Demon’s Party

Hoje teremos um melhor desenvolvimento de uma ideia gerada por mim todo poderoso deus urso caoticamente justo do bacon e do álcool, BearGod! (cantos angelicais ursescos) Se tu és mais antigo aqui no site e atendo a todos os posts já deve ter visto, ou melhor ouvido sobre isso em formato de pílula lá no podcast Dicas de RPG. Sim, Estou falando do famigerado Demon’s Party! Mas a ideia agora é aprofundar, dar inícios, dicas e até alguns suplementos.

Welcome To The Jungle

Primeiro vamos apresentar para quem é recém chegado, qual o objetivo desta festa. Esta modalidade surgiu para uma situação de monotonia em um certo grupo que jogava D&D 5E no sul do país. Dessa forma se estão com problemas de monotonia, nada melhor que o Caos para quebrar isso. Além disso, para o caos precisava-se na receita de emoções e material da onde pudesse surgir tal procurado caos. Emoções essas que podem aparecer no RPG de diversas formas: narração, mapas, poemas, vestes, cheiros, iluminação e som são alguns exemplos. Com tais pensamentos já tido bora bolar algum jeito de implementar isso na trova.

Felizmente nossos serviços de reprodução de música, seja online ou no tradicional MP3 258mb temos a função de aleatoriedade. Assim já temo um artifício para plantar a sementinha do caos. Primeiramente para o caos sonoro precisaríamos de um variador e um material variado para ser lançado. Afinal em uma festa raramente é apenas um estilo musical ou uma emoção transmitida pelas músicas, quiçá numa Demon’s Party.

Logo as músicas devem permitir essa aleatoriedade, sendo deveras diferentes e divergentes, viajando entre eras, estilos, emoções, línguas e gêneros. Para isso criei  uma playlist seguindo esses padrões, indo dos anos 50 aos anos 2010. Saindo do rock advindo do soul de Chuck Berry, passando pelo disco de Bee Gees, o heavy metal de Black Sabbath, o pop de Madonna, o pagode do Molejão, a eletrônica de Darude e isso é só pra vocês terem uma ideia do negócio. Deixarei essa playlist no Spotify para você meu grande amigo Leitor, basta clicar no nome da plataforma aí!

The Number Of The Beast

Agora que já temos o caos, como vamos incluí-lo na trama? Esse caos pode ser incluído na história de diversas formas, um bom exemplo é o cenário. Tal qual quando toca um BatMetal é compreensível invocar o Batman batendo em algum bandido ou apenas passando de cabo a la Tarzan no fundo. Seja ousado! Assim como o Batman aparece no cenário, ele também pode personificar um NPC que falará com os jogadores, tanto ajudando como atrapalhando. Dessa forma o som ambiente caótico interfere na história. Juntamente com a ideia de tirar a monotonia do tradicional RPG, mas também estará auxiliando na imersão dos jogadores.

Definitivamente um dos momentos mais icônicos de campanhas dessa modalidade foi quando ao som de The Number of The Beast diabos dos espinhos tocaram guitarra bateria em cima de construção gerando uma atmosfera emocionante para que seus companheiros atacassem os heróis, eram para aparecer só mais tarde na história. Contudo a música trouxe um número considerável de bestas para encontrar nossos protagonistas. Assim nasceu o nome de Demon’s Party, a festa dos demônios.

Jump

Ouse! Quanto mais elementos forem inseridos na trama melhor! Seja interferindo na história ou só um visual diferenciado na cena. Organicamente surgiram diversos momentos tensos, engraçados e muita piada interna no grupo. Mas RPG é isso, alegria e diversão em grupo! Então é isso, muito obrigado, testem, aproveitem e mandem relatos de como foi a experiência de vocês!

Coup – Influência é Poder!

Em algum lugar da Europa, para conseguir poder, é necessário fazer o que for possível para remover a influencia de outras pessoas, suborno, manipulação, blefe e, por vezes até mesmo assassinato. Isso é o que se encontra jogando Coup. Será que você conseguirá manter suas influencias e se tornar vitorioso?

