Board Games que os RPGistas vão amar – Taverna do Anão Tagarela #124

Douglas Quadros e Karina Cedryan desbravam o mundo dos jogos de tabuleiro para trazes opções que os rpgistas vão gostar. Nessa taverna você terá dicas sobre jogos que podem ser jogados enquanto você espera por seus colegas, boardgames com temáticas de RPG e até opções para substituir mesa! Vem conhecer os boardgames que os rpgistas vão gostar.

A Taverna do Anão Tagarela é uma iniciativa do site Movimento RPG, que vai ao ar ao vivo na Twitch toda a segunda-feira e posteriormente é convertida em Podcast. Com isso, pedimos que todos, inclusive vocês ouvintes, participem e nos mandem suas sugestões de temas para que por fim levemos ao ar em forma de debate.

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E-mail: contato@movimentorpg.com.br – Tem dúvidas sobre alguma coisa relacionado a RPG? Mande suas dúvidas para nosso e-mail.

Board Games que os RPGistas vão amar

‎Host: ‎ Douglas Quadros

‎Participantes:‎ Douglas Quadros e Karina Cedryan

Arte da Capa:‎‎ ‎‎Raul Galli.‎

 

 

Board Games e RPG – Taverna do Anão Tagarela #107

Na Taverna do Anão Tagarela, exploramos a profunda ligação entre board games e RPGs. Desde suas origens, essa influência tem sido notável. Nesta taverna, convidamos você a descobrir essas conexões, onde board games e RPGs contam histórias, imergem em mundos elaborados e se inspiram em diferentes gêneros, proporcionando uma experiência cativante para os jogadores.

A Taverna do Anão Tagarela é uma iniciativa do site Movimento RPG, que vai ao ar ao vivo na Twitch toda a segunda-feira e posteriormente é convertida em Podcast. Com isso, pedimos que todos, inclusive vocês ouvintes, participem e nos mandem suas sugestões de temas para que por fim levemos ao ar em forma de debate.

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Board Games e RPG

‎Host: ‎ Douglas Quadros

‎Participantes:‎‎Douglas Quadros ‎| Karyna Cedryan

Arte da Capa:‎‎ ‎‎Raul Galli.‎

Mascarade – O Baile dos Segredos

Século XIII. Durante um extravagante baile de máscaras fantasias escondem identidades e intenções. A nobreza, o clero e até camponeses se movimentam pelo salão, nesse festejo de mentiras, disfarces e sutilezas.

 

Que Jogo é Esse?

Mascarade é um jogo de cartas, ideal para jogar numa mesa cheia. Blefe, dedução e argumentação são os caminhos para tentar descobrir quem é quem nessa dança misteriosa.

O objetivo é conseguir a maior quantidade de dinheiro enquanto bailam seus segredos. Cada personagem detêm uma habilidade diferente e debaixo das máscaras, você pode ser qualquer um…

Roube moedas, troque (ou não) as cartas de seus oponentes, gere intriga e desconfiança enquanto junta sua riqueza. Vence quem conseguir primeiro acumular 13 moedas. Ou quando algum dos jogadores perder todo seu dinheiro, nesse caso, vence quem tiver mais moedas.

São 13 personagens diferentes que ilustram as belíssimas cartas de Mascarade. Independentemente de quantos jogadores estiverem na partida, você sempre saberá quais personagens foram convidados para o baile, o desafio é saber quem é quem.

 

Pra Quem é Indicado?

Para pessoas acima de 10 anos. Ideal para quem gosta de jogo de blefe, papéis escondidos e interpretação de personagens. Quanto mais imersivo, melhor fica a experiência.

 

Pra Quantas Pessoas?

Quanto mais gente, melhor! Pode ser jogado de 2 a 13 pessoas. Em 2 jogadores, as regras mudam um pouco mas segue o baile…

 

Quanto Tempo de Jogo?

