O Barão – Contos da Lady Axe

Senti fome e fui até a cozinha.

As criadas estavam recolhidas, então, já que o estômago pediu, levantei sendo cuidadoso e tentando fazer silêncio para não acordar a casa ou Jeanine, minha Senhora. Quieto, fui direto para a fina toalha que recobria as sobras do dia. Debaixo estava uma torta, belíssima, mas não pude comê-la. Nunca mais comi nenhuma maldita fatia de torta depois daquela história.

Vocês entenderão.


Cerca de dez anos atrás , ao som de canhões explodindo à distância  nas ruas de São Domingo, jantávamos no serviço luxuoso do governador Caceres, enquanto os criados tentavam disfarçar as mãos trêmulas, fingindo que nada estava acontecendo. O Monsenhor me pedira para pôr a punho um relato seu: “Precisa ser hoje, Monsenhor Nouveaux, meu jornalista, creio que suas palavras descreverão com mais propriedade os acontecimentos terríveis que presenciei. O aguardarei para o jantar. Comeremos e beberemos como Reis”. 

Estávamos Jeanine, Monsenhor Governador Caceres, dois de seus maiores oficiais e eu.

Dai que a história foi contada com muita riqueza de detalhes, mas justo enquanto olhava  a sobremesa no prato, uma fina torta, que deixou de ser apreciável e saborosa daquele momento em diante na minha vida.

Jamais pude esquecer.

O Governador levantou-se, arrastando uma perna, a bengala batia no chão de madeira como o ponteiro do relógio, pegou tinta e papel e colocou na minha frente. “Registre..”, comandou, e eu obedeci, curioso, porém assustado com o tom sério que tomou conta do rosto de Caceres.

“Cinquenta e quatro homens sob o meu comando juntaram-se à frente das últimas barricadas de resistência, a Grã-Colônia tentava evitar a queda no leste, mas fomos sendo empurrados para dentro da mata. No final do segundo dia, restávamos um soldado e eu, fomos caçados no meio do inferno verde. Qualquer lugar escuro e aterrorizante seria um bom abrigo, mergulhando na penumbra da floresta, quente e úmida, encontramos a entrada de uma caverna. Mas ainda era possível escutar os latidos dos laboreiros farejando nosso encalço, sugeri que entrássemos mais fundo na maldita gruta, Monsenhor.

Morcegos subiram até os estertores, cegos pelo último facho de luz que entraria ali naquela noite, nos deitamos na escuridão agarrados nos mosquetes e adormecemos.

Acordei com o grito do soldado ecoando até desvanecer em algum lugar nas trevas das altas paredes. Saltei desperto e empunhei a arma, esperando pelo inimigo na escuridão.”

O Governador apagou algumas velas e ficou parado olhando fixamente para a luz, uma única à sua frente. As sombras andavam pelo seu rosto conforme a chama dançava, ele jogou os olhos sob as fartas sobrancelhas escuras na minha direção. 

– Você tem medo do escuro, Monsenhor Nouveux?

– Eu? Ah… Monsenhor, Caceres… – não sabia o que responder sem sugerir ignorância ou covardia da parte do governador. – Depende do que há no escuro, Senhorio…

Ele sorriu e balançou a cabeça com escárnio, mas manteve-se naquela posição e passando o dedo nas chamas prosseguiu:

– Deveria ter medo do escuro, Monsenhor Nouveoux, ninguém sabe o que há nele.

Voltei a anotar o que relatava, Jeanine parecia desconfortável agora, tudo ficou escuro na sala, certamente ela estava com medo disso e também das canhoneiras explodindo à distâncias cada vez menores, os franceses estavam aproximando-se uma uma tormenta.

“Escorreguei no guano, não à ponto de cair, mas da baïonnette refletir a fraca luz do buraco acima na escuridão. Tinha alguma coisa lá e fedia como o inferno e ela tinha levado meu último homem para sua desgraça.”

– Já atirou de baïonnette, Monsenhor Nouveaux? – os outros dois generais riram quando embasbaquei.

– Não…

– Elas não são armas letais, meu amigo, o coice é imenso e se perde a mira fácil se não estiver treinado. Mas é ótimo para atirar na guerra, no exato momento em que o inimigo corre para cima de você. E se atirar, precisa abrir o voleio e emassar a pólvora com força, e isso leva tempo… Tempo suficiente para… – o general gesticulou como segurasse uma  arma e lançou um tiro invisível na minha direção. – tempo suficiente para o inimigo te pegar, Monsenhor.

Engoli em seco, era um parvo diante daquele homem cheio de calos de guerra, duro e impetuoso. Daí que prossegui anotando, agora com os gritos de batalha e tiros mais próximos, os outros dois ficaram imediatamente sérios, balançaram a cabeça para o Governador, depois de se entreolharem preocupados subiram o cabelo, apertaram as mãos e bateram continência, para depois desaparecer com dignidade além dos umbrais da sala de jantar. O Governador deitou sobre o encosto da cadeira dando espaço para puxar uma pistola do coldre na cintura e a colocou sobre a mesa.  

“Não era só uma coisa na escuridão, ela fedia, e dava pequenas risadelas que ecoavam na caverna, não sabia exatamente de onde vinham. O que quer que fosse era humano, não um bicho. Humanos morrem e sangram, por isso engatilhei e apertei a pólvora, cujo cheiro entranhou nas narinas. Parei onde a luz da lua era mais forte, fiquei em silêncio, concentrado na minha respiração, com o suor escorrendo debaixo do casquete. Algum morcego chilreou e bateu asas na caverna, um susto levantou minhas sobrancelhas e quase atirei.

Foi aí que comecei a escutar algo, sabe… É difícil prestar atenção se temos medo, o corpo parece que só reage, mas é preciso cautela, fica vivo quem sabe disso. Um sussurro quase cantado, ininterrupto, foi aí que identifiquei que a coisa dizia “la mort”, atrás de mim…

Girei a baionnette e sem pensar duas vezes puxei o gatilho, explodindo pólvora e chumbo e ferro quente na cara daquilo.

Matei… Um tiro a queima roupa…. Os morcegos revoaram com o estopim pareciam nuvens de uma tempestade, animais gritaram em algum lugar, talvez uma ave noturna, e a criatura…. O grunhido terrível percorreu com violência toda caverna, era semelhante a uma garganta entupida de canos, entrou nos meu ouvidos como uma faca.

