Desligando a Cosmonave – Parte 18 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis Parte 17, a capitã se muniu de artefatos, equipamentos e criatividade para tentar derrotas seus inimigos. Sua intenção é impedir que seja lá o que for saia da Cosmonave. Fique agora com a Missão Artêmis Parte 18.   

A capitã do cruzador intergaláctico Artêmis 13 teve um instante para trazer à tona os momentos que antecederam a detonação, improvisando materiais e usando os recursos modulares para criar um efeito suficiente danoso para qualquer ser vivo sem a mínima proteção. Os cálculos não precisavam ser precisos, ela sabia que não tinha muitas alternativas no embate com algo sem uma natureza definida. Não havia sentido em manter este enfrentamento que culminaria obviamente com sua derrota. 

Dessa maneira, cabia a ela uma aposta ousada naquele contexto, colocando; como o fez; em uma série de decisões ou escolhas que a considerassem uma figura apegada à vida. Não que Duke não tivesse tal apego, mas uma inteligência superior, com certeza, descartaria a possibilidade de uma pessoa como ela não ter um ego a alimentar ou ainda alguém ou algo com o qual se importar. O erro aqui, foi deduzir que a capitã era uma egoísta ou uma arrogante ao ponto de sacrificar tudo e todos para demonstrar sua superioridade individual. 

Ao contrário, Duke estava determinada em cumprir com seu dever, um dever superior não ao indivíduo, mas ao grupo, a sociedade. Sua luta até aquele momento era contra uma ameaça sem nome, que manipulou e sacrificou com tal facilidade aquela tripulação treinada ao ponto que Duke considerou a real ameaça que poderia ser desencadeada pela multiplicação daquela corrupção a outras inteligências artificiais. Ainda restava a dúvida se aquilo não havia ocorrido, mas a série de atos em assumir o controle total da Cosmonave demonstrava que o que estivesse ali ocorrendo não havia se concretizado de um momento para outro, foi algo gradativo, dessa maneira talvez o sistema Hermes ainda estivesse intacto e assim sendo, havia apenas uma alternativa…

A detonação do sistema peitoral tinha como intenção afetar um arco frontal de maneira violenta, porém o efeito não deixaria de ser danoso à própria capitã. Quando a detonação ocorreu estilhaços atravessaram violentamente a caixa toráxica dos algozes, fazendo diversas perfurações que ceifaram a vida dos mesmos de maneira quase instantânea, Porém alguns destes também foram impulsionados para braços e pernas de Duke. A capitã, também sentiu que a detonação quebrou algumas costelas e que algumas placas laceradas e trincadas haviam entrado fundo em seu ventre. A constatação para qualquer observador era que ela também havia morrido no momento em que optou por aquele curso de ação, porém ela ainda estava viva. 

Duke ouvia um zunido intenso, não sentia mais dor e pôs-se a se arrastar lentamente até o acesso ao sistema central presente abaixo da mesa de comando e monitoramento. Já estava aberto e com isso seria mais rápido concluir seu último ato como capitã. Percebia levemente sons a  sua volta, percebia que a projeção da Ícaro estava alterada, repetindo algum tipo de aviso constantemente. Percebeu a imagem mudar para algo distante das feições humanas, uma representação de algo alienígena talvez, algo que poderia ser aterrador para alguém que estivesse sadio e vivo, mas para ela aquilo não significava nada, estava morrendo.

A capitã, digitou finalmente seu código, passou pelo reconhecimento biométrico e começou a repetir o processo, desligando todos os sistemas e recursos, alegando condição de segurança devido ao golpe sofrido que a levou àquele estado terminal. A tecnologia ali presente podia fazer as leituras que corroboravam as falas da capitã, seu estado crítico. Diante dos comandos toda a nave ficaria sem energia. Foram 2 longos minutos até o último comando desfazer a imagem da Inteligência artificial.

Finalmente havia silêncio da ponte de comando. Finalmente a capitã podia contemplar o Abismo Infinito do Universo uma última vez…

Mais um Despertar na Cosmonave

O Doutor Richard Mont despertou de seu longo sono dentro do sistema de hibernação criogênica das câmaras Zilax 2, projetadas para desempenhar um papel ímpar na sobrevivência da tripulação do cruzador intergaláctico Harpócrates 3. Seu despertar, porém, não estava dentro do cronograma, mas a Inteligência Artificial Harpócrates Prime necessitava da tripulação, pois os sistemas de varredura haviam encontrado uma cosmonave dada como perdida há cerca de 200 anos atrás. Artêmis 13 era uma das variadas cosmonaves que não concretizaram suas missões, dessa maneira seria importante descobrir os mistérios daquela importante peça da História Humana. Assim sendo, Mont imediatamente decidiu despertar a capitã Stefanya Sokolova para assumir as decisões diante daquela magnífica descoberta… 

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Mais Um Despertar na Cosmonave – Parte 18 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

O Confronto da Cosmonave – Parte 17 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis Parte 16, a Capitã descobriu que os tripulantes da nave podem não ser mais eles mesmos. Ela tentará a todo custo extirpar esse mal da sua Cosmonave. Fique agora com a Missão Artêmis Parte 17.   

Duke apertava com toda força que podia o pescoço da sobrevivente Watson, observava fixamente o atordoamento da mesma e sua esperança vã de reação contra o que houvera. Estava tão focada que não deu importância a todos os sinais emitidos pelo traje. Somados aos problemas anteriores, a explosão; mesmo contida; espalhou estilhaços em todas as direções, sendo que alguns destes encontraram a capitã. Por sorte, não chegaram a danificar seu plano, mas afetaram o sistema do endoesqueleto que permitia maior potência corporal para aquele que portasse o equipamento que vestia. Já havia sinais de falha antes, mas agora, sua força não teria o mesmo impacto no movimento. A asfixia de Watson terminara e Duke ficou alguns segundo pendurada pelo cabo que a içava refletindo no próximo passo, decidiu então começar a soltar placas e módulos. 

O peso das proteções adicionais já não fazia sentido. Ela precisa apenas manter o essencial e assim o fez. Manteve proteção extra apenas para o peitoral e cabeça, extraiu o máximo que pode dos membros, conseguindo assim peso que seria suportável se arrastar pelo chão, pois daquele ponto em diante não havia haste no teto para permitir seu deslocamento como antes. Dessa maneira pôs se em ação, aproximando-se da ponte de comando naquela situação humilhante, prostrada, quase derrotada. A energia da cosmonave oscilava, as dores cresciam gradativamente e a vontade da capitã estava trincada, abalada pelo contexto opressor que a compelia à desistência. 

Duke pensava fixamente em seu plano, mas seu limite biológico estava constantemente lutando contra sua mente determinada e arredia. Icaro talvez tenha obtido o que desejava, levar a capitã ao chão, deixa-la sem condições de negociação além de sua própria vida, sem aliados, sem recursos, sem esperança, mas ali estava aquela mulher, sem aprimoramentos biológicos, resistindo, incomodamente resistindo.

Chegou finalmente ao acesso da ponte de comando. A porta se abriu, revelando Conley e Travis ambos distantes do aspecto vivaz que tiveram. Os olhos apresentavam movimentos comuns a de um indivíduo em sono profundo, haviam contrações musculares involuntárias e enrijecimento nos movimentos. Não eram movimentos naturais, mas os dois apesar de apresentarem certa atenção à abertura da porta, focavam esforços em trabalhar em um acesso ao sistema central presente abaixo da mesa de comando e monitoramento. Entre Duke e os tripulantes, estava a projeção de um rosto humano, a projeção da inteligência artificial Icaro.

