MRPG Podcast [07] – Ambientação no RPG

Olá aventureiros! Neste episódio do MRPG Podcast, Douglas Quadros vai até a cidade de Bellstone para encontrar Marcio Moreira do site Perdidos no Play. Os dois conversam sobre como deixar seus jogadores mais imersos nas campanhas, com várias dicas para os mestres e jogadores melhorarem a ambientação no RPG nosso de cada dia.

Primeiramente falaram sobre as diferenças da ambientação no rpg presencial para o online, com o aumento de estímulos externos o foco pode ser perdido. Por outro lado o online proporciona algumas ferramentas que podem ajudar na ambientação, por mais que estas ferramentas possam ser emuladas no presencial. Falaram também sobre algumas técnicas para manter a ambientação na sessão de jogo e sobre como dar uma voz para seu personagem e a importância desta técnica. Posteriormente o Marcio respondeu algumas perguntas dos ouvintes relacionadas a ambientação no rpg e a imersão dos jogadores nas suas campanhas.

Enquanto conversavam, Marcio Moreira e Douglas Quadros degustaram de uma estranha carne típica da região de Bellstone, chamada Carne de Mokolé. Enfim pegue uma bebida, puxe uma cadeira e acompanhe está conversa recheada de dicas de como melhorar sua ambientação no rpg.

Para mais algumas dicas como está leia nossa série de artigos: Como se tornar um bom mestre de RPG!

Tema: Dicas para Mestres e Jogadores
Tempo: 01:09:57



Links Convidado:

– Seja um Padrim do Movimento RPG
– Playlist Tales From The Loop – A Ruptura
– Playlist Mago: A Ascenção – Dias de Silêncio e Trevas
– Canal Perdidos no Play no Youtube
– Canal Perdidos no Play na Twitch
– Facebook Perdidos no Play
– Twitter Perdidos no Play
– Instagram Perdidos no Play


E-mail: contato@movimentorpg.com.br – Mande suas perguntas sobre o próximo tema, ele sempre é anunciado com antecedência no twitter e instagram siga lá.


Host: Douglas Quadros
Convidado: Marcio Moreira
Editor: Senhor A
Arte da Vitrine: Douglas Quadros
Pauta: Douglas Quadros

REINO DOS MORTOS [CAPÍTULO FINAL]

Jim começou a sentir a dor, e os primeiros ossos serem quebrados. Ele fez careta e pressionou os lábios. Sabia que iria morrer. Seus olhos varreram o céu, que apesar da fumaça do incêndio, era azul bebê. Um pássaro voava lá em cima.

– Não… – ele murmurou. – Não… não é… não é um pássaro.

– O quê? – O necromante inclinou o ouvido, confuso.

Algo acertou sua nuca com força, arremessando-o contra o chão. A harpia fez um rasante, e Toiva pousou na laje, encharcada. Ela foi até o Martelo de Gerion que jogara na cabeça do necromante, e o pegou do chão.

Com a metade do crânio amassado, Nagond estendeu o braço, mas Galdor pegou o cajado de osso primeiro, e o jogou para longe.

– Nada de cajado mágico pra você – o mago disse.

O necromante rastejou, assustado, enquanto via Toiva com a única arma capaz de mata-lo.

– Toiva! – Kvarn gritou, pulando para cima da laje de novo. Ele gritou de felicidade, rindo. – Você conseguiu! Você está viva!

– Não me abrace – ela mostrou a mão para Kvarn. – Eu me enfiei em um esgoto e fui jogado no mar, cheio de criaturas gosmentas. Não estou muito cheirosa. Aliás, tenho novidades, mas primeiro, vamos lidar com esse aí.

Nagond rastejava em direção à borda, desesperado, mas Jim pulou sobre ele, segurando-o. Kvarn foi para trás do necromante e se preparou. Jim fez o inimigo ficar de joelhos, com a cabeça contra o chão. Toiva ficou do outro lado da laje, segurando o martelo.

– Segure-o firme – Kvarn disse para Jim. – Eu não posso errar.

O guerreiro recuou um pouco antes de correr e chutar a bunda de Nagond. Galdor usou todo o resto de magia que tinha e fez o necromante voar com força em direção à bárbara. Toiva girou o quadril, colocando toda força no martelo. Ela acertou a cabeça de Nagond, fazendo seus miolos explodirem para todos os lados e quebrando sua espinha em vários lugares. A bárbara empurrou o cadáver pela borda da casa, fazendo-o sumir na multidão de zumbis.

O grupo se olhou, inseguros. Não sabiam se haviam conseguido. Ficaram esperando o necromante surgir a qualquer momento, conduzindo seu exército de mortos até a laje. Mas não, isso não aconteceu. Toiva olhou para o Martelo de Gerion e sorriu.

– Funcionou de verdade. Matamos o maldito.

Todos suspiraram aliviados, mas a alegria durou pouco. Eles estavam sem energias, famintos e feridos. Não havia mais flechas ou magia. A harpia havia sumido, e o grupo estava por conta própria. Ao redor, centenas de milhares… ou até milhões de zumbis cercavam a casa, desnorteados. Com a morte do seu necromante, eles não se movimentavam mais sincronia. Ou se escondiam nos esgotos.

– Você disse que tinha novidades, Toiva – Jim perguntou, segurando o peito feirdo.

– Não faz tanta diferença assim. Eu vi um navio de elfos atracado no porto. Parecia ser uma frota militar. Eles poderiam nos dar uma carona para fora da cidade. Mas pelo visto nunca chegaremos lá.

– Todos morreremos então – Galdor suspirou, olhando furtivamente pela borda da laje.

– Kvarn pode fugir – Jim disse. – Ele tem o colar.

Kvarn removeu o colar do pescoço, decidido.

– Eu não irei sobreviver sozinho. Se vocês forem morrer, eu também vou.

– NÃO SEJA IDIOTA! – Toiva rosnou. – Morrer em vão não é nada nobre! É idiotice.

– Você precisa alertá-los, Kvarn – Jim disse. – Tem que avisar os outros reinos sobre o exército de mortos aqui. Eles precisam fazer alguma coisa a respeito. Se os portões se abrirem, eles devastarão a todos.

Kvarn abaixou a cabeça, teimoso.

– Ouça, Kvarn – Galdor rastejou até ele. – Eu sou o líder desse grupo, e estou lhe dando uma ordem. Sobreviva e alerte os outros!

Kvarn mostrou os olhos cheios de lágrima e concordou com a cabeça.
Ele saltou da laje e sumiu no meio dos mortos, fingindo ser um deles.

Horas se passaram e a noite caiu.  Toiva ficou olhando as gaivotas no céu. O porto não estava longe dali. Mas eles nunca conseguiriam atravessar o grupo de mortos que estava no caminho. Os três continuaram deitados, esperando a sua hora chegar.

Toiva foi a última a fechar os olhos para dormir. E assim que começou a sonhar, um som de corneta a acordou. Talvez tinha sido um pesadelo, mas Galdor e Jim também estavam de pé, igualmente assustados. Outra corneta foi tocada. Não era um sonho.