Mas foi aí que meu alívio teve fim.

No primeiro silêncio, e quando me preparava para recarregar, uma mão surgiu das sombras, segurou o cano quente enquanto uma fumaça da pele queimada subia pela luz da lua, tinha um tom azulado, cheia de feridas abertas e pustulentas, pedaços de carne pendurados, com o couro formando bolsões de ar e pus aqui e ali, um dos dedos era possível ver o osso, vermes caminhando sobre aquilo… Acompanhei sem reação o braço emergir na claridade semicoberto de trapos puídos, tendões e carne em decomposição movendo-se a ponto rasgar-se a qualquer momento. Sobre a cabeça de ralos cabelos quebradiços havia uma cartola, a criatura bateu a aba e olhou nos meus olhos, com um sorriso sínico e cravejado de chumbo. O rosto emaciado, sem nariz, flácido e podre cuspia inflamações, os lábios parcialmente arrancados mostravam o exterior do maxilar e a raiz dos dentes, tudo caindo dos ossos e dos músculos, eu certamente acertei o tiro bem no rosto daquilo, mas aparentemente a coisa já estava morta… E não estava. As órbitas sem pálpebras giraram para mim, olhando para mim.. E o som… Era um sussurro, ele veio de onde quer que seja, perguntando quem eu era. ‘Gevernador Caceres’, respondi desconfiando de que pouco importava meu nome ou quem eu fosse para aquela criatura que deveria estar dentro de uma cova à sete palmos, mas estava ali sorrindo para mim agora.

“Eu sou o Barão… “, ele girou o cano da baioneta com violência para o lado e encostou a cara putrefata no meu nariz, emparelhamos nossas vistas e foi nessa hora que ele pisou no meu pé. “ você vai embora daqui, vai embora e nunca mais vai voltar, vai embora para longe…” enquanto ele falava, meus nervos do pé adormeceram sob aquela bota rasgada, foi subindo pela perna uma dor insuportável, a pele enrugou, a água escapou pelos tornozelos e minha carne foi encolhendo-se como uma tâmara seca, deformando-se e sugando a si mesma, colando os tecidos, depois os ossos, tudo, tudo virou uma coisa só, sem vida, repugnante e necrosada.”

Houve barulho lá embaixo, a porta explodiu e ouvimos sons e gritos e ordens de homens que entravam, comandando rendição. 

O Governador pegou a arma da mesa e levantou sobre a perna boa, mas antes de ir, olhou nos meus olhos sob a luz pouca e juntou as sobrancelhas com ódio, depois levantou a barra da calça mostrando a perna tão retorcida quanto um galho seco e velho, mas ao mesmo tempo doentia e necrosada. Depois deixou a barra cair e se foi para a escuridão com a pistola em punho.

Jeanine, levou o guardanapo à boca para esconder o horror estampado no seu rosto. Minhas mãos trêmulas erraram a caligrafia uma porção de vezes, coisa que percebi porque fiquei atônito olhando para o papel até sermos levados de lá.


Quis espirar a torta última vez, mas não tive coragem, espremi os olhos com nojo, larguei o pano e voltei para a cama completamente sem fome.


O Barão – Contos da Lady Axe

Texto: Jaque Machado.
Arte da Capa e Adaptação: Douglas Quadros.

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Nota do Editor:

Este conto poderia facilmente ser adaptado para uma campanha de Chamado de Cthulhu, mas se você fosse usar O Barão como uma criatura de sua mesa, qual seria?

Narrando no Mundo Antigo – Taverna do Anão Tagarela #46

O mundo medieval é com certeza fascinante para os jogadores de RPG, especialmente para quem curte cenários de fantasia. Porém, outros períodos históricos, como os diversos povos da antiguidade, trazem um material riquíssimo que pode inspirar narradores e jogadores. Neste episódio, recebemos a escritora Ana Lúcia Merege para conversar um pouco sobre isso.

A Taverna do Anão Tagarela é uma iniciativa do site Movimento RPG, que vai ao ar ao vivo na Twitch toda a segunda-feira e posteriormente é convertida em Podcast. Com isso, pedimos que todos, inclusive vocês ouvintes, participem e nos mandem suas sugestões de temas para que por fim levemos ao ar em forma de debate.

Portanto pegue um lápis e o verso de uma ficha de personagem e anote as dicas que nossos mestres vão passar.

‎Assunto:‎‎ Narrando no Mundo Antigo


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Narrando no Mundo Antigo

‎Host: ‎‎Douglas Quadros.‎‎ ‎
‎Participantes:‎Raul Galli | Ana  Lúcia Merege 
‎Arte da Capa:‎‎ ‎‎Raul Galli.‎

Sangue do Meu Sangue – Wardrum – Continente Deva

Tempos após toda a ação maquiavélica daquele cujo título cabe a um deus, a Guilda Renegados estava prestes a ser usada mais uma vez. No entanto, tudo começou logo após a revolta do príncipe Hegar Briggs, que conquistou o coração e a fúria do povo de Wardrum e toda Pelor assassinando o próprio pai e; tomando para si, o trono com discurso de ódio contra os Elfos e todos que ousassem negar a supremacia humana.

Essa revolta foi fomentada no fato da grande guerra contra a hidra de mil cabeças e seus dragões negros ter destruído todo o reino que antes exportava produtos de origem feudal, além de ter causado a morte de tantos jovens que logo serviam para as plantações e pescarias. Não apenas isso, mas também o fato de que o reino de Pelor viu-se obrigado a barganhar com o honorável dragão Thenebra que exigiu tanto ouro ao ponto de deixar os humanos quase sem recursos. Humilhados, foram capazes de vencer a guerra, também com o auxílio da Guilda Renegados e seus grandiosos mercenários.

Banindo toda e qualquer criatura que fizessem menção aos elfos e o reino feérico, Wardrum foi ganhando poder ao ter como aliada a própria Hidden, que pôs seus tritões para batalhar ao lado dos humanos. Muitas batalhas e missões de resgate foram realizadas na região, tanto de retirada de humanos do reino de Hera, como de qualquer outra criatura de descendência feérica do reino de Pelor.

O que não era esperado, é que aquele que por um momento tomou o lugar de Mike Rullof como Arqui Mago da guilda, Tumba Laka Tumba, aproveitou da ida de alguns aventureiros até o mundo caótico dos demônios, o abismo, para por em prática um de seus planos para trazer o caos ao que seria o momento de maior diversão. Isto é, após quase morrerem para a impetuosa Sul Katesh, o grupo trouxe para o plano material, sem perceber, o que causou a quase extinção da Renegados.

