O Kuriboh é uma das cartas mais icônicas do jogo Yu-Gi-Oh! Aparecendo tanto no deck de Yugi no primeiro mangá quanto no deck de Jaden Yuki em Yu-Gi-Oh! GX na sua versão alada.
O Kuriboh no jogo de cartas permite que você descarte ele no campo de batalha para negar o dano recebido de um inimigo, era uma tática bastante usada pelo protagonista do anime. Neste Encontro Aleatório, estamos visando a versão mais simplória da criatura.
Kuriboh ND 1/2
Monstro (kuriboh) Pequeno Lacaio Iniciativa +5, Percepção +2, imune a Encantamento Defesa 15, Fort +3, Ref +7, Von +4 Pontos de Vida 20 Deslocamento 6m (4q) Corpo a Corpo Cabeçada +7 (1d6+3) Lacaio Descartável (Reação) Uma vez por rodada, quando uma ameaça em alcance médio Solo ou Especial com ND maior que a do Kuriboh for alvo de um ataque ou de uma habilidade, o Kuriboh pode se tornar o alvo do ataque/habilidade no lugar da criatura. Tomando o dano ou sofrendo todos os efeitos no como se tivesse sido o alvo original. For -2 Des 3 Con -1 Int 0 Sab 0 Car 3 Perícias Furtividade +10 Tesouro Nenhum
Ganchos de Aventura
O Kuriboh foi criado literalmente para ser uma bucha de canhão, um token para ser alvo de danos no lugar de outras criaturas. Um possível gancho de aventura é um mago maligno ou algum tipo de vilão que conseguiu invocar os Kuribohs de outro plano e utilizar ele ao seu favor.
Sendo assim, os Kuribohs raramente serão os protagonistas de alguma aventura, mas também não vão ser uma ameaça muito gigantesca. No pior dos casos eles serão uma pedra no sapato dos aventureiros que só querem causar dano.
Além disso, os Kuribohs também podem ser até mesmo criaturas a serem salvas por magos benignos, que perderam sua criaturinha perdida em alguma floresta ou coisa parecida.
Portanto, você pode usar o Kuriboh tanto como um ponto de uma busca dos aventureiros, quanto um perigo que não afeta, necessariamente, os aventureiros, mas que fica ali impedindo que eles afetem o inimigo principal, o que pode ser MUITO frustrante.
Conclusão
Eu não sou o maior fã de Yu-Gi-Oh! do mundo, mas o Kuriboh sempre chamou a minha atenção e eu espero que vocês tenham gostado dessa versão dela como uma ameaça para Tormenta20 e a Lenda de Ghanor!
Dependendo da receptividade podemos fazer versões das outras formas do Kuriboh, que podem ter efeitos diferentes. Até lá, que ele possa tirar o foco dos ataques dos aventureiros do seu pobre chefão final, que só quer fazer maldades.
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A Premiação Ludopedia ocorreu no sábado, ou seja no primeiro dia de DOFF 2023! E apesar de ter sido uma cerimonia bem rápida não deixou de ser emocionante! E além de ter sido emocionante, também foi especial marca os 10 anos de Ludopedia.
O Ludopedia é um site que cobre notícias, faz analises e tem uma lista muito de boardgames para você listar quais você tem, além de contar com um fórum para se discutir Board games e RPG.
Neste ano, os vencedores foram os seguintes:
Infantil (Voto Popular) – Stone Age Junior (Devir)
Infantil (Júri) – Dragomino (PaperGames)
Infantil Designer Nacional (Voto Popular) – Treta na Selva (Mosaico Jogo)
Infantil Designer Nacional (Júri) – Achô! (Adoleta Jogos)
Mídia Audiovisual Infantil (Voto Popular) – Romir – Jogo para crianças
Suplemento de RPG (Voto Popular) – Dungeons and Dragons (5ª Edição) – O Caldeirão de Todas as Coisas de Tasha (Galápagos Jogos)
Suplemento de RPG Designer Nacional (Voto Popular) – Tormenta20 – Jornada Heroica: Fim dos Tempos Arco 1: As Colinas Centrais (Jambô Editora)
RPG (Voto Popular) – A Lenda de Ghanor (Jambô Editora)
RPG Designer Nacional (Voto Popular) – A Lenda de Ghanor (Jambô Editora)
Expansão (Júri) – Draftosaurus: 2 em 1 Marina e Show Aéreo (Meeple BR Jogos)
Mídia Podcast (Voto Popular) – Nordicast (Covil dos Jogos)
Família (Voto Popular) – Cascadia (Grok Games)
Família (Júri) – Cascadia (Grok Games)
Mídia Audiovisual (Voto Popular) – Covil dos Jogos
Família – Design Nacional (Voto Popular) – Cangaço (Buró Editora)
Família – Design Nacional (Júri) – Dobro (Grok Games)
Mídia Revelação (Voto Popular) – Duque Board Games
Expert (Voto Popular) – Duna: Imperium
Expert – Design Nacional (Voto Popular) – Luna Maris
Mídia Social (Voto Popular) – Cóvil dos Jogos
Expert (Júri) – Lacrimosa (Devir)
Expert – Design Nacional (Júri) – Hokusai (Ludens Spirit)
Sobre a premiação
Durante a premiação desenvolvedores de jogos falaram sobre como a comunidade tem se auxiliado e designers de jogos nacionais se complementando e deixando explicito como o alivio do fim da pandemia trouxe um novo ar ao evento.
Além disso, é impossível não comentar de como O Covil dos Jogos que levou quase todos os prêmios de criação de contéudo, incluindo Mídia Audiovisual, Mídia Podcast e Mídia Social.
Além disso, tivemos vitória do jogo Cangaço, da Buró Editora, um jogo com tema nosso, brasileiro, que seria uma raridade se no ano passado não tivemos tido a vitória do jogo Brazil: Imperial. Mas sempre que temos vitória de algum jogo com um tema local, brasileiro, é algo digno de nota.
Além disso, com Ordem Paranormal RPG no pareô, foi uma grata surpresa ver A Lenda de Ghanor RPG vencendo como RPG e RPG (Design Nacional). Com uma fanbase gigantesca, era fácil imaginar o livro do RPG de terror vencendo, mas Ghanor levou os dois prêmios na categoria RPG.
E os Suplementos de RPG?
Apesar disso, A parte de Suplemento RPG teve uma disparidade bastante curiosa; O Caldeirão de Todas as Coisas de Tasha, mesmo sendo um suplemento lançado originalmente em 2020, foi vencedor. O suplemento chegou ao Brasil apenas no final do ano de 2022, mesma coisa com os suplementos de Vampiro: Á Máscara 5ª Edição Camarilla e Sabá, que foram lançados no exterior ano passado mas foram lançados no Brasil este ano. Tendo grandes suplementos feitos por fãs como São Paulo By Night e Recife By Night, ter dois suplementos de design nacionais como apenas cadernos de anotações é algo estranho. Caso eles pudessem ser lançados por um selo nacional, seria interessante ter eles nessa páreo com a Jambô Editora que trouxe o Só Aventuras e Fim dos Tempos.
Fim dos Tempos foi o vencedor não apenas pela qualidade do livro, mas também por uma questão de comunidade, o livro foi feito com diversas fanarts dos fãs da stream da campanha, então foi mais do que merecido, mas eu fico me pergunto o que aconteceria se tivéssemos um páreo entre um grande lançamento da Jambô e um lançamento de Vampiro ou de Dungeons and Dragons da comunidade brasileira, ao invés de jogos que saíram anos atrás.
Precisando de mais inimigos? Que tal experimentar A “Pilha” de Louça, um dos nossos maiores terrores, em Ordem Paranormal RPG?
Criado por Rafael Lange (Cellbit), Felipe Della Corte, Pedro Coimbra (PedroK), Silvia Sala, Dan Ramos, Guilherme Dei Svaldi e Rafael Dei Svaldi, o RPG de Mesa baseado na série de lives Ordem Paranormal foi desenvolvido e publicado pela Jambô Editora.
ATENÇÃO! ESSE ARTIGO NÃO DEVE SER LIDO POR MENORES DE 18 ANOS!
O que é A “Pilha” de Louça?
No fim do século XX, Osvaldo e Maria Silva poderiam ser considerados um dos casais mais disfuncionais do país. Seu pequeno filho, Daniel, com apenas 2 anos de idade, já havia presenciado as piores demonstrações de violência física e verbal entre os Silva, mas uma conexão desgraçada, oculta pelas desculpas da vida adulta, impediam que aquela família se separasse.
