jogo Mini Metro. Um jogo de quebra-cabeça e estratégia lançado para PC, Nintendo Switch, Android, iOS, PS4 pela desenvolvedora indie Dinosaur Polo Club, da Nova Zelândia no ano de 2015.

Sim, é um jogo sobre metros

Mini Metro é um jogo simples, mas complexo em sua simplicidade. Você no jogo tem a tarefa de construir uma rede eficiente de metros e trens em uma cidade em alto crescimento. Para isso, varias estações são geradas ao redor do mapa (Muito mais rápida que as estações de SP) e novos passageiros aparecem para navegar pelas linhas de trens. Você perde se alguma das estações fica por alguns segundos lotada sem serem esvaziados.

Lógico, isso na versão comum. O jogo tem modo criativo, que você pode montar as estações e linhas ao seu belo prazer. Além disso, tem um modo infinito que, mesmo lotando alguma estação, você pode parar para corrigir seus erros e seguir indefinitivamente.

Talvez eu jogue o jogo assim… Talvez.

Nossa Opinião Pessoal (Esse jogo nem historia tem, vamos lá)

Dessa forma Mini Metro é um daqueles jogos que aparecem na promoção, você pega ele e depois de anos vai jogar novamente, “redescobrindo” ele. No meu caso, foi uma ótima redescoberta.

O jogo é muito desafiador e interessante, você começa a tentar desvendar uma maneira mais eficiente de conectar as linhas sem muito congestionamento e até arruma alguns atalhos entre as fases.

Além disso, uma das coisas mais legais do jogo é que boa parte, se não todos os mapas, são baseados em mapas de trens reais do mundo. Então tem Londres, Paris, Nova Iorque, Chicago, Seul, Hong Kong, Osaka e, claro, São Paulo.

Também há mapas criados pela comunidade, que aumenta muito mais o tempo de jogo.

Então, se você procura um jogo leve, divertido e desafiador, Mini Metro e seu sucessor, Mini Motorways, é uma ótima pedida!

Quimera de Aventuras

Abaixo, na parte da Quimera de Aventuras, iremos pegar ganchos de aventura baseados no jogo, mas além de ganchos de aventura, também ideias baseados em problemas envolvendo linhas de metro (Se tiver no seu cenário) ou problemas de mobilidade em jogos de RPG.

Cenários e Sistemas

Independente de cenário e sistema, em algum momento grupos de RPG vão se envolver com algum problema de transporte. Seja metrôs e ônibus em jogos como Cyberpunk 2099 ou cenários de fantasia como Dungeons & Dragons. Mobilidade é algo que não se tem como escapar, então, adapte os ganchos abaixo para qualquer sistema ou cenário que esteja jogando.

Ganchos de Aventura

  • Dois meios de transporte colidem entre si e os jogadores precisam auxiliar tanto em resgatar as pessoas feridas quanto resolver a questão do transporte
  • Um dos trens/metros/carros descarrilha ou fica desgovernado e vai em direção a um local com muita concentração de civis inocentes. Os jogadores devem impedir que o pior aconteça (caso tenha duvida no seu grupo de RPG, o pior a acontecer é a morte de inocentes, porque que, né?)
  • Os jogadores são chamados para assaltar ou “resgatar tesouro preso” dentro de um trem/metro/meio de transporte em movimento de uma cidade para outra.
  • Os jogadores são chamados para ajudar no planejamento e desenvolvimento de uma linha de meios transporte ou logística de transporte de uma pequena cidade ou rota comercial entre vilarejos. Dependendo da influência e cenário que estão jogando.

Considerações Finais

Como falado acima, meios de transporte são problemas do mundo real que mundo podem atrapalhar aventureiros, mercenários e toda miríade de grupos de cenários de RPG diversos. Colocar problemas que a principio seriam simples em um ambiente de fantasia (Que pode ter toda uma nova gama de problemas possíveis) traz um sabor diferente a mesa e transforma o que seria um simples “Você vão do ponto A ao ponto B” em uma nova aventura para se ter.


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Revisão e Montagem da Capa: Isabel Comarella
Texto: Gustavo “AutoPeel” Estrela

Entrevista com Glauco Lessa – Coleção Arton

ATENÇÃO

Essa entrevista com Glauco Lessa terá spoilers dos livros A Flecha de Fogo, da Trilogia da Tormenta (Inimigo do Mundo, Crânio e o Corvo e Terceiro Deus) e da stream Oito Nuvens. Você está avisado!

 

O Entrevistado

Glauco Lessa é autor, assistente editorial na Jambô Editora e redator da revista Dragão Brasil, ele escreve alguns conteúdos para os jogos Tormenta20 e Império de Jade para lá e é escritor do Atlas de Arton, um dos livros da Coleção Arton, financiamento coletivo da Jambo Editora que bateu 100% da meta principal em 50min e aceitou conversar com o Movimento RPG.

A Entrevista

Cara, primeiro desculpa a demora, mas eu achei que o Meets gravava nativamente, mas to apanhando pra tecnologia aqui, o que é irônico porque eu trabalho com TI normalmente, então não deveria estar apanhando pra tecnologia hahahaha

Que isso pô, é normal, eu entendo bem como é, meu trabalho é escrever, revisar. Então, teoricamente, não é para eu apanhar de texto. Mas é justamente por trabalhar com isso que eu apanho, né? Eu estava mexendo em um texto do Atlas aqui, tendo uma dificuldade. Mas esse tipo de coisa acontece normalmente com a gente que trabalha com isso.

Mas cara, agora falando do assunto; Que absurdo de sucesso foi a Coleção Arton, hein rapaz?

É sim, foi um absurdo mesmo porque. Bem, eu não estava no primeiro financiamento, eu estava do outro lado, do lado do fã, né. Eu estava acompanhando e apoiando do lado de fora. E ai eu estava pensando antes de começar o financiamento do Coleção Arton; “Como é que vai ser esse financiamento agora?”. Porque naquela ocasião era um livro básico, então a pessoa que quer começar a jogar vai ter o novo jogo e tal. Mas agora vão ser os suplementos e nem todo mundo quer os suplementos. A pessoa as vezes tá satisfeita com o livro base ou vai querer só os PDFs. Eu fiquei pensando um pouco nisso.

Mas ai eu acho que entrou o trabalho da galera do nosso marketing e do Dan Ramos (Diretor de Arte da Jambo Editora), especialmente na parte visual, os caras são muitos bons. Pensando na Coleção enquanto produto, a Caixa e as capas dos livros que você vê lá no site do financiamento são muito bonitas e dá vontade de ter, sabe? É algo que o Thiago Rosa falou e que eu não tinha parado pra pensar; O Atlas e o Ameaças estão com capa de livro básico.

Porque é normal que o livro básico tenha uma capa mais elaboradora e não é natural que os suplementos sejam assim, eles são mais simples. E não cara, o Dan e a equipe deles colocaram um esforço nas capas que parece que são dois livros básicos. Apesar da gente reforçar que para jogar Tormenta20 você só precisa de um livro e nada mais para poder jogar, ele é apenas o primeiro passo que alguém que está entrando pode querer dar. O Atlas e o Ameaças não são necessários para jogar Tormenta20, mas se você tiver, vai ser outra experiência.

Durante a campanha da Coleção Arton, um pouco antes dela iniciar na verdade, o Guilherme Dei Svaldi (Diretor Chefe da Jambo Editora) postou no Twitter o que deixa ele mais animado para o Atlas de Arton e alguns dos escritores colocaram o deles. Mas eu não sei se eu perdi, até procurei antes da nossa conversa para confirmar, mas realmente não achei qual são as 5 coisas que mais te deixam animado para o Atlas. Então agora seria o momento de saber o que te deixa animado para o Atlas.

Cara, eu acho que eu perdi essa corrente hahaha. Mas eu vou corrigir isso sim, nessa corrente o pessoal foi puxando o que elas escreveram, então eu vou fazer isso também. Não está necessariamente em ordem de prioridade porque tem muita coisa boa, mas as 5 seriam; Tamu-ra no Atlas e a Pondsmânia, que foram as coisas que eu mais me envolvi no Atlas. E o que mais me empolga vendo as outras coisas é Ubani… Doherimm eu também acho que vai ficar muito bom e os Três Mares, porque foi uma coisa que eu levei em consideração enquanto escrevia é que Tamu-ra é uma ilha distante e agora que Arton está tendo aventuras marítimas mais intensas já que, agora no cenário, os mares estão mais conectados e está mais fácil navegar por ali e chegar mais facilmente em Tamu-ra.