Tumba arquitetou todo um plano, convencendo Hegar Briggs a implantar essa semente em território élfico, para então, ganhar a tão almejada guerra. Contudo, eram duas sementes e uma outra foi dada aos reis de Hera, Anath e Arenno Qirel, que há muito tentava recorrer a Celestia.

Entretanto, a sede de sangue de Hegar lhe permitiu ser mais rápido e após ser de fato enganado, apenas enviou um espião para implantar tal semente em Linsk. Mas, por debaixo dos panos muitas coisas estavam acontecendo, pois a Renegados foi contratada justamente para encontrar esses espiões, e, enquanto investigavam, a própria cidade élfica foi vítima de uma grande catástrofe, uma vez que demônios não paravam de surgir através do portal, que anteriormente não passava de uma semente.

Combatendo todas as criaturas e quase deixando com que Sul Katesh atravessasse os portões do abismo, o grupo composto por Desejo, Samuel, Leona Tarmikos e Traxterfora acusado da morte do filho do casal monarca de Hera, sob as provas de uma testemunha que havia visto o ato. Então, aproveitando de uma grande confusão civil ao mesmo tempo que política e militar, Desejo foge aos olhos deixando para trás aqueles com quem batalhou.

Entretanto, não estava tudo perdido, pois mesmo com a morte de Anath, o grupo que manchou o nome da Renegados obteve trinta dias para provar a inocência ou a guilda seria anunciada como assassina. Talvez uma última misericórdia pelo fato do pequeno bebê ter sobrevivido.

Toda essa confusão estava fartando à mente de muitos. Enquanto Linsk tentava se reconstruir, os mercenários tentavam encontrar a liberdade que outrora fora tomada. Mas isso só foi possível quando a irmã de Hegar Briggs, princesa Arunna Briggs, revelou toda a verdade que descobriu, dessa forma dando um fim à guerra e a tirania de seu irmão, desde então, tornando-se a governanta.


Este texto foi escrito pela Guilda Renegados um servidor do Discord onde você pode se tornar membro e ter um universo de diversão a seu dispor! Para entrar no servidor é só clicar Aqui!

A Última Canção das Andorinhas – A Sétima Chave – Quimera de Aventuras

A Última Canção das Andorinhas é um dos contos presentes em A Sétima Chave, livro organizado por Cristina Pezel e que conta com a participação de outros escritores: Ana Lúcia Merege, Bernando Stamato, Diogo Andrade, João Paulo Silveira e Liége Báccaro Toledo.

O livro aborda contos de heróis com destinos interligados no mundo de Thalamh, um mundo medieval fantástico com uma mágia exclusiva, porém, muito poderosa para aquele que a domina, seja por acaso,  por mérito ou por um dom latente.

Como todas as histórias e personagens presentes na obra são muito carismáticos e possuem um grande apelo emocional, esta Quimera de Aventuras irá abordar independentemente cada um deles, não por ordem de preferência, mas por ordem de como as ideias foram surgindo, vamos lá.

A Última Canção das Andorinhas

Escrito por Liége Báccaro Toledo, este conto narra a historia de Sorena, uma barda meio-elfa capaz de captar a melodia das pessoas, dos ambientes… de tudo. Acompanhada de seu tio Lodewyk, eles são as Andorinhas uma dupla de músicos errantes que de em cidade em cidade espalham alegria, e desta vez a “alegria” chega na cidade de Dimitra.

O Dom de Sorena a transforma em uma barda capaz de emocionar até mesmo o mais duro coração, pois ao sentir o som inerente em toda a criação, ela se torna capaz de transmitir com intensidade a sua percepção em forma de canção.

O conflito ocorre por meio da grande empatia da personagem principal, que tentando ajudar, acaba sendo vítima de um péssimo julgamento e seu tio enfermo deixa as coisas mais intensas.

Quimera de Aventuras

Nesta sessão o conto entra na Quimera e colocamos algumas ideias de uso para aventuras de RPG. Entretanto fique ciente que para isto, teremos que dar alguns spoilers da obra. Leia por sua conta em risco.

Sorena Visita a Casa Naradyan

Sendo o maior ponto de conflito da aventura, Sorena é convidada a visitar Lyla Naradyan, uma senhora que apesar de jovem, repousa acometida de uma doença desconhecida em um quarto escuro e além disso,  esperando um bebê. A meio-elfa chamada com intuito de levar alegria àquele ambiente, perde o controle da situação após tal visita.

E agora, Narradores? Como utilizar esse fato como climax?

  • Sorena capta o destino de Lyla Naradyan e descobre na melodia algo para salvar a criança, mas esvair a vida da mãe, ou o contrario. Onde o dilema de Sorena a levará?
  • Sorena pode salvar a vida de ambos, mas deve pagar um preço altruista? Qual preço a colocar?
  • Sorena percebe que não há mais volta. Como as pessoas ao redor vão reagir com essa revelação?
  • E após? Sorena vista como heroína ou vilã? Qual o papel dos outros jogadores? Eles já conhecem Sorena? Caçam a meio-elfa?

Estes são apenas alguns aspectos a serem explorados e que nem se aproximam de desfechos, na verdade iniciam aventuras ainda maiores, só tome cuidado em como conduzir a partir daí, Narrador. Pensando que uma aventura de RPG se joga em grupo, como lidar com os outros jogadores e fazer que eles também tomem uma posição de protagonismo?

Sorena Passa o Fardo

Aproveitando ainda mais do enrredo, uma campanha pode acontecer baseada no conto original, que independentemente de como se encerra, deixa Sorena cansada de portar um dom tão intruzivo e após muitas pesquisas, encontra uma maneira de se livrar dele, mas necessitando encontrar um outro portador que realmente mereça e saiba lidar de um modo melhor com tal dádiva. Vejo essa ideia como ideal para uma aventura com personagens bastante heróicos em busca de provar seus valores e fazer o bem.


É isso, espero que vocês tenham gostado e que tenham ficado interessados pela obra,  A Sétima Chave é um livro incrivel que vai com certeza proporcionar muitos sentimentos a quem o saborear, recomendo demais! Gostou das idéias? Mande seu comentário e não perca a oportunidade de acompanhar outras aventuras no mundo de Thalamh.