As partidas duram em média 30 minutos. De acordo com o número de participantes as danças podem ser mais longas ou mais rápidas, depende da mesa.

 

Ainda não tem certeza?

Se interessou por Mascarade?! Esse e muitos outros jogos você pode alugar para jogar em casa! A Jogaderia está alugando os mais de 200 jogos do seu acervo. Veja mais clicando aqui!

E aí? Curtiu? Quer ver mais resenhas nossas sobre board games relacionados com RPG? Tem aqui no Movimento RPG.

 

 

Dungeon Roll

Dungeon Roll é um jogo rápido, de batalhas, baseado em RPGs. Como o nome sugere, ele representa bem a exploração de uma masmorra (dungeon) em um RPG medieval fantasia. Aqui você controla um grupo de aventureiros lutando buscando tesouros e lutando com monstros.

 

Ficha técnica

O jogo vem num baú pequeno (cabe na mão). Dentro dele vem um tabuleiro, diversos dados, marcadores e fichas de heróis. Os dados representam os jogadores típicos de um RPG (mago, clérigo, etc…) e também monstros clássicos (até com o temível dragão). Além de outros elementos bem característicos como baús, poções e heróis. 

O grande destaque do Dungeon Roll é exatamente que ele é totalmente temático de RPG desde sua caixa até seus elementos. É o mesmo sentimento que tenho com Munchkin: sinto que estou vivendo uma parte do universo do RPG que uma das minhas favoritas – as batalhas!! O jogo já nasceu clássico, parece um mini D&D.

É possível jogar de 2 à 4 jogadores e tem um modo solo (com missões específicas). As partidas são rápidas, com média de 15 à 20 minutos. É um jogo simples de entender, diversão para todas idades e todos os gostos. O jogo é vendido pela Galápagos, mas se você quiser experimentar antes de comprar, a Jogaderia tem o Dungeon Roll para alugar (a dica é para quem é aqui de Floripa).

 

Como jogar

O objetivo do jogo é acumular o máximo de experiência. Para isso você irá jogar os seus dados e sortear o seu grupo inicial. Você usará esse grupo para enfrentar três dados de masmorra por vez. Estes dados de masmorra pode revelar um monstro ou te dar uma poção ou ainda um baú. Cada elemento deste tem algumas regras específicas, mas, de forma geral, você precisa lidar com esses dados.

Quando você termina, você pode escolher ir para a taverna (não abrir novos dados) ou ir para outra masmorra (e enfrentar outros três dados). São as lutas e os elementos que você ganha nos baús que lhe dão experiência. Você também tem um herói que te dá poderes especiais. Os baús e poções te ajudam a enfrentar mais monstros. Você precisa correr para ganhar pontos mais rápido que os adversários ou completar as missões do modo solo. 

 

Parece massa, mas vale à pena mesmo?

Vale demais! Hehehehe. Vou te contar o porquê. O jogo é altamente re-jogável porque depende da sorte dos dados e da sua estratégia. Ele é bem versátil já que posso jogar o modo solo e o modo com grupos. É divertido demais, leve, fácil de aprender e de jogar. Além de tudo, ele fica lindinho na prateleira!

Se você é jogador de RPG vale em dobro. Ele vai te dar aquele prazer gostoso de estar em uma luta clássica, enfrentando monstros COM A MÃO CHEIA DE DADOS! E ele ainda é um aliado dos grupos de RPG mesmo, pois podemos usar para aquecer o grupo, enquanto esperamos alguém chegar e já ir entrando no clima.

Avalon – o jogo das tretas

Hoje eu vim falar sobre The resistance: Avalon. Um jogo baseado em intriga, dedução, raciocínio rápido, manipulação, blefe e interpretação. Um jogo que não tem meio termo: ou você ama, ou você odeia. E quem ama como eu, tá sempre falando dele e tentando trazer mais gente para mesa! Olhem o meu bebezinho aí na foto:

 

É um jogo de tabuleiro, que um grupo menor tenta vencer um grupo maior. Devemos  descobrir quem é quem para garantir o sucesso/falha da missão. Com uma temática fortemente medieval, imersivo e com personagens que precisam se passar uns pelos outros. Assim é uma ótima pedida para o seu grupo de RPG! Tanto para aquele momento que não rola uma partida, quanto para exercitar um pouco nossas habilidades.