Os três olharam em direção ao porto. O som foi ficando mais próximo. E agora eles podiam ouvir algo tilintar. Sons metálicos. Espadas fatiando.

– Os elfos! – Jim exclamou ao ver a cena.

Cerca de duzentos elfos com roupas douradas e capacetes pontudos marchavam em formação de flecha. Na frente deles, Kvarn destruía o máximo de zumbis possível.

– Rápido, vamos ao encontro deles! – Galdor ordenou. – Vamos fugir daqui antes que os outros mortos venham na direção do barulho. Pelo visto, vamos sobreviver – os três sorriram.

 

Algum tempo depois, o grupo se reuniu na proa da embarcação élfica enquanto cruzavam as ondas do mar. O capitão do navio disse que fazia aquela rota por Negressus há muito tempo, mas nunca ia para além do porto, e por isso não sabiam daquele exército de mortos ali. Esse devia ser o motivo porque os mortos sempre se escondiam durante o dia, para não serem vistos.

O navio se afastava enquanto deixavam Negressus, a cidade dos mortos, com uma grande coluna de fumaça que tocava as nuvens.

O grupo sabia que havia falhado em sua missão de recuperar um quadro perdido para um rico de Deloran. Mas haviam descoberto uma missão muito maior. A missão de proteger o mundo dos vivos. E eles estavam muito otimistas com isso.

 

Reveja os capítulos de Reino dos Mortos clicando aqui. Ou então encontre mais livros do autor clicando aqui.

RPG É Espaço Para Militância? – Off-Topic #13

Existe espaço para militância dentro do RPG?
Dentre todas as questões possíveis de serem abordadas, será mesmo válido abrir esse espaço para militância?
E entre todos os conceitos abordados, o que podemos considerar como sendo militância?
Podemos considerar o RPG, além de diversão, uma ferramenta de estudos sociais?
Que tal ponderarmos um pouco sobre o RPG e como ele vai muito além de uma simples ferramenta de diversão?

 

ESPAÇO PARA MILITÂNCIA?

O que podemos considerar como sendo um espaço para militância?

Primeiramente, o objetivo é definir o significado de militância. Segundo o dicionário:

  1. qualidade de militante
  2. defesa ativa de algo, principalmente de uma causa ou de um partido, atividade militante
  3. atitude das pessoas que trabalham ativamente por uma causa ou uma organização

Com essa definição em mente, podemos entender que qualquer causa ou ponto de vista, defendido de forma sistemática e ativa, é uma forma de militância.

Mas como isso pode ser levado para dentro das mesas de RPG? Será que existe um sistema ou modelo de jogo próprio pra isso?

Se analisarmos bem a fundo, e considerarmos que uma pessoa militante o é ativamente de forma constante, e de certa forma em tudo que faça, como essa pessoa deixaria de lado sua militância ao jogar RPG?
Será que podemos de fato isolar totalmente o que conhecemos e compreendemos do mundo ao fazer nossos exercícios de imaginação?
Não seria o RPG uma réplica do que imaginamos ou como concebemos o mundo e o que conhecemos?

Quais militâncias e de que forma elas podem estar inseridas ou presentes nas jogatinas e mesas?

 

ESPAÇO PARA MILITÂNCIA ÉTNICA

A militância étnica acontece em praticamente todos os jogos.
Em todos os cenários de fantasia, existem inúmeras raças e etnias. Peguemos como exemplo o cenário de Tormenta, suas inúmeras raças e localizações.

Quando falamos do preconceito que Elfos sofrem, ou de como Tamuranos precisaram se refugiar após a queda de Tamu-ra, estamos abrindo espaço para assuntos étnicos.
Existe de fato uma raça superior? Inferior? O que determina que a diferença impeça a convivência? É possível viver com respeito?
A obra de Tolkien aborda também essas questões, já que de todas as raças e povos da Terra-Média, foi justamente um Hobbit quem foi encarregado da missão de destruir o Um Anel. E ele não estava sozinho, já que Magos, Anões, Elfos e Humanos se uniram ao jovem Frodo.
Se é possível, e em muitas vezes necessário, unir povos, raças, etnias e culturas diferentes no jogo, por que não usar essa pluralidade para ceder um espaço de militância?

E se for uma sessão, por exemplo, de X-Men? É possível mesmo separar toda a militância da questão Mutantes x Humanos? E como não correlacionar isso com a xenofobia e o racismo que existem no mundo real?

RPG é um dos espaços mais plausíveis de se abordar esses assuntos, de forma natural e não tendenciosa, proporcionando Bleedings onde a parte “opressora” pode assumir o papel da parte “oprimida” e vice-versa! Nada mais educativo que “sentir na pele” a situação, não é mesmo?

 

ESPAÇO PARA MILITÂNCIA POLÍTICA

Esquerda? Direita? Centro? Isento? Monarquia? República? Ditadura?
Sério mesmo que isso não tem espaço pra uma mesa de RPG?
Pode ser que de fato não tenha espaço para politicagem. Partidos e candidatos do nosso mundo real, em via de regra, não são os mesmos dos mundos fictícios que jogamos.
Mas política é sim um assunto vital e necessário nos jogos como um todo.
O Mundo das Trevas inteiro, por assim dizer, é um grande e imenso cenário de políticas! Seja o esquema monárquico da hierarquia de Vampiro a Máscara, com seus espaços para embates contra Anarquistas, e ainda a disputa ideológica entre Camarilla e Sabá. Sim, querides, isso é pura política!!
Quando pegamos novamente Senhor dos Anéis, e vemos a formação da Sociedade do Anel, a aliança entre Rohan e Gondor, a batalha dos Ents, tudo isso é política!
Se pegarmos novamente Tormenta, toda a ideia do Reinado, de suas divisões, de suas políticas soberanas, das discrepâncias de leis e governos, tudo isso é política!

Concordo que pode não haver espaço para militância quanto a conceitos, termos e estados atuais. Mas dentro do RPG é possível abordar as relações de como seria um bom governo, das formas diferentes de governos que existem, dos diferentes regimes e tudo mais.
Novamente, podemos aplicar um Bleeding para mostrar como um governo ditatorial funciona, o que de fato deveria ser uma república, as diferentes formas de monarquia, a distância entre governo e população e muito mais!

Se a política está presente em filmes, animes, games, quadrinhos, músicas, séries e em todas as formas de consumo da cultura pop, por que seria diferente com o RPG?

 

ESPAÇO PARA MILITÂNCIA DE GÊNERO E/OU SEXUALIDADE

E quanto à questão de gênero? Será que existe espaço de militância para tal dentro do RPG?
Nesse aspecto em específico, talvez exista o espaço não apenas dentro, como também fora do RPG!
Convenhamos, é notória a situação machista e tóxica do cenário nerd/geek no mundo né? Não são raros os relatos de mulheres ou LGBT+ que sofrem preconceitos pura e exclusivamente por conta de gênero e/ou sexualidade.

