O Que o RPG Significa Para Você? – Off-Topic #38

Saudações, Rpgista!!! Então, é Natal! Aquela época mágica de reunir as pessoas que nos são amadas, as amizades que são importantes, rememorar os bons momentos, agradecer as coisas boas, e por que não, jogar um RPG! Mas nessa data tão importante e cheia de simbologias, fica a grade dúvida: o que o RPG significa na sua vida?

O Que o RPG Significa ?

Bom, o significado bruto da sigla RPG é conhecido de qualquer pessoa que tenha tido um mínimo contato com esse universo. Role Playing Game, Jogo de Interpretação de Papéis, Jogo de Doido que Lê Demais e por aí vai… não vão faltar nomes, significados de siglas, apelidos (carinhos ou não) e por aí vai.

Mas o cerne da questão não é o significado bruto, mas sim o significado peculiar e particular que a sigla tem na sua vida, na sua vivência e experiência. Se você fosse resumir o que significa o RPG na sua vida, qual seria essa resposta? Ocuparia um lugar de destaque? Um simples hobby? Uma profissão?

Vale notar que não existe uma resposta errada para isso. Claro, pode ter uma resposta técnica formal científica a critério de catalogação ou estudos, mas estamos aqui falando da impressão intimista e idiossincrática que acomete à sua pessoa! E, diante disso, não existe uma resposta errada, né?

RPG Significa Diversão?

Acho que essa é uma resposta óbvia pra você que está lendo esse texto, ne? Claro que é diversão!! A pergunta que deveria ser feita, de fato, é: “como você se diverte com RPG?”

O objetivo do RPG, acima de tudo, desde a sua criação, é a diversão. Seja se divertir criando histórias fantásticas, dando vida à personagens incríveis, rolando dados para atingir os melhores resultados, superando desafios, criar desafios para a mesa… as variáveis de como se divertir com o RPG são tantas, que poderíamos ficar aqui por dias tecendo ideias e não chegaríamos ao ponto ainda.

RPG tem que divertir, o que varia apenas é o que ou como se divertir com ele. Não importa se é com foco em mecânicas, narrativa, combate, rolagem de dados, interpretação, live action… o que importa apenas é se divertir, afinal essa é a proposta do RPG!

Então sim, sabemos que o RPG significa diversão, afinal é pra isso que ele foi criado. E sabemos também que não significa SOMENTE  a diversão, porque a capacidade e profundidade de ir além disse é praticamente infinita!!! Então é possível explorar e ir muito mais a fundo que isso.

Quando o RPG Significa Trabalho

Claro, não podemos esquecer que existe o outro lado do mercado de RPG, além do mercado de consumo. Qual a visão do RPG para aquelas pessoas que trabalham com ele? Seja na parte criativa de um sistema ou cenário, talvez com a parte artística, até mesmo toda a parte do processo de produção, diagramação, impressão, distribuição… Existe toda uma cadeia sistemática de trabalho direto envolvendo o RPG.

Já parou para refletir como é a visão do RPG para essas pessoas? Como é estar ali nos bastidores e na produção de algo que vai trazer diversão e alegria pra tanta gente?

Podemos incluir aí nessa lista uma certa parcela de trabalho que se envolve indiretamente nessa fatia do mercado, e que fica entre a produção e o mercado de consumo do RPG: os produtores de conteúdo “jornalístico” e de fãs do RPG. É todo um universo de pessoas contribuindo, diariamente, para o aumento e crescimento do RPG no mundo todo.

Posso me incluir aí nessa lista, já que só aqui no MRPG eu já faço lives, artigos, resenhas, reviews e muito mais, sempre buscando ajudar e divertir você, sua mesa e as pessoas que jogam com você! E como seria isso pra mim, ver o RPG também como um “trabalho” além da diversão pessoal?

O Que o RPG Significa Para Mim

Bom, então vamos a essa questão, e aqui espero que me perdoe o pessoalismo de falar sobre a minha pessoa (e tentando com muito esforço não parecer narcisista.. que Nimb me role bons dados!). Sem rodeios, é algo incrível, e que eu só posso traduzir como “vivendo o sonho“.

O meu eu molecote, lá dos anos 90, de quando teve contato com o RPG e começou a se maravilhar e apaixonar com esse mundo, deve estar chorando e sorrindo ao mesmo tempo de felicidade e alegria de ver que o sonho aconteceu, que aquele desejo de produzir com RPG aconteceu.

