WilderFeast – A vida na Terra Una

Um Mundo de Humanidade, Monstros e Gigantes

A história da Terra Una é, antes de tudo, uma narrativa de transformação. Enquanto os registros que possuímos hoje tentam preservar fragmentos de eras passadas, o tempo é um filtro implacável. O narrador hesita ao falar do presente, pois reconhece que o futuro, tal como o passado, pode tornar tudo irreconhecível. A preservação do que resta — das histórias, das práticas, dos seres — é tanto um dever quanto uma confissão de ignorância: muito já se perdeu, e muito do que tomamos como verdade talvez esteja errado.

Ao compartilhar seu mundo, o narrador também revela um desejo: receber algo em troca. Não informação prática, mas a esperança de que o lugar de quem lê seja mais gentil que aquele em que vive.

A Humanidade da Terra Una

Os humanos descendem dos Condutores e, embora sejam recém-chegados à Terra Una, são por ela acolhidos. Diferentemente de outras espécies que tiveram eras para se adaptar, os humanos moldaram a terra mais do que foram moldados por ela. Isso se reflete na ausência de divisões baseadas em características físicas. Em qualquer canto do continente, há uma mistura constante de traços, pois foram as tradições e indústrias que se especializaram — não os corpos.

A culinária é uma das maiores expressões dessa adaptação. Outrora, civilizações floresceram ao redor de campos férteis, alimentando cidades imponentes. Com a chegada da última canção da Fome Verde, porém, tudo mudou. As lavouras tornaram-se selvagens e indomáveis, e as tentativas de domesticá-las falharam. Assim, as sociedades se dividiram entre duas formas de existência: sedentarismo extremo em povoados fortificados, ou nomadismo completo, com mobilidade como escudo.

Ainda assim, todas as culturas encontradas possuem formas únicas de se alimentar, mesclando agricultura limitada, caça e coleta. Essas práticas são sustentadas por costumes ou leis sazonais, raramente questionadas. A generosidade da Terra Una, até hoje, parece infinita. No entanto, há sinais de desgaste. Os impostos e arrendamentos do Cartel pressionam comunidades a abandonarem seus métodos sustentáveis. O arrendatário que entrega metade de sua produção a Arka, ou o caçador clandestino que arrisca a vida por sua família, são parte desse novo cenário. E sem os reis verdes para restaurar os campos com canções, o continente começa a dar sinais de cansaço.

Gigantes: Humanos Elevados ou Criaturas de Mistério?

Na mitologia e nos relatos populares, os gigantes ocupam um lugar de reverência e temor. Com mais de cinco metros de altura e expectativa de vida prolongada, são humanos transformados — mas estéreis. Por isso, a maioria é mais velha, já tendo tido filhos antes da metamorfose. Antigamente, apenas próximos dos Anathirens podiam acessar as terras portais, mas hoje basta a aprovação do Cartel para se tornar um gigante.

Por conta de seu tamanho, raramente deixam Arka, a capital fria e isolada onde vivem cercados de luxo e protegidos do câncer por curas ou imunidades desconhecidas. Quando saem, é apenas para supervisionar os recursos do Cartel.

Ainda há mistérios sobre os gigantes. Não herdaram a capacidade dos antigos de manipular a vida com música, mas seu gosto por carne humana é registrado com clareza: magistrados sentenciam prisioneiros à morte. Não se sabe se é compulsão ou hábito, mas a prática existe — mesmo sob a Lei Una.

Os Monstros da Terra Una

Uma pesquisadora do Cartel, especialista em fósseis e artefatos petrificados, acreditava que os monstros atuais representam apenas uma pequena parte da fauna que já existiu. A ideia de um passado repleto de criaturas hoje extintas faz a diversidade presente parecer ainda mais impressionante.

Não sendo especialista na vida ancestral, o narrador limita-se aos monstros do presente — descendentes dos que sobreviveram ao ressurgimento da Fome Verde. Na Era dos Reis, essas criaturas eram moldadas pelos reis verdes através da canção da Fome, criando monstros com estruturas e temperamentos específicos. Com o tempo, o uso dessa arte passou de funcional a extravagante. Após a queda dos reis, os monstros criados se espalharam, e hoje é impossível distinguir os domesticados dos selvagens.

