Início de um conflito na Cosmonave – Parte 08 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis 07, um motim foi iniciado, aparentemente a IA está de acordo com o decisão tomada por alguns tripulantes mais impacientes. Icaro é apenas uma IA ou algo está se manifestando através dele? Fique agora com a Missão Artêmis Parte 08.

Cochran sentia-se sobrecarregada. A falta de tripulantes especializados para os serviços de manutenção estava pesando sobre os ombros dela e de Bass. Seguir as ordens da capitã, que consistiam em manter o funcionamento adequado das matrizes Hefesto e ainda revisar  os dados e cumprir os protocolos de segurança de uma nave daquelas dimensões era complexo demais para alguém que havia apenas recebido treinamento básico para cumprir aquele papel. Era essencial a todos os tripulantes poder assumir mais funções devido a periculosidade das missões, mas era óbvio que isso não significava qualidade no desempenho da função, apenas o prosseguimento dos objetivos. A comunicação por meio do sistema fechado sugerido por Duke estava funcionando e as ações prosseguiam. Naquele momento Cochran precisava checar o sistema de filtragem de resíduos. Solicitou então apoio a Bass para aquele trabalho, porém estranhou o silêncio ao solicitar confirmação. O silêncio trazia à tona; com exatidão; as orientações da capitã em relação às atividades concluídas há dois dias atrás, sendo assim para ela restava seguir as instruções. Deslocou-se rapidamente para um acesso de serviço, espaço pequeno por entre tubulações e canaletas que protegiam fiações para tentar se reunir a capitã. Enquanto fazia esse movimento, tentava manter o controle, manter a calma.

A ansiedade vinha forte, mas ela confiava no trabalho que haviam concluído. Nenhuma comunicação entre ela e Bass ocorriam, foi então que ouviu uma resposta “Garcia na comunicação. Orientamos seu retorno para ponte de comando. Tivemos problemas de segurança nível três, sendo imperativo a toda tripulação salvaguardar-se no setor primário de proteção, câmbio”.

Cochran respondeu, “esperava que o primeiro tenente assumisse esse comando ou ainda a capitã da nave. Não entendo por que justamente você teria autoridade para fazer este tipo de convocação Garcia”. Após, alguns segundo de silêncio Icaro assumiu a comunicação. “Não há sistema de comunicação fechado nesta nave Cochran, monitoramos todo diálogo entre a capitã e vocês. Tentar cortar o controle desta inteligência artificial sobre os sistemas principais configura grave atentado à segurança de todos os tripulantes. A negação do primeiro tenente Aaron Becker em acatar ordens para subjugar a ameaça o destitui das funções. Sendo assim, Garcia assumi o comando, sendo imperativo a sua rendição e da capitã Duke.”

Apertada naquele espaço pequeno Cochran ria consigo mesma. Era exatamente como a capitã havia dito. Não havia para ela outra alternativa senão a rendição, mas pelos cálculos que havia feito precisava ganhar tempo. Argumentou “Sabe Icaro, apesar de reger vários sistemas dentro desta nave, mesmo para você existem limites, áreas fora de seu controle. Estranho como conhecer os dados de segurança garantem abertura de opções. Eu mesma não sou uma especialista, mas você está preso a suas rotinas e sub-rotinas, precisa seguir os padrões sempre! Será que dentro de suas simulações você realmente consegue pensar em todas as possibilidades e estar preparado para elas?”

Enquanto conversava, se movia. Icaro respondeu “sua indagação, com forte assinatura emocional, demonstra ansiedade e medo. Não haverá nenhum tipo de represália física se  você se entregar, será mantida em hibernação criogênica e despertará em momento adequado para julgamento de suas ações”.

Assim que terminou de ouvir as orientações conseguiu sair na ala médica, onde as câmeras de monitoramento denunciaram sua posição. Pensou em correr, mas não havia necessidade. Caminhou calmamente em direção ao setor das matrizes Hefesto. Não demorou para ouvir atrás de si passos apressados e pesados. Figuras corriam para tentar intercepta-la, mas conseguiu chegar até a ante sala, local máximo que poderia chegar com sua permissão de segurança. Ao virar-se viu Garcia, Irma Chen e Kaitlin Watson com seus uniformes de segurança, apontando armas de atordoamento para ela. Não fez menções de resistência, apenas levantou as mãos.

Garcia questionou “convença a capitã a sair do sistema sem resistência”. Ao passo que Cochran respondeu “você realmente acha que eu poderia fazer isso? Desculpe mas a Icaro pensa que poderíamos fazer algo nos sistemas integrados sem sermos percebidas, a capitã não é idiota. O acesso as matrizes Hefesto sempre pertenceu à responsável da nave, porque em caso de falha catastrófica da inteligência artificial caberia ao capitão das missões manter a produção e indicação de materiais para reparos. Isso faz dos capitães as pessoas com maior treinamento diversificado.” Garcia respondeu “isso não significa que mesmo um capitão não deva ser monitorado, vocês estavam fazendo marcações e alinhando algo para impedir a Icaro de cumprir seu papel. Devem ser detidas imediatamente.”

Cochran respondeu “a Icaro não está fisicamente aqui e ela não pode intencionalmente fazer algo que ameace nossas vidas. Ela precisa seguir os protocolos.” Nesse momento, a porta de umas das matrizes se abre.

A capitã sai trajando todo equipamento de combate com as alterações que propôs. O traje selado com suporte de sobrevivência, com placas sobrepostas de alta resistência. Em suas mãos carrega um fuzil de assalto pesado.

Imediatamente Garcia grita “está louca? Pretende atirar em nós aqui dentro? Pretende colocar em risco toda estrutura com essa arma?

A capitã levanta a arma com calma mirando em Garcia “só será loucura, senão soubesse da capacidade do casco e não tivesse feito as alterações necessárias para evitar isso, Só seria loucura se eu errasse o tiro, mas sobre isso posso garantir como capitã, eu não errarei!”

O Movimento RPG está com novidades na MRPGStore, visite nossa loja.


Início de um conflito na Cosmonave – Parte 08 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Motim na Cosmonave – Parte 07 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis 06, o clima se exaltou e todos a bordo estão nervosos e ansiosos. A sensação opressora de que estamos vivendo cada segundo da rotina da tripulação só aumenta. Fique agora com a Missão Artêmis Parte 07.