Acontece que o RPG desperta muito a criatividade, a imaginação, e pelo menos pra mim, o desejo de compartilhar e espalhar essas ideias ai vento, para que mais pessoas sintam e se divirtam com essas ideias! E, bom, é isso que eu venho fazendo há uns bons três anos aqui no MRPG já… e tudo começou bem aqui, nessa coluna mesmo!

O RPG significa pra mim poder aprender todos os dias com pessoas fantásticas, que possuem visões de mundo muito diferentes da minha, mas que ainda assim respeitam e entendem a minha visão de mundo, e nos permitimos que nossas ideias abram os olhos reciprocamente um pouco mais. Claro, tenho a consciência de que às vezes uma ou outra pessoa torpe e infeliz aparece para avacalhar tudo, mas o Erro Crítico e as Falhas fazem parte da vida de um Rpgista, né? Nimb não rola somente bons dados…

Também significa poder me divertir! Sério, eu me divirto muito trabalhando com isso, principalmente nas lives! Meus namorados até me disseram esses dias que nunca me viram rindo tão à vontade quanto nas lives de RPG kkkk

E Pra Você, O Que Significa?

Já fez essa pergunta para si? O que significa o RPG para você? O quanto você se dedica, investe, se esforça e se diverte com isso? Tem o desejo de trazer mais pessoas e as pessoas que você gosta para estarem junto de você nessa jornada? Gosta de trabalhar, produzir, criar?

Faça essas perguntas para si mesmo! Às vezes pode habitar o talento da produção de conteúdos em você, e você nem se dava ideia disso! Quem sabe você não pode estar aqui comigo produzindo e se divertindo?

Mas independente da sua resposta, o que importa mesmo, sempre, é a diversão! Então divirta-se muito com RPG! E conte com a gente pra te ajudar nisso sempre!

 

Morte Morrida, ou Morte Matada? – Off-Topic #27

Saudações, Rpgista! Como você lida com a morte nas suas mesas de jogo?

Já teve algum problema com a morte de personagens seus? Ou em matar personagens de jogadores?

Bora bater um papinho sobre o Bleeding em torno da morte?

 

Morte e Bleeding

Primeiramente, vamos pensar em como a morte e o bleeding podem estar conectados.

Criar personagens não é uma tarefa fácil, né? Dedicamos tempo, paciência, imaginação e criatividade na

elaboração da ficha, suas características, história, peculiaridades.

Podemos considerar que personagens são uma extensão de nós, uma expressão de nosso exercício cognitivo de imaginar e significar experiências.

Partindo desse pressuposto, encarar a morte pode ser o mesmo que encarar o fim ou a destruição de uma obra de arte ou criação diversa que já fizemos.

Imagine uma pessoa que escreva, tendo seus escritos destruídos, ou quem trabalha com música vendo suas composições morrendo.

Encarar a morte de personagens, mesmo de personagens que não tenhamos criado, pode sim ser chocante e nos trazer sentimentos conflitantes.

Inclusive, queria até mesmo trocar uma ideia sobre experiências recentes com morte de personagens!

Morte Matada

A primeira experiência foi na aventura one-shot dos Patronos do MRPG (que inclusive já está saindo no Canal MRPG bem AQUI), onde joguei com o personagem Abdul Al-Qzar, um Assamita Ancião diablerista que se infiltrou na Camarilla e foi descoberto.

A pedido do Douglas, eu criei a ficha do personagem, e já previamente combinado com ele, agiria como infiltrado em uma Caçada de Sangue (quando um vampiro é declarado oficialmente um inimigo de uma facção e lhe é emitida uma sentença de morte final) onde eu seria o alvo.

O objetivo dessa aventura era matar ou morrer, e acabaria quando meu personagem morresse ou matasse seus caçadores. Acho que já imaginam o final, né?

Diga-se de passagem, a aventura foi muito divertida e empolgante! Porém tenho de confessar que o bleeding foi um tato negativo.

De certa forma, pra mim foi uma “derrota para os dados”, e não um grande momento interpretativo. Ótimas ideias e cenas interessantes foram inutilizadas pelo fator “rolagem ruim de dados”.

É um pouco frustrante saber que seu personagem vai morrer porque não teve sucessos em uma rolagem de dados para uma ação que deveria ser “rotineira” ao personagem. Mas acontece!

Assim como na vida real.