Nesse sentido, a Gen Con 2020 também explorou essa conexão entre board game e RPG. Aqui na nossa cobertura do evento, falamos disso na palestra sobre o desenvolvimento do perfil de jogador no Brasil. Então vamos conhecer um pouco melhor o game. 

 

Que jogo é esse?

Originalmente o jogo se chama “The Resistance” e sua temática era de guerra. Porém, posteriormente, foi lançada uma versão com a corte Arturiana, com o subtítulo Avalon. Particularmente, como grande fã das lendas arturianas e criada a base de Brumas de Avalon, acho que a temática deste, com os personagens que já conhecemos e amamos, ajuda muito na imersão do jogo. Além disso, o jogo incluiu novos poderes para personagens, tornando-o ainda melhor. Nele podemos interpretar Percival, Merlim, Morgana, Mordred e Oberon.

Aqui no Brasil temos acesso a uma versão atualizada do The Resistance, que vem com cartas especiais (seguindo toda a mecânica de Avalon), porém com a temática de guerra. É vendido pela Galápagos. Mesmo com a versão brazuca sendo de guerra, muitos jogadores conhecem o Avalon e preferem importar o jogo, porque a temática realmente faz diferença na experiência.

Existem alguns jogos com temáticas similares, tal como Lobisomem, Máfia e Cidade dorme. Algo que diferencia estes de Avalon, é que em Avalon ninguém é morto, todos jogam até o final. Aqui nós definimos esse tipo de jogo como treta’s game (ai podemos citar vários que poderiam entrar né: Coup, Lobisomem por uma noite, Máfia Cubana… mas esse não é o assunto de hoje).

 

Ficha técnica

Vou tentar não me aprofundar em muitos detalhes do game, até porque existem diversos roleplays online (indico esse aqui) para que vocês possam entender melhor como funciona. Vou focar no essencial para vocês entenderem a experiência geral. Deem uma olhada nos componentes do jogo:

 

O jogo comporta de 5 à 10 jogadores, porém não aconselho a jogar com menos de 7 pessoas na mesa. Fica mais difícil trocar e esconder informações e ele perde parte da graça. O tempo médio é 30 minutos, entretanto varia bastante dependendo do grupo, de como inicia a partida, etc… 

 

O básico das regras

Os jogadores são a corte do Rei Arthur, ele não está presente, por isso haverá sempre um regente. A corte precisa formar equipes para irem em missões. Existem dois grupos de personagens: o time azul, composto de pessoas do bem, que querem o sucesso das missões; e o time vermelho, composto de traidores. 

O time azul (de forma geral) não conhece quem são os vermelhos. Já os traidores se conhecem e tenta trabalhar em conjunto para enganar os outros jogadores. As rodadas acontecem em duas etapas. Primeiro o regente da vez escolhe um time. Todos os jogadores indicam se concordam ou não com o time, de forma aberta. Aqui a maioria precisa aprovar. Se não passar, o regente é o próximo no círculo e ele monta um novo time. Depois, apenas quem está na missão, vota secretamente se ela será um sucesso ou falha. Aqui basta UM vermelho votar pelo fracasso da missão.

A maior parte dos personagens são minions, sem poderes especiais. Mas temos personagens com mecânicas e poderes específicos (6 ao todo, cada um com suas regras e influências no jogo). Vou falar do Merlin, como exemplo, porque ele é essencial para o game. O Merlin conhece desde o início a equipe vermelha e ele precisa convencer seu time a confiar nele e colocar as pessoas certas. Porém ele não pode se mostrar demais, ou será fácil identificar quem ele é, e ele será morto.