Marjorie Ramos acompanhou de maneira reservada os desdobramentos que culminaram na antecipação da hibernação criogênica de dois tripulantes. Todo seu treinamento, toda sua carreira seguia regras simples na qual a hierarquia e a esfera de responsabilidades de cada uma afetavam diretamente o sucesso de cada missão. Questionar significava hesitar e hesitar significava a morte em muitos contextos que havia experimentado em campo. A doutrina militar demonstrava ser mais evidente nas variadas missões espaciais, pois era rotineiro tripulantes chegarem a situações limite por variados motivos. Fato que justificava à Iniciativa Cronos dar atenção especial aos protocolos que garantiam as forças de segurança o adequado treinamento para lidar com conflitos e contenção de danos dentro de ambientes limitados em condições hostis.

Ouvir as indicações da Icaro era natural para os membros da força militar altamente treinada, encarregada de manter a ordem dentro do Cruzador intergaláctico Artêmis 13, pois o sistema que por sua vez fazia parte do programa Hermes, continha dados e capacidade de análise e resposta muito superiores a quaisquer seres humanos, portanto seguir especificamente às orientações era um fato inquestionável. Porém todos respeitavam o comando da capitã Duke. Ramos já havia servido em duas ocasiões sob a liderança da capitã, ambas ocasiões com sucessos decisivos guiados pela mesma. Inclusive, era incomum ver tantos tripulantes que já se conheciam ou tinham vínculos de missões anteriores, já que a Iniciativa prezava pela redução de laços emocionais, justificando que determinados objetivos eram negativamente influenciados por decisões emocionais e não racionais. Ramos agora entendia os motivos deste protocolo de segurança, já que os argumentos de sua capitã eram plausíveis.

Enquanto mantinha sua série de exercícios na câmara de condicionamento físico, refletia sobre essa problemática. Não percebeu a aproximação de Sandy Garcia, que golpeou de leve nas costas enquanto movimentava os halteres de peso variável. Espantada com a atitude, rapidamente questionou a necessidade daquela ação, ao passo que Garcia explicou “temos que ficar mais atentas, afinal de contas vamos ter que tomar uma posição sobre o problema do primeiro tenente”, inicialmente, Ramos estranhou a afirmação, mas diante dos pensamentos que a incomodavam logo fez relação com a dificuldade na linha de comando.

Seu primeiro tenente havia acatado e inclusive mantinha a diretriz na qual executava rigidamente as ordens da capitã, mas Garcia havia aberto uma porta perigosa, questionando a autoridade da patente. Argumentou então “não há sentido no que diz! A Icaro ponderou, apresentou os dados e a capitã acatou às ordens e incluiu novos parâmetros para os trabalhos desempenhados dos demais tripulantes. Não é produtivo ou esperado o seu questionamento. Devemos retomar o treinamento para impor perdas musculares mínimas para o curto salto que faremos em breve”, Garcia riu e continuou “a hibernação deve ter atrapalhado seu senso crítico minha amiga! Várias fontes dizem pelos corredores que temos um embate de autoridade aqui dentro. Meu treinamento deixa claro que a hierarquia deve ser respeitada e na minha leitura da situação, o programa Hermes é a voz da Iniciativa Cronos e sua representante  dentro desta cosmonave é a Icaro. Não há espaço para argumentar contra as decisões tomadas pela inteligência artificial que rege nossa segurança. Observar o primeiro tenente ponderar e apoiar a capitã é perigoso para todos nós”. Garcia complementou que serviu sob comando da capitã Duke nas Luas de Ignus Prime e que presenciou na pele a arrogância e sucesso da missão serem construídas sobre a vida de vários companheiros de pelotão. Ramos parou abruptamente e virou-se para Garcia, “cabe aos soldados executar ordens sem questionar, o sucesso da missão está acima de interesses pessoais e deve consumir todo recurso disponível para conclusão do mesmo”, bradou tais palavras colocando o dedo indicador no meio do peito de Garcia, concluindo com “sua vida e a minha são recursos e apenas isso. O sucesso está nas mãos da capitã e devemos acatar as ordens, sejam quais foram”.

Garcia abaixou a cabeça lentamente olhando o dedo colocado em seu peito e fez um movimento que permitiu que os olhos dela encontrassem diretamente os olhos de Ramos. Calmamente ela colocou a mão no braço de sua antagonista e explicou “você não está entendendo, não quis abrir o debate aqui, apenas fazer um convite. Irma Chen e Kaitlin Watson concordam comigo e acreditam que deixar as decisões em mãos humanas abre margens para falhas e aqui no espaço hostil que estamos, falhas significam a morte. Tenho certeza que a Icaro argumentará em nosso favor quando executarmos uma ação que tem por prioridade garantir a segurança de toda tripulação”. Nesse momento Ramos notou Chen e Watson entrando na sala. Rapidamente Ramos lembrou-se do treinamento e tentou mover-se para outro ambiente no qual a vantagem numérica não fosse um fator decisivo para sua queda, porém ao tentar se mover observou uma das portas de contenção baixando rapidamente, impedindo-a. Diante de si restava apenas uma imagem holográfica que simulava os traços de um ser humano. Um simulacro mordaz que contemplou a agressão violenta sem esboçar nenhum tipo de empatia.

O Movimento RPG está com novidades na MRPGStore, visite nossa loja.

Motim na Cosmonave – Parte 07 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Emoções Abaladas na Cosmonave- Parte 06 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis 05, a Capitã precisou intervir nas acusações feitas por Icaro, além de ser perceptível um clima de desconfiança no ambiente. Será que os tripulantes conseguirão dar conta de tanta pressão sobre seus ombros? Fique agora com a Missão Artêmis Parte 06.

As câmaras Lenora 9 do sistema de hibernação criogênica sempre foram silenciosas, de um certo ponto de vista, lembravam templos, lugares sacros ou que mereciam certa reverência. Seria uma comparação natural, pois ressureições ocorriam rotineiramente naquele ambiente. Milton Travis, estava ali comtemplando cada câmara, que situadas no chão, lembravam túmulos que tinham em sua essência, mistérios e segredos apenas vislumbrados por uma entidade superior, uma inteligência acima das outras.

Travis, estava sentado ao lado de Albert Conley, que parecia sereno em seu ciclo de adormecimento. Foi apenas há dois dias atrás que ele recebeu a orientação. Não houve relutância, nem resistência, nem mesmo quando Icaro o retirou da missão Héstia, devido sua instabilidade emocional. Foi naquele momento, observando o semblante da capitã Duke, que ele percebeu que a vida e morte, em nenhum momento pertenciam a tripulação. Todos eram apenas ferramentas rapidamente descartáveis e substituíveis. O ciclo de despertar, as análises recorrentes e as responsabilidades dentro da nave eram questionáveis. Conley teve apenas um momento de fraqueza seguido de lucidez e agora jazia ali, sem a permissão para viver até que Icaro mudasse de ideia.