 

Que Jogo é Esse?

Coup é um jogo de dedução e conflito para 2 a 6 jogadores, podendo comportar até 10. Neste jogo você deve conseguir dinheiro e usar habilidades dos personagens a fim de tirar influência dos outros jogadores. Vence o último que sobrar com alguma influência no jogo.

 

Ficha Técnica

Coup é um jogo de tabuleiro formado por cartas. Ao todo são 25 cartas de personagens, divididos em 5 personagens diferentes com habilidades diferentes, explicadas a seguir:

  • O Duque pode requisitar 3 moedas do monte e bloquear a ação “Ajuda Externa” (explicado mais a frente);
  • O Capitão pode pegar 2 moedas de outro jogador podendo ser bloqueado por outro capitão ou pelo embaixador;
  • O Assassino pode devolver 3 moedas ao monte para matar uma influência de um jogador, podendo ser bloqueado pela condessa;
  • A Condessa pode bloquear o assassino;
  • O Embaixador pode pegar 2 cartas do monte de personagens e devolver 2 cartas da mão para o fundo do monte de personagens além de bloquear a ação de um capitão.

Cada personagem é uma INFLUÊNCIA na mão do jogador. O jogo também possui 6 cartas de ajuda que ficam com os jogadores para facilitar o andamento da partida. Outro componente essencial do jogo são as moedas, pois dinheiro é utilizado para a maioria das ações do jogo. Existe também um 6º personagem, o Inquisidor mas ele não é usado no modo padrão do jogo por isso não falaremos dele aqui, mas pode ser usado por jogadores mais experientes, e ele substitui o Embaixador neste caso.

Cartas de Coup

 

Básico das Regras

No início do jogo, as cartas de personagem são embaralhadas e distribuídas, duas para cada jogador, assim como também duas moedas. Depois disso os outros personagens são deixados em um monte e as moedas em outro monte, e então o jogo pode iniciar.

Cada jogador pode fazer APENAS 1 ação por turno. Durante as ações os jogadores anunciam que tipo de ação será e estas são dividas em duas categorias, Ações Padrão ou seja que todo jogador pode fazer sem utilizar um personagem específico, e Ações de Personagem ou seja utilizar as habilidades únicas que cada personagens possui, estas habilidades servem tanto para atacar quanto para defender da ação de outro jogador.

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Ações Padrão:

  • Renda: consiste em pegar 1 moeda do monte, e não pode ser bloqueada.
  • Ajuda Externa: consiste em pegar 2 moedas do monte, e pode ser bloqueada pela carta do Duque.
  • Contestar: Você pode contestar que algum jogador possui realmente uma influência (carta de personagem) quando este utilizar uma ação de personagem. Neste caso, ele deve mostrar que possuí realmente a carta na sua mão, e ai podem ocorrer dois casos. Se ele possuir a carta realmente, VOCÊ deve descartar uma de suas influências, em seguida o jogador que provou que possuia a influencia em questão, coloca esta na pilha de descarte e compra uma nova influência da pilha de influencias. Se ele não possuir a carta, ele deve descartar uma das cartas de sua mão, ficando somente com uma ou nenhuma (saindo do jogo).
  • Golpe de Estado: consiste em devolver ao monte 7 moedas e o jogador deve escolher um outro jogador para perder uma influência (carta de personagem) que possui. Observação importante: quando um jogador chega a 10 moedas (ou mais ) no seu tesouro pessoal, a próxima ação será OBRIGATORIAMENTE um GOLPE DE ESTADO.

Ações de Personagem:

  • Usar Habilidade:  para usar a habilidade do personagem você deve anunciar que está usando a influencia de tal personagem e realizar a ação (sem mostrar a carta em questão). Exemplo: “Sou o Assassino, vou pagar 3 moedas e matar uma influência do Jogador X.”
  • Bloquear Habilidade: algumas cartas possuem a habilidade de bloquear uma ação, você deve então anunciar que está usando a influência de tal personagem para bloquear a ação de outro jogador. Isto deve ser feito imediatamente após ele anunciar a sua ação. Exemplo: “Eu jogador X sou a Condessa e bloqueio seu assassino”. No caso de envolver o monte de moedas, mesmo não sendo a ação sobre você, você pode bloquear com sua carta como por exemplo: Jogador Y: “Vou usar a Ajuda Externa e pegar 2 moedas do monte.” imediatamente depois desta ação o Jogador X se pronuncia: “Eu sou o Duque e bloqueio essa Ajuda Externa”.