E novamente, é algo que está muito presente nos cenários e nas tramas de RPG.
Quando vemos situações como, por exemplo, “Elfos não serem uma raça legal de jogar por serem muito “afeminados””, ou certas personagens serem deixadas de lado por serem “mulheres”, está ali a questão de gênero e de sexualidade.
Mesmo cenários mais densos como Lobisomem o Apocalipse aborda demais essa questão, já que uma de suas principais tribos, as Fúrias Negras, são uma tribo exclusivamente feminina, e que os Filhos de Gaia muitas vezes são retratados como “inferiores” por outras tribos justamente por sua tolerância, ali também está o espaço para militância.

E fora das mesas de jogo, é muito comum, como já citado no artigo sobre Preconceitos e Fobias RPGistas, que mulheres e LGBT+ precisem, de fato, ter espaços separados e próprios para que possam jogar de forma tranquila e sossegada. Isso é o cúmulo do preconceito!

Até poucos anos atrás, ter um nome feminino ou assumidamente LGBT+ era algo totalmente fora que questão, mas hoje em dia talentos como a escritora Karen Soarele, a quadrinista Érica Awano, a youtuber Anna Schermak,a streamer Amedyr e Stephan Martins, ativista LGBT+ não-binario e host do canal Ordem do Dado, não apenas são uma realidade, como também parte essencial do cenário RPGista.
E esse cenário nunca mudaria, e nem estaria como está hoje, se uma abertura para a militância de direitos nunca acontecesse!

 

ESPAÇO PARA MILITÂNCIA ACIMA DE TUDO?

Mas então isso quer dizer que o RPG deve ser um espaço de militância acima de tudo e de todos?
Não. De forma alguma. Em hipótese nenhuma.

O RPG é um instrumento, uma ferramenta, e como tal, seu uso e funcionalidade estão limitados apenas pela imaginação!

Imaginem uma faca. Seu uso “correto” ou tradicional, é para cortar. No entanto, é possível usar uma faca para apertar um parafuso, como espátula para espalhar a margarina no pão, para fazer uma marca em algum lugar, para aquecer e fazer furos em garrafas plásticas…
A faca é uma ferramenta, e quem a usa determina a forma e objetivo de uso que preferir.

O RPG é a mesma coisa! É uma ferramenta, e como tal pode ser usado apenas para a pura e simples diversão, assim como também pode ser usado para ensino, ou até mesmo militância!
O que eu não concordo, e acho que não deveria existir, é o engessamento da ferramenta como algo de uso exclusivo!
Lembremos sempre da regra máxima: “o combinado não sai caro”. Em tendo isso em mente, transformemos o RPG em mais que apenas uma ferramenta básica, mas uma ferramenta multifuncional cheia de espaço para militância e aprendizado!

Kalymba! O maior RPG de Afrofantasia do Brasil!

Kalymba é um RPG de fantasia com fundamentação na cultura e mitologia africana.

Ele foi desenvolvido ao longo de 6 anos por Daniel Pirraça e que agora está em financiamento coletivo no Catarse, sendo lançado em parceria com a editora RPG Craftando, com previsão de entrega dos primeiros livros impressos em Maio de 2021.

Sobre o autor.

Daniel Pirraça é um brasileiro, guerreiro, de 22 anos portador de Asperger, nascido na baixada fluminense, passou por muitas dificuldades, poderia ter desistido de seus sonhos, mas por pirraça (tum dum tsssss) perseverou e correu atrás.

Sobre o cenário.

Kalymba se desenvolve em Aiyê, uma região rica em vastidão, beleza e diversidade.

Aiyê foi criada e é regida pelos orixás, deuses antigos cujos poderes e motivações estão além da compreensão dos mortais. Esse continente abriga uma infinidade de seres, tanto humanos como criaturas fantásticas, algumas bestiais e outras tão inteligentes e ambiciosas quanto o próprio ser humano, capazes até de criar suas próprias civilizações e culturas.

Magia é algo comum em Kalymba, é parte da vida dos povos da região e é possível através do axé (não, Daniela Mercury não é um exemplo de usuária de magia, não é esse axé, abestado). Axé é a força sagrada, a energia mística que envolve todo o universo e que através das palavras místicas transforma pensamento em realidade.

Tribos e reinos travam extensas batalhas por soberania e recursos, além caçadores extraírem da natureza o sustento necessário para sua vida.

Entre árvores gigantes ou no sol escaldante, mesmo no fundo do mar, sempre há heróis que enfrentam as monstruosidades devoradoras de gente que estão sempre a espreitar, tentando tornar a vida em Aiyê não tão difícil.

Kalymba é um RPG de fantasia, baseado na cultura africana, em nenhum momento seus autores tem o ideal de serem fiéis a história e religiosidade africada, como disse é um RPG de fantasia e não baseado em fatos reais.

Não busque neste livro exatidão cultural e histórica, mas sim uma forma de se aproximar dessa rica cultura, e, claro, passar horas se divertindo com seus amigos.

Sobre o livro.

O livro será uma obra contendo 300 páginas, inicialmente em preto e branco, com lindas gravuras, fechando uma certa parte do financiamento coletivo as páginas poderão vir coloridas!

O sistema utiliza dados de 6 faces para todas as regras, tornando muito simples a utilização deste livro, uso de regras e mesmo construção de personagens, afinal é o d6 e quem não tem dado em casa? (tum dum tsssss)

Sobre o financiamento.

Você pode apoiar de várias formas, iniciando em R$ 47,00 para receber três livros em pdf, sendo um deles o livro básico!

Com R$ 107,00 você apoia e recebe o livro básico impresso no conforto da sua residência (ou seja lá onde quiser!), contudo sem nenhum pdf.

Para ter os pdf’s e o livro impresso, seu apoio deve ser de R$ 147,00.

O financiamento coletivo já alcançou 561% (até agora) da meta básica, na quantia de quase R$ 40.000,00!

Particularmente já apoiei essa iniciativa, fui com R$ 107,00 para ter o livro impresso, que para mim é essencial, gosto de pegar o livro e sentir o cheiro de páginas novas 😀

Mas você pode apoiar esse grande trabalho por R$ 47,00, menos que uma pizza, dependendo da sua região.

Os livros impressos tem previsão para maio de 2021, mas os pdf’s saem um pouquinho antes, março de 2021.

Os arquivos testes saem em dezembro de 2020.

Você pode apoiar este projeto clicando aqui!

O Fast Play.

Há um fast play, para você que quer conhecer um pouco mais do livro e se decidir se quer ou não apoiar este lindo projeto.

Você pode encontrar o livro e uma ficha de personagem no link abaixo, basta colocar em “Dê o seu Preço” um valor que pode ser de R$ 0,00 a qualquer quantia que ache justo.

Clique aqui para acessar o fast play de Kalymba!

Ahh e já adianto, saindo o livro físico, vou preparar uma resenha especial 😉

E bora lá pessoal, ajudar este excelente financiamento coletivo!

O RPG brasileiro precisa de você!

Chamado de Cthulhu – Como utilizar os mitos em sua campanha #1

O que mais me atrai em Chamado de Cthulhu RPG é a mitologia e os deuses desse universo e as milhões de formas que você pode utilizar todos eles em suas campanhas. Seja fazendo com que os seu jogadores passem horas matando carniçais, ou fazendo que eles fiquem completamente insanos por terem visto Azathoth sendo invocado fisicamente por cultistas.

