Thunderbolts*: Vilões em Mutantes e Malfeitores

Nascido para ser mal

Com o filme Thunderbolts já lançado e com o diretor de O Esquadrão Suicida pronto para lançar o seu próprio universo cinematográfico, não seria estranho pensar que nós, meros jogadores de RPG, teríamos ao menos um pensamento em nossas mentes: Jogar com os vilões! Não tente me enganar você já quis isso, uma simples e descompromissada aventura sobre jogar com pessoas horríveis, e cá estamos, respondendo a essa vontade com mais uma pergunta, como fazer isso em Mutantes & Malfeitores?

Um dos melhores filmes da Marvel dos últimos anos (e para alguns, o único)

Corra para as colinas

Mas antes de começarmos, precisamos conversar sobre a parte mais importante para uma mesa de vilões: Consentimento.

Os jogadores irão ser vilões, muitas vezes farão coisas ruins e provavelmente todo mundo vai se divertir com isso, mas é importante que se converse com o grupo quanto aos limites deles, quais temas e cenas que podem gerar desconforto ou gatilhos emocionais mais intensos, para que dessa forma, tenhamos a melhor experiência possível na mesa.

O Demônio tem um gosto melhor…

Para que as maldades corram soltas, é preciso que ajustemos o sistema e a narrativa para isso, com algumas ideias bem simples:

Mais violência: Use as regras de combate mortal do Guia do Mestre, além disso, descreva os capangas sofrendo mortes horríveis, permita os jogadores descreverem as mortes, e dependendo do quão criativas, os recompense com um ponto heroico.

Pontos… Vilanescos: Recompense os jogadores quando os mesmos tomarem atitudes mais controvérsias, permita que eles tenham uma certa desconfiança entre os membros (obviamente, em um nível que seja divertido para a mesa). Dê pontos heroicos secretos para que eles completem missões das quais os outros jogadores não sabem, seja por ordens de terceiros ou seja pela própria agenda dos personagens.

Uma das minhas maiores decepções do filme

Tramas Vilanescas

Como toda boa história, jogar com vilões nos permite explorar certos temas que normalmente não são vistos em mesas de super-heróis tradicionais como:

A Sedução dos Ímpios: O mais comum, e mais seguro, é o tema da redenção, afinal, se vilões tão acostumados com lutar, perder e serem completamente descreditados como pessoas merecedoras de qualquer compaixão, descobrissem propósito do outro lado?
Ex: Thunderbolts*, O Esquadrão Suicida, Charada (Anos 2000), Mulher-Gato.

O Homem é bom, a sociedade o corrompe: Super vilões completamente destituídos de uma história de origem são divertidos de enfrentar, mas para jogar, nunca é ruim explorar aspectos psicológicos de seus vilões, de problemas familiares em seu histórico, até um aspecto de seu personagem que pode ser explorado com mais nuance.
Ex: Arthur Fleck (Coringa), Yelena (Thunderbolts*).

A Galeria dos Ladrões: Outra forma de abordar também é pensar em vilões que cometem crimes menores como roubo, sendo pessoas honradas que tem um código de honra muito rígido, mas que ainda assim cometem crimes.
Ex: Galeria dos Vilões (The Flash).

O tecido da sua realidade vai ser destruída  

 Agora entrando na criação de personagens, é importante que vejamos arquétipos únicos para aventuras envolvendo vilões, e alguns exemplos seriam:

O Atormentado: Nem todo vilão é um monstro sem coração, e certos atos que ele comete podem criar uma sensação conflituosa no vilão. De abandonar alguém, a uma morte que ele causou que o persegue para todos os lados. Caso um jogador queira jogar com esse arquétipo, reforce esse aspecto com uma complicação, desenvolva aventuras que apresentem conflitos que conversem diretamente com esse tormento. Se o personagem abandonou alguém, faça ele precisar proteger alguém que ele tenha se afeiçoado na mesa; se ele matou alguém, traga uma cena de vingança onde ele tenha a escolha de não matar alguém, crie um contraste para que o personagem possa se desenvolver.
Ex: Golias (Thunderbolts Vol. 1), Sanguinário (O Esquadrão Suicida).

O Herói Escondido: Nem todos os vilões são realmente maus, alguns apenas tiveram poucas boas oportunidades, esperando uma única chance para mudarem para uma vida melhor, ou apenas não sabiam que fazer o bem os faziam se sentir tão completos. Esses personagens são interessantes em um grupo de vilões conflituosos que ainda estão se encontrando no mundo.
Ex: Onda Mental II (Stargirl), Yelena (Marvel Thunderbolts*), Caça-Ratos II (O Esquadrão Suicida).

