Emoções Abaladas na Cosmonave- Parte 06 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis 05, a Capitã precisou intervir nas acusações feitas por Icaro, além de ser perceptível um clima de desconfiança no ambiente. Será que os tripulantes conseguirão dar conta de tanta pressão sobre seus ombros? Fique agora com a Missão Artêmis Parte 06.

As câmaras Lenora 9 do sistema de hibernação criogênica sempre foram silenciosas, de um certo ponto de vista, lembravam templos, lugares sacros ou que mereciam certa reverência. Seria uma comparação natural, pois ressureições ocorriam rotineiramente naquele ambiente. Milton Travis, estava ali comtemplando cada câmara, que situadas no chão, lembravam túmulos que tinham em sua essência, mistérios e segredos apenas vislumbrados por uma entidade superior, uma inteligência acima das outras.

Travis, estava sentado ao lado de Albert Conley, que parecia sereno em seu ciclo de adormecimento. Foi apenas há dois dias atrás que ele recebeu a orientação. Não houve relutância, nem resistência, nem mesmo quando Icaro o retirou da missão Héstia, devido sua instabilidade emocional. Foi naquele momento, observando o semblante da capitã Duke, que ele percebeu que a vida e morte, em nenhum momento pertenciam a tripulação. Todos eram apenas ferramentas rapidamente descartáveis e substituíveis. O ciclo de despertar, as análises recorrentes e as responsabilidades dentro da nave eram questionáveis. Conley teve apenas um momento de fraqueza seguido de lucidez e agora jazia ali, sem a permissão para viver até que Icaro mudasse de ideia.

Dean Franklin respeitava o trabalho de Conley e observando a atitude demasiadamente emocional de Travis, aproximou-se para dialogar sobre a situação, citando que “o sono era apenas um recurso corriqueiro de segurança para todos a bordo, nenhum humano, mesmo se tivesse vinte vidas a disposição poderia contemplar e participar das descobertas que a  Ciência possibilitava para eles. Estavam vivendo o sonho de uma civilização”. Ao ouvir aquilo, Travis retomou seu treinamento, retomou as várias horas, dias e meses em que encutinham em todos os aspirantes à tripulantes, o dever máximo para com a civilização humana. Ouviu tanto aquele discurso que tinha decorado passagens e mais passagens. Ele sabia que estava ali por motivações egoístas, na qual pensava em imortalizar-se durante o processo de entrega a uma missão sem grandes porcentagens de perspectiva de sucesso. Mas, era estranho, que ciclo após ciclo, condicionado a seguir protocolos, nunca havia parado para analisar a situação dos tripulantes naquele limitado espaço dentro da nave. Não havia escolha, apenas a conclusão da próxima etapa.

O sentido em “renascer”, trazia consigo a repetição das responsabilidades inerentes de cada despertar, de maneira que aquilo parecia um simulacro sem graça da vida que tinha antes. O mais bizarro, era que apenas um evento improvável, mas não impossível havia desencadeado pequenas inconsistências na mente de alguns tripulantes. Com Conley fora o inesperado medo do desconhecido, para Travis, a sensação de impotência e insignificância. E para os demais? Qual seria o ponto máximo até que simplesmente tivessem suas vontades quebradas?

Cinco dias após as reflexões de Travis consigo mesmo o médico Chase Johnston e psicólogo Ethan Mack voltaram a se reunir com a capitã Duke, sob supervisão da Icaro para deliberarem que ele também deveria iniciar o ciclo de hibernação, sem data prevista para o despertar, tendo em vista os riscos à missão. A capita nesta ocasião argumentou que “devido o nível da missão, foi necessário que todo recurso humano dentro da nave fosse colocado em ação para minimizar o tempo de manutenção e avaliação geral, cumprindo todas as rotinas e sub-rotinas usuais para as viagens espaciais da Iniciativa Cronos. Dessa maneira ter todos os tripulantes despertos de uma vez, expostos a uma carga de estresse, urgência e perigo em nada contribuía para os preparativos até o salto derradeiro que os levaria ao novo destino. Cada tripulante retirado das funções não contribuía para a lógica de agilidade no processo para conclusão rápida proposto pela Icaro em ocasiões anteriores”.

Dessa vez a capitã foi poupada de uma queda de braço sobre relatórios médicos, pois o próprio Travis assumiu não ter condições de apoiar a nova missão, concordando em ser despertado assim que a rota original fosse retomada. A capitã sentiu o golpe e imaginou que no ritmo atual, não teria peças fundamentais para todas as incumbências necessárias. Aquilo impactou-a, pois observar homens tão racionais e forjados nas dificuldades da viagem espacial serem derrubados daquela maneira, simplesmente não fazia sentido.

A situação era inusitada, mas os treinamentos, as leituras e os exercícios, somados todos ao tempo de serviços prestados de maneira impecável não condiziam com as decisões tomadas. Foi nesse momento que a capitã decidiu tomar uma atitude. Convocou Cochran e Bass, restantes da equipe de manutenção da nave e levou-os até o setor no qual as Matrizes Hefesto forjavam os materiais necessários para a reconfiguração dos trajes. Lá orientou ambos os especialistas sobre a necessidade de redistribuição das responsabilidades. Necessitava de alguém junto dela no trabalho que estava desempenhando, mas não podia deixar de lado os demais afazeres. Foi assim que a capitã, distribuiu, três capacetes dos trajes a cada um, comentado que “precisamos alinhar nossas práticas e dialogar rapidamente sem interferência para que possamos atender a Icaro e manter os protocolos de segurança, sendo assim, manteremos o sistema fechado para evitar distrações e problemas em nosso rol de atribuições”. Icaro imediatamente interferiu na conversa, alegando que a  decisão não seria prudente e  causaria tensão entre os demais tripulantes. A capitã calmamente citou que os demais tripulantes, sabiam que haveria sacríficos e que todos deveriam estar dispostos a dar seu melhor para a conclusão ágil da missão Ômega, sendo assim e ainda como capitã da nave, com controle sobre as Matrizes Hefesto, incumbir-se-ia de seguir os comandos com exatidão garantindo todos os recursos para uma conclusão eficiente dentro de quaisquer prazos que pudessem ser estipulados. Icaro concordou, apenas salientando que só os três receberiam tal permissão no prazo de apenas uma semana, ao passo que a Duke, pensou consigo mesma “este tempo será mais que suficiente”.