 As possibilidades são praticamente infinitas, e pensando nisso eu decidi fazer uma série de posts falando um pouco das formas que eu costumo inserir os mitos nas minhas sessões e campanhas. E em primeiro lugar, dando início a essa série, não poderia ser outro mito senão o deus Cthulhu.  

 

 A jornada para o despertar de Cthulhu.  

Em primeiro lugar, essa que na minha opinião é a forma mais usada em Call of Cthulhu quando se trata de utilizar o próprio Cthulhu em sua campanha. Neste caso os investigadores lutam para impedir cultistas de realizarem o ritual capaz de desperta-lo. Os três finais mais usados nesse caso são; Os investigadores dão a sua vida e de alguma forma conseguem impedir o ritual; Os investigadores não são capazes de impedir o ritual e Cthulhu acaba despertado trazendo consigo o apocalipse, ou os investigadores conseguem impedir o ritual saindo vivos da situação e eles acabam vivendo felizes para sempre ( chato! ) 

Esse tipo de aventura é bastante dinâmica e divertida de narrar, a jornada para o despertar de Cthulhu pode ser longa, durando várias sessões de muitas horas de jogo. Você pode por exemplo inserir na aventura o necronomicon como a forma que os cultistas tem de descobrir o cântico para despertar Cthulhu: “Ph’nglui mglw’nafh Cthulhu R’lyeh wgah’nagl fhtagn”. Em meio a essas sessões também outros mitos menores podem ser inseridos como um ‘’esquenta’’ pelo o que a de vir. Os grandes livros dos Mitos também é uma boa opção para inserir neste tipo de aventura. No geral pode se dizer que essa é a forma mais fácil e dinâmica e uma das mais divertidas de jogar O chamado de Cthulhu RPG.  

 

O mundo após o despertar de Cthulhu. 

Assim como anteriormente,  uma forma bastante interessante de usar o Cthulhu em sua campanha,é colocar os jogadores na pele de pessoas que vivem o mundo pós-apocalíptico causado pelo despertar de Cthulhu. Esse tipo de campanha muitas vezes exige que o jogador seja sorrateiro e estrategista. Dessa vez eles não estão tentando impedir algo, eles simplesmente devem lutar por suas vidas. O mundo lá fora está infestado de monstros e deuses horrendos, sendo assim o mestre tem bastante liberdade de usar as criaturas que ele bem entender em meio a sessão. Pode se dizer que sessões como essas transformam basicamente O chamado de Cthulhu RPG em um survival horror.  

 

Enfim, é relativamente simples adicionar o ”protagonista” desse sistema em sua campanha. É ideal saber que nesse universo o mundo realmente se divide em antes e depois do despertar de Cthulhu, Em ambas essas duas linhas do tempo existe um leque enorme de possibilidades. Estude um pouco sobre esse universo e use sua criatividade para ter uma boa história de Chamado de Cthulhu RPG.

Cthulhu fhtagn!

Gen Con 2020

A “Geneva Convention” ou Gen Con é uma das maiores e mais conhecidas convenção de jogos de mesa (board games, RPG e card games) do mundo. O criador da convenção é o mesmo que criou o nosso queridinho Dungeons and Dragons, Gary Gygax. Este ano tivemos a sua 42º edição, e a Gen Con 2020 foi totalmente online e com muitas palestras em português (além de mesas, lançamentos, entre outros).

A Gen Con 2020 teve assuntos para todos os gostos: muita coisas sobre jogos, sistemas, novidades e por aí vai. Teve também muitos seminários sobre evolução e dinâmicas de jogos, para quem queria entender melhor o hobby. E ainda seminários falando sobre diversidade e criação de espaços seguros em jogos. 

Eu assisti diversas palestras com temáticas sobre diversidade, história, dinâmicas e aplicações de jogos no desenvolvimento de pessoas. Então tenho uma visão parcial do evento, mas achei excelente tudo o que eu vi. Todas as palestras eram com pessoas que manjam muito do hobby e dos assuntos. Aprendi mais nesses 4 dias, do que em anos jogando por aí!

Neste sentido foi maravilhoso e tem muita palestra que está no youtube, só fuçar (e procurar por Gen Con 2020 no youtube hehe).

Mas nem tudo são flores. Na verdade toda a experiência com o site da Gen Con 2020 foi bem ruim. O site em si é bem pouco intuitivo. Não vou contar tudo o que deu errado, porque escreveria uma resenha. Mas resumindo: mesmo eu me inscrevendo no dia anterior, perdi duas palestras só porque não fazia ideia de como entrar. Mesmo quando eu achei o passo a passo e segui, não era tão simples saber onde entrar. Cada host fez de um jeito e você tinha que ir no bate-papo para ver por onde ia ser. 

Não foi só comigo, acompanhei três pessoas que queriam ver as palestras e desistiram pelo processo complexo, contra-intuitivo e desnecessariamente longo. Existe muito evento online acontecendo, com um monte de alternativa tecnológica, deveriam ter pensado melhor na experiência do usuário. 

 

 

Palestras Gen Con 2020

Dinâmicas de jogos o que acontece durante o jogo

Quem tava: Joshua Kritz.

A palestra foi sobre o que é a dinâmica dos jogos. Essa foi uma palestra mais técnica, trazendo bastante conceitos e metodologias. Inclusive foi a única que assisti que tinha uma apresentação de slides. Parece ter sido mais planejada para quem trabalha com desenvolvimento de jogos.

O palestrante começou definindo o que é a dinâmica dos jogos. Aqui ele entende que a dinâmica é a interação entre mecânica e jogadores. Joshua indica que é importante falarmos sobre a dinâmica porque o jogo se diferencia de outros entretenimentos exatamente pela alta interação que ocorre nele.

Ele analisa os jogos com a metodologia MDA (Mechanics, Dynamics and Aesthetics). Através dessa análise conseguimos aprender mais sobre a experiência do jogador. Então ele explorou elementos que podem mudar o que acontece no jogo (história de vida do jogador, experiências anteriores no jogo, temática do game, entre outros). 

O que ele demonstra é que o jogo (elementos, regras, mecânicas) pode gerar diversas respostas diferentes e aí está a dinâmica. E isto deve ser estudado durante a produção dos jogos. Na verdade a dinâmica é determinante para a experiência do jogador, que é, no fim das contas, o mais importante do game.

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui. 

 

Jogando Conversa – Jogos de mesa e desenvolvimento de pessoas

Quem tava: Galápagos, 3DTPartners, Simple Experiências, LDrago.

A palestra falou sobre o desenvolvimento de pessoas através de jogos de mesa, tanto em empresas quanto em escola (mas com foco maior no desenvolvimento profissional). O papo foi SENSACIONAL. Para mim que sou do RH, foi um deleite. Porque a gente que joga sabe o quanto nos tornamos melhores através dos jogos, mas as vezes a gente não consegue descrever isso tão bem.

Vamos há alguns tópicos da palestra:

O que o jogo ensina?

