Crystal Heart – Guia de Criação de Personagem

Tranquilos pessoal? Hoje faremos um personagem em Crystal Heart, que se utiliza do sistema Savage Worlds Edição Aventura – SWADE. Na verdade, faremos um agente da Syn utilizando como base meu personagem da Guilda, o Cysgod, um elfo patrulheiro (ranger).

O Agente

Após ser recrutado e sobreviver ao implante de suporte, Cysgod sabe que, além do dinheiro que receberá, ser um Agente Syn é a coisa certa a ser feita. A maioria das pessoas não tem o preparo nem a sorte que ele para se defenderem. Como um humano (não há outras raças no cenário), Cysgod pode manter sua principal característica, que é sua agilidade. Assim, seguindo o Passo 1: Terra Natal, Cysgod nasceu em Maseia, com seu clã vivendo entre as montanhas do Poleiro e a lagoa Ninho Azul. Por isso, recebe um dado a mais em Agilidade, iniciando com um D6 e podendo chegar a d12+1.

Maseianos vivem uma liberdade limitada por seu clã, com regras rígidas e cheios de expectativas sociais. Isso não condizia com a natureza mais libertária de Cysgod e, acreditando que teria maior liberdade obedecendo a Syn que seu clã, Cysgod conseguiu autorização para se inscrever na Agência.

Cysgod é ágil e resistente, e tem uma inteligência mais natural do que vinda de estudos. Assim, seus atributos iniciais são Agilidade d8, Astúcia d6, Espírito d6, Força d6, Vigor d6.

 

Perícias

No Segundo Passo define-se suas características, tendo 5 pontos em atributos e 12 pontos para perícias, além de um dado gratuito nas perícias básicas do cenário: Atletismo, Canalizar Cristal, Conhecimento Geral, Furtividade, Lutar, Perceber e Persuadir. Na prática, totalizando 19 pontos de perícia.

No cenário de Crystal Heart existem apenas as seguintes perícias, além das básicas ditas acima: Atirar, Cavalgar, Conhecimento Acadêmico, Conhecimento Batalha, Curar, Dirigir, Engenharia, Idiomas, Intimidar, Ladinagem, Navegar, Performance, Pesquisar, Pilotar, Provocar, Sobrevivência.

Cysgod possui uma alma caçadora, adora atirar com o arco, embora também possua uma espada. Ele sabe se localizar muito bem nos ermos, arrumar comida pelos campos e se posicionar em combate. Não se destaca socialmente, de nenhuma forma, entretanto, não é um inepto e costuma saber quando se impor ou não. Possui o básico em outros conhecimentos, como cuidar de animais, cavalga-los e se curar.

Assim, Cysgod tem: Atirar d8, Atletismo d6, Canalizar Cristal d4, Cavalgar d4, Conhecimento Batalha d6, Conhecimento Geral d4, Curar d4, Furtividade d4, Intimidar d4, Lutar d4, Perceber d4, Pesquisar d4, Persuadir d4, Sobrevivência d6.

 

Incrementando o Agente

Inicialmente, o agente já possui uma vantagem por ser humano, o Antecedente Arcano (Canalizar Cristal) e a Complicação Voto Maior: Código do Agente por ser um Agente Syn. Além desses o personagem pode escolher até 4 pontos em Complicações, podendo pegar, assim, vantagens extras.

Algumas complicações não fazem sentido para o cenário ou, então, para agentes Syn. São elas: Analfabeto, Ganancioso, Guiado, Incrédulo, Pobreza e Sanguinário. Já as Complicações Forasteiro, Inimigo, Lento, Obrigação, Procurado e Um Braço Só foram alteradas de alguma forma para melhor se encaixarem no cenário. Há, também, quatro novas Complicações temáticas do cenário.

Cysgod é impulsivo e, frequentemente, atira antes de pensar. Mantém, também, os dentes ou garras de suas presas num colar e, muitas vezes, se põe em risco para guardar seu souvenir. E, por fim, procura ser leal a seus aliados e companheiros, mesmo daqueles que não gosta. Por isso escolhi as Complicações Impulsivo (Maior), Hábito (Menor) e Leal (Menor) para representar esses traços da personalidade do Cysgod.

As Vantagens Arma Predileta, Aristocrata, Comando e Conexões possuem funcionamento diferentes no cenário e várias outras não podem ser utilizadas. A principal destas é Antecedente Arcano, visto que só há, no mundo, a magia dos Cristais. Duas novas Vantagens colorem o cenário juntamente com novas Vantagens Culturais, de Poder, Profissionais e Estranhas.

Cysgod sempre treinou com seu arco e, embora seja treinado em várias armas marciais, tem um ótimo domínio com seu arco, tendo várias proezas em seu curto currículo. Assim, Arma Predileta (+1 em Atirar e Aparar), Maseiano – ritual de passagem e Atirador (+1 em Atirar ou desconsidera certas penalidades) são ótimas escolhas para representar esse domínio com o arco. Já a Vantagem Maseiano (que permite influenciar a história sem gastar Benes) representa sua sorte, ligação com a natureza e determinação.

 

Passos Finais

A Syn fornece todos os equipamentos básicos necessários. Entretanto, algumas vezes é necessário equipamentos diversos do padrão. Assim, Cysgod possui um Arco Maseiano e uma espada Corte Maseiana, além de três trajes sob medida, uma mochila com equipamentos básicos modernos e essenciais, luvas e um recipiente para a coleta de Cristais. Para os equipamentos extras Cysgod, como padrão, tem 1 ponto de Requisição.

Para montar a equipes é necessário a determinação de um Supervisor e do treinamento em equipe. Essa parte é muito mais de interpretação do que dados e números.

Por fim, é necessário escolher qual seu Cristal inicial. E mesmo podendo pegar um Cristal de nível Experiente (ao custo de 1 ponto de Requisição), não há opção melhor para Cysgod que o Cristal Ricochete. Ele concede Mãos Firmes, o que ignora penalidades por plataformas instáveis (ótimo para atirar em movimento); entretanto Cysgod sempre estará jogando alguma coisa em outra coisa, o que é uma Peculiaridade irritante para os outros. O Cristal também tem o Modo Ricochete e Mira Certa, aumentando a efetividade de Cysgod com arcos e seu foco em poucos tiros que sejam efetivos e mortais.

 

Ficha Cysgod

Finalizando a ficha de Cysgod ficará assim:

Atributos: Agilidade d8, Astúcia d6, Espírito d6, Força d6, Vigor d6.

Perícias: Atirar d8+2, Atletismo d6, Canalizar Cristal d4, Cavalgar d4, Conhecimento Batalha d6, Conhecimento Geral d4, Curar d4, Furtividade d4, Intimidar d4, Lutar d4, Perceber d4, Pesquisar d4, Persuadir d4, Sobrevivência d6.

Movimentação: 6; Aparar 5; Resistência 5.

Complicações: Impulsivo (Maior), Hábito (Menor), Leal (Menor), Peculiaridade (através do Cristal)

Vantagens: Arma Predileta, Maseiano – ritual de passagem,  Atirador

Equipamentos: Cristal Ricochete, Arco Maseiano e uma espada Corte Maseiana. Além dos itens citados anteriormente.

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Guia de Criação de Personagem – Pepper & Carrot

Neste post você confere o guia para a criação de personagem no RPG Pepper & Carrot.

Pepper & Carrot é um jogo de RPG sobre pequenos bruxos, aventura, mascotes, seres mágicos e muita diversão.

A Macaco Dumal Hobbies, conseguiu um financiamento coletivo de sucesso e trouxe o RPG para o Brasil. Ele é baseado na webcomic de mesmo nome do autor: David Revoy. 

Pepper & Carrot traz com ele um sistema único, chamado de Spice System, criado por Fabiano Saccol. Nele o d6 é o único dado a ser usado, juntamente com a soma de algumas perícias e atributos. Um jogo fácil e moldado para se jogar principalmente com crianças. 

Como criar seu personagem em Pepper & Carrot? 

O mundo de Hereva, por onde Pepper juntamente com Carrot vive suas aventuras é um mundo mágico e fantástico. Neste mundo existem todos os tipos de seres, aqueles bons, neutros e maus. Outros pequenos, médios e grandes! Enfim, uma imensidão sem fim. 

