O que torna um personagem marcante? – Off-Topic #20

Como criar personagem de RPG que seja marcante e forneça boas histórias e bons momentos para a mesa de jogo?

Conhecer o sistema é o suficiente? Conhecer o cenário? Ou é necessária uma dose cavalar de criatividade?

O que torna de fato um personagem memorável? E o que seria memorável pra você?

 

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

Muita gente prefere que os personagens, para serem lembrados e se tornarem memoráveis, tenham características físicas chamativas ou um alto índice de poder físico.

Mas ter uma característica física marcante não necessariamente quer dizer um poder absurdo ou porte físico super avantajado.

Defeitos físicos são também características marcantes e que bem exploradas, tornam o personagem único ou marcante.

Peguemos como exemplo o cenário de Tormenta: Tork é um personagem famoso, popularizado pela série de histórias em quadrinhos Holy Avenger, e uma de suas qualidades mais chamativas é justamente seu tamanho, já que ele é um “anão” para os padrões da raça Troglodita, assim como um dos mutantes mais conhecidos de toda a Marvel, muito famoso por ser “baixinho” nas HQs!

Outro caso, ainda em Tormenta/Holy Avenger é a personagem Niely, uma elfa maga com grandes e exagerados atributos por assim dizer. Apesar de ser uma personagem com um ótimo background, suas características físicas exageradas que a tornaram iconicamente reconhecida.

Utilizar os recursos físicos como características marcantes para personagens é algo costumeiro da cultura pop como um todo, e podem ser facilmente replicados em cenários de RPG.

Altura, porte físico, atributos físicos e afins são exemplos clássicos, mas existem também as deformidades, cicatrizes, marcas de nascença, peculiaridades físicas e muito mais!

Holy Avenger – HQ nacional no mundo de Tormenta

CARACTERÍSTICAS SOCIAIS

Outro fator que marca também um personagem, é a forma como ele trata outras pessoas, ou mesmo como é visto por outras pessoas.

Muitas vezes alguns personagens se destacam por serem os ápices das interações sociais, capazes de se dar bem em praticamente todas as situações.

Outras vezes, no entanto, os personagens são praticamente ineptos em habilidades sociais, o que os torna ao mesmo tempo misteriosos e arrogantes.

Muitos personagens da cultura pop se imortalizaram por terem grande lábia e habilidade social, conseguindo tudo que precisam com conversa e empatia, usando lábia e carisma. Goku pode ser o personagem mais poderoso de toda a saga Dragon Ball, mas o carisma e a sociabilidade de Mr. Satan são insuperáveis!

Por outro lado, personagens silenciosos, secos, socialmente alienados, também levam sua cota de presença e chamam muito atenção. Tanto que, por exemplo, os personagens mais famosos da franquia de games Final Fantasy são os socialmente isolados Cloud, Squall e Lightning.

E um personagem social não necessariamente precisa ser popularesco ou frio. Sociopatas em geral conseguem transitar entre as mudanças de posição social com tranquilidade e facilidade, ao tempo que muitos personagens são influenciadores habilidosos.

Cloud (FFVII), Squall (FFVIII) e Lightning (FFXIII) – protagonistas anti-sociais

 

CARACTERÍSTICAS MENTAIS

E sim, existem os personagens muito marcantes por serem muito astutos, inteligentes, perspicazes ou analíticos. Ter um nível de genialidade ou intelecto muito acima da média também é algo muito marcante.

Já o oposto não é só marcante, como também muito divertido e até comum: o personagem que é burro como uma porta!

E aqui é até onde moram alguns dos estereótipos mais comuns da criação de personagens: a Força é inversamente proporcional à Inteligência.

É muito raro, e até básico, criar personagens nesse molde, onde quanto mais poder e força o personagem tiver, mais burro e ignorante das coisas a seu redor ele será.

A meu ver, isso tira o brilho de duas potencias características marcantes do personagem, de forma que no fim das contas ele não seja marcante em nenhuma das duas.

Personagens como o Bane do filme Batman e Robin, por exemplo, não são nem expoentes físicos nem intelectuais, já que se perdem em ter ambos com destaque e mecânicas ineficientes.

Mas personagens que são intelectualmente mais frágeis (e não necessariamente com baixo QI) tem características marcantes que devem ser bem levadas a sério.

As características mentais vão muito além do nível de inteligência, já que a forma como pensamos o mundo e nossa existência são características mentais ou intelectuais.

Um contraste bem interessante disso pode ser visto na obra Death Note (tanto o mangá quanto o anime) já que Light Yagami e L são expoentes de um nível intelectual muito avançado, em contraste com personagens de nível normal, e com Misa Amano que chega a ser muito inferior com sua alta ingenuidade e inocência.

Misa, Light (Raito/Kira) e L – três expoentes de capacidades mentais

CARACTERÍSTICAS DE INTERPRETAÇÃO

Sim! É possível tornar o personagem marcante por sua interpretação!

RPG é um  jogo de interpretação de papéis, logo, uma interpretação marcante certamente tornará o personagem memorável para sempre!

Por mais que ter uma característica que possa ser denotada marque o personagem, o fato da interpretação dar vida a essas características, ou trejeitos próprios do personagem, farão toda a diferença.

Muitos personagens de cinema se tornaram marcantes muito mais pela forma como foram interpretados do que por sua “ficha” em si. O Coringa de Heath Ledger é muito distante do Coringa de Joaquim Phoenix, assim como o de Jack Nicholson e os atores conseguiram deixar seus personagens unicamente marcados.

Ter uma ficha marcante e memorável, aliado a uma interpretação ruim, podem até tornar o personagem menos marcante do que deveria ser. Kira, Light e Misa, três personagens brilhantemente interpretados no anime, ganharam uma interpretação bem inferior no longa live action da Netflix.

A ficha pode estar isenta de alguma característica marcante em questão de regras, ou às vezes basta um pequeno trejeito para dar o toque da atuação. O Don Corleone de Marlon Brando é mais conhecido por sua atuação icônica que por seus feitos. E o Superman definitivo, mais do que nos fez acreditar que um homem poderia voar, mas nos fez crer que eram de fato duas pessoas diferentes, na genial atuação do Christopher Reeve.

Clark Kent / Superman – duas interpretações muito distintas

 

Então é isso pessoal, espero que tenham gostado, e que tenha dado algo pra vocês pensarem!

Não esqueçam de curtir os artigos da Liga das Trevas que saem todas as sextas, e confiram também as lives que rolam lá na Twitch!

Jogando Com Iniciantes no RPG – Off-Topic #18

Hoje eu queria colocar em pauta um assunto levemente diferente do que eu já fiz aqui nos outros textos, e vou falar de uma experiência pessoal recente com iniciantes no RPG.

Vocês já narraram ou mestraram para iniciantes?

Já pegaram alguma pessoa totalmente crua no RPG e explicaram e introduziram o hobbie de alguma forma?

Devo confessar pra vocês: é mais simples do que parece, e mais gratificante também!

REUNINDO INICIANTES

O mais difícil, na verdade, foi reunir a galera pra jogar.

Sim! Convencer a jogar nem foi o problema, mas juntar todo mundo sim.

Não podemos esquecer que no presente momento, ainda vivemos uma situação de pandemia, e cuidados precisam ser tomados, ne?