– Lidar com o inédito
– Criatividade
Seguir regras
– Comunicação
– Estratégia

A reflexão importante é que toda a nossa educação é baseada a aprender fatos (passados). E nosso trabalho exige um saber fazer. O jogo trabalha com a aplicação de nossos conhecimentos e o desenvolvimento de competências.

Quando falamos da realidade em uma empresa, o jogo pode ser uma excelente ferramenta para o RH. Quando jogamos, mostramos a nossa essência, não existe hierarquia, estamos em um ambiente com regras totalmente diversas da organização. Por isso o jogo proporciona um tipo de convivência, que nenhuma outra atividade permite. 

Onde podemos usar jogos?

– Recrutamento e seleção (eles contaram um case com Ticket to ride)
– Desenvolvimento de cultura
– Desenvolvimento da marca empregadora (employer branding)
– Team Building
– Melhorar a experiência do colaborador 

O assunto do momento em RH é a experiência do colaborador (employee experience) e uma cultura centrada no colaborador (employee-centring). Existe muita gente começando a aplicar esses conceitos e um monte de estudos falando disso. E os jogos ajudam demais. Os cases apresentados na apresentação sempre falaram de excelentes feedbacks de quem participou.

Ah, ainda rolou alguns jogos durante o seminário. Nós jogamos “Só uma” e “Story cube”.

 

A evolução dos jogos de tabuleiro ao longo da História

Quem tava: Eduardo Felipe (Podcast Jogada Histórica), Jack Bezerra (Canal Dados do Tabuleiro).

Aqui foi uma sessão bem histórica mesmo. Os caras passaram desde os primeiros jogos do mundo até nossa atualidade, trazendo uma linha de influência e desdobramentos dessa evolução.

Eles começaram contando dos primeiros jogos de tabuleiro no mundo (senet, jogo real de Ur, entre outros). Alguns desses jogos tem mais de 2 mil anos. Diversos países do Oriente (como Pérsia, Egito e Iraque) tinham jogos similares. O gamão é considerado um sucessor de todos estes jogos e ele foi importado para o ocidente (como diversos outros elementos dessas culturas). 

Falaram também de como os jogos também investiam em temáticas que eram importante para época. O Go e o Xadrez, por exemplo, vinham de uma temática de estratégia de guerra. Ou seja, ensinar através do jogo, é tão antigo quanto jogar. 

Aí eles contaram sobre como os elementos de tabuleiro, peças e dados foram sendo usados e evoluídos ao longo dos anos. Também deram destaque para a evolução do baralho, que é uma plataforma para diversos jogos diferentes.

Depois eles trouxeram alguns jogos clássicos, como Monopoly e Batalha Naval. Um dos momentos de nossa história recente em que surgiram vários jogos (adivinha?) foram as guerras mundiais. Tem até uma classificação de “jogos de guerra”, que simulavam batalhas. Estes jogos ficaram bastante famosos durante bastante tempo (nós tivemos o “War”).  Durante este período era comum jogos que duravam horas.

Depois falaram da transição para a atualidade. O Catan é um grande marco, por ser um jogo que explodiu no mundo inteiro e começou a abrir mercado para os considerados “jogos modernos”. Ai eles comentaram mais sobre os jogos atuais e suas diversidades.

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui. 

 

Empoderamento feminino nos boardgames

Quem tava: Natalia Avernus do Board Game GirlsPatrícia Nate do Lady LúdicaFernanda Sales da Joga ManaMonique Garcez do BG das MinasCynthia Dias.

Nessa palestra as participantes discutiram sobre a importância de espaços femininos dentro do board game e de empoderarmos as mulheres que jogam. O hobby é muito mais comum entre os homens (cenário que está sim mudando) e, muitas vezes, isso acaba afastando mulheres dos jogos.

Primeiro, é claro, um ambiente composto majoritariamente por homens é mais tendencioso ao machismo. Todas relataram diversas situações neste sentido e posso garantir, como jogadora assídua, que é muito comum. São piadas, comentários e as vezes até ataques diretos.

Mas mesmo quando não enfrentamos o machismo diretamente, a gente pode não se sentir à vontade. Primeiro porque tem muitos homens e a gente se sente meio por fora, esquisita. Segundo porque é comum que eles sejam jogadores assíduos e a gente sinta que não é capaz de jogar as mesmas coisas. É aquela velha mentalidade que algumas coisas são só para meninos (e que, inconscientemente, nos faz achar que certas coisas não são para nós).

Todas as participantes contaram suas ótimas experiências com grupos para mulheres (e outras minorias). Alguns desses grupos são exclusivos, mas também têm grupos que são mistos, mas focados na receptividade para elas. Um exemplo muito legal da diferença de ter um grupo assim,  é a receptividade para que as mulheres levem seus filhos, algo que é comum e incentivado nestes espaços.

Elas trouxeram que os grupos exclusivos são uma maneira de criar uma rede segura de inserção no hobby e de discussão de temáticas diferentes. Ou seja, é uma maneira de integrar (e não segregar, como alguns críticos dizem).

A palestra teve 2 horas, é difícil expressar tudo, mas as histórias de criação dos grupos é muito representativo da vivência difícil de ser mulher em board games. Eu também já tive um grupo exclusivamente de mulheres e posso dizer que é outro clima de receptividade. Até porque o propósito não é apenas jogar, mas unir.

Torço para que o público tenha sido bem misto! Para todos escutarem as histórias incríveis.

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui.

 

Panorama RPG e Educação brasileira nos anos 2020

Nessa palestra participaram professores e pesquisadores, que utilizam o RPG como ferramenta de ensino em sala de aula. A conversa foi muito interessante.

Eles começaram falando de porque usar o RPG em sala de aula. O primeiro ponto é que ele é uma metodologia ativa. Ou seja, o aluno participa e aprende para resolver problemas. Uma reflexão bem interessante aqui é que a escola coloca o aluno diante de problemas que já foram resolvidos, o RPG coloca ele diante de problemas novos. Aqui ele se desenvolve integrando diversos temas, dialogando, com possibilidade de imersão.

Outro ponto super importante é como engajar os alunos, fazerem com que eles se interessem por estar em sala e por aprender. Aqui o RPG (e qualquer jogo) ajuda trazendo a educação conectada com o entretenimento e diversão. A reflexão que eles propuseram é porque a educação é separada da diversão?

Depois eles contaram como aplicam o RPG em sala. Trazer o RPG precisa ser um projeto bem construído de educação. Ele não deve ser uma atividade especial, usada em apenas uma aula, mas uma construção coletiva, ao longo de um período. Um exemplo é toda aula a turma jogar durante alguns minutos, resolvendo um problema. 

Os professores também indicaram que é interessante construir até mesmo o jogo (sistema de regras) com os alunos, já que assim toda a ideia fica adequada para turma (as temáticas que eles também valorizam) e a experiência de construção conjunta é de ponta a ponta.