O seu personagem é um aventureiro, nunca se esqueça disso. Agora que você conhece um pouco sobre o cenário, vamos criar seu bruxo de Hereva! 

 

1 Passo: Escolhendo seu Povo! 

Em Pepper & Carrot, existem diversos povos, dentre eles: Humanos, Fadas da Lua, Elfos da Primavera, Elfos do Verão, Elfos do Outono, Pixies, Naanitas e Furrianos. Escolha um dos povos e adicione também uma Habilidade do povo que você escolheu. ( Furrianos tem 2! )

Hoje vou dar vida a Getúlio, um humano! Getúlio é um jovem que se dá bem em todos os lugares e situações, então escolhi a Habilidade: Adaptável. E também tem 4 pontos para comprar habilidades que vamos comprar mais adiante.

2 Passo: Vocações!

Você escolhe a vocação do seu personagem, como se fosse a classe em outros RPGs por aí. Escolha entre: Bruxas, Cadetes, Mascates, Noviços e Exploradores. Adicione os feitiços ou as habilidades de cada classe descrita no livro. Você também ganha perícias e pontos para comprar novas perícias! 

Getúlio é um Explorador! Tenho direito a escolher uma habilidade, então, escolhi: Noção do Perigo. Agora os monstros não ganham uma rodada extra, caso eles nos embosquem em uma catacumba! Além disso, Getúlio também possui Habilidades por ser Explorador: Persuasão 1, Esportes 1, Furtividade 1, Percepção 1 e Exploração 1. 

Mas Getúlio precisa usar seus 4 pontos para melhorar suas Habilidades, então ele vai comprar: 2 em Exploração e 2 em Esportes. Ficando com: Persuasão 1, Esportes 3, Furtividade 1, Percepção 1 e Exploração 3.

3 Passo: Distribua os Atributos.

Pepper & Carrot nos dá 6 atributos base: Força, Vigor, Destreza, Inteligência, Empatia e Esperteza. Você tem os seguintes pontos para distribuir: 3,2,2,1,1,1. Faça o seu melhor, pense no seu personagem como um todo. Os atributos são autoexplicativos, então nem preciso comentar o que é cada um.

O Explorador Getúlio tem: Destreza 3, Vigor 2, Esperteza 2, Inteligência 1, Empatia 1 e Força 1. Ele ainda está no começo das suas explorações, portanto, ainda tem muito a aprender, mas ele é um jovem rápido! 

4 Passo: Saúde, Movimento e REA.

A saúde é calculada Vigor +1. O movimento é o valor de Destreza +3. E a REA é o valor mais alto do seu atributo, no caso, 3. REA aqui neste mundo é como chamam a mana, pois toda a magia vem da realidade.

Getúlio então tem Saúde 3, Movimento 6 e REA 3! Getúlio é um grande corredor e se movimenta rápido pelos corredores das masmorras buscando os artefatos mágicos de Hereva. 

5 Passo: Mascote!

Não há aventureiros sem um mascote! ( Menos os Furrianos, eles não possuem mascotes. ) Então, você deve escolher o seu parceiro de aventura e selecionar dois traços positivos e dois traços negativos. ( São muitos traços, então escolha com calma! ) Os mascotes aqui servem além de enriquecer a interpretação, para o uso de críticos positivos e negativos. 

Getúlio tem como mascote uma joaninha chamada Cumin. Ela é gentil e valente, porém, seus traços negativos são: manhosa e teimosa. O que combina muito com a personalidade de Getúlio, já que ele também é gentil e valente e às vezes manhoso e um pouco teimoso!

6 Passo: Sua Ferramenta Mágica!

Você tem 5 pontos para comprar uma única ferramenta mágica para seu personagem. Essa Ferramenta é necessária para que você desbrave o mundo de Hereva e também use a magia ao seu favor. 

Getúlio tem um Acessório ( 1 ponto ). Um colar que ele achou no sótão de sua casa, este colar é um Ótimo Colar ( 4 pontos ) e possui a habilidade de Despertador, que pode animar qualquer objeto que ele tocar por uma hora. 

7 Passo: Kits, Equipamentos e Recursos!

Todo personagem começa com um kit à sua escolha. Também, todo personagem tem suas economias e além dos equipamentos que levam consigo na aventura. Para o recurso de economia chamado Ko, rola-se os dados: Noviços: 1d6 x 10 / Mascates: 3d6 x 10 / Bruxas, Exploradores e Cadetes: 2d6 x 10.

Getúlio e Cumim então pegam seu Kit do Explorador, seus 40 Ko e partem em rumo ao desconhecido. Infelizmente, Getúlio não tem dinheiro algum para comprar algum novo equipamento ou algum outro item importante para sua aventura. 

8 Passo: História e Detalhes finais.

Agora com seu personagem pronto, você pode definir a história do seu personagem. Com quem ele vive, para onde ele quer ir, quais os desejos dele, qual a maior inspiração. Família, entes queridos, amigos e tudo mais. Deixe a imaginação fluir e esteja preparado para uma grande aventura em Hereva!

O Explorador Getúlio e sua joaninha Cumin, moravam junto da avó de Getúlio: Dona Gertrudes. A avó era bastante rabugenta e implicante com o garoto, e ao invés de Getúlio sentir raiva, ele desenvolveu uma personalidade extremamente gentil para com os outros e para com sua avó. Após fazer uma faxina no sótão de sua casa, ele encontrou o colar mágico e decidiu então a partir daquele momento que seria um Explorador e colecionador de itens mágicos. Juntou suas coisas e partiu em uma aventura em Hereva, junto de se Cumin e seus outros amigos.

Eu me diverti muito criando esse personagem! Acredito que o RPG já começa na criação de ficha, afinal, é uma parte muito divertida. Eu recomendo muito jogar esse sistema se você tem crianças em casa, apresente o RPG para seus filhos e joguem junto deles! Reúna todos os sobrinhos e sobrinhas e monte uma mesa em Hereva e você verá que a felicidade não está tão longe quanto se pensa que está! 

Aproveita que o PDF está de forma gratuita lá no site da Macaco Dumal Hobbies.


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Guia de Criação de Personagem – Shadowrun Sexto Mundo

Nesse post você acompanha um Guia de Criação de Personagem para Shadowrun Sexto Mundo, que é a nova edição de um dos jogos de interpretação na temática cyberpunk mais populares de todos os tempos.

 É um jogo de RPG futurista, com um cenário próprio, inclusive um muito interessante, o nosso mundo!

Isso mesmo, Shadowrun Sexto Mundo e todos seus antecessores tratam de uma terra distópica, onde a magia retornar e adormece, em ciclos milenares, e agora ela está desperta e muito ativa.

Para quem está habituado com a criação de personagens em Shadowrun 5ª Edição, em Shadowrun Sexto Mundo, vai se sentir em casa.

Quem jogou Shadowrun Anarchy sem jogar seus predecessores vai se sentir um pouco perdido, porém os conceitos continuam, já as regras são mais complexas.

Por exemplo, em Anarchy, temos personagens criados com base em conceitos, já em Shadowrun Sexto Mundo, temos muito, quase tudo, das regras da 5ª edição.

Contudo achei o processo de criação de personagem em Shadowrun Sexto Mundo mais simples do que na sua versão anterior, o que é ótimo, já que a complexidade desse processo é visto como um ponto negativo.

Mas vamos ver alguns detalhes abaixo.

Criando seu Personagem:

A criação de personagem em Shadowrun Sexto Mundo ficou um processo um pouco mais simples que a 5ª Edição, mas segue os mesmos passos, dessa forma, como de praxe, em nosso guia de criação de personagem, vamos criar um personagem jogável de Shadowrun Sexto Mundo.

Você pode utilizá-lo como seu personagem, bem como um NPC.

Assim, vamos seguir com o processo criativo.

1. Defina seu papel e quem é você

Então você quer ter um Shadowrunner! (Ou Incursor das Sombras)

Isso é muito legal, contudo temos que passar por alguns passos para que isso seja possível, e o primeiro deles é decidir qual o seu papel no mundo dos corres e, no fim das contas, quando a m****a bater no ventilador, quem realmente é você.