O Movimento RPG está com novidades na MRPGStore, visite nossa loja.


Emoções Abaladas na Cosmonave- Parte 06 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Descobrindo a Cidade #6 – City of Mist

Nesta série optei por mostrar-lhes informações sobre o livro e o estilo de jogo, City of Mist ou Cidade das Brumas é uma possibilidade infinita de RPG de heróis ou vilões que pretende por ser clichê. Ainda assim, sê-lo não quer dizer que não possamos inovar e misturar aspectos diferentes de narração para contemplar a nossa galera. E é sobre isso que quero abordar neste que é o último texto dessa campanha.

Brincar com o conceito de heróis e vilões tem sido divertido nesses últimos anos, uma vez que o gênero tem sido nossas referências culturais em formato blockbuster. Ainda mais por estarmos cansados de, pra onde quer que olhemos, o longa seguir o mesmo caminho da “jornada do herói”. Tanto é que vibramos, nos últimos filmes, quando um grande vilão está na tela. Nós queremos mais, queremos nos identificar com vilões também (vide Orm e Killmonger).

Cidade de todos, ou ninguém

Dark Fantasy City of Mist

Construa sua própria perspectiva de cidade. Ela pode ser uma cidade de todos, onde oportunidades aparecem e os personagens estão vivendo cada vez mais descobertas sobre si mesmos. Seja um Mestre de Cerimônias (nome dado ao narrador) que apela ao American Dream, ou, provoco tuas histórias a fazer uma cidade completamente fechada, nada aberta aos sonhos, que oprima seus cidadãos. Uma cidade com policiamento agressivo ou moradores que não atendem a política da boa vizinhança.

Pense em outros cenários de RPG para se inspirar. Sua cidade pode ser parecida com a conhecida Gotham City (como já sugestionado) para um clima decadente. Pior do que isso, ela pode ser uma cidade saída das histórias de Chamado de Cthulhu. Qual a motivação disso? Criar vilões coerentes para essa cidade. Um homem que sofreu muito para sobreviver em uma cidade pouco convidativa e se revolta contra esse sistema é, na verdade, alguém a se identificar para os jogadores. Afinal, ele se parece mais com um anti-herói, na verdade.

Desafios City of Mist

Heróis das lendas, e do dia-a-dia

Para você, jogador, que quer repensar seu personagem e construir algo profundo, te provoco: estaria disposto a abandonar sua vida mortal completamente ao ganhar poderes? Eis aqui a chave desse sistema. Como administrar sua vida comum (logo) quando acabou de receber poderes e descobrir que dentro de ti desperta uma lenda (mythos)? Lembre-se sempre da frase do Tio Ben.

Faço uma provocação ao jogador, para que não abandone sua vida comum. Até porque, diferente de uma história de quadrinhos da Marvel ou DC, você não se tornou um herói com superpoderes para proteger outras pessoas. Você descobriu que é um portal para outro plano e que uma criatura adormecida está querendo vir para a Cidade das Brumas e utilizar-se do seu corpo. Não necessariamente vocês tem uma boa relação, no entanto vocês podem se sentir como a mesma pessoa em tempos diferentes.

Logos e Mythos

É isso, companheiro herói. Chegamos ao fim de nossa série na Cidade das Brumas. Você me conhece, sou Kastas, do Contos da Tríade e se quiser conhecer meus outros textos dos outros sistemas, por favor, clique no link. Para conhecer mais do meu trabalho, nos siga no instagram! Agora, se seu interesse é pela continuidade da série City of Mist, visite o link dos textos anteriores, clicando no primeiro, segundo, terceiro, quarto ou quinto texto!

Minha experiência narrando Brancalônia

Apaixonante desde o primeiro contato, venho expôr uma humilde experiência narrando Brancalônia, esse rico cenário para Dungeons & Dragons que você pode encontrar resenhas mais “técnicas” por aqui.

Rota para Galaverna

Sem nenhuma intenção de criar uma nova resenha, vou apenas dividir um momento com vocês. No começo de 2022 eu tive o prazer de narrar uma aventura aqui no Movimento RPG, chamada Rota para Galaverna, o bando de canalhas liderados por Fausto Selva deveria sair do covil a qual estavam e partir para a Vila Lupina – situada em Galaverna – acompanhado de Maria e seus 3 irmãos mortos, Hildebrando, Savéria e Giuliana.

Havia um mistério em torno disso e eu não vou revelar muita coisa, exceto que nossos canalhas sairam no braço com uma velha e enfrentaram um bando de patos, gansos e galinhas falantes na mais vergonhosa batalha campal que você terá conhecimento. E essas rasas informações são apenas para gerar curiosidade, não deixe de acompanhar, ainda mais sabendo que uma segunda aventura já foi confirmada, nos aguardem.

Narrando

Brancalônia é um cenario muito bem construido e ler o livro é empolgante como acompanhar um romance, pois os detalhes apresentados se encaixam perfeitamente e a arte do livro é impecável e formar uma imagem mental daquilo que se espera de um jogo ambientado nesse mundo biruta, é “molezza” (use seu sotaque italiano agora).

As raças combinam com as classes, que combinam com as regras, e por mais que se utilize da mecânica de D&D, o modo como ela é tratada faz toda a diferença, em especial pela adição de uma ferramenta interessante e que roubou meu coração: a Briga!

A Briga é uma saida inteligente para fazer com que existam cenas a lá Terence Hill e Bud Spencer e inserir uma ação divertida em uma partida que funciona muito além do alívio cômico. É uma luta onde não há o risco de morte, existindo técnicas especiais para as raças, classes e que normalmente fazem alusão a utilização de adereços presentes em Tabernas, como se agarrar em candelabros, arremessar mesas, barris e até mesmo outros personagens.