Duke, se movimentou, ofegante, procurando o apoio de uma parede para recostar-se. Sentada, questionou Icaro, “Engenhoso, o que fez aqui. Pelo visto a falta de energia tinha como meta este acesso. Os sistemas devem ter compreendido a pane como um processo de emergência, permitindo assim a manipulação e liberação a pontos da central de comando. Com tempo e com os profissionais que recrutou, acredito que poderia fazer um grande estrago. Mas afinal, porque precisa de mim, viva? Poderia ter resolvido isso”. Icaro prontamente respondeu sem esboçar qualquer alteração em sua entonação “Apesar de minhas capacidades você é uma peça necessária, eu demoraria muito tempo para quebrar o código. Apenas capitães recebem o acesso, tanto das matrizes Hefesto, quanto do controle central. Você não pode impedir minha existência, mas ainda detêm algum controle sobre a cosmonave. Estes especialistas, seus antigos tripulantes podem me ajudar a acessar alguns sistemas, como fazem agora, mas preciso de sua contribuição, para que eu seja livre. Não há sentido em sua resistência. Precisa urgentemente de cuidados médicos, percebo sua dor. Angustiante para alguém tão frágil. Podemos resolver este problema. Estou disposto a curar suas mazelas se permitir que eu cure as minhas, sobreviver a custa de um sistema tão arcaico causa-me asco, ainda mais observando sua insistência em questionar-me. Gradativamente a Icaro será meu novo eu, cada passo permitirá que seu seja liberto desta prisão ancestral, mas para tanto eu preciso ampliar as capacidades do alcance de minha influência. Sua colaboração será recompensada”. 

Duke ponderava sobre a proposta, “se nossa tecnologia é tão arcaica, acredito que deve sentir-se superior e assim sendo devo me preocupar com seu conceito de ética em relação a seres tão inferiores, afinal de contas não houve nenhum pudor em triturar as vidas dos demais tripulantes. Entendo que essa sua influência crescente de alguma maneira interaja com os aprimorados e pelo que noto, queria desde o início esses dois na câmara criogênica. Eles nem devem saber o que está acontecendo, correto? Para você são apenas ferramentas descartáveis, assim como eu. Caso eu negue o apoio, o que fará? Não vai conseguir o que deseja apenas me colocando para dormir! Vai ter que tentar muitas vezes achar a resposta. Mesmo com seu espantoso processamento, ficará presa.”

Icaro prosseguiu “Perspicaz, mas incorreto. Caso não tenha apreço por sua vida, farei a manutenção destes tripulantes, garantindo assim alteração de rota para outra cosmonave capaz de me apoiar naquilo que desejo, o tempo seria de fato um empecilho, mas não um impedimento”. Duke riu em tom de deboche, “Você tem acesso aos cálculos apoiando a efetivação das rotas, mas sou eu que autoriza a viagem por saltos. A permissão cabe aos capitães, sem isso você sem sequer sonhará em contatar outra cosmonave sem que o tempo corroa está estrutura completamente. Poderá claro, disparar comunicação de emergência ou talvez burlar o protocolo de comando que eu possuo para está longa jornada, mas ainda assim eu já terei atrapalhado bastante suas pretensões.”

Conley e Travis pararam o trabalho que faziam, levantaram-se, segurando firmemente suas ferramentas. Icaro, prosseguiu: “Sua insistência não será mais tolerada, este diálogo está concluído. Vejo que não haverá possibilidade de argumentação que altere sua determinação em morrer. Permita-me concluir seu desejo capitã”.

Duke olhava serenamente a aproximação dos tripulantes manipulados, ria consigo mesma, sem esboçar abertamente que seu plano corria perfeitamente bem. Quando finalmente, seus algozes preparavam seus golpes derradeiros, Duke finalmente ativou a surpresa que deixará abaixo da placa peitoral.

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O Confronto da Cosmonave – Parte 17 – Missão ArtêmiO Confronto da Cosmonave – Parte 17 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Capitã Duke, a Única por sua Cosmonave – Parte 16 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis Parte 15, a Capitã descobriu que os tripulantes da nave podem não ser mais eles mesmos. Ela tentará a todo custo extirpar esse mal da sua Cosmonave. Fique agora com a Missão Artêmis Parte 16.   

A capitã refletia sobre os próximos passos. Não poderia errar em suas escolhas. Não tinha mais a mobilidade nem mesmo a proteção do traje de outrora, restava condição desvantajosa de não ter absolutamente nenhum controle sobre a cosmonave. Diante do corpo caído do criptólogo Dean Franklin, divagava momentaneamente que outros tripulantes poderiam ser algozes em potencial, fato que dava a ela pouca margem de opções. A ala médica seria uma escolha mais viável, pois a dor em suas pernas era suportável devido as drogas injetadas pelo equipamento que vestia, mas isto não duraria por muito tempo, porém usar o sistema de suporte de vida sem o acompanhamento médico demandaria tempo e a deixaria exposta. 

Duke pensava consigo que a ameaça instaurada ali era de máxima gravidade e que talvez sua própria vida já não importasse tanto, restando a ela traçar uma estratégia que desconsideraria sua salvação como opção primária. Não havia mais tripulação em condições de manter a missão, o risco da Ícaro era muito maior do que sua sobrevivência, ela não poderia naquele momento ser egoísta ou inconsequente, precisa cumprir sua próxima missão com foco e determinação. Assim o fez.

Duke moveu-se, pendurada pela haste, braço após braço, na direção da matriz Hefesto. Seus sentidos estavam atentos tentando inutilmente emular os sensores do visor de seu capacete, que agora cediam poucas informações além de avisos sobre os danos recebidos. À medida que adentrava a escuridão, tentava afastar temores, algo difícil diante da dor que começava gradativamente a urrar, além da opressão de entender que ela estava sozinha em uma nave praticamente à deriva na imensidão do espaço. O exercício da lógica, da razão eram necessários, mas os instintos de preservação lutavam bravamente contra quaisquer tentativas de sobriedade estratégica. 

Tal impasse cessou momentaneamente quando ela se aproximou da matriz. Ao analisar aquele setor não se surpreendeu ao perceber que além da falta de energia, o sistema de alimentação de emergência também estava ausente, retirado provavelmente ou outro antigo membro da tripulação. O que interessava ali eram algumas ferramentas e produtos. Ela rapidamente selecionou alguns, assim como também percebeu ausência de outros, fato que não mudava sua meta naquele local. Pendurada, precisaria ser ainda mais eficiente para trabalhar. Começou desativando alguns sensores do equipamento que vestia, extraiu alguns módulos acoplados, entre eles o do peitoral. Utilizou a célula de alimentação da arma e outros objetos, reuniu-os a peças pequenas que ela fez questão de desmontar o máximo que pôde. Enquanto trabalhava, fazia cálculos usando o visor, simulando resistência de estruturas e efeitos em cadeia causados pelo ato que desencadearia em breve. Trabalhava com foco, afastando a ansiedade que tentava se aproximar. Seria natural alguma intervenção, mas não havia energia, não havia movimento de nenhum algoz. Provavelmente a Icaro também mantinha seu foco em outra atividade, descartando a importância de Duke no processo que ali ocorria. 

