Neste Quimera de Aventuras, vamos falar de Scott Pilgrim Takes Off, traduzido no Brasil como Scott Pilgrim: A Série. Uma série lançada na Netflix em 17 de Novembro de 2023, baseada no quadrinho Scott Pilgrim.
ALERTA DE SPOILER
A seguir, neste Quimera, eu resolvi deixar o alerta de spoiler no inicio do texto. Scott Pilgrim: A Série é maravilhoso, mas ele fica 200% melhor se você for ver sem nenhum conhecimento do que está acontecendo. Então, caso você não ligue para spoilers ou já tenha visto a série, pode seguir.
Se você ainda não viu, vá e veja pelo menos o primeiro episodio.
Sinopse
Scott Pilgrim: A Série é uma série animada da Netflix baseada nos quadrinhos de Bryan Lee O’Malley e no filme Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010), que acompanha a jornada do jovem Scott Pilgrim para derrotar os ex-namorados da garota que gosta para conquistar seu coração.
Como é a série?
O filme, Scott Pilgrim Vs. The World de 2010 já é uma obra prima do cinema, na minha opinião. Mas a série é o sonho de quase todo fã de Scott Pilgrim; Um anime da obra.
Tratando de questões como relacionamentos na vida do jovem adulto e o amadurecimento (ou a falta dele), a série do Scott Pilgrim olhando para trás e questiona a moralidade de boa parte dos personagens ou aprofunda a historia de alguns personagens que eram poucos explorados. Reinterpretando diversos tropos usados nos quadrinhos e no filme.
Nossa Opinião Pessoal (Contêm spoilers)
A série já te pega no primeiro episódio, quando o Scott morre.
Seguindo quase 1:1 com o quadrinho e com o filme, quando no momento em que deveria se iniciar as batalhas do protagonista contra a Liga dos Ex-Namorados do Mal, o Scott é dado como morto, um efeito borboleta de acontecimentos. Com os amigos lidando (Mais ou menos) com a morte de Scott e Ramona indo atrás da pessoa com a qual teve faíscas durante o beijo.
Isso permite uma melhor exploração dos Ex-Namorados, que antes eram simples obstáculos na frente de Scott, agora são explorados com uma lente mais profunda e até melhoram suas contrapartes do quadrinho e do filme.
Scott Pilgrim: A Série é uma visão mais madura da historia que já conhecemos, mas que consegue ser muito original por isto. É um presente para quem é fã da série e algo muito bom para quem ainda não conhece direito.
Quimera de Aventuras
Nessa seção, vamos dar ideias para mesas usando Scott Pilgrim: A Série como inspiração!
Cenários e Sistemas
Qualquer sistema que tenha uma pitada de luta, mas seja mais focado questões sociais, como Lições, 3DeT Victory, 3D&T Alpha, Fate. Scott Pilgrim é tanto uma historia de pancadaria quanto uma historia sobre crescimento, então qualquer sistema que tenha essas duas partes, abraça a ideia.
Gancho de Aventura
Há dois ganchos de aventuras em uma aventura baseada em Scott Pilgrim Takes Off;
Um dos personagens da sua mesa some, os demais precisam encontrá-lo enquanto acham pistas sobre o passado de cada personagem ligado ao desaparecido.
Os personagens de uma antiga campanha dos seus personagens encontram com as suas versões do passado, que começam a questioná-los sobre suas ações e decisões, e devem confrontar o porque tomaram as decisões que tomaram.
Conclusão
Scott Pilgrim Takes Off foi uma plena surpresa para quem é fã dos personagens, dando um frescor de novidade e de profundidade a personagens poucos explorados na historia original. Dá a impressão que a história amadureceu e cresceu junto conosco, e isso é sempre bom.
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No quarto Guia de Monstros em The Wicher vamos conhecer os Amaldiçoados , as maldições são uma forma estranha de magia, algumas maldições podem ser quebradas, outras aparentemente não. E então há as criaturas que são amaldiçoadas por aversão de suas próprias ações.
Onde há um amaldiçoado, há uma história. Uma história amarga e frequentemente desnecessária. Eu já curei lobisomens, coloquei fetulhos para descansar e arranquei arquesporas pelo Continente todo; e cada caçada se inicia com alguém contando uma história triste e acaba comigo desvendando a realidade amarga. Se você quer ver o pior da humanidade, busque pelos amaldiçoados.
– Erland de Larvik
São três monstros na categoria Amaldiçoados:
Arquespora
Fetulho
Vendigo
Vamos conhecer cada um deles:
Arquespora
A Arquespora é um criatura fácil de derrotar mas perigosamente complexa de se enfrentar, ele é feral e não possui sentidos especiais. no senso comum as pessoas acreditam que se o sangue de alguém extremamente malévolo tocar as pétalas de uma flor, há a possibilidade de transformar essa flor em uma Arquespora. Essas criaturas monstruosas são gigantes, expelem ácido, escavam a terra e se alimentam de humanos. No entanto o conhecimento verdadeiro nos fala que ao desbravar o Continente, é recomendável manter-se informado sobre as histórias de cada região percorrida. Esteja especialmente atento a relatos de assassinatos cruéis, pogroms sangrentos e outros atos repulsivos, pois áreas que foram palco de tais crueldades podem agora abrigar Arquesporas.
Todavia em combate, uma Arquespora se revela como uma adversária versátil. A uma certa distância, ela pode lançar veneno ácido, sendo desaconselhável se aproximar devido às suas poderosas mandíbulas capazes de infligir mordidas perigosas. Além disso, as Arquesporas têm a capacidade de se enterrar, deixando para trás vagens que explodem em uma nuvem de espinhos e veneno.
Fetulho
Você terá uma dificuldade mediana em derrotar um Fetulho, porem será complexo enfrenta-lo. Ele é um criatura feral e possui o sentido Visão Noturna. Quando um bebê nasce sem o carinho de uma mãe, é abandonado ou submetido a circunstâncias semelhantes, ele se transforma em um Fetulho. Essas criaturinhas distorcidas nutrem ódio por tudo e se alimentam do sangue de grávidas e bebês.. É fácil entender por que não sou fã delas. Mesmo se você encontrar coragem para enfrentar essa criatura, ela é surpreendentemente ágil e mais forte do que seria razoável.
Mas o conhecim,ento de um Bruxo nos dirá que os Fetulhos, são criaturas aterrorizantes oriundas de sepultamentos sem cerimônia ou do abandono de bebês. Muitas crianças pequenas foram deixadas à própria sorte ou perderam a vida, sendo os Fetulhos considerados os menos violentos dentre as criaturas amaldiçoadas. Apesar de sua predileção por se alimentar do sangue de mulheres grávidas e outras crianças, eles não se enfurecem facilmente e raramente atacam transeuntes sem provocação.
Ao confrontar um Fetulho em combate, é crucial agir com cautela, pois ele se transforma em uma criatura consideravelmente maior e mais perigosa ao se sentir ameaçado, assemelhando-se a um Carniçal-atroz. Nessa forma, o corpo do Fetulho é capaz de lançar espinhos afiados que causam danos a armas e indivíduos. Com garras afiadas e uma mordida vampírica, torna-se um adversário formidável em distâncias curtas. Surpreendentemente, em confrontos, o Fetulho raramente busca beber o sangue do oponente, preferindo despedaçá-lo.