Defina que tipo de runner você vai querer ser. Shadowrun não tem classes, você pode ser o que quiser ser, mesmo que isso seja uma salada de frutas de perícias e habilidades.

Especializações

Contudo, existem 4 tipos de especializações para você escolher, elas são:

  • Especialista Arcano: É a pessoa que toca o Astral, tem afinidade com a magia, dentro dessa especialização existem os magos plenos (ou magistas), os magistas aspectadaos, os adeptos, os adeptos místicos e os tecnomantes.
  • Face: Esse é o cara das palavras, pra que sujar suas mãos se você pode sair de uma situação desastrosa só na conversa?
  • Samurai Urbano: É o contrário do Face, ele vai atirar primeiro, destruir primeiro, explodir tudo primeiro, e depois, se sobrar alguma parte sua que possa responder, ele vai fazer algumas perguntas.
  • Especialista em Tecnologia: Aqui temos os caras que cominam a tecnologia, em resumo temos os hackers, que tentam abrir caminho digital a força para conseguir seus objetivos. E os fusores, que fundem sua mente com a máquina.

Lembre-se, você não precisa escolher uma coisa só e focar nela, pode ter um pé aqui, ou ali, quem sabe.

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Vamos criar nosso personagem então, o nome dele é D’Arc e desde muito jovem teve seus primeiros contatos com espíritos, que conversavam com ele.

Dessa forma, ele vai ter um pé no Astral, vai ser desperto para a magia, mas não como um mago, sua forma de sentir a magia é mais introspectiva, ele é um adepto.

Histórico

Você precisa pensar também no passado, presente e futuro do seu personagem, como:

  • Onde ele nasceu?
  • Onde foi criado?
  • Treinou com alguém ou aprendeu nos percalços da vida?
  • Onde seu personagem está agora?
  • Como ele se sente com as sombras que rodeiam esse mundo? (Drogas, racismo, injustiças, trafico e até mesmo, assassinato)

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D’Arc foi criado por sua família, em um muquifo na parte sul da Metrópole, sua mãe trabalhava em faxinas para pessoas com maior poder aquisitivo e seu pai, trabalhava em uma fábrica de armas, uma subsidiária pequena da Ares.

Dessa forma, seu tempo livre e solitário em casa era dividido entre brigas de rua para conseguir um dinheiro extra com as apostas e conversar “sozinho”. 

Ele cresceu acostumado com a violência e maldade do mundo, com as corporações e pessoas ricas sugando a vida das mais pobres.

Agora, depois que saiu de casa, ele está motivado a mudar o rumo das coisas.

2. Selecione as Prioridades de personagem

Nesse passo você precisa selecionar as prioridades do seu personagem, exatamente a mesma coisa que na 5ª edição.

Você distribuirá 5 prioridades, A, B, C, D, E. Sendo uma para cada item da tabela de prioridades, Metatipo, Atributos, Perícias, Magia ou Ressonância e Recursos.

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Para nosso personagem, vamos fazer a seguinte distribuição de prioridades.

A – Atributos – 24 pontos
B – Magia – Magia 3
C – Perícias – 20 pontos
D – Metatipo – com 4 pontos de ajuste
E – Recursos – 8.000 Neoyenes

1. Prioridade – Metatipo

Aqui você deve escolher qual será o seu metatipo, repare que nem todos os metatipos estão em todas as prioridades. Por exemplo, nas prioridades A e B, não há humanos ou elfos, então se você pretende jogar com uma dessas raças, sua prioridade máxima aqui é C.

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Decidimos colocar a prioridade de metatipo como D, assim, D’Arc é um ork, adepto, iniciando sua vida de runner. Com isso, ele ganha 4 pontos de ajustes, que podem ser gastos tanto nos atributos normais, como nos especiais.

Faremos isso logo abaixo.

2. Prioridade – Atributos

Cada prioridade lhe dá uma certa quantidade de pontos para serem gastos em atributos, respeitando os limites do seu metatipo.

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Decidimos colocar a prioridade A, dessa forma, D’Arc tem 24 pontos para distribuir nos atributos da tabela acima, respeitando os limites do metatipo Ork.

Por fim ficará dessa forma, em parênteses os pontos gastos em cada atributo:

Corpo: 5(4) / Agilidade: 5(4) / Reação: 3(2) / Força: 6(5) / Vontade: 4(3) / Lógica: 3(2) / Intuição: 3(2) / Carisma: 3(2) / Trunfo: 1

Os 4 pontos de ajustes colocaremos da seguinte forma:

Vontade +1 ponto
Trunfo +3 pontos

Ficando no fim, dessa forma nossos atributos:

Corpo: 5 / Agilidade: 5 / Reação: 4 / Força: 6 / Vontade: 5 / Lógica: 3 / Intuição: 3 / Carisma: 3 / Trunfo: 4

3. Prioridade – Perícias

Suas perícias definem o que você sabe fazer e o quão bem você as sabe. Dependendo da prioridade que você colocar, ganhará pontos para distribuir nas perícias abaixo.

Armas de Fogo, Armas Exóticas, Astral, Atletismo, Biotec, Cracking, Combate Corpo a Corpo, Convocação, Eletrônica, Encantar, Engenharia, Exteriores, Feitiçaria, Furtividade, Influência, Percepção, Pilotar, Tarefa e Trapaça

Para cada perícia, na criação do personagem, você pode escolher uma especialização, ao custo de 1 ponto.

Isso te dá +2 dados na jogada em que envolva a sua especialização.

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D’Arc é treinado principalmente em combate desarmado e armas de fogo, também aprendeu a pilotar com as crianças outras crianças do bairro.

Colocamos prioridade C nas perícias, o que nos dá 20 pontos para distribuir. Suas perícias ficam assim:

Armas de fogo 5, Atletismo 2, Combate Corpo a Corpo 5, Exteriores 2, Percepção 2, Furtividade 1, Eletrônica 1, Astral 2

4. Prioridade – Magia ou ressonância

Cada prioridade em Magia ou Ressonância lhe dá um valor fixo de Magia ou Ressonância, na criação de personagens você deve escolher se quer ter acesso a magia ou aos poderes de tecnomante.

Após escolher magia ou ressonância, você deve escolher entre os tipos de magos disponíveis, pleno, aspectado, adepto e adepto místico.

Os pontos de magia ou ressonância podem ser aumentados com o uso dos pontos de ajuste ou com o gasto de carma.

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Como um adepto, D’Arc não tem muito acesso ao plano Astral, ele só consegue ver e conversar com seu mentor espiritual pelos anos de treinamento, e possivelmente porque seu mentor assim o quer. 

Ele tem pontos igual à sua Magia (antes de qualquer alteração com pontos ajuste ou carma) que usam para comprar pontos de adepto.

Dessa forma, como colocamos prioridade B para Magia, temos 3 pontos para comprar poderes.

No fim, essa é a lista de poderes:

Armadura mística 2 (0,5), Correr na parede (0,5) Percepção Astral (1),  Pulso de Adrenalina 2 (0,5) Sentido de Combate 1 (0,5)

5. Prioridade – Recursos

Essa prioridade é bem simples de ser compreendida, não tem nenhum mistério. O nível de prioridade que você colocar aqui, será o quanto de dinheiro que irá ganhar para gastar no seu personagem. Se precisar de mais dinheiro, é possível depois trocar Carma por neoienes, durante a criação do personagem.

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Para D’Arc, colocamos a prioridade E para recursos, o que nos deu só 8.000,00 Neoienes para gastar com equipamentos.

3. Adquira Qualidades

Esse é um processo muito interessante, você pode adquirir suas qualidades pensando nos combos que quer fazer ou com o conceito do seu personagem.

Só precisa lembrar que não pode ter mais do que 6 qualidades, negativas ou positivas e não pode passar de 20 pontos ao todo.

Por exemplo, tenho 4 qualidades que somadas dão 22 pontos, posso ter mais 2 qualidades, mas já passei do limite de 20 pontos, dessa forma, preciso tirar uma qualidade ou pegar uma qualidade negativa de 2 pontos ou mais.