Mas conseguimos nos reunir pra jogar, e fechamos em 4 players, comigo narrando.

Combinamos um domingo, que é um “dia morto” pra galera, e nos reunimos aqui em casa.

Sessões de RPG, pra mim, são melhores quando descontraídas e divertidas, em clima de recreação, e por isso rolou umas cervejinhas e comidas!

Minha dica pra vocês: não tenham receio de chamar iniciantes pra jogar! Convidem namorados, namoradas, amigos, amigas, colegas pra jogar também!

EXPLICANDO O QUE É RPG PARA INICIANTES

Depois de reunida a galera, todos na mesa e a empolgação pra começar a jogatina estabelecida, fomos para as explicações.

A explicação da ideia por trás do que é jogar RPG pode parecer muito alienígena pra uma pessoa que nunca viu ou participou de uma jogatina antes.

Pensando nisso, preferi não explicar nada relacionado às particularidades de cenários ou sistemas nessa primeira fase, deixando a explicação apenas para a dinâmica de narrar e interpretar.

Depois disso, apresentei o sistema e cenário que jogaríamos, no caso, Lobisomem o Apocalipse (imagino que novidade 0 nisso nè).

Foi muito interessante ver como que, explicar sem que o jogo esteja de fato acontecendo, não é assim tão efetivo quanto parece.

Por mais simples que jogar RPG seja, é realmente algo muito “fora da caixinha” pra quem não conhece o hobbie!

O que se mostrou mais eficiente foi, após a criação dos personagens, dar uns exemplos de narrativas e ações, dessa forma a galera absorveu bem mais.

 

CRIANDO PERSONAGENS

Essa foi uma das minhas partes favoritas da experiência.

Como os detalhes maiores do cenário ficaram de fora, pedi que a galera criasse (e fui criando junto, passo a passo) personagens que gostassem de interpretar nesse “Mundo das Trevas”.

Foi muito interessante ver a versatilidade das personagens criadas, e quanto potencial narrativo isso proporciona quando os elementos do sistema de fato forem inseridos.

Vale notar que essa mesa foi composta por pessoas 100% iniciantes no RPG, e todas da comunidade LGBTQIA+.

Foi a primeira vez que narro, e crio personagens, com uma pluralidade tão grande.

Apesar das personagens serem pessoas jovens (entre 17 e 20 anos), as histórias de background foram bem legais.

Foram abordados assuntos como prostituição, abandono, crise existencial, preconceito e muito mais!

Não vou explorar muito sobre isso agora, porque acho que isso rende material pra outras discussões mais aprofundadas!

Criar as personagens foi muito legal, por poder ver como a galera estava soltando a imaginação, se permitindo colocar nas personagens aquilo que gostariam de interpretar, vivenciar ou mesmo superar!

Nesse ponto, encerrei a sessão mais que satisfeito e orgulhoso, por ver como uma simples sessão de RPG pode dar uma abertura e liberdade tão grandes!

FINALMENTE JOGANDO COM INICANTES

Personagens prontos, explicações feitas e cenário contextualizado, começamos a jogatina.

Era apenas um “prelúdio” pra narrativa de fato, que irá começar na próxima sessão, mas mesmo assim fluiu muito bacana!

Foi legal ver que a galera estava mesmo prestando atenção aos detalhes sendo narrados, e como buscavam agir e falar conforme as personagens que criaram de fato fariam!

E como dito antes, foi um clima bem descontraído e divertido, com muitas piadas nos momentos certos e comentários que agregavam (mesmo sendo em off da cena).

O mais legal de tudo, foi que uma vez que a narrativa começou a galera se entregou tanto ao jogo que nem dúvidas surgiram!

Todo mundo estava se entregando ao jogo, focando a atenção, ao mesmo tempo que se divertiam com tudo que estava acontecendo!

Pode parecer estranho uma sessão de um jogo com temática de horror selvagem causar risos e diversão, mas garanto a vocês, estava tudo conforme deveria estar!

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Queria muito compartilhar essa experiência com vocês, pois como eu vinha já dizendo todo esse tempo, precisamos atrair mais pessoas ao hobbie.

Precisamos tonar o RPG mais acessível, menos preconceituoso, mais divertido e menos “chato”.

Foi uma experiência que há anos gostaria de viver novamente, aquela sensação de se divertir, criar e se misturar!

E por isso, quero lançar um desafio a vocês: que tal em 2021 introduzirem uma nova pessoa ao nosso amado hobbie?

Não precisa tanto esforço, tanto trabalho, nem nada excepcional. Basta uma pessoa! E depois comenta com a gente o que achou!

E aí, bora encarar esse desafio?

Preferencialismos Nossos de Cada Dia – Off-Topic #17

Um fato sobre os seres humanos: os gostos são muito diferentes e variáveis. Em um círculo de pessoas, certamente terão aquelas que gostamos mais e as que gostamos menos. Caro que isso é algo natural, normal e corriqueiro. Esse é o preferencialismo.

Mas e quando isso se reflete na mesa de jogo?

Não são raros os casos de uma pessoa que gostamos mais que outas amizades que temos, nem são raros também termos nossas preferências e sintonias de formas variadas. É algo natural à existência humana.

Os gostos variam pelos mais diversos motivos, pelos mais diversos fatores, e podem se alterar a qualquer momento.

Mas apesar de ser natural ou normal, será que estamos preparados para lidar com essa situação nas mesas de RPG?

Como o preferencialismo influencia resultados? Como isso pesa a narrativa e o desempenho do jogo?

O PREFERENCIALISMO NA NARRATIVA

Quando o preferencialismo vem na figura de quem está mestrando ou narrando a jogatina, é possível que um grande problema ocorra.

Como quem narra/mestra é a figura que domina os resultados e caminhos da trama e da jogatina, ter uma pessoa tendenciosa nesse cargo é deveras problemático.

Resultados poderão ser alterados, privilégios serão concedidos e muito mais.

Claro que essa é uma forma ruim de conduzir uma narrativa ou jogatina. E é m ais comum do que parece, acreditem!

Esse tipo de preferencialismo  costuma acontecer quando há casais ou crushs na mesa (e convenhamos né, quem nunca fez algo do tipo?) e todos os esforços se voltam a agradar ou conquistar a atenção dessa pessoa.

Outros casos também podem ser por afinidades de amizades, que muitas vezes privilegiam determinadas pessoas da mesa, principalmente por cima de pessoas novata no hobbie ou na mesa.

É um tanto difícil exercer uma boa narrativa e conduzir eficazmente uma mesa de jogo sem se envolver em qualquer preferencialismo que seja, mas é mais que necessário termos um cuidado redobrado pra que isso não interfira de forma negativa na jogatina.

 

PREFERENCIALISMO NA MESA ENTRE PLAYERS

Existe também o preferencialismo entre as pessoas players da mesa.

Amizades que costumam vir de longas datas, ou a proximidade com a única pessoa conhecida da mesa que fez o convite para jogar.

Motivos para que o preferencialismo aconteça certamente não faltam, e os mesmos problemas dos preferencialismo citados acima ocorrem aqui também, mas existem outros problemas.

O preferencialismo entre players pode tanto render algumas boas histórias competitivas (e sim, o RPG pode ser muito competitivo às vezes) mas pode ser altamente prejudicial quando o assunto é uma jogatina mais “um por todos e todos por um”.