Essa palestra foi muito incrível, porque todo mundo ali é apaixonado por RPG e já aplicou a ferramenta de forma incrível. Um exemplo é a Virgínia Codá que acabou de publicar o estudo dela sobre o RPG como ferramenta de divulgação da ciência. Não é maravilhoso? Que venham muito mais iniciativas e estudos como esses!

 

Desenvolvimento do perfil do jogador de board games no Brasil

Quem tava: Sandro CampagnoliDiego AlfaroWillian BoitGustavo Lopes. 

Essa palestra esteve bem focada em comentar sobre o perfil de jogador do Brasil (como diz o título). 

O primeiro destaque deles foi o Zombicide, que na avaliação deles, foi um jogo que fez os jogos modernos serem popularizados no Brasil. Para eles o jogo se tornou muito popular porque a temática de zumbis estava em alta no nosso país (por conta do sucesso de The Walking Dead), o jogo é visualmente muito interessante e o jogo é cooperativo (e, por isso, amigável para novos jogadores). 

Eles indicam que jogos de uma linha mais americana (que costumam envolver mais sorte) fazem bastante sucesso no país, especialmente dessa linha do Zombicide, que eles chamaram de “american trash”. Esses jogos também são atrativos para quem joga videogame, atraindo novos jogadores para o hobby. Os jogos modernos tem atraído também os jogadores de RPG (porque vamos combinar que é difícil jogar RPG sendo adultos). 

Hoje o cenário é bem diverso. Eles citaram uma pesquisa que rodou entre jogadores assíduos. Eles fizeram uma divisão entre jogos americanos, europeus (mais ou menos complexos), party games, family games. O resultado foi que, com esse público, os preferidos são os jogos de família e os jogos mais complexos. Já o party game ficou em último na classificação.

Eles ressaltaram que os party games tem um papel super importante, especialmente em grupos que não costumam jogar muito. Ou seja, hoje, no Brasil, temos espaço para todo tipo de jogador e o hobby do board game está crescendo muito. Não dá mais para falar em UM perfil, mas em diferentes tipos de jogadores. 

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui.

 

LGBTI+ Jogando Sem Medo: Espaços de Joga Convidativos para Todes

Quem tava: Dan Paskin – Se jogaCarol Gavino, Felipe Bracco – Magic: The Gathering LGBT+, Libia Caetano, Páris, Rod Mendes.

O painel começou com os palestrantes contando quando perceberam sua identidade diferente da maioria e as experiências boas e ruins em se reconhecer daquela forma. Eles falaram um pouco sobre sua vivência, os preconceitos que viveram e vivem, além de como foi contar aos amigos e familiares suas identidades.

Depois eles passaram para a temática de como o mercado hoje tem absorvido as novas demandas. A participação cada vez maior de pessoas diversas no hobby tem surtido efeito no mercado. Exemplificaram com o Zombicide mudou uma miniatura de zumbi que aparecia a calcinha da personagem. O próprio chat deu exemplos de respostas que o mercado tem dado, a tornar todo o conteúdo mais respeitoso e cuidadoso.

Porém o mercado ainda tem agido de forma responsiva: os jogadores indicam problemas e as editoras mudam. Ainda estamos construindo essa consciência coletiva de cuidado com temáticas e representações. Para isso toda a comunidade precisa escutar mais como é a vivência de outras pessoas, que diferem do seu ponto de vista, e serem mais receptivos!

 

Avaliação final sobre a Gen Con 2020

Fica um gosto amargo de descaso com nós, espectadores nesta Gen Con 2020, mas tudo valeu a pena para assistir esse povo lindo falando coisas tão incríveis. Tomara que eles mantenham sempre uma alternativa de presença online e temas em português! Mas que melhorem a forma de acessar as palestras também.

 

Para visualizar mais coberturas de eventos como este, é só clicar aqui! 

MRPG Podcast [06] – Terra Devastada

Olá aventureiros! Neste episódio do MRPG Podcast, Douglas Quadros vai até a Comunidade de Anhanguera para encontrar John Bogéa autor de diversos títulos de RPG, os dois se reúnem no refeitório deste “lugar seguro” para conversar sobre o cenário e sistema de Terra Devastada.

Primeiramente falaram sobre a motivação da nacionalização do apocalipse, contudo a conversa evoluiu para o sistema, explicando de forma simples como ele funciona, inclusive com exemplos práticos. Posteriormente o John respondeu algumas perguntas dos ouvintes relacionadas a criação de cenários e sistemas de RPG.

Enquanto conversavam, John Bogéa bebeu um Uísque sem gelo, uma bebida difícil para tempos difíceis, Douglas Quadros inventou de tomar suco de batata, e se arrependeu amargamente. Enfim pegue uma bebida, puxe uma cadeira e acompanhe está conversa sobre este RPG brasileiro.

Tema: Cenários de RPG
Tempo: 00:51:11



Links Convidados:
– Seja um Padrim do Movimento RPG
– Leia nossa resenha de Terra Devastada Edição Apocalipse
Compre Terra Devastada Edição Apocalipse
– Compre a Edição de Savage Worlds
– Conheça mais sobre Terra Devastada Edição Apocalipse
– Conheça mais sobre Abismo Infinito
– Instagram do John Bogéa
– Facebook do John Bogéa


E-mail: contato@movimentorpg.com.br – Mande suas perguntas sobre o próximo tema, ele sempre é anunciado com antecedência no twitter e instagram siga lá.


Host: Douglas Quadros
Convidado: John Bogéa
Editor: Senhor A
Arte da Vitrine: Douglas Quadros
Pauta: Douglas Quadros

REINO DOS MORTOS [24]

Kvarn, Galdor e Jim olhavam para Nagond, o necromante, que os encarava de volta, do topo da laje de uma casa.  Entre eles, o exército de zumbis vagueava sem rumo. Com uma ordem sussurrada do necromante, todos os mortos se viraram para o trio.

– Se eu tirar o colar, eu volto a me tornar um morto? – Kvarn perguntou, segurando o colar ao redor do pescoço.

– Seu corpo, sim – Galdor confirmou. – Mas sua mente continua consciente por um período de tempo. Depois ela se deteriora também e você volta a ser um zumbi por completo.

– Bem, então tenho tempo – Kvarn retirou a Chama de Amon do pescoço, e sua pele voltou a ficar pálida, e seus lábios, roxos. – Se protejam. Eu vou lá dar um chute no traseiro daquele magrelo.

– Você deveria se tratar – Galdor colocou a mão no ombro do guerreiro. – Essa mania de se jogar em missões suicidas não é normal.

– Agora é tudo ou nada – Jim colocou a mão no outro ombro de Kvarn. – Também não tentarei te impedir. Mas se não conseguirmos derrotar o necromante, você deve fugir da cidade e colocar o colar de volta, e avisar os outros sobre o exército de mortos.

– Se nada der certo – Kvarn olhou ao redor. – Eu vou trabalhar para o necromante. Ouvi dizer que ninguém é demitido aqui. Benefícios vitalícios e tal. Me parece promissor.

Kvarn piscou para os colegas e se afastou, correndo. Ele sumiu entre os outros mortos, fingindo ser um deles.

– Rápido, por ali! – Galdor apontou para o buraco de esgoto por onde tinham passado no dia anterior.