Conexão com o futuro #2 – Retropunk

Em nossa conexão com um futuro cyberpunk, Retropunk traz uma ficha e um sistema de rolagem de atributos extremamente simples. A princípio comparado a outros diversos de sistemas mais robustos e complexos, Retropunk é um prato cheio de roleplay e diversão, com tons de revolução em cada uma das ações de nossos jogadores, os punks.

Evidente que nem todo jogo de RPG se pauta apenas na interpretação de papéis (roleplay), mas em verdade, num composto de atributos e mecânicas que formulam o sistema propriamente dito. Primordialmente, é isso que vamos nos preocupar em exemplificar nesse segundo texto desse sistema, a ficha e seus elementos e a simples forma de rolagem de dados.

A ficha é a conexão com o personagem

Ficha Retropunk

Uma ficha reduzida tende a me agradar, pessoalmente. Isso porque é simples a localização dos atributos e das habilidades, o que é o caso de Retropunk. A ficha se preocupa em posicionar nome, aparência, classe e equipamento na primeira página. Bem como posiciona, do outro lado, os outros atributos, que são os atributos físicos: violência, precisão e velocidade. E os atributos de ordem mental/social: comprometer, estabelecer e descobrir.

Os atributos de ordem física são um tanto evidentes, a violência é o dano físico causado e pode ser utilizada para ações que não dependam da velocidade. Precisão é o atributo que exige concentração, precisão ou exatidão. Por fim, velocidade pode ser autoexplicativo e serve para ações de corrida, fuga e etc.

Quanto aos atributos de ordem social/mental ou não-físicos, comprometer é o atributo que diz respeito ao investimento para prejudicar algo, uma armadura, sistema de segurança, capacidade de raciocínio de outrem. Estabelecer é utilizado para iniciar uma relação com alguém e se manter consolidado nesse relacionamento. Por último, descobrir, que se preocupa em determinar se há algo escondido, seja um objeto, pessoa ou verdade.

Compondo uma pilha de dados

Personagens Retropunk

Uma pilha de dados se fará quando um jogador precisar executar uma ação que seja necessário um teste. O livro estimula o Juíz (nome dado ao narrador) a não utilizar dados se eles não forem testes necessários, a fim de manter o role play. Essa pilha de dados que resultará no teste é medida por 1 dado para o atributo geral (aqueles listados acima), 1 dado para um atributo específico (por exemplo, atirar é atributo específico de precisão), 1 dado de contexto, caso seja o caso e até 1 dado de cada aliado que auxiliar na ação.

Pensemos no seguinte: um jogador atira com seu revólver, ele é um atirador de elite (já constamos 2 dados), enquanto está atirando contra um alvo sem proteção (adicionamos um dado), no exato momento em que outro jogador comprometeu a defesa do inimigo com um movimento estratégico (um último dado, totalizando 4). A pilha de dados é lançada.

É simples descobrir se há êxito, ou não, nas ações. Os resultados 1, 2 e 3 são falhas. Quando o resultado está entre 4 e 5 são sucessos com consequências (podendo ser boas ainda ou não) e, se a rolagem for 6 ou mais, é um sucesso total. Dois 6 são críticos e dois 5 nas rolagens foram um “mini-crítico”, gerando uma rolagem extra posterior para o jogador.

Retropunk RPG

Por hoje é só, punk, viu como é simples?! Se está aqui até agora é porque está pensando se deve adquirir um exemplar de Retropunk, pois bem, este é um sistema simples para vivenciar o grande gênero cyberpunk. Acessível e de fácil compreensão, digo que essa tem sido minha escolha no momento. Você me conhece, sou Kastas, do Contos da Tríade e se quiser conhecer meus outros textos dos outros sistemas, por favor, clique no link. Para conhecer mais do meu trabalho, nos siga no instagram! Caso tenha interesse no primeiro texto, por favor, clique aqui. Continue acompanhando para os próximos textos de Retropunk!

Lidando Com Falhas – Dicas de RPG #52

No Dicas de RPG de hoje, Raul Galli vai falar sobre aquela situação onde o dado ou a sorte não coopera com o jogo. Vez por outra você vai estar lidando com falhas, porém isto não deve ser o fim, mas sim o inicio de uma nova tática ou diversão.

E não se esqueça de nos seguir na Twitch para acompanhar nossas campanhas de fantasia obscura.

O Dicas de RPG é um podcast semanal no formato de pílula que todo domingo vai chegar no seu feed. Contudo precisamos da participação de vocês ouvintes para termos conteúdo para gravar. Ou seja mande suas dúvidas que vamos responde-las da melhor forma possível.

Portanto pegue um lápis e o verso de uma ficha de personagem e anote as dicas que nossos mestres vão passar.

Tema:Lidando Com Falhas

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Lidando Com Falhas

Voz: Raul Galli.
Edição do Podcast: Senhor A.
Arte da Capa: Raul Galli.

Músicas:

Música de Musictown da Pixabay

Fuga Alucinada – Vampiros do Oriente

A noite na cidade de Roanoke cai e com ela o meu tempo aqui está acabando, conseguir reunir tudo o que foi possível de informações sobre os kinjin, finalmente vou poder voltar para a minha China.

O meu retorno está marcado para daqui a uma semana, hoje vou me encontrar com John Hancock, acertar com ele a minha dívida, John se tornou um  aliado e um amigo precioso, vou sentir falta dele quando eu abandonar essa vida, mas não agora, ainda temos muito tempo pela frente.

Ao fechar o meu casaco, abro a minha carteira de forma displicente, mesmo sem notar, e olho a foto dela, minha bela e doce, flor de lótus, mas um relacionamento ganho nesse país estranho, que no momento certo vou ter que finalizar.

Coloco a foto na carteira e guardo no meu casaco e saio para o frio da noite, sigo o caminho tão conhecido por mim, a tríade local me proporcionou alguns benefícios e um deles é passagem segura por algumas ruas.

Chego no local, previamente combinado e espero, pelo meu contato. Começo a sentir o cheiro tão característico de John, ao longe localizo ele, caminhando e empurrando um carrinho de supermercado cheio de lixo e sempre acompanhado de dois vira latas.

– Ei china, como vai?

Ele encosta o carrinho na parede e os cães logo se deitam de forma preguiçosa ao lado do carrinho.

– Vou bem, pedaço de lixo, esses teus pulguentos já tomaram banho hoje? Pq vc eu sei que não.