A “morte matada” é justamente o fato de perder um personagem para algo “além de nosso controle”. Uma rolagem ruim, um resultado inesperado, uma ação de outra pessoa na mesa, ou até mesmo uma arbitrariedade de quem narra.

Como vocês lidam com o bleeding nessas situações? Comentem aí!

A primeira aventura One-Shot dos Patronos. Junte-se ao Patronato você também!

Morte Morrida

Sacrifícios podem ser necessários para criar boas narrativas em alguns casos.

Boromir se sacrificando para que a Sociedade do Anel escapasse dos Orcs. Barry Allen morrendo para impedir os planos do Anti-Monitor em Crise nas Infinita Terras.

A cultura pop em geral está cheia de grandes momentos de sacrifícios de personagens em prol de um grande clímax narrativo, ou para honrar decisões que o personagem de fato tomaria.

E isso é o que ocorre com Jonas, meu personagem da aventura Leipzig 1989 / 1992 de Kult – Divindade Perdida que tá rolando às sextas na Twitch do MRPG.

Jonas é um personagem inconsequente e determinado em tocar o foda-se nas decisões, o que o coloca frequentemente em rota de colisão com a morte.

Mas ao contrário do que acontece com o Abdul, se o Jonas morrer, eu me sentiria até um pouco “contente” com a ideia, pois é justamente esse tipo de loucura que o personagem incessantemente busca!

Honrar uma narrativa ou determinação de um personagem é algo que dá até um certo orgulho (pelo menos pra mim).

É difícil muitas vezes, afinal nosso apego e senso de sobrevivência vai nos direcionar a querer salvar o personagem, né?

Mas essa experiência com Jonas é muito interessante justamente por isso! O personagem é tão empenhando em abraçar naturalmente a morte caso ela venha que não se importa com consequência nenhuma!

A “morte morrida” seria justamente se entregar à morte ou fim de um personagem em prol de uma narrativa ou interpretação, é abraçar e aceitar esse fim, e deixar acontecer!

Comenta aí como é pra você lidar com situações desse tipo!

A aventura onde a história de Jonas começou

Espero que tenha gostado desse bate-papo! Deixa aqui nos comentários como você lida com a morte!

Aproveite e passe lá na Liga das Trevas pra ver o artigo do Raulzito sobre Ofuscação, e caso tiver curiosidade, conheça a ficha do Jonas AQUI.

O que torna um personagem marcante? – Off-Topic #20

Como criar personagem de RPG que seja marcante e forneça boas histórias e bons momentos para a mesa de jogo?

Conhecer o sistema é o suficiente? Conhecer o cenário? Ou é necessária uma dose cavalar de criatividade?

O que torna de fato um personagem memorável? E o que seria memorável pra você?

 

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

Muita gente prefere que os personagens, para serem lembrados e se tornarem memoráveis, tenham características físicas chamativas ou um alto índice de poder físico.

Mas ter uma característica física marcante não necessariamente quer dizer um poder absurdo ou porte físico super avantajado.

Defeitos físicos são também características marcantes e que bem exploradas, tornam o personagem único ou marcante.

Peguemos como exemplo o cenário de Tormenta: Tork é um personagem famoso, popularizado pela série de histórias em quadrinhos Holy Avenger, e uma de suas qualidades mais chamativas é justamente seu tamanho, já que ele é um “anão” para os padrões da raça Troglodita, assim como um dos mutantes mais conhecidos de toda a Marvel, muito famoso por ser “baixinho” nas HQs!

Outro caso, ainda em Tormenta/Holy Avenger é a personagem Niely, uma elfa maga com grandes e exagerados atributos por assim dizer. Apesar de ser uma personagem com um ótimo background, suas características físicas exageradas que a tornaram iconicamente reconhecida.

Utilizar os recursos físicos como características marcantes para personagens é algo costumeiro da cultura pop como um todo, e podem ser facilmente replicados em cenários de RPG.

Altura, porte físico, atributos físicos e afins são exemplos clássicos, mas existem também as deformidades, cicatrizes, marcas de nascença, peculiaridades físicas e muito mais!

Holy Avenger – HQ nacional no mundo de Tormenta

CARACTERÍSTICAS SOCIAIS

Outro fator que marca também um personagem, é a forma como ele trata outras pessoas, ou mesmo como é visto por outras pessoas.

Muitas vezes alguns personagens se destacam por serem os ápices das interações sociais, capazes de se dar bem em praticamente todas as situações.