Claro que existem as situações onde a timidez atrapalha um pouco o envolvimento ou a aproximação com outras pessoas da mesa, mas RPG é justamente para ajudar a amenizar tais situações.

Se permitir ficar dependente da única pessoa conhecida da mesa impede o desenvolvimento da jogatina, de conhecer as demais pessoas, de interagir e se divertir.

 

O PREFERENCIALISMO REVERSO

E o contrário ao preferencialismo, será que existe?

Infelizmente, sim. E talvez até mais que o preferencialismo de fato!

Hoje em dia costumamos chamar de ranço, preguiça ou outro termo, mas certamente tem aquela pessoa que nossa finidade realmente não bate muito.

Novamente, isso também é normal, é comum, até saudável.

Não é possível “gostarmos de todas as pessoas”, afinal certamente existem pessoas cujos comportamentos ou ideais sejam  conflitantes com os nossos pessoais, até aí tudo bem.

Mas e quando isso começa a se refletir na mesa de jogo? Não gostar da presença de alguma pessoa na mesa, não quer dizer que as personagens não se gostem, não se entrosem ou não se apoiem.

Ter um “preferencialismo em odiar” acontece também, e isso de fato só serve para prejudicar o bom andamento das jogatinas.

MUITO ALÉM DO BEM E DO MAL

Ter preferencialismo, para o bem ou para o mal, vai acontecer. Invariavelmente.

Isso é parte da nossa natureza enquanto seres humanos, enquanto viventes e sapientes.

Como lidarmos com nossos preferencialismos, seja na vida ou nas mesas de RPG, isso sim é algo totalmente sob nosso controle.

Cabe apenas a nós determinarmos o quanto nos deixamos influenciar e levar por tais condições e pensamentos.

É válido lembrar que o RPG é um exercício de imaginação coletivo, feito em união e ressonância.

Que tal tentarmos nos manter um pouco acima dos nossos preferencialismos, e enxergarmos a situação e as questões como um todo?

E fazendo isso nas mesas de RPG, que tal estendermos isso para os outros pontos das nossas vidas?

 

Estilos de Jogar RPG – Off-Topic #16

Começar a jogar RPG é simples, porém nem tanto às vezes.

São inúmeros cenários, sistemas, regras, desafios e muito mais! A diversidade é tanta, e tão grande, que as vezes é mais difícil escolher algo pra jogar, do que jogar em si!

Mas a vantagem, também, é que existe tanta diversidade, que certamente há algo que agrade a todos os gostos possíveis, a todas as idades e todas as formas de jogar.

Mas… falando em formas de jogar… já pensaram em quantas formas diferentes existem para se jogar?

Claro que abordar e falar de todas elas de uma vez seria mais complicador que facilitador, porém, existem alguns “agrupamentos” que podemos abordar. Bora ver?

 

ADVOCACIA DE REGRAS

É uma das maneiras mais delicadas de se jogar, que consiste em esmiuçar um sistema, suas regras, e agir tal qual uma pessoa da área de Direito faria: regra a regra, caso a caso, e seguindo fielmente as regras (ou suas brechas).

Tenho pra mim (e aqui deixo claro que isso seria apenas uma opinião particular e pessoal, e não uma verdade do mundo rpgista como um todo) que GURPS talvez seja o sistema que mais se encaixa nesse estilo de game.

Com suas regras complexas e muito variadas, GURPS é um sistema criado para que seja possível, com ele, jogar qualquer tipo de história imaginável (e algumas até inimagináveis).

Seu manual é muito vasto, com regras e tabelas muito detalhadas, o que faz a alegria de players que adoram esmiuçar regras e analisar funcionalidades de sistemas.

É uma forma de jogar que diverte quem gosta, e vale lembrar, não existe uma “forma correta” de jogar RPG que não seja para se divertir!

Vale lembrar também que Adogades de Regras não são pessoas chatas ou muito apegadas a regras, mas geralmente são pessoas que gostam de “explorar” essas regras, com direito a criar novas e melhores regras para melhorarem suas jogatinas!

Teste de Sucesso

OVERPOWER

Poder acima de tudo, força acima de todos!

Claro, existem players que querem apenas o poder, a força, os feitos épicos, e a capacidade de se sentirem overpowers!

Tal estilo de jogo (novamente, na minha opinião) é muito visto em sistemas como D&D (e suas inúmeras versões) e 3D&T (que em sua essência, foi criado pra ser épico).

Para esse estilo de jogar, o negócio é fazer os melhores combos possíveis, as armas mais poderosas, os ataques mais devastadores, os times mais eficazes.

Esse estilo é muito derivado dos clássicos games eletrônicos ou os wargames de tabuleiro, conde o objetivo sempre é ser forte o suficiente para vencer os desafios.

E sim minha gente, isso é muito divertido de jogar também! Até porque, se não fosse, não seriam bons RPGs né?

Nada de errado em querer ter poderes absurdos, realizar feitos gloriosos, e ter seu nome estampado nas Lendas contadas de feitos épicos em mesas de RPG.

Existem várias formas de se jogar overpower, e nem todas são apenas com feitos físicos. Genialidade acima do normal, mesmo que fisicamente comum, ainda é um poder devastador! Por exemplo, o maior inimigo do Superman, Lex Luthor, é um ser humano normal altamente inteligente, e diga-se de passagem, extremamente perigoso!

ROLEPLAY

Esse é, particularmente, meu estilo preferido!

Aqui o foco é na interpretação, na narrativa e no contar de histórias. É o estilo muito enfatizado nos sistemas do Mundo das Trevas, por exemplo (apesar de novamente essa ser minha opinião).

Jogar com foco no roleplay (termo em inglês para “interpretação de papéis” uma tradução livre) é muito divertido pois permite que Players e Masters criem suas histórias de forma conjunta!

Muitos momentos dramáticos, amedrontadores ou épicos podem ser jogados assim!

Obviamente que ter o foco na narrativa, ao contrário do método Advocacia de Regras por exemplo, pode exigir algumas burladas de regras, manipulações de resultados e afins, já que o objetivo é o contar da história, e não as regras em si!

Lembrando que não há uma forma correta de jogar RPG que não seja pra se divertir, e que existe a Regra de Ouro do RPG de não se prender com excesso a regras, é um método muito válido de jogar!

CASUAL

E também existe a forma casual de se jogar.

Jogar casualmente é simplesmente “pegar e jogar”. Geralmente é feito com aventuras “one-shot” que duram apenas uma sessão ou um tempo pré-determinado.

Essa é a forma mais comum de se jogar em eventos por exemplo, já que não é possível narrar uma longa campanha de várias sessões em um ou dois dias.

Jogos casuais existem aos montes, e mesmo sistemas já citados como Storyteller, D&D e 3D&T podem ser ótimos quando usados para aventuras ocasionais ou casuais.

O bom de um jogo casual é que é possível unir vários estilo de jogo em uma única narrativa.

Pode ter uma personagem overpower, uma pessoa advogando regras pra ajudar a manter a linha narrativa, uma pessoa que prefira um roleplay com uma personagem interessante para dar movimento na trama e por aí vai.