Maria trabalhava o dia inteiro enquanto Osvaldo, após sofrer um ferimento na perna em seu antigo trabalho com colheitadeiras, passava o dia todo em casa, furioso com qualquer mínima tarefa que ele acreditava ser responsabilidade da mulher. Daniel, obviamente, era alvo da maioria desses acessos de fúria, principalmente quando Maria chegava após ele cair no sono, embriagado de cerveja.
A louça era o que Osvaldo mais odiava. Atirava as panelas e talheres no chão, encharcava a cozinha, fazia o mínimo de esforço para limpar os pratos e até mesmo cuspia nos copos em uma espécie de vingança contra sua própria vida. A cada louça, mais ódio. A cada louça, mais distraído. Mais distante, cego por sua raiva.
Daniel, já anestesiado por aqueles acessos de raiva, resolveu se aproximar de Osvaldo no dia em que a cegueira de ódio nunca foi tão intensa. O pai nem sequer notou quando o pequeno garotinho pegou o garfo e engatinhou para outro canto da cozinha amarronzada.
Diferente dos berros do pai, Daniel achava os buracos da tomada muito mais interessante, principalmente por ter a vaga impressão de que aquele garfo torto e sem um dos dentes parecia encaixar perfeitamente. Osvaldo gargalhava na pia, como um louco, agitando uma faca de carne do tamanho de seu antebraço, fazendo incontáveis propostas de como deveria acabar com a própria vida, mas não antes de matar Maria primeiro.
Sua gargalhada foi interrompida pela última risada de seu filho, quando a energia toda da casa sofreu um rápido e curto período de apagão, enquanto seu pequeno menininho já não estava mais lá. Bom… Seu espírito não estava mais lá. O corpo ainda estava no chão, imóvel, emitindo uma sútil fumaça pelos poucos cabelinhos espetados.
Osvaldo nem sequer precisou checar os sinais vitais. Para ele, Daniel já estava morto. Era a gota d’água que faltava para o copo transbordar. Não, ele não daria o gostinho para Maria se vangloriar da inutilidade dele como pai, a ponto de perder seu único filho. Se fosse para descobrir aquilo, ela descobriria da pior maneira. Olhou para o corpo daquela criança. Para a faca em suas mãos. Para as panelas sujas sobre o fogão.
Maria se assustou com o cheiro de janta recém-pronta sobre a mesa. Um sinal de esperança, talvez? Não. Não havia esperança para Osvaldo. Nem para ela. Mas o tratamento cortês dele a surpreendeu, principalmente ao dizer com tanta certeza de que Daniel já estava acomodado e dormindo, mas ela poderia vê-lo depois de comer.
E ela comeu. Comeu pouco. A carne estava estranha. Borrachuda demais. E Osvaldo sorria como nunca. Foi quando Maria fez a única pergunta que Osvaldo queria ouvir. Foi quando os dois lutaram por aquela faca. Foi quando o noticiário divulgou mais um caso de “exterminadores de família” que aterrorizou aquela vizinhança pelas próximas décadas.
Mas e quanto àquela pilha de louça, panelas e talheres que Osvaldo tanto odiava até tê-la usado com o maior dos seus sorrisos? Bom… Ela pode ser a mesma pilha de louça que a sua mãe ganhou da sua avó como uma relíquia da família, não pode?
A “PILHA” DE LOUÇA (MEDO, ENERGIA E SANGUE) VD 100
PONTOS DE VIDA 200 | 100 machucado RESISTÊNCIAS Balístico, impacto e perfuração 10, Sangue 20 IMUNIDADES Energia, condições de paralisia VULNERABILIDADES Conhecimento
ATRIBUTOS AGI 3d20 FOR 3d20 INT 1d20 PRE 1d20 VIG 2d20
PERÍCIAS Nenhuma
DESLOCAMENTO Levitação (1,5m do chão) 9m | (1 quadrado do chão) 6 quadrados
OBJETO ANIMADO Esta criatura tem a aparência de um amontoado de peças de louça (panelas, pratos, talheres etc.) que levitam em uma nuvem de eletricidade lilás e vermelha, carregada de cheiro ferroso e carne queimada. Enquanto busca passar despercebida, as peças de louça podem ficar a até 100m de distância umas das outras, sendo um teste de Ocultismo (DT 25) a única forma de notar a presença da criatura até que ela assuma sua forma de nuvem com uma ação padrão, atraindo todas as suas partes magneticamente.
MALDIÇÃO NA MATÉRIA Mesmo que toda a louça seja incinerada, as cinzas ainda existirão e alcançarão uma nova pia um dia. A louça nunca termina e sempre retornará para trazer o inferno na vida de outros pais, mães e filhos. Mesmo que tenha seus PV reduzidos à zero, até que o Enigma do Medo seja resolvido, essa criatura continuará a ressurgir, a cada 2d6 semanas após a sua morte, na cozinha de outra pessoa.
AÇÕES
PADRÃO – AGREDIR LOUÇA VOADORADistância Médio x2 TESTE 3d20+10 | DANO 1d12+10 corte, impacto ou perfuração
MOVIMENTO – CHORO A criatura emite um choro desesperado de uma criança em um estado de agonia e dor que desperta os mais aterrorizantes instintos. Todos que possam ouvi-la sofrem 4d6 pontos de dano mental. Vontade (DT 20) reduz o dano à metade.
COMPLETA – FURACÃO
Altamente carregado de eletricidade e sangue, a criatura libera descargas de Energia carregadas de Sangue, causando 2d8+10 pontos de dano, metade Energia, metade Sangue, em todos os alvos ao seu redor em alcance curto, além de deixá-los paralisados por 1 rodada. Reflexos (DT 20) reduz o dano à metade e evita paralisado.
ENIGMA DO MEDO
O espírito de Daniel, se é que esse conceito existe, ficou aprisionado em cada peça daquela louça, mas destruí-la não é a solução. A carne precisa ser raspada. As panelas precisam ser ariadas. Os pratos precisam ficar brilhando. A única maneira de libertar Daniel e evitar que a Maldição na Matéria o traga de volta é reduzir a criatura a 0 PV e lavar cada peça, expurgando a presença do corpo de Daniel daquela louça, antes que as semanas se passem e ele retorne.
Considerações e Despedidas
Antes de qualquer coisa, quero deixar os créditos desse artigo para a @nyxin_a no twitter que me sugeriu a ideia ousada. Obrigado pela sugestão!
Dito isso, estou ansioso para testar essa criatura nas minhas mesas e ouvir o feedback de vocês sobre A “Pilha” de Louça! Se tiver algum desenhista de plantão, seria uma honra ver artes dessa bizarrice na pegada de Ordem Paranormal RPG!
Gostou do meu artigo? Considere me apoiar com qualquer valor através do PIX: miguelngear@gmail.com.
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Este artigo com regras para amor e paixão em 3D&T foi feito originalmente no blog Rodapé do Horizonte. Veja o artigo na íntegra clicando aqui, que inclui todo o restante de eventos. Para outros posts da Megaliga Tokyo Defender, clique aqui.
Ah, o amor! Casais apaixonados, corações pulsantes, buquês de rosas… É um elemento importante da vida, para muitos mesmo o mais importante. Mesmo assim, frequentemente ignorado em jogos de RPG – ou qual sistema você conhece que detalha como o seu personagem pode se apaixonar, e que modificações isso causará nele?
Um pouco por isso, mas muito mais apenas para divagar um pouco e me divertir fazendo regras bestas de RPG, eu apresento o texto a seguir, detalhando como se apaixonar em 3D&T. O material é superficialmente inspirado no meu texto sobre Mácula para a Iniciativa 3D&T Alpha, mas bastante reduzido e simplificado.
Se Apaixonando
Estar apaixonado por alguém pode ser representado pela desvantagem Protegido Indefeso. Mesmo que o alvo do seu afeto não seja exatamente muito “indefeso”, você se preocupa com ele, e tem a sua concentração abalada quando ele se encontra em qualquer situação de perigo – justificando, assim, o redutor de H-1 causado pela desvantagem. Se você quiser criar um personagem já apaixonado por outro, portanto, basta adquiri-la.
Durante a campanha, é claro, o mestre também pode determinar que algum personagem atrai especialmente a atenção do seu, e isso pode terminar por fazê-lo se apaixonar. Para resistir aos seus encantos, você deve passar em um teste de Resistência +1 – não é exatamente muito difícil de fazer em um primeiro momento, a menos que ele/ela esteja tentando deliberadamente seduzi-lo ou haja algum poder sobrenatural envolvido, situações em que o mestre pode colocar redutores a seu critério.