Outras vezes, no entanto, os personagens são praticamente ineptos em habilidades sociais, o que os torna ao mesmo tempo misteriosos e arrogantes.

Muitos personagens da cultura pop se imortalizaram por terem grande lábia e habilidade social, conseguindo tudo que precisam com conversa e empatia, usando lábia e carisma. Goku pode ser o personagem mais poderoso de toda a saga Dragon Ball, mas o carisma e a sociabilidade de Mr. Satan são insuperáveis!

Por outro lado, personagens silenciosos, secos, socialmente alienados, também levam sua cota de presença e chamam muito atenção. Tanto que, por exemplo, os personagens mais famosos da franquia de games Final Fantasy são os socialmente isolados Cloud, Squall e Lightning.

E um personagem social não necessariamente precisa ser popularesco ou frio. Sociopatas em geral conseguem transitar entre as mudanças de posição social com tranquilidade e facilidade, ao tempo que muitos personagens são influenciadores habilidosos.

Cloud (FFVII), Squall (FFVIII) e Lightning (FFXIII) – protagonistas anti-sociais

 

CARACTERÍSTICAS MENTAIS

E sim, existem os personagens muito marcantes por serem muito astutos, inteligentes, perspicazes ou analíticos. Ter um nível de genialidade ou intelecto muito acima da média também é algo muito marcante.

Já o oposto não é só marcante, como também muito divertido e até comum: o personagem que é burro como uma porta!

E aqui é até onde moram alguns dos estereótipos mais comuns da criação de personagens: a Força é inversamente proporcional à Inteligência.

É muito raro, e até básico, criar personagens nesse molde, onde quanto mais poder e força o personagem tiver, mais burro e ignorante das coisas a seu redor ele será.

A meu ver, isso tira o brilho de duas potencias características marcantes do personagem, de forma que no fim das contas ele não seja marcante em nenhuma das duas.

Personagens como o Bane do filme Batman e Robin, por exemplo, não são nem expoentes físicos nem intelectuais, já que se perdem em ter ambos com destaque e mecânicas ineficientes.

Mas personagens que são intelectualmente mais frágeis (e não necessariamente com baixo QI) tem características marcantes que devem ser bem levadas a sério.

As características mentais vão muito além do nível de inteligência, já que a forma como pensamos o mundo e nossa existência são características mentais ou intelectuais.

Um contraste bem interessante disso pode ser visto na obra Death Note (tanto o mangá quanto o anime) já que Light Yagami e L são expoentes de um nível intelectual muito avançado, em contraste com personagens de nível normal, e com Misa Amano que chega a ser muito inferior com sua alta ingenuidade e inocência.

Misa, Light (Raito/Kira) e L – três expoentes de capacidades mentais

CARACTERÍSTICAS DE INTERPRETAÇÃO

Sim! É possível tornar o personagem marcante por sua interpretação!

RPG é um  jogo de interpretação de papéis, logo, uma interpretação marcante certamente tornará o personagem memorável para sempre!

Por mais que ter uma característica que possa ser denotada marque o personagem, o fato da interpretação dar vida a essas características, ou trejeitos próprios do personagem, farão toda a diferença.

Muitos personagens de cinema se tornaram marcantes muito mais pela forma como foram interpretados do que por sua “ficha” em si. O Coringa de Heath Ledger é muito distante do Coringa de Joaquim Phoenix, assim como o de Jack Nicholson e os atores conseguiram deixar seus personagens unicamente marcados.

Ter uma ficha marcante e memorável, aliado a uma interpretação ruim, podem até tornar o personagem menos marcante do que deveria ser. Kira, Light e Misa, três personagens brilhantemente interpretados no anime, ganharam uma interpretação bem inferior no longa live action da Netflix.

A ficha pode estar isenta de alguma característica marcante em questão de regras, ou às vezes basta um pequeno trejeito para dar o toque da atuação. O Don Corleone de Marlon Brando é mais conhecido por sua atuação icônica que por seus feitos. E o Superman definitivo, mais do que nos fez acreditar que um homem poderia voar, mas nos fez crer que eram de fato duas pessoas diferentes, na genial atuação do Christopher Reeve.

Clark Kent / Superman – duas interpretações muito distintas

 

Então é isso pessoal, espero que tenham gostado, e que tenha dado algo pra vocês pensarem!

Não esqueçam de curtir os artigos da Liga das Trevas que saem todas as sextas, e confiram também as lives que rolam lá na Twitch!

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