Há duas formas do vermelho ganhar: ele pode conseguir falhar 3 (das 5 missões) ou, se o azul conseguir 3 sucessos, ele pode assassinar o Merlin. O azul ganha se der sucesso em 3 missões e o assassino errar quem é o Merlim. 

 

Como funciona na prática

Na primeira rodada, o time começa sem muitas informações, mas logo começamos a especular toda e qualquer ação. “Porque você colocou fulano no time?”, “Porque você votou contra esse time?”, etc… O jogo real acontece nas discussões que temos, a partir das escolhas e resultados do game. A intriga, as mentiras e as acusações começam a aumentar rapidamente e é necessário muita lógica para entender quem é quem. Você precisa prestar atenção em tudo que é feito, votado e dito na mesa. E se você é vermelho, é hora de fazer MUITA manipulação. 

Aqui também é importante ressaltar que o jogo tem mecânicas para te ajudar neste momento. Normalmente incluímos mais personagens especiais (a escolha do grupo) e ainda tem a Dama do Lago, que serve para um jogador descobrir o time do outro. Cada grupo vai escolher quais destes elementos fazem o game ficar mais interessante.

Em Avalon você irá interpretar o personagem da sua carta, mas sim o personagem que você deseja que o grupo acredite que você é. Se você é vermelho, vai se passar por azul. Se você é do time azul, pode tentar se passar por Merlim, para confundir o assassino. Esse é um ótimo exercício de role play, que inclusive funciona muito bem para quem não se sente tão a vontade num RPG (sabe aquelas dúvidas que falamos aqui sobre como começar a role play). No Avalon a interpretação sai mais natural. 

 

Quem vai curtir?

Ele é considerado um party game, mas olha… Tá longe de ser um jogo levinho que você vai levar nas festinhas. Avalon é muito mental e precisa de um grupo que esteja bastante a fim de ser desafiado dessa forma. É para aqueles que gostam de “treta”, de usar sua análise em alto nível e se sentem confortáveis em blefar e mentir durante um game. Além disso é preciso muita estratégia durante toda a partida para fazer o seu time ganhar. O fator sorte influência apenas no início do jogo.

Não é um bom jogo se o grupo guarda rancor. É sério! Eu já estive em uma mesa que achei que meu melhor amigo era azul, ele olhou no fundo dos meus olhos, apelou para nossa amizade e pediu minha confiança. Eu acreditei (minion azul trouxa e estúpida) e era tudo mentira. Já vi gente brigar feio em partida de Avalon, muito pior que em War. Então o grupo precisa topar deixar a briga para trás a cada partida (afinal a pessoa que te sacaneou há 10 minutos atrás, pode ser do seu time agora). E olha aí: é um jogo para desenvolver comunicação, resiliência e inteligência emocional.

 

Análise Final

Avaliando detalhes do boardgame, o Avalon é bonito, bem trabalhado com o tema (aqui estou falando da versão arturiana, já a versão de guerra, como eu disse, acho sem graça). Ele é um jogo com poucos itens, sem miniaturas por exemplo, mas também de custo menor. Ele é altamente rejogável. Primeiro pelo tipo de game: não tem como você decorar o jogo. Segundo porque sua dinâmica muda dependendo da quantidade de jogadores e dos personagens especiais que você inclui, além da Dama do Lago. Ainda tem um bônus, quanto mais você joga, mais intenso o jogo fica. Ele proporciona altas doses de diversão, com o grupo certo, além de ser intenso e desafiante. 