Vendigo
o Vendigo é uma criatura difícil de se derrotar e perigosa de se enfrentar, sendo ele sapiente e tendo os sentidos Visão Noturna e Rastrear Através do Cheiro. As pessoas possuem diversas superstições relacionadas a viajar pelas montanhas Kestrel, bem como pelas do Dragão e as Azuis, entre outras. Pois existem historias de um tipo de espectro de mata as pessoas cm seu bafo gelado. Mas os Bruxos sabem que os Vendigos são caçadores das montanhas mais elevadas do Continente, e seria extremamente desafortunado deparar-se com um deles. Uma fileira de chifres de alce coroa suas cabeças, enquanto seus corpos são esguios e altos, com traços pálidos e esfarrapados, a pele contorcida assemelhando-se a um viajante nu e faminto, cujos lábios estão encharcados de sangue.
Além das garras contaminadas por doenças, um Vendigo tem a habilidade de conjurar magias poderosas, incluindo uma terrível maldição. Essa maldição conduz as vítimas ao canibalismo após três dias. Se submetidas, o Vendigo ganha controle sobre elas. Para enfrentar as ameaças de um Vendigo nas montanhas, é crucial manter-se vigilante. Essas criaturas temem o fogo, portanto, é aconselhável carregar consigo uma tocha. Se a chama se apagar, um Vendigo pode estar próximo. Como eles geralmente evitam fogueiras, certifique-se de manter a sua acesa durante toda a noite ao acampar. Caso alguém em seu grupo manifeste um estranho desejo por carne, saia imediatamente das montanhas e conduza a pessoa a um sacerdote.
Sugestão de Aventura
Cenário
O Continente, uma terra repleta de mistérios e perigos, onde bruxos e criaturas mágicas coexistem em um equilíbrio frágil. A história se desenrola em uma vila remota, envolta em sombras e segredos, onde o sangue inocente foi derramado e uma criatura nefasta ameaça a paz.
Enredo
O grupo é confrontado com a brutal morte de Izolda, uma jovem mãe. Ao lado de Nylah, uma misteriosa mulher de Ofier, eles se propõem a caçar o Fetulho responsável pela tragédia. O rastro do monstro os leva a enfrentar desafios sombrios e desvendar segredos ocultos.
Missão Principal
Descubra a verdade por trás do nascimento do Fetulho, enfrente a criatura e ajude Nylah a encontrar a paz enquanto embarcam em uma jornada de caça repleta de mistérios.
Desafios
Investigação Sombria: Explore a vila em busca de pistas sobre o Fetulho e seu possível progenitor.
Ritual de Transformação: Nylah precisa realizar um ritual para transformar o Fetulho em um Protetor. Enfrente desafios mágicos e proteja-a durante o processo.
Caçada Noturna: Aguarde o crepúsculo e enfrente o Fetulho em uma batalha emocionante. Mantenha Nylah a salvo e lute contra o monstro que se torna mais perigoso com o derramamento de sangue.
Recompensas
Liberdade para a Alma de Izolda: Ao derrotar o Fetulho, a alma de Izolda encontra a paz.
Conhecimento Arcano: Descubra segredos ocultos sobre a origem do Fetulho e ganhe conhecimentos mágicos valiosos.
Respeito de Nylah: Ganhe a confiança de Nylah, que pode se tornar uma aliada valiosa em futuras aventuras.
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Olá aventureiros, Victor aqui outra vez, vamos segundo com Changeling – O Sonhar vamos seguindo que os Portões de Arcádia vão fechar em breve.
A Fragmentação
Ela chegou, os fios que conectavam o Sonhar ao mundo mortal ficaram tão tênues que começaram a se romper, pouco a pouco, um a um, mas o rompimento definitivo ficou conhecido pelas fadas com a Fragmentação, pois não só quebrou os laços entre Arcádia e o reino humano como também despedaçou o sonho de os laços serem atados novamente.
O termo “Fragmentação” tem como propósito remeter a ideia acontecimento repentino e cataclismo, como um terremoto, uma erupção de vulcão ou uma bomba atômica estourando, selando todo o acesso ao Sonhar em todos os pontos que restavam.
A maior parte dos estudiosos aponta o surgimento da Peste Negra, em 1347, como catalizador da Fragmentação. Entra 1347 e 1351 75 milhões de pessoas foram mortos por toda a Europa sendo que nisso inclui um terço da Inglaterra, A doença vitimou essa gente. O medo, o desespero varreram o planeta nesse período e ecoou do lado das Brumas e nos reinos das fadas.
No século XIV, o mundo foi açoitado pelas dores do parto de uma nova era. Os profetas da razão, que resultaram na Renascença, e no embrião das teorias cientificas modernas, na tentativa de racionalizar os acontecimentos que não podiam ser controlados e desmistificar os mistérios, como as pandemias. (Não se refere ao Covid 19, ele surgiu muitos anos depois do lançamento do jogo.) O populacho se refugiou na religião, renegando antigas crenças no sobrenatural em troca do consolo recebido da Igreja, uma instituição que não dava nenhum espaço para a magia, a não ser a própria.
À medida que um portal atras do outro foram sendo destruído eles se fragmentavam-se em vários pedaços que desapareciam tendo seu primeiro contato com a mortalidade em estado bruto, os filhos do Sonhar notaram que a isso os destruiria. No período abraçado pela Fragmentação, as fadas tomaram uma de três decisões que determinariam o destino por toda a eternidade.
Uns voltaram para seus locais de poder, suas propriedades livres ou clareiras, e nesses locais realizaram grandes rituais de magia feérica para isolar o mundo das Brumas do mundo mortal. Mas com isso seres encantados como os Perdidos, ainda se mantêm nesses lugares esquecidos, imersos em sua própria realidade imutável.
A maior parte dos Sidhe, com mínimas exceções, fugiram para Arcádia pelos Portais que restavam, em alguns pontos batalhas violentas foram travadas nos limites dos portais pois os sidhe frenéticos lutavam pelo direito de entrar no sonhar antes que as passagens se fechassem por completo. Ledas contam que o Portal de Prata e a propriedade livre a ele associada, a Corte de Todos os Reis, foi o ultimo a ruir, e seu fechamento assinalou o marco fúnebre da Idade das Fadas.
Kith plebeus, muitos deles, como os Exus, Trolls, Pooka e Boggaans se viram presos no mundo mortal, abandonados por conta do pânico da nobreza que notoriamente se importavam mais com sua própria segurança que com o bem estar dos seus súditos feéricos. Eles tiveram que se adaptar a uma realidade cruel sem magia. Quando a Banalidade começou a varrer o mundo, afinal ela não era mais impedida pela magia das fadas que mantinham os antigos elos com o Sonhar, as fadas que não conseguiram ou não quiseram fugir para Arcádia se submeteram a uma transformação desesperada para mascarar sua verdadeira natureza com uma camada de Banalidade, o que acabou permitindo sobreviver num mundo que não acreditava mais em fadas. Assim, se tornaram os changelings e, nos séculos seguintes lutaram avidamente para manter vivos os fragmentos do Sonhar.