Ambos rimos.

– China, consegui o que vc queria, mas, vc não vai gostar.

Meu coração se enche de esperança

– Ela está a onde?

Ele balança a cabeça de forma negativa.

– Cara, ela está em uma parada sinistra, vai ser difícil de entrar lá.

Fico um pouco pensativo

-onde?

Ele puxa do carrinho uma planta de um prédio, abre no meio da calçada mesmo.

– Bem, a vida é sua, ela está nesse prédio, para algum tipo de festa de grafinos, então vai ter gente circulando, mas com essa tua cara de china, vai logo chamar atenção.

Penso um pouco e avalio a situação, entretanto a lembrança do nosso primeiro encontro assola a minha mente, foi alguns meses atrás.

Eu tinha acabado de entrar na tríade e tínhamos um assalto e possivelmente um sequestro, a fazer a uma comitiva de carro que iria passar por uma das 3 pontes, chamadas de “as 3 irmãs”, que interliga os bairros do meio da cidade com os bairros mais externos.

Tudo estava planejado, tínhamos subornado o controlador da ponte e fechamos a passagem das duas pontes encurralando os carros.

Tudo preparado, quando os carros surgiram, o plano correu bem, até que eles começaram a revidar, um a um os membros da tríade começaram a cair, percebi que não se tratava de humanos comuns e sim de malditos Kin jin.

Só que comigo foi diferente….

Quando comecei a fazer as movimentações de Prana, juntamente com o Shintai de sangue, eles não conseguiam me acertar, até que resolvi usar Vento negro.

No final só restou eu, a fome cobrava a sua conta, mas controlei o meu P’o e fui verificar os carros, e lá estava ela, imóvel como uma estátua de mármore.

Dei a mão para ela sair do carro, não houve objeção por parte dela em me seguir até o carro.

O que seguiu uma negociação com o seu senhor/pai para pagar o resgate e tê-la livre.

Depois de tudo e conheci ela melhor percebi que o cativeiro nunca a segurou e sim a curiosidade por mim, 3 meses se passaram, nos aproximamos, nunca imaginei que poderia sentir algo por uma kin jin que não fosse ódio.

As negociações foram finalizadas e veio a ordem de soltura, nos despedimos com um até breve, e foi breve mesmo. Passamos a nos conhecer melhor, mas, sempre deixávamos as diferenças das nossas raças longe.

Então o Barão Vitor, começou a desconfiar e os nossos encontros ficaram cada vez mais raros.

Então eu retorno dos meus pensamentos, olho para John

-Obrigado pela preocupação, meu amigo, mas preciso falar com ela antes de eu ir, essa pode ser a última chance, mas vc receberá o seu pagamento, doação para aquela entidade?

Ele ri melancólico,

-Sim, então vá, e que Gaia o Proteja.

Entrar no prédio não foi problema, minha capacidade de passar por lugares apertados e alterar um pouco a minha face me ajudaram muito.

Localizei o andar e o quarto em que ela está, estranhamente não tinha guardas na porta, minha ansiedade era tanta que deixei a cautela de lado e fui entrando, e voltando o meu rosto original para que ela me reconhece se.

O quarto estava escuro e assim que eu entro vejo um vulto sentando em uma cadeira no meio do quarto, quando vou aproximando uma voz na minha cabeça, praticamente grita, “FUJA”, já era tarde demais.

As luzes se acendem e o Barão Vitor se revela na cadeira, a porta por trás de mim se fecha e em questão de segundos estou cercado.

– Então vc é o sequestrador da minha joia? Qual o seu nome?

Eu corrijo a minha postura, relaxo os músculos e me preparo

– Para que vou dizer o meu nome para aqueles que já estão mortos.

Então o inferno começa!!!

Os capangas estão usando armas brancas, facas, facões etc., nada na qual eu não consiga lidar, entretanto o Barão não entrou na luta, essa era a minha preocupação.

A luta demorou mais do que eu imaginava e me custou muito, quando eu consegui finalizar o último, já estava com metade da minha reserva de chi, mas, ainda tinha o meu talismã, então o Barão ficou em pé, ele portava a sua arma preferida um bastão de beisebol com pregos no seu topo, essa luta vai ser difícil.

Ele me olha com seriedade e fala.

– A tempos que não sou obrigado a lutar, mas você parece ser bom, deve servir para o meu treino, então ele começou.

Demoramos alguns segundos nos avaliando, nesse momento eu ataquei com tudo, ele também, não diminuiu, ficamos naquela dança mortal por alguns minutos, ele não acertava, mas eu também não,

Nesse impasse, vislumbrei uma brecha e ataquei com tudo, contudo, algo aconteceu, meu ataque não o acertou, ele esquivou no exato momento do ataque, o contra-ataque veio no mesmo segundo, ele desferiu o taco nas minhas costas com toda força, já estava me esquivando quando uma força me segurou e taco bateu com a força de uma locomotiva, escutei sons de ossos se partindo, então uma risada sinistra chegou ao meu ouvido, nesse momento senti alma ondeante tomar todo meu ser, eu corro.

Escuto a sua gargalha ao longe,

-Corra, pequeno chinês, porque a caçada começa agora.

Saio em uma fuga alucinante, fazia tempo que não era atingido, isso fez que o medo tomasse o meu ser, corri por alguns quarteirões, e comecei me acalmar.

Sons de motos se aproximam, gargalhadas altas, eles estão no meu encalço, malditos kin jin.

Corro como a muito tempo não fazia isso, lembranças de uma infância pobre e difícil a muito esquecida voltam a me castigar, me sinto aquela criança indefesa nas ruas da China.

Um tiro no braço me traz para realidade, a minha volta vai ter que ser antecipada, mas preciso retornar para o meu refúgio para pegar todos os documentos sobre a minha estadia aqui.

Consigo chegar na porta do refúgio, mas sei que não foi pelos meus méritos e sim poque eles querem, abro a porta alucinadamente, os documentos já estão todos preparados dentro de uma bolsa, quando alguém pula pela janela e me ataca.

Suas garras cortam fundo a minha perna, mas consigo usar equilíbrio e deixar ele fora de ação por algum tempo, corro para a saída e sou atingido por uma moto, eu caí no chão com tudo e lá se vão mais umas costelas.