Na medida em que você convive com a sua paixão em potencial, no entanto, a possibilidade disso acontecer vai aumentando progressivamente. A cada dia que você passar junto com ele/ela, deve fazer um novo teste de R, com um redutor progressivo de -1 – apenas R no segundo dia, R-1 no terceiro, R-2 no quarto etc.
Eventualmente, o redutor ficará grande demais para você passar no teste, fazendo com que se apaixone. Quando isso acontecer, você ganhará a desvantagem Protegido Indefeso, mesmo que ela ultrapasse o seu limite de desvantagens, e sem receber qualquer ponto por ela; apenas passará a sofrer os seus efeitos gratuitamente.
Este artigo com regras para amor e paixão em 3D&T foi feito originalmente no blog Rodapé do Horizonte. Veja o artigo na íntegra clicando aqui, que inclui todo o restante de eventos. Para outros posts da Megaliga Tokyo Defender, clique aqui.
O livro básico de Império de Jade fornece alguns exemplos de artefatos. Para quem não sabe, artefatos são itens mágicos de incrível poder, normalmente criados por deuses e portado por eles. Você pode encontrar mais informações de artefatos no livro basico de Império de Jade, página 309 a 311.
Alguns desses artefatos são emprestados a seus devotos em algumas situações, quando merecido. Outros acabam caindo nas mãos de mortais por acaso. Hoje viemos trazer um artefato novo para poder ser usado em campanha. A Lágrima de Yumeno, uma criação de Gervasio Da Silva Filho e que foi utilizado em uma campanha que jogamos, Os Tomos de Hinotori.
História
As origens desse artefato estão perdidas nas brumas das eras, porém a lenda mais conhecida é que quando Lin Wu proibiu a união de Tai’Yang-sama, o Principie do Sol e Yumeno-hime, a Princesa dos Sonhos, o casal celeste ficou muito abalado. Tai’Yang aceitou as ordens de seu irmão mais velho, mas Yumeno se pôs a chorar e suas lágrimas caíram em Tamu-ra e se tornaram um dos artefatos mais poderosos do mundo.
As lágrimas de Yumeno (sim há mais de uma) se parecem uma opala de azul escuro intenso, com detalhes verdes do tamanho do punho de um humano fechado, no formato de uma lágrima. Quando dormentes elas não apresentam nenhuma aura mágica ou algo do gênero, só sendo uma joia de grande beleza, contudo quando uma criatura que estiver em grande tristeza, ou um devoto da Família Celestial que possuir a Benção de Yumeno ou ainda um shiryou estiver em sua posse, finalmente o artefato é desperto gerando enormes e diversos efeitos.
Efeitos Mágicos a 10 KMs
O primeiro efeito é que o artefato gerar uma zona de escuridão intensa com 10 km de diâmetro. Neste campo a temperatura imediatamente vai o clima muito frio (abaixo de –10º C), sofrendo todos os efeitos desse clima (como descritos na página 248 do Império de Jade – Livro Básico).
Em segundo cada criatura que entrar nesta zona tem que fazer um Teste de Resistência de Vontade, com CD 28, ou imediatamente cairá dormindo e sofrerá os efeitos do jutsu manipulador de sonhos com efeito de pesadelo, na qual ele sofre de pesadelos ligados a todas as suas tristezas que tiveram em sua vida e mesmo se passar no teste as criaturas ficam Abaladas por 24 horas e não poderá retirar essa condição por nenhum meio, até sair da zona do artefato.
E por fim todos os justus, itens mágicos e habilidades ligadas ao descritor luz (como os jutsus toque curativo, golpe da esfera espiritual ou habilidade canalizar energia para luz) tem sem efeitos minimizados, mas usando o talento Maximizar Justu permite rolar os dados normalmente, e como também nenhuma condição pode ser curada por justus ou descanso e finalmente nenhuma luz natural ou mágica pode ser criada na zona. Em compensação todos os jutsus e habilidades de trevas têm seus efeitos maximizados e não é considerada uma violação de Honra dentro da zona.
Efeitos Mágicos a 1 KM
Ao chegar a 1 km do centro da zona ela se torna uma zona de trevas, na qual todos os efeitos se amplificam. Primeiro o clima fica frio extremo (abaixo de –20º C) sofrendo todos os efeitos desse clima (como descritos na página 248 do Império de Jade – Livro Básico).
Segundo quem estiver com a condição Abalada fica com a condição Apavorada, só podendo chegar ao centro da zona com teste de Resistencia de Vontade CD 28 a cada hora. Terceiro qualquer jutsu, itens mágicos ou habilidade com o descritor luz falham automaticamente, mas o gasto de PM é feito, só com o talento Maximizar Jutsu terá com os efeitos com eficiência mínima.
Quarto, os efeitos e jutsus que emulem inviabilidade ninja não possuem custo básico (mas os aprimoramentos custam normalmente), são ativados como uma ação livre e não podem ser negados por justus, habilidades e talentos, como Ver o Invisível. E em compensação justus, itens mágicos e habilidades com o descritor trevas tem seus efeitos maximizados e potencializados (+50% de dano).
Sendo usado por Shiryous
Porém para shiryou os efeitos destas zonas são mais intensos. Explicados a seguir:
Na zona de escuridão todo shiryou recebe +4 em todos os Atributos físicos e mentais, redução de dano 15 (acumulativo), cura acelerada 30, resistência a luz 30, +4 em Testes de Resistencia para justus e efeitos do descritor luz, +4 em testes de Furtividade, não fazem barulho e fortificação de 75% a crítico. Além disso, todo os ataques bem sucedidos provocam 2 níveis negativos (acumulativos) e só morrem quando chegar ao valor de PVs totais negativos, a não ser se for dano de luz ou por sucesso crítico, que contam como metade do PV total negativo.
Na zona de trevas todos os shiryou recebem recebe +8 em todos os Atributos físicos e mentais, redução de dano 30 (acumulativo), cura acelerada 50, imunidade a dano de luz, +8 em Testes de Resistencia para justus e efeitos do descritor luz, +8 em testes de Furtividade, não fazem barulho, visão nas trevas, o justu invisibilidade ninja e imunidade a crítico. Além disso, todo os ataques bem sucedidos provocam 2 níveis negativos (acumulativos) e provocam dano de trevas, e só morrem quando receberem dano de luz ou sucessos críticos que cheguem ao valor de PVs totais negativos.
Notas
Os efeitos da Lágrimas de Yumeno são bastante poderosos. Caso queira colocar um adversário em posse dela é recomendável que seja tratado para uma ameaça de nivel 14 ou maior, especialmente se estiver com Shiryou. Na mesa que joguei particularmente ela foi usada por Shiryou poderoso contra um grupo de nivel 17, e mesmo assim foi um desafio considerável.
A Lagrima Yumeno também pode ser utilizado de muitas formas como uma busca para não cair nas mãos de um vilão. Ou até uma missão sagrada da familia celestial por Yumeno para recuperar elas. Ou até mesmo para explicar uma mudança de clima ou efeito de uma região.
Continue acompanhando os posts da Teikoku Toshokan, a Biblioteca Imperial do Movimento RPG. Caso ainda não tenha seu Império de Jade (ou caso queira presentear alguém), adquira pelo nosso LINK e nos ajude a crescer cada vez mais! Não se esqueça de compartilhar com sua mesa, nos grupos e redes que participa, e de deixar aquele comentário que muito nos ajuda!
Este pergaminho é parte dos manuscritos reais da Teikoku Toshokan. A Biblioteca Imperial é um espaço dedicado a reunir o maior acervo de produções sobre o Império de Jade e auxiliar tanto novas pessoas quanto veteranas na Ilha de Tamu-Ra.
Este artigo com a adaptação de materiais de Star Wars para 3D&T foi feito originalmente no blog 3D&T a Bordo. Veja o artigo na íntegra clicando aqui, que contém outros materiais incluindo os incríveis itens Mandalorianos e Krath. Para outros posts da Megaliga Tokyo Defender, clique aqui.
Em uma campanha de Star Wars os personagens podem ter acesso a dezenas de equipamentos diferentes, produzidos nos mais variados mundos da galáxia. Alguns desses equipamentos possuem propriedades especiais inerentes aos povos que os fabricam e utilizam ou por terem sido desenvolvidos para funções específicas. Abaixo será mostrada uma lista de algumas dessas características que podem ser aplicadas a um equipamento já existente. Aplicar uma modificação a um equipamento já existente tem um custo em Pontos de Experiência, mostrado entre parênteses e algumas modificações têm restrições, como só funcionarem em armas que provocam algum tipo de dano específico ou apenas armas de combate corpo-a-corpo.