Porque antes quando tinha o Istmo de Hangpharstyth, teoricamente, só o lado leste do continente de Arton podia ir de barco e de se morar. Agora após os eventos da Flecha de Fogo, mesmo ainda sendo muito difícil, teoricamente você pode sair do lado oeste do continente de barco, passar por Khubar ali e chegar em Tamu-ra, se você quiser.

Assim a lista final fica desta maneira:

  • Tamu-ra
  • Pondsmânia
  • Ubani (a antiga Grande Savana)
  • Doherimm
  • Três Mares
1410 – Istmo de Hangpharstyth

Só lugar tranquilo, né? Passar pela Ossada de Ragnar, atravessar Khubar que só tem um Dragão-Rei que de vez em quando sai da água, suave hahaha.

Hahahaha, mas se bem que Khubar foi a primeira temporada do Legado do Ódio né? Altas tretas realmente, só que comparado com a Ossada de Ragnar, Khubar é um point, é uma parada que as pessoas fazem.

Você comentou dos Três Mares e uma das ultimas coisas que se sabe do cenário é porque o deus Oceano desapareceu e que vários grupos marítimos estão buscando ele. Essa situação do Oceano está um pouco nebulosa, tem algo sobre isso que você sabe e pode falar?

O legal é que nesse caso eu posso ser sincero, porque eu não sei também hahahaha. Mas é de se esperar que vai ter algo porque, na minha visão, um dos objetivos com o final do Flecha de Fogo (além da historia) foi facilitar essas historias de navio e de pirata. Como que ficava a situação; Você queria jogar com algo assim, um pirata, um bucaneiro e Arton é um mundo com um grande continente importante. Tem Tamu-ra, tem Moreania mas, no geral, meio que você ficava com o mar preso porque tinha um pedaço de terra que dividia as coisas. E o que aconteceu no final do Flecha de Fogo, obviamente faz sentido com a historia que o Leonel Caldela estava contando, tinha que ser ali mesmo e tinha tudo haver com a profecia e tudo mais. Mas em termos de world building, é também muito conveniente e pertinente porque agora todos os mares estão conectados.

Então por mais que tenha a Ossada de Ragnar no caminho, que é um obstáculo muito legal para uma aventura, ainda é um lugar navegável, antes não era. Você troca um lugar que só estava no meio do caminho e que antes nem passar dava e agora é possível atravessar para o outro lado.

Eu e o Trevisan (Editor-Chefe da Dragão Brasil) gostamos muito de historias de pirata e de aventuras no mar, tanto que ele jogou com o Nargon da stream da Guilda do Macaco. E esse tipo de historia é algo muito diferente do que a gente está acostumado a ver, e eu acho que a tendência é vermos muito mais historias de aventuras desse tipo, não só conteúdo de jogo mas conteúdo de lore, vai ter muita coisa legal como a Frota Aurea, vai falar mais sobre outros piratas e outros tipos de facção que possam existir no mar. Mas esse especifico eu não parei pra ler, eu me preservei um pouco porque o meu personagem no Legado é um devoto de Oceano e eu não sei o Segredo do Oceano. Eu fiz um personagem devoto de um deus que está numa situação meio nebulosa, eu me coloquei nessa lugar de jogador sem saber mesmo a resposta.  As pessoas as vezes podem achar que “Há, o Glauco está jogando com um devoto de Oceano então ele deve saber o que vai ser, e ai ele já fez um personagem pensando nessa revelação”. Mas quando a revelação vier, eu não faço a menor ideia, dependendo do que for revelado sobre Oceano, eu não sei como o Lauss (O personagem) vai reagir.

1420 – Ossada de Ragnar

Você acha que o Atlas vai abordar essa questão do que aconteceu com o Oceano? É algo que quem não está muito próximo do cenário nem sabe muito bem que está acontecendo.

Eu não sei muito bem, eu chuto que no Atlas vai comentar sobre o que aconteceu mas não vai dar a resposta. É uma coisa que só quem acompanha Live sabe que essa é uma questão no cânone, porque no livro básico não fala nada. Acho que vai ser algo meio a longo prazo esse plot do cenário, então provavelmente não vamos ter a resposta agora. Acho que justamente para ter esse mistério dos mares. De terem lendas e rumores do porque ele está assim e os próprios mestres poderem explorar isso na própria mesa sem ter uma resposta cravada.

Com a nossa conversa, eu percebi que você trabalhou mais no Atlas que no Ameaças, então você não teria muita coisa para falar sobre o Ameaças, né?

Não, não, no Ameaças eu não trabalhei muito. Diferente do Atlas que eu estava envolvido desde o começo, antes de saber quais eram os reinos eu sabia que ia ficar com Tamu-ra porque meio que aconteceu de eu herdar Tamu-ra em um certo sentido, sempre supervisionado né hahahaha. Isso foi acontecendo na Dragão Brasil, quando eu comecei a escrever pra lá, a primeira coisa foi sobre Império de Jade, eu era a pessoa que ia tendo ideias para Império de Jade, tendo esse domínio em termos de cenário o que estava acontecendo lá. Então meio que eu penso assim; “Cara, eu já estou aqui no Atlas, eu não sei quais reinos eu vou ficar. Provavelmente Tamu-ra vai ser um deles e vamos ver quais os outros né?”, e ai eu fiquei com a Pondsmânia. Como o Atlas é um livro feito por muita gente, teve um divisão bem maneira dos reinos, ninguém ficou com mais ou com menos. Claro que tem o Guilherme Dei Svaldi, o Marcelo Cassaro, o Leonel que escreveram boa parte tanto do Atlas quanto do Ameaças porque são alguns dos autores e tal.

E quando dividiram, me deram algumas opções e eu escolhi a Pondsmânia porque eu gosto muito de coisas que tem a ver com fadas e eu já tinha algumas ideias que encaixariam bem lá. E eu achei bem legal o resultado final, até porque eu acho que muita gente tem essa percepção de que o Glauco é o cara de Tamu-ra, então ele vai fazer de coisas como honra e Samurai…

Não vou mentir que quando eu busquei quem estava fazendo o que eu vi que você estaria com Tamu-ra fiquei “Nossa, o Glauco com Tamu-ra, que surpresa” hahahaha

É, então, eu achei legal porque na Pondsmânia eu pude mostrar um lado que é bem diferente, porque lá é um lugar muito caótico né?

Bem diferente de Tamu-ra que é tudo certinho, retinho, a Pondsmânia é loucura, é doidera.

Sim, é até bem o contrario, é muita viagem e tal. E eu sempre tive esse lado mais criativo de fazer umas paradas mais viajadas, só que em Tormenta eu ainda não tinha mostrado isso. Então foi uma oportunidade de mostrar isso.

Mas além das partes que eram suas, você ajudou a escrever outra parte do Atlas? Tipo, de auxiliar algum outro reino ou coisa do tipo? Alguém escreveu com você alguma das suas partes?

De ajudar a escrever mesmo não, a Pondsmânia e Tamu-ra eu escrevi sozinho. Claro, depois o texto é editado, o Trevisan leu e teve ideias que foram aprovadas ou não, e ai o Leonel leu e complementou com algumas coisas ou achou melhor tirar certas coisas, mas aí é no mérito do texto, não no mérito criativo.

O Leonel especificamente contribuiu com algumas ideias bem legais que foram pro texto final também.

No caso de Tamu-ra era mais o Cassaro, tanto que o texto que eu estava apanhando era justamente de Tamu-ra. Porque ele está pronto, só que ai ficou muito grande, dai ele olhou gostou e fez alguns apontamentos do que a gente precisava reduzir. Não para jogar as ideias fora, mas para não colocar todas elas porque o Atlas ainda tem um limite de tamanho e de número de páginas, não é um livro sobre Tamu-ra, então varias ideias boas tiveram que ser retiradas, com muita dor no coração, para aparecer mais pra frente. Talvez em alguma matéria da Dragão, futuros suplementos ou até futuros livros.

Algo que alguns jogadores especulam é que Samburdia, aonde fica a Pondsmânia, é bastante inspirada no Brasil. Então uma duvida que eu tenho é se você colocou alguma criatura do Folclore Brasileiro na Pondsmânia, como algum Saci, Curupira, Caipora ou algo do gênero.

Pô, na verdade no texto em sí eu não coloquei nada. Mas para mim nada impede que existam na Pondsmânia criaturas desse tipo. É uma das coisas que eu tomei para mim foi o seguinte; Se você pegar a Pondsmânia do reinado, ela tem um plano de fundo muito celta, como os contos de fada mais europeus. E eu acho isso legal, mas eu tentei transparecer a ideia que isso são mais as fadas nobres, mas na Pondsmânia existe de tudo. Então eu tentei que as fadas fossem o menos étnicas possível e o mais aleatório que pudesse ser. Nesse sentido que seria algo da mente humana, sabe? Então você poderia ter um Curupira na sua aventura da Pondsmânia assim como poderia ter uma Mula-Sem-Cabeça ou um Duende. No Terceiro Deus tem uma inscrição de uma fada que é tipo um Flamingo com uma cartola e ele é uma fada, sabe? É meio esse caminho que a gente foi.