Os contras do jogo são: ele depende de um número alto de jogadores (quantas vezes conseguimos reunir de 7 à 10 pessoas?); e ele não é para qualquer um. Conheço muita gente que simplesmente odeia jogar. Também não é um jogo de entrada para novos jogadores. Na verdade a experiência é melhor para quem já está mais habituado a jogar e conhece as pessoas da mesa. Do contrário pode ser intimidante e frustrante. É comum a sensação de não sabe o que se está fazendo, em sua primeira partida. Já vi relatos bem sucedidos de utilizar ele como party game com grupos inteiros novos e inexperientes, mas na minha experiência não é, nem de longe, uma opção segura.

Eu jogo toda semana, com um grupo constante, e a gente se diverte muito. Agora na quarentena estamos jogando online, com menos possibilidades de personagens e, mesmo assim, toda partida é divertida, insana e intensa. Não enjoamos nunca.

Gen Con 2020

A “Geneva Convention” ou Gen Con é uma das maiores e mais conhecidas convenção de jogos de mesa (board games, RPG e card games) do mundo. O criador da convenção é o mesmo que criou o nosso queridinho Dungeons and Dragons, Gary Gygax. Este ano tivemos a sua 42º edição, e a Gen Con 2020 foi totalmente online e com muitas palestras em português (além de mesas, lançamentos, entre outros).

A Gen Con 2020 teve assuntos para todos os gostos: muita coisas sobre jogos, sistemas, novidades e por aí vai. Teve também muitos seminários sobre evolução e dinâmicas de jogos, para quem queria entender melhor o hobby. E ainda seminários falando sobre diversidade e criação de espaços seguros em jogos. 

Eu assisti diversas palestras com temáticas sobre diversidade, história, dinâmicas e aplicações de jogos no desenvolvimento de pessoas. Então tenho uma visão parcial do evento, mas achei excelente tudo o que eu vi. Todas as palestras eram com pessoas que manjam muito do hobby e dos assuntos. Aprendi mais nesses 4 dias, do que em anos jogando por aí!

Neste sentido foi maravilhoso e tem muita palestra que está no youtube, só fuçar (e procurar por Gen Con 2020 no youtube hehe).

Mas nem tudo são flores. Na verdade toda a experiência com o site da Gen Con 2020 foi bem ruim. O site em si é bem pouco intuitivo. Não vou contar tudo o que deu errado, porque escreveria uma resenha. Mas resumindo: mesmo eu me inscrevendo no dia anterior, perdi duas palestras só porque não fazia ideia de como entrar. Mesmo quando eu achei o passo a passo e segui, não era tão simples saber onde entrar. Cada host fez de um jeito e você tinha que ir no bate-papo para ver por onde ia ser. 

Não foi só comigo, acompanhei três pessoas que queriam ver as palestras e desistiram pelo processo complexo, contra-intuitivo e desnecessariamente longo. Existe muito evento online acontecendo, com um monte de alternativa tecnológica, deveriam ter pensado melhor na experiência do usuário. 

 

 

Palestras Gen Con 2020

Dinâmicas de jogos o que acontece durante o jogo

Quem tava: Joshua Kritz.

A palestra foi sobre o que é a dinâmica dos jogos. Essa foi uma palestra mais técnica, trazendo bastante conceitos e metodologias. Inclusive foi a única que assisti que tinha uma apresentação de slides. Parece ter sido mais planejada para quem trabalha com desenvolvimento de jogos.

O palestrante começou definindo o que é a dinâmica dos jogos. Aqui ele entende que a dinâmica é a interação entre mecânica e jogadores. Joshua indica que é importante falarmos sobre a dinâmica porque o jogo se diferencia de outros entretenimentos exatamente pela alta interação que ocorre nele.

Ele analisa os jogos com a metodologia MDA (Mechanics, Dynamics and Aesthetics). Através dessa análise conseguimos aprender mais sobre a experiência do jogador. Então ele explorou elementos que podem mudar o que acontece no jogo (história de vida do jogador, experiências anteriores no jogo, temática do game, entre outros). 