A melhor personagem da Marvel

O Problema: Nem todo o vilão é mal, mas a maioria é, e muitas vezes um ou outro pode se tornar um problema ainda maior no grupo, esse é um tipo complicado de se incentivar mesa, e é necessários uma conversa bem longa e um acordo mútuo sobre como trabalhar ele em mesa. Permita que o jogador sempre tenha uma surpresa na mão, que o jogador use os pontos heroicos como forma de criar situações únicas tanto benéficas, quanto complicações (inclusive é interessante ao mestre e ao jogador criarem uma complicação que o mestre possa engatilhar).
Ex: Pacificador (O Esquadrão Suicida), Arlequina (Esquadrão Suicida).

Considerações Finais

Thunderbolts e O Esquadrão são dois dos meus filmes favoritos do gênero super herói, muito por seus temas de alguma forma muito estranha, ressoarem pra mim (principalmente a jornada de Yelena). E por conta disso, eu espero que outros tenham uma viagem catártica de redenção, redescobrimento e muita violência, enquanto navegam nessa temática tão divertida e caótica que são os super vilões como protagonistas. Agora joguem e façam o seu pior!


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Autor: Júlio César.
Capa: Sávio “Savioking” Souza.
Revisão: Raquel Naiane.

Conheça a Iniciativa – Brasil de Heróis #01

Um mundo diferente…

Que tal um cenário de super-heróis diferente dos outros? Um cenário onde superpoderes podem ser aprendidos, onde as lendas são reais e onde o mundo segue a mesma linha do tempo que a do nosso? Um cenário com mais de três anos de atividade, contando com a participação de centenas de pessoas que desenvolvem, além de material de rpg, também ilustrações, mangá, animações e dublagens? Pois este cenário existe. Boas-vindas ao Brasil de Heróis!

Olá pessoal! Eu sou Victor Gaigaia, autor e diretor do Brasil de Heróis – ou, como gostamos de chamar, o BrH. Hoje eu irei apresentar para vocês este cenário único mostrando 4 pontos que o diferenciam de todos os outros! Então, vamos começar?

 

Primeiro Ponto – Todos os humanos podem aprender superpoderes!

Há uma diferença crucial nos humanos que moram em Terram – o planeta do BrH. Diferente de nós, terráqueos, os terranqueos possuem uma capacidade natural chamada de arete (que você pode ler no original grego como ‘areté’ ou na pronúncia mais brasileira mesmo de ‘aréte’). Através da arete, os tarranqueos são capazes de gerar uma energia especial, o Fisioplasma, que, com treinamento, estudo e desenvolvimento, pode ser manipulado para feitos incríveis – os superpoderes.

O arete e a geração de fisioplasma são uma coisa comum para todos os terranqueos. Até bebês, em seus primeiros meses de vida, já começam a produzir suas primeiras ‘ondas de energia’, e vocês podem imaginar quão difícil não é cuidar de um bebê em Terram! Porém, assim como nós precisamos treinar e estudar para melhorar nossas habilidades, os terranqueos também fazem isso com os poderes.

A ciência que estuda a arete e fisioplasma se chama Aretística. Através dela, os aretólogos, cientistas especializados em aretística, conseguiram desenvolver diversas rotinas e programas de treinamento, que são tanto físicos quanto mentais. Os poderes mais simples ou de menor força são fáceis de se conseguir. Por exemplo: num fim de semana molenga você poderia rapidamente aprender a entortar colheres ou levitar pequenos objetos!

Porém, os poderes complexos ou efeitos grandiosos só são alcançados com muito esforço e dedicação. Caso você se dedique intensamente em treinar seus poderes até chegar num nível de arconte –  o nível profissional – então você poderá trabalhar exclusivamente usando seus poderes. Isto é: você pode ser um herói!

Exato! No Brasil de Heróis a profissão de herói é a das pessoas que se especializaram no uso de seus poderes em grande escala. Isso engloba desde os heróis técnicos, focados em áreas muito específicas, até os defensores, que são os heróis combatentes que auxiliam no trabalho de policiais, bombeiros e militares.

É um caminho longo e árduo para se tornar um herói. Muitos vão para colégios heroicos, iniciando uma jornada de treino desde o ensino fundamental. Daí, passam pelos cursinhos heroicos, vão para universidades heroicas, tendo que fazer diversos testes até ganharem suas certificações. É dito constantemente que este é um trabalho ingrato, com alta taxa de mortalidade, pagamento ruim e muitos gastos…mesmo assim, todos querem ser heróis como nas lendas antigas. E falando em lendas…

 

Segundo Ponto – Lendas são reais e realistas!

Sabe as lendas e mitologias que povoam o imaginário humano? Então, em Terram, elas são reais. Os panteões divinos de fato existiram. Se caminhasse pela Grécia no passado, poderia acabar testemunhando algum feito de Hércules e Aquiles, ou visto em primeira mão a fúria de Poseidon ou Zeus. Isso porque estas figuras antigas não eram realmente ‘deuses’, mas sim pessoas com imenso poder ao ponto que eram consideradas como ‘deuses’.