Esse cenário deixa o narrador muito a vontade para colocar as maiores doideras em jogo, porque não há a intensão de se criar heróis em Brancalônia, e por mais que os personagens se transformem eventualmente em lendas, o motivo pelo qual isso possa acontecer é só um detalhe, aqui todo mundo é canalha sim!

E falando em canalhas, muito do sucesso – modestia a parte – da campanha se deu pelo entrosamento instantâneo dos jogadores, não vejo a hora de fazer com que eles passem mais vergonha

E então…

A conclusão por aqui é muito simples, JOGUE BRANCALÔNIA! Trazida ao Brasil pela editora Retropunk só espero que esse RPG se torne um verdadeiro sucesso.


Espero que tenha gostado e não esqueça de se tornar um dos nossos Patronos, tem muita coisa boa acontecendo e você está perdendo!

Se você gosta de D&D 5ª Edição conheça mais textos deste sistema dentro do Movimento RPG Clicando Aqui!

Abraço!

Desconfianças rastejam pela Cosmonave – Parte 05 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis Parte 04, Conley perdido em seus devaneios não entende porque as diretrizes de Icaro, além de estar sobrecarregado em uma função que não foi treinado. Mas os comportamentos da IA gerarão desconforto na esquipe toda. Fique agora com a Missão Artêmis Parte 05.

Albert Conley definitivamente parecia outra pessoa. Já há alguns dias, os demais tripulantes trocavam conversas sobre o estado do responsável pelas manutenções e revisões de diversos sistemas. A idade finalmente o encontrara e sua saúde parecia ter sido afetada por todo movimento causado desde a mudança da rota rumo à Héstia.

O Doutor Milton Travis era o único que sabia o real motivo para mudança de seu parceiro nas atividades dentro da Artêmis. Duas semanas antes, Travis havia recebido ordens para apoiar a capitã na reconfiguração de trajes de combate tendo em vista que a utilização das Matrizes Hefesto demandava sua total atenção. Sabendo que Conley também recebera treinamento para manter sistemas essenciais com a manutenção adequada, designou-o para cumprir a função temporariamente, porém não imaginava que os protocolos da Icaro considerariam uma atitude de monitoramento radical da tripulação. Travis decidiu e conseguiu convencer Conley a manter a informação sob sigilo, já que a simples sensação de perda do controle, poderia causar pânico e tensão desnecessária considerando o nível de estresse de todos diante do que aconteceria quando adentrassem a Héstia.  Infelizmente, a decisão estava sendo visivelmente nociva.

Naquela noite, o médico Chase Johnston e Psicólogo Ethan Mack convocaram uma reunião com a capitã Duke e Travis. Icaro estava presente na reunião e após pedir permissão apropriada solicitou espaço para expor o problema. Durante sua explicação, médico e psicólogo complementavam o curso traçado pela Icaro, que rapidamente apresentou evidências para a aplicação do sono criogênico a Conley. Segundo Icaro, a longa exposição, o impacto da sobrecarga de tarefas, por vezes incompatíveis com a função somada as incertezas e ansiedade o levaram a uma condição perigosa para um ambiente limitado de convivência. O sono, atrelado a medicações seria uma alternativa viável para segurança da missão.

Todos ponderaram sobre o contexto, quando Icaro citou “somado a condição do Doutor Albert Conley, este sistema orienta que a capitã Duke mantenha seu comando alinhado as diretrizes condizentes a missão que lhe foi incumbida, tendo em vista que suas ordens erráticas, em nada  somam para resolução adequada da incursão. Não há dados que comprovem a necessidade de uso de recursos e preparação extra. Há urgência na conclusão da missão Ômega”. Ao dizer isso, todos silenciaram, exceto a capitã que rapidamente alicerçou sua linha de raciocínio, expondo e solicitando gravação e repasse de suas falas e linha argumentativa para a central. Foi ainda, mais incisiva usando seu código protocolar de comando “capitã Duke, código Alfa0013, responsável pelo cruzador intergaláctico Artemis 13, refuta a exposição da Icaro sobre a coerência de seu comando, tendo em vista que as diversas etapas da missão que me foi imposta denotam a utilização adequada de recursos materiais e humanos, na conclusão adequada e prioritariamente segura de todos os membros da tripulação. A nave que será abordada permaneceu por décadas em estado não minuciosamente periciado, apresentando assim uma gama de riscos, ao qual a responsável presente não pode ignorar. A conclusão urgente relatada pela Icaro em nada dialoga com a necessidade de uma análise e preparação cuidadosa prezadas pela Iniciativa Cronos em variados artigos que regem nossa atividade. A contestação só seria válida se a Icaro pudesse apresentar mais evidências que por sua vez alicerçariam sua tréplica! ”.

Diante da saída inesperada, Travis espantou-se com o argumento utilizado pela capitã. Icaro ficou alguns segundos em silêncio e depois concordou com a capitã, que por sua vez cedeu em relação ao Doutor Conley. O clima ficou estranho e Travis pensou consigo que sua capitã percebeu algo estranho diante da postura impetuosa do sistema. Houve ali uma boa tentativa  de deixar toda situação às claras, mas o sistema deve ter analisado o impacto de variadas respostas, até simplesmente concordar com a capitã.

Ao concluírem a reunião, Travis retomou sua função e a capitã solicitou uma atenção cuidadosa ao sono de Conley. Havia um olhar meticuloso no rosto de Duke, que solicitou “Travis, preciso que retome suas funções enquanto manterei atenção a reconfiguração dos trajes, infelizmente vejo coerência em não perdermos tanto tempo como inicialmente projetei, por isso darei prioridade apenas a cinco trajes, assim ganhamos tempo e poderemos diminuir o ritmo para com todos, peço que mantenha atenção às suas atividades e ouça com cuidado as orientações da Icaro. Percebo que ele está mais dedicado a conclusão do que imaginei. Faça seu papel grande irmão

Quando Travis ouviu o termo grande irmão, sua memória divagou sobre conversas que teve em variados momentos com a capitã, antes do embarque, especialmente durante um treinamento na qual ela afirmou que temeria o dia em que ela se tornaria apenas mais uma vitima de George Orwell dentro de um local fechado e monitorado. Foi assim que Travis ao captar a referência, entendeu que Duke, ponderaria com cuidado seus próximos passos.