Dean Franklin respeitava o trabalho de Conley e observando a atitude demasiadamente emocional de Travis, aproximou-se para dialogar sobre a situação, citando que “o sono era apenas um recurso corriqueiro de segurança para todos a bordo, nenhum humano, mesmo se tivesse vinte vidas a disposição poderia contemplar e participar das descobertas que a  Ciência possibilitava para eles. Estavam vivendo o sonho de uma civilização”. Ao ouvir aquilo, Travis retomou seu treinamento, retomou as várias horas, dias e meses em que encutinham em todos os aspirantes à tripulantes, o dever máximo para com a civilização humana. Ouviu tanto aquele discurso que tinha decorado passagens e mais passagens. Ele sabia que estava ali por motivações egoístas, na qual pensava em imortalizar-se durante o processo de entrega a uma missão sem grandes porcentagens de perspectiva de sucesso. Mas, era estranho, que ciclo após ciclo, condicionado a seguir protocolos, nunca havia parado para analisar a situação dos tripulantes naquele limitado espaço dentro da nave. Não havia escolha, apenas a conclusão da próxima etapa.

O sentido em “renascer”, trazia consigo a repetição das responsabilidades inerentes de cada despertar, de maneira que aquilo parecia um simulacro sem graça da vida que tinha antes. O mais bizarro, era que apenas um evento improvável, mas não impossível havia desencadeado pequenas inconsistências na mente de alguns tripulantes. Com Conley fora o inesperado medo do desconhecido, para Travis, a sensação de impotência e insignificância. E para os demais? Qual seria o ponto máximo até que simplesmente tivessem suas vontades quebradas?

Cinco dias após as reflexões de Travis consigo mesmo o médico Chase Johnston e psicólogo Ethan Mack voltaram a se reunir com a capitã Duke, sob supervisão da Icaro para deliberarem que ele também deveria iniciar o ciclo de hibernação, sem data prevista para o despertar, tendo em vista os riscos à missão. A capita nesta ocasião argumentou que “devido o nível da missão, foi necessário que todo recurso humano dentro da nave fosse colocado em ação para minimizar o tempo de manutenção e avaliação geral, cumprindo todas as rotinas e sub-rotinas usuais para as viagens espaciais da Iniciativa Cronos. Dessa maneira ter todos os tripulantes despertos de uma vez, expostos a uma carga de estresse, urgência e perigo em nada contribuía para os preparativos até o salto derradeiro que os levaria ao novo destino. Cada tripulante retirado das funções não contribuía para a lógica de agilidade no processo para conclusão rápida proposto pela Icaro em ocasiões anteriores”.

Dessa vez a capitã foi poupada de uma queda de braço sobre relatórios médicos, pois o próprio Travis assumiu não ter condições de apoiar a nova missão, concordando em ser despertado assim que a rota original fosse retomada. A capitã sentiu o golpe e imaginou que no ritmo atual, não teria peças fundamentais para todas as incumbências necessárias. Aquilo impactou-a, pois observar homens tão racionais e forjados nas dificuldades da viagem espacial serem derrubados daquela maneira, simplesmente não fazia sentido.

A situação era inusitada, mas os treinamentos, as leituras e os exercícios, somados todos ao tempo de serviços prestados de maneira impecável não condiziam com as decisões tomadas. Foi nesse momento que a capitã decidiu tomar uma atitude. Convocou Cochran e Bass, restantes da equipe de manutenção da nave e levou-os até o setor no qual as Matrizes Hefesto forjavam os materiais necessários para a reconfiguração dos trajes. Lá orientou ambos os especialistas sobre a necessidade de redistribuição das responsabilidades. Necessitava de alguém junto dela no trabalho que estava desempenhando, mas não podia deixar de lado os demais afazeres. Foi assim que a capitã, distribuiu, três capacetes dos trajes a cada um, comentado que “precisamos alinhar nossas práticas e dialogar rapidamente sem interferência para que possamos atender a Icaro e manter os protocolos de segurança, sendo assim, manteremos o sistema fechado para evitar distrações e problemas em nosso rol de atribuições”. Icaro imediatamente interferiu na conversa, alegando que a  decisão não seria prudente e  causaria tensão entre os demais tripulantes. A capitã calmamente citou que os demais tripulantes, sabiam que haveria sacríficos e que todos deveriam estar dispostos a dar seu melhor para a conclusão ágil da missão Ômega, sendo assim e ainda como capitã da nave, com controle sobre as Matrizes Hefesto, incumbir-se-ia de seguir os comandos com exatidão garantindo todos os recursos para uma conclusão eficiente dentro de quaisquer prazos que pudessem ser estipulados. Icaro concordou, apenas salientando que só os três receberiam tal permissão no prazo de apenas uma semana, ao passo que a Duke, pensou consigo mesma “este tempo será mais que suficiente”.

O Movimento RPG está com novidades na MRPGStore, visite nossa loja.


Emoções Abaladas na Cosmonave- Parte 06 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Desconfianças rastejam pela Cosmonave – Parte 05 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis Parte 04, Conley perdido em seus devaneios não entende porque as diretrizes de Icaro, além de estar sobrecarregado em uma função que não foi treinado. Mas os comportamentos da IA gerarão desconforto na esquipe toda. Fique agora com a Missão Artêmis Parte 05.

Albert Conley definitivamente parecia outra pessoa. Já há alguns dias, os demais tripulantes trocavam conversas sobre o estado do responsável pelas manutenções e revisões de diversos sistemas. A idade finalmente o encontrara e sua saúde parecia ter sido afetada por todo movimento causado desde a mudança da rota rumo à Héstia.

O Doutor Milton Travis era o único que sabia o real motivo para mudança de seu parceiro nas atividades dentro da Artêmis. Duas semanas antes, Travis havia recebido ordens para apoiar a capitã na reconfiguração de trajes de combate tendo em vista que a utilização das Matrizes Hefesto demandava sua total atenção. Sabendo que Conley também recebera treinamento para manter sistemas essenciais com a manutenção adequada, designou-o para cumprir a função temporariamente, porém não imaginava que os protocolos da Icaro considerariam uma atitude de monitoramento radical da tripulação. Travis decidiu e conseguiu convencer Conley a manter a informação sob sigilo, já que a simples sensação de perda do controle, poderia causar pânico e tensão desnecessária considerando o nível de estresse de todos diante do que aconteceria quando adentrassem a Héstia.  Infelizmente, a decisão estava sendo visivelmente nociva.