O Interregno
Após a Fragmentação, iniciou o período conhecido como Interregno testemunhou grandes mudanças na realidade humana e feérica. A humanidade redescobriu a antiga sabedoria de pensadores gregos e romanos e pouco a pouco foi dando as costas às superstições religiosas e voltando-se às experimentações cientificas e o racionalismo. Deu-se início a Idade das Explorações que acompanhou a Idade das Invenções funcionou como uma simbiose, uma se alimentando da outra. Novos mundos foram descobertos, novas ideias levaram a realizações seminais que tornaram a vida mais fácil, camponeses foram se tornando trabalhadores e monarcas se tornaram barões da indústria. A humanidade entrando numa era de progresso rápido, cada vez mais rápido e uma espécie de convulsão social.
Os changelings, gora encerrados na carene morta e só superficialmente conectados com suas identidades feéricas, passaram por mudanças ainda mais devastadoras, e não menos desafiadoras. A partida dos shidhe privou os plebeus das estruturas sociais das quais eles dependiam. Deram adeus as casas nobre, lordes e ladies, os cavaleiros feéricos e o sistema feudal que unia a sociedade das fadas. Abandonados à própria sorte, os changelings se uniram em pequenos grupos para proteção mútua ou tentaram se misturar com a sociedade humana, se escondendo da humanidade entre a própria humanidade, e vez ou outra dos seus próprios semelhantes, das suas próprias naturezas.
Com o surgimento das cidades que substituíram as fortalezas feudais levaram muitos changelings a cair na estrada. incapazes de se adaptar à urbanização atroz da vida humana, iam de vila em vila, juntando-se com circos itinerantes, saltimbancos e menestréis. Na companhia desses dessas figuras algumas vezes marginais ou desajustados sociais, os plebeus encontraram refúgio assim como formas de vazão dos impulsos criativos que tinham. No submundo dos artistas, changelings descobriram uma quase infinita fonte de Glamour, suficiente para preservar as frágeis conexões com os fragmentos do Sonhar que ainda restavam, apesar da determinação do mundo em extingui-los. Muitas das tradições que atualmente caracterizam a vida dos changelings remetem a esse período de tempo, onde andanças e redefinições e nomes de inúmeras Artes e muitos costumes pegaram emprestado termos teatrais e circenses.
No entanto, velhos hábitos não se extinguem tão fácil, assim muitos deles ainda sentem a necessidade de uma casa nobre para ditar as normas e manter uma certa estrutura para as suas vidas fragmentadas. Ascendendo de classe alguns kithain assumiram os títulos anteriores e reivindicaram os feudos abandonados, criando uma subcultura que tomou o lugar os shidhe fugidos.
O Acordo
Antes da Fragmentação, fadas Seelie e Unseelie viviam numa disputa constante e rivalidade sem fim. Mas apesar dos acordos entre as duas cortes que dividiam o ano em duas partes, Seelie e Unseelie dominavam por sua vez as metades do verão e o inverno respectivamente, mas os conflitos eram frequentes. A Fragmentação também mudou esse aspecto na vida dos changelings. Com a intensão de sobreviver fadas Seelie e Unseelie deixaram de lado as desavenças. Numa conciliação sem precedentes, conhecida como o Acordo, cortes em trégua e concordando em cessar as antipatias, sim, mas “por ora”, com o próprio livro explica, é uma trégua momentânea. Territórios governados pelos Seelie permitiam que changelings Unseelie andassem livremente dentro de suas fronteiras e propriedades livres dos Unseelie abriam-se para os visitantes Seelie.
A medida que as duas cortes começaram a se misturar, uma acabou adotando alguns costumes da outra, assim a sociedade changeling logo se tornou uma emaranhado de conceitos e comportamentos Seelie e Unseelie. A lei, a formalidade e a honra aprenderam a coexistir com a desordem, o caos e impulsividade, uma combinação um tanto dinâmica de opostos que se mantém até hoje em dia.
O Expediente dos Changelings
Para o meu canto fiz manta
Bordada com fantasias
De antigas mitologias
O Ressurgimento
– Willian Butler Yeates, “Uma manta”
Para sobreviverem num mundo saturado de Banalidade e separado do Sonhar, as fadas aprisionadas no reino dos mortais pela fragmentação arranjaram um meio de proteger seus espíritos frágeis. Esse processo, conhecido como o Expediente dos Changelings,
consistia em criar uma concha mortal que abrigasse o espírito feérico. Dá mesma maneira que os seres humanos usavam roupas para se protegerem dos elementos, os changelings se vestiam com a pele dos mortais para diminui
r o impacto da Banalidade.
A primeira geração de fadas terrestres simplesmente assumiu
um disfarce humano, cobrindo suas naturezas feéricas e puras com camadas de Glamour e pequenas doses de Banalidade. Desse modo, elas podiam se passar por seres humanos, ainda que fossem exemplos excêntricos da espécie. Esse método funcionou bem enquanto as fadas camufladas limitaram seu contato com mortais, minimizando, assim, sua exposição à descrença humana.
Para se adaptarem completamente ao novo ambiente seria necessário encontrar uma solução mais permanente e durável.
Por tentativa e erro, as fadas aprisionadas descobriram como implantar seus espíritos nos corpos de crianças pequenas ou bebês, misturando-se à mortalidade dos hospedeiros sem desalojar a alma dos mesmos. Ao iniciar suas vidas como seres humanos, os changelings evitavam a destruição imposta pela Banalidade. Todavia, para conseguir isso, os kithain tiveram de abrir mão de conhecer de imediato sua verdadeira natureza, obrigadas a permanecer dormentes até que pudessem emergir em segurança durante a Crisálida.
Texto integralmente tidado do print acima, para mostrar a forma como foi feita na visão dos criadores do jogo.
O Ressurgimento
Os séculos foram passando sem interrupção e de forma lentamente. Para os humanos a ciência e a razão preparam caminho para a Idade da Tecnologia. Um após o outro, os mistérios do universo foram sucumbindo perante às investidas do microscópio e do telescópio, que revelaram o microcosmo da teoria atômica e o macrocosmo de uma galáxia descoberta e em expansão. Os principais caminhos para o maravilhamento foram aos poucos se fechando, explicações feitas por descobertas uma após outra, e os changelings se reunindo em pequenos bolsões de Glamour que ainda permaneciam e sussurravam a chegada do Inverno Perpétuo, o momento do triunfo da Banalidade.
Aí surgiu o milagre, era 1969, milhões de aparelhos de TV ligados e sintonizados para ver os astronautas pisarem pela primeira vez Lua. O Glamour tomou conta do Globo, o mundo liberto, depois de séculos confinado, mas o redespertar simultâneo da sensação de maravilhamento de toda a humanidade. Do útero de ferro da ciência renasceu a magia, ao menos por um instante.
Um instante foi suficiente. O jorro de Glamour abriu passagens para Arcádia e reabriu os trods que estavam dormentes desde a Fragmentação. (Trods são portais que levam para Arcádia ou para outras Propriedades Livres, servem de estradas do e para o Sonhar). As propriedades livres perdidas reapareceram, com a glória restaurada pelo poder dos sonhos da humanidade que começou a imaginar uma mudança para a lua.
Do outro lado, no Sonhar, o ressurgimento de Glamour no mundo foi notado também Arcádia percebeu e as hostes resplendentes dos sidhes voltaram ao mundo, passando pelos portais recém abertos para confrontar uma realidade bem diferente da que haviam abandonado séculos atrás. A maior parte desses novos imigrantes eram compostos de exilados, resultado da sublevação em Arcádia que provocou o banimento de cinco das treze casas que haviam deixado o mundo mortal. As Brumas nublaram as lembranças dos que voltaram, ficou somente a recordação de que foram expulsos de Arcádia como punição pela participação de uma grande confusão na terra das fadas.