Se um jogador perder suas 2 influências (cartas de personagem) ele perde o jogo e espera alguém ganhar. Vence aquele que sobreviver ao final do jogo com pelo menos 1 influência na mão.

 

Como Funciona na Prática

O grande truque desse jogo é que você não precisa ter o personagem em mãos para executar sua ação, pois as cartas são secretas. Contudo as ações e bloqueios de personagens podem ser contestadas por outro jogador. Neste caso se a pessoa estiver com o personagem em mãos ele revela o personagem e conclui sua ação em seguida coloca o personagem revelado no monte de personagens, embaralha-o e pega um novo personagem do topo do monte de personagens para compor sua mão e o contestador perde uma influencia a sua escolha colocando-a na pilha de descartes. Se a pessoa contestada não tem o personagem consigo, ela perde uma influência e a coloca na pilha de descartes. Por isso deve-se ter cuidado com a ação de personagem.

 

Quem Vai Curtir

Coup é um party game com tempo moderado. Ele é bom para quem gosta de um jogo de treta leve a moderada. Sendo um jogo mais competitivo, onde a confiança em outros jogadores é aproximadamente zero. Grupos que não lidam bem com desconfiança ou não sabem diferenciar as coisas, talvez o Coup não seja para vocês. Mas ele é rápido de entender e melhor ainda jogando pois as mecânicas ficam claras rapidamente em 3 ou 4 rodadas.

 

Análise Final

Ele é um jogo para jogar em grupo, fica melhor com 5 a 6 jogadores, embora um fator problemático dele seja o modo espera: se você perde suas influências muito rápido tem que ficar esperando os outros jogadores terminarem a partida para poder jogar novamente (o que não quer dizer que você não possa ficar fomentando a treta do lado de fora, mas sempre lembrando de não olhar as cartas de quem ainda está jogando). Por sempre poder mudar as cartas de jogador, ele tem alta taxa de re-jogabilidade o que o torna um dos grandes jogos de treta do mundo junto, com “The Resistence” que já resenhamos para o Movimento RPG e pode ser visto clicando aqui.

 

Ainda não tem certeza?

Você pode adquirir Coup na Amazon clicando aqui (e ainda ajudar o MRPG pois este é nosso link de afiliados), mas no caso de você ainda ter dúvidas sobre comprar ou não, aqui vai uma dica. Para quem é de Floripa e região, é possível locar este jogo na Jogaderia. Entre em contato com eles e avisa que você veio do site Movimento RPG! Certeza que você será muito bem atendido. 🙂

E aí? Curtiu? Quer ver mais resenhas nossas sobre board games relacionados com RPG? Tem aqui no Movimento RPG.

 

 

Nosferatu Board Game: 2ª Edição

Uma equipe composta dos mais renomados caçadores de seres sobrenaturais do mundo é chamado a uma pequena cidade para encontrar um vampiro que está atacando região. O problema é que um desses caçadores é um vampiro disfarçado. Eles devem descobrir quem é o infiltrado e estaca-lo antes que a infestação tome proporções irremediáveis. Serão eles capazes de concluir essa tarefa a tempo mesmo com toda a discórdia causada por Renfield para tentar confundi-los???

 

Que jogo é esse?

Nosferatu Board Game é um jogo de dedução e intriga para 4 a 8 jogadores, expandindo para até 10 na segunda edição que traz uma nova roupagem e uma vampiro extra pra confundir ainda mais os caçadores, que traz a caça de um vampiro com base em uso de elementos de dedução para que o objetivo seja atingido que é derrotar o vampiro antes que ele morda geral. Aqui falaremos da segunda edição.