O Movimento RPG está com novidades na MRPGStore, visite nossa loja.


Desconfianças rastejam pela Cosmonave – Parte 05 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Descobrindo a Cidade #5 – City of Mist

Neste que é nosso penúltimo episódio da série de Descobrindo a Cidade, trarei ideias de campanhas segundo os diferentes tipos de galera. Se o que você procura é dar um pontapé nas suas ideias e desanuviar alguns pensamentos, me acompanhe até o final da jornada. Deixando claro que as sugestões aqui feitas acompanham a regra de ouro “modifique para se divertir”.

É hora de se apropriar de tudo aquilo que falamos anteriormente, pressupondo que estando aqui você já sabe sobre Mythos, logos, tipos de galera e rótulos para a sua galera. Nessa altura, você já sabe que estamos na Cidade das Brumas (ou City of Mist) e queremos um RPG que possa abordar os clichês, certo? Do contrário, revisite os outros textos, que indico no final deste.

Descobrindo a Cidade, finalmente!

Logos investigando o despertar

Se o seu grupo segue o esperado de serem detetives amadores, saiba que sua campanha terá um início na vida cotidiana. Por isso, nada é mais estimulado que abordar esse tipo de vivência até que o despertar aconteça. Mas o que pode desencadear essa situação? Na verdade, os heróis são portais para as lendas que existem na Cidade das Brumas e, talvez alguém consiga antecipar esse tipo de situação envolvendo o Mythos de cada um. Quem sabe um professor maluco? Um grande cientista maligno? Um grande empresário com muitos contados?

O Mestre de Cerimônia (mestre ou narrador desse jogo) pode introduzir essa antecipação, fazendo com que os logos consigam percorrer todo o caminho de descoberta sobre seu Mythos estando um passo atrás de seu vilão. Melhor do que isso, a galera vai angariar informações na medida que investiga o que está, literalmente, acontecendo em suas vidas normais. Como não dizer que seria prazeroso antecipar os movimentos do rival?

Descobrindo a Cidade para achar outros Mythos!

Diferentes tipos de Mythos

Há duas formas de fazer essa campanha, é claro. Uma em um nível de fantasia obscura, a outra, em uma campanha de alta fantasia. Caso opte pela fantasia obscura, indico que sua galera seja um bando de empresários, donos de algum tipo de empresa de fachada que tem por objetivo caçar outros Mythos para aprisioná-los, contê-los ou doutriná-los. Afinal, isto é perigoso, certo? Como impedir que um Mythos poderoso domine A Cidade?

Agora, se a sua ideia é ter uma campanha ocultista, no sentido de descoberta sobre as gerações e gerações de lendas, opte por uma campanha de alta fantasia usando os heróis como investigadores das Brumas. Uma campanha de personagens mais maduros que estão atrás de Mythos específicos, de GRANDES LENDAS, prontos para encontrá-las antes de seu despertar. Jogue pistas para todos os cantos, crie mentiras e verdades e pronto, tenha uma galera investigativa!

Ainda assim, pode-se optar por uma campanha de Deuses Modernos se o que vocês desejam é uma jornada épica. Pra isso, os personagens já estão acostumados com seus Mythos e claramente tem um domínio na cidade. É claro que nada os impede de conseguir mais domínio enquanto administram suas vidas pessoais e até mesmo negociar com outros deuses para avacalhar os negócios de outrem.

Mythos que são Deuses Modernos

Estamos próximos do fim de nossa campanha, é inegável, mas ainda há mais um conteúdo que desejo abordar com vocês, sobre diferentes estilos de narração e jogo dentro desse mesmo universo. Você me conhece, sou Kastas, do Contos da Tríade e se quiser conhecer meus outros textos dos outros sistemas, por favor, clique no link. Para conhecer mais do meu trabalho, nos siga no instagram! Agora, se seu interesse é pela continuidade da série City of Mist, visite o link dos textos anteriores, clicando no primeiro, segundo, terceiro ou quarto textos.

Quem está no controle da Cosmonave? – Parte 04 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis 03, a Capitã Duke tinha um plano para adentrar na nave Héstia reduzindo os riscos para seus tripulantes. Mas na própria Artêmis ainda tem muita coisa para ser feita. Fique agora com a Missão Artêmis Parte 04.

Havia alguns dias que a agitação tinha se instaurado na Artêmis. Desde o sinal de emergência recebido da Héstia, todos mobilizaram-se para atender as ordens da capitã, sempre zelosa em manter não só a segurança da missão como também de atender rapidamente a quaisquer revezes que pudessem se abater sobre a nave. Tal processo, impelia a capitã a sempre projetar cenários variados de calamidades e, portanto, cabia a nave estar preparada para a resposta adequada. Não havia reclamações, pois todos sabiam que a condição na qual estavam não podia permitir impetuosos, incautos e irresponsáveis. A equipe e a missão sempre foram, são e serão a prioridade para aqueles que escolheram está vida. 

Perdido em pensamentos e divagando sobre o movimento não usual, o Doutor Albert Conley pensava o que gravaria naquele dia. Era rotina dentro das missões as gravações de diários digitais que depois eram cuidadosamente analisados pelo sistema Icaro e pelo médico Chase Johnston e Psicólogo Ethan Mack que por sua vez mantinham o controle das condições da tripulação. Conley achava aquela tarefa repetitiva e cansativa, mas especialmente naquele dia se deparou com uma sensação estranha, lembrando-se de seu casamento e dos desafios que sondaram sua paternidade. Refletia sobre a possibilidade de sua condição como bisavô e as tantas lembranças não vividas que poderiam ter sido deixadas para trás. Tal fato não era usual, pois ele sempre foi um homem de mente afiada e de grande determinação, porém o exercício de projetar possibilidades o incomodava muito. Talvez o estudo dos dados estruturais das missões estivesse afetando seu discernimento.