Naquela noite, o médico Chase Johnston e Psicólogo Ethan Mack convocaram uma reunião com a capitã Duke e Travis. Icaro estava presente na reunião e após pedir permissão apropriada solicitou espaço para expor o problema. Durante sua explicação, médico e psicólogo complementavam o curso traçado pela Icaro, que rapidamente apresentou evidências para a aplicação do sono criogênico a Conley. Segundo Icaro, a longa exposição, o impacto da sobrecarga de tarefas, por vezes incompatíveis com a função somada as incertezas e ansiedade o levaram a uma condição perigosa para um ambiente limitado de convivência. O sono, atrelado a medicações seria uma alternativa viável para segurança da missão.

Todos ponderaram sobre o contexto, quando Icaro citou “somado a condição do Doutor Albert Conley, este sistema orienta que a capitã Duke mantenha seu comando alinhado as diretrizes condizentes a missão que lhe foi incumbida, tendo em vista que suas ordens erráticas, em nada  somam para resolução adequada da incursão. Não há dados que comprovem a necessidade de uso de recursos e preparação extra. Há urgência na conclusão da missão Ômega”. Ao dizer isso, todos silenciaram, exceto a capitã que rapidamente alicerçou sua linha de raciocínio, expondo e solicitando gravação e repasse de suas falas e linha argumentativa para a central. Foi ainda, mais incisiva usando seu código protocolar de comando “capitã Duke, código Alfa0013, responsável pelo cruzador intergaláctico Artemis 13, refuta a exposição da Icaro sobre a coerência de seu comando, tendo em vista que as diversas etapas da missão que me foi imposta denotam a utilização adequada de recursos materiais e humanos, na conclusão adequada e prioritariamente segura de todos os membros da tripulação. A nave que será abordada permaneceu por décadas em estado não minuciosamente periciado, apresentando assim uma gama de riscos, ao qual a responsável presente não pode ignorar. A conclusão urgente relatada pela Icaro em nada dialoga com a necessidade de uma análise e preparação cuidadosa prezadas pela Iniciativa Cronos em variados artigos que regem nossa atividade. A contestação só seria válida se a Icaro pudesse apresentar mais evidências que por sua vez alicerçariam sua tréplica! ”.

Diante da saída inesperada, Travis espantou-se com o argumento utilizado pela capitã. Icaro ficou alguns segundos em silêncio e depois concordou com a capitã, que por sua vez cedeu em relação ao Doutor Conley. O clima ficou estranho e Travis pensou consigo que sua capitã percebeu algo estranho diante da postura impetuosa do sistema. Houve ali uma boa tentativa  de deixar toda situação às claras, mas o sistema deve ter analisado o impacto de variadas respostas, até simplesmente concordar com a capitã.

Ao concluírem a reunião, Travis retomou sua função e a capitã solicitou uma atenção cuidadosa ao sono de Conley. Havia um olhar meticuloso no rosto de Duke, que solicitou “Travis, preciso que retome suas funções enquanto manterei atenção a reconfiguração dos trajes, infelizmente vejo coerência em não perdermos tanto tempo como inicialmente projetei, por isso darei prioridade apenas a cinco trajes, assim ganhamos tempo e poderemos diminuir o ritmo para com todos, peço que mantenha atenção às suas atividades e ouça com cuidado as orientações da Icaro. Percebo que ele está mais dedicado a conclusão do que imaginei. Faça seu papel grande irmão

Quando Travis ouviu o termo grande irmão, sua memória divagou sobre conversas que teve em variados momentos com a capitã, antes do embarque, especialmente durante um treinamento na qual ela afirmou que temeria o dia em que ela se tornaria apenas mais uma vitima de George Orwell dentro de um local fechado e monitorado. Foi assim que Travis ao captar a referência, entendeu que Duke, ponderaria com cuidado seus próximos passos.

O Movimento RPG está com novidades na MRPGStore, visite nossa loja.


Desconfianças rastejam pela Cosmonave – Parte 05 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Quem está no controle da Cosmonave? – Parte 04 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis 03, a Capitã Duke tinha um plano para adentrar na nave Héstia reduzindo os riscos para seus tripulantes. Mas na própria Artêmis ainda tem muita coisa para ser feita. Fique agora com a Missão Artêmis Parte 04.

Havia alguns dias que a agitação tinha se instaurado na Artêmis. Desde o sinal de emergência recebido da Héstia, todos mobilizaram-se para atender as ordens da capitã, sempre zelosa em manter não só a segurança da missão como também de atender rapidamente a quaisquer revezes que pudessem se abater sobre a nave. Tal processo, impelia a capitã a sempre projetar cenários variados de calamidades e, portanto, cabia a nave estar preparada para a resposta adequada. Não havia reclamações, pois todos sabiam que a condição na qual estavam não podia permitir impetuosos, incautos e irresponsáveis. A equipe e a missão sempre foram, são e serão a prioridade para aqueles que escolheram está vida. 

Perdido em pensamentos e divagando sobre o movimento não usual, o Doutor Albert Conley pensava o que gravaria naquele dia. Era rotina dentro das missões as gravações de diários digitais que depois eram cuidadosamente analisados pelo sistema Icaro e pelo médico Chase Johnston e Psicólogo Ethan Mack que por sua vez mantinham o controle das condições da tripulação. Conley achava aquela tarefa repetitiva e cansativa, mas especialmente naquele dia se deparou com uma sensação estranha, lembrando-se de seu casamento e dos desafios que sondaram sua paternidade. Refletia sobre a possibilidade de sua condição como bisavô e as tantas lembranças não vividas que poderiam ter sido deixadas para trás. Tal fato não era usual, pois ele sempre foi um homem de mente afiada e de grande determinação, porém o exercício de projetar possibilidades o incomodava muito. Talvez o estudo dos dados estruturais das missões estivesse afetando seu discernimento.