 

Ficha técnica

Ele é um jogo de tabuleiro em cartas que são divididas em 3 tipos: cartas de “Ritual” que ajudam a derrotar o vampiro, cartas de “Mordida” que servem para o vampiro derrotar os caçadores, cartas de “Noite” que adicionam noites ao baralho de rodadas, uma carta de “Amanhecer” que encerra a rodada e cartas de “Jornal” que atrapalham o ritual. Também vem as fichas de personagens com 7 caçadores, 2 vampiros e 1 Renfield que é o serviçal dos vampiros e é o “Narrador” do jogo. Como peça final vem uma “Estaca” que serve para indicar o primeiro jogador da rodada e, é claro, perfurar o vampiro derrotando-o.

 

O básico das regras

Um jogador fica com a ficha do Renfield e distribui a sua escolha as fichas de personagens e duas cartas do baralho geral composto de jornais, rituais, mordidas e as noites restantes. Renfield fica com o baralho de rodadas conhecido como baralho de “Noites”. Os jogadores, cada um a sua vez deve comprar 2 cartas e usar duas cartas onde descarta uma revelada e posiciona de face para baixo a outra numa pilha que é conhecida como “pilha de Ritual”.

Ao final da rodada, Renfield deve embaralhar as cartas da pilha de ritual e revelar o que foi jogado: apenas rituais realizam o ritual, qualquer elemento extra cancela o ritual. Mordidas na pilha são colocadas por Renfield reveladas na frente de um jogador a sua escolha que perde uma das cartas de sua mão. Noites na pilha são adicionadas ao baralho de noites aumentando a raridade de sair o amanhecer dando mais chance para os vampiros. Jornais são descartados mas ainda invalidam o ritual.

Os caçadores vencem caso consigam realizar 5 rituais ou empalar o vampiro. Renfield e os vampiros vencem caso apareçam 5 mordidas durante o jogo na pilha de rituais ou os caçadores empale outro caçador.

 

Como funciona na prática

Renfield conhece as identidades dos jogadores, e por isso ele não pode entregar quem são os vampiros para os caçadores. Ele confundirá os jogadores tratando todos como “Mestre” e pedindo por mordidas para que possam ganhar o jogo. Como todos os personagens são secretos, fica difícil confiar em alguém. A função dos rituais é facilitar um pouco a vida dos jogadores para que descubram quem são os vampiros. Naturalmente jogadores serão acusados e “cabeças” serão pedidas mas é apenas euforia do jogo, coisa normal de qualquer jogo de treta. 

Dentre todos os jogadores, o que estará com o Renfield terá a função mais importante pois ele sabe quem é o que e deve fazer com que seus senhores se saiam melhor que os caçadores, mas sem deixar a veia cômica que esse personagem traz ao ser vassalo de todos os jogadores para auxiliar seus verdadeiros mestres. Se seu grupo gosta de uma treta leve e boas risadas, Nosferatu não pode faltar em sua coleção!

 

Quem vai curtir?

Sendo um party game, ele costuma levar diversão para aquele grupo que gosta de jogos de intriga uma vez que ele tem uma pegada meio “Among us” pois existem impostores dentre os caçadores que são os vampiros. Discussões acontecem e devem ser incentivadas mas de modo tranquilo pois a ideia é divertir e não romper amizades. Grupos que não lidam bem com desconfiança e discórdia não são recomendados para esse jogo pois a história do “você era vampiro então não confio mais em você”, “você me acusou injustamente, não falo mais contigo” são problemáticas para quem joga esse jogo se não souber levar na esportiva.

 

Análise Final

Pra esse jogo de discussão e intriga, quanto mais gente, melhor. Mas a recomendação básica que dou é pra ser jogado com, pelo menos, 6 pessoas, pois a dificuldade aumenta para ambos os lados. Caçadores terão mais dificuldade de achar o vampiro, mas o vampiro pode acabar por demorar a jogar se a sorte não estiver muito ao lado dele. 

É um jogo bem divertido, instigante e com uma pegada cômica bem interessante e diferente de outros jogos de treta. Altamente re-jogável, Nosferatu Board Game é um excelente investimento para grupos de 6 ou mais pessoas.