Infelizmente o vislumbre de Glamour provocado pela chegada na lua, não foi suficiente para vencer uma descrença de séculos que ficou acumulada e impregnada no mundo e a chegada a lua acabou não rompendo essa casca. As portas de Arcádia se fecharam novamente. Os sidhe agiram rápido e evitaram que a Banalidade os destruísse por completo. Assim, recorreram ao método usado, testado e aprovado de trocar de corpos com mortais e assim fazendo um band de seres humanos desavisados passar pelos portais que haviam momentaneamente reaberto. Desde o Ressurgimento, muitos sidhe que entraram no mundo como proscritos e exilados ainda utilizavam esse antigo método de proteção contra a Banalidade, apoderando-se de corpos mortais, convenientes para hospedarem seus delicados espíritos. Apesar de o verdadeiro destino das almas humanas desalojadas ser incerto, a maior parte dos sidhe acredita que esses mortais desfrutaram de um despertar no Sonhar. Em outras situações, os sidhe recém-chegados se aproveitam da presença de crianças bem novinhas ou até mesmo fetos e introduzem suas essências nas psiques desses seres impressionáveis, onde passam a coexistir em simbiose, em vez de tomar posse total de almas mortais.
Apesar do Ressurgimento, como ficou conhecido o retorno dos sidhe, ocorrendo em todos os lugares, a maioria da nobreza feérica retornou ao mundo nos locais em que a influência do Glamour era mais forte. A Irlanda, as Ilhas Britânicas e outros locais da Europa ainda emanavam a magia das fadas o suficiente para a maioria dos sidhe, mas os nobres emergiram, em sua maioria nos Estado Unidos da América, por que não né, afinal o jogo é americano, mas acho que eles poderiam ser menos egocêntricos nesse sentido. Em 1969, a Costa Oeste passava por uma revolução na consciência. Em São Francisco, o Verão do Amor teve seu ápice, fazendo da cidade um marco e um farol de Glamour para os sidhe que voltaram.
Desde que os sidhe chegaram, se espalharam rapidamente por um mundo mortal revitalizado. Um toque de clarim soou, convocando os kithain plebeus a deixarem suas tocas para novamente servir aos nobres. Reivindicaram suas propriedades livres, os sidhe Ressurgentes agiram com confiança e senso de autoridade inato. Apesar de o planeta ter passado por seis séculos de mudanças, os sidhe tentaram reestabelecer os antigos reinos feéricos, tão precipitadamente abandonados durante a Fragmentação. Mas foram recebidos com uma inesperada recusa dos kithain.
Durante séculos, os plebeus haviam sobrevivido sem a liderança dos sidhe. Novos lideres preencheram o vazio deixado pela nobreza, e acabaram aprendendo a viver sem qualquer tipo de liderança, quase todos na verdade. O sistema feudal, tão caro aos sidhe Ressurgentes, se tornou obsoleto. As novas formas de governo humano, baseado em pluralidade, na democracia, no socialismo e em todos os outros sistemas de governo que surgiram e morreram nesse meio tempo minaram a rígida hierarquia de nobres e plebeus.
Apesar de alguns plebeus apoiarem a nobreza, outros foram terminantemente contra e se rebelaram. Seguiu-se um período inquieto de movimentos políticos que acabou num acontecimento que ficaria como um borrão de tinta eternamente na reputação da nobreza. No Estados Unidos, os Lideres plebeus, convocaram uma reunião para estabelecer um acordo com os sidhe, durante um Beltane, mas foram assassinados, massacrados pelo ferro frio numa carnificina que foi conhecida como a Noite dos Punhais de Ferro. Toda e qualquer possibilidade de acordo entre nobre e plebeus morreu juntos com os plebeus no massacre.
Pois bem moçada, fico por aqui, na sequencia falarei da Guerra da Harmonia, e outros eventos mais. Até lá, boas rolagens e muitos acertos críticos para vocês. Mas não deixem de conferir mais postagens do MRPG aqui no Liga das Trevas e outros mais.
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Depois de recebermos uma dose de como estão as coisas relacionadas à Ordem Paranormal com os dois episódios de Quarentena, muitas novidades foram anunciadas e desse modo muitas perguntas estão sendo feitas.
Estaria o Ordem pronto para ser disponibilizado internacionalmente? O que podemos esperar do novo suplemento que promete adicionar muito terror presente nas temporadas iniciais? Esse especial foi algo isolado ou estes personagens vão voltar a aparecer?
Quarentena
Com o sucesso absurdo da Two Shot especial com os integrantes do QSMP, Ordem agora tem o recorde de maior stream de RPG de mesa global. Mas ao assistir nos deparamos com novos personagens e jogadores que cativaram e deixaram um gostinho de quero mais. E isso reafirma uma dúvida constante dentro do universo: Como trabalhar com todos os personagens atualmente vivos? Temos no Ordem agora players internacionais, mas a questão vem de muito antes disso. Jogadores com mais de um personagem vivo, muitos jogadores e poucas informações sobre os próximos passos.
Uma coisa é certa! Quarentena mostrou mecânicas novas muito interessantes e acima de tudo deu muito valor ao RP, trazendo momentos incríveis como a cena envolvendo o personagem interpretado pelo Pac do Tazercraft. Quarentena mesmo sendo mais curto, vemos um desenvolvimento sensacional dos personagens e nos perguntamos de onde eles vieram e pra onde eles vão depois do fim da Two Shot.
Laboratórios Panaceia
Um ponto a ser observado é o tamanho e a influência dos Laboratórios Panaceia ao redor do mundo. Fomos introduzidos a duas instalações, uma no Brasil e outra no México. Podendo nos fazer pensar, outras organizações já foram introduzidas no universo como os Leone, Obscurité e os Hell Hunters. Seria a Panaceia uma outra organização com métodos diferentes? Com um uso maior da própria ciência para estudar e possivelmente controlar o outro lado?
As informações que temos até o momento é que eles combatem sim o outro lado e tem bastante conhecimento acerca dos elementos e de o que é efetivo contra cada um deles. Tendo conhecimento além de uma espécie de banco de dados de criaturas, a Panaceia parece estar testando de certa forma as criaturas e quer usar criaturas para lidar com criaturas, da mesma forma feita pelo Dante invocando a Marionete para ajudar a lidar com o Anfitrião.
O Universo
Como citado são conhecidas organizações em diferentes nações do mundo e agora oficialmente tendo agentes internacionais podemos esperar mais desenvolvimento dessas organizações já apresentadas? Talvez uma volta de Yuki e Dominique desenvolvendo mais da Obscurité. Bem como ainda diversas perguntas sem resposta que temos, desde a história de Enigma do Medo podendo influenciar em algo e introduzir uma nova ameaça, como também a volta de ameaças, como o próprio Estrangeiro ou Telopsia que foi citado com a fita na sala das Backrooms em Sinais do Outro Lado.
Temos ainda muitas criaturas que não foram mostradas em mesa, como também possibilidades de criaturas novas como os Alheios. Mas agora que Ordem se passa em diferentes perspectivas em diferentes tempos, a linearidade e complexidade do universo como um todo está tomando um rumo complexo de modo que possamos entender mais com o último dos Spin offs que virá. Talvez no próprio novo suplemento abordando cada vez mais o terror dentro das mesas de ordem.