Arkaniano (15 PEs): Desenvolvidas nas tundras gélidas do mundo de Arkania, armas e armaduras Arkanianas são desenvolvidas para funcionar em ambientes extremamente frios. Armas Arkanianas acrescentam 1d de dano por fogo à Força de Ataque. Contudo, se uma dessas armas for disparada mais de uma vez em uma rodada, devido a alguma habilidade de algum kit ou Tiro Múltiplo, a arma superaquece e não pode ser disparada por uma rodada, enquanto ela resfria.
Armaduras arkanianas oferecem um bônus de +3 para resistir aos efeitos climáticos do frio extremo, além de dobrarem a Armadura em caso de um crítico na rolagem da FD.
Restrições: apenas armas de ataque à distância ou armaduras podem ser receber os beneficios da fabricação Arkaniana.
Cinnagarano (20PEs): Construídos na metrópole capital do sistema Empress Teta, centro das guerras galácticas por quase um milênio. Armaduras e escudos cinnagaranos concedem Armadura Extra a ataques e armas sônicas. Armas cinnagaranas causam dano por energia e esmagamento simultaneamente.
Malha de Cortosis/ Liga Phrik (15 PEs): Armas e armaduras feitas da malha de Cortosis ou liga Phrik possuem uma propriedade especial que impede que sabres de luz cortem facilmente através dela. Ela reduz pela metade a Força de um atacante usando um sabre de luz ao calcular a FA.
Durante o período da Antiga República, quase toda arma e armadura era revestida com Cortosis não apenas pela abundância do material, mas pelo grande número de combatentes que utilizam sabres de luz; em outros períodos esses materiais são muito mais difíceis de serem encontrados.
Echani (30 PEs): Extremamente raros, esses itens são feitos pelos talentosos guerreiros Echani, e cada item individual é único. As armaduras pesam menos da metade do que outra armadura do mesmo tipo, e uma vez por turno o usuário pode se mover o dobro da distância permitida por sua Habilidade.
Armas feitas pelos Echani aumentam a chance de crítico em 1, cumulativo com qualquer outro bônus.
Este artigo com a adaptação de materiais de Star Wars para 3D&T foi feito originalmente no blog 3D&T a Bordo. Veja o artigo na íntegra clicando aqui, que contém outros materiais incluindo os incríveis itens Mandalorianos e Krath. Para outros posts da Megaliga Tokyo Defender, clique aqui.
Beber é uma das coisas que aventureiros mais fazem, mas quais as consequências de ficar mais pra lá do que pra cá em Tormenta20? No Regras da Casa de hoje vamos falar sobre regras para personagens que ficarem bêbados e embriagados com as regras de bebedeira para T20!
Bebidas Alcoólicas
Entre vinho e cerveja anão, em um mundo de fantasia a possibilidade de bebidas alcoólicas potentes (possivelmente até criadas pelos jogadores) é infinita. Em uma das minhas mesas, inclusive, um dos meus jogadores chamou uma bebida que ele havia feito de Toguro 120%, isso porque nem era a forma final dele.
No Regra da Casa de hoje não vamos focar nas bebidas alcoólicas em si, qualquer outro efeito em jogo que elas possam conceder ficam a seu critério, mas iremos focar para quando os jogadores abusam dos goles e explorar algumas regras para bebedeira.
Ficando Bêbados
Sempre que o personagem afirmar que bebeu pelo menos um copo de alguma bebida alcoólica, peça para ele um teste de Fortitude para Sobriedade, a CD é definida pelo numero de drinks que o personagem bebeu, conforme a tabela abaixo. Note que, mesmo que o jogador passe no teste de Fortitude, a CD aumenta de qualquer maneira.
Número de Drinks
Classe de Dificuldade
1
10
2
12
3
14
4
16
5
20
6
24
7
30
A cada drink acima do 7º aumenta a CD em +2 a cada drink adicional, então o 8º seria CD 32, o 9º CD 34, etc…
Falhando no teste de Sobriedade
Personagens que falharem no teste de Fortitude sofrem um efeito de bebedeira, uma falha já deixa ela embriagada, duas deixa alta, três deixa bêbada, ficando na condição inebriado e a quarta causa Apagão. Cinco falhas em testes de sobriedade deixa o personagem jogador inconsciente. Segue abaixo a tabela para falhas de sobriedade.
Personagem que falhem em testes de embriaguez, depois que acordam, ficam com ressaca. Eles rolam o dado indicado na tabela abaixo e tem penalidade em testes de Fortitude, Percepção e Iniciativa igual ao valor do dado. Por exemplo; Um personagem que fique Alto, no dia seguinte a ter bebido rola 1d6 e tira 5. Até o final do dia seguinte, ele tem -5 em todos os testes das perícias indicadas. As penalidades dos efeitos de falha acumulam entre si.
Falha
Efeito
Duração da Ressaca
0
Sóbrio – O que você tiver ou não tiver bebido não te afetou
Sem Ressaca
1
Embriagado – Todos os testes sociais você recebem +2
1d4
2
Alta – Tem -2 em todos os testes baseados em Destreza e recebe +2 em testes de Força.
1d6
3
Bêbado – Fica inebriada
1d8
4
Apagão – Fica enjoado até o fim do dia seguinte. Além disso, o personagem não lembra dos eventos que ocorrerem após ter um apagão.
1d10
5
O personagem cai, inconsciente
1d12
Personagens que fiquem bêbados ou mais ficam inebriados, que é uma condição de metabolismo que afeta os movimentos e a capacidade de racionalidade do jogador, impedindo que ela consiga agir na sua melhor performance. Personagens que fiquem inebriados rolam duas vezes todos os testes de perícia e escolhem o pior resultado.
Cura
Personagens que receberem cura mágica enquanto estiverem no nível embriagado ou mais, diminuem em um nível as suas falhas. Porém, caso continuem bebendo, a CD ainda aumenta para os futuros testes. Caso o personagem tenha chegado no nível de Apagão e seja curado, ele ainda não lembra dos eventos que ocorreram enquanto estava no nível de falha Apagão.
Após sofrerem os efeitos da Ressaca, nenhum efeito mágico ou mundano pode curar a penalidade causada por ressaca.
Conclusão
A mecânica acima eu usei para uma mesa minha após um final de aventura que eles resolveram comemorar e rendeu alguns momentos bastante engraçados – e fofos – na mesa. É para isso que essa regra foi pensada, para que personagens possam se divertir em uma noite de bebedeira, se for usada para outra coisa que não isso, eu peço que não use.
A mecânica foi fortemente baseada em um homebrew de bebedeira para 5e, que você pode ler aqui
No demais, espero que tenha sido interessante pra ti, se você gostou, só deixar o comentário abaixo! É nóis
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O Folclore Brasileiro é extremamente diverso e rico, mas muitas vezes é pouco aproveitado pelos jogadores em suas mesas. Vemos alguns mestres ou até mesmo jogadores se inspirarem em figuras como o Curupira ou o Saci para fazer NPC e até mesmo PJ. Mas muitos mitos e lendas do folclore brasileiro não são tão bem explorados ou imaginados no universo do RPG.
O Bestiário do Folclore Brasileiro é um suplemento lançado pela Tria Editora que se propoe não apenas a adaptar algumas dessas lendas para alguns dos mais jogados sistemas de RPG brasileiros (Tormenta20, Dungeons and Dragons 5e e Pathfinder 2ed) mas também explicar a origem e historia dessas lendas.
O Folclore Brasileiro Imaginado para o RPG
O Bestiário do Folclore Brasileiro é um livro de 122 páginas que foi financiado coletivamente pelo Catarse em 2021. O livro foi feito com design de regras para 5e pelo Daniel Bartolomei, de Pathfinder 2ed por Brício Mares, Bruno Mares e Calvin Semião e de Tormenta20 por Pedro Coimbra e Thiago Rosa.
O livro apresenta diversas criaturas conhecidas e outras obscuras do Folclore Brasileira com fichas completamente adaptadas e com suas historias em textos bem descritos. Mesmo como algumas lendas mexendo com assuntos sensíveis, o livro tem um aviso de contéudo que em tempos como os nossos, é muito mais que necessário.