Decido por pegar uma qualidade negativa de 2 pontos, dessa forma volto ao limite de 20 pontos e fico com 5 qualidade, sendo 4 positivas e 1 negativa.

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D’Arc foi basicamente criado sozinho, como seus pais sempre trabalhavam muito, ele teve que cozinhar e se virar para sobreviver.

Também participava de lutas nas ruas para conseguir algum dinheiro extra e ajudar sua família.

Dessa forma, as qualidades dele seriam:

Alto Limiar de dor (7 pontos), Cura Rápida (8 pontos), Resistência a Toxinas (12 pontos)

Isso nos dá um total de 27 pontos, temos que pegar alguma qualidade negativa.

A que se enquadra perfeitamente é Dependentes 2 (10 pontos), porque seus pais ainda estão vivos e D’Arc manda dinheiro periodicamente para eles.

Assim ficamos com 3 pontos sobrando, vamos pegar Mente Analítica (3 pontos) e finalizamos essa parte.

4. Gaste Carma de Personalização

Na criação do personagem, você ganha 50 pontos de carma para gastar na criação do seu personagem de Shadowrun Sexto Mundo.

O gasto desses pontos segue as regras da página 70 do livro, Progressão de Personagens, mas você pode ver um resuminho aqui ao lado.

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Para o nosso personagem D’Arc, vamos aumentar o seu nível no atributo Magia, que atualmente é 3.

Vamos aumentá-lo para 5, com isso gastaremos um total de 45 pontos de carma.

Passando o nível de Magia para 5, ganhamos mais 2 pontos de poder para gastarmos comprando poderes de adeptos.

Por fim, ficam 5 pontos de carma sobrando, com esses pontos, compraremos uma especialização na perícia Combate Corpo a Corpo. A especialização será Lâminas.

5. Compre equipamentos

Essa é a parte em que você vai gastar mais tempo em Shadowrun, isso em qualquer edição. Quanto mais dinheiro você tiver, mais tempo vai precisar para escolher tudo que você pode ter.

Além disso, com o gasto de Carma, você pode ter ainda mais dinheiro, então, escolha com responsabilidade onde você joga seus Neoienes. E não esqueça que você precisa pagar mensalmente pelo seu estilo de vida, senão você vai pro olho da rua.

–//–
Não percorreremos a parte da compra de itens neste guia de criação de personagem, já que isso permite muitas considerações e opções.

Vamos deixar essa parte para você se divertir, os equipamentos do D’Arc estarão na ficha dele, ao fim desse guia.

6. Etapas Finais

Enfim chegamos as etapas finais, nesta parte da criação de personagem você escolherá seus contatos, suas perícias de conhecimento e idioma, além dos cálculos finais que compõem a ficha.

Dessa forma, vamos tratar deles abaixo, resumidamente.

Contatos

São essenciais na sua vida de runner, então escolha bem e sabiamente. Você tem dois níveis de contatos, que são Conexão e Lealdade.

Para compor seus contatos e seus níveis de conexão e lealdade, você tem um total de Carisma x 6 pontos. Lembre-se esse total é para gastar em ambos os níveis, e nenhum nível pode ser superior ao seu carisma.

Você tem alguns exemplos de contatos na página 218 do livro, em Amostra de Contatos, mas nada impede de você criar os seus, em conjunto com o narrador.

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D’Arc tem Carisma 3, o que nos dá um total de 18 pontos a serem gastos com contatos.

Dessa forma, ele tem os seguintes contatos:

Médico de Rua (C3/L3), Xamã/Mago (C3/L3), Policial de Rua (C2/L2), Sr. Johnson (C1/L1).

Perícias de Conhecimento e Idioma

Essas perícias não são utilizadas diretamente em testes, já que não possuem níveis. Elas são utilizadas para compor testes que você fará.

Por exemplo, se uma personagem tiver conhecimento de Sistemas de Segurança e realizar um teste de Percepção para analisar o exterior de uma instalação corporativa, seu teste pode dar a chance de ver onde câmeras estão localizadas e por onde as patrulhas passam.

Já os idiomas é quantas línguas você fala, por padrão você começa com seu idioma nativo, pode comprar outros com carma ou com os pontos bônus.

Estes pontos bônus são iguais ao seu nível no atributo Lógica, e seu total é gasto em ambas as coisas, perícias de conhecimento e idiomas.

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D’Arc tem Lógica 3, dessa forma tem 3 pontos para gastar em perícias de conhecimento e idiomas.

Decidimos então que as pericias de conhecimento em Arcana e Fabricantes de Armas.

Além disso, ele tem mais um idioma, o Or’zet,  que é o idioma dos Orks, ensinado pelo seus pais, nos poucos momentos que estavam juntos.

Cálculos Finais

Agora vamos aos finalmentes.

Nível de Ataque (NA)

É sua precisão, facilidade e eficácia em combate, normalmente é associado a uma arma, mas esse é o valor básico. O cálculo é Reação + Força para alcance perto.

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D’Arc tem Reação 4 e Força 6, então seu NA é 10.

Nível de Defesa

É o quanto você está preparado para sofrer um golpe. Basicamente some seu nível de Armadura ao Corpo.

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D’Arc tem corpo 5, seu nível de Armadura é xxxx, dando um total de ND

Iniciativa

Você utiliza isso sempre que precisar entrar em combate ou se já estiver em um. O cálculo é some sua Reação + Intuição para o valor básico e adicione +1d6. os d6s podem variar com o uso de magias, poderes e implantes.

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D’Arc não possui implantes, isso diminuiria sua magia e, consequentemente seus poderes de adepto.

Dessa forma, seu valor base de iniciativa é 7 (Reação 4 + Intuição 3)  +1d6.

Testes de atributo

Agora vem alguns valores que é bom já deixar calculado.

Compostura

É o quão bem você lida com o estresse. O Cálculo é Vontade + Carisma)

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D’Arc tem uma compostura de 8 (Vontade 5 + Carisma 3).

Julgar Intenções

O quão bom você é em reconhecer as intenções de alguém. O teste é composto por Vontade + Intuição)

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D’Arc tem Julgar intenções de 8 (Vontade 5 + Intuição 3).

Memória

Você lembra o que comeu ontem? E o que comeu quando tinha 8 anos? Quer lembrar? Então precisa desse teste. Ele é composto por Lógica + Intuição.

–//–
D’Arc tem um valor de memória igual a 6 (Lógica 3 + Intuição 3)

Levantar/Carregar

Esse teste demostra o quanto você consegue carregar/levantar e até quando pode fazer isso. Ele é composto por Força + Vontade.

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D’Arc tem um valor de Levantar/Carregar igual a 10 (Corpo 5 + Vontade 5).

Neoiene Inicial

Gastou dinheiro na etapa 5? É bom gastar, porque você não pode começar o jogo com mais do que 5.000 Neoienes. Caso você já tenha gasto e sobrou isso ou menos, meus parabéns!

Você concluiu o processo de criação de personagem para Shadowrun Sexto Mundo.

Por fim

Concluindo nosso guia de criação de personagem para Shadowrun Sexto Mundo posso dizer que o processo ficou relativamente mais tranquilo. Principalmente para quem não tem tanto dinheiro.

Nas edições anteriores haviam muito mais perícias, muitas opções de equipamentos, o que deixava o processo bem longo e, algumas vezes tirava a vontade das pessoas de jogar.

Agora temos um processo mais tranquilo de criação, mais fluido. Além disso, existem algumas regras diferentes para o uso e o ganho de trunfo, mas isso vocês conferem em nossa resenha, ou melhor ainda, jogando esse RPG estupendo.

Vão em frente, uma nova realidade os aguarda!

Ah e clique aqui para conferir a ficha de D’Arc!

 


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Chamado de Cthulhu – Guia de Criação de Personagem

Neste post você encontrará um Guia de Criação de Personagem utilizando o sistema Chamado de Cthulhu!

Chamado de Cthulhu é um jogo de RPG com foco em suspense e terror pessoal, ele pode ser ambientado em qualquer época do nosso munda, mas as maiores referências são os anos de 1920.