 

Ainda não tem certeza?

Infelizmente a maioria das lojas de board game estão com este excelente party game esgotado, mas aqui em Floripa é possível locar na Jogaderia o Nosferatu Board Game: 2ª Edição. Se você é da Grande Florianópolis, entra em contato com eles e avisa que você veio do site Movimento RPG! Certeza que você será muito bem atendido. 🙂

E aí? Curtiu? Quer ver mais resenhas nossas sobre board games relacionados com RPG? Tem aqui no Movimento RPG.

The Resistance – Treta em 5 modos

Você gosta de jogos desafiadores, de raciocínio rápido, blefe, manipulação e dedução? Em resumo, você gosta de treta? Então tenho o jogo certo para você: The Resistance.

Ficha técnica

O jogo é considerado um party game, com duração média de 30 minutos. Participam de 5 à 10 jogadores (mas costuma ficar melhor de 7 para cima. O jogo é bem enxuto, com algumas cartas e um tabuleiro pequeno. O essencial dele é a conversa (e as mentiras) que rola. 

A temática é futurista distópica: o mundo está dominado por um império e existe um grupo que representa a resistência. Os jogadores recebem seus personagens no início, podendo ser da resistência (azul) ou espiões do império (vermelho). O objetivo é descobrir quem são os vermelhos e não permitir que eles destruam a resistência. Este jogo é similar a Máfia e Lobisomem, seu principal diferencial é que ninguém é eliminado durante a partida. 

Aqui no Brasil, o jogo é vendido pela Galápagos em uma versão que contém 5 variantes do jogo (com diversos personagens especiais). Tem um vídeo bem legal da Galápagos que você pode assistir clicando aqui. Outra opção que temos é a Jogaderia, que aluga jogos de tabuleiro na região da Grande Florianópolis, eles também são bem fãs do The Resistance. E você pode ver  clicando aqui um vídeo deles explicando um pouco mais sobre o jogo.

Também existe uma versão com temática medieval (não é vendida no Brasil), baseada nos personagens das lendas do Rei Arthur. Aqui eu contei tudo para vocês sobre Avalon: The Resistence.

Como funciona?

No início da partida você recebe seu personagem (de forma sigilosa). Você pode ser do time azul ou vermelho. Os vermelhos saberão quem está no seu time, mas os azuis não. E aí, meus amigos, está montada a treta toda.

As rodas acontecem em duas partes. Primeiro um jogador irá determinar quem vai em uma missão da resistência. Mesmo sem ter informações concretas, ele deve decidir em quem ele confia ou não. O time inteiro vota se concorda ou não com as pessoas escolhidas. 

Quando o time é definido, apenas quem está no time vai para a missão. Então eles votam secretamente se a missão será um sucesso ou um fracasso. O objetivo dos azuis é que a missão se concretize, por isso eles votam sempre sucesso. Já o time vermelho quer que as missões falhem. Para isso eles devem votar em falha e convencer as demais pessoas de que outra pessoa que é o vermelho (para se manter nas missões e continuar dando falhas).

Os jogadores podem (e devem) debater cada decisão, cada frase dita. A ideia é argumentar e contra argumentar até convencer a todos da sua versão. Os jogadores podem mentir, blefar, manipular… Tudo o que conseguirem, para garantir a vitória para o seu lado.

O jogo se adapta ao número de jogadores, alterando a quantidade de azul e vermelho e também quantas pessoas vão em cada missão. Isso altera a dinâmica do jogo, o que é bem instigante.

5 jogos em 1

Importante falar que o jogo possui 5 modos. Eu particularmente gosto do modo com cartas especiais, onde tem a figura do líder (que conhece que são os azuis). Nesta versão, a carta do Assassino pode vencer o jogo matando o líder. Este modo é chamado de Assassino. Gosto dele porque as cartas especiais nos dão mais informações para debater entre os jogadores. Além disso, podemos balancear o game, trocando quais cartas entram naquela partida. Mas neste texto vamos focar somente na versão mais simples do jogo, futuramente falarei sobre as demais formas de jogar este maravilhoso jogo.