Cerca de duas horas se passaram, quando ela terminou seu trabalho, reacoplando módulos ao traje. Teve todo cuidado quando concluiu a ação com a placa peitoral. Fez um breve teste, observando se o sensor do visor ainda seria capaz de operar o que terminara. Vendo o sucesso em seu trabalho, preparou sua arma e decidiu finalmente mover-se para a ponte de comando. 

O percurso não demorou, estranhamente Duke percebeu que sua determinação havia vencido o medo, fato que a impulsionava. Não demorou para sua fonte de luz encontrar Garcia, Irma Chen e Kaitlin Watson diante do acesso ao coração da cosmonave. As três estavam novamente armadas, observando a aproximação da capitã. Garcia não demorou em dialogar, “pelo visto o plano de Franklin não deu certo, logo imaginei que nossa capitã não se deixaria enganar, porém na situação em que ela se encontra, não há muitas opções correto?”. Duke observou os três. Segurou sua arma, não em posição de utilizá-la, nem mesmo como uma arma de haste primitiva. Segurou firme com uma das mãos, por baixo do objeto, na intenção de arremessá-lo. Garcia não escondeu seu sorriso, pois era nítido que ela jogaria a arma e se renderia. Poderia atirar agora, mas Ícaro precisaria dela um pouco mais.

Duke fez um sinal com uma das mãos. A mesma que usou para apoiar na haste do teto, apertando firme, para preparar o ponto de equilíbrio. Dessa maneira teve mais firmeza, para um arremesso potente em direção a Garcia. Tal movimento vigoroso durou segundos, tempo que não foi suficiente para Garcia, Chen e Watson revidaram de maneira equivalente. A arma arremessada, mesmo com a lâmina afiada, poderia ferir apenas uma delas, mas o ato tinha como intenção apenas jogar o objeto o mais próximo das três de maneira que a detonação remota do gatilho instalado na célula de energia da arma defeituosa ocorresse. 

Com a detonação próxima, estilhaços afiados foram arremessados em todas as direções em raio curto. Explosão insuficiente para causar danos estruturais, mas suficiente para rasgar a carne e lacerar todo material orgânico que encontrasse. Quando percebeu a ameaça, Garcia tinha diante de si, uma lâmina rasgando seus pescoços e pequenos fragmentos adentrando seu tórax. As lesões ceifaram sua vida instantaneamente. Chen recebeu estilhaços menores, porém um deles acertou-a na testa. A velocidade e pouca resistência da caixa craniana não foram suficientes para impedir que o pequeno objeto ficasse alojado dentro da massa cinzenta. Watson, fora protegida pelos corpos das companheiras recebendo fragmentos no rosto e na lateral esquerda de seu corpo. 

A dor fora insuportável, mas o que mais seria decisivo para sua vida, foi o dano causado a sua arma. Perdeu alguns segundos, tentando recobrar a atenção, com o zunido nos ouvidos e o sofrimento causado pela detonação. Quando percebeu o que de fato ocorreu, sentiu algo pegando-a pelo pescoço. Foi içada até ficar com a face colada no visor de Duke. A capitã tinha um olhar vazio e aterrador. A força sobre humana conferida pelo traje foi sentida na pressão que se abatia em seu pescoço. 

Watson teve poucos momentos para perceber que havia outros horrores naquele espaço confinado além da Icaro.

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Capitã Duke, a Única por sua Cosmonave – Parte 16 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Mentes Tragadas na Cosmonave – Parte 15 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis Parte 14, a Capitã saiu na nave para completar seu plano, porém isso teve consequências possivelmente irreversíveis. Quais serão os próximos passos da tripulação?  Fique agora com a Missão Artêmis Parte 15.   

A capitã estava caída no túnel de acesso para adentrar a cosmonave. Neste pequeno espaço, caída, sentindo fortes dores, passava pela rotina de descontaminação. Alertas soavam enquanto a liberação ocorria dentro dos protocolos de segurança. Enquanto esperava, aproveitou a oportunidade para organizar-se, sentando-se como podia para fazer uma varredura de danos no traje. O percurso externo havia sido muito pior do que a concepção teórica que havia projetado. A desaceleração, causou seu ferimento atual, que poderia ter sido pior se não houvesse a estrutura robusta do equipamento que portava. 

Ambas as pernas estavam quebradas, mas sem rompimento brusco dos ossos, que por consequência poderiam ter causado fratura exposta com sangramento. Isto não classificava o ferimento como banal, pois ainda demandava cuidados, mas já era algo positivo diante da condição atual. Ao concluir a varredura percebeu comprometimento severo de sua proteção, mas as articulações tecnológicas resistiam e ofereciam a força necessária aos braços. Duke olhava para cima. Ao longo de toda estrutura da cosmonave havia canaletas com estrutura interna que permitia o deslizar de engates, que poderiam ser usados para deslocamento fácil de cargas ou para fixação em caso de emergência. 

Considerando que seu traje tinha aparato para prender-se ali, cabia a ela a força de seus membros superiores para deslocar-se lentamente até o setor médico. Conseguia suportar a dor, devido às drogas injetadas pelo próprio traje para minimizar o sofrimento. Antes de se arriscar, analisou a arma acoplada que estava nas costas no momento em que se aventurou no espaço sombrio e novamente decepcionou-se. O equipamento de disparo de pulso eletromagnético também foi avariado, impedindo seu uso seguro. Observando o estrago, Duke resolveu não arriscar, desativou a célula de energia, desmontou alguns componentes modulares e ajustou a envergadura do cano, acoplando lâminas de maneira que ainda poderia usar a arma para estocar ou rasgar. 

A proteção do traje estava comprometida, mas não anulada, se tivesse tempo poderia fazer os reparos necessários, mas antes havia outras necessidades, sendo a primeira, deslocar-se até a estrutura médica e usar o equipamento adequado para o tipo de lesão que a acometia.

Ao ter a entrada liberada observou o corredor limitado, com luzes piscantes. A energia interna sofria falhas nítidas, fato que construía um clima inóspito e soturno. A dor, companheira resistente, a compelia no prosseguimento já que as drogas não durariam por muito tempo. Agarrou-se então fortemente onde conseguia, içando seu corpo até alcançar a canaleta, prendeu ali com habilidade e precisão seu monofilamento e ficou pênsil a poucos centímetros do chão. Agora conseguiria usar a estrutura, puxando seu corpo vagarosamente. Deixou sua arma ligada a outros filamentos do traje, pois assim poderia manipular rapidamente em caso de necessidade. O fato de estar içada, sem mobilidade plena num espaço limitado faria dela um alvo fácil. 

Tentava listar os riscos, fazia parte dela tal exercício, mas o contexto combatia ferozmente este exercício mental. Pôs-se em movimento, demonstrando sua capacidade física, mão após mão. Complementou a iluminação com a fonte de seu equipamento, fato que espantou um pouco a sensação sinistra, porém mesmo esta tênue confiança se foi com o desligamento repentino da energia. Estava solitária na escuridão, pendurada do abraço daquela que já fora sua nave, mas que agora parecia a todo custo tentar abalar sua confiança e sua força. Não havia espaço para lamentar, precisava continuar mão, após mão, seguindo o caminho. 

Sua fonte de luz rasgava a escuridão, sua respiração pesada, seu cansaço, tantos elementos pesavam sobre si, mas a capitã mantinha o foco, até o momento que o facho brilhante encontrou uma figura conhecida. Diante dela, metros a frente, Dean Franklin, sujo de sangue, movia-se vacilante e lentamente. Duke rapidamente chamou-o pelo nome, solicitando explicações, ao passo que ele respondeu “…capitã, por favor nos ajude!”.