Então meio que a Pondsmânia pode ir para qualquer lugar, né? Não está preso a uma espécie de fada ou de cultura especifica.

É, lendo o texto você percebe que pode colocar qualquer criatura de conto de fada ou folclore que funciona, não só um conto de fadas europeu, inclusive coisas de lugar nenhum que são da minha cabeça. A ideia é um pouco essa.

Cara e a Cidade Normal dos Humanos? Quando eu fui ver a região no Mapa de Arton, eu fiquei muito curioso com ela. O que você pode falar sobre ela?

Cara, a Cidade Normal dos Humanos foi a menina dos olhos do Leonel na hora dele revisar o meu texto, porque foi uma ideia dele. A Cidade Normal dos Humanos é a adição mais recente a Pondsmânia porque ela aparece a primeira vez no Tormenta20, todas as outras coisas da Pondsmânia são do Reinado ou do Tormenta RPG. Então eu tive que mergulhar em materiais bem antigos para ter certeza que não estava esquecendo nada para trás ou que eu não ia dizer nada contraditório com o passado. Mas a Cidade Normal dos Humanos foi ao contrario, eu só precisava ler o que estava no Tormenta20 e descrever mais, inventar mais coisa e preservar a sensação de estranheza que a cidade dá nos humanos. Ela nada mais é que uma cidade criada por fadas tentando simular o que os humanos pensam, mas elas tem dificuldade em fazer isso, essa é a graça da cidade.

Uma coisa legal que eu posso falar é que essa cidade tem a figura de um prefeito agora que é um NPC que eu criei, que é o típico NPC para dar aventuras para os jogadores, mas o legal dele é que ele é uma figura meio misteriosa até para uma fada.

Ele é conhecido como Ilustre Desconhecido, eu to chamando de ele, mas não tem nenhum gênero predefinido. O lance é que tem esse título de Ilustre Desconhecido. A parada dele é que toda pessoa que vê ele parece que é estranhamente familiar.

Como aquela pessoa que tu vê na rua e é estranhamente familiar, parece alguém que morou próximo ou que estudou com você mas você não lembra quem ela é.

Mas além disso, ele reconhece você. Então quando você encontra o Ilustre Desconhecido pela primeira vez, você tem essa vaga noção que você conhece ele de algum lugar e ele reconhece você. Tipo, ele vira e fala: “Fulano, quanto tempo hein!”, mas você não sabe de onde ele te reconhece. Ele não te reconhece só de nome, ele fala coisas como “Pô, lembra quando você estava naquela masmorra? Pô, foi difícil, você quase morreu”. E por mais que você se lembre daquele acontecimento, você não lembra dele lá. Só que no caso, você não se lembra ou não sabe se ele está falando a verdade. E o legal que dá pra usar esse NPC como um alivio mais cómico quanto como algo mais aterrorizante, que é uma das graças das fadas.

Agora, sem mais delongas podemos falar do seu lar em Arton, do seu xodó que é Tamu-ra, você tem uma relação muito próxima com essa região, não?

Sim, por mais que eu goste da Pondsmânia que agora também é meu lar em Arton, Tamu-ra foi quando eu comecei a jogar ela ainda estava destruída depois dos eventos de Inimigo do Mundo. Ai eu lembro que eu estava lendo os livros de Tormenta do 3D&T Turbo que era o que eu jogava e ai quando chegava na parte de Tamu-ra eu achei muito maneiro, como assim Samurai existe no mesmo mundo de Cavaleiro, mago, etc.. ? Que ideia genial!

Ai quando eu fui ler a seção de Tamu-ra, no finalzinho; “E foi destruída pela Tormenta e tudo se perdeu para sempre e agora só existe um bairro em Valkaria”. Eu me senti abalado, me prometeram tudo, me prometeram um Império de Jade, mas eu havia chegado tarde, ele já foi todo destruído, hahahaha.

Mas uma das coisas mais legais da Trilogia é que ela foi salva, foi reconquistada de volta. Ai veio Império de Jade e eu comprei alucinado, e então comecei a escrever na Jambo, como contei agora pouco, por causa de Tamu-ra.

E qual a principal diferença que temos entre a Tamu-ra do jogo Império de Jade e da Tamu-ra apresentada no Atlas?

A principal diferença logo de cara é que ela foi reconstruída agora. No Império de Jade tá em 1410, dez anos atrás na timeline atual do cenário. Ela estava se reconstruindo, o que ajuda a explicar porque ela não se envolveu em tramas como a Guerra Artoniana.

Além da distância, ela tava se reconstruindo, Tamu-ra é muito aliado do reinado porque ele recebeu os refugiados de Tamu-ra. Mas ela estava muito concentrada em se reerguer, obviamente que a Guerra Artoniana acontece e se resolveu, e grande parte da trama é jogar com aventureiros que estão fazendo missões para ajudar a reconstruir o império de uma forma ou de outra. Lutando contra monstros da Tormenta que sobraram ou resquícios dela.

No Atlas, agora estamos em 1420, foram 10 anos de reconstrução. Foi tempo mais que o suficiente para Tamu-ra estar de pé novamente.

Para mim foi muito importante a nível pessoal, o que tornou a escrita de Tamu-ra muito mais difícil que a Pondsmânia.

Mesmo conhecendo Tamu-ra melhor que a Pondsmânia, eu sempre quis escrever para a Pondsmânia, então eu sentei e estudei as publicações antigas, tive as minhas ideias e escrevi empolgado. Mas em Tamu-ra eu tive vários momentos de “Pô, mas será que está bom?”

Porque agora Tamu-ra vai estar reconstruída e vai ser eu que vou dizer como ela está, o Cassaro vai ler depois e tal, mas sou eu que estou dizendo. Eu estou tendo essa oportunidade de, certa forma, reconstruir Tamu-ra na lore.

Essa é a principal diferença; Tamu-ra está reconstruída, prosperando, mas claro que como qualquer lugar em Arton ainda tem seus problemas para os aventureiros resolverem.

Pode dar alguns exemplos desses problemas?

Um deles é manter o que foi construído e isso passa por uma série de novos plots. Um deles são os Tradicionalistas, que são os que mais se relacionam com o continente. Eles são tamuraninos da nobreza ou das classes influentes e acreditam que o Império está se deturpando e se perdendo.

Antes da Tormenta destruir Tamu-ra, ela era muito diferente. Não aceitava estrangeiro, mulheres não tinham cargos de liderança, que mudou no Império de Jade, que teve algumas mudanças em certos costumes.

E essas pessoas descontentes com o novo Império elas são mencionadas no Império de Jade, que nem todo mundo gosta do Imperador e das medidas de aceitar estrangeiros e de conceder cidadania aos Nezumi (Homens-rato).

Nesses 10 anos que se passaram, esses descontentes se articularam politicamente e começaram a ter uma agenda. Como Tamu-ra é uma monarquia com uma forma de detectar honra de uma maneira objetiva, então quando um senhor feudal é pego em desonra por um Shugenja, ele perde o título de Nobreza na hora e ele só recupera ao ter sua honra de volta, se redimindo de algum jeito.

Para os Tradicionalistas conspirarem, eles não podem ser descobertos. Então eles tem que levar uma vida de certa virtude e conspiram com rumores. Eles espalham rumores falsos sobre a Identidade do Imperador, que atualmente renasceu como criança, dizendo que é uma criatura farsante ou contratando mercenários do continente principal.

Então eles agem de maneira a manter a honra deles intacta, enquanto outras pessoas que não são da nobreza ou não tem honra alta vão espalhando e disseminando a intriga, correndo o Império.

Outro exemplo legal de problema é a Cauda do Dragão, que é um pequeno arquipélago ao sul de Tamu-ra que estão lá desde o primeiro mapa de Arton. Antes da Tormenta, elas eram umas ilhas meio paradisíacas, aonde só viviam Yokai, Hanyo, alguns humanos tamuranianos que viviam em aldeias de uma forma mais simples pela pesca. Quando teve a Tormenta, essa área começou a ser mais habitada, e quando os mares foram abertos após a Flecha de Fogo, começaram a vir navegadores ousados, ambiciosos e piratas. Em busca de uma rota marítima para fazer comércio.

E muito desse comércio é feito na própria capital, que é próximo as ilhas, mas não é um comércio muito honrado, digamos assim.