Todas as criaturas são hoje classificadas em oito linhagens, cada uma originada de um Anathiren. A Linhagem do Peixeiro, por exemplo, corresponde aos descendentes de Pekran e sua especialização em monstros aquáticos. Três Anathirens não fazem parte dessa taxonomia porque representam a humanidade: Samhet, Emon e Nin.

Apesar da superioridade atribuída aos humanos, os monstros não são meras máquinas de instinto. Muitos demonstram inteligência, emoção e empatia. O mundo é mais rico por conta deles — e mais parecido conosco do que gostaríamos de admitir.

E como sempre mais uma vez temos uma matéria aprofundando o mundo de WilderFeast RPG. Aqui no MovimentoRPG temos outras matérias tanto explicando o sistema em si, quando do passado da Terra Una, lembrando que esse RPG foi trazido para o Brasil atravéz da CapyCat Games que logo começara a vender o livro para aqueles que não conseguiram apoiar na campanha do Catarse, então espero que tenham gostado e espero vocês na próxima matéria, então até lá.

WilderFeast RPG – Um guia das suas regiões

Olá queridos ferais espalhados pela imensidão da Terra una, atravéz dessa matéria velho lhes oferecer um rápido guia turístico apresentando a vocês um pouco da riqueza que os permeia no nosso querido planeta de Palathem, claro que conhecer os biomas é somente um dos aperitivos que se tem no nosso incrível menu, que para degusta-lo melhor recomento darem um pouco de atenção para as eras passadas nesse outra matéria escrita por esse simples autor afinal se não compreendemos o passado estamos destinados a repetir os erros no futuro

O Mundo Conhecido

Palathem, o quarto planeta a partir do Sol, fica entre Portazhal e Mesokail. Seu único supercontinente, Terra Una, se estende pelo hemisfério norte e é cercado pelo oceano. Poucas embarcações ousam atravessar o equador, pois os leviatãs dominam essas águas. Assim, o hemisfério sul permanece praticamente desconhecido. O continente se divide em três grandes regiões: as terras fulcrais, no extremo norte; as terras provinciais, na faixa temperada; e as terras litorais, que formam o perímetro da Terra Una e incluem todas as ilhas conhecidas.

Terras Fulcrais

Pouca gente habita as terras fulcrais, uma região fria e inóspita. No centro, a Goela se estende como um deserto polar, cercado pelos penhascos íngremes dos Dentes. Juntos, formam a terra infecta, um ambiente hostil e difícil de atravessar. Apesar disso, algumas comunidades sobrevivem na borda sul, onde o clima se torna um pouco mais suportável. Dois enormes corpos hídricos, o Eiskamur e o Mar Vítreo, cortam a paisagem congelada.

Mesmo com tantos desafios, as terras fulcrais abrigam o coração político de Terra Una. A civilização Condutora, extinta há muito tempo, deixou um legado de ruínas que hoje sustentam o poder da região. Os leytrens, suas maiores criações, mantêm o comércio e a comunicação ativos em todo o continente. O arkaicaço, um material brilhante e resistente, continua espalhado por diversas estruturas e fortalece a influência dos que o controlam. No centro de tudo, a cidade abobadada de Arka se ergue no polo, testemunhando a grandeza perdida dos Condutores.

Terras Litorais

As terras litorais cobrem uma extensão vasta e diversa, misturando savanas, chaparrais, selvas e pântanos. Essa região se espalha ao longo do perímetro da Terra Una e inclui diversas ilhas, como a flutuante Ixu Do Mão. A vida prospera nos trópicos, onde calor, umidade e solo fértil criam um ecossistema exuberante. Muitos dos monstros mais icônicos do continente vivem aqui, inspirando brasões aristocráticos e livros ilustrados.

Apesar da abundância de recursos, as terras litorais enfrentam um problema crescente. O frenesi se espalha rapidamente, ameaçando tanto a fauna quanto os habitantes humanos. Essa força caótica transforma a vida em uma luta constante pela sobrevivência.

