Anteriormente na Missão Artêmis 10, Franklin e Hubbard descobriram algo muito estranho sobre a Inteligência Ícaro. As consequências de suas descobertas podem ser irreversíveis, os tripulantes serão capazes de passar por esses conflitos? Fique agora com a Missão Artêmis Parte 11.
A capitã Duke estava preocupada, em todos os anos em que acumulou experiências, finalmente estava diante de um desafio complexo o suficiente para sua mente analítica e meticulosa, ao seu lado Dean Franklin estava inquieto, mantendo seu foco em desenrolar a teia de problemas atrelados a sua descoberta, já Mike Hubbard demonstrava nitidamente seu abalo diante dos desdobramentos envolvendo a Ícaro. Os três caminhavam rapidamente para a ponte de comando, pois o silêncio da inteligência artificial demonstrava a seriedade da situação na qual estavam. Duke poderia tentar contato direto com a Hermes, mas rapidamente refutou essa possibilidade tendo em vista que poderia abrir uma nova ponte de comunicação para “algo” ou “alguém” não bem definido até o momento, mas que estava dentro daquela nave. O fato comprovado consistia em evidências de algum tipo de interferência intencional, que demonstrava sério interesse em desestabilizar as ações dentro da nave e isto levava ao questionamento sobre quais os próximos passos da Ícaro.
Antes que pudessem chegar à ponte, Cochran entrou em contato “…capitã, preciso de sua atenção por um momento. Tenho umas leituras estranhas aqui. Melhor nos encontrarmos no setor de manutenção energética que explico melhor…”
Diante do pedido, os três tripulantes apressaram-se em buscar Cochran, que havia acatado as ordens da capitã em tentar manter certas rotinas comuns à manutenção dos variados sistemas a bordo. Ao chegarem no ponto acordado, observaram a exobióloga remexer manuais enquanto comparava dados projetados à sua volta. Ao notar a presença de todos, logo apontou o problema “…capitã, há uma série de pequenos erros nos códigos de programa de variados sistemas. Não fui treinada para fazer essas correções e esse tipo de problema deveria ser resolvido pela Icaro. No momento isso não acarreta grandes problemas, mesmo porque os sistemas vitais para manutenção de vida estão operacionais, mas se não for resolvido vai dar uma grande dor de cabeça e quando digo isso, me refiro a tantas possibilidades que prefiro não enumerar. O que estranhei mesmo, foi que todos surgiram no mesmo instante minutos atrás …”. Ao ouvirem o relato Franklin e Duke se entreolharam, enquanto Hubbard se sentou ao lado de Cochran para ver em que poderia contribuir para resolver o problema. Antes que pudessem debater sobre a situação, os quatro tripulantes repentinamente ficaram estáticos com a queda de energia dentro da nave. Todos os sistemas abruptamente foram desligados, todos os meios que poderiam garantir o funcionamento alternativo também cessaram. As luzes de emergência acenderam-se imediatamente e por alguns segundos todos, sem exceção ficaram ali quietos. O silêncio parecia enlouquecedor e foi Duke que cortou aquele momento de tensão posicionando a arma de maneira que pudesse responder a qualquer ameaça. Em uma situação de crise, alarmes e rotinas seriam prontamente colocadas em ação, mas aquilo fugia de todos os cenários simulados que tivera experimentado. Duke, rapidamente refletiu sobre a segurança das câmaras Lenora 9 de hibernação criogênica, pois se a pane tivesse atingindo-as haveria muito mais pelo que lamentar.
Em plena prontidão, a capitã deu ordens para todos se moverem, percebeu em contrapartida breve hesitação motivada pelo medo, rapidamente acendeu luzes do traje que estava usando e pediu para todos andarem agachados em fila atrás dela.
A medida que andavam, Duke tentou acessar os sinalizadores que houvera instalado, garantindo a vigilância sobre o isolamento que ordenou, porém notou falha na comunicação, com aviso de erro aparecendo recursivamente no visor de seu traje. Manteve tal dado guardado para si, pois já havia muita preocupação sobre aqueles que a acompanhavam. O caminho não era longo, mas o peso do silêncio e a opressão do desconhecido eram palpáveis e extenuantes demais. A cada passo a temperatura caía e ao chegarem na porta de acesso perceberam o motivo. Ela estava aberta, de seu interior gases gélidos se espalhavam em todas as direções, inclusive congelando áreas anexas a porta, imediatamente a capitã fez sinal para se afastarem e ela adentrou vagarosamente a câmara observando tudo à sua volta. Lá dentro, luzes piscantes e chiados altos se misturavam ao temor instaurado. À medida que se aproximava das câmaras de hibernação percebeu que não havia nenhum sinal de tripulantes. Aqueles indicados ao sono, não estavam nos locais em que deveriam, restavam apenas esquifes platinadas abertas em plena falha de funcionamento, que por sua vez, inundavam o lugar com gases congelantes.
Duke olhava para tudo à sua volta, iluminando tudo que podia a partir de seu traje, procurando naquele caos alguma resposta para o que estava ocorrendo e durante essa busca percebeu algo em meio a nuvem de vapores que tomava a câmara. Percebeu um corpo parcialmente congelado. Rapidamente reconheceu o psicólogo Ethan Mack. Duke tentou retirá-lo da área mais fria, mas notou que não havia sinais vitais. Ao contemplar o rosto dele viu pontos de sangramento do nariz, olhos e ouvidos, os cristais carmesins gerados pelo frio não escondiam a face de alguém que faleceu em extrema agonia. A cena, não trazia respostas, apenas mais perguntas. Para Duke restava reagrupar, mas seu corpo urrava querendo assumir uma postura primal de autopreservação. Duke respirava fundo e recuperava em sua mente a concentração para resolver o conflito que ali se instaurava, porém antes que pudesse recobrar o controle de si, notou luzes de emergência e o som pesado da porta da câmara fechando-se rapidamente.
Foi inútil a reação corporal em evitar seu isolamento…
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O Perigo Vindo à Cosmonave – Parte 11 – Missão Artêmis
Autor: Jefferson de Campos.
Revisão de: Isabel Comarella.
Montagem da capa: Douglas Quadros.
Montagem da capa: Iury Kroff.