Tanto é possível, que umas das clássicas formações de times de personagens de RPG se baseia em uma personagem forte (que geralmente é de alguém estilo overpower), uma personagem mais social (que geralmente é de alguém mais ropleplay) e personagens mais mentalistas (que pode muito bem se encaixar no estilo de advogar regras).

TUDO JUNTO E MISTURADO

Tendo esses exemplos em mente, bora jogar minha gente!

Um estilo de jogo, sistema ou o que for, não é motivo para se fazer uma separação na comunidade rpgista.

Existem possibilidades, sistemas, regras, estilos e tudo mais para todas as pessoas no mundo poderem jogar e se divertir!

Vale lembrar e salientar também que um estilo ou forma de jogar RPG não invalida o outro, e que muito pelo contrário, unir estilos e gostos tão diferentes é uma excelente maneira de criar histórias mais longevas, criativas, inclusivas e divertidas para todes que forem participar!

No fim, só uma coisa importa: JOGAR RPG!

Então, bora jogar RPG?

Preconceitos e Fobias Rpgistas – Off-Topic #12

Certamente, ninguém tem dúvidas de que RPG é um hobbie que une pessoas. E sabemos também que fobias e preconceitos separam as pessoas. E, infelizmente, o RPG também sofre com as fobias e preconceitos da sociedade, mesmo entre quem joga normalmente.

É importante evidenciar que o cenário de RPG hoje é mais aberto, mais receptivo, e maior que nas décadas de 90 e 2000. Mas ainda temos muito a caminhar.

 

ADULTOS X CRIANÇAS

Uma das separações mais comuns é quanto as idades variadas. De modo geral, adultos tem mais fobias e preconceitos que crianças e jovens. Mas longe de ser uma exclusividade adulta esse defeito.

Mas é muito comum vermos rixas e desavenças envolvendo a questão etária. Adultos costumam não ter paciência para a imaginação fervente dos mais jovens, ou mesmo com a inexperiência que acompanha iniciantes.

É necessário derrubar essa barreira, tanto o preconceito com a faixa etária quanto o preconceito com a inexperiência com pessoas que vão começar agora a jogar, sejam pessoas adultas, jovens ou crianças.

Será que crianças e adultos não poderiam jogar e se divertir juntos?

HOMENS X MULHERES

Não tem como falar de preconceitos e fobias, e não falar de machismo. Infelizmente, o cenário de RPG é muito machista, pelo menos no Brasil.

É comum as mesas serem muito separadas: apenas mulheres, ou apenas homens, claro que com aquelas exceções que miscigenam a comunidade LGBT+ como um todo também.

Houve um tempo em que RPG era considerado “coisa de meninos” ou então o ambiente era tão tóxico no machismo, que qualquer garota que por ventura aparecesse era muito assediada, excluída, e por muitas vezes até humilhada.

StrangerThings, entre muitas outras coisas, evidenciou bastante o RPG, e mostrou muito claramente esse “efeito machista” dentro do hobbie, mas que foi brilhantemente alterado na terceira temporada da série.

Precisamos abandonar esse conceito de que RPG é algo relativo ao gênero das pessoas que jogam. Não importa o gênero, RPG é um hobbie que serve para qualquer pessoa, em qualquer idade.

Enquanto não superamos esse machismo, ainda vemos o separatismo mais desunindo as pessoas que jogam que as unindo, criando “vertentes” ou “formas de jogar” como se o gênero tivesse qualquer influência que seja em criatividade, originalidade, habilidades de leitura e interpretação de texto.

Essa separação simplesmente não deveria existir!

Sério mesmo que em pleno Século XXI ainda vamos tentar estabelecer diferenças entre gêneros?

HETERONORMATIVIDADE X COMUNIDADE LGBT+

Preconceitos e fobias com pessoas da comunidade LGBT+ não é nenhuma novidade, e pensar que o RPG estaria isento desse mal da humanidade, infelizmente, ainda é uma utopia.

É interessante pensar que um hobbie que explora a imaginação para criar narrativas de inclusão, misturas e muita diversidade, seja tão preconceituoso.

Não importa o sistema ou o cenário, as narrativas fazem uso de várias raças, povos, culturas, pensamentos e vivências diferentes. E na maioria das vezes agindo em conjunto, com respeito e amizade, companheirismo e aceitação.

É surreal pensar que as diferenças dentro do jogo fortaleçam tanto o time, enquanto fora do jogo as diferenças não permitem que o time se junte.

O que deveria ser um hobbie de inclusão e aceitação, uma ferramenta de mostrar que a diferença é que torna um time forte, versátil, funcional, na verdade serviu, por muito tempo, para reforçar o separatismo, os preconceitos e as fobias.

Precisamos acabar com esses preconceitos e fobias, com o separatismo e a divisão pelas diferenças, sejam quais forem. Precisamos seguir os exemplos do hobbie que admiramos e nos unirmos.

Quais razões podemos considerar válidas para separar as pessoas, que não sejam por preconceito, fobia ou o medo de sofrer com isso?

DERRUBANDO PRECONCEITOS E FOBIAS

“Somos mais do que mil. Somos um.”

Novamente eu trago essa frase dita por Simba em O Rei Leão 2, da Disney, porque verdadeiramente acredito nisso.
Somos mais que mil pessoas com um hobbie em comum, somos mais que mil pessoas se divertindo e construindo histórias, somos mais que mil pessoas criando e ampliando.

Somos uma única comunidade, somos uma única espécie biológica, somos uma única forma de existência singular. Temos muito mais em comum nos unindo que diferenças nos separando.

Precisamos aceitar que somos crianças, adultos, idosos, iniciantes, experientes, humanos.

Nesse primeiro ano de Off-Topic, completado com esse artigo, já falei sobre o Bleeding, sobre religiões nas mesas de jogo, sobre usar a vingança como ferramenta narrativa, mas devo confessar a vocês que, de todos os textos que eu fiz pro site, esse foi o mais gostoso de escrever.
E gostei tanto desse texto por apenas um motivo: se ao ler esse texto, você aí pelo menos rever suas posturas e tentar ser uma pessoa mais receptiva, acolhedora e do bem para com outras pessoas, meu objetivo terá sido alcançado!

Vamos juntos fazer uma comunidade unida, coesa, acolhedora e receptiva!

 

Existem PESSOAS, e existem RPGISTAS – Off-Topic #11

O mundo é muito plural e diversificado, assim como nosso amado hobbie. Existem pessoas de todos os tipos e pensamentos, e essa variedade e pluralidade é fundamental para o desenvolvimento da sociedade.

Quando falamos de RPG, essa pluralidade é ainda mais acentuada. Pessoas das mais variadas diferenças jogam os mais variados tipos de cenários, sistemas e jogos . E aí sempre vem aquela pergunta: como misturar tanta diferença sem conflitos com diversão pra geral?

Seria possível imaginar o cenário rpgístico e não pensar em inclusão e diversão?

A REGRA DO JOGO OU O JOGO DA REGRA?

Existem pessoas que são fascinadas por regras. Esmiúçam cada detalhe, cada linha, cada argumento, e realmente advogam as regras. São capazes de transformar uma sessão se jogo em um tribunal e se colocam na defesa ou promotoria da situação.

Por outro lado, existem pessoas que acham que as regras são apenas ferramentas, que podem ser moldadas, dobradas, dribladas ou que apenas querem se valer das brechas e lacunas das mesmas.