Estou cercado, ferido, sem chi, o P’o quer tomar a direção, mas não seria apropriado, o medo que tanto tempo eu não sentia, cava fundo na minha alma.

O Barão Vitor se aproxima com o seu taco repleto de sangue e carne, meu sangue, minha carne.

-Pequeno chinês, você achava que iria sequestrar a minha Joia e iria sair bem dessa? Eu não sei o que você é, mas conheço um certo Giovanni que vai adorar tê-lo na coleção dele, todavia não preciso entregá-lo vivo.

O enorme Kin jin se aproxima, sinto que o meu fim está próximo, fecho os meus olhos e faço uma pequena prece a buda, pedindo uma terceira chance, me despeço do meu amor que colocou me nessa situação e na minha mente escuto;

– Desculpe!!!!

Era a voz dela, mas, tão rápido veio, tão rápido foi, me deu uma sensação boa,

– Valeu a pena.

Novamente escuto aquela risada sinistra, e algo acontece.

Um uivo, bem perto interrompe meus devaneios e a minha execução.

Barão Vitor baixa o seu bastão e fica atento e grita.

– Quem está ai?

Uma gargalhada conhecida, um som de carrinho de supermercado sendo arrastado, e finalmente dou um sorriso.

– Esse pequeno pedaço de bosta chinês é meu, só eu posso bater nele!!!

John está sozinho e uma das mãos dentro do carrinho, eu penso

-Onde estão aqueles pulguentos deles, poderia ajudar.

Barão Vitor acha tudo aquilo surreal, um mendigo atrapalhando a sua vingança, ele olha para um de seus comandados e diz;

– Da um fim logo nesse bosta, eu tenho algo melhor a fazer.

O assecla sorri prevendo um banquete de sangue fácil, ele corre em direção a John e pula em cima dele.

Entretanto, John puxa de dentro do carrinho uma adaga ornamentada feita de gelo e intercepta o kin jin no ar, de onde estou só vejo o corpo inerte do sanguessuga por cima de John e a ponta da adaga de gelo começa a surgir pelas costa do cainita, e assim ele puxa a adaga partindo o corpo inerte do vampiro e ao mesmo tempo, para a minha grata surpresa, ele se transforma em um lobisomem.

Das sombras, atrás dele os dois cães que eu chamava de pulguento surge, mas não como pulguentos, mas sim como enormes lobos com bocas e presas descomunais e caos se instala.

Barão Vitor esquece de mim, e vai se defender, os garous começar atacar, John parte para cima do Barão e começa uma batalha feroz.

Eu tento me levantar, mas a dor não permite, não tenho chi para me curar, então, uma moça se aproxima de mim, uma mendiga, conclui que era aliada de John, deixei ela se aproximar.

-Eu me chamo Dayse, cura a wyrm, deixe me ajuda lo.

Sendo assim, ela toca em mim, e uma energia quente aconchegante toma todo meu corpo, sinto toda a dor indo embora, meus ferimentos estão curados.

Ela olha para mim e sorrir,

-Vamos, temos que ir embora.

Eu percebo que a minha bolsa foi rasgada e muitos dossiês estão espalhados, junto o que dá, olhe para a luta e falo;

– E eles vão ficar bem? Essa luta é minha.

Ela olha com muita doçura para mim,

– Eles estão se divertindo, mas vão embora logo.

Assim sendo, ela dá um uivo, se vira para uma parede se concentra e toca. A parede, no lugar que foi tocada, começar a ondular como um lago que é atingido por uma pedra, ela segura a minha mão e fala;

– Confia em mim, e me acompanha.

Assim, atravessamos, mas não antes de olhar para trás e vejo John e seus pulguentos correndo deixando um furioso Barão Vitor para trás.

Dias depois estou nas docas, meu navio está preste a sair, John e sua matilha estão comigo.

-Obrigado meu amigo, por tudo, sem você eu não estaria vivo.

Um sorriso surgiu do seu rosto

– Nada de sentimentalismo, seu pedaço de bosta chinês, mas tome cuidado, Barão Vitor não é alguém que esquece as coisas fácil

-Eu estou indo para China, duvido ele me seguir até lá, vocês que devem ter cuidado.

– Ele nem sabe onde me achar, meu povo viver embaixo do nariz dele e nunca percebeu, nós mendigos somos ignorados.

Dou um abraço nele, despeço do resto da matilha e falo.

-Eu vou voltar e trarei o inferno para eles.

-E nós estaremos aqui para lutar ao seu lado.

Subo no barco, ele começa a se distanciar, a cidade no horizonte prende a minha visão e dou um adeus para ela,

-Me aguarde, eu vou voltar.

Continuo olhando e segurando a sua foto.

Fuga Alucinada – Vampiros do Oriente

Autor: Michel Freire.
Padronização e arte da Capa: Raul Galli.

Para mais posts de Mundo das Trevas você pode acessar nossa página da Liga das Trevas, para isso é só clicar aqui!

Numenera RPG – Resenha

Numenera RPG é um jogo de RPG fantástico/futurista, que possui sistema e cenário próprio, tudo isso no seu livro básico. Seu sistema é bem simples, prático e rápido, desde a criação de personagem bem como no uso durante o jogo.

O livro básico possui quase 420 páginas coloridas e ricamente ilustradas. A qualidade segue o padrão da New Order, tão conhecido por suas publicações mais ilustres como Pathfinder 2ª Edição, Shadowrun, Starfinder etc.

No livro básico de Numenera RPG você encontra tudo o que precisa para criar sua campanha. O livro possui regras completas de criação de personagens, regras de combate, “magias”, perícias e talentos.!

Sobre Numenera RPG

Numenera RPG é um jogo de RPG fantástico/futurista, fundado na ficção científica e na fantasia medieval. 

Como isso? Em Numenera a humanidade está atualmente, no nono mundo. Ou melhor, na nona versão deste mundo.

É como se quase toda a nossa civilização atual fosse diz dizimada e uma nova surgisse destes destroços.

Numenera ainda se passa na Terra, mas depois de oito grandes civilizações terem se perdido e cada nova civilização cresceu sobre seus destroços.

Com isso, cada nova civilização encontrou traços da antiga e começou a tentar utilizá-la, nesse passar de milhares de anos.

Outras coisas também mudaram, surgiram habilidades mágicas ou de uma tecnologia incompreensível pela atual, tais como fragmentos de nanotecnologia, rede de dados enxertada entre satélites em órbita, criaturas biologicamente englobadas e inúmeros dispositivos estranhos e maravilhosos.