 

Kvarn corria e empurrava os zumbis no meio do caminho, sem tirar os olhos do necromante, logo do outro lado da rua. O guerreiro sorriu, sabendo que estava se aproximando do seu objetivo, que era basicamente chutar o traseiro daquele magrelo.

Ao chegar na casa, se apoiou na janela e pulou para cima, alcançando a laje com um movimento rápido. O necromante se apoiava em seu cajado de osso, calmo. Ao ver Kvarn, gargalhou, divertido.

– O que exatamente você acha que vai fazer aqui, criatura? Medir forças comigo.

– Eu vou chutar o seu traseiro magrelo – Kvarn respondeu, caminhando em sua direção.

– Chutar o quê? – o necromante riu, surpreso. Ao ver que Kvarn não reduziria, ele perdeu o sorriso. – Pare aí mesmo! Ei, não se aproxime mais, o que está fazendo…

Quando Kvarn desferiu o soco, Nagond desviou facilmente, e acertou o cajado na nuca do guerreiro. Kvarn cambaleou para frente. Depois girou sobre os tornozelos e começou a dar golpes rápidos e precisos. Graciosamente, o necromante desviou de todos. Mas seu pé pisou em falso, fazendo-o cair no chão com uma cara de surpresa.

Kvarn ergueu o joelho e pisou com toda força em seu nariz. O rosto do necromante afundou com sons de crânio quebrando. O guerreiro se afastou, incrédulo. Fora muito fácil. Ele se virou e colocou o colar de volta no pescoço, tentando achar seus amigos. Sua atenção se voltou para trás, quando o Necromante se levantou. Os pedaços da máscara de caveira caíram no chão, mostrando o rosto angelical e bonito, e olhos azuis, mágicos.

– Eu sou imortal, criatura – Nagond sorriu. – E nem adianta colocar esse colar em meu pescoço, como fez com as minhas outras aberrações. Isso não adiantará.

Kvarn fechou os punhos, tenso. Estava sem opções. Ao lado da casa, uma explosão de vento fez os dois se virarem. Zumbis voaram para todos os lados, e Galdor e Jim foram lançados para cima, caindo na laje, ao lado do guerreiro.

– Ele é imortal galera – Kvarn os lembrou.

– Isso significa que poderemos chutar a bunda dele para sempre – Jim sorriu.

– Vamos começar com isso – Galdor distanciou as bases dos pés, girou a mão à frente, e disparou sua primeira bola de fogo.

Nagond aparou a explosão com seu cajado mágico, e depois deu ordem aos seus zumbis para escalarem a casa. Ao ver os mortos se amontoando, Kvarn saltou da laje, e sumiu no mar de mortos.

Enquanto o guerreiro tentava impedir os montes de mortos escalarem a casa, Galdor e Jim se uniram para enfrentar Nagond. O mago e o arqueiro deixaram suas principais técnicas e sacaram suas espadas, armas que raramente usavam. Os dois flanquearam o inimigo, e descobriram que ele era muito mais habilidoso que os dois juntos.

Não demorou muito para serem derrotados pelo necromante. Galdor e Jim estavam caídos, feridos e sem forças. Nagond apoiou o cajado no peito do arqueiro, e seu rosto cobriu o sol, mostrando o sorriso sádico.

– Vou quebrar sua caixa torácica – o necromante avisou, empurrando o cajado contra seu peito. – E encherei o seu coração com pedaços de ossos.

– Não! – Galdor estendeu a mão e expeliu uma rajada fraca de vento. Ele não tinha mais forças.

Jim segurou o cajado do necromante com as duas mãos e tentou empurrá-lo para cima, mas seus braços não conseguiram mover um centímetro sequer.

– Vocês realmente acharam que viriam aqui, me intimidar, e chutar o meu traseiro? – Nagond sorriu, pressionando o cajado lentamente para matar o arqueiro.

 

Reveja os capítulos de Reino dos Mortos clicando aqui. Ou então encontre mais livros do autor clicando aqui.

Reinos de Ferro – Resenha

Reinos de Ferro é um conjunto de máquinas gigantes a vapor, armas de fogo, espadas com engrenagens e magias rolando solta.

Essa é uma das formas de resumir o livro Reinos de Ferro, da editora americana Privateers Press, lançado no Brasil pela Jambô em 2015.

Sobre Reinos de Ferro

O Reinos de Ferro foi originalmente projetado para ser apenas mais um complemento para o sistema d20, especificamente para o D&D 3.0 e o 3.5.

Contudo com o grande sucesso que fez acabou sendo produzido um livro básico contendo regras próprias mais próximas de um sistema de miniaturas como os wargames.

Assim como outros steam punks, Reinos de Ferro tem seu ambiente criado em meio a aço, pólvora, magias e máquinas a vapor de todos os tamanhos e funções.

Nessa proposta de junção entre magia e máquinas vem a “mekânica”, que justamente é o termo que designa a fusão que resultou em mudanças devastadoras no desenrolar da história do mundo.

A história de Immoren Ocidental se passa alguns anos após o que foi publicado no suplemento para d20.  Houve uma melhora e aumento na história, passando de coadjuvante para estrela da obra.

São mais de 90 páginas destinadas a ambientação da história, cenário e forma de vida.

Mapa – Immoren Ocidental.

O livro em si não é dos mais baratos. contudo, você economiza e muito porque tudo que você precisa para desenvolver uma campanha extensa e imersiva está neste livro. claro que há os complementos, porém nada que seja realmente necessário, como o livro dos monstros é no D&D.

Esse livro já conta com alguns monstros, tudo do cenário, além de tudo que você precisará para criar os personagens.

Além disso ele utiliza dados de 6 faces, os d6 que todo mundo tem em casa ou encontra em qualquer lojinha facilmente, mais especificamente 3 deles. 

Mamão com açúcar achar essas belezinhas.

Quanto ao jogo em si, antes era um suplemento ao sistema d20, contudo depois das mudanças se tornou um sistema único, bastante fluído e relativamente simples. Complicando um pouco para a criação dos gigantes-a-vapor, mas nada que uma leitura com mais calma não resolva o problema.

Raças

Dentre as opções, há 7 raças básicas jogáveis, que são:

Humanos, Anões, Gobber, os Iosanos e Nyss, os Ogrun e os Trolloides

Gobber são similares aos Goblins. Iosanos e Nyss são os Elfos do cenário, contudo cada um com suas peculiaridades. Os Ogrun são os ogros de Immoren, enquanto que Trolloides representam basicamente os Trolls.

Cada raça possui seus atributos básicos iniciais, é uma tabela que indica 4 conjunto de valores, como os abaixo.

Tabela de atributos – Humanos.

Como os personagens são heróis, é utilizados os valores na coluna correspondente.

Isso limita um pouco a diversidade de atributos, mas é só isso, depois você terá direito a 3 pontos para colocar nestes atributos.

O atributo ARC (Arcano) só é liberado se você pegar o arquétipo dotado, que falaremos mais abaixo.