Os níveis de segurança das naves eram divididos em S, A e B. Cada nível relacionado ao tamanho da nave, sua tripulação e seus objetivos. O usual eram as categorias A e B serem adotadas pela Iniciativa Cosmos, nomenclaturas para sistemas que tinham poucas diferenças práticas, porém as naves classificadas como S, sempre continham mentes brilhantes, aparatos de ponta ou em fase final de testes, com alto grau de sigilo. A Héstia com a qual lidavam se encaixava exatamente nessa faixa. Uma nave fora do padrão para missões dessa série. O número de recursões e sistemas que deveriam garantir o sucesso eram variadas e Conley, um senhor cético e científico, refletia pela primeira vez que a confiabilidade nos sistemas que os guiavam era quase um exercício de fé pura e simples. Sua função era manter a tecnologia viva ou será que sua função era manter a fé viva nos sistemas que invariavelmente um dia fariam daquela nave uma tumba estelar? Uma ode aos cosmonavegadores que exploraram o espaço. Uma oferenda depositada no altar da Humanidade.

A ansiedade chegou lentamente, mas parecia ter gostado do que encontrara. Nesse momento Icaro cumprimentou-o pela imagem  holograficamente projetada à sua frente. Um breve susto, fez com que o Doutor Conley voltasse a si reclamando da intromissão. Icaro, foi objetivo em sua preocupação relacionada ao monitoramento da atividade neural durante a rotina de gravações, tendo em vista que a mesma demonstrava oscilações com alto nível de ansiedade. Questionou o doutor sobre a necessidade de atenção médica e em seguida apresentou relatórios que demandavam atenção. Conley percebeu que havia trabalho a ser feito, reposição de algumas peças e configurações necessárias comuns a todo processo de substituição. Porém, enquanto analisava os dados se deu conta da observação sobre o monitoramento cuidadoso da Icaro e questionou a situação. Todo sistema de inteligência artificial estava atrelado aos protocolos de manutenção estrutural com análises limitadas de outras esferas. A análise das gravações fazia sentido, pois a garantia de sucesso da missão estava relacionada a manutenção do recurso humano à bordo, mas tal cuidado cabia prioritariamente aos profissionais da saúde que faziam parte da tripulação.

Conley imediatamente inseriu códigos de segurança e fez uma análise do sistema questionando a avaliação que Icaro havia feito.

“Doutor Conley, seu código foi revogado no exato momento em que o nível de segurança Omega foi estabelecido. Os sistemas de monitoramento compreendem todos os integrantes da missão, com coleta de dados cuidadosos de todos os membros à bordo. Suas condições física e psicológica devem ser analisados e cabe a este sistema reger e aplicar os protocolos devidos às circunstâncias não usuais da missão recebida pela capitã deste Cruzador intergaláctico – Artêmis 13 “

Nesse exato momento, Conley se deu conta que a preocupação havia ganho maior proporção, pois naquele contexto em que estavam, sua fé residia na tecnologia e quem controlava a tecnologia não eram mais mãos Humanas, mas  sim um Deus Artificial que manteria seus olhos e vontade fixos sobre os membros da missão…

O Movimento RPG está com novidades na MRPGStore, visite nossa loja.


Quem está no controle da Cosmonave – Parte 04 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Descobrindo a Cidade # 4 – City of Mist

Descobrindo a Cidade se trata também sobre a descoberta de seu Mythos. Você ocupará um lugar no mundo antes de despertar, é claro, e ele continuará tendo importância na sua vida, mas e agora que você descobriu que é mais do que acreditava ser? Você optará por uma vida dupla, por manter, quem sabe, uma identidade secreta? Abertamente irá exigir do mundo seu lugar por direito?

No texto de hoje, descobriremos tipos de Mythos e como abordá-los e também como lidar com o logo – além de explicá-lo em maior detalhe – uma vez que a sua vida prévia não deixou de existir para que você se tornasse um herói. Apostar nessa dualidade sempre vai ser um bom caminho para o seu jogo, afinal, e se de fato fossemos todos Mythos em potenciais? Essa é a proposta desse cenário.

O logo

Descobrindo seu Mythos

Explicarei o que é o logo por uma simples reflexão “o que você era antes de saber que existe uma lenda adormecida dentro de você?”. Estamos falando não só de que profissão você era, ou até mesmo que tipo de recursos você tinha. Ok, isso é de fato relevante, mas isso é superficial. Imagine que você é uma criatura com superpoderes que acabou de perceber que está dentro de um corpo que não é mais o seu habitual. E as relações que você tinha antes de ter esse poder todo, como serão afetadas?

Como diria o mais humilde de todos os heróis, “Com grandes poderes vem grandes responsabilidades” (essa frase nunca vai perder seu peso, obrigado, mestre Stan). É necessário pensar em como isso afeta os teus contatos e, principalmente, se o seu logos não se permitirá ter o corpo tomado pelo Mythos.

Descobrindo o dilema

Deve haver um grande dilema, portanto. Não existe uma outra forma de lidar com essa situação, existe alguém que teve uma vida prévia ao despertar, você não é só a lenda adormecida, mas se não tomar cuidado, ela pode surrupiar seu corpo e suas ações. Você pode se perder dentro de uma ganância e se tornar alguém alheio a quem era.

Despertar da Lenda

Pense no seguinte, se um policial, com família, justo e correto descobre que na verdade adormece dentro dele o aspecto da Justiça, ele será quase que “agraciado” por esses dons, no entanto, como fica o pai que precisa ser flexível com seu filho para não lhe causar sofrimento? Trato sobre uma questão ainda mais delicada, e se um garoto perdido e sem suporte descobrir que reside dentro dele a própria onipotência?