Futuro
Já que temos informações sobre um novo suplemento, fica o questionamento se podemos ver no futuro expansão do universo, com novos cenários, ameaças e organizações para aprofundar o universo e ajudar a expandir as possibilidades de histórias que podem ser contadas em diferentes temáticas e ideais. Mas independente disso a comunidade da Ordem como um todo em que estamos inseridos já mantém esse universo em constante evolução e criação, com diversas regras, homebrews e cenários diferentes.
Logo o futuro da Ordem Paranormal no Brasil e talvez agora no mundo afora é promissor e as mesas internacionais devem começar a aparecer cada vez mais em evidência dentro de nosso cenário.
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Acompanhado pelo Vinícius “Bosteta” Peron, viemos realizar uma resenha de uma ferramenta que pode ser interessante para adotar em suas mesas onlines, que é o The RPG Engine, um programa que promete ser um tabuleiro virtual imersivo, com propriedades interessantes de construção de mapas e com a possibilidade de host para jogadores.
Desenvolvido pela PolyDemons, o programa se encontra disponível gratuitamente para jogar na plataforma Steam.
Configurações
Antes de qualquer coisa, precisamos checar as configurações necessárias para o funcionamento do The RPG Engine, algo que foi fácil de achar na Steam:
Dessa forma, decidimos realizar o teste em equipamentos que cumprissem os requisitos e os que também não cumprissem, para que pudéssemos observar também como o programa se comportaria.
EQUIPAMENTO #01:
Processador – 4th Gen Intel Core i5
RAM – 8GB
Placa de vídeo: GTX 960 – 4Gb
SSD – 240Gb
EQUIPAMENTO #02:
Processador – 11th Gen Intel(R) Core(TM) i5
RAM – 8 GB
Placa de Vídeo – Intel Iris Xe Graphics
SSD – 240GB
EQUIPAMENTO #03:
Processador – AMD Ryzen 7 5700G
RAM – 16 GB
Placa de Vídeo – NVIDIA GeForce RTX 3050
SSD – 960 GB
Em todos os equipamentos utilizados, o programa não teve problemas para abrir. Entretanto, nos equipamentos #01 e #03, o programa apresentou melhor desempenho, sem aparecimento de lentidão alguma durante os primeiros minutos, provavelmente devido ao uso da placa de vídeo dedicada; já no equipamento #02 vimos alguns lags e lentidão nas animações ao fundo.
Criação
… de Personagens
A criação de personagens conta com uma boa quantidade de opções para a elaboração do seu personagem quanto a aparência física, além de possuir um seletor de cores sem tons pré-selecionados. Assim, você possui a liberdade para escolher exatamente as cores que você quiser nos campos que você quiser.
É interessante ver que o The RPG Engine apresenta o uso de fundos durante a criação de personagens, podendo alterar a ambientação onde você está criando seu personagem e — talvez — inspirá-lo. E também é possível salvar a sua criação e postar seu personagem para que a comunidade online tenha acesso, ficando na aba de “oficina”, que oferece inúmeros outros modelos postados por outros usuários também.
… de Mapas
É definitivamente a parte MAIS divertida de todo o programa. A criação de mapas, localizada na sessão Gamemaster, é muito interessante e rica, lhe possibilitando construir cenários de todos os tipos que puder imaginar. Você pode controlar o clima, iluminação, colocar seu terreno no espaço, além de poder utilizar diversos itens para o seu mapa (e são diversos MESMO — então, se você quiser colocar o seu Guerreiro ao lado de uma cadeira gamer que solta raios, você pode). Mesmo com a existência da DLC “The RPG Engine – Builders Edition”, as possibilidades podem ser ainda mais infinitas, sendo possível sobreviver sem ela.
Indo mais a fundo na aba de GameMaster
A aba de GameMaster gratuita (esclareceremos no próximo tópico) conta com a disposição de diversas músicas que você pode utilizar para a ambientação do seu game. Além disso, é disponibilizado também uma aba para visualização de pdf’s e para a organização das iniciativas dos jogadores, o que ajuda bastante.
E uma ferramenta curiosa e interessante é a parte do chat geral dos jogadores, essa que traz uma mecânica bastante divertida de rolagem de dados que gera os resultados no próprio tabuleiro, trazendo uma animação para o mapa dos dados sendo rolados.
Mas…
Nem tudo são flores e isso nós percebemos ao não conseguirmos testar como o programa funcionaria em uma sessão de RPG ou no modo multiplayer. O programa gratuito não cobre essa mecânica e, se quiséssemos usar, deveríamos pagar o valor não só da DLC para mestres como também a DLC para construtores de mapas. De alguma maneira, a GameMasters Edition exige que o usuário também adquira o Builders Edition para que ela funcione. Assim, o que sairia de graça, pelo o que é prometido, acaba saindo numa bagatela de R$142,78.
Em meio aos comentários, é possível ver alguém afirmar que existia uma forma de realizar o uso do tabletop configurando o arquivo pela própria plataforma Steam, porém, mesmo realizando passo a passo o que é instruído, esse esquema não funciona.
Considerações finais
Embora a otimização do programa não seja das melhores e ele seja um tanto quanto pesado, é definitivamente útil para a criação de cenários para o RPG, o que acaba salvando muitos mestres que não conseguem adquirir cenários da exata maneira que pensam. Ele também salva bastante no design de personagens já que, mesmo tendo uma modelagem simples, ainda é bem completo. Mas o The RPG Engine peca diante da promessa de ser um tabletop virtual gratuito. Então, para os mestres de plantão que gostam de construir mapas, conferir o The RPG Engine é interessante e poderá ajudá-los quando possível.
Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PicPay, PIX ou também no Catarse. E com isso, torne-se um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos! Ou então, apoie nossa revista digital, a Aetherica através deste link!
Olá, pessoal! Antes de conhecermos o jogo de O Legado RPG, conheceremos o autor desse cenário publicado pela Craftando Jogos.
Pedro Henrique, ou PH Autarquia, é formado em direito, professor universitário, se arrisca a escrever alguns contos, é aprendiz de game design e desenvolvedor de RPG de mesa. Além disso, é streamer de RPG atualmente do canal 20contar RPG.
Movimento: Como foi o início de sua vida rpgística?
PH: Com 14 anos de idade fui convidado para jogar Vampiro, a Máscara. Foi paixão à primeira vista. Logo em seguida descobri 3D&T e Tormenta, nos quais desenvolvi inúmeras campanhas. Já nessa época tentava criar RPGs, mas nada muito legal… Não demorou muito para descobrir AD&D e GURPS também.
Inspirações
Movimento: O que lhe fez criar o mundo do Legado?
PH: Minha paixão por fantasia moderna! Amo histórias de fantasia futurista e moderna, influência direta da série Final Fantasy. Ao longo dos anos tentei desenvolver cenários nessa pegada (inclusive, cheguei a fazer uma versão futurista de Tormenta!). Porém, só lá por meados de 2016 comecei a ter ideias de um jogo de fantasia nos tempos atuais. Em 2017, joguei pela primeira vez o Devil May Cry 1 e fiquei maravilhado! Tinha que fazer um jogo naquela pegada. Depois assisti a série Shadowhunters e, apesar de não apreciar o enredo, amei toda aquela ambientação fantástica nos tempos atuais e baseada nas mitologias cristã e judaica. Tudo isso me inspirou bastante para criar O LEGADO.