Os níveis de segurança das naves eram divididos em S, A e B. Cada nível relacionado ao tamanho da nave, sua tripulação e seus objetivos. O usual eram as categorias A e B serem adotadas pela Iniciativa Cosmos, nomenclaturas para sistemas que tinham poucas diferenças práticas, porém as naves classificadas como S, sempre continham mentes brilhantes, aparatos de ponta ou em fase final de testes, com alto grau de sigilo. A Héstia com a qual lidavam se encaixava exatamente nessa faixa. Uma nave fora do padrão para missões dessa série. O número de recursões e sistemas que deveriam garantir o sucesso eram variadas e Conley, um senhor cético e científico, refletia pela primeira vez que a confiabilidade nos sistemas que os guiavam era quase um exercício de fé pura e simples. Sua função era manter a tecnologia viva ou será que sua função era manter a fé viva nos sistemas que invariavelmente um dia fariam daquela nave uma tumba estelar? Uma ode aos cosmonavegadores que exploraram o espaço. Uma oferenda depositada no altar da Humanidade.

A ansiedade chegou lentamente, mas parecia ter gostado do que encontrara. Nesse momento Icaro cumprimentou-o pela imagem  holograficamente projetada à sua frente. Um breve susto, fez com que o Doutor Conley voltasse a si reclamando da intromissão. Icaro, foi objetivo em sua preocupação relacionada ao monitoramento da atividade neural durante a rotina de gravações, tendo em vista que a mesma demonstrava oscilações com alto nível de ansiedade. Questionou o doutor sobre a necessidade de atenção médica e em seguida apresentou relatórios que demandavam atenção. Conley percebeu que havia trabalho a ser feito, reposição de algumas peças e configurações necessárias comuns a todo processo de substituição. Porém, enquanto analisava os dados se deu conta da observação sobre o monitoramento cuidadoso da Icaro e questionou a situação. Todo sistema de inteligência artificial estava atrelado aos protocolos de manutenção estrutural com análises limitadas de outras esferas. A análise das gravações fazia sentido, pois a garantia de sucesso da missão estava relacionada a manutenção do recurso humano à bordo, mas tal cuidado cabia prioritariamente aos profissionais da saúde que faziam parte da tripulação.

Conley imediatamente inseriu códigos de segurança e fez uma análise do sistema questionando a avaliação que Icaro havia feito.

“Doutor Conley, seu código foi revogado no exato momento em que o nível de segurança Omega foi estabelecido. Os sistemas de monitoramento compreendem todos os integrantes da missão, com coleta de dados cuidadosos de todos os membros à bordo. Suas condições física e psicológica devem ser analisados e cabe a este sistema reger e aplicar os protocolos devidos às circunstâncias não usuais da missão recebida pela capitã deste Cruzador intergaláctico – Artêmis 13 “

Nesse exato momento, Conley se deu conta que a preocupação havia ganho maior proporção, pois naquele contexto em que estavam, sua fé residia na tecnologia e quem controlava a tecnologia não eram mais mãos Humanas, mas  sim um Deus Artificial que manteria seus olhos e vontade fixos sobre os membros da missão…

O Movimento RPG está com novidades na MRPGStore, visite nossa loja.


Quem está no controle da Cosmonave – Parte 04 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Rhonda Duke a Capitã da Cosmonave – Parte 03 – Missão Artêmis

Anteriormente na Missão Artêmis Parte 02, os cosmonautas receberam informações confusas sobre a nave que pede resgate, além de receberem a tarefa de irem até essa nave. A preocupação com os riscos atinge a todos. Fique agora com a Missão Artêmis Parte 03.

A capitã Rhonda Duke mantinha um olhar focado na alimentação daquela manhã, a adorada pasta desidratada de cor amarela rica em todos os tipos de vitamina e necessidades químicas do organismo, apenas com uma ressalva referente ao sabor e textura oleosa. Remexia o alimento divagando sobre as ordens recebidas. Cabia a ela cautela em relação ao conteúdo e abordagem nessa missão. Entendia que o sigilo nível Omega, considerava alto grau para segurança dos envolvidos, contexto esse que poderia significar uma passagem sem retorno para todos de sua nave. Precisaria ser minuciosa nas orientações para garantir a integridade e sucesso na missão.

Repentinamente, a capitã Duke levantou-se e rumou até o setor de segurança do Cruzador intergaláctico Artêmis 13, no caminho solicitou a presença do Primeiro Tenente Aaron Becker. Os demais tripulantes notaram a agitação e preocupação não usual de sua líder, mas àquela altura os acontecimentos, de fato, mexiam com a mente de todos.

A capitã, assim que acessou o setor de segurança, fez uma observação cuidadosa dos aparelhos ali presentes. Devido a distância e complexidade na missão, o estoque de alguns itens era limitado, fazendo com que as Matrizes  Hefesto fossem necessárias para o quebramento de partículas e recombinação atômica que possibilitariam a produção de variados materiais para o andamento da missão. Como critério de segurança, as Matrizes disponíveis em cada missão podiam produzir uma lista limitada de utensílios, sempre com alto controle das autorizações, isto impedia que mentes perturbadas pudessem fazer destes aparelhos, conduítes para simulacros macabros. Durante sua análise notou que os equipamentos disponíveis podiam produzir peças essenciais para seu plano.

O Primeiro Tenente Aaron Becker olhava a atitude com desconfiança e indagou qual a ligação de tal atitude para com a missão, ao passo que a capitã lhe disse que os equipamentos a bordo consistiam em versões levemente aprimoradas do modelo padrão que por sua vez garantia proteção contra situações ambientais severas, temperaturas extremas, oscilação de pressão e proteção cinética básica. Em sua mente, a missão que enfrentariam levaria em conta um contexto observado nas abordagens ocorridas no cinturão Osíris, cerca de cento e cinquenta anos atrás, no qual um confronto por estações de observação exigiu uma completa reconfiguração dos aparatos disponíveis. Segundo seus estudos históricos, a força de ataque foi sobrepujada, justamente por ignorar os desafios do terreno artificial e natural, além de todas as condições  variáveis de um confronto ambientado num espaço de trezentos e sessenta graus.

Sendo assim, como todo material militar atual já tem em sua essência as características modulares e cambiáveis que facilitam substituição e produção, seria possível que os trajes pudessem ser preparados para um contexto mais hostil. A capitã reiterou que os diversos tópicos pontuados para a invasão da cosmonave Héstia demonstravam a conclusão parcial de um evento de alta periculosidade, o próprio número de tripulantes, com nomes diferentes para iguais funções significava que baixas já eram esperadas. O uso do sistema Vesta, era comum em naves militares, a própria capitã Harley Irwin, teve em seu histórico incursões que a desabonariam de outros propósitos mais éticos. Um nome célebre como do doutor Joel Miles, astrobiólogo, autor de variados livros usados na graduação, não se arriscaria em uma missão que não trouxesse mais fama e renome. E a própria detonação final demonstrava que os vestígios e evidências deveriam ser permanentemente apagados e isto poderia incluí-los.