São questões a se pensar, não é, caro amigo? Estamos descobrindo que galera só aumenta, caro herói, por isso mantenho o convite para que fiquem comigo, ainda falarei sobre ideias de campanhas e é claro que me permitirei utilizar os diferentes tipos de galera para contemplar essa vertente. Você me conhece, sou Kastas, do Contos da Tríade e se quiser conhecer meus outros textos dos outros sistemas, por favor, clique no link. Para conhecer mais do meu trabalho, nos siga no instagram! Agora, se seu interesse é pela continuidade da série City of Mist, visite o link dos textos anteriores, clicando aqui para o primeiro texto, aqui para o segundo e por fim aqui para o terceiro.

Rhonda Duke a Capitã da Cosmonave – Parte 03 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis Parte 02, os cosmonautas receberam informações confusas sobre a nave que pede resgate, além de receberem a tarefa de irem até essa nave. A preocupação com os riscos atinge a todos. Fique agora com a Missão Artêmis Parte 03.

A capitã Rhonda Duke mantinha um olhar focado na alimentação daquela manhã, a adorada pasta desidratada de cor amarela rica em todos os tipos de vitamina e necessidades químicas do organismo, apenas com uma ressalva referente ao sabor e textura oleosa. Remexia o alimento divagando sobre as ordens recebidas. Cabia a ela cautela em relação ao conteúdo e abordagem nessa missão. Entendia que o sigilo nível Omega, considerava alto grau para segurança dos envolvidos, contexto esse que poderia significar uma passagem sem retorno para todos de sua nave. Precisaria ser minuciosa nas orientações para garantir a integridade e sucesso na missão.

Repentinamente, a capitã Duke levantou-se e rumou até o setor de segurança do Cruzador intergaláctico Artêmis 13, no caminho solicitou a presença do Primeiro Tenente Aaron Becker. Os demais tripulantes notaram a agitação e preocupação não usual de sua líder, mas àquela altura os acontecimentos, de fato, mexiam com a mente de todos.

A capitã, assim que acessou o setor de segurança, fez uma observação cuidadosa dos aparelhos ali presentes. Devido a distância e complexidade na missão, o estoque de alguns itens era limitado, fazendo com que as Matrizes  Hefesto fossem necessárias para o quebramento de partículas e recombinação atômica que possibilitariam a produção de variados materiais para o andamento da missão. Como critério de segurança, as Matrizes disponíveis em cada missão podiam produzir uma lista limitada de utensílios, sempre com alto controle das autorizações, isto impedia que mentes perturbadas pudessem fazer destes aparelhos, conduítes para simulacros macabros. Durante sua análise notou que os equipamentos disponíveis podiam produzir peças essenciais para seu plano.

O Primeiro Tenente Aaron Becker olhava a atitude com desconfiança e indagou qual a ligação de tal atitude para com a missão, ao passo que a capitã lhe disse que os equipamentos a bordo consistiam em versões levemente aprimoradas do modelo padrão que por sua vez garantia proteção contra situações ambientais severas, temperaturas extremas, oscilação de pressão e proteção cinética básica. Em sua mente, a missão que enfrentariam levaria em conta um contexto observado nas abordagens ocorridas no cinturão Osíris, cerca de cento e cinquenta anos atrás, no qual um confronto por estações de observação exigiu uma completa reconfiguração dos aparatos disponíveis. Segundo seus estudos históricos, a força de ataque foi sobrepujada, justamente por ignorar os desafios do terreno artificial e natural, além de todas as condições  variáveis de um confronto ambientado num espaço de trezentos e sessenta graus.

Sendo assim, como todo material militar atual já tem em sua essência as características modulares e cambiáveis que facilitam substituição e produção, seria possível que os trajes pudessem ser preparados para um contexto mais hostil. A capitã reiterou que os diversos tópicos pontuados para a invasão da cosmonave Héstia demonstravam a conclusão parcial de um evento de alta periculosidade, o próprio número de tripulantes, com nomes diferentes para iguais funções significava que baixas já eram esperadas. O uso do sistema Vesta, era comum em naves militares, a própria capitã Harley Irwin, teve em seu histórico incursões que a desabonariam de outros propósitos mais éticos. Um nome célebre como do doutor Joel Miles, astrobiólogo, autor de variados livros usados na graduação, não se arriscaria em uma missão que não trouxesse mais fama e renome. E a própria detonação final demonstrava que os vestígios e evidências deveriam ser permanentemente apagados e isto poderia incluí-los.

A capitã Duke havia escolhido sua missão devido sua capacidade superior demonstrada em todas as fases de sua formação, dessa maneira, sua estratégia base seria estar preparada para os piores cenários dentro do contexto ao qual haviam sido colocados. Com tantos argumentos coerentes, o tenente concordou e iniciou a produção dos itens que estariam disponíveis, questionando que ele próprio teria dificuldade na montagem e reconfiguração, momento em que a capitã citou que ela tinha conhecimento suficiente para deixar os trajes similares aos do Comando Ares. A capitã ordenou que os soldados fossem convocados, já que alguns passos da reconfiguração poderiam ser feitos por eles, manualmente, ao passo que o tenente citou que o sistema Icaro poderia ajudá-los, elemento que foi expressivamente negado por ela. Justificou sua decisão citando que quaisquer elementos responsáveis pela segurança no contexto julgado hostil da nave que abordariam não teria “link” com a sua própria nave, portanto ela mesma faria os processos mais complexos não só nos trajes como também nas armas, o fator tempo não seria um empecilho, já que a Héstia já estava à deriva há muito tempo.

Quando o tenente ouviu tais afirmações contundentes, lembrou-se de histórias envolvendo a líder, que sempre demonstrou uma aptidão física e mental invejáveis. Os rumores apontavam-na como uma “aprimorada”, indivíduos que passaram por rigorosos exames e aprimoramentos genéticos, porém tal fato nunca fora confirmado e por vezes poderiam significar apenas uma maneira de justificar a mediocridade dos que foram superados por ela. O tenente a admirava e respeitava, mesmo porque sempre havia coerência em suas decisões.