O que ele demonstra é que o jogo (elementos, regras, mecânicas) pode gerar diversas respostas diferentes e aí está a dinâmica. E isto deve ser estudado durante a produção dos jogos. Na verdade a dinâmica é determinante para a experiência do jogador, que é, no fim das contas, o mais importante do game.

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui. 

 

Jogando Conversa – Jogos de mesa e desenvolvimento de pessoas

Quem tava: Galápagos, 3DTPartners, Simple Experiências, LDrago.

A palestra falou sobre o desenvolvimento de pessoas através de jogos de mesa, tanto em empresas quanto em escola (mas com foco maior no desenvolvimento profissional). O papo foi SENSACIONAL. Para mim que sou do RH, foi um deleite. Porque a gente que joga sabe o quanto nos tornamos melhores através dos jogos, mas as vezes a gente não consegue descrever isso tão bem.

Vamos há alguns tópicos da palestra:

O que o jogo ensina?

– Lidar com o inédito
– Criatividade
Seguir regras
– Comunicação
– Estratégia

A reflexão importante é que toda a nossa educação é baseada a aprender fatos (passados). E nosso trabalho exige um saber fazer. O jogo trabalha com a aplicação de nossos conhecimentos e o desenvolvimento de competências.

Quando falamos da realidade em uma empresa, o jogo pode ser uma excelente ferramenta para o RH. Quando jogamos, mostramos a nossa essência, não existe hierarquia, estamos em um ambiente com regras totalmente diversas da organização. Por isso o jogo proporciona um tipo de convivência, que nenhuma outra atividade permite. 

Onde podemos usar jogos?

– Recrutamento e seleção (eles contaram um case com Ticket to ride)
– Desenvolvimento de cultura
– Desenvolvimento da marca empregadora (employer branding)
– Team Building
– Melhorar a experiência do colaborador 

O assunto do momento em RH é a experiência do colaborador (employee experience) e uma cultura centrada no colaborador (employee-centring). Existe muita gente começando a aplicar esses conceitos e um monte de estudos falando disso. E os jogos ajudam demais. Os cases apresentados na apresentação sempre falaram de excelentes feedbacks de quem participou.

Ah, ainda rolou alguns jogos durante o seminário. Nós jogamos “Só uma” e “Story cube”.

 

A evolução dos jogos de tabuleiro ao longo da História

Quem tava: Eduardo Felipe (Podcast Jogada Histórica), Jack Bezerra (Canal Dados do Tabuleiro).

Aqui foi uma sessão bem histórica mesmo. Os caras passaram desde os primeiros jogos do mundo até nossa atualidade, trazendo uma linha de influência e desdobramentos dessa evolução.

Eles começaram contando dos primeiros jogos de tabuleiro no mundo (senet, jogo real de Ur, entre outros). Alguns desses jogos tem mais de 2 mil anos. Diversos países do Oriente (como Pérsia, Egito e Iraque) tinham jogos similares. O gamão é considerado um sucessor de todos estes jogos e ele foi importado para o ocidente (como diversos outros elementos dessas culturas). 

Falaram também de como os jogos também investiam em temáticas que eram importante para época. O Go e o Xadrez, por exemplo, vinham de uma temática de estratégia de guerra. Ou seja, ensinar através do jogo, é tão antigo quanto jogar. 

Aí eles contaram sobre como os elementos de tabuleiro, peças e dados foram sendo usados e evoluídos ao longo dos anos. Também deram destaque para a evolução do baralho, que é uma plataforma para diversos jogos diferentes.

Depois eles trouxeram alguns jogos clássicos, como Monopoly e Batalha Naval. Um dos momentos de nossa história recente em que surgiram vários jogos (adivinha?) foram as guerras mundiais. Tem até uma classificação de “jogos de guerra”, que simulavam batalhas. Estes jogos ficaram bastante famosos durante bastante tempo (nós tivemos o “War”).  Durante este período era comum jogos que duravam horas.