E acabam acontecendo nessas ilhas menores que estão relativamente distantes da autoridade Samurai, mas que ainda estão convenientes próximas da capital, transformando a ilha em um entreposto comercial.

E começaram a vir gente de todo canto, tentando fazer um trocado ali. Pessoas de Khubar e da costa de Arton.

Uma curiosidade que tenho; Você comentou bastante que agora os mares estão conectados. É possível que nessas ilhas da Cauda do Dragão tenha Moreau?

Então, eu fiquei muito tentado, mas evitei mencionar moreau diretamente porque, bem ou mal, ainda é muita água no caminho. Mas lá na Cauda do Dragão tem de tudo, Minotauro, do Deserto da Perdição, de Ubani e Moreau lá também. Talvez alguém saindo de Moreania e se perdendo no mar pode acabar muito para o norte e acabar chegando lá.

É bem provável e inclusive curioso porque, de um ponto de vista do tamuriano, o moreau nem seria visto como tão estrangeiro assim, ele seria facilmente confundido com um Hanyo.

Porque o Hanyo é um meio-yokai, mas ele tem traços animais, como o Hanyo raposa ou o Hanyo gato.

Então esteticamente eles são muito parecidos, então um Moreau poderia ir e se passar por um tamuriano, talvez só não enganando Shugenjas e Shinkans, que são sacerdotes capazes de detectar se aquela criatura é um meio-yokai.

Tem mais alguma coisa que você pode falar sobre Tamu-ra.

Outras duas coisas que colocamos é que o norte está começando a ser repovoado, na época do Império de Jade não tinha nada lá porque a reconstrução estava começando, e agora já tem senhores feudais no norte.

E a Tormenta, como inimigo de Tamu-ra, foi derrotada. Mas na mesa de Oito Nuvens, tem um gancho de um Oni que acabou se envolvendo com a Tormenta, e que vai estar no Atlas porque se tornou algo relevante. E a Tormenta segue como uma ameaça dormente, ainda é difícil você encontrar os lefeu clássico e a influência dela está muito menor, mas ela pode acabar atacando. Alguns lugares de Tamu-ra ainda estão com a terra vermelha do ataque. Mas a Tormenta ainda não esqueceu Tamu-ra, ainda influenciando a ilha de uma maneira silenciosa, a Tormenta ainda não esqueceu, ela apenas escolheu outra maneira de lutar contra Tamu-Ra.

Em Tormenta, tem um aconselhamento aos autores não se aproximarem muito de fatos históricos reais porque Arton é um mundo de fantasia. Mas é nítido que Tamu-Ra é muito baseado no Japão, mas você buscou influências de outros países asiáticos para colocar em Tamu-Ra?

Então, o meu maior domínio em termos de conhecimento é o leste asiático, ao Japão mesmo. Então eu tentei ir com cautela em qualquer referência coreana e chinesa. Por eu não dominar e não acabar sendo desrespeitoso. Então nesse sentido eu tentei me preservar no campo que é o que eu mais conheço. Mas uma coisa que não há na cultura japonesa e que eu fui buscar foi Hokkaido para a parte norte da Ilha, que não fazia parte do Japão.

Lógico, não traçamos paralelos óbvios, mas procuramos essa referência que não é muito obvia. E na Cauda do Dragão não foi possível não ter influência da ilha de Okinawa que era um entreposto de comercio entre países daquela região. Não me inspirei exatamente na cultura de Okinawa, mas me inspirei como um local que é um meio do caminho para outros lugares.

Me inspirei um pouco também na Mongólia, principalmente no Império Mongol. Tem uma região no Império de Jade chamada Dai’Soogen, que é uma grande estepe. E o Cassaro havia comentado comigo que ele queria que essa região ao invés de ter os Samurais clássicos tivesse uma galera bem mais parecida com os Khan. Por questão de espaço não fui muito a fundo neles, mas eles estão mencionados no texto e dá pra entender que eles são um povo relativamente nômade que vive em tendas e tem suas próprias montarias e tal.

Esse é um exemplo bacana de um elemento não japonês que eu tinha familiaridade e fiz uma certa pesquisa por trás para colocar no jogo sem acabar sendo estereotipada de alguma forma ou ofensivo.

Conclusão

A conversa com o Glauco foi muito leve e muito daora de se ter. Falar com alguém que trabalha nos bastidores e que, a pouco tempo atrás consideravelmente, também estava escrevendo sobre RPG é algo muito daora e muito inspirador, diria eu.

Essa foi a primeira de uma série de conversas que eu pretendo ter com outros escritores da Coleção Arton, então espero que você tenha gostado, aproveitado e esteja tão animado pra Coleção Arton quanto eu.

A página do Financiamento Coletivo para que você possa apoiar é https://www.catarse.me/arton.


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Se liga na Área de Tormenta, o espaço especial dedicado apenas à Tormenta20 e o que remete a ele! E acompanhe também as outras sessões, por favor!

Texto: Gustavo “AutoPeel” Estrela

Revisão: Edu Filhote

Arte da Capa: Juaum Artwork

Blue Rose – Guia de Criação de Personagens

Blue Rose é um dos mais aclamados RPGs do gênero, certamente. Por isso já tive o privilégio de lhes escrever uma resenha desse livro e agora surjo com o Guia de Criação de Personagens. Dessa forma, na viagem de hoje você e eu iremos voltar ao reino de Aldis, para compreender nossos personagens.

Como já disse em meu texto anteriro (link no final desse texto), Blue Rose RPG utiliza o sistema AGE. Por esse motivo, familiarize-se com 3 dados de 6 lados (chamaremos de 3d6, quando necessário). Ademais, o jogo se preocupa com características personalizadas, vínculos dos personagens e, é claro, uma série de habilidades. Certamente você se surpreenderá ao construir seu idealizado personagem nesse sistema! Bora?

Idealizando seu personagem

O primeiro passo é compreender seu personagem e a forma como ele se relacionará com o mundo, sendo assim, é importante conhecer o mundo. Caso você já tenha acompanhado meu primeiro texto, segue-se o passo a passo para saber de seu herói em Aldis. O primeiro passo é compreender que sua ficha será composta por nove habilidades, são elas: Combate, Comunicação, Constituição, Destreza, Força, Inteligência, Percepção, Precisão e Vontade.

personagens blue rose rpg

Há uma tabela no livro na página 33 que se refere as rolagens de atributo, bem como aos cálculos para compreender os números que representarão essa mecânica. Nesse passo, sua segunda escolha, para além dos atributos, é compreender em qual das raças/espécies seu personagem se origina. As opções são humanos, noturno, rhydano, marino ou vata. Por último, essa escolha irá conceder pontos de habilidade, foco ou outra característica, anote esses pontos.

Sua história em Blue Rose

Após a aplicação de suas habilidades e características raciais na parte anterior, você deverá revelar seu antecedente. Certamente esse é um ponto importante para seu personagem em diversos sentidos, isso porque revelará suas origens. Você deverá obter, para além dos elementos narrativos, informações e mais bônus que serão acrescidos a sua ficha, como focos e idiomas.

As opções são ofertadas de acordo com as localidades do cenário, quais sejam; Aldino, Jarzoni, Kernês, Lar’Tyano, Marinheiro, Pária, Povo da Floresta, Rezeano e Vagante. Cada uma dessas cidades tem sua própria característica e cultura. Por esse motivo, quando for iniciar a criação de fichas com um grupo novo, sempre é valioso fazer uma leitura ou uma conversa sobre o cenário antes.

Antecedentes são importantes!

As classes de Blue Rose

Cada classe determina características-chave de seu personagem, por isso é uma escolha definitivamente importante. Falaremos superficialmente sobre cada uma das classes à seguir:

  • Adepto: Portador de poder mágico, capaz de usar arcanos com mais facilidade e eficácia que outros. Podem ser considerados fisicamente frágeis, mas são definitivamente astutos;
  • Especista: Os clássicos trapaceiros, espiões, eruditos ou negociadores, também pode ser um ladrão, batedor ou mensageiro, e;
  • Guerreiro: Combatente clássico. Um personagem com habilidades marciais, sendo um soldado, mercenário ou guarda, que luta por dever, honra, vingança, fama, poder, justiça, etc;

Ainda, à partir da página 45 você pode compreender a progressão, seja por níveis e dos poderes adquiridos ao longo das progressões feitas. É assim que seu personagem irá se tornar uma lenda dentro de Aldis, tendo seu nome falado pelos 4 cantos do mundo.

a persoanlização é importante em Blue Rose

Próximos passos

Depois de todos os atributos, saúde, deslocamento, habilidades na ficha, a personalização tem que continuar. Segue-se agora para o passo-a-passo da página 53 para aquisição de equipamentos, como armas, escudos e armaduras. Depois, segue-se para a página 57, onde falaremos sobre Defesa, e, posteriormente, sobre os últimos detalhes do personagem: Chamado, Destino, Sina, Objetivos e Relações.