O Movimento Rpg está com novidades na MRPGStore, visite nossa loja.


Rhonda Duke a Capitã da Cosmonave – Parte 03 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Descobrindo a Cidade # 3 – City of Mist

Caros heróis, bom tê-los aqui novamente, dessa vez abordaremos a Cidade das Brumas de uma perspectiva diferente. Falaremos sobre sistema agora, e poderemos pensar se City of Mist é um sistema atrativo para jogadores iniciantes ou experientes. Existem sistemas clássicos que são relevantes para ambos públicos, será que é o caso da Cidade das Brumas?

A resposta para sistema é bem simples e rápida. Aprendemos no início do livro que esse se trata de um Role Play mais importante do que o resultado dos dados. Sim, sabemos que jogadores old school estão em dois momentos de sua vida: ou adoram sistemas novos e querem jogar todos ou detestam jogos de RPG que não se parecem com jogos, por conta da maior relevância ao role play do que ao sistema. Por isso confirmo que City of Mist definitivamente é um excelente jogo para iniciantes e, possivelmente para os jogadores experientes também.

Como se sobressair em City of Mist?

Usando rótulos pra benefício

Dentre as possíveis perguntas esta me agrada muito, afinal, como funciona esse sistema de jogo? Lançaremos 2d6 para nossas jogadas. Sim, um RPG com dados extremamente acessíveis para qualquer galera. Ao tentar fazer um movimento, observaremos o poder de seu personagem e adicionaremos o resultado de 2d6 para fazer nosso cálculo. Qualquer resultado abaixo de 7 é considerada uma falha, resultados de 7 até 9 são considerados um sucesso com complicações, acima de 10 podemos dizer que é um sucesso e 12 ou mais é ANIMAL! garantindo todos os benefícios possíveis.

Os movimentos se resumem a criar vantagens para você ou seus aliados (virar o jogo), dialogar com outro (convencer) criar ataques (ir com tudo, e correr o risco), defender-se (rir na cara do perigo), medir força (partir pro abraço), agir discretamente (agir na encolha) ou procurar informações (investigar). São muitas as possibilidades de movimento onde seu personagem vai precisar rolar os dados. É claro, jogador Old School, o bom e velho sistema de regras funciona!

Sistema de Rótulos

rótulos também são fraquezas

Outra mecânica extremamente interessante é que na Cidade das Brumas, suas vantagens e desvantagens são nomeadas como Rótulos. Quaisquer característica, ação, situação, dificuldade, facilidade e etc, podem ser um rótulo. Um rótulo de poder, por exemplo – para adicionar +1 por cada rótulo ao seu poder – é ter um jogador boxeador quando se parte para uma ação de combate. Para investigar uma situação, ter um rótulo de “perspicaz” ou até mesmo “atencioso” pode ser extremamente útil.

Como nem tudo são flores na vida, existem também os rótulos de fraqueza, que são as características que acabam tornando nossos personagens tão naturalmente falhos. Pois bem, um exemplo de rótulo de fraqueza é ter um personagem que não possui “recursos”, afinal, ele teria pouca grana para qualquer coisa que fosse necessário. Quem sabe ele é “tímido” e se verá prejudicado em situações de interação social?

galera

Sim, seremos uma galera até que nossa jornada decida percorrer outros caminhos, por isso mantenho o convite para que fiquem comigo, ainda falarei sobre ideias de campanhas e criação de seu Mythos e logo. Você me conhece, sou Kastas, do Contos da Tríade e se quiser conhecer meus outros textos dos outros sistemas, por favor, clique no link. Para conhecer mais do meu trabalho, nos siga no instagram! Agora, se seu interesse é pela continuidade da série City of Mist, visite o link do texto anterior, clicando aqui para o primeiro texto e aqui para o segundo.

Tensão e Mistério na Cosmonave – Parte 02 – Missão Artêmis  

Anteriormente na Missão Artêmis Parte 1, fomos apresentados aos primeiros integrantes da nave e soubemos que receberam uma mensagem de outra nave. O que farão sobre esse fato inusitado? Fique agora com a Missão Artêmis Parte 2.

Horas se passaram desde que a capitã começou o processo de despertar do restante da tripulação. Enquanto tal procedimento ocorria sob supervisão do sistema de inteligência artificial Ícaro, os demais tripulantes, doutores Conley e Travis mantinham seus trabalhos, mesmo com as mentes inquietas devido ao sinal de emergência recebido da cosmonave Héstia. Inquietação ampliada depois da varredura de arquivos, que prontamente apontou a nave como a décima quinta da série, dada como perdida, haja vista a impossibilidade de resgate sem a confirmação de sobreviventes, já que segundo as informações disponíveis haveria comprometimento severo com a perda do sistema de inteligência artificial perdido durante o rompimento do casco do setor 3. Toda tripulação havia recebido as honrarias costumeiras e o caso foi encerrado. Após décadas os sinais recebidos em muito diferiam dos arquivos disponíveis e seria imprescindível que os demais tripulantes pudessem dar suas contribuições para tomada de decisão.

A capitã Rhonda Duke tinha dado ordens claras para que o Cosmólogo Albert Conley inicia-se comunicação direta com o cinturão de satélites regido pela Inteligência Artificial Hermes, sistema criado pela Iniciativa Cosmos para manter as comunicações e análises profundas, mapeando galáxias, criando e atualizando um algoritmo; sequência lógica, finita e definida de instruções para serem seguidas para na execução das missões que sempre continham extensões desse sistema que por sua vez se encarregavam da manutenção das naves enquanto a tripulação estava em hibernação criogênica. Apenas os capitães podiam acessar diretamente o sistema Hermes, normalmente em ocasiões emergenciais, para receber instruções, dada a demora para comunicação com a Terra, mesmo com os avanços tecnológicos atuais. Hermes, por sua vez, analisava a requisição e com base em seu algoritmo, repassava uma ordem oficial ou instruções. 