O RPG Chamado de Cthulhu é baseado nas obras de H.P. Lovecraft em que horrores antigos, em seu “torpor”, ou acordados, interferem na realidade e existência.

Formas de criar seu investigador

Primeiramente, o livro apresenta uma maneira quase que completamente aleatória de criação de personagens, que é a principal, porém, após a descrição deste processo há algumas regras opcionais de criação.

Vou pontuar essas regras abaixo, porém usarei neste guia o modo principal.

Começar de novo

Caso três ou mais dos seus atributos tenham ficado abaixo de 50, ou simplesmente você não gostou do que criou, comece de novo, simples assim.

Modificar valores baixos

Use o método padrão, porém se teve várias jogadas baixas, abaixo de 10, jogue 1d6 a mais e divida os pontos nas jogadas baixas, depois, continue com o processo de multiplicação por 5.

Escolher onde colocar os valores jogados

Jogue os dados e registre cinco jogadas de 3d6 e três de 2d6+6, multiplique cada um por 5.

Atribua os valores onde desejar, é aconselhado guardar um mínimo de 40 para inteligência e tamanho, embora possam ser menores.

Comprar pontos de atributos

Você inicia com 460 pontos para distribuir em todos os oito atributos básicos, respeitando um intervalo de 15 a 90 em cada. Seguindo a mesma recomendação da forma acima, sobre o valor mínimo de inteligência e tamanho.

Bem como nenhum atribulo baixo de 15.

Método do Tiro Rápido

O livro indica que este método é indicado somente se você precisa criar um personagem de forma rápida.

Contudo neste guia de criação de personagem para Chamado de Cthulhu, não vou descrever este método detalhadamente, porém além do indicado pelo livro, aconselho a usar somente se já conhece bem as regras de criação e o processo.

Criando seu investigador

Agora que expliquei brevemente os métodos alternativos, vamos nos deter ao modo principal de criação de personagens, os investigadores, de Chamado de Cthulhu.

Antes de tudo, pegue seus d6 e seus d10, além de uma calculadora, caso você, assim como eu, não se garanta muito em matemática.

Assim, podemos começar a criar nosso investigador.

Basicamente todas as jogadas em Chamado de Cthulhu são feiras com d10, contudo também são utilizados d6, como no processo de criação de personagens. Além de d4, d8 e d20 em alguns casos.

Mas vamos começar!

Etapa 1: Gerar os atributos

Pegue seus d6 e sua calculadora!

Vou listar os atributos abaixo e como descobrimos cada um dos valores:

  • Para FORÇA (FOR), CONSTITUIÇÃO (CON), DESTREZA (DES), APARÊNCIA (APA), PODER (POD) e SORTE role 3D6 e multiplique por 5
  • Para TAMANHO (TAM), INTELIGÊNCIA (INT), EDUCAÇÃO (EDU) role 2D6 +6 e multiplique por 5

Após rolar todos esses dados e abusar da sua calculadora, ou da sua mente, anote todos esses resultados em sua ficha!

–//–

Primeiramente, vamos então rolar os dados para nosso investigador ou investigadora.

Rolando os dados e realizando os cálculos, conseguimos os seguintes resultados

FOR 60 / CON 60 / TAM 90 / DES 45 / APA 80 / INT 80 / POD 60 / EDU 60 / SORTE 75

Ok, foram resultados bem bons, mas juro que joguei todos!

Idade

Agora você pode escolher sua idade, com base no que deseja para seu personagem, para cada faixa etária existem ônus e bônus, então pense bem e tome sua decisão.

–//–

Nosso personagem terá por volta de 35 anos, que não nos traz nenhum ônus, mas nos permite realizar uma verificação de EDU, vamos fazê-la abaixo.

Primeiro rolaremos novamente os dados para EDU, no caso rolar 2d6+6 x 5, caso o resultado seja maior que nosso valor atual de EDU, rolamos um d10 e adicionamos o resultado ao nosso valor original de EDU.

Por exemplo, aqui rolei 5 e 4 o que dá 13, + 6 temos um total de 75, o que é maior do  que nosso valor atual, 60. 

Assim rolo 1d10 e tiro 4, dessa forma adiciono esse resultado aos nossos 60 originais, o que dá agora um total de 64 no atributo EDU.

Metades e quintos

Outro ponto importante na criação personagem são os valores de metade e quinto dos atributos, eles serão utilizados ao resolver testes difíceis ou extremo.

O cálculo é simples, pegue cada resultado total e divida por 2, para ter o valor da metade e por 5 para ter o valor do quinto.

Para facilitar a nossa vida, o jogo traz uma tabela no fim da criação de personagem, a qual há os valores de metade e quinto para cada valor de atributo possível.

Você pode conferir ela aqui ao lado.

–//–

Para o nosso personagem, temos os seguintes valores.

FOR 30/12 – CON 30/12 – TAM 45/18 – DES 22/9 – APA 40/16 – INT 40/16 – POD 30/12 – EDU 32/12

Por fim, sorte não entra nessa regra, ela tem seu próprio uso. 

Atributos secundários

Estes atributos são calculados usando como base os valores que você já jogou anteriormente.

Dano extra e Corpo (FOR e TAM)

Para calcular o dano extra e o valor de corpo, consulte a tabela no livro, você deverá somar os valores de FOR e TAM para descobrir seus modificadores.

–//–

Por exemplo, a soma dos valores para o nosso personagem é 150 (60 de FOR + 90 TAM), isso nos dá um valor de Dano extra de +1d4 e um valor de corpo igual a 1.

Realmente, temos um personagem grande!

Sanidade (POD)

Para achar o quão são, por enquanto, é seu personagem, é muito simples. O valor de sanidade é igual ao atributo Poder.

–//–

Nosso personagem possui 60 de Poder, então marcaremos na ficha esse valor, ele realmente é muito importante!

Pontos de Vida (CON e TAM)

Similarmente com o cálculo de dano extra e corpo, aqui você somará os valores de CON e TAM, após dividirá essa valor por 10.

–//–

Nosso personagem tem 60 de CON e 90 de TAM, como resultado temos 150, dividindo por 10, nos dá 15 pontos de vida.

Bom, espero que seja o suficiente!

Pontos de Magia (POD)

Os pontos de magia que seu personagem começa são iguais à um quinto do seu nível no atributo Poder (POD).

–//–

Por exemplo, no nosso caso, nosso personagem possui poder igual a 60, começando assim com 12 pontos de magia.

Taxa de movimento (MOV)

Aqui não é necessário muitos cálculos, de acordo com a lista que consta no livro, você deve comparar valores de força e tamanho, e reduzir valor se estiver dentro das faixas etárias apresentadas.

–//–

Por exemplo, nosso personagem possui tanto destreza (45) quanto força (60) menores que o valor de tamanho (90).

Dessa forma nosso valor de movimento inicial é 7. 

Como a idade dele não está em nenhuma das faixas etárias apresentadas, não diminuiremos seu movimento.

Etapa 2: Determinar a Ocupação

A ocupação determina como seu investigador ganha a vida, como é seu ganha pão quando não está salvando o mundo atrás das cortinas.

Ela tem “pouco” peso na criação de personagens, porém é importante para definir a base das perícias iniciais do investigador.

Existem algumas ocupações clássicas Lovecraftianas, mas nada impede de você escolher outra, desde que converse com o Guardião (narrador).

No livro, algumas páginas adiante, você encontrará vários exemplos de ocupações, por exemplo Engenheiro, Atleta, Criminoso, Médico etc.

Cada uma delas já com suas perícias iniciais, bem como nível de crédito e Pontos de perícias ocupacionais, que veremos mais á frente.

–//–

Primeiramente, vamos pensar no que criamos até o momento, nosso personagem tem força e constituição e poder dentro da média humana.

Porém ele é alto, possui uma linda aparência e é bastante inteligente, já sua formação acadêmica não avançou muito ainda.

Pensando nesses traços e observando os exemplos de ocupações, chego a conclusão que uma boa opção é a de Artista. Nosso personagem ainda está iniciando na carreira, fez alguns papéis pequenos, porém seu raciocínio rápido, capacidade de improvisação e charme sem igual estão lhe trazendo alguns papéis interessantes.