A capitã Duke havia escolhido sua missão devido sua capacidade superior demonstrada em todas as fases de sua formação, dessa maneira, sua estratégia base seria estar preparada para os piores cenários dentro do contexto ao qual haviam sido colocados. Com tantos argumentos coerentes, o tenente concordou e iniciou a produção dos itens que estariam disponíveis, questionando que ele próprio teria dificuldade na montagem e reconfiguração, momento em que a capitã citou que ela tinha conhecimento suficiente para deixar os trajes similares aos do Comando Ares. A capitã ordenou que os soldados fossem convocados, já que alguns passos da reconfiguração poderiam ser feitos por eles, manualmente, ao passo que o tenente citou que o sistema Icaro poderia ajudá-los, elemento que foi expressivamente negado por ela. Justificou sua decisão citando que quaisquer elementos responsáveis pela segurança no contexto julgado hostil da nave que abordariam não teria “link” com a sua própria nave, portanto ela mesma faria os processos mais complexos não só nos trajes como também nas armas, o fator tempo não seria um empecilho, já que a Héstia já estava à deriva há muito tempo.

Quando o tenente ouviu tais afirmações contundentes, lembrou-se de histórias envolvendo a líder, que sempre demonstrou uma aptidão física e mental invejáveis. Os rumores apontavam-na como uma “aprimorada”, indivíduos que passaram por rigorosos exames e aprimoramentos genéticos, porém tal fato nunca fora confirmado e por vezes poderiam significar apenas uma maneira de justificar a mediocridade dos que foram superados por ela. O tenente a admirava e respeitava, mesmo porque sempre havia coerência em suas decisões.

O Movimento Rpg está com novidades na MRPGStore, visite nossa loja.


Rhonda Duke a Capitã da Cosmonave – Parte 03 – Missão Artêmis

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Tensão e Mistério na Cosmonave – Parte 02 – Missão Artêmis  

Anteriormente na Missão Artêmis Parte 1, fomos apresentados aos primeiros integrantes da nave e soubemos que receberam uma mensagem de outra nave. O que farão sobre esse fato inusitado? Fique agora com a Missão Artêmis Parte 2.

Horas se passaram desde que a capitã começou o processo de despertar do restante da tripulação. Enquanto tal procedimento ocorria sob supervisão do sistema de inteligência artificial Ícaro, os demais tripulantes, doutores Conley e Travis mantinham seus trabalhos, mesmo com as mentes inquietas devido ao sinal de emergência recebido da cosmonave Héstia. Inquietação ampliada depois da varredura de arquivos, que prontamente apontou a nave como a décima quinta da série, dada como perdida, haja vista a impossibilidade de resgate sem a confirmação de sobreviventes, já que segundo as informações disponíveis haveria comprometimento severo com a perda do sistema de inteligência artificial perdido durante o rompimento do casco do setor 3. Toda tripulação havia recebido as honrarias costumeiras e o caso foi encerrado. Após décadas os sinais recebidos em muito diferiam dos arquivos disponíveis e seria imprescindível que os demais tripulantes pudessem dar suas contribuições para tomada de decisão.

A capitã Rhonda Duke tinha dado ordens claras para que o Cosmólogo Albert Conley inicia-se comunicação direta com o cinturão de satélites regido pela Inteligência Artificial Hermes, sistema criado pela Iniciativa Cosmos para manter as comunicações e análises profundas, mapeando galáxias, criando e atualizando um algoritmo; sequência lógica, finita e definida de instruções para serem seguidas para na execução das missões que sempre continham extensões desse sistema que por sua vez se encarregavam da manutenção das naves enquanto a tripulação estava em hibernação criogênica. Apenas os capitães podiam acessar diretamente o sistema Hermes, normalmente em ocasiões emergenciais, para receber instruções, dada a demora para comunicação com a Terra, mesmo com os avanços tecnológicos atuais. Hermes, por sua vez, analisava a requisição e com base em seu algoritmo, repassava uma ordem oficial ou instruções. 

Enquanto aguardavam, os demais tripulantes se reuniram na câmara de reuniões. Eram eles, a Astrogeóloga Layla Bass, responsável pelo mapeamento de ambientes geológicos extraterrestres e suas composições, determinando estrutura, composição química, idade, magnetismo, dinamismo, radiação e outros detalhes associados a seu elemento de estudo. O Criptólogo Dean Franklin, especialista em xenoarqueologia, análise de criptogramas, pictogramas, iconografia e exoantropologia. A Exobióloga Deloris Cochran, responsável pelo estudo da origem e evolução da vida na galáxia e de ambientes propícios para o surgimento da vida. O médico Chase Johnston e Psicólogo Ethan Mack. A força militar altamente treinada, encarregada de manter a ordem na missão e cuidar da integridade dos equipamentos e do bem-estar da tripulação compostos pelo Primeiro Tenente Aaron Becker e soldados Marjorie Ramos, Sandy Garcia, Irma Chen  e Kaitlin Watson e finalmente o vídeo maker Mike Hubbard. Esses eram os catorze tripulantes da Artêmis 13.

Com todos reunidos e confusos, a capitã adentrou a câmara e repassou a todos os acontecimentos e o motivo do despertar, havia ali uma séria dúvida  sobre a importância daquele sinal. O sistema Hermes deixou de ter contato com a citada nave, mas havia um sinal sendo emitido e o simples fato daquela nave surgiu naquele quadrante, fora da rota usual, já levantava curiosidade e ansiedade por parte de todos. 

A capitã Duke solicitou que a criptografia do sinal fosse analisada profundamente por Dean Franklin e Mike Hubbard, já que o sistema Ícaro havia recebido mais informações, que infelizmente não puderam ser analisadas, fato suspeito dada a natureza de suporte da inteligência artificial. Ordenou ainda que o primeiro tenente iniciasse os exercícios para manter as forças de defesa de prontidão caso a abordagem de resgate fosse necessária. Solicitou a equipe médica composta por Johnston e Mack revisão dos arquivos da missão da nave Héstia, revirando detalhes à procura de mais informações até o interrompimento das comunicações. A Cochran, Bass, Conley e Travis restou manter os trabalhos de manutenção da nave e acompanhamento das orientações que chegariam da Hermes. 