Estes restos tornaram-se conhecidos como o numenera.

Assim, no meio de tudo, estão os personagens dos jogadores, explorando este vasto e fantástico mundo, vivendo comumente sobre os destroços de civilizações esquecidas e tentando utilizar de sua tecnologia de alguma forma.

Criação de personagem

A criação de personagens em Numenera RPG é um processo bem simples, em certo ponto até demais, o que causa, as vezes um pouco de incerteza, já que estamos acostumados a ter mais informações sobre determinadas questões.

O processo é guiado, através de escolhas em adjetivos e classes definidas.

(nome do personagem) é um (tipo) (adjetivo/descritor) que (foco)

Nosso próximo post será sobre a criação de personagens, um guia para você não achar que está esquecendo de algo no processo de criação de personagem.

Outro ponto importante é que todas as rolagens de testes são baseadas em esforço, utilizando dados de 20 lados, o mestre escolherá a dificuldades do que você fará e você poderá gastar esforço, físico, mental ou de velocidade.

Tipo

Em resumo, primeiramente, você escolhe entre Glaive, Jack e Nano.

  • Glaive é o combatente corporal, é quem tem a maior reserva de potência, para testes físicos e que demandem esta estatística como foco.
  • Jack vem de Jack of all trades, ele é o especialista. Tem mais perícias e pode se desenvolver para quaisquer pontos que desejar. Suas estatísticas não possuem foco.
  • O Nano é a o personagem que se especializará na tecnologia e similares a magia. Pode carregar mais cifras, aparatos tecnológicos poderosos do passado. Tem o intelecto como estatística primária.

Adjetivo/Descritor

Após escolher o tipo do seu personagem, e primeiramente seu nome, você escolhe agora o adjetivo que o define.

Cada adjetivo possui características únicas e lhe fornece um conjunto de coisas, como equipamentos e habilidades.

Os adjetivos, ou também chamados de descritores, são:

Decidido – Encantador – Erudito – Esperto – Forte – Furtivo – Gracioso – Inteligente – 
Místico/Mecânico – Resistente – Rústico – Veloz 

Foco

Por fim, agora você deve escolher entre mais de 25 tipo de focos diferentes para seu personagem!

Cada foco lhe dá uma série de características únicas, tais como:

  • Vínculos
  • Equipamentos adicionais
  • Sugestões de efeito maior e menor
  • Graus de evolução do personagem, de 1 a 6

Os vínculos são suas ligações com seus companheiros de viagem. Equipamentos adicionais, são  coisas a mais que seu foco lhe presenteia, cuidado para não repetir mais do mesmo, então fique de olho no seu descritor.

Sugestões de efeitos são para quando você consegue tirar um 20 ou 19 no dado, coisas surpreendentes que você pode conseguir aproveitando aquele fio de sorte momentânea.

E, enfim, os graus são as evoluções do seu personagem, não são fáceis de se conseguir, como nos RPG’s baseados em XP por combate.

Em Numenera RPG você ganha XP de acordo com as dificuldades que supera e não tem nada a ver com combate.

O cenário e a Numenera

O Nono Mundo é a Terra, porém uma Terra que passou por inúmeras mudanças e catástrofes, cerca de um bilhão de anos de mudanças e catástrofes na verdade.

Com isso, várias civilizações gigantescas surgiram e pereceram, porém não sem deixar marcas e vestígios, que hoje em dia são chamados de numenera.

Atualmente a Terra, mais uma vez, se juntou para formar um supercontinente gigantesco, deixando o resto do globo à mercê de um único oceano pontilhado de ilhas.

O povo do nono mundo não tem tanto conhecimento sobre o que está no espaço, fora da Terra. Contudo algo perceptível é que a lua está muito mais distante. Outro ponto importante é que devido a rotação atual da terra, os dias tem 28 hora, contudo anos, meses e semanas mantem seus significados.

Outro ponto imperceptível aos Nonomundianos é que, na era atual, a intensidade do sol deveria ter aumentado ao ponto em que a vida na Terra, ao menos como a conhecemos, deveria ser impossível.

Contudo isso não aconteceu, algo mudou durante os milhões de anos que já se passaram, talvez com a intervenção de alguma civilização mais avançada, mas ao invés de se extinguir, a vida prospera.

Já a maioria dos planetas do sistema solar continua em seu lugar, embora suas órbitas tenham se alterado. Um ponto importante é que o planeta que chamamos de Mercúrio há muito já não existe mais, mas, em sua ignorância, o o povo do Nono mundo sequer sabem que ele um dia existiu.

Por fim

Posso dizer que, a primeira vista fiquei confuso com a mecânica do jogo, tenho a mania de ir direto para a parte da criação dos personagens, para depois ver o resto das regras e a grande quantidade de opções me deixou confuso.

Além disso, cada opção que você escolhe lhe dá coisas, e estas coisas, se você não cuidar, podem se repetir, como ganhar duas vezes os mesmos equipamentos ou habilidades muito similares.

Para criar um personagem, você tem mais de 1000 opções diferentes, fora algumas habilidades diferentes de cada tipodescritor.

Em termos de regras, o jogo não lhe proporciona muitos detalhes, ele se atem ao básico dos números, por exemplo, armas pequenas, todas, tem um dano x, todas as armas grandes tem um dano x também e ponto final.

Porém a forma como você joga e interage com a Numenera é o que torna este RPG tão interessante, você não ganhar experiência por combate, mas sim pelas dificuldades que supera, já torna o jogo completamente diferente.

Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG não esqueça de apoiar pelo Padrim, pelo PicPay, pelo PIX e agora também no Catarse!

Assim, seja um patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos desde participar em mesas exclusivas em One Shot, grupos ultrassecretos e da Vila de MRPG.

Além disso, o MRPG agora tem revista!

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Revista Aetherica

Lutando Contra o Chefão – Taverna do Anão Tagarela #45

As famosas boss fight ou “luta contra o chefão” são muito esperadas na maioria das campanhas, entretanto muitas vezes este chefão nem mesmo é um ser consciente, as vezes está mais para um conceito a ser combatido para atingir a glória final. Acompanhe esta taverna e descubra diferentes formas de fechar uma campanha com glória, ou não!