Nessa resenha, estamos levando em consideração a versão para Tormenta20, por mais que as demais versões estejam disponíveis em outros sistemas, boa parte desta resenha está baseada no texto das lendas em si.
Do Abati ao Zaori
Durante o livro, somos apresentados a diversas criaturas com diversas mecânicas muito bem estabelecidas e com um Nível de Desafio bastante bem definido. Temos criaturas muito bem conhecidas como a Cuca, o Saci e o Curupira mas também lendas mais regionais ou obscuras, como o Boi-Vaquim e o Bradador.
As ilustrações, feitas pelo artista Giancarlo R. Siervo trazem uma ótima reimaginação dos personagens e os textos de descrição não poupam espaço para situar leitores nas condições de cada lenda e até dando ideias de como adicionar elas em sua mesa.
O Bestiário não está preso em nenhum cénario especifico, podendo ser adicionados a cenários próprios ou até cenários prontos, como Forgotten Realms ou Arton.
Uma das coisas mais legais é que o Bestiário não se limita apenas ao comum folclore, mas também as lendas que fizeram parte da cultura popular brasileira, como o E.T de Varginha que vem como a ameaça Var-Zin.
Inspiração e Bibliografia
Além de um livro de RPG ótimo para se utilizar em mesas, o Bestiário também é um otimo livro para se entender as lendas do Folclore. Além dos textos de descrição de cada criatura, o livro fornece uma Bibliografia no final do livro que passa quais foram as referências para cada criatura, com obras que vem desde Luís Gonzaga até Ruth Guimarães. Para quem gosta conhecer lendas ou quer inspiração a mais, esse amontoado de referências ajuda – e muito – na compreensão do que está sendo falado e usado pelo bestiário.
Conclusão
O Bestiário do Folclore Brasileiro é um livro que como livro de RPG é muito bom e como livro de criaturas brasileiras é fenomenal. Isso que diferencia ele de um bestiário como Tome of Beasts, o Bestiário traz uma nuance nova sobre um folclore que, ironicamente, é pouco usado entre brasileiros em mesas de RPG.
Pessoalmente, eu mesmo coloquei uma das criaturas dentro da minha mesa depois de ler o livro como um Encontro Aleátorio, de tanta inspiração que o livro te dá é bem difícil não ter vontade de tacar um Saci ou um Curupira (Ou até mesmo uma tropa de Abatis) contra os seus jogadores.
O Bestiário traz as lendas do Brasil como algo palpável e menos intangível como aparenta, muitas vezes.
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Este artigo com a adaptação do mangá e anime Afro Samurai para 3D&T foi escrito originalmente na revista Tokyo Defender #17, por Maiko “Myking” Dantas. Veja o artigo na íntegra ao baixar a edição gratuita clicando aqui, que ainda apresenta detalhes da infância e juventude de Afro, detalhes sobre as Bandanas, fichas dos Sete Vazios, Otsuru, Sword Master, Jinno, Afro Droid, Justice, Shichigoro, capangas de Sio, Lady Sio e Rokutaro. Para outras edições gratuitas da Tokyo Defender, clique aqui. Para adquirir as edições do novo formato em financiamento coletivo, clique aqui.
A história de Afro Samurai se passa num Japão feudal futurístico, pós-apocalíptico e cyberpunk onde aquele que conseguir a bandana de “Número Um” comandará o mundo quase que à semelhança de um deus. Alguém se torna o Número Um matando o antigo e tomando sua bandana. Mas só aquele que tiver a bandana de “Número Dois” tem o direito de desafiar o Número Um.
Cenário e Enredo
Possuir a bandana do Número Dois, apesar de ter a vantagem de desafiar o Número Um, é um fardo gigantesco, pois qualquer um pode desafiá-lo, sendo procurado como se fosse o pior dos criminosos. O portador da bandana de Número Dois é o guerreiro mais caçado do mundo, uma vez que atrai para si todo tipo de lutador, mercenário ou qualquer pessoa ambiciosa e/ou louca o suficiente para arriscar sua vida em busca de poder e glória. Geralmente, apenas personagens com alguma forte devoção, insanidade, código de honra ou megalomania iriam se aventurar nessa empreitada sangrenta.
Devido a todos esses fatores, o caminho do Número Dois é de constantes batalhas, inseguranças, solidão e mortes, para poder manter a sua bandana. Todos podem desafiar o Número Dois, deixando a sua vida um verdadeiro inferno.
O pai de Afro, Rokutaro, era o usuário da bandana de Nº1. No entanto, ele foi desafiado e assassinado na frente do filho pelo pistoleiro “Justice”, que era o Número Dois, quando o protagonista da série era criança. A morte dele causou grande trauma ao garoto, que passou a desejar fortemente sua vingança. Agora adulto, Afro Samurai, é o atual Número Dois, e viaja pelo mundo em busca de vingança, passando por cima de qualquer empecilho pela busca em desafiar o atual Número Um, que matou seu pai. Após conseguir a bandana de Número Dois, Afro passa a ser caçado pelo Clã dos Sete Vazios (e por qualquer um que queira a bandana).
Jogando 3D&T em Afro Samurai
Como se trata de um mundo ambientado em um período de Japão feudal similar ao do século XIX, mas com elementos futurísticos e pós-apocalíptico, o mestre e os PCs têm liberdade de criarem uma variedade enorme de personagens.
Do samurai feudal ao cientista piloto de mecha, o cenário da campanha de Afro Samurai permite a utilização de elementos arcaicos e de engenharia avançada para mesclar esses extremos.
Todas as vantagens e desvantagens do Manual Alpha 3D&T, Manual Mega City e Manual do Defensor ficam livres para serem compradas, com exceção daquelas ligadas aos deuses ou que representem poderes mágicos e/ou sobrenaturais.
Dentre as raças permitidas, além dos (obviamente) humanos, é possível dispor dos elementos tecnológicos futuristas para justificar a presença de raças ligadas à engenharia avançada, como todos tipos de construtos.
Praticamente todos os Kits do Manual do Aventureiro que não estejam ligados à magia ou aos deuses são permitidos. Quanto ao Manual do Aventureiro Mega City, apenas os kits do Capítulo 2: O Torneio das Sombras, Capítulo 3: Megadroide e Capítulo 4: Mega City Contra-Ataca são permitidos. Se o mestre perceber que as vantagens, desvantagens, raças e kits estão muito fora da realidade do cenário proposto pela série, ele pode vetar suas aquisições.
AFRO SAMURAI (24N)
F2 (corte) H5 R4 A2 PdF0 (perf.) | 40 PVs 20 PMs
Kits: Campeão do Dojo (Ataques em Série), Discípulo do Dragão (Manobra Extra, Movimento Fluido)
Raça: Humano
Itens: Katana: Força; Vorpal. Bandana Nº2: (veja na descrição do item)
Perícias: Sobrevivência
Vantagens: Ataque Especial (Força, II; Preciso), Ataque Múltiplo, Energia Extra 2, Mentor, PVs Extras x2, Técnicas de Luta x3 (ataque preciso, ataque violento, bloqueio, desviar golpe, desvio acrobático, força oculta [F], recuperar fôlego, todos contra um) Desvantagens: Código de Honra (Caçador), Devoção (Vingança), Insano Paranoico (representado pela esquizofrenia), Má Fama, Procurado (Número Dois)
O protagonista da série. Afro é uma pessoa quieta e sisuda, diferente de seu companheiro imaginário, Ninja Ninja, que é falante e alegre até demais. Sua única ambição é desafiar e matar o Número Um para vingar o assassinato de seu pai. Seu caminho é sempre seguir em frente, enfrentando e matando com sua katana quem quer que seja que o desafie, custe o que custar, até completar seu objetivo. Ah… ele é fã de limonada também.
Essa entrevista com Glauco Lessa terá spoilers dos livros A Flecha de Fogo, da Trilogia da Tormenta (Inimigo do Mundo, Crânio e o Corvo e Terceiro Deus) e da stream Oito Nuvens. Você está avisado!
O Entrevistado
Glauco Lessa é autor, assistente editorial na Jambô Editora e redator da revista Dragão Brasil, ele escreve alguns conteúdos para os jogos Tormenta20 e Império de Jade para lá e é escritor do Atlas de Arton, um dos livros da Coleção Arton, financiamento coletivo da Jambo Editora que bateu 100% da meta principal em 50min e aceitou conversar com o Movimento RPG.