Compreendemos Chamado como o propósito do seu personagem, o lugar dele no mundo, seu papel na história a ser contada. Destino e Sina são conceitos contrários, Destino é sobre sua melhor versão de si, aquela com maior potencial, enquanto Sina é sobre o seu pior, o mais corrupto de si mesmo, sua sombra. Enquanto os conceitos anteriores abordam sobre sua “personalidade”, Objetivo determinará o seu caminho, ou seja, o que ele está procurando. Relações tem seu conceito intuitivo aplicado, são as relações do seu personagem com os outros, e, por conta da temática romântica do jogo, é possível pensar sobre como se dão essas relações, tanto para o bem, como para o que é mal.

É isso aí, amigo NERD, GEEK, RPGISTA. Esse é o meu guia de criação de personagens para vocês, espero que curtam e, aproveitem para visitar nossa resenha sobre Blue Rose. Nesse momento, o livro já está disponível para compra no site da Jambô editora. Se quiser conhecer mais do meu trabalho, basta clicar nesse link. Aproveita para deixar seu comentário aqui embaixo, dizendo suas dúvidas sobre o sistema de Blue Rose RPG.

 

Bruxo e Bruxa – Guia de Personagem The Witcher #09 – A

Nesse Guia de Personagem de The Witcher, vamos conhecer um casal de irmãos gêmeos, que serão Feras Caçadoras juntos! Começando pelo Irmão Elliot Viturino.

Seguindo a ordem para a criação de personagens:

Raça e Profissão

No sistema de jogo a Profissão Bruxo está atrelada a Raça Bruxo. Ela se destacará pelas habilidades físicas e de combate, e ele pelas habilidades mentais e de conhecimentos gerais. Sendo Bruxos sua posição social no geral é de Tolerado, mas são temidos e odiados no Norte e em Nilfgaard.

Caminho da Vida

Ambos os irmãos Bruxos fizeram o Teste das Ervas com 5 anos, tinham poucas memorias para se apegar, mas estarem juntos foi o que mais deu força para os pequenos gêmeos. Na tentativa de fortalecer as crianças acharam melhor separa-los, Elliot foi treinado em Kaer Y Seren pela Escola do Grifo. Elliot queria tanto ser o melhor de sua escola que conseguiu a proeza de roubas um diagrama secreto da biblioteca, ele tem muitas habilidades mentais, mas não se garante em uma briga franca com quase ninguém, muito menos contra determinas criaturas, ele é capaz de montar estratégias e armadilhas, mas se isso não der certo, correr é a opção mais viável!

Estatísticas

  • Corpo: 4
  • Criar: 9
  • Destreza: 2
  • Empatia: 6
  • Inteligência: 9
  • Reflexo: 2
  • Sorte: 6
  • Velocidade: 4
  • Vontade: 9
  • Pontos de Vida: 30
  • Estamina: 30
  • Fardo: 40kg
  • Recuperação: 6
  • Atordoamento: 6
  • Soco: 1d6
  • Chute: 1d6+4
  • Correr: 12m
  • Salto: 2.4m

Perícias

  Pacote da Profissão

  • Consciência: 5
  • Dedução: 5
  • Lanças feitiços: 5
  • Alquimia: 5
  • Esquivar/Escapar: 5
  • Sobrevivência no Ermo: 2
  • Esgrima: 2
  • Atletismo: 2
  • Furtividade: 4
  • Cavalgar: 4
  • Treino de Bruxo: 5

Perícias Adquiridas

  • Conhecimento sobre monstros: 3
  • Criar armadilhas: 3
  • Resistir a magia: 3
  • Negócios: 2

Vantagens Mágicas

Todos os sinais básicos.

Equipamentos e Dinheiro

Os equipamentos que o Bruxo carrega são:

  • Kit de Alquimia
  • Uma besta de mão
  • Medalhão de Bruxo
  • Espada de aço de Bruxo
  • Espada de prata de Bruxo
  • Formulas de poção x2
  • Formulas de óleo x2
  • Formulas de Elixir
  • Jaquetão
  • Adesivo alquímico x2
  • Inflamador x2
  • 50 coroas em itens gerais

Ainda Restou para ele 54 Coroas de Redânia.


Esse foi o sétimo guia de personagem dessa série. Eventualmente pode ser que eu tenha esquecido de citar algo, então é só deixar nos comentários que será verificado e corrigido. deixe também sugestões para próximas fichas que você quer ver.

Agora se você leu esse artigo e não entendeu nada, mas se interessou, aconselho que leia a resenha The Witcher RPG – É nóis que voa Bruxão, lá tem tudo o que você precisa saber para conhecer e se interessar mais pelo sistema. E também veja a ficha anterior Sacerdotisa – Guia de Personagem The Witcher #08.

Aproveite para conhecer a MRPGStore! Além de conhecer também nosso Patronato, onde você pode ser sorteado para receber livros físicos de várias editoras que adoramos. 



Bruxa e Bruxo- Guia de Personagem The Witcher #09 – A

Autora: Isabel Comarella
Montagem de Capa: Juaum_artwork

Parem Já esse Casamento! – Quimera de Aventuras

Nesta Quimera de Aventuras vamos falar sobre a proposta de aventura que nosso amigo BearGod fez baseado no filme Penetras Bons de Bico no seu texto Parem Já esse Casamento!

Quimera de Aventuras

Nesta sessão colocamos algumas ideias de uso para aventuras de RPG. Entretanto fique ciente que para isto, teremos que dar alguns spoilers da obra. Leia por sua conta em risco.

Não Existe Limite

Apresentando um pequeno roteiro de como seguir com essa proposta de missão, o autor nos faz refletir sobre como é possível utilizar qualquer situação para gerar uma aventura. Muitas vezes focamos em longas campanhas em que os personagens alcançarão altos níveis de desenvolvimento. Porem, uma ocasião simples pode render uma aventura curta muito boa. O que também está sempre presente nas Quimeras de Aventuras postadas até aqui.

Em uma sessão de RPG nada está perdido, nem é brega e toda interação é completamente valida. Então vamos usar esse espaço para contar para a gente uma situação de jogo que participou que foi bem fora de qualquer estereotipo heroico e épico.


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Parem Já esse Casamento! – Quimera de Aventuras

100% da Meta Batida – #ColeçãoArton

No dia 05/05, quando foi liiberado, a #ColeçãoArton, o financiamento coletivo que pretende expandir os livros Atlas de Arton Ameaças de Arton chegou a sua meta mínimo em menos de 1 hora e bateu cerca de 84% até 24 horas após o lançamento. Um acontecimento surpreendente para um projeto desse.

O que é esse Financiamento?

Coleção Arton é o nome dado para o financiamento dos livros Atlas de Arton que apresenta uma descrição do cénario de Tormenta, incluindo histórias e lendas e o Ameaças de Arton que traz mais de 300 monstros para os mestres usarem e os jogadores enfrentarem, com novas mecânicas e regras.

Para mais informações sobre o projeto, você pode ler a nossa postagem sobre a #ColeçãoArton e você também pode ir na própria Página do Catarse

A Live de Lançamento

Após a liberação do apoio, a equipe da Jambô Editora fez uma live de lançamento que durou cerca de 9h com autores, a equipe e outros colaboradores, como o caster de League of Legends Tacio Schaeppi e a podcaster e influenciadora Katiucha Barcelos.

A meta mínima para que os livros saíssem e fossem feitos era R$ 350.000. Essa meta foi rapidamente batida, em 50 minutos depois que foi liberado os apoios no Catarse.

Durante a live, além de comemorar quando cada Meta Estendida era batida, os autores e ilustradores também falaram um pouco sobre o processo de desenvolvimentos dos livros e tiraram duvidas da comunidade, como a confirmação de que haverá a presença de Gnolls como raça jogável, o robô gigante do vilão Mestre Arsenal, Kishinauros e o Lorde da Tormenta, Gatzvalith, como ameaça.

As Metas Estendidas

Além da Meta Principal, após o valor total há Metas Estendidas que adicionariam mais coisas nos livros. Enquanto essa postagem é feita, cerca de 85% das metas estendidas foram batida.

As Metas Estendidas

Todas essa metas adicionam alguma coisa nos livros de maneira intercalada, uma meta adicionava algo no Atlas e outro no Ameaças. Abaixo vou explicar um pouco sobre cada uma e o que acreditamos que pode vir.