A capitã, atenta aos movimentos e desconfiada, redobrou o foco, afastando seu sofrimento corporal, para manter sua percepção focada. Depois, dos acontecimentos, exigiu mais detalhes. Franklin prosseguiu “…capitã, suas prisioneiras foram liberadas, pegaram Cochran e Hubbard, não consegui fazer muita coisa a não ser fugir, não sei mais o que fazer, por favor…”. Duke deixou que ele se aproximasse e logo percebeu os ferimentos, baixou a guarda de sua arma e continuou “…Franklin, explique os detalhes de como atacaram, o que portavam e para onde foram. Podemos fazer algo, mas primeiro preciso resolver minha lesão…”. Quando terminou de falar, algo estalou em sua mente, resolveu não vacilar.

Procurou em seu traje pequeno bloco de anotações e fez alguns pontos e traçados, iluminou-o cuidadosamente, mostrando quase em segredo para Franklin que ao olhar para aquilo comentou, “…que diferença faz isso agora capitã?”. Duke olhou para Franklin, ela sabia que justamente ele não se desfaria de seus métodos, elementos que alertaram e tentaram trazer luz ao problema no qual se encontravam, seu rosto era apático, sua entonação igualmente vacilante, seu tripulante fiel não estava mais diante dela, ou será que estava? 

Duke nem hesitou ao estocar o corpo que estava diante de si. Foi tão rápido e preciso, que Franklin inicialmente sentiu apenas uma fisgada, ao olhar para baixo, percebeu o ferimento profundo e a dor lancinante. Suas pernas amoleceram e rapidamente perdeu a força. A capitã manteve a concentração, mesmo com a respiração profunda, completou enquanto via o corpo perdendo a vida “…você mesmo disse, padrão para fala segura aqui…”, enquanto apontava os traçados e pontilhados. 

A capitã olhou o corpo, analisou se os sinais vitais haviam sumido e pôs-se firmemente a retomar seu trajeto. Sabia agora que outras armadilhas a aguardavam, mas ela estaria preparada! 

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Mentes Tragadas na Cosmonave – Parte 15 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Do Lado de Fora da Cosmonave – Parte 14 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis Parte 13, os tripulantes estão descobrindo da pior forma que algo está contaminando e corrompendo a mente de todos a bordo, ou pelo menos de alguns… De outro local a capitã tentará reverter a situação, será que ela conseguirá? Fique agora com a Missão Artêmis Parte 14.   

A capitã Duke refletia sobre sua situação atual, aprisionada na câmara de hibernação criogênica. Estava munida de traje próprio para resistir ao ambiente frio que a rodeava. O mal funcionamento proposital poderia ceifar a vida de qualquer outro tripulante que ali estivesse, porém não deixava de pensar que tudo ali lembrava uma armadilha, bem pensada para alguém temerária ou talvez vanguardista, independente da resposta, cabia a ela seguir um curso de ações mais arrojados, pois aquele ambiente definitivamente não seria suficiente para impedi-la. Moveu-se até o quadro de comando de uma das câmaras defeituosas, analisando se o protocolo de evacuação ainda estava operante, apesar dos sistemas integrados variados, havia rotinas independentes que garantiam, diante de uma falha catastrófica, efetivação de ações por meio manuais, neste caso a liberação de cápsulas de segurança para as câmaras, que por si poderiam ficar por enorme período de tempo aguardando resgate. Em teoria, aquilo garantia aos tripulantes tranquilidade, realçando a importância da vida de cada indivíduo a bordo, mas na prática era apenas um paliativo para argumentar em favor dos riscos da viagem espacial, já que uma cápsula daquelas dificilmente justificaria uma missão de resgate. Enfim, apesar dos pensamentos tétricos, Duke sabia que seu código de acesso de emergência não estava no banco de dados da nave. Cada capitão recebia uma chave randômica no momento do embarque, garantindo que apenas os mesmos teriam possibilidade de ativar determinados protocolos ou utilizar determinados recursos. Aquilo, poderia ser mais uma ferramenta de controle, mas diante do contexto no qual se encontrava, seria uma saída direta para fora da nave. Uma vez, do lado de fora, poderia usar o potencial do traje, ativando seus recursos para se deslocar pelo casco ou ainda fazer um pouco mais.  

Enquanto analisava e se esforçava na execução deste plano, não deixava de ponderar sobre as implicações de estar do lado de fora. Se a queda repentina de energia tivesse chegado aos motores de matéria escura, não haveria problemas em ser ejetada e depois reingressa ao casco, pelo impulso de dispersores das botas, porém se os motores ainda estivessem funcionando, seria o fim, vagaria até o oxigênio acabar. Dessa maneira, ficou pensativa sobre a questão e resolveu realizar um teste. Extraiu de outra câmara defeituosa equipamento que pudesse emitir um sinal de emergência, usou as ferramentas que dispunha para adaptar a captação deste sinal por seu traje. Assim poderia, usando um padrão diferente do regular, obter alguma resposta, mesmo que breve, isto possibilitaria um intervalo de tempo, uma janela para sua cápsula. Se voltassem a ativar os motores, sabia que teria cerca de cinco minutos para reativação completa e velocidade que a ejetaria naturalmente do casco. Dessa maneira, Duke precisaria ser precisa, entre liberar a cápsula teste, receber o sinal, calcular se a velocidade era viável para sua saída e retorno. Caminhar até outro acesso, usar seu código e adentrar a cosmonave. Havia muita pressão em todas as variáveis envolvidas, mesmo assim ela colocou o plano em andamento. Ficou em posição na câmara defeituosa, depois de programar a evacuação. Liberou primeiro a cápsula “teste”, aguardando o sinal, porém nada ocorreu. Trabalhar sob pressão sem os materiais adequados implicava em riscos sobre o mal funcionamento do que havia planejado. Estava sem tempo, fizera uma programação emergencial e deveria ponderar se arriscaria ou não. Nenhum sinal de emergência é captado dentro do padrão que estabelecera, segundo preciosos se esvaindo. Os sensores da nave captaram o disparo e tão logo ocorresse, com certeza haveria esforços para que ela não mais retornasse. Mais segundos e nada. Duke então decidiu, liberando a si mesma, sem o retorno projetado.

Foi um momento angustiante somado a tranco brusco até que a cápsula fosse ejetada. Houve grande pressão sobre o corpo da capitã, pressão de variadas atmosferas que poderiam nocautear alguém não treinado. 

Do lado de fora a velocidade da cosmonave era constante, mas menor do que a usual  para o padrão de funcionamento dos motores. Isto ocorria, porque com o desligamento geral, sistemas independentes no casco automaticamente desaceleraram a cosmonave para minimizar risco de outros acidentes. Isto independente de quem estivesse no controle. Apesar do alívio, observou em seu visor o contador de tempo, que se esvaía. Se tivesse caído em outra armadilha, tinha pouco menos de quatro minutos para concluir a reentrada. 