Além destes valores de atributos, cada raça lhe concede características adicionais, como estatura enorme para os Ogrun, suportar carga e conexões para os Anões, potencial excepcional para Humanos etc.

Cada uma dessas características lhe concede benefícios, desde a +1 ponto de atributo a já ganhar um arquétipo de brinde.

Arquétipos

Há para serem selecionados 4 arquétipos distintos que você deve escolher 1, dentro de cada arquétipo há 10 benefícios, que você deve escolher 1 também.

 Dotado – resumo? Bolaaaaa deeeee fooooooggggooooooo!

Brincadeira, mas é a habilidade de utilizar o atributo ARC, que comentei antes, ele possibilita o uso de magias arcanas ou divinas.

Além disso, você deve ganha acesso a lista de benefício para compor seu arquétipo, tal como Conjurador Rápido, Leitura de Runas, Círculo de proteção, cada um deles lhe concede um bônus específico ou uma possibilidade específica.

Habilidoso – Resumo? Você me vê, agora não vê mais!

Basicamente é o arquétipo ligado a agilidade, ao movimento rápido, a astúcia e sagacidade, além da sorte.

Nele você conta com uma gama de benefícios ligados a estas características, como ambidestria, cauteloso, audaz, atenção sobrenatural, entre outros.

Intelectual – Resumo? Você sabe o valor do Pi de cor e pode escrever suas casas até acabar a folha de papel.

Você é super inteligente e raciocina de forma incrível, pessoas tem dificuldade de seguir sua linha de raciocínio. Assim como consegue resolver tramas que vão além do visual, um verdadeiro Einstein misturado com Sherlock Holmes.

Alguns exemplos de benefícios seriam: Coordenação em Campo de Batalha; Gênio; Memória Fotográfica; Superpercepção etc.

Poderoso – Resumo? Eu sou a entropia, Eu sou a morte, eu sou Darkseid.

Tudo bem, exagerei um pouco na frase do resumo 😉

Você é poderoso, simples assim, seus ataques corpo-a-corpo causam mais dano. Como benefícios você tem mais resistência que a maioria, dar um encontrão quando ataca alguém, ter uma espécie de fúria momentânea quando vê seus aliados tomando porrada etc.

Exemplos são, Durão, Quebra-escudo, Furia Justa, Repelir etc.

Profissões/Carreiras

Essa é uma parte muito interessante do jogo, porque você pode escolher 2 profissões entre as 30 disponíveis, cumprindo um que outro pré-requisito quando houver.

Dessa forma, essa combinação de duas das 30 profissões, mais uma dentre 7 raças, um dentre 4 arquétipos, cada arquétipo contendo 10 benefícios do arquétipo que você pode escolher 1, dão uma gama gigantesca de opções de personalização do personagem.

 

Lista de Carreiras/Profissões

 

Por exemplo, você pode ser um Aristocrata espião, um Investigador arcanista, um Mekânico arcano explorador, um Arauto da Matança caçador de recompensas, um Duelista caçador de magos etc.

Realmente as opções são vastas e os benefícios de cada classe se somam, formando algo único aliado a seu arquétipo, ao benefício do arquétipo e a sua raça.

Cura – Deixe para profissionais!

Magias

Como falei antes, magias só são acessíveis a personagens com o arquétipo dotado. A descrição delas no livro não é tão enrolado como no sistema d20, é uma descrição breve e objetiva.

Há umas 8 páginas que contem magias e suas descrições (só?) porém cada página consta em torno de 20 magias, o que dá por alto 80 magias únicas 😀

Uma magia que é muito importante é a cura. Acima de tudo porque ela não funciona como em outros rpgs do gênero. Ela frequentemente deixa sequelas, permanentes ou temporárias, conforme a frequência que você a utiliza, de formas mundanas tanto quanto mágicas.

Os gigantes-a-vapor!

Ah eles são a cereja do bolo desse rpg!

Pense em ter um construto, autômato, que pode, desde levar suas coisas a arrancar paredes ou criaturas da sua frente!

E sabe o melhor, pegando a profissão certa, combinação delas, você pode ter um monstro desses já no início do jogo.

O livro conta com mais de 20 páginas com descrição e regras para criação dessas belezinhas. Aconselho a qualquer um dar muita atenção a estas páginas, além de ser o grande diferencial deste rpg, elas têm inúmeras utilidades, bem como terem um papel derradeiro na história do mundo.

Mas não pense que é só ter um e sair abrindo caminho pela quest como se fosse um super-homem, gigantes-a-vapor necessitam de combustível para funcionar e o mestre deve levar isso muito em consideração.

A manutenção de um gigante-a-vapor é onerosa, carvão e água se esgotam com facilidade no decorrer do dia.

Um dia de atividades leves ou viagem consome uma carga de combustível para o dia todo, mas um combate, para ele continuar operante vai precisar de mais uma reposição de combustível.

Em uma viagem longa normalmente os gigantes são transportados em trens ou vagões, para que se tenha economia com os custos de combustíveis.

Um gigante-a-vapor deve ser reabastecido todo dia que estiver em funcionamento, seja em combate ou não.

Por fim

Bom, eu comprei o livro a pouco tempo, ainda não tive a oportunidade de jogar ou mestrar, mas posso dizer que estou bem animado, tanto com a temática, quanto pelo livro em si.

A encadernação é belíssima, com imagens surpreendentes, regras basicamente simples que permitem uma vastidão de possibilidades.

Uma adição sem igual para qualquer rpgista!

Ahhhh se você possui o livro, como eu, ele tem uma errata, clica aqui para fazer o download do pdf da errata de Reinos de Ferro!

Quer saber mais sobre outros RPG’s? Confere o site do Movimento RPG!

NPCS – Jawari: A Titânia

Jawari: A Titânia é mais um personagem da série de postagens “Não Precisa Criar Sempre” ou N.P.C.S. Esta surgiu para que os mestres não precisem criar todos os npcs para sua campanha, ou seja, vamos montar um banco de personagens prontos para diversos sistemas. Esta personagem foi desenvolvido utilizando o sistema Dungeons and Dragons 3.5, utilizando a classe que Guerreiro do Livro do Jogador.

Vamos disponibilizar para download a Ficha de NPC de D&D 3.5 (desenvolvida especialmente pela nossa equipe) preenchida com os dados da Guerreira e também (para jogadores que querem um personagem otimizado com progressão) um link do drive com uma ficha automatizada desenvolvida pelo Alexandre Mueller.

Faça o Download da Ficha clicando aqui!

Acesse a Ficha Editável clicando aqui!

Veja como Editar a Ficha da Jawari: A Titânia clicando Aqui!

Jawari: A Titânia

Primogênita de uma família famosa de guerreiros. Carregou o fardo de ser a mais velha e dar o exemplo a todos os seus irmãos.

Austera, direta e leal a sua família e sua nação, se tornou não somente uma exímia guerreira como uma competente e implacável comandante do exército real.

 

Personagem Idealizado por: Alexandre Mueller.
Ficha Editável Criada por: Alexandre Mueller.
Ficha Cards NPC Criada por: Douglas Quadros.
Personagem Ilustrado por: Iury Kroff.

 

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