Exércitos & Mercenários – Essa meta trouxe um novo capítulo detalhando os exércitos dos diferentes reinos e companhias de mercenários. Com foco, especialmente, nos reinos de Aslothia, que é um reino de mortos-vivos, Wynlla que é um reino de constructos e magia e em Namalkah que é um reino de cavalos e jóqueis. Com tanta diversidade entre os reinos Artonianos, dificilmente algum reino será parecido com o outro em questão de exército. Quanto as companhias mercenárias, basicamente podemos esperar trupes de piratas, um destaque para a Tropa Áurea, citada pelo Guilherme Dei Svaldi e que não temos muitas informações sobre ainda.

Perigo – Em Tormenta20, temos a mecânica de Perigos Complexos além de armadilhas, fenômenos climáticos e coisas do tipo. Essa meta trouxe mais desse tipo de mecânica para se utilizar nas mesas de Tormenta20.

Igrejas & Ordens – Esse capítulo vai trazer mais foco nas Igrejas dos deuses e Ordens de Cavalaria. O meu maior animo com essa meta é a descrição das Igrejas de Arton, é muito curioso e muito bom para o roleplay entender qual papel cada Igreja de cada deus faz no mundo.

Montarias – Já era incluído, de acordo com os autores, montarias novas para os jogadores entre os capítulos do Ameaças, mas com esta meta batida haverá um capítulo apenas para novas montarias. Com destaque especial para a Capivara montaria!

Quando a meta de Novas Montarias foi batida, ver a Capivara foi um alento ao meu coração.

Guildas & Irmandades – No livro para D&D 3.5, Valkaria – A Cidade Sob A Deusa, havia descrições sobre Irmandades criminosas como máfias na cidade de Valkaria. Com essa meta estendida, não apenas a descrição de organizações desse tipo para toda Arton é esperada, mas também as mecânicas sobre desenvolvimento e criação de guildas, principalmente existindo a mecânica de Domínios em A Lenda de Ghanor RPG.

Bazar Monstruoso – O Bazar Monstruoso é uma adição muito boa para os jogadores, usando uma mecânica que teve uma prévia no Tormenta20 Jogo do Ano, se trata de itens feitos de parte de monstros e outras regras voltadas a jogadores baseadas em monstros.

Dia a Dia em Arton e Viagens & Estradas – Este capítulo, de acordo com os autores, visa expandir a visão de como vive o homem comum artoniano, o que ele faz no dia a dia, como é o seu convívio em comunidade, sua visão de mundo. Junto com essa meta, teremos mais informações sobre as estradas de Arton, questões de valores de pedágio, de hospedaria, encontros no meio da estrada e etc… Algo que não foi confirmado mas é esperado, é mais informações sobre o Itinerário de Vectora, a cidade sobre as nuvens que viaja entre as cidades de Arton.

Chefe Final – Este capítulo vai trazer uma nova mecânica para combate de ameaças, que são regras para transformar uma ameaça em um Chefe Final, uma ameaça maior e o principal inimigo em uma campanha.

Dinheiro & Comercio e Arte & Cultura – Essa meta trouxe mais informações sobre moedas, comércio e cultura dos povos artonianos. Informações sobre festivais, música e como cada região se expressa culturalmente.

Lei & Ordem e Aventuras – Arton é um mundo de problemas e muitas vezes os aventureiros trazem esses problemas. Esse capítulo vai expandir mais como funciona a lei no Reinado, como lista de crimes (meio que um código penal, possivelmente) e mais detalhes sobre a “profissão de aventureiro” e como ela lida com essas questões legais.

O que ainda falta?

Na data dessa postagem, duas metas ainda faltam ser batidas, que são as seguintes;

Igreja de Kallyadranoch – Essa meta traz o capítulo de ameaças vindas da Igreja do Deus dos Dragões. Como acólitos do Terceiro até o próprio Avatar de Kally. Além de regras para personagens meio-dragões, possivelmente baseadas no que veio em uma das edições da Dragão Brasil sobre os Kallyanarchs.

Origens Regionais – Esse apêndice é muito esperado por mim, porque traz a mecânica de Origens baseadas em regiões de Arton. Que concede novas habilidades e mecânicas para personagens que vieram de uma região especifica de Arton, possivelmente inspirada nos Poderes Regionais que tínhamos em Tormenta RPG.

EDIT: Na tarde do dia 06/05/2023, todas as metas estendidas, inclusive essas duas últimas, foram batidas.

Conclusão

O financiamento da Coleção Arton foi um baita sucesso, muito em parte da comunidade ao redor que engajou e fez isso ser possível. Faltam apenas duas metas, mas a simples existência desse conteúdo, com tudo que tem direito, mostra a potência da comunidade e do cenário dentro do RPG nacional.

Arton é nossa, como deve ser.


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Texto: Gustavo “AutoPeel” Estrela

Revisão e Montagem da Capa: Isabel Comarella

Metas Batidas de For the Evil Quest

For the Evil Quest, alcançou números surpreendentes. Teve 100% de financiamento em 2 horas. E além disso, antes do dia acabar também já tinha todas suas metas extras igualmente atingidas!

Você ainda pode apoiar este projeto até o dia 16/06 pelo For the Evil Quest! (catarse.me). Você pode saber mais acessando For the Evil Quest – Financiamento Coletivo!


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For the Evil Quest – Metas Batidas

Dia 05/05 inicia o Financiamento da #ColeçãoArton

No dia 05/05 de 2023 se inicia o financiamento da #ColeçãoArton, um financiamento coletivo que visa expandir ainda mais o universo de Tormenta e trazer mais coisas nos livros Atlas de ArtonAmeaças de Arton.

“SÓ MAIS UM DIA, SÓ MAIS UM DIA!” – Basicamente todo o fandom de Tormenta antes do lançamento

Sobre o Financiamento

Coleção Arton é o nome dado para o financiamento dos livros Atlas de Arton que apresenta uma descrição do cénario de Tormenta, incluindo histórias e lendas e o Ameaças de Arton que traz mais de 300 monstros para os mestres usarem e os jogadores enfrentarem, com novas mecânicas e regras.

“O conteúdo básico dos livros já está pronto, mas com a ajuda dos apoiadores podemos expandi-lo, trazendo mais informações sobre o mundo, criaturas, opções para personagens e ilustrações” – afirma o Diretor Geral da Jambô, Guilherme Dei Svaldi.

Em conversa com o Diretor Geral, Guilherme Dei Svaldi e com a Editora-Chefe, Karen Soarele, foi confirmado que o livro será disponibilizado durante a campanha para os apoiadores puderem dar seu feedback e seu retorno sobre como o livro ficou e das metas estendidas enquanto forem feitas.

Os níveis de apoio – Coleção Arton

Cada apoio de financiamento traz os livros com preço abaixo do que será cobrado após o fim da campanha, além disso, a campanha também vai ter os livros de Tormenta20 em todos os seus formatos na versão Jogo do Ano.

Os níveis de apoio da Coleção Arton em sí se acumulam, então pegando um nível mais alto, você recebe tudo dos níveis anteriores, e vem da seguinte maneira;

Digital (Para R$ 89 ou mais): O apoiador recebe os livros digitais dos dois lançamentos e o poster-mapa em formato digital em alta resolução, além de ter o nome no Atlas.

Física (Para R$ 289 ou mais): O apoiador recebe as recompensas digitais e a versão física, ou seja; os dois livros em capa-dura (Ameaças e Atlas de Arton), Poster-mapa em papel couché com 1m de tamanho, conjunto de marca-páginas com regras opcionais e, para quem apoiar no primeiro fim de semana, receberá uma cartela de adesivos do personagem Tarso com ilustrações da Erica Awano.

Luxo (Para R$ 550 ou mais): Quem apoiar neste nível recebe as recompensas físicas e digitais dos níveis anteriores, os livros físicos vão vir em uma caixa rígida, uma coleção de encartes com informações adicionais de cidades do Atlas, um pôster-mapa em tecido de Arton, uma algibeira de aventureiro feito a mão com um conjunto de tibares adicionais (3 tibares de prata, 1 de ouro e 1 de cobre), que são feitos de um metal e pintados com pintura automotiva para simular os metais preciosos, um conjunto de dados “Área de Tormenta” e, para os apoiadores da primeira semana, além da cartela de adesivos receberá uma estatueta do Tarso de metal exclusiva.