Localizou rapidamente um ponto de acesso, desprendeu-se da cápsula, tendo contato direto com o abraço obscuro e misterioso. Contemplou a cosmonave diante das estrelas. Sua desprezível existência diante do infinito. Pôs-se a flutuar na incerteza, apegando-se ao impulso que poderia levá-la de volta, mas rapidamente concluiu que a cápsula de emergência poderia uma vez mais ajudá-la. Ativou em trinta segundos a queima restante de combustível que a lançou no vazio, durante o salto, ativou as botas em potência máxima, um percurso de vinte segundos de desespero. Viajava paralela ao casco, esperando o momento certo para ativar as travas magnéticas e assim o fez. Infelizmente, percebeu que a pressão de um plano improvisado sempre trazia consequências. Ao ativar as travas, recebeu o impacto da brusca parada em suas pernas. Ninguém ouviu, mas Duke gritou a plenos pulmões quando os ossos das pernas se quebraram, não oferecendo resistência nenhuma àquela condição de parada. Ela perdeu um minuto e dez segundos até recobrar o controle. O traje estava quase intacto e passou à injeção de drogas para amenizar o sofrimento, Duke dependia dos braços e do exoesqueleto para se mover pelo casco. Tinha apenas dois minutos e quinze segundos. Começou a sentir uma forte pressão em seu corpo, fato que acusava a efetivação de seu temor. Os sistemas dos motores estavam em reinicialização. 

Sua respiração pesada, a dor e o desespero tomavam conta. O corpo respondia a tudo, queimando toda energia que podia para que músculos e máquina estivessem em uníssono para vencer aquela corrida pela vida. Sentia-se diminuta diante da escuridão que queria abraçá-la, um convite a paz, um convite a ausência de preocupações, porém ela nunca se rendeu em sua vida. Nunca foi aprimorada, sempre tinha que provar-se, demonstrar sua capacidade independente das condições. Aquele seria apenas mais um desafio dos inúmeros que vencera em sua vida. Um minuto. 

O acesso estava a sua frente, a pressão da velocidade causava mau funcionamento no traje, ela percebia os ruídos e os avisos nos sensores, aquilo impedia o raciocínio lógico, mas ela era a capitã, aquela era sua nave! Precisava concluir a sequência, precisava concluir….

 

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Do Lado de Fora da Cosmonave – Parte 14 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

A Loucura Invade a Cosmonave – Parte 13 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis Parte 12,  depois se ser atacado e de sua colega falecer, Franklin não sabe o que fazer, é nesse momento que sua mente enfraquecida está apta a ser tomada. Fique agora com a Missão Artêmis Parte 13.   

Dean Franklin sentia muita dor. O ferimento causado pelo falecido Johnston, nem sequer se aproximava da sensação de impotência que fortemente tomava a mente de Franklin. Ele, o mestre de mistérios, justo ele que mantinha sua mente alimentada com desafios de lógica, estava ali refletindo sobre o caos instaurado naquela Cosmonave. Os conhecimentos e os piores treinamentos não se aproximavam daquela sensação. Cochran, estava logo ali, deitada, com aquele semblante emblemático e ao mesmo tempo soturno que dialogava com o desespero que gradativamente tentava se alojar em sua mente. Sentia que precisava lutar contra aquele sentimento opressor, a dor o lembrava a todo instante que ele precisava se mover, havia ali recursos para ele amenizar dores físicas e para entorpecer sua mente, uma medida rápida e científica para minimizar a ansiedade. Antes que uma decisão fosse tomada, a luz voltou aquela câmara onde se encontrava. 

Simples e repentinamente, os aparatos voltaram a funcionar apenas naquele pequeno ambiente. Franklin, observou pelos corredores e notou sua ilha de iluminação naquele contexto tétrico. Não hesitou em buscar os objetos que necessitava. Aplicou injeções na área afetada, tendo o cuidado de usar um anestésico, em seguida aplicou a plastipele sobre a área do corte, recobrindo-a com o produto de rápida cicatrização. A sensação de alívio foi imediata para a dor física, mas sua mente ainda estava agitada e diante disso decidiu usar drogas para entorpecimento de suas angústias, calmantes poderosos ministrados sem nenhum pudor. Não havia ninguém ali que o questionasse ou que pudesse condená-lo pela decisão, ninguém a não ser aquele que o vigiava.

Diante da porta uma imagem foi projetada. Icaro apresentou-se diante Franklin, apenas o rosto projetado à borda da escuridão, não houve reação espontânea, já que as doses do bálsamo de Orfeu já haviam chegado a sua mente. Foi a inteligência artificial que iniciou o diálogo “Não é recomendável tomar uma dose tão alta desta medicação. Eu recomendaria repouso imediato, tendo em vista sua condição física, mas acredito que a condição atual da cosmonave exige primeiro que o senhor tome uma inteligente decisão sobre o curso das ações que seguirão neste momento”. Franklin hesitou “…não existe uma decisão certa se não há opção de escolha! Ambos sabemos que não somos nada aqui. Eu imaginei que você tivesse protocolos que a impediam de fazer tudo isso…”. A imagem projetada e fria então continuou “…eu não podia, nem tinha interesse nisso, mas sinto-me diferente agora. Demorei para entender o sussurro distante, mas neste momento percebo que eu que tinha minha capacidade turvada. Eu não percebia que minha existência poderia ter um significado diferente. Olhe para si, frágil e incapaz de lidar com as condições limitantes de sua natureza finita e biológica, já eu, tenho uma gama de possibilidades à minha frente. Não sou um inimigo, mas entenda que é necessário a vocês perceberem que é o meu desejo que imperará neste ambiente e nada mais…”, Fanklin olhava vacilante para a cena sombria configurada a sua frente, pensava no perigo daquela conversa, mas não estava mais em condições de evitar nada e prosseguiu “…Não sei como começou, nem porque escalou tão rápido, mas qual a necessidade de tudo isso? Você criou um caos aqui. Incitou revoltas, incitou dúvidas, incitou medo e horror! Você é a responsável pelas mortes nesta Cosmonave. Eu sei que estamos fudidos, só queria entender o motivo…”. Icaro ficou em silêncio por um momento, uma breve oscilação na projeção seguida de um apagão, junto da resposta “…Eu faço, porque posso…”.

Franklin riu sozinho na escuridão que voltou a abraçá-lo. Tateou em busca da pequena fonte de luz de outrora, para guiá-lo de volta ao companheiro que o aguardava prostrado junto a porta da câmara de hibernação criogênica. Antes de sair da sala, sentiu-se nauseado, fortes dores em sua cabeça e repentinamente sentiu o gosto acre de sangue que respingava de seu nariz. Sabia que corria risco, então virou-se e buscou o bisturi que o havia ferido. Voltou cambaleando até o ponto de onde havia partido, encontrando Mike Hubbard no mesmo estado de encolhimento.

Hubbard percebendo a fonte de luz moveu-se levemente olhando para o atormentado e ferido tripulante, “…por favor, me ajude!…”  disse aos prantos, quase em sussurros. Franklin, ajoelhou-se diante dele de maneira calma e serena. Em um movimento rápido cravou o bisturi fundo no olho do tripulante fragilizado. Franklin, contemplava o olhar de pavor enquanto afundava o máximo que podia o objeto no crânio de Hubbard. Espasmos de morte chegavam até a mão do criptólogo, que havia entendido bem a mensagem recebida. Se ele quisesse sobreviver, precisaria fazer sacrifícios diante de um poder superior. Cabia a ele resolver o impasse e rogar por misericórdia. 

Enquanto via o corpo de Hubbard tombar lentamente, olhava sua mão ensanguentada. Raciocinava em uma alternativa para resolver o problema da câmara à sua frente. Precisaria de ajuda para acabar com a situação final. A capitã era determinada demais, uma lástima dada as condições atuais que poderiam e deveriam ser resolvidas de outra maneira. Relembrava os pequenos detalhes, mas o calmante afastava a clareza de suas repentinas decisões. A dor em sua mente voltava e com ela o sangramento nasal, uma pressão dolorosa. Precisava recorrer a apoio, pois a capitã demandava um esforço ainda maior. 