O encontro desses dois tipo de pessoas pode ser tanto divertido quanto catastrófico, mas acreditem, ambos são importantes dentro do cenário rpgístico e também nas mesas de jogo. É importante saber seguir as regras, assim como também é importante saber quebrá-las e moldá-las, basta saber dosar.

A pessoa que advoga regras é muito útil para determinar certas rolagens e nuances dos sistemas e cenários de jogo, ajudam a não depender toda hora das consultas aos livros e tudo mais.

A pessoa que dribla regras ajuda a acelerar a narrativa, evitar rolagens e testes desnecessários, além de (geralmente) dar um foco maior na interpretação e no desenrolar da história. Com isso, o Bleeding é praticamente garantido também!

A meu ver, cabem às pessoas na mesa entrarem em um consenso sobre quando e como seguir e não seguir regras, afinal, a regra de ouro é clara: não existem regras!

Não importa o estilo de jogar, o que importa é sempre se divertir!

PODER X INTERPRETAÇÃO

Já perceberam que existem pessoas que se importam apenas com os poderes que podem adquirir? Essas pessoas tem todo o prazer e satisfação em vasculhar as regras do sistema em busca do melhor combo, dos poderes mais eficientes, das habilidades mais vantajosas.

Por outro lado, existem pessoas que priorizam a interpretação de papéis, e levam isso muito a sério, sendo praticamente artistas da interpretação. Geralmente não se preocupam com poderes, e focam no que pode gerar melhores histórias ou desafios interpretativos.

Ambas as presenças são interessantes para as jogatinas. É divertido ter personagens com muito poder e combos alucinantes, que terminam os combates com poucas rolagens. Mas também é extremamente divertido ver as interpretações e as nuances da mesa, e ver combates sendo decididos na inventividade ao invés de força bruta.

De tudo um pouco, tudo junto e misturado, e viva a pluralidade e diversidade

 

SISTEMA X SISTEMA

Claro que não podemos deixar de levar em consideração as diferenças de sistemas. Existem pessoas pra jogar todos os sistemas que existem e que por ventura virão a ser desenvolvidos.

Eu, particularmente, não gosto e nunca gostei dos sistemas de regras de D&D em qualquer edição que seja. Entretanto, é um dos principais sistemas do mundo ao se falar de RPG. Existe gosto pra tudo, né?

Pensar que exista um “sistema ideal” para se jogar é tanto limitar a criatividade das pessoas, quanto  impor uma situação inexistente no mercado e no cenário rpgístico como um todo.

É possível jogar 3D&T, por exemplo, com uma campanha séria, dramática, focada em interpretação e inventividade. Basta adaptar a realidade das regras um pouquinho e voilá, praticamente um sistema novo nasceu.

Sim minha gente, é possível pegar o sistema Storyteller e fazer uma campanha medieval épica, com muita fantasia e magia, dragões voando, altos combos e super poderes heróicos, e nem é necessário mexer tanto nas regras, apenas alterar a proposta do cenário dos livros!

Não importa tanto o sistema e o cenário, o que importa mesmo é a vontade de jogar e se divertir

 

SOMOS MAIS DO QUE MIL, SOMOS UM

Essa frase dita por Simba em O Rei Leão 2 é válida para quase todas as questões do mundo.

Somos mais que mil, milhares, milhões de rpgistas ao redor do mundo, porque no fim das contas somos uma coisa em comum: rpgistas.

Não importa gênero, cor, nacionalidade, idade, distância, estilo de jogar… nada disso tem uma relevância significativa quando nos intitulamos rpgistas.

Não importa se gostamos mais de interpretar, de usar poderes astronômicos e combados, de seguir as regras à risca ou de adaptar e desenvolver nossas próprias regras. Existem pessoas de todo o tipo no mundo, e existem rpgistas de todos os tipos no mundo.

Façamos o seguinte então: vamos abraçar nossas diferenças, misturar tudo e nos divertir juntos! Juntos somos mais fortes, e juntos somos mais que mil, somos UM.

Não importa gênero, cor, idade, nacionalidade ou sistema: somos rpgistas!

A Fé Cega e o Pé Atrás – Off-Topic #9

Vivemos em um mundo plural de ideologias e pensamentos. Política, esportes, hobbies e até mesmo religiões são as mais variadas e diferentes possíveis, de acordo com as regiões do planeta. Mesmo os grandes agrupamentos tem, dentro de si, inúmeras variações e diferenças, algumas pequenas, outras bem grandes. Claro que quando levamos isso para os mundos fantásticos dos RPGs, espelhamos de alguma forma essas nuances e diferenças, inclusive com as religiões e divindades.

Liberdade religiosa – importante dentro e fora dos games

MITOS E LOGOS

Desde os primórdios da humanidade, nas mais diversas culturas, temos a ideia ou imagem de divindades ou seres acima da humanidade, que caracterizam ou explicam os fenômenos da natureza e da existência. Com isso, uma série de panteões foram criados, e em muitos pontos os mitos são idênticos, diferenciando apenas seus nomes. Dessa forma, temos os mitos gregos, egípcios, celtas, indígenas e muitos outros. Mas o que isso tem a ver com o nosso hobbie?
Bom, certamente, em algum momento, “deuses” ou “divindades” farão parte da trama, né? Sejam os Antediluvianos de Vampiro, seja a Tríade de Lobisomem, sejam os deuses e deusas do Panteão do mundo de Arton, com espaço até mesmo para o vilanesco Conde Strahd von Zarovich de Ravenloft.
Os mitos fazem parte da concepção do cenário, moldam dogmas e pensamentos, impõe medos e esperanças, e em vários momentos, interferem diretamente no funcionamento do mundo.
É comum vermos divindades serem resumidas a meras estatísticas nas fichas, ou apenas usados como referências para escolher as magias e caminhos de clérigos, mas as divindades devem sempre ter um papel muito maior que isso, afinal os mitos e as lendas servem não apenas para contextualizar e explicar, mas também para determinar muitas coisas. E já que influenciam tanto assim, como lidar com isso e como usar esses elementos na narrativa?

Conde Strahd Von Zarovich – um vilão de nível divino

 

VENTOS DO DESTINO, MUDEM!

Um ponto importante a se levar em consideração ao estabelecer e fazer uso de deuses e divindades nas narrativas, é saber como isso influencia ou pesa nas decisões e pontos de vista dos personagens e da campanha. Pegando como exemplo o mundo fantástico de Arton, temos um vasto panteão de 20 divindades que em alguns casos chegam a ser exatamente opostas umas às outras, e isso pode levar a momentos muito marcantes de narrativa e jogatina. Imaginem o embate entre um seguidor de Ragnar (ou Leen), o deus da morte e uma seguidora de Lena, a deusa da vida, sobre o que fazer após derrotarem um inimigo em combate! Ou então um seguidor de Khalmir, o deus da justiça, e um devoto do deus da guerra Keen, sobre a melhor estratégia de combate contra um inimigo.
Visões diferentes e dogmas diferentes mudam muito a forma de agir, pensar e se comportar dos personagens. Pensem nisso como os estereótipos ou conceitos dos jogos do Mundo das Trevas, ou os conceitos de Natureza e Comportamento também explorados nos mesmos jogos. Seguir uma divindade determina em muitos aspectos o que será considerado justo, correto, errado, inadmissível e tudo mais! Mesmo entre as tribos de Lobisomem o Apocalipse, os dogmas e as leituras de como as divindades são ou agem mudam radicalmente, o que não raras vezes leva a muitos conflitos e desentendimentos internos entre os Garous.
Vale lembrar que os mitos e as lendas podem ou não ser “corretos” dentro do cenário, mas eles são a base do personagem que neles acredita, e nesse caso ele tem peso nas ações e decisões, nos julgamentos e nas escolhas, e isso não deve ser deixado de lado!