Foram 48 horas de apreensão, em que todos trabalharam arduamente com o clima de tensão instaurado pelo sinal recebido. Faltava pouco mais de doze horas até Hermes  enviar uma ordem, nesse intervalo de tempo houve a quebra da criptografia pelos especialistas da tripulação, segundo eles o sinal nunca deixou de ser enviado, o sistema de inteligência da nave realmente foi desativado e o trabalho passou a ser todo de responsabilidade da tripulação, o que seria inviável dada a natureza de finitude da vida humana, seria impossível para um ser Humano ficar décadas desperto cuidando de todos os sistemas da nave sem que sua integridade física e mental fossem prejudicadas sem a proteção do sistema de hibernação criogênica. Outro fato importante, dizia respeito a impossibilidade de comunicação com a Héstia. Aparentemente o sinal demonstrava que o aparato de comunicação poderia ser usado, mas antes da desativação da inteligência que regia a nave houve um travamento proposital, impedindo que o sistema recebesse quaisquer sinais, apesar de emissão, a nave estava a deriva, sem receber quaisquer orientações. Para os especialistas, seja lá o que tivesse ocorrido, o abandono daquela nave foi proposital e alguém muito inteligente conseguiu  estabelecer um sistema de sinal de emergência burlando os sistemas de segurança da nave. Neste sinal ainda descobriram informações adicionais que não podiam ser acessadas pelo Ícaro, mas um indício sobre a desconfiança do ocorrido com a nave à deriva. 

Dean Franklin e Mike Hubbard obtiveram as informações trabalhando em computadores desligados da rede de inteligência, descobrindo que a tripulação era composta por trinta integrantes, número superior as missões usuais e que mesmo após o acidente um terço ainda permaneciam vivos. Os dados criptografados ainda apontavam que haviam obtido sucesso na primeira das duas missões na nave. 

Com tais informações a capitã ficou pasma, pois os registros oficiais apenas apontavam uma missão prioritária relacionada ao planeta Gliese 581 c. Em meio ao turbilhão de pensamentos, a mensagem de Hermes foi recebida, “Cruzador intergaláctico Artemis 13, sob regência da capitã Rhonda Duke. Alteração de missão primária, abordagem e resgate do núcleo do sistema de inteligência artificial Vesta presente na cosmonave Héstia, resgate do sistema criogênico da nave sem permissão para o despertar. Resgate do diário de bordo da capitã Harley Irwin. Resgate dos dados científicos do doutor Joel Miles, mantido fora dos registros gerais do Vesta. Interrompimento do sinal emitido e destruição dos sistemas restantes da Héstia, detonação geral de quaisquer aparatos que possam implicar em riscos à segurança de novas missões. Rota estabelecida, após o resgate. Com encerramento da missão primária, retomar jornada previamente  estabelecida. Sigilo da missão, nível Omega”.

A capitã ainda processava as informações de sua equipe quando as ordens da Hermes chegaram. Pensou por um momento e racionalizou que algo estava errado, porém não havia como contestar a ordem, dada a natureza do Ícaro em priorizar as ordens do sistema de inteligência superior da Iniciativa Cosmos. Cabia a ela contar com os conhecimentos do restante da tripulação e os vínculos forjados em todo período da missão até aquele momento. Deveria agora dialogar com todos, repassando e organizando a nova missão, passando uma confiança que perdera após as revelações tidas com o sinal criptografado recebido da Héstia.

O Movimento Rpg está com novidades na MRPGStore, visite nossa loja.


Tensão e mistério na cosmonave – Parte 2 – Missão Artêmis  

Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.

Chamado de Cthulhu – Como utilizar os mitos em sua Campanha #2

Para a segunda parte desta série de postagens, resolvi falar sobre um dos seres mais fascinantes da mitologia de Lovecraft, Nyarlathotep.  

Alguns pontos interessantes relacionados a esse mito é que ele é considerado o deus mensageiro. Além disso ele é considerado a ‘’personificação’’ da alma e do coração dos deuses. Sabe-se também que Nyarlathotep atende as vontades de Azathoth (O qual terá post sobre futuramente) e alguns outros deuses, o que faz com que seu nome seja usado em diversos rituais de invocação, e isso em si já é um grande recurso que pode ser usado na sua história. 

 

As mil (ou mais) formas de Nyarlathotep. 

 

O que faz dessa divindade fascinante, é o mistério que envolve suas centenas ou milhares de forma. Segundo o conto Dream Quest Of Unknown Kadath escrito pelo próprio Lovecraft, Nyarlathotep possui mil e uma formas. Mas como não existem muitos registros sobre todas as formas de Nyarlathotep, esse número é um mistério.   

Em diversos contos de Lovecraft podemos conhecer várias dessas máscaras de Nyarlathotep . Utilizar esse recurso em suas histórias pode ser muito interessante. Seja criando uma forma nunca antes vista para ele, ou até mesmo usar um forma já existente. Todas elas possuem sua história, seus poderes, seus adoradores e cultos. 

Para facilitar o uso das diferentes faces de Nyarlathotep em sua história eu separei algumas de suas mais famosas formas, lembrando que devido essa quantidade exuberante de formas que ele possui, você é livre para imaginá-lo ou criar algo novo como você bem entender. 

 

O faraó negro

 

Essa famosa forma de Nyarlathotep viveu a cerca de 2000 anos atrás no Egito. O mesmo governou diversos territórios egípcios com certa rigidez, ele não tolerava ser questionado por ninguém. Sabe-se também que apesar de sua forma humana, o faraó negro possui poderes psíquicos e uma crueldade anormal. 

O fim do Faraó negro ocorreu com um banimento realizado pelo povo egípcio. Seus monumentos se tornaram ruínas e a maior parte de seus registros foram apagados.  

Falando sobre o uso desse avatar de Nyarlathotep em sua história. Algumas formas legais de o inserir em sua história, pode ser uma campanha que ocorre durante o seu governo. Mas caso você pense em algo mais moderno, ainda existem cultos de adoração ao faraó negro. O maior deles é realizado na irmandade do faraó negro, uma irmandade centrado no Cairo que possui uma poderosa filial em Londres.  

 

O homem negro

 

Sua primeira aparição ocorreu na adaptação de quadrinho de A música de Erich Zann.  Apesar da forma humana, ele possui a pele quase que preta, o mesmo se veste de um longo manto e não possui qualquer cabelo ou pelo em seu corpo. 

O homem negro é uma importante figura do ocultismo. Dizem que ele compartilha dos seus conhecimentos ocultos através de feitiços e rituais de bruxaria. 