Enquanto aguardavam, os demais tripulantes se reuniram na câmara de reuniões. Eram eles, a Astrogeóloga Layla Bass, responsável pelo mapeamento de ambientes geológicos extraterrestres e suas composições, determinando estrutura, composição química, idade, magnetismo, dinamismo, radiação e outros detalhes associados a seu elemento de estudo. O Criptólogo Dean Franklin, especialista em xenoarqueologia, análise de criptogramas, pictogramas, iconografia e exoantropologia. A Exobióloga Deloris Cochran, responsável pelo estudo da origem e evolução da vida na galáxia e de ambientes propícios para o surgimento da vida. O médico Chase Johnston e Psicólogo Ethan Mack. A força militar altamente treinada, encarregada de manter a ordem na missão e cuidar da integridade dos equipamentos e do bem-estar da tripulação compostos pelo Primeiro Tenente Aaron Becker e soldados Marjorie Ramos, Sandy Garcia, Irma Chen  e Kaitlin Watson e finalmente o vídeo maker Mike Hubbard. Esses eram os catorze tripulantes da Artêmis 13.

Com todos reunidos e confusos, a capitã adentrou a câmara e repassou a todos os acontecimentos e o motivo do despertar, havia ali uma séria dúvida  sobre a importância daquele sinal. O sistema Hermes deixou de ter contato com a citada nave, mas havia um sinal sendo emitido e o simples fato daquela nave surgiu naquele quadrante, fora da rota usual, já levantava curiosidade e ansiedade por parte de todos. 

A capitã Duke solicitou que a criptografia do sinal fosse analisada profundamente por Dean Franklin e Mike Hubbard, já que o sistema Ícaro havia recebido mais informações, que infelizmente não puderam ser analisadas, fato suspeito dada a natureza de suporte da inteligência artificial. Ordenou ainda que o primeiro tenente iniciasse os exercícios para manter as forças de defesa de prontidão caso a abordagem de resgate fosse necessária. Solicitou a equipe médica composta por Johnston e Mack revisão dos arquivos da missão da nave Héstia, revirando detalhes à procura de mais informações até o interrompimento das comunicações. A Cochran, Bass, Conley e Travis restou manter os trabalhos de manutenção da nave e acompanhamento das orientações que chegariam da Hermes. 

Foram 48 horas de apreensão, em que todos trabalharam arduamente com o clima de tensão instaurado pelo sinal recebido. Faltava pouco mais de doze horas até Hermes  enviar uma ordem, nesse intervalo de tempo houve a quebra da criptografia pelos especialistas da tripulação, segundo eles o sinal nunca deixou de ser enviado, o sistema de inteligência da nave realmente foi desativado e o trabalho passou a ser todo de responsabilidade da tripulação, o que seria inviável dada a natureza de finitude da vida humana, seria impossível para um ser Humano ficar décadas desperto cuidando de todos os sistemas da nave sem que sua integridade física e mental fossem prejudicadas sem a proteção do sistema de hibernação criogênica. Outro fato importante, dizia respeito a impossibilidade de comunicação com a Héstia. Aparentemente o sinal demonstrava que o aparato de comunicação poderia ser usado, mas antes da desativação da inteligência que regia a nave houve um travamento proposital, impedindo que o sistema recebesse quaisquer sinais, apesar de emissão, a nave estava a deriva, sem receber quaisquer orientações. Para os especialistas, seja lá o que tivesse ocorrido, o abandono daquela nave foi proposital e alguém muito inteligente conseguiu  estabelecer um sistema de sinal de emergência burlando os sistemas de segurança da nave. Neste sinal ainda descobriram informações adicionais que não podiam ser acessadas pelo Ícaro, mas um indício sobre a desconfiança do ocorrido com a nave à deriva. 

Dean Franklin e Mike Hubbard obtiveram as informações trabalhando em computadores desligados da rede de inteligência, descobrindo que a tripulação era composta por trinta integrantes, número superior as missões usuais e que mesmo após o acidente um terço ainda permaneciam vivos. Os dados criptografados ainda apontavam que haviam obtido sucesso na primeira das duas missões na nave. 

Com tais informações a capitã ficou pasma, pois os registros oficiais apenas apontavam uma missão prioritária relacionada ao planeta Gliese 581 c. Em meio ao turbilhão de pensamentos, a mensagem de Hermes foi recebida, “Cruzador intergaláctico Artemis 13, sob regência da capitã Rhonda Duke. Alteração de missão primária, abordagem e resgate do núcleo do sistema de inteligência artificial Vesta presente na cosmonave Héstia, resgate do sistema criogênico da nave sem permissão para o despertar. Resgate do diário de bordo da capitã Harley Irwin. Resgate dos dados científicos do doutor Joel Miles, mantido fora dos registros gerais do Vesta. Interrompimento do sinal emitido e destruição dos sistemas restantes da Héstia, detonação geral de quaisquer aparatos que possam implicar em riscos à segurança de novas missões. Rota estabelecida, após o resgate. Com encerramento da missão primária, retomar jornada previamente  estabelecida. Sigilo da missão, nível Omega”.

A capitã ainda processava as informações de sua equipe quando as ordens da Hermes chegaram. Pensou por um momento e racionalizou que algo estava errado, porém não havia como contestar a ordem, dada a natureza do Ícaro em priorizar as ordens do sistema de inteligência superior da Iniciativa Cosmos. Cabia a ela contar com os conhecimentos do restante da tripulação e os vínculos forjados em todo período da missão até aquele momento. Deveria agora dialogar com todos, repassando e organizando a nova missão, passando uma confiança que perdera após as revelações tidas com o sinal criptografado recebido da Héstia.

O Movimento Rpg está com novidades na MRPGStore, visite nossa loja.


Tensão e mistério na cosmonave – Parte 2 – Missão Artêmis  

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Sair da versão mobile