 

Tá, mas porque eu deveria jogar?

The Resistance é um jogo de muito atrito. As pessoas vão blefar e mentir. É a parte mais essencial do game. Então os jogadores precisam entrar nesse clima e não guardar rancor. Ele pode ser considerado um party game, mas tem um potencial gigantesco para causar brigas reais. 

Dito isso, volto para a pergunta: “Por que, raios, eu ia querer jogar isso”? E eu te digo: porque é divertido DEMAIS. O jogo é muito instigante e dinâmico. Você precisa ter um raciocínio lógico alto e veloz para ler bem o que está acontecendo. 

É sensacional quando você é do time azul e consegue colocar o time certo e alcançar o sucesso. É ainda MELHOR quando você é do time vermelho e consegue manipular todo mundo para acreditar que você é azul! Ou quando você assina o líder e ganha o jogo!

[Sim, eu gosto de ser do Império]
A experiência de jogar The Resistance constantemente me deixa falar: o jogo só melhora. Você vai aprendendo as dinâmicas e conhecendo as pessoas, ficando cada vez mais afiado na leitura dos outros e mesmo em como se comunicar para convencer os demais do seu ponto de vista.

Você precisa desenvolver uma estratégia durante cada partida, para conduzir o game para o lado certo. A pior coisa é quando você é do time azul e todos estão desconfiados que você seja vermelho. Reverter um quadro desses requer muitas habilidades de interpretação e argumentação. Para quem é rpgista: The Resistance é interpretação e improviso na veia!

 

Se você curtiu este jogo, ele está sendo vendido atualmente pela Amazon, você pode comprá-lo clicando aqui. Assim você também vai estar ajudando o site, pois somos parceiros da Amazon! 🙂

REINO DOS MORTOS [CAPÍTULO FINAL]

Jim começou a sentir a dor, e os primeiros ossos serem quebrados. Ele fez careta e pressionou os lábios. Sabia que iria morrer. Seus olhos varreram o céu, que apesar da fumaça do incêndio, era azul bebê. Um pássaro voava lá em cima.

– Não… – ele murmurou. – Não… não é… não é um pássaro.

– O quê? – O necromante inclinou o ouvido, confuso.

Algo acertou sua nuca com força, arremessando-o contra o chão. A harpia fez um rasante, e Toiva pousou na laje, encharcada. Ela foi até o Martelo de Gerion que jogara na cabeça do necromante, e o pegou do chão.

Com a metade do crânio amassado, Nagond estendeu o braço, mas Galdor pegou o cajado de osso primeiro, e o jogou para longe.

– Nada de cajado mágico pra você – o mago disse.

O necromante rastejou, assustado, enquanto via Toiva com a única arma capaz de mata-lo.

– Toiva! – Kvarn gritou, pulando para cima da laje de novo. Ele gritou de felicidade, rindo. – Você conseguiu! Você está viva!

– Não me abrace – ela mostrou a mão para Kvarn. – Eu me enfiei em um esgoto e fui jogado no mar, cheio de criaturas gosmentas. Não estou muito cheirosa. Aliás, tenho novidades, mas primeiro, vamos lidar com esse aí.

Nagond rastejava em direção à borda, desesperado, mas Jim pulou sobre ele, segurando-o. Kvarn foi para trás do necromante e se preparou. Jim fez o inimigo ficar de joelhos, com a cabeça contra o chão. Toiva ficou do outro lado da laje, segurando o martelo.

– Segure-o firme – Kvarn disse para Jim. – Eu não posso errar.

O guerreiro recuou um pouco antes de correr e chutar a bunda de Nagond. Galdor usou todo o resto de magia que tinha e fez o necromante voar com força em direção à bárbara. Toiva girou o quadril, colocando toda força no martelo. Ela acertou a cabeça de Nagond, fazendo seus miolos explodirem para todos os lados e quebrando sua espinha em vários lugares. A bárbara empurrou o cadáver pela borda da casa, fazendo-o sumir na multidão de zumbis.