Etapa 3: Decidir as Perícias e Atribuir os pontos

Agora, chegamos a um momento da criação do personagem que demanda uma atenção especial e, recomendamos fortemente, muita imersão na história do seu personagem.

Lembre-se, de acordo com o próprio livro, não é o que o seu investigador pode ou não fazer, o importante é como você decide jogar com ele.

A escolha das perícias é simples, porém, como disse antes, demanda uma atenção.

Você recebe pontos para gastar em perícias ocupacionais e nível de crédito conforme descrito na ocupação escolhida.

Já as perícias de interesse pessoal ganham pontos igual à INT x 2.

Em ambos os casos, não esqueça de anotar os valores de metade e quinto. Além disso, vale lembrar que os pontos de interesse pessoal podem ser utilizados em quaisquer perícias, menos Mythos de Cthulhu.

O que quer dizer que você pode aumentar valores de perícias ocupacionais também.

Uma pequena observação, a perícia Nível de Crédito serve para testes e para determinar o seu nível de riqueza, ao escolher uma ocupação, lembre-se de que você deve atribuir pontos aqui e que deve manter estes pontos dentro do mínimo e máximo descritos.

–//–

Bom, na criação de nosso personagem não irei me ater ao gasto dos pontos das perícias, já que é somente distribuir os pontos, deixo isso para a sua imaginação, caro leitor.

Porém, vamos calcular os pontos que ganhamos com nossa ocupação de artista!

Inicialmente vamos aos pontos de ocupação, ela nos dá:

EDU x 2 + POD x2 ou DES x2

Podemos escolher entre o atributo Poder ou Destreza, iremos com Poder já que é maior.

Então fica assim

60 (EDU) x 2 + 60 (POD) x 2 = 240 pontos de ocupação

Além desses temos os pontos de interesse, que calculamos por INT x 2, que no nosso caso fica assim.

80 (INT) x 2 = 160

Como disse antes, não vamos aqui gastar todos esses pontos, mas não posso deixar de dar o exemplo do nível de crédito.

Este, em nossa ocupação deve ficar entre 9, mínimo, e 50, máximo. Nesse sentido, vamos gastar, por exemplo, 30 pontos dos pontos de ocupação, assim mantemos dentro desse limiar.

Etapa 4: Antecedentes

Esta etapa é bastante divertida, já que depende da sua criatividade ou da sua sorte, você escolhe.

Na segunda página da ficha do investigador, que você encontra no próprio livro ou no site da New Order Editora, clicando aqui, há dez categorias para serem preenchidas.

De acordo com o livro, é recomendado que, no processo de criação de personagem, sejam preenchidas ao menos as seis primeiras, contudo eu aconselho preencher todas.

Seja o mais detalhado possível, dê “nome aos bois”, como dizem, coloque o nome das pessoas relacionadas, dos itens, tudo que for possível.

Caso sua criatividade não esteja tão frutífera ao criar o personagem, o livro apresenta uma série de referências, além da possibilidade de você rolar um d10 e obter as ideias de forma aleatória.

–//–

Assim como nas perícias, não irei entrar muito nestes detalhes, já que é um processo bem simples e depende somente da sua criatividade, ou da sua sorte, caro leitor.

Mas posso dar uma dica, imagine-se sendo o seu personagem, como ele vive dia após dia, quem ele conhece, quais são suas crenças, locais que são importantes para ele etc.

Lembre-se, seu personagem, especialmente em Chamado de Cthulhu, é uma pessoa, além de números para rolar quando disse “Eu ataco!”.

Etapa 5: Equipando-se

Aqui utilizaremos novamente os valores gastos na perícia Nível de Crédito. O seu nível nela indicará o seu padrão de vida, bem como quanto de recurso iniciará, além do nível de seus gastos.

Ao ter esses valores, e anotá-los na ficha, você poderá gastar com equipamentos, tais como roupas, armas , equipamentos médicos, propriedades etc.

Divirta-se gastando todo seu dinheiro, mas lembre-se que você ainda vai precisar dele para manter seus gastos e para pagar pelas coisas no decorrer das suas aventuras.

Você descobre o quanto de dinheiro e valor de patrimônio possui achando o seu nível de crédito ao apresentado na tabela de padrão de vida, depois é só seguir a regra para cada caso, como pode ser visto ao lado.

–//–

Primeiramente vamos achar o padrão de vida de nosso artista iniciante.

Como disse antes, gastamos 30 pontos em nível de crédito, o que nos torna alguém dentro da média, nem rico, nem pobre.

Consultando a tabela de dinheiro e patrimônio, para o nível médio temos o seguinte:

  • Dinheiro: NC x 2
  • Patrimônio: NC x 50
  • Nível de Gastos: $ 10

No caso do nosso personagem, ficamos com:

  • Dinheiro: 30 (NC) x 2 = $ 60 
  • Patrimônio: 30 (NC) x 50 = $ 1.500,00

Agora, para gastar todo esse dinheiro, vou incumbir a você, leitor, uma dica é consultar as tabelas com os custos das coisas, de acordo com a época que irão jogar.

Por fim

Chegamos ao fim do nosso guia de criação de personagem para Chamado de Cthulhu, porém, ainda faltam alguns detalhes pequenos, como nome, local de nascimento e porque não, colocar ou mesmo desenhar, um retrato do seu personagem?

Mas, e aí?

O que achou desse guia de criação de personagem para Chamado de Cthulhu? E do próprio sistema de Chamado de Cthulhu?

Deixa seu comentário aqui embaixo e vamos cair na loucura ao descobrir a verdade que ninguém quer ver!

 


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Criação de Personagens com Baralho – Biblioteca Arkanita

Esta semana, a iniciativa da Biblioteca Arkanita apresenta o netbook Criação de Personagens com Baralho, de Jefferson Virgílio.

Conteúdo do netbook

Este netbook sobre a criação de personagens com baralho possui apenas 3 páginas mas descreve em detalhe como utilizar um baralho comum para definir os Atributos, Aprimoramentos e habilidades mágicas dos personagens dos jogadores. Este recurso foi introduzido na primeira edição de TREVAS mas depois abandonado em edições subsequentes.

Um baralho comum pode ser utilizado para esta forma de construção de personagem, mas um baralho de tarô pode adicionar uma camada de mistério e esoterismo ainda mais interessante a este processo de criação de personagens com baralho.

Você pode baixar este netbook aqui mesmo na Biblioteca Arkanita. Clique aqui para iniciar o download do netbook. E continue acompanhando as postagens semanais da Biblioteca Arkanita para outros grandes netbooks como este de criação de personagens com baralho!

Você pode também nos ajudar a movimentar o RPG fazendo parte do nosso Patronato. Mas se não puder, tudo bem! Venha fazer parte da nossa comunidade, começando pelo YouTube por exemplo.

Criando Hilda – Construindo Personagens Além da Ficha

Criar personagens é uma das partes mais divertidas de jogar RPG. Seja como avatares “jogáveis” de nós mesmos, fazendo escolhas ou tomando atitudes e decisões que nós tomaríamos naquelas situações, ou explorando a interpretação de papéis com personalidades diferentes das nossas.

Preencher uma ficha de personagem e contar sua história, ou contar sua história e preencher uma ficha de personagem… Não importa a ordem, para dar vida a um personagem você vai precisar de criatividade, e o que trago nesse texto são dicas que poderão ser usadas para ajudar criar o personagem além da ficha mas usando suas características.

Para o exemplo abaixo foi utilizado Tormenta 20 para a criação do personagem.

Criando Hilda

Tomemos por exemplo a personagem Hilda, uma bárbara das Montanhas Uivantes, e agora faremos as seguintes escolhas:
Raça humana, origem gladiadora, classe bárbara, e os métodos sobreviver, intimidar e lutar respectivamente. Alinhamento caótico bom.

A raça diz como Hilda nasceu, já a classe o que se tornou, mas a sua origem revela o que ela fazia antes de se tornar aventureira. É o que ela fazia até ganhar seu primeiro nível em uma classe.