Existem diversos cultos ligados ao homem negro, a maior parte deles são centrados em bruxaria e ocultismo. Em alguns casos relacionados inclusive aos demônios cristãos, já que essa figura é bastante semelhante a como é imaginado algumas dessas figuras.   

 

A mulher inchada 

 

Partindo agora para o oriente, uma das faces de Nyarlathotep mais bizarras conhecidas é a mulher inchada. Quem vê-la na forma de uma mulher normal se encontra sob efeito de hipnose provocada pela mesma. Em sua forma original a mulher inchada possui cerca de trezentos quilos, um corpo de 2 metros de comprimento. Seus braços são grandes tentáculos e sua face é uma massa de tentáculos grotesca.  

A maior parte de seus cultos são realizados no oriente. Esses cultos geralmente estão ligados a sacrifícios humanos que envolvem a mutilação de pessoas como oferenda para essa figura. O mais conhecidos dos seus cultos é a Ordem da mulher inchada localizado em Xangai.   

 

Em relação a essas transformações, é importante realçar que os atributos de Nyarlathotep mudam quando ele não está em sua forma monstruosa.  

Os atributos mostrados a seguir foram retirados do livro de regras da 7ª edição de Call of Cthulhu. Mas podem variar de acordo com o sistema que você esteja utilizando. 

NYARLATHOTEP, O Caos Rastejante 

 

Forma Humana

 FOR 60  TAM 55   INT 430   APA 90

 DES 95  CON 95  POD 500  PVs 15 

 Dano Extra: nenhum. 

Corpo: 0 

Pontos de Magia: 100 

Movimento: 12 

 

Forma Monstruosa

 FOR 400 TAM 450 INT 430    APA N/A 

 DES 95  CON 250  POD 500  PVs 70                      

Dano Extra: +10D6

 Corpo: 11 

Pontos de Magia: 100 

Movimento: 16 

 

Como usar a ligação de Nyarlathotep com os humanos 

 

Nyarlathotep é conhecido como o deus mais ativo de todos os Mythos. Diversas vezes na história ele esteve diretamente junto aos humanos. E além dessa conexão física, ele facilmente entra no psicológico de qualquer pessoa e essa uma ótima maneira de fazer com que ele brinque com os seus investigadores de diversas formas.  Isso inclusive torna as cenas de insanidade bem mais interessantes. 

Algo muito legal que essa ligação que Nyarlathotep tem com os humanos é que ele geralmente concede aos seus adoradores o conhecimento de algum feitiço e até mesmo pode conceder a qualquer um qualquer monstro servidor como assistente. Então se você quer ter cultistas poderosos para deixar o jogo mais difícil, você já sabe o que fazer. 

 

Enfim, o fato de que Nyarlathotep é um mito extremamente ativo, torna todas as histórias na qual ele participa interessantes. Geralmente ele é usado em campanhas de um terror mais psicológico, o qual eu considero o subgênero de terror mais assustador de todos. No meu ver é realmente muito difícil fazer uma história ruim que envolva Nyarlathotep no meio. 

 

Agora me conta, você já inseriu Nyarlathotep em alguma de suas campanhas? Comenta sobre essa experiência !

Comenta também sobre os próximos mitos que você quer que eu fale sobre.

Cthulhu fhtagn!

 

Chamado de Cthulhu – Como utilizar os mitos em sua campanha #1

O que mais me atrai em Chamado de Cthulhu RPG é a mitologia e os deuses desse universo e as milhões de formas que você pode utilizar todos eles em suas campanhas. Seja fazendo com que os seu jogadores passem horas matando carniçais, ou fazendo que eles fiquem completamente insanos por terem visto Azathoth sendo invocado fisicamente por cultistas.

 As possibilidades são praticamente infinitas, e pensando nisso eu decidi fazer uma série de posts falando um pouco das formas que eu costumo inserir os mitos nas minhas sessões e campanhas. E em primeiro lugar, dando início a essa série, não poderia ser outro mito senão o deus Cthulhu.  

 

 A jornada para o despertar de Cthulhu.  

Em primeiro lugar, essa que na minha opinião é a forma mais usada em Call of Cthulhu quando se trata de utilizar o próprio Cthulhu em sua campanha. Neste caso os investigadores lutam para impedir cultistas de realizarem o ritual capaz de desperta-lo. Os três finais mais usados nesse caso são; Os investigadores dão a sua vida e de alguma forma conseguem impedir o ritual; Os investigadores não são capazes de impedir o ritual e Cthulhu acaba despertado trazendo consigo o apocalipse, ou os investigadores conseguem impedir o ritual saindo vivos da situação e eles acabam vivendo felizes para sempre ( chato! ) 

Esse tipo de aventura é bastante dinâmica e divertida de narrar, a jornada para o despertar de Cthulhu pode ser longa, durando várias sessões de muitas horas de jogo. Você pode por exemplo inserir na aventura o necronomicon como a forma que os cultistas tem de descobrir o cântico para despertar Cthulhu: “Ph’nglui mglw’nafh Cthulhu R’lyeh wgah’nagl fhtagn”. Em meio a essas sessões também outros mitos menores podem ser inseridos como um ‘’esquenta’’ pelo o que a de vir. Os grandes livros dos Mitos também é uma boa opção para inserir neste tipo de aventura. No geral pode se dizer que essa é a forma mais fácil e dinâmica e uma das mais divertidas de jogar O chamado de Cthulhu RPG.  

 

O mundo após o despertar de Cthulhu. 

Assim como anteriormente,  uma forma bastante interessante de usar o Cthulhu em sua campanha,é colocar os jogadores na pele de pessoas que vivem o mundo pós-apocalíptico causado pelo despertar de Cthulhu. Esse tipo de campanha muitas vezes exige que o jogador seja sorrateiro e estrategista. Dessa vez eles não estão tentando impedir algo, eles simplesmente devem lutar por suas vidas. O mundo lá fora está infestado de monstros e deuses horrendos, sendo assim o mestre tem bastante liberdade de usar as criaturas que ele bem entender em meio a sessão. Pode se dizer que sessões como essas transformam basicamente O chamado de Cthulhu RPG em um survival horror.  

 

Enfim, é relativamente simples adicionar o ”protagonista” desse sistema em sua campanha. É ideal saber que nesse universo o mundo realmente se divide em antes e depois do despertar de Cthulhu, Em ambas essas duas linhas do tempo existe um leque enorme de possibilidades. Estude um pouco sobre esse universo e use sua criatividade para ter uma boa história de Chamado de Cthulhu RPG.

Cthulhu fhtagn!

Sair da versão mobile