Movimento: Não há como não olhar O Legado e não lembrar de Mundo das Trevas da White Wolf ou então o, também, mundo das Trevas do Daemon. O que difere o Legado destes cenários/sistemas mais antigos (ou clássicos)?
PH: Bem, o Mundo das Trevas é fantasia urbana puxada para o terror e drama, O LEGADO é fantasia urbana, mas heroica. Mas para não dizer que não aproveitei nada do Mundo das Trevas, adotei um sistema de Alma que lembra a Humanidade em Vampiro. Já Daemon foi uma influência para muitos rpgistas dos anos 2000 por conta de sua acessibilidade (era barato e vendia em bancas). Porém, ao fazer O LEGADO, fui direito na fonte de inspiração de Daemon: Call of Cthulhu e Basic System. Ah sim, Pathfinder 2 também influenciou muito!
Futuro do Legado RPG
Movimento: Há previsão de novos produtos para O Legado? Pode nos adiantar alguma coisa?
PH: Além do LEGADO, também haverá outro livro básico: SOMBRAS E AMEAÇAS, que é o livro das ameaças e antagonistas. Teremos também um livro com uma campanha do nível 1 ao 10 desenvolvida e escrita pelo nosso querido Ximu (Casa Velha, Muito Abaixo do Oceano), na qual os personagens deverão evitar o próprio Apocalipse. E por fim temos o suplemento que traz elementos da cultura japonesa para o jogo: Discípulos da Virtude, escrita por Leandro Abraão (Cangaço Trevoso e Morte S/A) e O’Neil Deatsu (Flecha Mágica).
Movimento: Você participou ou participa da produção de algum outro produto nerd?
PH: Sim. Tenho um conto (Um Herói em Ação) na coletânea Curtos e Fantásticos vol. 2 da Jambô. Também serei autor de uma aventura em Muito Abaixo do Oceano. Atualmente sou o gamedesigner de O Último Ancestral RPG.
Leia mais textos sobre os produtos da Craftando, clicando no link.
Slay The Spire é um jogo indie de estrátegia, um roguelike com elementos de jogos de cartas, ou um jogo de cartas com elemento de roguelike. Bem, é um jogo em que você sobe por andares, enfrentando criaturas e desenvolvendo um deck para poder destruir o Pináculo. O jogo foi desenvolvido e distribuído pela Mega Crit Games em 2019
Em 3DeT Victory, destruir um pináculo é comum
Adaptar o jogo Slay The Spire para 3DeT Victory é algo curioso, já que adaptar as mecânicas de deck builder e de roguelike talvez não seja muito interessantes em uma campanha continua. Mas vamos ver como adaptar o conceito depois, a príncipio vamos focar na parte dos jogadores; Os personagens.
Algo que deveria ser obvio, mas…
Eu gostaria de deixar claro duas coisas; Abaixo é uma adaptação de como eu, o escritor dessa postagem, acho que ficaria bacana os personagens. Se você tiver outra interpretação, pode customizar a vontade. Na verdade, levando em conta o jogo, mudar coisas na ficha é algo que você terá que pedir para seus jogadores. Talvez conceder uma vantagem grátis a mais, +Vida, ou coisas do tipo.
Outra coisa que gostaria de deixar claro é que, na data que esse post foi feito, o manual 3DeT Victory está em sua versão 0.2, portanto algumas regras aqui podem ser alteradas caso você leia isto no futuro. E tudo bem, podemos adaptar com mais calma no futuro, sem BO!
Os Personagens
Cada personagem de Slay the Spire tem características únicas e cartas próprias de seu deck, que podem usar para enfrentar os inimigos. Abaixo, vamos mostrar uma adaptação dos personagens para o sistema, tentando se aproximar o máximo de como eles são quando iniciamos uma run com eles, ou seja, com suas cartas e relíquias iniciais.
Ironclad, 10pt.
O Ironclad carrega um arsenal de ataques poderosos, com opções defensivas formidáveis e puxa poder de sua beneficentes demoníacos para se empoderar de varias maneiras.
Artefato Único: Burning Blood – Ao fim de um combate, Ironclad cura 1d6 PV.
Silent, 10pts.
Silent é uma caçadora, um personagem que enfraquece seus alvos com vários cortes e venenos, enquanto usa truques e sua agilidade para escapar de ataques.
P1 (PA 1), H4 (PM 20), R1 (PV 5); Luta, Medicina; Humana; Mais Além, Desgaste, Defesa Especial (Esquiva), Artefato (Ring of The Snake); Fracote
Artefato Único: Ring of The Snake – Ao entrar em um combate, você recebe +2 PM.
Defect, 10pts.
Defect é um ser que antes habitava junto aos Orb Walkers e os Automatôs de Bronze, Defect acabou ganhando consciência própria e agora procura seu caminho através do pináculo.
Artefato Único: Cracked Core – Você recebe uma Orbe da Eletricidade. Quando faz um ataque, você causa +1 ponto de dano para cada orbe que tiver e do tipo de dano da Orbe.
Watcher, 10 pts.
Ela é uma monja que utiliza os efeitos de diferentes postura para sua vantagem.
P2 (PA 2), H2 (PM 10), R2 (PV 10); Celestial; Carismático, Inspirar, Grimório 2pts (Calma, Fúria), Artefato (Pure Water); Código do Monge, Ponto Fraco (Ela é cega), Antipática
Artefato Único: Pure Water – Uma vez por cena, Watcher pode diminuir o custo de uma vantagem ou técnica sua em -1 PM por uma rodada.
Técnicas da Watcher
Calma
Requisito. Ser a Watcher.
Alcance. Pessoal
Custo. 2 PM e um Movimento
Duração. Duradoura até ser dissipada ou substituída por outra postura.
Watcher entra em uma postura de Calma, enquanto estiver nesta postura, recebe +2 em Resistência, Ganho em testes de Defesa e Perda em testes de Ataque. Ao sair desta postura, Watcher recebe 2 PM não acumulativo até o fim da rodada. Entrar em Calma termina a Fúria.
Fúria
Requisito. Ser a Watcher.
Alcance. Pessoal
Custo. 2 PM e um Movimento
Duração. Duradoura até ser dissipada ou substituída por outra postura.
Watcher entra em uma postura de Fúria, enquanto estiver nesta postura, recebe +2 em Poder, causa o dobro de dano em seus ataques, mas também recebe o dobro de dano. Entrar em Fúria termina a Calma.
As Cartas
Caso precise de uma visualização melhor das fichas, segue abaixo elas feitas no site do Taca Ficha, que facilita demais o processo de confecção!
Conclusão
Slay The Spire é um jogo muito divertido, que pelo menos me deixou vidrado e, mesmo quase tendo zerado, ainda volto pra jogar de vez em quando. Consigo me imaginando narrando uma campanha curta ou até mesmo uma One-Shot dele algum dia, só por diversão. No futuro, vou seguir essa adaptação, pensando em como adaptar o Estilo do Jogo e quem sabe até As Criaturas. Mas quem sabe?
3DeT Victory ainda não está disponível para compra, é possível que, após a postagem deste material, algumas regras tenham sido alteradas, faremos uma nova versão caso seja o caso!