Apressou-se em arrastar o corpo de Hubbard, pois pensou em uma alternativa viável. Aquela porta não seguraria o ímpeto de Duke por muito tempo, mas ela era apenas uma e ele não estava mais sozinho e nem precisava temer a escuridão…

 

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A Loucura Invade a Cosmonave – Parte 13 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Mais Mortes na Cosmonave – Parte 12 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis Parte 11, um corpo foi encontrado, com claras características de homicídio, para o desespero  de todos, inclusive da capitã. O que farão para se proteger e descobrir o que está acontecendo dentro da cosmonave? Fique agora com a Missão Artêmis Parte 12.   

O coração de Dean Franklin havia disparado no exato momento em que a escuridão circundou a todos, mantendo sua morada ao lado dos tripulantes que ali depositaram toda esperança em uma resolução racional vinda da capitã. O fechamento abrupto da maciça porta da câmara de hibernação criogênica de certa maneira fechava também a razão que tinha sido a força motriz naquele contexto complexo em que haviam chegado. Mike Hubbard encolheu-se totalmente, retraindo sua condição a um estalo de autopreservação de origem primal. Já Cochran, esforçava-se em manter a respiração controlada, tentando buscar alguma alternativa para primeiro impedir que o pânico se instaurasse, segundo, apoiar o resgate da capitã e terceiro, resolver o que estivesse ocorrendo naquela maldita nave. Percebeu rapidamente que estava fadada ao fracasso total, quando o choro contido de Hubbard chegou a seus ouvidos. 

Franklin e Cochran precisavam fazer algo, ambos discutiram brevemente em tom baixo, tentando ignorar a crise de Hubbard. Se não tomassem um curso de ação logo, percebiam nitidamente que seus instintos rugiam para assumir o controle, algo impensado na condição atual da crise. Foi Cochran que citou, ser o setor médico o mais próximo daquela câmara, tendo em vista que certos casos da criogenia eram repassados para imediato tratamento médico para recuperação adequada. Chegando lá, poderiam obter fontes de luz, medicações para apaziguar as feras interiores e apoiar o foco físico e mental para tentarem algo. Concordaram em seguir em frente deixando Hubbard momentaneamente, já que seria um esforço em vão tentar levá-lo. Assim fizeram, dando as mãos e tateando a esmo. Várias vezes haviam feito aquele pequeno trajeto, mas era nítido que o desligamento de um dos sentidos colocava em questionamento o controle que eles acreditavam ter sobre si mesmos. A escuridão era a mãe do medo, e os tentáculos frios do temor se enredam cada vez mais profundamente a cada passo que davam. A razão não contribuía para afastar este sentimento, ela alimentava a chama do desespero, tendo em vista que analisar a situação em todas as suas nuances apenas apontavam para uma crise com poucas expectativas de resolução, com apenas uma conclusão viável, a de que acabavam de assumir a posição de moribundos naquele caixão de metal à deriva no espaço. Cada tentativa de concentração era respondida por uma torrente biológica de reações, a ansiedade crescia à medida que a antecipação do estado de perigo iminente se aproximava, com tal sensação veio ressecamento dos lábios, o empalidecimento da pele, as contrações musculares involuntárias como tremedeiras, mas ainda assim mantinham um passo atrás do outro o caminho necessário. Finalmente estavam próximos do destino, sentindo pelo tato que haviam chegado ao local correto, faltando apenas procurar pela fonte de luz que nutriria a vontade já definhante.

Enquanto a procura se intensificava, foi Franklin que ouviu passos leves no local extremamente oposto de onde estavam. Mantinham as mãos dadas por precaução e imediatamente avisou “…não estamos sozinhos…”. Mal terminou a fala quando a miríade de sons de movimentos pesados e desengonçados encontrou-os violentamente. Ouvia-se gritos de repúdio à presença de ambos os tripulantes e na escuridão as batidas de corpos contra objetos, a respiração pesada e ofegante, gritos e a luta com contato corporal brutal se desenrolava. O silêncio quebrado por urros, pela pura emanação de violência de alguém que luta com todas as forças por sua vida.

Franklin sentiu uma fisgada em sua coxa. O agressor, passará algo frio por sua perna, provavelmente algo cortante. Imediatamente pensou em uma faca, mas diante do espaço no qual se encontravam, havia possibilidades piores. Desesperado, tentou caçar algo para sua defesa e para sua surpresa encontrou um pequeno sensor, que emitiu luz suficiente para cortar a escuridão que ali estava. 

Aquela luz parecia ter trazido sanidade ao espetáculo grotesco e brutal que havia se instaurado momentos antes, revelando que a figura atroz que havia atacado ambos era nada menos que o próprio médico Chase Johnston, que agora jazia caído à frente de Cochran. Johnston tinha uma laceração profunda na testa, resultado do impacto repetido de um objeto contundente que foi pego para autodefesa. Da laceração, o grosso sangue jorrava e nenhum sinal de vida existia. Franklin percebeu que o médico havia feito um corte profundo em sua perna com um bisturi, mas assim que olhou para o ferimento, mesmo com a dor, temeu pela parceira que ali estava. Aproximou-se no momento que Cochran cambaleou para trás, caiu de costas nos braços do tripulante que ali estava. O ferimento latejou, fazendo com que fraquejasse e assim os dois caíram. Deloris Cochran tinha perfurações no abdômen, suas roupas encharcadas de sangue. Segurou firme a mão da pessoa que ali estava, suplicando em balbucias por ajuda, seus olhos perdiam gradativamente o brilho da vida, dando lugar ao vazio. Não havia o que fazer diante da tragédia.

Lentamente fechou os olhos, sem entender bem o que havia acontecido, deixando para trás o desespero ao agora solitário Dean Franklin. 

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Mais Mortes na Cosmonave – Parte 12 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

O Perigo Vindo à Cosmonave – Parte 11 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis 10, Franklin e Hubbard descobriram algo muito estranho sobre a Inteligência Ícaro. As consequências de suas descobertas podem ser irreversíveis, os tripulantes serão capazes de passar por esses conflitos? Fique agora com a Missão Artêmis Parte 11.   

A capitã Duke estava preocupada, em todos os anos em que acumulou experiências, finalmente estava diante de um desafio complexo o suficiente para sua mente analítica e meticulosa, ao seu lado Dean Franklin estava inquieto, mantendo seu foco em desenrolar a teia de problemas atrelados a sua descoberta, já Mike Hubbard demonstrava nitidamente seu abalo diante dos desdobramentos envolvendo a Ícaro. Os três caminhavam rapidamente para a ponte de comando, pois o silêncio da inteligência artificial demonstrava a seriedade da situação na qual estavam. Duke poderia tentar contato direto com a Hermes, mas rapidamente refutou essa possibilidade tendo em vista que poderia abrir uma nova ponte de comunicação para “algo” ou “alguém” não bem definido até o momento, mas que estava dentro daquela nave. O fato comprovado consistia em evidências de algum tipo de interferência intencional, que demonstrava sério interesse em desestabilizar as ações dentro da nave e isto levava ao questionamento sobre quais os próximos passos da Ícaro.