Épica (Para R$ 1.150 ou mais): Apoiadores deste, que é o maior nível de apoio, além de todas as recompensas dos níveis anteriores, vão receber mais itens exclusivos; Uma estatueta de Valkaria de metal, exclusiva deste financiamento e que não será mais refeita, um pôster autografado pelos autores de Tormenta (Marcelo Cassaro, Leonel Caldela, J. M. Trevisan, Thiago Rosa, Karen Soarele, Guilherme e Rafael Dei Svaldi)

Tormenta20 e Tormentinha

Os níveis de apoio – Tormenta20

Estes níveis de apoio não se acumulam entre sí, mas para completar a sua coleção Arton será oferecido os livros de Tormenta20 Jogo do Ano em todas as suas versões, com desconto. Nenhuma das versões abaixo contêm a Coleção Arton

Digital (Para R$ 49 ou mais): O apoiador recebe o livro básico Tormenta20 Jogo do Ano na versão digital (PDF)

Econômica (Para R$ 69 ou mais): O apoiador recebe o livro básico de Tormenta20 Jogo do Ano impresso em versão econômica (Formato 15×21 cm, miolo preto e branco e capa brochura), apelidado carinhosamente de “Tormentinha” ou “Economicon”

Capa Dura (Para R$ 159 ou mais): O apoiador recebe o livro básico Tormenta20 Jogo do Ano na versão capa dura (formato 20,5×27,5 cm, miolo colorido e capa dura com sobrecapa) e a versão digital do livro.

Luxo (Para R$ 339 ou mais): O apoiador recebe a versão de luxo, contendo o livro básico em uma caixa rígida e mais extras; O livro em versão digital, o livro de aventuras Jornada Heroica: Coração de Rubi (brochura) e o Escudo do Mestre, ambos na versão Jogo do Ano, 4 mapas de batalha inéditos e um adesivo Tormenta.

A finalização da Trindade

“Estamos animados em expandir o universo de Tormenta e oferecer novas possibilidades para a indústria nacional.” – Karen Soarele, Editora-Chefe da Jambô.

Tormenta20 é o maior cénario e jogo de RPG nacional e o lançamento da Coleção Arton é a finalização de uma trindade de livros que traz conteúdo não apenas sobre o cénario, mas de jogo para as mesas.

Teremos mais informações sobre Aslothia e os Hynnes refugiados de Hongari, sobre os demais reinos, mais informações sobre ameaças, e muito mais! Um conteúdo muito incrível para quem gosta de Tormenta20 e do universo de Arton.

A festa é nossa, e se você tiver interesse em apoiar, o financiamento coletivo vai acontecer no Catarse, em https://www.catarse.me/arton


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Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PadrimPicPayPIX ou também no Catarse!

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Além disso, o MRPG tem uma revista! Conheça e apoie pelo link: Revista Aetherica.

Se liga na Área de Tormenta, o espaço especial dedicado apenas à Tormenta20 e o que remete a ele! E acompanhe também as outras sessões, por favor!

Texto: Gustavo “AutoPeel” Estrela

Arte da Capa: Arte fornecida pela Jambô e editada por Juaum Artwork

Magias Sustentadas Fora de Combate (T20) – Regra da Casa #02

Em RPG, muita coisa você precisa abstrair da regra e interpretar para como encaixar isto no sistema. Uma das situações que tive em minhas mesas é quanto a magias sustentadas fora de combate. No post de hoje da Regra da Casa, vou passar quais as soluções que encontrei para as magias de duração sustentada.Em RPG, muita coisa você precisa abstrair da regra e interpretar para como encaixar isto no sistema. Uma das situações que tive em minhas mesas é quanto a magias sustentadas fora de combate. No post de hoje da Regra da Casa, vou passar quais as soluções que encontrei para as magias de duração sustentada.MEm RPG, muita coisa você precisa abstrair da regra e interpretar para como encaixar isto no sistema. Uma das situações que tive em minhas mesas é quanto a magias sustentadas fora de combate. No post de hoje da Regra da Casa, vou passar quais as soluções que encontrei para as magias de duração sustentada.

O que são magias sustentadas?

Uma magia que tenha a duração sustentada, conforme o texto da página 227 do Tormenta20 Jogo do Ano, são habilidades que após lançadas e gastadas seu valor padrão de mana, o conjurador precisa gastar 1 PM por turno como uma ação livre para manter o efeito.

Não apenas magias como também algumas habilidades, como a Aura Sagrada do Paladino contam como uma habilidades sustentadas. Cada personagem pode ter várias habilidades sustentadas e pagar o PM por cada uma, mas especificamente para magias pode ter apenas uma ativa.

E como elas funcionam fora de combate?

Bem, basicamente; Não funcionam.

Efeitos e habilidades sustentadas não tem um efeito definido quando lançado fora de combate, aonde tem a contabilização por turnos. Fazendo a usa utilização para outros usos criativos estranha, já que não tem uma maneira correta de aplicar o custo sustentado desses efeitos em situações de roleplay ou fora de combate.

Uma das magias mais populares com este efeito, e a que me fez começar a escrever sobre isto, é a magia Oração.

Oração

Oração é uma magia de 2º Círculo, que custa 3 PM e que concede +2 em testes de perícia e rolagens de dano para aliados e -2 em testes de perícia e rolagens de dano para os inimigos em alcance curto. Que se acumula com outras magias e que precisa de T$ 25 por PM gasto para lançar a magia e depois de lançada o conjurador precisa gastar 1 PM por turno para manter.

Em uma das mesas que mestro, um dos jogadores em cenas de investigação ou até mesmo de roleplay, perguntou quanto PM precisava gastar com oração, já que como grupo concordamos que conceder +2 fixo para todos os testes de perícia em uma cena seria muito poderoso e a própria magia tem um aprimoramento que tira a duração de sustentada para cena, mas era muito além do que ele podia lançar na época.

A solução que chegamos, então, era que a cada 5 testes na cena, de qualquer jogar, ele precisava gastar +1 PM para manter o efeito. Essa solução deu certo e seguimos com essa maneira.

Outra solução sugerida em grupos do sistema, seria definir um gasto maior para manter o efeito por um período determinado. Como 10 PM por cerca de 2 horas em jogo, um pouco mais se a cena se estender por dias e etc… Foram soluções interessantes, mas a maneira dos testes foi a melhor maneira que encontramos para aquele caso especifico.

Sustentar efeitos pode parecer mais difícil do que parece

Outras magias

Depois deste caso com Oração, uma discussão que se deu na mesa seria como funcionaria isto com outras magias. Como nem toda magia de duração sustentada é igual, fiquei pensando em como funcionaria o gasto de PM por tempo para outras magias e cheguei em algumas conclusões.

Uma primeira regra da casa envolvendo as questões abaixo é que você precisa tomar uma decisão se efeitos sustentados iniciados em uma cena fora de combate se mantêm ao entrar em uma cena de combate. Uma decisão particular minha é que eu permito que magias com tempo de cena ou conjuradas foram de combate se mantenham, mas dependendo da sua campanha, você pode querer tratar cada cena separada e dissipar todos os efeitos de habilidades e magias no inicio de uma nova cena, isso varia de grupo para grupo, então decida o melhor caminho para sua mesa.

Abaixo, vou compartilhar quais são elas e, vale lembrar, se aplicações pessoais minhas para as minhas mesas, caso um dos seus jogadores queira fazer de uma maneira diferente e você ache interessante, faça. Magias sustentadas fora de combate não são algo definido por regra, e nesses momentos a abstração do mestre entra em ação e você pode tratar como quiser.

Conjurar Monstro – O único limite para seu uso é a sua criatividade.

Círculo

Conjurar Monstro: Essa já inicia bem porque é uma magia muito versátil. Você podendo criar desde uma pequena criatura até um Monstro colossal. Neste caso, da maneira que eu acho melhor, é que o gasto de PM seja feito a cada ordem que o conjurador der para ele, e isso vale para ordens fora das já definidas pela magia como AtacarMover e Lançar Magia. Como existem outras habilidades como Tropas Duyshidakk e Servos do Dragão que são mais fracas e não são sustentadas, imaginar um gasto de PM por ordem dada ao constructo de magia me parece razoável para que essa magia seja versátil para efeitos fora de combate.

“Por quanto tempo eu tenho que manter a tempestade mesmo?” – Clérigo mantendo a Tempestade Divina pela cena de duas horas

2º Círculo

Conjurar Mortos-vivos e Enxame de Pestes: Equivalente ao Conjurar Monstro, mas com mais criaturas ao redor. Assim ao invés de ser 1 PM para comandar uma criatura, seria 1 PM para dar um comando para todos os mortos-vivos ou para o Enxame conjurado.

Rogar Maldição: Como essa magia fora de combate a melhor maneira seria com o aprimoramento para mudar a duração para permanente. A melhor abstração seria o jogador rogando palavras de maldição sobre um alvo e mantendo o efeito sempre que os efeitos da sua maldição afligem o alvo, ou seja, quando ele tentar reagir sob o efeito da maldição. Mas para fins de facilitar a jogabilidade, talvez definir um gasto de PM baseado na duração da cena seja melhor. Finalizando a maldição ao fim da cena.