Depois falaram da transição para a atualidade. O Catan é um grande marco, por ser um jogo que explodiu no mundo inteiro e começou a abrir mercado para os considerados “jogos modernos”. Ai eles comentaram mais sobre os jogos atuais e suas diversidades.

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui. 

 

Empoderamento feminino nos boardgames

Quem tava: Natalia Avernus do Board Game GirlsPatrícia Nate do Lady LúdicaFernanda Sales da Joga ManaMonique Garcez do BG das MinasCynthia Dias.

Nessa palestra as participantes discutiram sobre a importância de espaços femininos dentro do board game e de empoderarmos as mulheres que jogam. O hobby é muito mais comum entre os homens (cenário que está sim mudando) e, muitas vezes, isso acaba afastando mulheres dos jogos.

Primeiro, é claro, um ambiente composto majoritariamente por homens é mais tendencioso ao machismo. Todas relataram diversas situações neste sentido e posso garantir, como jogadora assídua, que é muito comum. São piadas, comentários e as vezes até ataques diretos.

Mas mesmo quando não enfrentamos o machismo diretamente, a gente pode não se sentir à vontade. Primeiro porque tem muitos homens e a gente se sente meio por fora, esquisita. Segundo porque é comum que eles sejam jogadores assíduos e a gente sinta que não é capaz de jogar as mesmas coisas. É aquela velha mentalidade que algumas coisas são só para meninos (e que, inconscientemente, nos faz achar que certas coisas não são para nós).

Todas as participantes contaram suas ótimas experiências com grupos para mulheres (e outras minorias). Alguns desses grupos são exclusivos, mas também têm grupos que são mistos, mas focados na receptividade para elas. Um exemplo muito legal da diferença de ter um grupo assim,  é a receptividade para que as mulheres levem seus filhos, algo que é comum e incentivado nestes espaços.

Elas trouxeram que os grupos exclusivos são uma maneira de criar uma rede segura de inserção no hobby e de discussão de temáticas diferentes. Ou seja, é uma maneira de integrar (e não segregar, como alguns críticos dizem).

A palestra teve 2 horas, é difícil expressar tudo, mas as histórias de criação dos grupos é muito representativo da vivência difícil de ser mulher em board games. Eu também já tive um grupo exclusivamente de mulheres e posso dizer que é outro clima de receptividade. Até porque o propósito não é apenas jogar, mas unir.

Torço para que o público tenha sido bem misto! Para todos escutarem as histórias incríveis.

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui.

 

Panorama RPG e Educação brasileira nos anos 2020

Nessa palestra participaram professores e pesquisadores, que utilizam o RPG como ferramenta de ensino em sala de aula. A conversa foi muito interessante.

Eles começaram falando de porque usar o RPG em sala de aula. O primeiro ponto é que ele é uma metodologia ativa. Ou seja, o aluno participa e aprende para resolver problemas. Uma reflexão bem interessante aqui é que a escola coloca o aluno diante de problemas que já foram resolvidos, o RPG coloca ele diante de problemas novos. Aqui ele se desenvolve integrando diversos temas, dialogando, com possibilidade de imersão.

Outro ponto super importante é como engajar os alunos, fazerem com que eles se interessem por estar em sala e por aprender. Aqui o RPG (e qualquer jogo) ajuda trazendo a educação conectada com o entretenimento e diversão. A reflexão que eles propuseram é porque a educação é separada da diversão?

Depois eles contaram como aplicam o RPG em sala. Trazer o RPG precisa ser um projeto bem construído de educação. Ele não deve ser uma atividade especial, usada em apenas uma aula, mas uma construção coletiva, ao longo de um período. Um exemplo é toda aula a turma jogar durante alguns minutos, resolvendo um problema. 

Os professores também indicaram que é interessante construir até mesmo o jogo (sistema de regras) com os alunos, já que assim toda a ideia fica adequada para turma (as temáticas que eles também valorizam) e a experiência de construção conjunta é de ponta a ponta.