Igualmente, criaturas fantásticas também existiram e ainda existem. Chamadas de Criptídeos, elas nada mais são do que animais com ‘superpoderes’. Os criptídeos mais comuns são os animais atrozes – maiores e mais fortes que os normais, ou com algum tipo de super capacidade. Porém, existem também as mitoferas, que são as criaturas de nossas lendas terráqueas como dragões, unicórnios, e até seres de nosso folclore como boitatás, mulas-sem-cabeça, corpo-seco, cabra cabriola e tantos mais! Só que em Terram, essas lendas são verdadeiras, e existem ainda nos dias de hoje, até mesmo nos zoológicos!

Do mesmo modo que criptídeos, podemos ver também a manifestação viva do clima em elementais. Ventanias muito fortes, chuvas ou mesmo incêndios podem gerar uma versão ‘super’ de si, que necessitam da intervenção de heróis para serem detidos. Quando algum desastre ecológico surge, esses elementais são distorcidos em poluiçais, com lama tóxica viva e nuvens de chuva-ácida!

E os povos mitológicos – fadas, anões, iaras, sereias, ogros – também são realidade dentro do BrH. Na modernidade, esses povos são chamados de Alomorfos, e são pessoas cujos poderes alteram permanentemente sua aparência e forma corporal. Por conta disso, alomorfos costumam sofrer preconceito, sendo tachados de ‘inumanos’ ou ‘semi-humanos’ quando, de fato, não existe diferença genética entre alomorfos e isomorfos (isto é, as ‘pessoas normais’). Mesmo assim, muitos grupos levantam bandeiras contra alomorfos, algo que reflete bastante problemas de nosso mundo real. Isso nos leva ao próximo ponto… 

 

Terceiro Ponto – O Brasil de Heróis é um super reflexo do nosso mundo!

O cenário e o mundo do BrH existe para ser uma forma de repensarmos o nosso mundo real a partir da metáfora dos super heróis. É um mundo com heroísmo, mas também vilania. Onde pessoas são capazes de grandes feitos, mas também onde os problemas são em grande escala. E tudo isso ocorre em consonância com a nossa realidade.

Tudo que acontece na Terra também acontece em Terram. Os desastres ecológicos de 2019 que afetaram o Brasil – Brumadinho, as queimadas na Amazônia, as manchas de óleo em nosso litoral – tudo isso ocorreu em Terram também. E do mesmo modo que vemos o mundo afetado pela pandemia do coronavírus, em Terram esta mesma pandemia assola a civilização humana.

A diferença é que existe um ‘super filtro’ em todos os acontecimentos. Incêndios podem gerar perigosos elementais de fogo. Manchas de óleo podem criar gigantescos poluiçais capazes de destruir navios. E o coronavírus, além do seu efeito insidioso e invisível, também gera terríveis espectros, capazes de drenar a energia vital mesmo dos heróis mais poderosos do mundo.

E este reflexo não é restrito a problemas ambientais. Todas as pessoas de nosso mundo existem no BrH – figuras políticas, atores, empresários, policiais, médicos… até mesmo você! Todos existem em uma versão dentro do BrH. Por essa razão, o BrH se torna uma plataforma onde podemos analisar e pensar nosso mundo, além de criar histórias que se respaldam em problemas reais e em pessoas reais. E o melhor disso tudo é que VOCÊ também pode fazer parte do Brasil de Heróis.

 

Quarto Ponto – Somos uma iniciativa aberta e colaborativa!

A iniciativa Brasil de Heróis já existe há mais de três anos, sendo um grupo aberto onde qualquer pessoa pode participar. Atualmente há mais de cem pessoas envolvidas, não apenas jogando, mas também participando de diversos projetos. Dentre eles, temos jogos eletrônicos, dublagens, mangá, músicas, animações, livros e adaptações para vários sistemas de rpg (como Mutantes e Malfeitores, d20 e 3d&t).  E você pode participar desse mundo! Seja criando seu personagem e jogando, seja como uma artista e desenvolvedor, entrando em um dos grupos de projeto.


Nos próximos episódios

Aqui terminamos o post mas não se preocupe, é apenas o começo! Continuaremos trazendo bastante material do BrH, abordando os diferentes poderes do mundo, a sociedade heróica, a organização de vilões, o bestiário de criptídeos e elementais, além das centenas de personagens que foram criados nesses mais de três anos! Também traremos novidades, adaptações do BrH para diversos sistemas e muito mais!

Neste meio tempo, venha participar de nossas comunidades. Nosso discord serve de base de operações e tem quase 2 mil pessoas! Temos também diversas redes sociais onde postamos nossas atualizações, podem ver a lista abaixo!


Links do Brasil de Heróis:

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– Arte da Capa por: @panetonyshow

Três heróis da agência Magnólia, da esquerda pra direita: Coruja de Concreto, Monstrão e Coelínea. Arte por: @beatrews

Até a próxima e Excelsior!

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