Terras Portais

As terras portais permanecem envoltas em mistério. Os Condutores navegaram por essa região antes de chegar a Palathem, mas nunca retornaram. Os reis verdes, que dominavam os pórticos e conheciam seus segredos, entravam nessas terras apenas quando necessário. Poucos registros detalham suas experiências, e os que existiam desapareceram com a destruição de Arka.

A explosão que devastou a cidade também reduziu os pórticos a sucata, espalhando fumaça e destruição. Durante séculos, a região permaneceu esquecida, servindo apenas como pano de fundo para lendas e histórias de terror. No entanto, o recente interesse dos gigantes sugere que pelo menos um pórtico voltou a funcionar.

Terras Provinciais

Nas latitudes temperadas, as terras provinciais revelam a grandiosidade de Terra Una. Campos de relva se estendem até o horizonte, enquanto dunas imensas protegem a região das tempestades de areia. Embora grande parte do território fique longe do oceano, o litoral enevoado do Canal Artificial abriga anfíbios monstruosos que ecoam seu coaxar pela paisagem.

No passado, os reis verdes governavam essas terras, espalhando castelos e pórticos dedicados ao deus faminto que veneravam. Suas fronteiras mudavam constantemente, e seus domínios cresciam e encolhiam com o tempo. Quando seu reinado chegou ao fim, a população herdou suas construções e passou a usá-las para sobreviver. Durante a Era dos Monstros, currais abandonados e silos de grãos se transformaram em refúgios. No entanto, a crescente influência do Cartel ameaça mudar tudo. O avanço dos gigantes pode restaurar o antigo propósito dessas ruínas, trazendo de volta um domínio há muito adormecido

Espero que esse ler essa matéria tenha aberto o seu apetite para degustar mais do que WilderFeast RPG tem a oferecer até a data de publicação dessa matéria ainda não se sabe quando mas eventualmente o sistema estará disponível para a compra para aqueles que não conseguiram apoiar no financiamento coletivo, ele vai estar disponível para a compra no site da CapyCat Games que também é a empresa que trouxe esse incrível sistema para as nossas terras brasileiras, mas enquanto esperam fiquem atentos pois mais matérias contando mais sobre o que Palathem tem a oferecer estão por vir então até a próxima!!

Wilderfeast, O RPG que Você Deveria Jogar

Wilderfeast é a nova sensação do momento que abriu sua pré venda, e nesta resenha iremos trazer os motivos pelos quais você deveria jogar.

Afinal, o que é o tal Banquete Selvagem?

Wilderfeast é um RPG que nos apresenta um mundo selvagem chamado Terra Una, repleto de criaturas gigantescas conhecidas como monstros. Esses seres são tão naturais quanto os animais do nosso mundo e refletem seus comportamentos. As criaturas são o foco do jogo, determinando o tom da aventura tanto narrativamente quanto mecanicamente. Se em nosso mundo a morte em massa de abelhas causaria um desastre ecológico na polinização de plantas que alimentam os humanos, imagine o impacto se essas abelhas tivessem seis metros de altura. É aí que entra o trabalho dos jogadores, que assumem o papel de personagens intitulados Ferais, responsáveis por garantir a harmonia da natureza.

 

Ferais e o Papel dos Jogadores

A Terra Una, além de ser um mundo vasto e selvagem, também carrega um tom pós-apocalíptico. Nele os povoados se reúnem em pequenas comunidades rurais, vivendo em certa harmonia com a natureza e os monstros. No entanto, ameaças baseadas na ganância ressurgem em um mundo que já viveu ciclos de destruição em massa. Somente os Ferais conseguem enfrentar essas ameaças, em especial, o Frenesi e o Cartel.

Os Ferais eram humanos que adquiriram a habilidade de consumir monstros em frenesi, absorvendo não apenas a doença, mas também características dessas criaturas. Isso aprimora seus corpos, dando-lhes mais força para enfrentar novas ameaças. Vale destacar que os Ferais não caçam monstros por esporte, mas por necessidade. Um monstro em frenesi desequilibra o meio ambiente e pode potencialmente destruí-lo. Essa devoção e sacrifício pela natureza são a base da filosofia Feral.