A Entrevista
Cara, primeiro desculpa a demora, mas eu achei que o Meets gravava nativamente, mas to apanhando pra tecnologia aqui, o que é irônico porque eu trabalho com TI normalmente, então não deveria estar apanhando pra tecnologia hahahaha
Que isso pô, é normal, eu entendo bem como é, meu trabalho é escrever, revisar. Então, teoricamente, não é para eu apanhar de texto. Mas é justamente por trabalhar com isso que eu apanho, né? Eu estava mexendo em um texto do Atlas aqui, tendo uma dificuldade. Mas esse tipo de coisa acontece normalmente com a gente que trabalha com isso.
Mas cara, agora falando do assunto; Que absurdo de sucesso foi a Coleção Arton, hein rapaz?
É sim, foi um absurdo mesmo porque. Bem, eu não estava no primeiro financiamento, eu estava do outro lado, do lado do fã, né. Eu estava acompanhando e apoiando do lado de fora. E ai eu estava pensando antes de começar o financiamento do Coleção Arton; “Como é que vai ser esse financiamento agora?”. Porque naquela ocasião era um livro básico, então a pessoa que quer começar a jogar vai ter o novo jogo e tal. Mas agora vão ser os suplementos e nem todo mundo quer os suplementos. A pessoa as vezes tá satisfeita com o livro base ou vai querer só os PDFs. Eu fiquei pensando um pouco nisso.
Mas ai eu acho que entrou o trabalho da galera do nosso marketing e do Dan Ramos (Diretor de Arte da Jambo Editora), especialmente na parte visual, os caras são muitos bons. Pensando na Coleção enquanto produto, a Caixa e as capas dos livros que você vê lá no site do financiamento são muito bonitas e dá vontade de ter, sabe? É algo que o Thiago Rosa falou e que eu não tinha parado pra pensar; O Atlas e o Ameaças estão com capa de livro básico.
Porque é normal que o livro básico tenha uma capa mais elaboradora e não é natural que os suplementos sejam assim, eles são mais simples. E não cara, o Dan e a equipe deles colocaram um esforço nas capas que parece que são dois livros básicos. Apesar da gente reforçar que para jogar Tormenta20 você só precisa de um livro e nada mais para poder jogar, ele é apenas o primeiro passo que alguém que está entrando pode querer dar. O Atlas e o Ameaças não são necessários para jogar Tormenta20, mas se você tiver, vai ser outra experiência.
Durante a campanha da Coleção Arton, um pouco antes dela iniciar na verdade, o Guilherme Dei Svaldi (Diretor Chefe da Jambo Editora) postou no Twitter o que deixa ele mais animado para o Atlas de Arton e alguns dos escritores colocaram o deles. Mas eu não sei se eu perdi, até procurei antes da nossa conversa para confirmar, mas realmente não achei qual são as 5 coisas que mais te deixam animado para o Atlas. Então agora seria o momento de saber o que te deixa animado para o Atlas.
Cara, eu acho que eu perdi essa corrente hahaha. Mas eu vou corrigir isso sim, nessa corrente o pessoal foi puxando o que elas escreveram, então eu vou fazer isso também. Não está necessariamente em ordem de prioridade porque tem muita coisa boa, mas as 5 seriam; Tamu-ra no Atlas e a Pondsmânia, que foram as coisas que eu mais me envolvi no Atlas. E o que mais me empolga vendo as outras coisas é Ubani… Doherimm eu também acho que vai ficar muito bom e os Três Mares, porque foi uma coisa que eu levei em consideração enquanto escrevia é que Tamu-ra é uma ilha distante e agora que Arton está tendo aventuras marítimas mais intensas já que, agora no cenário, os mares estão mais conectados e está mais fácil navegar por ali e chegar mais facilmente em Tamu-ra.
Porque antes quando tinha o Istmo de Hangpharstyth, teoricamente, só o lado leste do continente de Arton podia ir de barco e de se morar. Agora após os eventos da Flecha de Fogo, mesmo ainda sendo muito difícil, teoricamente você pode sair do lado oeste do continente de barco, passar por Khubar ali e chegar em Tamu-ra, se você quiser.
Assim a lista final fica desta maneira:
Tamu-ra
Pondsmânia
Ubani (a antiga Grande Savana)
Doherimm
Três Mares
Só lugar tranquilo, né? Passar pela Ossada de Ragnar, atravessar Khubar que só tem um Dragão-Rei que de vez em quando sai da água, suave hahaha.
Hahahaha, mas se bem que Khubar foi a primeira temporada do Legado do Ódio né? Altas tretas realmente, só que comparado com a Ossada de Ragnar, Khubar é um point, é uma parada que as pessoas fazem.
Você comentou dos Três Mares e uma das ultimas coisas que se sabe do cenário é porque o deus Oceano desapareceu e que vários grupos marítimos estão buscando ele. Essa situação do Oceano está um pouco nebulosa, tem algo sobre isso que você sabe e pode falar?
O legal é que nesse caso eu posso ser sincero, porque eu não sei também hahahaha. Mas é de se esperar que vai ter algo porque, na minha visão, um dos objetivos com o final do Flecha de Fogo (além da historia) foi facilitar essas historias de navio e de pirata. Como que ficava a situação; Você queria jogar com algo assim, um pirata, um bucaneiro e Arton é um mundo com um grande continente importante. Tem Tamu-ra, tem Moreania mas, no geral, meio que você ficava com o mar preso porque tinha um pedaço de terra que dividia as coisas. E o que aconteceu no final do Flecha de Fogo, obviamente faz sentido com a historia que o Leonel Caldela estava contando, tinha que ser ali mesmo e tinha tudo haver com a profecia e tudo mais. Mas em termos de world building, é também muito conveniente e pertinente porque agora todos os mares estão conectados.
Então por mais que tenha a Ossada de Ragnar no caminho, que é um obstáculo muito legal para uma aventura, ainda é um lugar navegável, antes não era. Você troca um lugar que só estava no meio do caminho e que antes nem passar dava e agora é possível atravessar para o outro lado.
Eu e o Trevisan (Editor-Chefe da Dragão Brasil) gostamos muito de historias de pirata e de aventuras no mar, tanto que ele jogou com o Nargon da stream da Guilda do Macaco. E esse tipo de historia é algo muito diferente do que a gente está acostumado a ver, e eu acho que a tendência é vermos muito mais historias de aventuras desse tipo, não só conteúdo de jogo mas conteúdo de lore, vai ter muita coisa legal como a Frota Aurea, vai falar mais sobre outros piratas e outros tipos de facção que possam existir no mar. Mas esse especifico eu não parei pra ler, eu me preservei um pouco porque o meu personagem no Legado é um devoto de Oceano e eu não sei o Segredo do Oceano. Eu fiz um personagem devoto de um deus que está numa situação meio nebulosa, eu me coloquei nessa lugar de jogador sem saber mesmo a resposta. As pessoas as vezes podem achar que “Há, o Glauco está jogando com um devoto de Oceano então ele deve saber o que vai ser, e ai ele já fez um personagem pensando nessa revelação”. Mas quando a revelação vier, eu não faço a menor ideia, dependendo do que for revelado sobre Oceano, eu não sei como o Lauss (O personagem) vai reagir.
Você acha que o Atlas vai abordar essa questão do que aconteceu com o Oceano? É algo que quem não está muito próximo do cenário nem sabe muito bem que está acontecendo.
Eu não sei muito bem, eu chuto que no Atlas vai comentar sobre o que aconteceu mas não vai dar a resposta. É uma coisa que só quem acompanha Live sabe que essa é uma questão no cânone, porque no livro básico não fala nada. Acho que vai ser algo meio a longo prazo esse plot do cenário, então provavelmente não vamos ter a resposta agora. Acho que justamente para ter esse mistério dos mares. De terem lendas e rumores do porque ele está assim e os próprios mestres poderem explorar isso na própria mesa sem ter uma resposta cravada.
Com a nossa conversa, eu percebi que você trabalhou mais no Atlas que no Ameaças, então você não teria muita coisa para falar sobre o Ameaças, né?
Não, não, no Ameaças eu não trabalhei muito. Diferente do Atlas que eu estava envolvido desde o começo, antes de saber quais eram os reinos eu sabia que ia ficar com Tamu-ra porque meio que aconteceu de eu herdar Tamu-ra em um certo sentido, sempre supervisionado né hahahaha. Isso foi acontecendo na Dragão Brasil, quando eu comecei a escrever pra lá, a primeira coisa foi sobre Império de Jade, eu era a pessoa que ia tendo ideias para Império de Jade, tendo esse domínio em termos de cenário o que estava acontecendo lá. Então meio que eu penso assim; “Cara, eu já estou aqui no Atlas, eu não sei quais reinos eu vou ficar. Provavelmente Tamu-ra vai ser um deles e vamos ver quais os outros né?”, e ai eu fiquei com a Pondsmânia. Como o Atlas é um livro feito por muita gente, teve um divisão bem maneira dos reinos, ninguém ficou com mais ou com menos. Claro que tem o Guilherme Dei Svaldi, o Marcelo Cassaro, o Leonel que escreveram boa parte tanto do Atlas quanto do Ameaças porque são alguns dos autores e tal.