A Taverna do Anão Tagarela é uma iniciativa do site Movimento RPG, que vai ao ar ao vivo na Twitch toda a segunda-feira e posteriormente é convertida em Podcast. Com isso, pedimos que todos, inclusive vocês ouvintes, participem e nos mandem suas sugestões de temas para que por fim levemos ao ar em forma de debate.

Portanto pegue um lápis e o verso de uma ficha de personagem e anote as dicas que nossos mestres vão passar.

‎Assunto:‎‎ Lutando Contra o Chefão


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E-mail: contato@movimentorpg.com.br – Tem dúvidas sobre alguma coisa relacionado a RPG? Mande suas dúvidas para nosso e-mail.

Lutando Contra o Chefão

‎Host: ‎‎Douglas Quadros.‎‎ ‎
‎Participantes:‎Raul Galli | Miguel Beholder | Monteiro 
‎Arte da Capa:‎‎ ‎‎Raul Galli.‎

A Era do Abismo: O Torneio dos Campeões – Quimera de Aventuras

A Era do Abismo – O Torneio dos Campeões é um livro de Bernardo Stamato publicado pela Editora Pendragon. Nele acompanhamos um inusitado grupo de heróis que, além de um objetivo em comum, também tem suas próprias motivações pessoais na jornada. Uma jornada em um mundo de alta fantasia com todo o ar e encanto de uma aventura de RPG, com muitas ideias interessantes e personagens bem construídos.

E você pode comprar o seu clicando aqui!

A Era do Abismo: O Torneio dos Campeões

Tudo começa quando o Mestre dos guerreiros Draco e Gladius é assassinado. Seus discípulos então partem em uma jornada de vingança atrás do assassino de seu mestre. Em sua jornada, se unem ao anão paladino Alberich, à elfa clériga da liberdade Ravenlla, à cigana Rosa, ao guerreiro Marcus e à kunoichi misteriosa Zhi Wu. Rumando para o Torneio dos Campeões em um reino mais afastado, o grupo se envolve em muitas aventuras durante essa jornada.

O Autor

Bernardo Stamato é o autor da saga A Era do Abismo. Vencedor do concurso “Eu, Criatura”, além de escritor é também crítico literário e faz parte do Mochileiros do Multiverso e da Távola do Dragão. Jogador de RPG, está constantemente marcando presença no MRPG, participando de mesas como Despertar da Fúria, Abdução e da Guilda dos Guardiões.

Minha Opinião Pessoal

Que aventura foda! Simples assim! Stamato traz um mundo vivo e muito dinâmico, em um enredo cheio de reviravoltas e que te deixa na expectativa sobre o que virá a seguir. Os personagens são bem construídos, com suas motivações reveladas à medida em que se faz necessária sua revelação, dando ainda mais empatia com cada um deles.

As aventuras do grupo são o “típico enredo de RPG” por assim dizer, com batalhas contra orcs (embora em situação muito interessante), confrontos contra nobres gananciosos, encontros com bandidos e ladrões, além de encontros com outros personagens que acabam afetando diretamente o grupo.

Ao fim do livro, um Codex com as principais informações sobre esse universo criado pelo autor, com informações sobre sua história, geografia, divindades e muito mais. Essa parte pode ser lida ao fim (para ajudar a entender alguns detalhes e acontecimentos da trama) como pode também ser lida antes para já te introduzir nesse universo de alta fantasia.

A narrativa é simples e objetiva, narrando detalhes que interessam sem se prender demais a detalhes que tornam as descrições cansativas. Até mesmo as descrições dos combates possuem detalhes o suficiente para se moldar toda a cena na cabeça, embora não demais para torná-lo chato e monótono.

A diversidade do grupo também é outro ponto muito interessante. Seus conflitos pessoais, códigos de ética até mesmo os laços entre si geram ótimos momentos de dinâmica de grupo além de diálogos muito interessantes.

A história é uma jornada, então às vezes pode passar uma impressão de que “a história não está indo a lugar algum”, mas todos os detalhes e os acontecimentos, por mínimos que sejam, ganham relevância e tem sua importância no todo da narrativa e nos eventos que acontecem à frente da trama. Nada é por acaso nesse livro!

Quimera de Aventuras

Nesta sessão o livro entra na Quimera e colocamos algumas ideias de uso para aventuras de RPG. Entretanto fique ciente que para isto, teremos que dar alguns spoilers da obra. Leia por sua conta em risco.

Em busca de vingança

Essa é a “grande plot principal” do livro e o que o motiva os dois protagonistas da trama. Adaptar para uma aventura é muito simples: um ou mais personagens ligados à um ou mais personagens da mesa é, de alguma forma, assassinado.

Com isso, um ardente desejo de vingança leva os jogadores a uma longa jornada em busca de vingança. Isso irá prepará-los durante o caminho para a batalha final.

As motivações para o assassinato podem ser as mais variadas, e condizentes com os personagens.

Escravos do Exército

Um general Bugbear dotado de inteligência acima do comum para sua raça, está reunindo um exército de orcs e goblins para uma invasão à alguma cidade

O grupo é capturado e feito de prisioneiros e escravos. Agora, precisam fugir e avisar a cidade antes que o ataque aconteça.

Explore as fichas padrão de Orcs, Goblins e Bugbears, alterando apenas a organização. Um general inteligente e diferenciado, por exemplo, capaz de unir raças tão ferozes sob um objetivo comum pode ser uma grande ameaça (e um desafio inesperado para a mesa)

Fazer o certo nem sempre compensa

Em uma cidade, o grupo encontra uma prisioneira de uma raça exótica (para o mundo onde se situar a aventura) aprisionada.

Ela diz ao grupo ser vítima de preconceito por parte da cidade, e estar presa apenas por ser quem é, pedindo ajuda ao grupo. Ajudada, a personagem se revela como sendo uma pessoa não tão confiável assim (embora com motivos justos para tal).

Use uma raça/classe que geralmente tenha algum tipo de Má Fama, seja convincente ao fazer a personagem parecer confiável. Isso é claro, apenas para que ela traia o grupo depois (mas use bons motivos para tal, e se tiver dúvidas o livro dá uma boa ideia!).


É isso, espero que vocês tenham gostado e que tenham ficado interessados pela obra,  A Era do Abismo – O Torneio dos Campeões é um livro incrível com uma jornada épica repleta de desafios e ótimas cenas! Gostou das ideias? Portanto mande seu comentário e não perca a oportunidade de acompanhar outras aventuras no mundo de A Era do Abismo!

 

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