Silêncio: Como essa magia fora de combate pode variar de usos, como impedir que outras pessoas ouçam o que acontece em uma conversa, normalmente esses cenários vão ser com o aprimoramento que já muda a duração para cena, mas caso tenha alguma situação que todos precisam ficar em silêncio, +2 ou +3 PM para manter o efeito durante uma cena curta parece interessante.

Tempestade Divina: Uma magia curiosa de se imaginar os efeitos fora de combate, talvez 1 PM a cada 30min de duração ou 1 hora, dependendo do contexto, seja interessante. Tudo depende de quanto tempo o conjurador pretende manter o efeito ativo. É como se o conjurador lançasse a tempestade e se concentrasse para manter ela.

Velocidade: Velocidade é um caso curioso, porque a aplicação dela fora de combate pode ser bastante versátil, mas eu raramente vejo o caso de jogadores usando ou pensando em usar fora de combate. Você pode tratar como o jogador se movendo mais rápido em perseguições ou coisas parecidas, para alcançar algo mais rápido. Para deixar mais prático, sempre que o jogador fizer uma ação que exija algo mais ligeiro, ou atravessar um ponto em menos tempo, cobre o PM.

Quantos PM o Lion-O gastava sempre que ativava a Espada Justiceira?

3 Círculo

Enxame Rubro: O Enxame Rubro pode funcionar como as outras magias que criam criaturas controladas pelo jogador, cobrando 1 PM sempre que receber um comando.

Ferver Sangue: Essa magia pode ter seu custo baseado no tempo que for mantida. Defina um tempo que a cena durou até o alvo resistir ou até o efeito persistir e cobre PM em cima deste tempo. Como 10 PM por uma cena de até 1 hora ou até 15 PM por uma cena acima de 1 hora. A interpretação é conjurador fazer o sangue do alvo cada vez mais borbulhar mais e ficar mais quente. Algo que é importante; Impeça o uso dessa magia fora de combate caso seja usada em um contexto de tortura e qualquer um de seus jogadores não se sentirem confortáveis com isto.

Globo de Invulnerabilidade: Essa você pode considerar de duas maneiras; Ser por tempo, como Ferver Sangue ou Tempestade Divina, ou sempre que uma magia for bloqueada pelo Globo. Em casos como em uma cena que os jogadores estão investigando algo enquanto atacados por um grupo de conjuradores e o personagem que lançou a magia precisa resistir as demais magias vindo de fora.

Ilusão Lacerante: Da mesma maneira de Ferver Sangue, defina um tempo pelo qual a magia durou ou foi mantida ou até que as criaturas fiquem fora de combate pelo dano da magia, e cobre os PM condizentes. E mais uma vez, impeça o uso se for usada para um contexto de tortura e qualquer jogador seu não se sentir bem com isso.

Lendas e Histórias: Pergunte ao jogador quanto tempo ele pretende manter a magia sob um alvo e cobre 1 PM para cada informação que passar ao jogar. Simples, não?

Manto de Sombras: Cobre PM pelo tempo que a criatura ficar debaixo do Manto de Sombras, normalmente jogadores vão fazer isso em cenas de investigação, nesses casos então considere os PM do jogador como um “timer” para investigar um local.

Potência Divina e Transformação de Guerra: Não vejo uso para essas magias fora de combate, mas considere como Velocidade, sempre que o alvo tiver que fazer um teste baseado/que exija Força, for alvo de algum efeito que seja comparado a sua Defesa, perca uma quantidade de PV ou receba dano na RD do efeito, cobre 1 PM.

Telecinesia: Sempre que um jogador tiver que mover algo ou “fazer força” para manter algo no ar ou arremessar algo, cobre 1 PM.

Vidência: Essa você pode abordar de maneiras diferentes, podendo tratar como um Lendas e Histórias a distância. Concedendo mais informações do que o alvo fez baseado em qual bem o alvo foi no teste de Vontade, quanto maior a diferença entre a CD da magia e o teste de Vontade, conceda mais informações ao jogador e cobre PM pelo tempo que a magia esteve ativa. As vezes o jogador apenas quer ter aquela cena de ver o que um alvo de sua raiva está fazendo e reclamar com o vazio. Esse tipo de cena merece ser permitida.

As vezes os jogadores só querem usar Controlar a Gravidade para fazer uma cena legal, acontece.

4 Círculo

Campo Antimagia: Como outros exemplos acima, você pode definir um gasto de PM a mais por tempo que o Campo ficar ativo, ou definir por quantos efeitos mágicos foram suprimidos pelo campo. Fica mais a critério de contexto do uso desta magia fora de combate.

Conjurar Elemental: Como as outras magias que criam criaturas, mas o caso dessa magia é curiosa; Ela cria um parceiro, não uma criatura a parte do seu. Portanto uma boa maneira é cobrar 1 PM sempre que a habilidade do Elemental for utilizada pelo jogador. Por exemplo um jogador que invoque um elemental vigilante gasta 1 PM sempre que fizer um teste de percepção ou for alvo de um efeito que o deixaria desprevenido.

Controlar a Gravidade: Essa magia você pode definir tanto um gasto fixo por tempo quanto por alteração no controle da gravidade, depende do contexto de uso da magia.

Cúpula de Repulsão: Novamente, você pode definir tanto um tempo especifico para cobrar PM, ou definir um gasto para cada criatura que tentou atravessar a cúpula, esse segundo uso pode inflacionar um pouco o valor em alguns contexto, converse com o jogador sobre o uso da magia e defina o gasto mais justo para aquilo fora de combate. Uma cúpula que queira apenas impedir animais de passar por algo por um período especifico gastaria menos PM do que uma cúpula que tenta impedir hobgoblins assassinos de chegar em um local, por exemplo.

Forma Etérea: Dependendo do uso e do contexto, defina um custo em PM adicional baseado em quanto tempo o jogador ficou nesta forma ou por número de ações, como quantas vezes fez ações como ficar visível/invisível e fazendo outras coisas mais extraordinárias como passar paredes, etc…

Manto do Cruzado: Uma maneira interessante é definir +1 PM para cada 2d8 PV de cura/pontos de dano de trevas adicionais o jogador quer causar fora de combate. Como se o manto trouxesse alento para as demais criaturas durante um tempo, ou ferisse e trouxesse podridão as criaturas próximas também.

Mão Poderosa de Talude: Sempre que a mão receber um comando, cobre 1 PM ou pelo tempo que achar justo.

Marionete: Sempre que o jogador estiver comandando um alvo, dê a ele direito a um teste de resistência e cobre 1 PM do jogador. Como Ferver Sangue e Ilusão Lacerante, impeça essa magia em cenários de tortura e caso um de seus jogadores não se sintam bem.

Relâmpago Flamejante Enquanto a magia estiver ativa, cobre 1 PM sempre que o jogador executar uma das ações permitidas pela magia.

“Porque você vai manter Réquiem ativo em alcance longo?” – O Mestre depois que o jogador termina o Ritual para lançar Réquiem em uma vila.

5ºCírculo

Engenho de Mana: Como Globo de Invulnerabilidade, você pode considerar 1 PM por tempo, por magia dissipada ou por teste de Misticismo. Depende do contexto e do uso desta magia fora de combate.

Fúria do Panteão: A magia pode custar a magia dependendo de tempo e comando que o jogador deu a magia. A interpretação disso fora de combate é parecida com Tempestade Divina.

Legião: Defina o custo de sustentação enquanto houverem criaturas dominadas pelo jogador e pelo tempo que esse domínio durou. É muito triste, mas caso um jogador utilize essa magia para torturar ou escravizar um pequeno grupo e um dos jogadores se sentir mal com isto, impeça.

Projetar Consciência: Como Forma Etérea, cobre pelo tempo que a magia durar.

Réquiem: Como os alvos dessa magia podem variar, definir o gasto por tempo que ela dura é a melhor saída.

 

Dito isso

Quando se joga RPG, é interessante entender que nem tudo vai estar debaixo das regras e que arbitrar coisa faz parte do jogo. Eu não gosto de negar coisas que os jogadores investiram só porque a mecânica diz algo. Em alguns casos é inevitável, mas praticamente tudo se resolve com acordo e conversa.

Se você, como eu, foi pego de surpresa por um jogador seu querendo usar uma magia sustentada fora de combate, espero que este artigo tenha te dado ideias de como chegar em um bom consenso, e que você se divirta jogando!


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Texto: Gustavo “AutoPeel” Estrela

Revisão: Edu Filhote

Arte da Capa: Juaum Artwork

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