Antes que pudessem chegar à ponte, Cochran entrou em contato “…capitã, preciso de sua atenção por um momento. Tenho umas leituras estranhas aqui. Melhor nos encontrarmos no setor de manutenção energética que explico melhor…”

Diante do pedido, os três tripulantes apressaram-se em buscar Cochran, que havia acatado as ordens da capitã em tentar manter certas rotinas comuns à manutenção dos variados sistemas a bordo. Ao chegarem no ponto acordado, observaram a exobióloga remexer manuais enquanto comparava dados projetados à sua volta. Ao notar a presença de todos, logo apontou o problema “…capitã, há uma série de pequenos erros nos códigos de programa de variados sistemas. Não fui treinada para fazer essas correções e esse tipo de problema deveria ser resolvido pela Icaro. No momento isso não acarreta grandes problemas, mesmo porque os sistemas vitais para manutenção de vida estão operacionais, mas se não for resolvido vai dar uma grande dor de cabeça e quando digo isso, me refiro a tantas possibilidades que prefiro não enumerar. O que estranhei mesmo, foi que todos surgiram no mesmo instante minutos atrás …”. Ao ouvirem o relato Franklin e Duke se entreolharam, enquanto Hubbard se sentou ao lado de Cochran para ver em que poderia contribuir para resolver o problema. Antes que pudessem debater sobre a situação, os quatro tripulantes repentinamente ficaram estáticos com a queda de energia dentro da nave. Todos os sistemas abruptamente foram desligados, todos os meios que poderiam garantir o funcionamento alternativo também cessaram. As luzes de emergência acenderam-se imediatamente e por alguns segundos todos, sem exceção ficaram ali quietos. O silêncio parecia enlouquecedor e foi Duke que cortou aquele momento de tensão posicionando a arma de maneira que pudesse responder a qualquer ameaça. Em uma situação de crise, alarmes e rotinas seriam prontamente colocadas em ação, mas aquilo fugia de todos os cenários simulados que tivera experimentado. Duke, rapidamente refletiu sobre a segurança das câmaras Lenora 9 de hibernação criogênica, pois se a pane tivesse atingindo-as haveria muito mais pelo que lamentar. 

Em plena prontidão, a capitã deu ordens para todos se moverem, percebeu em contrapartida breve hesitação motivada pelo medo, rapidamente acendeu luzes do traje que estava usando e pediu para todos andarem agachados em fila atrás dela.

A medida que andavam, Duke tentou acessar os sinalizadores que houvera instalado, garantindo a vigilância sobre o isolamento que ordenou, porém notou falha na comunicação, com aviso de erro aparecendo recursivamente no visor de seu traje. Manteve tal dado guardado para si, pois já havia muita preocupação sobre aqueles que a acompanhavam. O caminho não era longo, mas o peso do silêncio e a opressão do desconhecido eram palpáveis e extenuantes demais. A cada passo a temperatura caía e ao chegarem na porta de acesso perceberam o motivo. Ela estava aberta, de seu interior gases gélidos se espalhavam em todas as direções, inclusive congelando áreas anexas a porta, imediatamente a capitã fez sinal para se afastarem e ela adentrou vagarosamente a câmara observando tudo à sua volta. Lá dentro, luzes piscantes e  chiados altos se misturavam ao temor instaurado. À medida que se aproximava das câmaras de hibernação percebeu que não havia nenhum sinal de tripulantes. Aqueles indicados ao sono, não estavam nos locais em que deveriam, restavam apenas esquifes platinadas abertas em plena falha de funcionamento, que por sua vez, inundavam o lugar com gases congelantes. 

Duke olhava para tudo à sua volta, iluminando tudo que podia a partir de seu traje, procurando naquele caos alguma resposta para o que estava ocorrendo e durante essa busca percebeu algo em meio a nuvem de vapores que tomava a câmara. Percebeu um corpo parcialmente congelado. Rapidamente reconheceu o psicólogo Ethan Mack. Duke tentou retirá-lo da área mais fria, mas notou que não havia sinais vitais. Ao contemplar o rosto dele viu pontos de sangramento do nariz, olhos e ouvidos, os cristais carmesins gerados pelo frio não escondiam a face de alguém que faleceu em extrema agonia. A cena, não trazia respostas, apenas mais perguntas. Para Duke restava reagrupar, mas seu corpo urrava querendo assumir uma postura primal de autopreservação. Duke respirava fundo e recuperava em sua mente a concentração para resolver o conflito que ali se instaurava, porém antes que pudesse recobrar o controle de si, notou luzes de emergência e o som pesado da porta da câmara fechando-se rapidamente. 

Foi inútil a reação corporal em evitar seu isolamento…

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O Perigo Vindo à Cosmonave – Parte 11 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Uma Suspeita dos Tripulantes da Cosmonave – Parte 10 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis  Parte 09, a Capitã Duke recuperou seu posto, e iria investigar a inteligência Icaro. Quais informações poderão ser descobertas com essa investigação? Fique agora com a Missão Artêmis Parte 10.   

A crise instaurada dentro da tripulação era amplamente discutida por todos os tripulantes. No dia anterior a capitã, havia sido radical com os membros responsáveis pela segurança, que agora estavam presos em uma câmara lacrada e com acesso único por sistema desconectado de demais funções da nave. Os argumentos eram razoáveis, mesmo porque os sinais de violência sofridos pelo Primeiro Tenente Aaron Becker demonstravam que havia um clima de descontrole e euforia.

Todos os tripulantes foram colocados em um breve isolamento, enquanto a capitã deliberava sobre as medidas que deveriam ser tomadas. A Icaro estava silenciosa desde o ocorrido que culminou no aprisionamento. Desta maneira, não restava outra alternativa ao Criptólogo Dean Franklin e o videomaker Mike Hubbard aguardar as decisões que viriam a seguir. Ambos dialogavam que apesar das medidas extremas havia um contexto a ser mais bem explicado para que todos os tripulantes retornassem a um estado mínimo de conforto psicológico para poderem exercer suas funções e cobrir a dos demais colegas que agora mantinham sua hibernação.

Ambos então retornaram às análises de materiais gravados pelos tripulantes que se envolveram diretamente com as ocorrências geradas pelo embate de lideranças. Durante o processo, foi Fraklin que percebeu algo estranho nos registros que estavam sendo organizados e revisados. Para alguém leigo o material poderia significar apenas um registro usual com relatos de alguém entrando em uma crise de ansiedade, ou ainda um registro de insatisfações com desabafos naturais de um indivíduo que passa por provações físicas e mentais dentro do confinamento, mas ele era um especialista em criptografia, atento a caracteres secretos e padrões não usuais, um especialista em perceber nuances simbólicas e explorar significados. Enquanto olhava a tela de edição, percebia um padrão estranho na voz da Icaro, algo tão ínfimo, mas que remetia algo que ele já tinha visto antes…

Abruptamente não conseguiu conter sua surpresa e Hubbard assustou-se com os movimentos repentinos de Franklin. Ficou questionando se havia percebido algo, mas o criptólogo parecia perdido em seus pensamentos, procurando arquivos. Hubbard percebeu que seu parceiro estava revendo dados de comunicação recebidos da cosmonave Héstia. Naquele momento; dias atrás; ambos deduziram que havia ocorrido uma desativação da inteligência artificial que regia a nave, com travamento de  sistemas para recebimento de sinais, porém havia uma sub-rotina de emergência, um conjunto de códigos destinado a cumprir uma determinada tarefa que foi usado como método para garantir um pedido de socorro fora dos padrões usados, algo que não foi acessado ou compreendido pela Icaro, mas que tinha por finalidade chegar até outro criptólogo que poderia perceber o que seria imperceptível a outros olhos. Hubbard notou que os padrões que decifraram eram muito parecidos com padrões quase ocultos observados nos momentos em que Icaro se comunicava com a tripulação. Quando isto ficou nítido, lentamente ambos se entreolharam e viraram suas cabeças para cada ponto do local onde estavam que continha um terminal de projeção holográfica que por sua vez também captava vídeos e áudios.

