Movimento RPG
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Liga das Trevas

Forças – Esferas de Mago: A Ascensão

“Você acha que a gravidade é uma lei? É um convite. E eu aceitei.”

— Robert AngierO Grande Truque (2006)

Ah, a Esfera das Forças… É como aprender a sussurrar aos elementos antes de gritar com os céus. Sente-se, acenda sua vareta de incenso e ouça. Isso não é só sobre jogar raios ou apagar fogos.

É sobre entender a dança invisível que mantém o mundo girando — e então pisar no ritmo.

Vou lhe contar um segredo: toda magia começa com ver o que os outros ignoram.

As Forças não são exceção. Você quer controlar o fogo?
Primeiro, precisa enxergar o calor que emana dele, sentir a energia se contorcendo como um animal adormecido.

Quer dominar o vento?
Escute o canto das correntes de ar antes de tentar montar nelas. É assim que começa.

Primeiro Degrau: Os Olhos que Enxergam o Invisível

Imagine que você está em uma sala escura. Um leigo vê apenas escuridão.

Você, com o primeiro toque das Forças, enxergará o calor dos corpos, a energia estática nos fios da parede, até o fraco brilho da radiação cósmica no ar.

Não é magia ativa — é como afinar seus sentidos para a sinfonia das energias.

Uma vez, em Cairo, usei isso para encontrar um vampiro escondido.

Ele achou que a escuridão o protegeria, mas seu corpo frio era uma mancha de ausência no meu campo de visão energético. Não precisei de feitiços complexos. Só… prestei atenção.

Isso é o primeiro passo, a Percepção. Você não mexe, só observa. Mas sem isso, você é um pintor tentando criar uma obra-prima no escuro.

Segundo Degrau: A Mão que Molda a Chama

Agora, vamos sujar as mãos. No próximo estágio, você começa a interagir.

Não crie nada ainda — trabalhe com o que já existe.

A vela na sua frente tem uma chama fraca? Aumente-a até virar uma tocha. Ou diminua até ser só uma brasa.

O vento está soprando para o leste? Curve-o levemente para norte, como quem ajusta as velas de um barco.

Lembra-se daquela vez em que você tropeçou no templo de Tlaloc?

Se estivesse nesse nível, poderia ter desviado a energia cinética da sua queda — transformado o tombo em um passo suave.

É útil, mas limitado. Você precisa de matéria-prima. Sem fogo, sem vento, sem luz… bem, você fica de mãos vazias.

Uma dica: magos preguiçosos morrem cedo.

Se você só sabe manipular o que está ali, precisa ser criativo.

Uma lanterna quebrada ainda tem bateria? Extraia a eletricidade e faça um choque.

O som do seu suspiro? Amplifique-o até virar um rugido.

A Força é uma parceira exigente — ela quer que você pense.

Terceiro Degrau: O Artífice das Tempestades

Aqui, você para de ser um “ajustador” e vira um “criador”. Não precisa mais da vela. Crie fogo do nada, mesmo no meio do oceano.

Faça o ar vibrar com trovões em um dia claro. Ou — meu favorito — conjure uma esfera de plasma que brilha como um sol em miniatura na sua mão.

Sim, é tão perigoso quanto parece. Uma vez, um colega imprudente tentou controlar um raio sem calcular a trajetória. Resultado? O santuário inteiro virou cinzas.

Mas nas mãos certas… Ah, nas mãos certas! Já vi uma maga derrubar um helicóptero com um único estalo de eletricidade direcionada.

Este é o nível onde você para de brincar e começa a lutar. Escudos de força pura, feixes de energia que furam aço, até manipulação sutil da gravidade — tudo isso está ao seu alcance.

Mas cuidado: quanto mais você cria, mais o Paradoxo cochicha no seu ouvido.
A realidade não gosta de quebra-cadeias.

Quarto Degrau: O Maestro do Caos

Chegando neste nível, você deixa de ser um “artesão” e vira um “arquiteto”. Não se trata mais de uma única força, mas de sistemas inteiros.

Imagine orquestrar uma tempestade: vento, chuva, raios, pressão atmosférica — tudo coreografado por seus gestos.

Ou dobrar o espaço para teleportar um objeto, não pela Via das Dimensões, mas esticando a energia cinética até ela “pular”.

Já ouviu falar da Torre de Tesla em Budapeste? Um mestre de Forças a manteve pairando por três dias, usando campos eletromagnéticos entrelaçados. Claro, ele pagou com anos de sua vida pelo Paradoxo… mas foi lindo enquanto durou.

Aqui, você brinca com coisas que a maioria chama de “leis da física”.

Crie um campo de força permanente em sua casa, transforme um deserto em um vale fértil manipulando correntes de ar e calor, ou — se for louco o suficiente — acelere partículas até simular um pequeno Big Bang.

Mas lembre-se: quanto maior o feito, maior o preço.
O Universo cobra juros altíssimos.

Quinto Degrau: O Tecelão do Cosmos

O ápice… A maestria absoluta das Forças. Aqui, você não é mais um mero mortal. Você se torna um “deus menor”, capaz de reescrever as regras fundamentais.

Extinguir estrelas? Sim. Criar um buraco negro no seu quintal? Por que não? Transformar toda a energia de uma cidade em pura luz, deixando só sombras para trás? Já foi feito.

Conheci um mago que, num momento de desespero, congelou a energia cinética de uma explosão nuclear. Tudo parou — o fogo, a radiação, até o som.

Parecia que o tempo havia parado. Mas quando ele liberou… bem, digamos que o Paradoxo o engoliu como um lobo faminto.

Neste nível, você não manipula forças. Você as redefine. Pode tornar a gravidade irrelevante em um planeta, fazer a luz viajar mais devagar que um caracol, ou até se fundir com o próprio vácuo quântico.

Mas isso não é poder — é uma tentação. Poucos resistem sem perder o que os fazia humanos.

A Dança das Chamas

Você quer mesmo seguir esse caminho? Então ouça isto: “as Forças são um espelho“.

Elas revelam quem você é. Um pirômano irresponsável se tornará um incêndio ambulante. Um estudioso paciente talvez domine até a fusão fria.

Comece pequeno. Aprenda a sentir o calor da sua própria respiração antes de tentar domar um vulcão.

E nunca, nunca subestime o Paradoxo. Ele não é um inimigo — é um lembrete. Toda vez que você distorce as regras, a realidade distorce você de volta.

Agora, apague a fogueira. Use seu conhecimento para absorver o calor das chamas e deixe só brasas. Assim… Viu? Não precisa ser espetacular. Só… eficiente.

Isso é Forças, aprendiz. Caos com precisão. Arte com consequências. E se você respeitá-la… bem, o mundo pode virar seu brinquedo. Ou seu caixão. A escolha é sempre sua.


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Autor: Álvaro Bevevino.
Revisão: Raquel Naiane.

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