O Panteão do mundo de Arton

 

O BOM, O MAL, O CÉTICO

Outro fator determinante de deuses e divindades dentro dos cenários de jogo, é o papel que os mesmos possam vir a desempenhar para estabelecer o que seria considerado como Bem, e o que seria determinado como o Mal, mesmo que não necessariamente essas determinações sejam corretas ou assertivas.
É comum na cultura pop estabelecermos divindades maléficas que querem apenas causar o mal ou o terror, assim como existem aquelas divindades benévolas que são isentas de qualquer traço de maldade ou corrupção. Mas também é possível que serem comuns se tornem tão poderosos ou tão doutrinados em determinado caminho, que passam a ser eles próprios uma divindade ou representação daquela força ou estereótipo, assim como ocorreu com Sauron na obra O Senhor dos Anéis, que é temido por toda a Terra-Média como sendo ele a própria corrupção viva. A simples presença de Sauron serve para distinguir bem e mal, certo e errado. Quem o segue pensa e age de uma maneira X, ao ponto que quem não o segue age de maneira Y, moldando assim o comportamento e a visão de mundo em todo o cenário criado por Tolkien.

Se a simples presença de um ser pode causar tantas mudanças comportamentais a um nível tão exponencial, como não considerar as influências dos deuses e deusas na regência de um mundo? Certamente existirão personagens de uma devoção não aceita em alguma religião, ou vampiros cujos clãs enxergam de formas diferentes as visões divinas, lobisomens que acreditam em versões diferentes dos mesmos mitos de Gaia e assim segue. Usar a religião como ferramenta narrativa é uma ótima forma de enriquecer as jogatinas, trazer alguns debates às pessoas presentes, resolver conflitos e até mesmo divertir!

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Também Quero Viajar Nesse Balão… – Off-Topic #7

Saudações rpgísiticas a você pessoinha linda e maravilhosa que está lendo esse textinho feito com muito carinho! É fato que uma parcela enorme de pessoas que jogam RPG hoje em dia tenha começado esse hobbie bem mais jovem, talvez até próximo da infância (pelo menos o meu caso e de muita gente que eu conheço). Outro fato também é que muitas pessoas que jogam hoje, já em idade mais adulta (por assim dizer) está direta ou indiretamente ligada à alguma criança. Independente do grau de parentesco, é muito provável que uma hora ou outra, essa criança desperte uma curiosidade em saber o que está rolando e o que as pessoas estão fazendo com tantos dados, papéis, livros e se divertindo. E aí surge a grande questão: RPG é coisa pra criança também? É exatamente isso que vamos conversar hoje!

EXISTE IDADE PRA SE JOGAR RPG?

Queria muito começar o texto com essa pergunta, por ser bem capciosa. Será que existe uma idade pra se jogar RPG? Um limite ou censura que deva ser seguido? Há um ponto divisor entre RPG de adulto e RPG de criança?
É possível que a resposta para todas essas perguntas seja SIM! Vamos começar pela idade para se começar a jogar: eu particularmente não creio que exista um ponto de proibição quanto a idade. Como sabemos, na maior parte das vezes é necessário fazer o uso de anotações, leituras e interpretações de textos para se poder jogar RPG, assim como uma grande parcela de boardgames por exemplo. Por isso, é mais complicado jogar com uma criança que ainda não desenvolveu a habilidade para começar ler, escrever e interpretar frases e palavras. Claro que isso não é completamente um impedimento, e sim apenas um ponto que torna levemente mais difícil adaptar a experiência para essa turminha. Obviamente que uma estrutura mais lúdica pode ser criada para inserir as crianças em universo mágico de faz de conta e imaginação, para que possam viver ali suas aventuras e ter seus aprendizados, e que pode ser uma experiência tão ou mais completa que a tradicional vivida por adultos e jovens!

Mas a idade, de fato, pode ser um limitador no quesito “temas a serem abordados”. Como sabemos, RPG é um jogo de imaginação e faz de conta, de criatividade e fantasia, áreas que não tem limites de conteúdo, formas ou reverberações. Nesse sentido, podemos encaixar aquele conceito de que “tudo nos é permitido, mas nem tudo nos convém”. Ao jogar com crianças, alguns temas e cenários de jogo devem ser evitados ou muito adaptados para não ferir a inocência característica dessa fase da vida. Jogos com altas doses de violência, crueldade, terror e afins, inclusive, costumam já vir em seus manuais com avisos que são próprios para pessoas acima de determinada idade, assim como acontece com filmes e games por exemplo.

A questão, então, não é “com qual idade começar a jogar”, mas talvez de levar a questão para “qual material seria interessante de jogar”, levando em consideração a idade e fase mental das crianças envolvidas.

 

POR ONDE COMEÇAR A JOGAR?

Já que crianças podem jogar RPG, provavelmente você já deve estar se questionando “mas começar então por onde”, não é? Hora, isso é ao mesmo tempo simples e também muito complicado. Estamos falando de crianças, e crianças ao mesmo tempo que não veem maldade em muitas coisas, também se fascinam por conteúdos que, mais tarde, podem ser vistos como politicamente incorretos ou não apropriados. Não sei o caso de vocês, mas imagino que, como eu, sejam de uma geração que passou por muita coisa “inapropriada” quando criança, como ver sangue jorrando aos litros nas batalhas dos Cavaleiros do Zodíaco, um velho tarado se aproveitando de uma menor de idade em Dragon Ball, um marinheiro puxando umas ervas pelo seu cachimbo em Popeye, um pássaro muito do errado fazendo todas as trambicagens possíveis pra se dar bem em Pica-Pau e muito mais. Era comum para nós vermos sem maldade, embora hoje possamos notar o quão politicamente incorreto são as obras (mas ainda sim continuam sendo boas).

Minha recomendação, nesse caso, é explorar o que as crianças já conhecem para traze-las ao mundo dos RPGS. Sistemas mais abertos e adaptativos, como 3D&T, permitem que qualquer cenário seja portado para as mesas. Dessa forma, basta pegar o que as crianças estiverem consumindo e adaptar. É necessário deixar o preconceito do pensamento adulto de lado para se mergulhar nessa brincadeira, entretanto. Mesmo que possa parecer uma chatice ver Dora Aventureira na TV, para as crianças é algo mágico. Relembrar a magia de programas que muito nos divertiram, como Castelo Rá-Tim-Bum, também é um caminho atrativo e até mesmo lúdico para se seguir com as crianças.

Não tenham medo de se aventurar pelo mundo do que as crianças andam consumindo! Façam uso do desenhos, programas, personagens, filmes, artistas e demais figuras de linguagem que elas já conheçam e se identifiquem para dar o ponto de partida das aventuras e jogatinas.