Essa palestra foi muito incrível, porque todo mundo ali é apaixonado por RPG e já aplicou a ferramenta de forma incrível. Um exemplo é a Virgínia Codá que acabou de publicar o estudo dela sobre o RPG como ferramenta de divulgação da ciência. Não é maravilhoso? Que venham muito mais iniciativas e estudos como esses!

 

Desenvolvimento do perfil do jogador de board games no Brasil

Quem tava: Sandro CampagnoliDiego AlfaroWillian BoitGustavo Lopes. 

Essa palestra esteve bem focada em comentar sobre o perfil de jogador do Brasil (como diz o título). 

O primeiro destaque deles foi o Zombicide, que na avaliação deles, foi um jogo que fez os jogos modernos serem popularizados no Brasil. Para eles o jogo se tornou muito popular porque a temática de zumbis estava em alta no nosso país (por conta do sucesso de The Walking Dead), o jogo é visualmente muito interessante e o jogo é cooperativo (e, por isso, amigável para novos jogadores). 

Eles indicam que jogos de uma linha mais americana (que costumam envolver mais sorte) fazem bastante sucesso no país, especialmente dessa linha do Zombicide, que eles chamaram de “american trash”. Esses jogos também são atrativos para quem joga videogame, atraindo novos jogadores para o hobby. Os jogos modernos tem atraído também os jogadores de RPG (porque vamos combinar que é difícil jogar RPG sendo adultos). 

Hoje o cenário é bem diverso. Eles citaram uma pesquisa que rodou entre jogadores assíduos. Eles fizeram uma divisão entre jogos americanos, europeus (mais ou menos complexos), party games, family games. O resultado foi que, com esse público, os preferidos são os jogos de família e os jogos mais complexos. Já o party game ficou em último na classificação.

Eles ressaltaram que os party games tem um papel super importante, especialmente em grupos que não costumam jogar muito. Ou seja, hoje, no Brasil, temos espaço para todo tipo de jogador e o hobby do board game está crescendo muito. Não dá mais para falar em UM perfil, mas em diferentes tipos de jogadores. 

Para assistir a palestra na íntegra é só clicar aqui.

 

LGBTI+ Jogando Sem Medo: Espaços de Joga Convidativos para Todes

Quem tava: Dan Paskin – Se jogaCarol Gavino, Felipe Bracco – Magic: The Gathering LGBT+, Libia Caetano, Páris, Rod Mendes.

O painel começou com os palestrantes contando quando perceberam sua identidade diferente da maioria e as experiências boas e ruins em se reconhecer daquela forma. Eles falaram um pouco sobre sua vivência, os preconceitos que viveram e vivem, além de como foi contar aos amigos e familiares suas identidades.

Depois eles passaram para a temática de como o mercado hoje tem absorvido as novas demandas. A participação cada vez maior de pessoas diversas no hobby tem surtido efeito no mercado. Exemplificaram com o Zombicide mudou uma miniatura de zumbi que aparecia a calcinha da personagem. O próprio chat deu exemplos de respostas que o mercado tem dado, a tornar todo o conteúdo mais respeitoso e cuidadoso.

Porém o mercado ainda tem agido de forma responsiva: os jogadores indicam problemas e as editoras mudam. Ainda estamos construindo essa consciência coletiva de cuidado com temáticas e representações. Para isso toda a comunidade precisa escutar mais como é a vivência de outras pessoas, que diferem do seu ponto de vista, e serem mais receptivos!

 

Avaliação final sobre a Gen Con 2020

Fica um gosto amargo de descaso com nós, espectadores nesta Gen Con 2020, mas tudo valeu a pena para assistir esse povo lindo falando coisas tão incríveis. Tomara que eles mantenham sempre uma alternativa de presença online e temas em português! Mas que melhorem a forma de acessar as palestras também.

 

Para visualizar mais coberturas de eventos como este, é só clicar aqui! 

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