Mas, caso compre na loja da Jambô, use o nosso código mrpg10 para receber 10% de desconto!
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Se está aqui, mas prefere Tormenta20 e A Lenda de Ghanor, se liga na Área de Tormenta, o espaço especial dedicado apenas à Tormenta20 e o que remete a ele! E acompanhe também as outras sessões, por favor!
No segundo Guia de Monstros em The Wicher vamos conhecer as Feras, todo mundo se esquece das feras que eram os maiores perigos das florestas antes da Conjunção. Bruxos estão ocupados com endriúgas e necrosos, mas você tem que lembrar que uma criatura não precisa de mágica se a sua cabeça cabe na boca dela.
A maior parte dos bruxos não caça feras com frequência. Por que desperdiçaras habilidades de
um caçador de monstros para matar um javali
Mas eu vi ursos que causaram mais destruição do que uma horda de necrosos jamais poderia. A pessoas se esquecem que bestas que não vieram na Conjunção podem ser tão mortais quanto os espectros e draconídeos que vieram
– Erland de Larvik
São três monstros na categoria Feras:
Urso
Javali
Pantera
Vamos conhecer cada uma deles:
Urso
Os Ursos são criaturas com dificuldade media, e complexidade simples, são ferais e possuem os sentidos Visão Noturna e Rastrear através do Cheiro. Não existem lendas sobre Ursos, afinal todos sabem que ursos matam anualmente mais pessoas do que a maioria dos monstros, e ele continuará tentando matá-lo quando o sol nascer. Leve consigo, dia e noite, Óleo de Fera e pode ser que sobreviva à luta. Mas se você olhar para cima e vir o urso levantando-se sobre as pernas, já cometeu um erro fatal.
Javali
Com um dificuldade fácil, mas um complexidade perigosa o Javali tbm é feral e possui o sentido Rastrear através do Cheiro. A superstição comum acredita que se você conseguir lutar com um javali até derrubá-lo e esfregar o focinho dele, terá boa sorte e o seu próximo filho certamente será um menino saudável pra cacete e com a tenacidade de um javali. E o conhecimento e comportamento do animal diz que o javali é uma fera de temperamento teimoso. Caçá-lo é perigoso, mas recompensador. Um único javali pode alimentar você e seus amigos por alguns dias Esteja avisado que um javali pode rapidamente interromper uma investida fracassada e iniciar outra, por isso uma lança e óleo de Fera são seus aliados no combate. Esteja sempre alerta e lembre-se de manter distância.
Pantera
A Pantera é mediana na dificuldade de combate e também simples de ser derrotada, assim como os outros é feral e possui o sentido Visão Noturna. Há lendas que falam que bruxas e outras mulheres selvagens do sul cuidam das panteras como se fossem da família. Se você vir os olhos de uma pantera brilhando ao luar, é provável que um mago esteja te espionando.
Mas o conhecimento e comportamento da criatura diz que Panteras, pumas e outros felinos de grande porte são uma ameaça perpétua para viajantes de todo Continente. Em silêncio, elas espreitam sua presa, esperando pelo momento certo para saltar e emboscar seu alvo, que geralmente é o seu companheiro com menos armadura. Sua velocidade espantosa e sua habilidade de escalar permite que se lancem em combate e partam dele rapidamente. Se você conseguir matar uma pantera antes que ela escape, de preferência de um jeito menos sangrento, certamente encontrará um comprador para o couro.
Sugestão de Aventura
Cenário
A aventura se desenrola na densa e sombria floresta de Verden, fora do território das dríades. A floresta é composta por árvores altas e imponentes, cujas folhas de outono queimam com as cores do pôr do sol. Há um riacho serpenteando pela floresta, com águas límpidas e pedras brilhantes. O cenário é assustador e misterioso, cheio de flora e fauna desconhecidas, e a floresta parece ser o lar de monstros temíveis.
Enredo
O grupo é contratado por aldeões de um vilarejo próximo para caçar um monstro que tem aterrorizado a região. As descrições dos aldeões são vagas, mas eles sabem que o monstro prefere uma dieta de veado e javali, e matou dois mensageiros recentemente. O grupo está determinado a rastrear e eliminar essa ameaça para o vilarejo. Seguem as pistas e se aventura na floresta de Verden, esperando encontrar o monstro antes que a escuridão da noite caia.
Missão Principal
A missão principal do grupo é rastrear e derrotar o monstro que tem causado estragos no vilarejo. Ele deve identificar o monstro, entender sua natureza e impedir que ele cause mais danos. Sua missão é proteger o vilarejo e restaurar a paz na região.
Desafios
Enfrentar a floresta misteriosa de Verden, cheia de perigos desconhecidos.
Identificar o monstro, que é elusivo e inteligente.
Lidar com a ameaça de criaturas selvagens na floresta, como as panteras negras que atacam Erland.
Encontrar pistas sobre os hábitos e padrões do monstro, como sua preferência por presas frescas.
Gerenciar sua própria exaustão e estado físico enquanto persegue o monstro.
Recompensas
O agradecimento e recompensa dos aldeões, que valorizam a coragem dos personagens.
Descoberta de conhecimento sobre a fauna e flora da floresta de Verden.
Possibilidade de coletar materiais valiosos de criaturas derrotadas, como peles de pantera.
A satisfação pessoal de Erland por cumprir sua missão e proteger o vilarejo.
Potencialmente, novos contratos e missões, já que sua reputação como caçador de monstros cresce na região.
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Conta a História do detetive Spero, o personagem trás consigo muitos arrependimentos e angustias, a narrativa consegue nos deixar igualmente angustiados e incomodados como Spero, que se perde muitas vezes em seus devaneios e pensamentos. A historia permeia o mundo circense com seu artista misteriosos e habilidosos, a rotina ativa e cheia de possibilidades, além claro de um suposto crime que pode ter ocorrido no circo. Porem as investigações de Spero no circo o levam a uma jornada completamente inesperada.
Quimera da Aventura
Sendo assim, criei uma mini aventura ou apenas uma ideia de aventura para um missão em um circo:
Cenário e Introdução
A aventura se passa em uma cidade tranquila que é surpreendida pela chegada súbita de um circo itinerante conhecido como o “Circo dos Enigmas Maravilhosos”. Este circo aparece sem aviso prévio, montando suas tendas misteriosas na periferia da cidade. As atrações do circo são estranhas e inquietantes, incluindo ilusionistas que afirmam ter poderes sobrenaturais, criaturas misteriosas em jaulas e acrobatas que desafiam a gravidade.
Desafio Inicial
Os jogadores são contratados por um grupo de cidadãos preocupados, que acreditam que o Circo dos Enigmas Maravilhosos está ligado a eventos sobrenaturais que assolam a região. Sendo esses, desaparecimentos inexplicáveis, pesadelos assustadores e eventos sobrenaturais perturbadores. Os jogadores devem investigar e descobrir a verdade por trás do circo e sua ligação com esses eventos.
Elementos da Aventura
O circo em si: Os jogadores têm acesso ao circo e podem explorar suas tendas e atrações. Eles encontram artistas excêntricos, animais misteriosos e a atmosfera enigmática que envolve o local.
Os artistas: Cada artista do circo tem sua própria história e segredos. Os jogadores podem interagir com eles para obter informações, pistas ou desvendar mistérios pessoais.