O grupo se olhou, inseguros. Não sabiam se haviam conseguido. Ficaram esperando o necromante surgir a qualquer momento, conduzindo seu exército de mortos até a laje. Mas não, isso não aconteceu. Toiva olhou para o Martelo de Gerion e sorriu.

– Funcionou de verdade. Matamos o maldito.

Todos suspiraram aliviados, mas a alegria durou pouco. Eles estavam sem energias, famintos e feridos. Não havia mais flechas ou magia. A harpia havia sumido, e o grupo estava por conta própria. Ao redor, centenas de milhares… ou até milhões de zumbis cercavam a casa, desnorteados. Com a morte do seu necromante, eles não se movimentavam mais sincronia. Ou se escondiam nos esgotos.

– Você disse que tinha novidades, Toiva – Jim perguntou, segurando o peito feirdo.

– Não faz tanta diferença assim. Eu vi um navio de elfos atracado no porto. Parecia ser uma frota militar. Eles poderiam nos dar uma carona para fora da cidade. Mas pelo visto nunca chegaremos lá.

– Todos morreremos então – Galdor suspirou, olhando furtivamente pela borda da laje.

– Kvarn pode fugir – Jim disse. – Ele tem o colar.

Kvarn removeu o colar do pescoço, decidido.

– Eu não irei sobreviver sozinho. Se vocês forem morrer, eu também vou.

– NÃO SEJA IDIOTA! – Toiva rosnou. – Morrer em vão não é nada nobre! É idiotice.

– Você precisa alertá-los, Kvarn – Jim disse. – Tem que avisar os outros reinos sobre o exército de mortos aqui. Eles precisam fazer alguma coisa a respeito. Se os portões se abrirem, eles devastarão a todos.

Kvarn abaixou a cabeça, teimoso.

– Ouça, Kvarn – Galdor rastejou até ele. – Eu sou o líder desse grupo, e estou lhe dando uma ordem. Sobreviva e alerte os outros!

Kvarn mostrou os olhos cheios de lágrima e concordou com a cabeça.
Ele saltou da laje e sumiu no meio dos mortos, fingindo ser um deles.

Horas se passaram e a noite caiu.  Toiva ficou olhando as gaivotas no céu. O porto não estava longe dali. Mas eles nunca conseguiriam atravessar o grupo de mortos que estava no caminho. Os três continuaram deitados, esperando a sua hora chegar.

Toiva foi a última a fechar os olhos para dormir. E assim que começou a sonhar, um som de corneta a acordou. Talvez tinha sido um pesadelo, mas Galdor e Jim também estavam de pé, igualmente assustados. Outra corneta foi tocada. Não era um sonho.

Os três olharam em direção ao porto. O som foi ficando mais próximo. E agora eles podiam ouvir algo tilintar. Sons metálicos. Espadas fatiando.

– Os elfos! – Jim exclamou ao ver a cena.

Cerca de duzentos elfos com roupas douradas e capacetes pontudos marchavam em formação de flecha. Na frente deles, Kvarn destruía o máximo de zumbis possível.

– Rápido, vamos ao encontro deles! – Galdor ordenou. – Vamos fugir daqui antes que os outros mortos venham na direção do barulho. Pelo visto, vamos sobreviver – os três sorriram.

 

Algum tempo depois, o grupo se reuniu na proa da embarcação élfica enquanto cruzavam as ondas do mar. O capitão do navio disse que fazia aquela rota por Negressus há muito tempo, mas nunca ia para além do porto, e por isso não sabiam daquele exército de mortos ali. Esse devia ser o motivo porque os mortos sempre se escondiam durante o dia, para não serem vistos.

O navio se afastava enquanto deixavam Negressus, a cidade dos mortos, com uma grande coluna de fumaça que tocava as nuvens.

O grupo sabia que havia falhado em sua missão de recuperar um quadro perdido para um rico de Deloran. Mas haviam descoberto uma missão muito maior. A missão de proteger o mundo dos vivos. E eles estavam muito otimistas com isso.

 

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