O melhor caminho talvez seja se ater menos às regras, rolagens de dados e disputas de poder, para se permitir que elas mergulhem em suas fantasias, imaginações, que deem vida a seus personagens, se sintam parte da história e do mundo fictício que estão criando. Tenho certeza que pra elas a experiência é fantástica, mas para as pessoas organizando, é ainda maior!

Arte do livro “The ABC’s of RPG” –

 

COMO E POR QUE JOGAR RPG?

Ora bolas! Sério que precisamos falar sobre isso? Ok, tá bom, tudo bem… só pra dizer que não falamos, né? Então vamos lá!
Como jogar RPG com crianças? A melhor forma, a meu ver, é brincando e se divertindo (o que, convenhamos, a grande maioria de nós está deixando de fazer para advogar regras de sistemas, né?). RPG pode educar, ensinar e muito mais, mas as crianças, conforme um consenso de especialistas no assunto educação infantil, aprendem muito mais através da diversão, e o conhecimento pode ser muito divertido.

Não se atenham a disputas de dados, regras complexas, equações de cálculos de vantagens, combos de habilidades, lógicas de personagens e cenários… deixem que a imaginação tome conta. Por mais maluco ou fantástico que possa parecer, tentem deixar que o mundo e as regras sejam “criados” pelas crianças. Deixem que elas sintam que estão no comando (apesar de sabermos muito bem quem na verdade está controlando tudo), que estão vivendo de fato o que está em suas cabecinhas.

Assim, seria mais interessante para uma criança, por exemplo, ao invés de simplesmente sentar e olhar a explicação sobre matemática, se ela pegasse uma carona com o Pato Donald pela Terra da Matemágica, onde tudo somente pode ser resolvido através de… matemática! Ou então se elas precisarem de completar o texto de um enigma usando o português! Vivenciar uma experiência de química ou de física ao lado de grades nomes da ciência!

RPG não é apenas ficção e faz de conta. História real e conhecimentos reais podem ser utilizados, explicados, vivenciados e ensinados através do RPG! Uma ferramenta poderosa, capaz de se comunicar com crianças através de sua própria linguagem, de forma dinâmica e acessível, e com resultados grandiosos e gratificantes!

E aí? Que tal planejar agora mesmo juntar as crianças e começar a jogar RPG??

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Liberté, Egalité, Fraternité – Off-Topic #4

Saudações rpgísticas a você, pessoinha maravilinda que veio até aqui ler essa coluninha! Já trocamos uma ideia bacana sobre Bleeding e como utilizar o RPG para trabalhar várias questões diferentes, ponderamos sobre como estender as narrativas e histórias para várias mesas diferentes, e de certa forma definimos que as regras são guias mas não necessariamente obrigatórias, nos permitindo adaptá-las ao melhor desempenho da mesa. Mas agora eu pergunto: e se juntássemos tudo isso, o que poderíamos aproveitar disso? Como poderíamos unir todos esses pontos em uma forma de tornar o RPG mais amigável, acessível e igualitário? Isso, minha gente, é o que tentaremos fazer agora!

Liberté, Egalité, Fraternité

 

LIBERTÉ

Uma das premissas básicas de qualquer RPG é, em essência, a liberdade! Liberdade para criar histórias, desenvolver personagens, dar vida a mundos e universos inteiros, e acima de tudo, liberdade para vivenciar ser outrem, mesmo que por um breve momento! Todas as pessoas que jogam RPG experienciam essa liberdade em algum ponto ou de alguma forma, e preciso dizer isso a vocês: se isso não ocorre, há algo de muito errado na sua forma de jogar!

Precisamos ter em mente esse conceito de “liberdade” ao falarmos de RPG. Cada pessoa é única, e tem seus gostos e particularidades que influenciam sim nas jogatinas (lembram do Bleeding?). Isso sempre deve ser levado em consideração quando falamos de RPG: todas as pessoas têm o direito à LIBERDADE, seja ela criativa, narrativa ou interpretativa, afinal de contas, é justamente isso que buscamos em nosso tão amado hobbie! Então quando alguém quiser jogar com um personagem fora dos padrões, ou quando a mesa quiser explorar um cenário diferente, ou quando o comum acordo for testar um novo sistema, apenas respeitem! Isso é liberdade! E convenhamos: nós que jogamos RPG sempre defendemos a bandeira da liberdade, né?

Claro que devemos manter em foco que nossa liberdade não pode ferir a liberdade de outras pessoas. Ser livre também é ser responsável por essa liberdade, então se valer de qualquer espécie de haterismo ou discurso de ódio apenas porque “é divertido” pra alguém é no mínimo uma falta de noção gigante, e dependendo da situação é até mesmo um crime! Sejam livres para jogarem como quiserem, da forma que quiserem, quando quiserem, com quem quiserem, e deem liberdade para novas pessoas ingressarem nesse nosso mundinho tão maravilhoso! Façam valer um Bleeding positivo de inclusão e acolhimento, compartilhem narrativas, histórias e experiências com outras mesas, alterem as regras de forma que sejam válidos o uso e a criação de personagens diferentes e fora dos padrões!

Liberdade para ser e criar

EGALITÉ

Todas as pessoas são iguais numa mesa de jogo. Seja a pessoa no papel de Mestre, sejam as pessoas que jogam, sejam as pessoas que desenvolvem artes, aquelas que gravam e convertem em Podcasts as jogatinas, façam vídeos, escrevam contos e livros, desenvolvam sistemas… enfim, estamos em um mesmo pé de igualdade, que é fazer parte do mundo do RPG.

Não importam cor, religião, sexo, ideologia política, esporte preferido, nada! A única coisa um pouco relevante é o fator idade (já que alguns temas, assuntos ou cenas podem acabar sendo impróprios para menores de 18 anos). Fugiu disso, a relevância para um bom jogo de RPG é 0, se não for até mesmo negativa!

Se somos livres para usarmos nossa criatividade, e responsáveis também por essa liberdade, então devemos manter na consciência (e nas jogatinas) a ideia de que somos todos iguais! Não há diferença que valide excluir alguém da jogatina, recusar novas pessoas para o hobbie ou qualquer coisa do tipo, salvo atitudes criminosas! Nós, rpgistas, deveríamos ser um povo acolhedor e receptivo, abraçando e acolhendo todas as pessoas que direta ou indiretamente despertarem o interesse de fazer parte desse mundinho muito mágico! Então vamos fazer nossa parte!!!!

Convidemos as pessoas a participarem das jogatinas, a conhecerem como funciona, a lerem e pesquisarem, mas acima de tudo, façamos com que essas pessoas se sintam iguais, presentes e importantes! Façamos das mesas de jogo um ambiente onde qualquer pessoa possa se sentir segura para assumir seus gostos, suas paixões, suas preferências e sua liberdade criativa! Não tenham preconceitos de qualquer espécie, afinal de contas, já sofremos preconceito o suficiente pelo simples fato de termos nosso hobbie, né?

Mais que diferentes, somos iguais

FRATERNITÉ

Já que tentaremos então ser pessoas que valorizam a liberdade e a igualdade, estaremos já muito encaminhados em exercer também a fraternidade! Afinal, quem nunca fez um círculo de amizades fortes em mesas de RPG?