 

O Frenesi e a Destruição Expansionista do Cartel

Não se sabe ao certo se o Frenesi é uma doença, maldição, mutação ou uma combinação desses fatores. O que se sabe é que ele não tem cura, e a única forma de desacelerar seu contágio é matando a criatura afetada. Sua origem também é incerta, mas uma coisa é clara, esse mal antigo retornou após o Cartel iniciar seu projeto de reconstrução das megalópoles e grandes centros urbanos, há muito tempo extintos.

Tudo começou quando exploradores humanos encontraram a cidade-nave Arka, perdida no tempo. Junto com ela, descobriram uma forma de se tornarem gigantes. Ao fazerem isso, assinaram uma carta declarando a criação de um poder soberano acima das leis dos clãs e dos reis, dedicado ao avanço do comércio e da ciência. Assim, iniciaram o projeto de transformar Arka no centro tecnológico e urbano do mundo.

No entanto, a expansão dos gigantes do Cartel começou a afetar o ecossistema da Terra Una. A destruição de habitats de monstros importantes para a cadeia alimentar e o desmatamento de florestas para a construção de cidades, baseadas na tecnologia perdida da nave Arka, geraram um desequilíbrio ambiental. Agora, os Ferais precisam combater o Frenesi, que afeta diversas regiões, ao mesmo tempo que lidam com os problemas causados pelo Cartel.

 

A Mecânica e a Estrutura de Jogo.

Wilderfeast utiliza um sistema de rolagem de testes simples, direto e divertido. Os personagens possuem Estilos e Habilidades, e os testes são feitos com dados de seis faces (d6). Resultados de 5 e 6 são considerados sucessos. A quantidade de dados a ser rolada é igual ao número que o Feral possui no estilo utilizado. As habilidades acrescentam seu valor diretamente no resultado do dado ou no dado de ação. Com um sucesso, o jogador rola o dado de ação para medir o grau de sucesso e quanto maior o valor, melhor o resultado da ação. O dado utilizado na ação depende de como o jogador escolheu realizar o teste: como humano, “Segurando a Onda”, ou como monstro, “Virando o Bicho”.

O Lado Humano e o Lado Bicho

Ao fazer um teste, o jogador deve escolher antes da rolagem, se vai agir como humano controlando seus instintos, ou se vai ceder ao seu lado monstruoso. No primeiro caso, os dados de estilos permanecem inalterados, e o dado de ação é um d8. Já no segundo, o jogador remove um d6 da pilha de rolagem e usa um d20 como dado de ação. Isso reduz as chances de sucesso, mas aumenta potencialmente o grau de sucesso. Apenas um sucesso é necessário para realizar a ação, mas sucessos extras permitem ativar traços ou habilidades dos Ferais.

 

A Estrutura de uma Aventura

As aventuras de Wilderfeast são estruturadas em quatro fases. A primeira é a fase livre, que foca na interação do grupo com o mundo. Em seguida, vem a fase de trilha, onde os jogadores rastreiam o monstro pelas áreas do mapa enquanto exploram sua biodiversidade. A terceira fase é a caçada, que concentra-se no combate contra o monstro. Por fim, mas não menos importante, temos o banquete, momento em que o grupo reúne os materiais coletados na fase de trilha com a carne obtida na caça para preparar um banquete. Esse ritual homenageia o sacrifício da criatura e estabelece o vínculo entre o grupo e a natureza.

É importante destacar que as regras do jogo e sua estrutura focam totalmente nas criaturas desse mundo e em como elas interagem com ele. Cada caçada reflete a vitalidade do mundo e o impacto que humanos, monstros e gigantes têm naquela sociedade. Sem dúvida, esse é o ponto alto de Wilderfeast.

 

Por fim

Um jogo perfeito para iniciantes e crianças, a introdução e sua temática junto das regras garante um jogo simples e divertido.
A pré venda de Wilderfeast ja esta disponivel no site da CapyCat, so entrar na Loja CapyCat e garantir o seu! Quer jogar Wilderfeast e outros RPGs de Mesa e não tem amigos para jogar? Considere entrar na comunidade de discord da CapyCatGames onde temos mesas e conteúdos homebrew feito pelos membros.

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