E quando dividiram, me deram algumas opções e eu escolhi a Pondsmânia porque eu gosto muito de coisas que tem a ver com fadas e eu já tinha algumas ideias que encaixariam bem lá. E eu achei bem legal o resultado final, até porque eu acho que muita gente tem essa percepção de que o Glauco é o cara de Tamu-ra, então ele vai fazer de coisas como honra e Samurai…
Não vou mentir que quando eu busquei quem estava fazendo o que eu vi que você estaria com Tamu-ra fiquei “Nossa, o Glauco com Tamu-ra, que surpresa” hahahaha
É, então, eu achei legal porque na Pondsmânia eu pude mostrar um lado que é bem diferente, porque lá é um lugar muito caótico né?
Bem diferente de Tamu-ra que é tudo certinho, retinho, a Pondsmânia é loucura, é doidera.
Sim, é até bem o contrario, é muita viagem e tal. E eu sempre tive esse lado mais criativo de fazer umas paradas mais viajadas, só que em Tormenta eu ainda não tinha mostrado isso. Então foi uma oportunidade de mostrar isso.
Mas além das partes que eram suas, você ajudou a escrever outra parte do Atlas? Tipo, de auxiliar algum outro reino ou coisa do tipo? Alguém escreveu com você alguma das suas partes?
De ajudar a escrever mesmo não, a Pondsmânia e Tamu-ra eu escrevi sozinho. Claro, depois o texto é editado, o Trevisan leu e teve ideias que foram aprovadas ou não, e ai o Leonel leu e complementou com algumas coisas ou achou melhor tirar certas coisas, mas aí é no mérito do texto, não no mérito criativo.
O Leonel especificamente contribuiu com algumas ideias bem legais que foram pro texto final também.
No caso de Tamu-ra era mais o Cassaro, tanto que o texto que eu estava apanhando era justamente de Tamu-ra. Porque ele está pronto, só que ai ficou muito grande, dai ele olhou gostou e fez alguns apontamentos do que a gente precisava reduzir. Não para jogar as ideias fora, mas para não colocar todas elas porque o Atlas ainda tem um limite de tamanho e de número de páginas, não é um livro sobre Tamu-ra, então varias ideias boas tiveram que ser retiradas, com muita dor no coração, para aparecer mais pra frente. Talvez em alguma matéria da Dragão, futuros suplementos ou até futuros livros.
Algo que alguns jogadores especulam é que Samburdia, aonde fica a Pondsmânia, é bastante inspirada no Brasil. Então uma duvida que eu tenho é se você colocou alguma criatura do Folclore Brasileiro na Pondsmânia, como algum Saci, Curupira, Caipora ou algo do gênero.
Pô, na verdade no texto em sí eu não coloquei nada. Mas para mim nada impede que existam na Pondsmânia criaturas desse tipo. É uma das coisas que eu tomei para mim foi o seguinte; Se você pegar a Pondsmânia do reinado, ela tem um plano de fundo muito celta, como os contos de fada mais europeus. E eu acho isso legal, mas eu tentei transparecer a ideia que isso são mais as fadas nobres, mas na Pondsmânia existe de tudo. Então eu tentei que as fadas fossem o menos étnicas possível e o mais aleatório que pudesse ser. Nesse sentido que seria algo da mente humana, sabe? Então você poderia ter um Curupira na sua aventura da Pondsmânia assim como poderia ter uma Mula-Sem-Cabeça ou um Duende. No Terceiro Deus tem uma inscrição de uma fada que é tipo um Flamingo com uma cartola e ele é uma fada, sabe? É meio esse caminho que a gente foi.
Então meio que a Pondsmânia pode ir para qualquer lugar, né? Não está preso a uma espécie de fada ou de cultura especifica.
É, lendo o texto você percebe que pode colocar qualquer criatura de conto de fada ou folclore que funciona, não só um conto de fadas europeu, inclusive coisas de lugar nenhum que são da minha cabeça. A ideia é um pouco essa.
Cara e a Cidade Normal dos Humanos? Quando eu fui ver a região no Mapa de Arton, eu fiquei muito curioso com ela. O que você pode falar sobre ela?
Cara, a Cidade Normal dos Humanos foi a menina dos olhos do Leonel na hora dele revisar o meu texto, porque foi uma ideia dele. A Cidade Normal dos Humanos é a adição mais recente a Pondsmânia porque ela aparece a primeira vez no Tormenta20, todas as outras coisas da Pondsmânia são do Reinado ou do Tormenta RPG. Então eu tive que mergulhar em materiais bem antigos para ter certeza que não estava esquecendo nada para trás ou que eu não ia dizer nada contraditório com o passado. Mas a Cidade Normal dos Humanos foi ao contrario, eu só precisava ler o que estava no Tormenta20 e descrever mais, inventar mais coisa e preservar a sensação de estranheza que a cidade dá nos humanos. Ela nada mais é que uma cidade criada por fadas tentando simular o que os humanos pensam, mas elas tem dificuldade em fazer isso, essa é a graça da cidade.
Uma coisa legal que eu posso falar é que essa cidade tem a figura de um prefeito agora que é um NPC que eu criei, que é o típico NPC para dar aventuras para os jogadores, mas o legal dele é que ele é uma figura meio misteriosa até para uma fada.
Ele é conhecido como Ilustre Desconhecido, eu to chamando de ele, mas não tem nenhum gênero predefinido. O lance é que tem esse título de Ilustre Desconhecido. A parada dele é que toda pessoa que vê ele parece que é estranhamente familiar.
Como aquela pessoa que tu vê na rua e é estranhamente familiar, parece alguém que morou próximo ou que estudou com você mas você não lembra quem ela é.
Mas além disso, ele reconhece você. Então quando você encontra o Ilustre Desconhecido pela primeira vez, você tem essa vaga noção que você conhece ele de algum lugar e ele reconhece você. Tipo, ele vira e fala: “Fulano, quanto tempo hein!”, mas você não sabe de onde ele te reconhece. Ele não te reconhece só de nome, ele fala coisas como “Pô, lembra quando você estava naquela masmorra? Pô, foi difícil, você quase morreu”. E por mais que você se lembre daquele acontecimento, você não lembra dele lá. Só que no caso, você não se lembra ou não sabe se ele está falando a verdade. E o legal que dá pra usar esse NPC como um alivio mais cómico quanto como algo mais aterrorizante, que é uma das graças das fadas.
Agora, sem mais delongas podemos falar do seu lar em Arton, do seu xodó que é Tamu-ra, você tem uma relação muito próxima com essa região, não?
Sim, por mais que eu goste da Pondsmânia que agora também é meu lar em Arton, Tamu-ra foi quando eu comecei a jogar ela ainda estava destruída depois dos eventos de Inimigo do Mundo. Ai eu lembro que eu estava lendo os livros de Tormenta do 3D&T Turbo que era o que eu jogava e ai quando chegava na parte de Tamu-ra eu achei muito maneiro, como assim Samurai existe no mesmo mundo de Cavaleiro, mago, etc.. ? Que ideia genial!
Ai quando eu fui ler a seção de Tamu-ra, no finalzinho; “E foi destruída pela Tormenta e tudo se perdeu para sempre e agora só existe um bairro em Valkaria”. Eu me senti abalado, me prometeram tudo, me prometeram um Império de Jade, mas eu havia chegado tarde, ele já foi todo destruído, hahahaha.
Mas uma das coisas mais legais da Trilogia é que ela foi salva, foi reconquistada de volta. Ai veio Império de Jade e eu comprei alucinado, e então comecei a escrever na Jambo, como contei agora pouco, por causa de Tamu-ra.
E qual a principal diferença que temos entre a Tamu-ra do jogo Império de Jade e da Tamu-ra apresentada no Atlas?
A principal diferença logo de cara é que ela foi reconstruída agora. No Império de Jade tá em 1410, dez anos atrás na timeline atual do cenário. Ela estava se reconstruindo, o que ajuda a explicar porque ela não se envolveu em tramas como a Guerra Artoniana.