Vamos definir inicialmente a idade da personagem Hilda. De acordo com a Idade Inicial (página 108 do livro básico T20), sua classe, Bárbaro, tem 2d4+15 anos (para um resultado entre 17 e 23 anos). Vamos determinar que Hilda tem 20 anos. A época atual é 1420, sendo assim, Hilda nasceu em 1400, nas Montanhas Uivantes.

Agora podemos checar o que aconteceu na linha do tempo de Arton desde que Hilda nasceu para assim sabermos se ela pode ter participado de algum dos eventos ou mesmo se algum desses eventos pode ter sido importante em sua trajetória. Dessa forma podemos costurar os eventos do cenário à sua história.

Resumo da História de Hilda

O lendário Ragnarok é um machado de poder, que somente os mais bravos guerreiros das Montanhas Uivantes podem empunhar. No passado ele foi brandido contra terríveis ameaças como o Dragão da Tormenta. E recentemente contra a Supremacia Purista. Contudo nem sempre sua lâmina foi usada para o bem.

Havia um torneiro, O Tatanka, muitas vezes mortal, no qual o vencedor era premiado com a posse de Ragnarok. Por quatro anos o vencedor, chamado de Mestre da Montanha, possuiria o Ragnarok. Depois desse período haveria um novo torneio no qual o vencedor poderia defender seu título ou passa-lo adiante.

Mesmo com o surgimento de uma área de Tormenta nas Uivantes no mesmo ano em que o Tatanka seria disputado novamente, a tradição foi mantida (em 1402 surgia uma área de Tormenta em Zakharov, porém tomando uma parte do território das Uivantes). Aqueles que almejavam possui-lo treinavam suas habilidades em torneios de preparação durante o intervalo do Tatanka.

Hilda era a lutadora mais habilidosa e feroz de sua tribo, as Presas Vermelhas. Ela treinou e lutou em arenas de torneio intermediários, se preparando para o Tatanka (Origem Gladiador). Mas em 1418, ano no qual ela poderia participar do Tatanka, o atual campeão e portador do Ragnarok, Sigwulf, havia desaparecido. Isso deu início a uma caçada por ele nas Montanhas Uivantes. Com a tensão provocada pela quebra da tradição, sua tribo, Os Rugidos de Pedra, sofreu a hostilidade das outras tribos. Os torneios intermediários deram lugar a guerras tribais, disputas territoriais generalizadas e invasões sob o pretexto de encontra-lo. Dois anos haviam se passado desde que a região da Garganta de Beluhga, lar dessas tribos, havia mergulhado no conflito (assim Hilda se tornou Bárbara).

Rumores de que Sigwulf havia fugido em direção a Deheon, fizeram as tribos enviarem expedições seguindo seus rastros. Embora isso não garantisse a paz entre elas seus melhores guerreiros haviam partido nessa missão. Hilda foi enviada por sua tribo. Ela acredita que a quebra da tradição trouxe desequilíbrio. Fazendo com que antigas rivalidades escalassem para massacres sangrentos. A extinção de algumas tribos já é uma realidade e ela teme pela sobrevivência das Presas Vermelhas. A única forma de garantir a sobrevivência de todos os povos da Garganta da Beluhga é recuperar o Ragnarok o mais rápido possível e restabelecer a paz.

Personalidade

Agora vamos imaginar como é a personalidade da Hilda e até mesmo dicas de como interpreta-la, nos baseando nas escolhas que fizemos de alinhamento e métodos de experiência.

Conforme a página 111 do livro básico, personagens de alinhamento caótico e bom são espíritos livres que promovem o bem, mas preferem seguir seus próprios instintos e convicções, ou seja, Hilda possui seus próprios códigos de ética mas procura fazer o bem.

Sobre os métodos, que podem ser consultados na tabela 8-1 do livro básico na página 312.

O método escolhido como humana é sobreviver:

  • Talvez a vida nas geladas Montanhas Uivantes seja difícil e perigosa, inclusive para seus habitantes.

O método da origem gladiadora é a intimidação:

Muitos combates promovidos nessas arenas eram vencidos antes mesmo de começarem quando lendas ou rumores sobre Hilda chegavam a seus adversários. Embora ela pudesse vence-los a possibilidade do massacre assustava seus inimigos e mesmo aqueles que não desistiam prontamente eram coagidos por suas ameaças.

O método da classe é Lutar:

Quando os conflitos entre as tribos eclodiram não haviam mais leis nem tradições, apenas selvageria.

Objetivo

Para finalizar podemos determinar que Hilda tem um objetivo: recuperar o machado Ragnarok, tem seus próprios meios de praticar o bem quando houver oportunidade, e possui um forte instinto de sobrevivência, portanto antes de brandir seu machado vai tentar intimidar ou coagir adversários, mas se a única opção for lutar ela assim o fará.

Em Resumo

Essa é a formula que eu uso para criar personagens. Não é uma fórmula exata, afinal requer criatividade e pesquisa por parte do jogador. O resultado desse esforço é um personagem mais fácil de jogar e interpretar fora de cenas de ação, como lutas, fugas e outros eventos que dependam mais da ficha de personagem do que interação, reação, tomadas de decisão e etc.

DarkFantasy – Dicas de RPG #48

Os céus queimam e a peste se alastra quando a divindade maligna vence a guerra celestial. Ainda resta esperança para nossos heróis diante de tantas trevas? Essa é uma pergunta constante na fantasia sombria, ou darkfantasy, o assunto desse Dicas de RPG por Mateus Herpich.

E para entender de fato sobre o que você acabou de ouvir – ou vai ouvir ainda – sei lá, siga o nosso canal da Twitch, o twitch.tv/mrpgoficial.

Valeu!

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Portanto pegue um lápis e o verso de uma ficha de personagem e anote as dicas que nossos mestres vão passar.

Tema:DarkFantasy
Tempo: 00:10:46

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DarkFantasy

Voz:Mateus Herpich.
Texto do Post: Mateus Herpich.
Edição do Podcast: Senhor A.
Arte da Capa: Raul Galli.

Músicas:

Música de LeonellCassio da Pixabay

Estude Seu Personagem – Dicas de RPG #47

No dicas de RPG de hoje, José Lima Jr vem trazer um tostão de opinião sobre a importância de se estudar um personagem para que ele seja vivido com seu potencial ao máximo, lembrando sempre que, com bom senso tudo vale a pena.

E para entender de fato sobre o que você acabou de ouvir – ou vai ouvir ainda – sei lá, siga o nosso canal da Twitch, o twitch.tv/mrpgoficial.

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Tema: Estude Seu Personagem
Tempo: 00:06:15

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Estude Seu Personagem

Voz: José Lima Jr
Texto do Post:  José Lima Jr
Edição do Podcast: Senhor A.
Arte da Capa: Raul Galli.

Músicas:

Music: Give A Little by Shane Ivers – https://www.silvermansound.com

Blades in the Dark – Guia de Criação de Personagens

Então você quer construir um personagem de Blades in the Dark, certo? Aplicar golpes ambiciosos, misturar-se aos criminosos perversos e tentar sobreviver mais um dia na sombria Doskvol? Muito bem, vamos lá.

Conceito X Bando

Primeiramente, é sempre importante conversar com o mestre e com os outros jogadores para alinhar as expectativas e pensar no bando e no que uniu estes criminosos em particular. Não é necessário fazer a ficha do bando ainda, apenas pensar em que tipo de personagem cada um quer interpretar e como se conheceram.

Uma vez definido o ponto de partida, é hora de botar a mão na massa e começar a construir a ficha.

Tanisha será bruta, mal humorada e mal encarada. Ela vai servir como músculos do grupo, recorrendo a violência constantemente devido a seu pavio curtíssimo.

Cartilhas, Raízes e Histórico

Os personagens em Blades in the Dark são divididos em Cartilhas. Funcionam como arquétipos ou classes de personagem. Contudo, as cartilhas são flexíveis o suficiente para acomodar vários tipos de personagem.

Cada cartilha começa com alguns pontos já colocados em atributos, além de uma habilidade especial (escolhida em uma lista da própria cartilha). A cartilha também vai definir como seu personagem vai ganhar XP para evoluir, então escolha com atenção.