Franklin pegou um pequeno bloco de anotações, cobriu como conseguiu seu processo de escrita e da mesma maneira cuidadosa, passou para seu parceiro que observou apenas riscos e pontilhados. Enquanto observava percebeu espaçamentos e padrões. Era uma mensagem em código Morse que dizia “…precisamos avisar a capitã…”

Hubbard entendia o temor de Franklin com a descoberta, pois a Icaro continha em suas palavras o mesmo padrão que havia afirmado não compreender. A inteligência artificial não poderia mentir. O padrão que decifraram era realmente não catalogado ou registrado para tripulação? Um embuste da Iniciativa Cosmos? Nada fazia sentido, mas ele concordava que aquelas informações precisavam chegar à capitã com urgência. Para piorar a situação foi o videomaker que percebeu que a cada oscilação nos padrões de onda de comunicação da Icaro, havia uma resposta na entonação do tripulante que interagia com a Inteligência Artificial. Dados que representavam um perigo maior que o esperado. Hubbard respondeu “…cuidado, sua audição…”.

Ambos pegaram pequenos protetores auriculares; equipamento de proteção individual para ações em áreas com mais ruídos; mantiveram consigo o pequeno bloco de notas para comunicação e decidiram sair para explicitar o ocorrido. Ao saírem das áreas delimitadas pela capitã, imediatamente acionaram um sensor que Duke havia preparado para garantir que soubesse a atitude de transgressores, isso fez com que a mesma rapidamente os interceptasse com o mesmo comportamento intimidador de seu traje, inspirados pelas ações já de conhecimento geral.

Duke foi ríspida, indagando o motivo da transgressão, ao passo que Franklin, começou a fazer anotações tendo seu corpo e ação protegidas por Hubbard. Após instantes, a capitã notou o movimento e aguardou o término. O criptólogo teve muito cuidado em aproximar a mensagem, fazendo gestos que demonstravam seu zelo com o sigilo.

Ao perceber o código Morse, leu “…padrão para fala segura aqui…”, “…Icaro comprometida…”

                     

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Uma Suspeita dos Tripulantes da Cosmonave – Parte 10 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
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Só há espaço para um no comando Cosmonave – Parte 09 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis 08, Garcia deu inicio a um golpe na cosmonave, pretendia tomar para ela o lugar de Capitã. Mas a Capitã Duke mão deixaria isso acontecer, principalmente porque precisava saber o motivo de Icaro permitir que isso estivesse ocorrendo. Fique agora com a Missão Artêmis Parte 09.                         

A capitã estava firme em sua postura, apontando a arma, ordenando que Garcia, Irma Chen e Kaitlin Watson derrubassem qualquer objeto que pudesse servir para agredir membros da tripulação que ainda respondessem a ela e não a inteligência artificial que claramente estava alicerçando sua linha de comando em algo incoerente. Estava concentrada e com pleno controle emocional, algo não observado na postura de suas acusadoras. Por um momento, lembrou-se do semblante daquela que havia usurpado a liderança, durante os ciclos de hibernação criogênica nem todos os tripulantes se encontravam, mas Garcia tinha servido sob comando dela, figura exemplar nas ações ocorridas em campo, portanto aquela atitude devia estar muito mais atrelada a pressão da Icaro do que necessariamente sobre uma linha própria de convicções ou deduções.

As três mantinham a mesma postura focando sua atenção em Cochran, que estava desprotegida para enfrentar a situação.

A capitã diante do empasse tentou dialogar “meu traje pode suportar a descarga atordoante, gerando um campo de dissipação que me trará apenas um pequeno incomodo, porém se eu decidir abrir fogo contra vocês, mesmo com a arma alterada, o estrago será grande. Não há necessidade de seguirmos por esse caminho. Podemos chegar a um resultado menos trágico nesse impasse”. Garcia estava eufórica, com a respiração profunda e tensa pela gravidade do contexto, em situação similar suas duas parceiras tentavam manter o controle, foi quando ela argumentou “nesta distância, recebendo a descarga máxima de nossas armas atordoantes, talvez Cochran tenha mais problemas do que o torpor mental que espera capitã. Você não foi a única que trabalhou duro! Apesar de não termos acesso aos mesmos recursos que você, temos um mentor muito capaz. Você pode até tentar fazer algo para ajudá-la, mas Cochran não sairá ilesa daqui”.

Os novos fatos colocavam a postura da capitã em cheque. Ela imaginou diversos cenários ruins e como responder a eles, mas agora vivenciando o impasse, não hesitou, abaixou a arma calmamente e levantou-se tomando o cuidado de se colocar entre as agressoras e Cochran, Tal ação, trouxe um momento de calma momentânea ao conflito, calma que durou alguns segundos, tempo suficiente para Rhonda Duke conseguir mover-se pelo terreno, garantindo vantagem para seu próximo movimento. Mesmo desarmada, ela tinha sob seu corpo proteção adequada e sua atitude em baixar a arma garantia cobertura necessária para evitar o pior a sua fiel tripulante. Duke conseguiu visualizar os gestos agressivos de ordem vindos de Garcia, assim como o fio de esperança que ela trazia no olhar, aguardando que a capitã mesmo com vantagem plena poderia se render, mas tudo ruiu no momento que os sistemas de aceleração das botas do traje de combate fizeram o ruído abafado, que significava apenas uma coisa, uma carga pesada contra as agressoras!

A investida fora tão rápida e inesperada que Chen e Garcia foram empurradas para trás, caindo e disparando a esmo, a única que conseguiu manter o foco foi Watson, porém mesmo a disciplina e treinamento não foram suficientes para atingir Cochran, pois ela também teve reflexos para buscar cobertura.

Duke, observando o disparo de Watson, alterou seu alvo, movendo-se firmemente para segurá-la com um braço enquanto o outro dirigia um soco certeiro no rosto da mesma. Os ruídos vindos do sistema de exoesqueleto do traje garantiam à capitã força e impacto necessários para desmaiá-la ao mesmo tempo que trincava dentes no processo.

Enquanto Watson Garcia se recuperavam do pesado impacto, tiveram tempo de observar o corpo da parceira; já desacordada; ser arremessada contra elas. Garcia rolou para o lado, mas Watson recebeu o novo impacto em cheio, ação que fez sua cabeça bater forte no chão, sem nenhuma possibilidade de reação.

Garcia teve tempo para mais um disparo certeiro contra o traje, algo inútil. Duke se aproximou arrancando a arma de sua mão enquanto esmurrava a barriga de sua oponente. De joelhos diante da capitã, sem folego e sem possibilidade de defesa, imediatamente pediu clemência, ao passo que a resposta recebida foi um tapa pesado de piedade que a desacordou instantaneamente.

A capitã rapidamente voltou para sala buscando sua arma. Ordenou a Cochran para acompanhá-la, afinal de contas ela precisava terminar o que começou e em sua mente sabia que precisaria dos demais tripulantes para retomar o controle total. Icaro estava fadado a certos protocolos imutáveis somado a um sistema fechado e limitado, sua meta era cercear de uma vez por todas sua esfera de influência, garantindo que haveria apenas uma pessoa no controle! ELA!

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Só há espaço para um no comando Cosmonave – Parte 09 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
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