Falando por experiência própria, alguns dos melhores amigos que fiz pra vida vieram de mesas de RPG! Alguns desses amigos são tão importantes que não importa nossa distância ou o tempo que não nos vemos, basta um oi e tudo volta ao exato momento no tempo onde nos vimos pela última vez! Além disso, RPG é uma ferramenta incrível de inclusão! Saber que uma mesa está disposta a jogar com aquela pessoa que tem dificuldades de se socializar, que tem problemas familiares, que se sente rejeitada pela sociedade, é sempre algo lindo de se ver, de se envolver e fazer parte!

Fraternidade é uma relação de “familiaridade” com outras pessoas, aceita-las como membros da família e importantes em nossas vidas! Pensem bem: essas pessoas nos causam Bleedings que podem nos ajudar a lidar com nossos problemas, nos permitem compartilhar essas experiências e histórias com outras pessoas que até então poderíamos pensar jamais termos contato, e no ajudam a perceber que regras não são moldes de gesso, e que elas podem e devem se adaptar às necessidades presentes!

Criar um ambiente fraterno e amistoso irá não apenas melhorar a jogatina, como também pode salvar vidas! Podemos, com gestos simples e humanos, ligados a nosso tão querido e amado hobbie, ajudarmos as pessoas a se sentirem melhores, mais confortáveis, menos deprimidas e mais bem aceitas na sociedade! Façamos nossa parte, sejamos nós o exemplo do mundo que queremos!

Que tal fazer das nossas mesas de RPG o maior Bleeding do mundo, estendendo Liberdade, Igualdade e Fraternidade a todas as pessoas que estiverem ao nosso alcance?

Conectar, interligar, fraternizar

 

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A Regra (De Ouro) é Clara! – Off-Topic #3

Saudações rpgísticas a você, pessoinha maravilhosa que veio até aqui ler essa coluninha! É fato que quando falamos de RPG, imediatamente cada pessoa pensa no seu sistema favorito primeiro. Sejam as ambientações, os cenários, o conjunto de regras ou a facilidade de acesso, sempre há aquele sistema que chama mais a atenção ou acaba sendo o preferido do grupo para as jogatinas. Existem sistemas considerados muito complexos e cheio de regras e tabelas, como o famoso GURPS (que muita gente sempre gosta de lembrar da velha piada da perícia para cavar buracos ou subir em árvores), e existem sistemas muito enxutos e minimalistas, como o caso do 3D&T, mas um ponto se mantém o mesmo, independente de qualquer coisa: jogamos RPG para nos divertirmos. E quando falamos de diversão, apenas uma regra máxima deve ser levada em consideração: todos devem se divertir. Claro que com isso esbarramos em vários adendos e pormenores da regra máxima, variáveis a cada grupo ou mesa de acordo com suas peculiaridades. Dito isso, e estabelecendo a diversão como regra máxima, fica uma grande dúvida: regras do sistema devem ser seguidas à risca, sem alterações e sem discussão? Ou as regras devem ser maleáveis e adaptativas às necessidades das pessoas envolvidas?

Vejamos por exemplo a Língua Portuguesa. Temos um conjunto de regras que são aplicadas às estruturas das frases, às conjugações verbais, aos plurais e muito mais. Porém, contudo, entretanto e todavia, nem todas essas regras são seguidas à risca, e inúmeras exceções foram implantadas às regras (talvez tenhamos em nossa língua mais exceções que regras propriamente ditas). A mesma coisa se aplica ao sistema jurídico: as leis não são exatamente claras, e abrem muita margem para interpretações divergentes e conflitantes em muitos casos. Se as regras que utilizamos em nosso dia-a-dia constantemente não são 100% confiáveis e utilizáveis, por que nos prendermos às regras do sistema que escolhemos jogar?

Colocando em termos práticos, existem várias formas de se jogar RPG nos dias atuais. Enquanto Larpistas se encontram para dar vida a seus jogos se valendo de regras minimalistas apenas para delimitar ambientações e resolver conflitos, existe também quem jogue advogando regras e combeando-as para obter o melhor “desempenho” do sistema. Já quem prefere jogar de forma online, através de chats ou vídeo-chamadas, muitas vezes dispensam rolagens desnecessárias para que a narrativa siga de forma mais fluida. Há grupos que prezam mais a narrativa e interpretação de seus personagens, aliviando rolagens de dados em prol de uma interpretação brilhante, de uma cena bem montada ou de uma estratégia inegavelmente infalível! Claro que regras são importantes, mas analisando de forma maquiavélica, os fins nesse caso podem justificar os meios!

 

QUEM COM REGRA JOGA, COM REGRA SE LIMITA

A maleabilidade das regras pode ser aplicada de inúmeras formas, com inúmeros propósitos, mas sempre de forma consensual entre todas as pessoas participantes do jogo, seja ele em mesa, online ou LARP. Se uma determinada regra atrapalha o desembolar de uma narrativa mais fluida, nada impede que algumas (ou muitas) rolagens de dados tenham “resultados automáticos” para o bom desenrolar da trama! Imagine um grupo de heróis medievais enfrentando um inimigo poderoso! Entre golpes, magias, esquivas e táticas de combate, eis que surge um intrépido Bardo que, brilhantemente, resolve usar uma estratégia inusitada (mas 100% dentro da personalidade do personagem) que teria uma probabilidade baixa nos dados de funcionar (algo como 7 em 20) mas que seria uma cena extremamente divertida, condizente e emocionante a todas as pessoas envolvidas. Por que não “burlar” a regra da rolagem, e dar o resultado automático de sucesso e deixar a cena se desenvolver?

Nos dias atuais, assuntos como inclusão e visibilidade estão (felizmente!!!!!!!) muito em alta! Por que não refletir isso na mesa? “Ah, mas as regras não permitem um Meio-Orc Meio-Elfo Clérigo”… quem disse??? Basta criar um background legal! E esse é o termo chave na maior parte das vezes: BACKGROUND! Em nome de uma boa narrativa, de uma boa história, e de muita diversão, toda regra de RPG pode ser burlada, alterada, mudada, moldada e adaptada ao que melhor servir a quem delas precisar! E está tudo bem fazer isso! Alguns dos melhores artigos de RPG que já pude ler (assim como alguns dos personagens mais clássicos que hoje automaticamente nos remetem a nosso hobbie) são justamente personagens que fogem às regras!!! No cenário de Tormenta, por exemplo, temos um leque de personagens que fogem completamente à todas as regras dos sistemas existentes na época de sua criação! E isso fez dele um dos melhores cenários existentes! Mas podemos ir mais além ao lembrar de personagens como o Elfo Negro Drizzt Do’Urden, de Forgoten Realms; o Conde Strahd Von Zarovich, de Ravenloft, e muitos outros!

Não se prenda ou se delimite pelo sistema ou conjunto de regras usado! RPG é uma ferramenta base para imaginação e criatividade, logo não faz sentido algum limitar a imaginação e a criatividade por causa de regras, não é? Então meu conselho é: NÃO HÁ REGRAS! Liberte-se de grilhões imaginários, solte a criatividade, molde o sistema a seu bel prazer! Derrube regras que não ajudam, altere o background para incluir novas personagens e novas escolhas! Liberdade, ainda que tardia!

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