O cenário de Blades in the Dark apresenta diversas etnias fictícias (embora algumas inspiradas em culturas reais), bem como diversos históricos que representam a origem do seu personagem. As raízes e  históricos não têm nenhuma implicação mecânica per se, mas o jogo incentiva a distribuir pontos de forma a refleti-las.

Vamos escolher para Tanisha a cartilha Retalhador. Isso permitirá que ganhemos XP quando resolvemos problemas através de violência ou coerção, justificando nosso pavio curto. Nossa brutamontes será de origem Iruviana. Podemos usar esse choque cultural para explorar possibilidades bacanas de roleplay. Como Histórico, vamos de Criminoso mesmo. Sua ascendência estrangeira fez com que Tanisha fosse rejeitada pela sociedade, aumentando ainda mais seu ressentimento.

Doskvol não é nenhuma terra de oportunidades, mas ser um estrangeiro também não ajuda.

Distribuindo Pontos

Esta parte é simples. São apenas quatro pontos para serem distribuídos (além dos três que a cartilha já garante) para um total de sete. Nenhuma ação pode ter mais do que dois pontos no começo do jogo. Também anotamos uma das habilidades especiais da cartilha e, em termos de regras, nosso personagem está praticamente pronto.

Nossa cartilha já nos dá dois pontos em Brigar e um em Comandar. Vamos colocar mais dois em Detonar (para causar ainda mais destruição quando possível), um em Convencer (Tanisha precisou aprender a se comunicar para vencer um pouco a barreira cultural) e um ponto em Esgueirar (por ter crescido como criminosa).

Como habilidade especial vamos escolher Guarda-Costas. Tanisha é bruta e violenta, mas tem um coração gigante e gosta de proteger seus companheiros.

Detalhes Finais

Cada cartilha possui uma lista de NPCs. Vamos marcar um deles como um amigo próximo e outro como um rival. Também precisamos de um vício para nosso personagem, escolhido de uma lista. O vício é o que vai servir para aliviar o estresse entre os golpes. Nas cartilha há também uma série de NPCs porntos que podem ser aliados ou rivais, precisamos escolher um de cada. Depois disso, só falta descrever a aparência, escolher um nome e uma alcunha (se é que você já não fez isso) e pronto.

Como vício, podemos escolher Estupor. Tanisha é viciada em adrenalina e fica muito ansiosa quando não está envolvida em uma missão perigosa. Ela gosta de se embebedar até cair e lutar em ringues ilegais como forma de apaziguar sua mente inquieta.

Tanisha será conhecida pela alcunha de “Zangada”, por seu típico mau-humor. Seu aliado será um médico chamado Sawtooth (Tanisha conheceu ele em algum ringue ilegal) e sua rival uma pugilista chamada Marlane (com quem já teve umas escaramuças pessoais).

E aqui a ficha completa, pra quem quiser usar a Tanisha em seu próprio jogo. Se rolar, conte como foi!

Por fim

Blades in the Dark é um RPG muito bacana com um cenário incrível. Se você está começando agora, aproveite bem as possibilidades que o cenário oferece. Se você ainda não sabe do que estamos falando, confira nossa resenha.

Você pode encontrar mais informações no SRD em português ou no livro básico.

Bom jogo a todos!

Guia de Criação de Personagens – Kult

Então você quer construir um personagem de Kult, certo? Rastejar pelos recônditos mais obscuros da mente humana, trilhar o horror e o desconhecido, tentar sobreviver com a mente não muito danificada e, quem sabe, se divertir um pouco no processo? Então bora lá.

Conceito e Arquétipo

Não muito diferente de qualquer outro jogo, o primeiro passo é ter uma ideia do que fazer. Trocar uma ideia com a Mestra é importante para ter um direcionamento sobre a história. Vou usar como exemplo para este guia o próprio cenário da nossa campanha na Twitch, Leipzig 1989. Resumindo bastante: os personagens são cidadãos da Alemanha Oriental e devem ter alguma ligação com a Escola de Música.

Quero jogar com uma artista descendente de imigrantes. Nesse momento, meu lado nerd de história me faria mergulhar de cabeça em coisas como a Ocupação Alemã na Namíbia e o Genocídio dos povos Herero e Nama, mas vamos deixar a empolgação de lado por enquanto.

Folheando o livro, encontramos o Arquétipo Artista. Vamos ficar com ele, mas lembre que não precisamos ser tão literais. Poderíamos considerar outras opções como Fragmentado, Ocultista ou até Golpista.

O Arquétipo é uma espécie de “classe de personagem” em Kult, e vai ajudar a direcionar nossas escolhas. A partir daqui, todo o necessário para construir nossa personagem pode ser facilmente consultado em uma página dupla.

Ocupação e Segredo Sombrio

A ocupação é simplesmente a profissão da personagem, e podemos escrever qualquer coisa. Nossa descendente de Herero será uma pintora inspirada em Performance e Action Painting. Por ser necessário uma ligação com a escola de música Gertrude Förstel, poderíamos ter decidido que ela seria musicista, mas vamos com uma abordagem menos direta. Ela é pintora, mas tem uma proximidade com os alunos e professores da escola.

Vendo as nossas opções de Segredo Sombrio, seria fácil escolher algo como Herdeiro e ligar isso a alguma religião africana esquecida, mas seria um tanto… estereotipado demais, não? Ao invés disso, vamos seguir a tradição Faustiana e ir de Pacto com Forças Obscuras. Nossa personagem queria ser uma artista famosa e conhecida, e por isso apelou para uma ajuda sobrenatural.

Além de história, gosto muito de arte contemporânea, então aqui está Janine Antoni usando o próprio cabelo como pincel.

Vantagens, Desvantagens e Atributos

Temos duas desvantagens e três vantagens para escolher. Como desvantagens, pegamos Depressão e Vítima da Paixão, pois podem render momentos interpretativos bacanas. Aliás, vale dizer que algumas desvantagens em Kult exigem rolagens no começo da história ou da sessão, e podem render Reservas à mestra. Você realmente não vai querer pegar duas desvantagens assim. Ouça o que eu digo.

Como vantagens, vamos de Notório e Observador, pois podem ser úteis em diversos momentos. Notório também faz sentido com nosso Segredo Sombrio. Como terceira vantagem, Inspiração Proibida pode render momentos bem legais também e cabe totalmente no conceito da personagem.

Para os atributos temos valores fixos. Podemos distribuir os passivos como Força de Vontade +2, Reflexos +1 e Fortitude +0. Nossa artista é razoavelmente ágil e desenvolveu uma mente resiliente, pois cada vez que ela se olha no espelho lembra que precisa aguentar o pacto que fez em troca de sucesso. Para os ativos, vamos botar os maiores em Alma, Carisma e Intuição, importantes para rolar nossas vantagens, e os menores em Sangue Frio e Violência. Ela se desespera fácil e não tem um ímpeto tão agressivo dentro de si.

Relações e Etapas Finais

Precisamos escolher um nome. Ondiri Vogel. Vogel é um sobrenome de origem alemã, e me sinto tentado a explicar isso no background, mas não é o objetivo deste guia. Por enquanto.

Relações são uma ótima ideia e podem ajudar bastante o mestre a criar e conduzir a história. Primeiro, vamos criar um aluno da escola por quem Ondiri é apaixonada e colocar nele o +2. Também será o gatilho da desvantagem Vítima da Paixão. Vamos chamá-lo de Hilbert. Nosso +1 pode ser Mirjan, uma amiga também descendente de estrangeiros. Por fim, o +0 será Sandra, uma professora da Gertrude Förstel. Esse mesmo processo se repete estabelecendo relações entre os personagens.

Agora só falta uma descrição e um background e ponto!

Sério, fique muito tentado a pesquisar ainda mais sobre o contexto histórico e desenvolver o background dessa personagem, mas ia levar muito mais tempo pra terminar esse texto e o Douglas ia me matar.

Por fim

Sempre vale lembrar que em jogos adultos como Kult é importante ter uma boa sessão zero e conversar sobre o Contrato do Horror. E já que estamos falando de horror, confira também a resenha de Simulacrum Umbra.

Bom jogo a todos!

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