Além da distância, ela tava se reconstruindo, Tamu-ra é muito aliado do reinado porque ele recebeu os refugiados de Tamu-ra. Mas ela estava muito concentrada em se reerguer, obviamente que a Guerra Artoniana acontece e se resolveu, e grande parte da trama é jogar com aventureiros que estão fazendo missões para ajudar a reconstruir o império de uma forma ou de outra. Lutando contra monstros da Tormenta que sobraram ou resquícios dela.
No Atlas, agora estamos em 1420, foram 10 anos de reconstrução. Foi tempo mais que o suficiente para Tamu-ra estar de pé novamente.
Para mim foi muito importante a nível pessoal, o que tornou a escrita de Tamu-ra muito mais difícil que a Pondsmânia.
Mesmo conhecendo Tamu-ra melhor que a Pondsmânia, eu sempre quis escrever para a Pondsmânia, então eu sentei e estudei as publicações antigas, tive as minhas ideias e escrevi empolgado. Mas em Tamu-ra eu tive vários momentos de “Pô, mas será que está bom?”
Porque agora Tamu-ra vai estar reconstruída e vai ser eu que vou dizer como ela está, o Cassaro vai ler depois e tal, mas sou eu que estou dizendo. Eu estou tendo essa oportunidade de, certa forma, reconstruir Tamu-ra na lore.
Essa é a principal diferença; Tamu-ra está reconstruída, prosperando, mas claro que como qualquer lugar em Arton ainda tem seus problemas para os aventureiros resolverem.
Pode dar alguns exemplos desses problemas?
Um deles é manter o que foi construído e isso passa por uma série de novos plots. Um deles são os Tradicionalistas, que são os que mais se relacionam com o continente. Eles são tamuraninos da nobreza ou das classes influentes e acreditam que o Império está se deturpando e se perdendo.
Antes da Tormenta destruir Tamu-ra, ela era muito diferente. Não aceitava estrangeiro, mulheres não tinham cargos de liderança, que mudou no Império de Jade, que teve algumas mudanças em certos costumes.
E essas pessoas descontentes com o novo Império elas são mencionadas no Império de Jade, que nem todo mundo gosta do Imperador e das medidas de aceitar estrangeiros e de conceder cidadania aos Nezumi (Homens-rato).
Nesses 10 anos que se passaram, esses descontentes se articularam politicamente e começaram a ter uma agenda. Como Tamu-ra é uma monarquia com uma forma de detectar honra de uma maneira objetiva, então quando um senhor feudal é pego em desonra por um Shugenja, ele perde o título de Nobreza na hora e ele só recupera ao ter sua honra de volta, se redimindo de algum jeito.
Para os Tradicionalistas conspirarem, eles não podem ser descobertos. Então eles tem que levar uma vida de certa virtude e conspiram com rumores. Eles espalham rumores falsos sobre a Identidade do Imperador, que atualmente renasceu como criança, dizendo que é uma criatura farsante ou contratando mercenários do continente principal.
Então eles agem de maneira a manter a honra deles intacta, enquanto outras pessoas que não são da nobreza ou não tem honra alta vão espalhando e disseminando a intriga, correndo o Império.
Outro exemplo legal de problema é a Cauda do Dragão, que é um pequeno arquipélago ao sul de Tamu-ra que estão lá desde o primeiro mapa de Arton. Antes da Tormenta, elas eram umas ilhas meio paradisíacas, aonde só viviam Yokai, Hanyo, alguns humanos tamuranianos que viviam em aldeias de uma forma mais simples pela pesca. Quando teve a Tormenta, essa área começou a ser mais habitada, e quando os mares foram abertos após a Flecha de Fogo, começaram a vir navegadores ousados, ambiciosos e piratas. Em busca de uma rota marítima para fazer comércio.
E muito desse comércio é feito na própria capital, que é próximo as ilhas, mas não é um comércio muito honrado, digamos assim.
E acabam acontecendo nessas ilhas menores que estão relativamente distantes da autoridade Samurai, mas que ainda estão convenientes próximas da capital, transformando a ilha em um entreposto comercial.
E começaram a vir gente de todo canto, tentando fazer um trocado ali. Pessoas de Khubar e da costa de Arton.
Uma curiosidade que tenho; Você comentou bastante que agora os mares estão conectados. É possível que nessas ilhas da Cauda do Dragão tenha Moreau?
Então, eu fiquei muito tentado, mas evitei mencionar moreau diretamente porque, bem ou mal, ainda é muita água no caminho. Mas lá na Cauda do Dragão tem de tudo, Minotauro, do Deserto da Perdição, de Ubani e Moreau lá também. Talvez alguém saindo de Moreania e se perdendo no mar pode acabar muito para o norte e acabar chegando lá.
É bem provável e inclusive curioso porque, de um ponto de vista do tamuriano, o moreau nem seria visto como tão estrangeiro assim, ele seria facilmente confundido com um Hanyo.
Porque o Hanyo é um meio-yokai, mas ele tem traços animais, como o Hanyo raposa ou o Hanyo gato.
Então esteticamente eles são muito parecidos, então um Moreau poderia ir e se passar por um tamuriano, talvez só não enganando Shugenjas e Shinkans, que são sacerdotes capazes de detectar se aquela criatura é um meio-yokai.
Tem mais alguma coisa que você pode falar sobre Tamu-ra.
Outras duas coisas que colocamos é que o norte está começando a ser repovoado, na época do Império de Jade não tinha nada lá porque a reconstrução estava começando, e agora já tem senhores feudais no norte.
E a Tormenta, como inimigo de Tamu-ra, foi derrotada. Mas na mesa de Oito Nuvens, tem um gancho de um Oni que acabou se envolvendo com a Tormenta, e que vai estar no Atlas porque se tornou algo relevante. E a Tormenta segue como uma ameaça dormente, ainda é difícil você encontrar os lefeu clássico e a influência dela está muito menor, mas ela pode acabar atacando. Alguns lugares de Tamu-ra ainda estão com a terra vermelha do ataque. Mas a Tormenta ainda não esqueceu Tamu-ra, ainda influenciando a ilha de uma maneira silenciosa, a Tormenta ainda não esqueceu, ela apenas escolheu outra maneira de lutar contra Tamu-Ra.
Em Tormenta, tem um aconselhamento aos autores não se aproximarem muito de fatos históricos reais porque Arton é um mundo de fantasia. Mas é nítido que Tamu-Ra é muito baseado no Japão, mas você buscou influências de outros países asiáticos para colocar em Tamu-Ra?
Então, o meu maior domínio em termos de conhecimento é o leste asiático, ao Japão mesmo. Então eu tentei ir com cautela em qualquer referência coreana e chinesa. Por eu não dominar e não acabar sendo desrespeitoso. Então nesse sentido eu tentei me preservar no campo que é o que eu mais conheço. Mas uma coisa que não há na cultura japonesa e que eu fui buscar foi Hokkaido para a parte norte da Ilha, que não fazia parte do Japão.
Lógico, não traçamos paralelos óbvios, mas procuramos essa referência que não é muito obvia. E na Cauda do Dragão não foi possível não ter influência da ilha de Okinawa que era um entreposto de comercio entre países daquela região. Não me inspirei exatamente na cultura de Okinawa, mas me inspirei como um local que é um meio do caminho para outros lugares.
Me inspirei um pouco também na Mongólia, principalmente no Império Mongol. Tem uma região no Império de Jade chamada Dai’Soogen, que é uma grande estepe. E o Cassaro havia comentado comigo que ele queria que essa região ao invés de ter os Samurais clássicos tivesse uma galera bem mais parecida com os Khan. Por questão de espaço não fui muito a fundo neles, mas eles estão mencionados no texto e dá pra entender que eles são um povo relativamente nômade que vive em tendas e tem suas próprias montarias e tal.
Esse é um exemplo bacana de um elemento não japonês que eu tinha familiaridade e fiz uma certa pesquisa por trás para colocar no jogo sem acabar sendo estereotipada de alguma forma ou ofensivo.
Conclusão
A conversa com o Glauco foi muito leve e muito daora de se ter. Falar com alguém que trabalha nos bastidores e que, a pouco tempo atrás consideravelmente, também estava escrevendo sobre RPG é algo muito daora e muito inspirador, diria eu.
Essa foi a primeira de uma série de conversas que eu pretendo ter com outros escritores da Coleção Arton, então espero que você tenha gostado, aproveitado e esteja tão animado pra Coleção Arton quanto eu.
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