Situações suspeitas: enquanto a população acredita que os artistas e funcionários do circo são os culpados, os jogadores percebem situações que os fazem pensar diferente, que na verdade os integrantes do circo também são vitimas.
Eventos sobrenaturais: Os jogadores testemunham eventos sobrenaturais perturbadores durante sua investigação, como aparições fantasmagóricas, objetos que se movem sozinhos e sonhos enigmáticos. Eles devem decifrar esses eventos e encontrar uma maneira de detê-los.
Conclusão
Conforme os jogadores investigam mais a fundo o Circo dos Enigmas Maravilhosos, descobrem que o circo é real, porem não deveria ser, não há registros de nada nem ninguém. No entanto os artistas realmente não são vilões, mas sim vítimas de algo maior.
O verdadeiro antagonista é um garoto de 09 anos que encontrou um item magico nas antiguidades do avó. Agora ele mesmo sem ter a consciência exata disso, torna seus medos reais. E o que ele mais tem medo é do circo.
Em seguida os jogadores precisam decidir o que fazer com o garoto, o item e agora essas pessoas “estranhas” que existem.
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Como a maioria dos leitores deste artigo, também sou brasileiro. E brasileiro é conhecido mundialmente por seu amor à festividades. O Carnaval no Rio de Janeiro é uma das maiores festas do planeta. Sendo assim por que não incluir festividades na sua mesa, por isso vim aqui para te dizer como fazer sessões temáticas de RPG!
Elementos temáticos podem ser incorporados nos mais variados cenários e sistemas de RPG, do Horror Moderno ao Sci-fi e Fantasia Medieval – tanto de forma pontual quanto em longo prazo. Os benefícios dessas inclusões são variados: quebra de expectativa de jogadores mais experientes, trazer familiaridade para jogadores novatos, mais opções de eventos em cenários que de outra forma podem cair na monotonia, entre outros.
Pessoalmente gosto de incluir aventuras com temáticas diferentes e específicas de acordo com a época do ano, dentro do contexto de campanhas mais longas. Meu grupo presencial já esperava e sabia que nos últimos meses do ano haveria uma sessão com neve e presentes para seus personagens.
Neste artigo vou passar ideias de acordo com algumas festividades mais comuns tanto no Brasil quanto na gringa. Mas nada impede você de incorporar festividades do local onde você vive, a exemplo de importantes eventos regionais como Festival de Parintins no norte do Brasil.
Fevereiro – Carnaval
A grande festa pela qual o nosso país é reconhecido no mundo todo, o Carnaval, ainda que tenha elementos em comum nacionalmente, possui aspectos específicos em cada região/estado. Aqui vou me ater ao que conheço, o carnaval carioca.
Para facilitar a adaptação para RPG de mesa usaremos somente os aspectos principais das festividades. No Carnaval há o feriado em si, no qual muitos trabalhadores e estudantes ganham dias livres, a cidade se organiza em torno de desfiles carnavalescos, fantasias e passeatas festivas, os blocos, são acompanhados por música, boemia e clima de alegria.
Para o seu RPG pode ser que o Carnaval tenha tomado um tom diferenciado. Um Carnaval com horror: um serial killer atravessa o caminho dos seus personagens jogadores, os membros das atrações artísticas são monstros/alienígenas/vampiros/lobisomens disfarçados. O Carnaval tem algum intento secreto? Talvez o objetivo de reunir inocentes para um ritual maligno, ou recrutamento disfarçado para uma guerra que está indo mal para a nação.
Junho/Julho – Festa Junina
As festividades católicas em homenagem a São João e Santo Antônio tem importante lugar na cultura brasileira. Incluí-las, mesmo que adaptando elementos para encaixar apropriadamente no cenário do RPG, pode ser uma ótima oportunidade para engajar os jogadores.
A Festa Junina é conhecida nacionalmente pelas comidas e danças típicas, decoração colorida e caracterização da vida na zona rural. Comidas típicas podem ser servidas aos personagens jogadores (por que não alimentos mágicos em cenários de fantasia?), tanto ricos quanto pobres se vestirem caracterizados como bucólicos e inocentes camponeses (exploradores espaciais? Pagãos pastores de ovelhas? Inquisidores de bruxas?) do passado, danças rurais que desenrolam eventos sociais.
Outubro – Halloween
O típico feriado estadunidense, conhecido pelos brasileiros por causa dos filmes, séries e jogos. O Dia das Bruxas, inspirado em comemorações pré-cristãs europeias, ganha forte apelo comercial com as revoluções industriais. As tradições mais típicas continuam na forma de distribuição de doces para não receber travessuras das crianças fantasiadas de personagens de terror. Os “doces” podem ser qualquer tipo de objeto, como uma prenda. Enquanto as “travessuras” podem ser peças incômodas inofensivas ou armadilhas com violência e terror.
Esse feriado é facilmente adaptável aos mais diversos cenários. Qualquer ambiente urbano com sociedade organizada pode ser sua versão própria do Dia das Bruxas, da fantasia medieval a ópera espacial.
Filmes são excelentes fontes de inspiração para histórias de RPG com esse feriado. Dos clássicos das décadas de 1970 e 1980 com os monstros clássicos de Hollywood (lobisomens, múmias, bruxas e vampiros) a obras mais recentes de streamings.
Dezembro – Natal
Meu feriado preferido. A data pode ser utilizada como feriado religioso ou laico, sofrendo transformações semelhantes ao Dia das Bruxas, é um prato cheio com duendes, um “bom velhinho” que distribui presentes para crianças que se comportaram bem durante o ano e o krampus, sua contraparte, a qual pune crianças mal criadas. Papai Noel, krampus e duendes podem ser tanto aliados inusitados quanto oponentes improváveis. Uma fábrica de brinquedos amaldiçoada a ser explorada, uma tundra polar sinistra com uma velha mansão, uma caverna de abrigo para um monstro invernal.
O Natal é um tempo de compaixão, perdão e união familiar. Talvez uma oportunidade para personagens jogadores descansarem da ação frenética dos combates de pistola laser ou espadas. Interação social com entes queridos e amigos encontram lugar no Natal (ou a versão dele em seu cenário), com troca de presentes (que jogador não gosta de uma arma nova para seu personagem?) e reaproximação emocional com NPC’s importantes para a história.
Por Fim
Vou descrever uma experiência bem-sucedida do uso de feriados nas minhas sessões de RPG. Peço perdão por incluir um exemplo em D&D, mas é o exemplo que tenho: já mestrei uma aventura na qual o inverno havia chegado em Faêrun e o grupo de aventureiros viajava numa das estradas da Costa da Espada.
Uma tempestade de neve impediu o avanço do grupo, forçando-os a montar acampamento. No meio da noite se aproxima um duende (daqueles de aparência típica do Natal) e pede ajuda, dizendo que seu lar foi sequestrado pelo rival de seu chefe, o sr. Nicolau. Prometendo recompensas o duende guia o grupo pelas montanhas próximas até uma fábrica escondida, na qual os duendes foram ameaçados por krampus a fabricar bonecos autônomos malignos. Com estratégia o grupo elimina alguns bonecos, luta e expulsa krampus da fábrica e libertam sr. Nicolau. Gratos, sr. Nicolau e os duendes presenteiam os personagens jogadores com itens mágicos.
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